Oi, pessoas!
Bora dar uma espiada no que recebi em Julho?
Teve cortesia ♥, teve surpresas ♥, teve livro que ganhei em promoção ♥, teve comprinha (pouca, mas teve) ♥ ...
Super Novidade de Agosto - Maurício Gomyde e Surpreendente!
30 de julho de 2015
A Editora Intrínseca publicará no final de agosto o romance do autor nacional Maurício Gomyde, Surpreendente!
Confira capa e sinopse abaixo:
Pedro Diniz tem um desafio e um problema pela frente.
O desafio: filmar um roteiro magnífico capaz de surpreender o público e conquistar o prêmio Cacau de Ouro. O problema: não ter ideia de como fazer isso.
Aos 25 anos, recém-formado, Pedro está convencido de que é um sujeito muito especial, que tem a missão de usar o cinema como instrumento para melhorar o mundo. Diagnosticado na adolescência com uma doença degenerativa que o condenaria à cegueira, ele contraria a lógica da medicina quando a perda de sua visão estaciona de forma inexplicável. Enquanto comanda o último cineclube de São Paulo e trabalha em uma videolocadora da periferia, Pedro planeja seu próximo filme, a obra que vai consagrá-lo. E, para animar as coisas, conhece a intrigante Cristal, uma ruivinha decidida, garçonete e estudante de física nuclear, que mexe com seu coração.
A perspectiva idealista de Pedro, porém, sofre sérios abalos. Atormentado por um segredo, ele parte com os amigos Fit, Mayla e Cristal numa longa viagem até Pirenópolis, em Goiás, a bordo de um Opala envenenado. Com câmeras nas mãos e espírito de aventura, a equipe técnica improvisada está disposta a usar toda a sua criatividade na filmagem feita na estrada ao sabor de encontros inesperados e de sentimentos imprevisíveis. E o jovem cineasta descobre que, quando o destino foge do script, nada supera o apoio de grandes amigos.
Ana K - Sergio Napp
29 de julho de 2015
Lido em: Julho de 2015
Título: Ana K
Autor: Sergio Napp
Editora: BesouroBox
Gênero: Juvenil/Nacional
Ano: 2012
Páginas: 152
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva
Resenha: Ana K é um romance juvenil escrito pelo autor Sergio Napp que conta a história de Ana, uma adolescente de dezesseis anos que é criada pelo pai, Marcos, devido a mãe ter morrido durante seu parto. Por Marcos ser jovem, acaba se comportando como um irmão mais velho que faz companhia à Ana e acaba não fazendo o papel de pai que deveria. Ana tenta compreender seus sentimentos enquanto procura por significados em cada situação ou atitude que tem, mas as coisas mudam quando seu pai conhece Gabriela e eles se casam. Ela não aceita que o pai tenha um relacionamento, não quer dividi-lo com ninguém, e, sem saber lidar com isso, se envolve com Cauê, um garoto da escola. Com ele, Ana aprende um novo tipo de amor, mas também aprende que a responsabilidade, às vezes, bate a porta cedo demais quando se toma atitudes levadas por impulso...
A história é narrada em terceira pessoa de uma forma muito simples e fácil, e a leitura é bem rápida. O estilo de escrita pode causar estranhez por não trazer muitas descrições ou detalhes seja sobre o cenário ou sobre as características dos personagens e ainda apresentar com frequência mudanças atemporais sem que saibamos o tempo exato que se passou, mas acho que pelo fato de a história ser uma novela juvenil, o autor preferiu contá-la de uma forma mais enxuta e direta para não se tornar cansativa ao público ao qual se destina.
São poucos personagens mas todos tem suas particularidades e colaboram para o desenvolvimento da história de forma bastante agradável. Ana é uma garota confusa por não ter tido uma referência materna e mesmo com o pai presente também não tem uma referência paterna já que Marcos é bastante imaturo e parece não saber lidar com essa "coisa de pai".
Cauê é o típico adolescente que muda a vida de Ana quando eles se envolvem. Ele lhe dá atenção e carinho e parece entendê-la como ninguém, então, Ana se apega a ele por considerá-lo um refúgio para os problemas e conflitos internos que tem.
Gabriela, a nova esposa de Marcos, é odiada por Ana pois a menina acredita que ela está lhe roubando tudo o que lhe restou, ou ainda que esteja tentando roubar o lugar de sua mãe. Acho que a forma como Ana lida com a madrasta foi bastante realista já que é bastante comum os novos companheiros dos pais nem sempre serem bem aceitos pelos enteados.
Acho que a forma como o "problema" da história foi resolvido soou bastante fácil e até um pouco fantasioso e o desfecho, apesar de fugir do clichê e ser bastante satisfatório, deixa uma brecha para que o leitor imagine onde a história pode chegar.
Gostei bastante do trabalho gráfico do livro. Entre alguns capítulos há a mesma imagem da capa com algumas edições a fim de ilustrar a situação em que Ana se encontra. As páginas são brancas, a diagramação é bem caprichada e não há erros no texto.
O livro como um todo funciona bem, até mesmo porque é uma história que muita gente pode se identificar. Eu mesma me identifiquei em vários pontos já odiava meu padrasto e também por ter sido mãe na adolescência, e claro, nada foi fácil. Acho que é um livro mais indicado para jovens na faixa de 13 a 16 anos, desses que são passados até como leitura na escola, seja como forma de entreter ou dar uma visão bacana sobre uma garota com conflitos e que ainda não conseguiu se encontrar. Uma lição legal que o livro deixa é que o que se faz com intenção de atingir alguém, por medo, raiva ou o que seja, pode acabar atingindo a nós mesmos, e ainda que nossos sonhos sejam interrompidos, é possível passar por cima do orgulho e aceitar que o que a vida nos tira ou nos dá de presente não é mera obra do acaso.
Título: Ana K
Autor: Sergio Napp
Editora: BesouroBox
Gênero: Juvenil/Nacional
Ano: 2012
Páginas: 152
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva
Sinopse: A história de Ana K poderia ser apenas uma história comum de uma menina que cresce sem a mãe, morta no parto, e é criada por um pai, atrapalhado e imaturo. Ou a história de um pai e de uma filha que vão aprendendo a ser pai e filha.
A história de Ana K, porém, é mais interessante. Mais profunda. Mais intensa.
É a história de uma menina que quer entender tudo, quer compreender seus sentimentos; quer buscar as razões e encontrar os significados para tudo que faz parte da sua vida: a falta da mãe, o amor confuso e possessivo pelo pai, a descoberta do amor verdadeiro.
Ana K precisa dar significado à sua existência. Precisa conhecer sua história desde o amor dos pais. Precisa aceitar a morte da mãe. E deseja um pai que seja mais que um irmão mais velho. Ela tem que aprender a amar sem as dores e as culpas que sempre a acompanharam.
Essa é a história de Ana K, que consegue, por fim, juntar as peças da sua breve vida, reconstruindo-se para ser capaz de amar e ser amada.
Resenha: Ana K é um romance juvenil escrito pelo autor Sergio Napp que conta a história de Ana, uma adolescente de dezesseis anos que é criada pelo pai, Marcos, devido a mãe ter morrido durante seu parto. Por Marcos ser jovem, acaba se comportando como um irmão mais velho que faz companhia à Ana e acaba não fazendo o papel de pai que deveria. Ana tenta compreender seus sentimentos enquanto procura por significados em cada situação ou atitude que tem, mas as coisas mudam quando seu pai conhece Gabriela e eles se casam. Ela não aceita que o pai tenha um relacionamento, não quer dividi-lo com ninguém, e, sem saber lidar com isso, se envolve com Cauê, um garoto da escola. Com ele, Ana aprende um novo tipo de amor, mas também aprende que a responsabilidade, às vezes, bate a porta cedo demais quando se toma atitudes levadas por impulso...
A história é narrada em terceira pessoa de uma forma muito simples e fácil, e a leitura é bem rápida. O estilo de escrita pode causar estranhez por não trazer muitas descrições ou detalhes seja sobre o cenário ou sobre as características dos personagens e ainda apresentar com frequência mudanças atemporais sem que saibamos o tempo exato que se passou, mas acho que pelo fato de a história ser uma novela juvenil, o autor preferiu contá-la de uma forma mais enxuta e direta para não se tornar cansativa ao público ao qual se destina.
São poucos personagens mas todos tem suas particularidades e colaboram para o desenvolvimento da história de forma bastante agradável. Ana é uma garota confusa por não ter tido uma referência materna e mesmo com o pai presente também não tem uma referência paterna já que Marcos é bastante imaturo e parece não saber lidar com essa "coisa de pai".
Cauê é o típico adolescente que muda a vida de Ana quando eles se envolvem. Ele lhe dá atenção e carinho e parece entendê-la como ninguém, então, Ana se apega a ele por considerá-lo um refúgio para os problemas e conflitos internos que tem.
Gabriela, a nova esposa de Marcos, é odiada por Ana pois a menina acredita que ela está lhe roubando tudo o que lhe restou, ou ainda que esteja tentando roubar o lugar de sua mãe. Acho que a forma como Ana lida com a madrasta foi bastante realista já que é bastante comum os novos companheiros dos pais nem sempre serem bem aceitos pelos enteados.
Acho que a forma como o "problema" da história foi resolvido soou bastante fácil e até um pouco fantasioso e o desfecho, apesar de fugir do clichê e ser bastante satisfatório, deixa uma brecha para que o leitor imagine onde a história pode chegar.
Gostei bastante do trabalho gráfico do livro. Entre alguns capítulos há a mesma imagem da capa com algumas edições a fim de ilustrar a situação em que Ana se encontra. As páginas são brancas, a diagramação é bem caprichada e não há erros no texto.
O livro como um todo funciona bem, até mesmo porque é uma história que muita gente pode se identificar. Eu mesma me identifiquei em vários pontos já odiava meu padrasto e também por ter sido mãe na adolescência, e claro, nada foi fácil. Acho que é um livro mais indicado para jovens na faixa de 13 a 16 anos, desses que são passados até como leitura na escola, seja como forma de entreter ou dar uma visão bacana sobre uma garota com conflitos e que ainda não conseguiu se encontrar. Uma lição legal que o livro deixa é que o que se faz com intenção de atingir alguém, por medo, raiva ou o que seja, pode acabar atingindo a nós mesmos, e ainda que nossos sonhos sejam interrompidos, é possível passar por cima do orgulho e aceitar que o que a vida nos tira ou nos dá de presente não é mera obra do acaso.
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Sergio Napp
Em Busca de Abrigo - Jojo Moyes
28 de julho de 2015
Lido em: Julho de 2015
Título: Em Busca de Abrigo
Autora: Jojo Moyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 434
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Em Busca de Abrigo foi o romance de estreia da autora Jojo Moyes. O livro já havia sido lançado pela Bertrand em 2004 mas agora foi relançado com novo projeto gráfico que tornou a obra mais atrativa visualmente aos leitores.
A historia se inicia em 1953, na noite de coroação da Rainha Elizabeth II. A jovem Joy Leonard conhece o oficial da Marina Edward Ballantyne e o que sentiram um pelo outro foi intenso o bastante para que ficassem noivos. Ao pedir a benção dos pais dela, a mãe de Joy não aprovou a ideia do noivado pois ela própria estando presa a um casamento infeliz, deixara de acreditar no amor. Edward, sendo um marinheiro, precisaria zarpar em breve e só voltaria em no mínimo 9 meses, e este seria o tempo em que Joy deveria esperar para que pudessem, enfim, se casar.
Em seguida a história já nos leva para Londres em 1997. Kate estava se separando do companheiro mais recente e por mais que Sabine já não se importasse mais com essa situação por já ter se acostumado, sua mãe decide enviá-la para a casa dos avós, no interior da Irlanda. Edward ficara doente e o momento poderia ser ideal para que todos pudessem se encontrar. Assim a garota de dezesseis anos não teria que presenciar o inconveniente do divórcio e nem "sofreria" com outra separação da mãe. Mas saindo de Hackney e ao chegar na casa da avó que ela jamais havia conhecido, Sabine é obrigada a se adaptar a uma rotina que parece não ter saído dos anos 50. Viver numa fazenda de cavalos de forma regrada - e ainda sem a praticidade da tecnologia - era completamente o oposto da vida que levava com a mãe e as coisas seriam mais difíceis do que pensou. Mas quando Sabine, Kate e Joy, se encontram um segredo de família acaba vindo a tona assim como algumas verdades há muito tempo escondidas e sentimentos reprimidos também.
O livro é narrado em terceira pessoa e podemos acompanhar a história através dos pontos de vista de Joy, Kate e Sabine com foco principal na garota. Dessa forma temos uma visão mais ampla do que se passa mas também mais longa, e isso pode tornar a leitura um pouco monótona em alguns pontos já que o ritmo é bem lento.
As personagens foram muito bem caracterizadas e bem construídas e tiveram a história bem desenvolvida até certo ponto. Kate fugiu da Irlanda quando era jovem para escapar das tensões de casa mas é notável que os problemas de relacionamento se repetem com Sabine. Ela não tem sorte quando o assunto é amor e Sabine está cansada da sucessão de relacionamentos falidos da mãe que acabam lhe trazem uma figura paterna que logo estará fora de sua vida.
Sabine odeia a Irlanda, odeia a fazenda e não consegue lidar com a avó muito bem. A comunicação com o avô é difícil, ela é afetada pela saudade que tem dos amigos que ficaram em Londres e ainda nutre um sentimento de amargura contra sua mãe.
Mas a medida que a história se desenrola e acompanhamos e aprendemos um pouco mais sobre essas três gerações de mulheres, podemos compreender que a fragilidade da relação que elas possuem parecem se conectar, mesmo que pra que isso acontecer seja necessário reconstruir pontes e relevar segredos que até permitiam um julgamento infundado entre elas. Isso, de alguma forma, me fez ver que até o nosso próprio julgamento com os outros nem sempre é correto pois nem sempre sabemos o outro lado da história ou o que motiva alguém a tomar determinadas atitudes.
A história não se prende apenas ao relacionamento das três. Os personagens secundários que cercam a propriedade dos Ballantyne tem papéis fundamentais que contribuem para enriquecer o enredo com suas histórias que acabam se entrelaçando com a principal por terem alguma influência sobre as personagens principais.
Pelo foco maior estar em Sabine, quando as revelações sobre Joy e Kate começaram a aparecer eu não estava tão empolgada. Por mais que elas tenham sido importantes e fundamentais na história. senti que a real protagonista era Sabine e me apeguei mais a ela e a seus problemas.
Em Busca de Abrigo retrata a história de uma família com as estruturas abaladas, cuja realidade é contraditória e afetada por muitos segredos. O leitor é transportado para o mundo de cada uma delas, as descrições detalhadas do ambiente, das situações e dos sentimentos soam muito verdadeiras e intensas e é possível até mesmo visualizar o que se passa. A autora aborda questões que podem prejudicar e até destruir uma família, mas sobretudo evidencia a segunda chance como algo importante e necessário, mesmo que pra isso seja necessário engolir o orgulho e ceder para ouvir o que o próximo tem a dizer, afinal, errar é humano e não custa nada tentar entender o que levou alguém a fazer uma escolha errada... Pode não ter sido com a pior das intenções...
Comecei o livro com uma perspectiva das personagens mas a medida que a história avança, elas vão sendo moldadas a partir das revelações que são feitas ou fatos que ocorreram no passado que acabam interferindo e refletindo no presente. Me irritei, tive pena, tive compaixão, e esse misto de sensações cruas que a leitura me proporcionou me fez enxergar que as mudanças surgem de acordo com a experiência, mesmo que o final não seja cor-de-rosa, afinal, a vida não para e sempre vai existir desafios e obstáculos, grandes ou pequenos, a serem enfrentados.
A capa, como eu mencionei no início, está bastante atrativa e combina com os outros sucessos da autora publicados pela Intrínseca. Encarei isso como uma enorme consideração pelos leitores e fãs da autora que gostam de manter a coleção toda combinando ♥ Bertrand, sua linda! O diferencial é que o título é em alto relevo e tem aplicação em verniz. As páginas são amarelas, a diagramação é simples e a revisão está impecável.
Posso afirmar que por ter sido o primeiro livro da autora, é perceptível que os mais recentes são mais bem escritos e mais envolventes, mas isso não desmerece esta obra. Fiquei satisfeita em saber que a autora evoluiu pra melhor e que suas histórias conseguem ser marcantes e inesquecíveis.
Para quem procura por um bom drama familiar vivenciado por personagens reais e narrado sob um estilo de escrita sutil mas ainda assim bastante memorável, recomendo.
Título: Em Busca de Abrigo
Autora: Jojo Moyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 434
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Na noite da Coroação da Rainha Elizabeth II, em 1953, a comunidade de expatriados de Hong Kong se reúne para celebrar o evento com uma festa. Enquanto os convidados tentam ouvir a cerimônia em um rádio antigo, Joy, uma jovem de 21 anos, se apaixona. Menos de vinte e quatro horas depois da festa, ela já está prometida em noivado ao rapaz, mas só tornará a se encontrar com o noivo um ano depois. Em 1980, um ato de rebeldia faz Kate, aos 18 anos, fugir do Condado de Wexford, na Irlanda, com sua filha ilegítima. Quinze anos mais tarde, Sabine deixa Hackney, o elegante bairro onde mora, em Londres, para visitar os avós que jamais conheceu e descobre que Wexford parece ter parado no tempo. Quando Sabine, sua mãe e sua avó voltam a se encontrar, um segredo de família cuidadosamente guardado é descoberto, bem como algumas verdades importantíssimas: o conflito entre o amor e o dever, as escolhas que as mulheres são obrigadas a fazer e o relacionamento entre mães e filhas.
Resenha: Em Busca de Abrigo foi o romance de estreia da autora Jojo Moyes. O livro já havia sido lançado pela Bertrand em 2004 mas agora foi relançado com novo projeto gráfico que tornou a obra mais atrativa visualmente aos leitores.
A historia se inicia em 1953, na noite de coroação da Rainha Elizabeth II. A jovem Joy Leonard conhece o oficial da Marina Edward Ballantyne e o que sentiram um pelo outro foi intenso o bastante para que ficassem noivos. Ao pedir a benção dos pais dela, a mãe de Joy não aprovou a ideia do noivado pois ela própria estando presa a um casamento infeliz, deixara de acreditar no amor. Edward, sendo um marinheiro, precisaria zarpar em breve e só voltaria em no mínimo 9 meses, e este seria o tempo em que Joy deveria esperar para que pudessem, enfim, se casar.
Em seguida a história já nos leva para Londres em 1997. Kate estava se separando do companheiro mais recente e por mais que Sabine já não se importasse mais com essa situação por já ter se acostumado, sua mãe decide enviá-la para a casa dos avós, no interior da Irlanda. Edward ficara doente e o momento poderia ser ideal para que todos pudessem se encontrar. Assim a garota de dezesseis anos não teria que presenciar o inconveniente do divórcio e nem "sofreria" com outra separação da mãe. Mas saindo de Hackney e ao chegar na casa da avó que ela jamais havia conhecido, Sabine é obrigada a se adaptar a uma rotina que parece não ter saído dos anos 50. Viver numa fazenda de cavalos de forma regrada - e ainda sem a praticidade da tecnologia - era completamente o oposto da vida que levava com a mãe e as coisas seriam mais difíceis do que pensou. Mas quando Sabine, Kate e Joy, se encontram um segredo de família acaba vindo a tona assim como algumas verdades há muito tempo escondidas e sentimentos reprimidos também.
O livro é narrado em terceira pessoa e podemos acompanhar a história através dos pontos de vista de Joy, Kate e Sabine com foco principal na garota. Dessa forma temos uma visão mais ampla do que se passa mas também mais longa, e isso pode tornar a leitura um pouco monótona em alguns pontos já que o ritmo é bem lento.
As personagens foram muito bem caracterizadas e bem construídas e tiveram a história bem desenvolvida até certo ponto. Kate fugiu da Irlanda quando era jovem para escapar das tensões de casa mas é notável que os problemas de relacionamento se repetem com Sabine. Ela não tem sorte quando o assunto é amor e Sabine está cansada da sucessão de relacionamentos falidos da mãe que acabam lhe trazem uma figura paterna que logo estará fora de sua vida.
Sabine odeia a Irlanda, odeia a fazenda e não consegue lidar com a avó muito bem. A comunicação com o avô é difícil, ela é afetada pela saudade que tem dos amigos que ficaram em Londres e ainda nutre um sentimento de amargura contra sua mãe.
Mas a medida que a história se desenrola e acompanhamos e aprendemos um pouco mais sobre essas três gerações de mulheres, podemos compreender que a fragilidade da relação que elas possuem parecem se conectar, mesmo que pra que isso acontecer seja necessário reconstruir pontes e relevar segredos que até permitiam um julgamento infundado entre elas. Isso, de alguma forma, me fez ver que até o nosso próprio julgamento com os outros nem sempre é correto pois nem sempre sabemos o outro lado da história ou o que motiva alguém a tomar determinadas atitudes.
A história não se prende apenas ao relacionamento das três. Os personagens secundários que cercam a propriedade dos Ballantyne tem papéis fundamentais que contribuem para enriquecer o enredo com suas histórias que acabam se entrelaçando com a principal por terem alguma influência sobre as personagens principais.
Pelo foco maior estar em Sabine, quando as revelações sobre Joy e Kate começaram a aparecer eu não estava tão empolgada. Por mais que elas tenham sido importantes e fundamentais na história. senti que a real protagonista era Sabine e me apeguei mais a ela e a seus problemas.
Em Busca de Abrigo retrata a história de uma família com as estruturas abaladas, cuja realidade é contraditória e afetada por muitos segredos. O leitor é transportado para o mundo de cada uma delas, as descrições detalhadas do ambiente, das situações e dos sentimentos soam muito verdadeiras e intensas e é possível até mesmo visualizar o que se passa. A autora aborda questões que podem prejudicar e até destruir uma família, mas sobretudo evidencia a segunda chance como algo importante e necessário, mesmo que pra isso seja necessário engolir o orgulho e ceder para ouvir o que o próximo tem a dizer, afinal, errar é humano e não custa nada tentar entender o que levou alguém a fazer uma escolha errada... Pode não ter sido com a pior das intenções...
Comecei o livro com uma perspectiva das personagens mas a medida que a história avança, elas vão sendo moldadas a partir das revelações que são feitas ou fatos que ocorreram no passado que acabam interferindo e refletindo no presente. Me irritei, tive pena, tive compaixão, e esse misto de sensações cruas que a leitura me proporcionou me fez enxergar que as mudanças surgem de acordo com a experiência, mesmo que o final não seja cor-de-rosa, afinal, a vida não para e sempre vai existir desafios e obstáculos, grandes ou pequenos, a serem enfrentados.
A capa, como eu mencionei no início, está bastante atrativa e combina com os outros sucessos da autora publicados pela Intrínseca. Encarei isso como uma enorme consideração pelos leitores e fãs da autora que gostam de manter a coleção toda combinando ♥ Bertrand, sua linda! O diferencial é que o título é em alto relevo e tem aplicação em verniz. As páginas são amarelas, a diagramação é simples e a revisão está impecável.
Posso afirmar que por ter sido o primeiro livro da autora, é perceptível que os mais recentes são mais bem escritos e mais envolventes, mas isso não desmerece esta obra. Fiquei satisfeita em saber que a autora evoluiu pra melhor e que suas histórias conseguem ser marcantes e inesquecíveis.
Para quem procura por um bom drama familiar vivenciado por personagens reais e narrado sob um estilo de escrita sutil mas ainda assim bastante memorável, recomendo.
Estudo Independente - Joelle Charbonneau
27 de julho de 2015
Lido em: Julho de 2015
Título: Estudo Independente - O Teste #2
Autora: Joelle Charbonneau
Editora: Única
Gênero: Distopia/YA
Ano: 2014
Páginas: 320
Nota: ★★★★★♥
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Estudo Independente é o segundo volume da trilogia O Teste escrita pela autora Joelle Charbonneau e lançado no Brasil pela Única.
A história se passa num cenário distópico em que o mundo foi assolado devido aos problemas que surgiram após os Sete Estágios da Guerra. A Comunidade das Nações Unificadas surgiu para que pudessem recriar o que foi destruído através do trabalho dos sobreviventes de acordo com o que tinham conhecimento. Dessa forma, foram estabelecidas dezoito colônias para que cada uma delas pudesse suprir as demandas de acordo com as habilidades dos moradores. Tosu City é a capital e lá é realizado o chamado Teste, em que adolescentes com alto nível de inteligência são selecionados e enviados para tentar passar pelas provas. Os bem sucedidos podem ingressar na universidade se formando como líderes das colônias dando continuidade ao trabalho de reconstrução do planeta.
Cia participou do Teste e conseguiu sobreviver aos perigos que teve que enfrentar e agora chegou a hora de ir para a universidade garantindo seu lugar como líder da Comunidade. Ela teve a memória apagada para que não pudesse se lembrar de todos os horrores que viveu durante o Teste mas ela havia gravado a própria voz contando sobre como o Teste funciona... Agora cabe a Cia decidir se vai manter o que sabe em segredo a fim de proteger a si mesma e a quem ama, ou expor tudo colocando em risco o futuro da Comunidade.
O que ela não esperava era ser designada para um curso que não imaginava fazer. Tendo aptidão para engenharia mecânica, ela se surpreendeu ao ser enviada para o curso de futuros gestores do governo! Tudo é muito complexo e os veteranos ainda vão testar os calouros fazendo com que eles passem por uma iniciação que funciona com testes difíceis e perigosos e a permanência na universidade vai depender do sucesso que os calouros obtiverem aqui.
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Cia, a história continua com um ritmo frenético e viciante. Cia continua uma protagonista incrível tendo em mente que o fracasso não é uma opção e todos aqueles que saírem da linha são penalizados com a morte já que ambiente mais hostil não há. Não se pode confiar em ninguém pois cada um é por si e não há hesitação quando o assunto é se livrar da concorrência.
Em todas as distopias que já li sempre há o elemento resistente, e nesse livro não é diferente. Um grupo planeja derrubar o sistema de Testes e a ida de Cia para o curso de gestão pode não ter sido obra do acaso... Logo, por mais que haja ação e situações de tirar o fôlego, Estudo Independente é mais voltado para a investigação de Cia sobre o quê realmente é o Teste. Ela só pode contar com as informações que gravou e decide descobrir se tudo aquilo condiz com a verdade. Tomas, o par "romântico" de Cia também passou no Teste mas ela não pode chamar atenção de ninguém ficando muito próxima a ele, afinal, todos são rivais e as aparências devem ser mantidas. Um ponto bacana é que não há aprofundamento no romance e ele pode soar um pouco superficial, mas levando em consideração a situação em que eles se encontram, há assuntos muito mais importantes em jogo do que um namorico e achei super adequado a autora deixar isso em segundo plano.
Tomas deixou de ter um destaque por ter sido designado a outro curso, e quem aparece mais é Will, e o dilema de não poder confiar em ninguém continua. Cia pelo menos termina a história tendo consciência do que deve ser feito, mesmo que precise lidar com a constante desconfiança no que diz respeito aos concorrentes e ao próprio governo.
A história ainda aborda temas que acabam por serem uma crítica à sociedade mostrando que dentro da política há quem se beneficie por estar próximo a quem detém o poder, além de mostrar que é difícil suprir as necessidades dos cidadãos quando eles estão em grande quantidade.
Título: Estudo Independente - O Teste #2
Autora: Joelle Charbonneau
Editora: Única
Gênero: Distopia/YA
Ano: 2014
Páginas: 320
Nota: ★★★★★♥
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Cia Vale tem dezessete anos e tem tudo o que sempre sonhou: um amor perfeito, um lugar na universidade e um futuro como uma das líderes da Comunidade das Nações Unificadas. No entanto, apesar de todos os esforços do governo para apagar a memória de Cia, ela ainda lembra o que aconteceu. Ela precisa escolher entre ficar em silêncio e proteger a si mesma e as pessoas que ama ou expor o Teste e o que ele na verdade é, um programa assassino que deve ser impedido. O futuro da Comunidade depende dela.
No segundo volume da saga de Joelle Charbonneau, a chance de fazer parte da revitalização de uma civilização pós-guerra colide com o desejo de fazer oque o coração manda.
Resenha: Estudo Independente é o segundo volume da trilogia O Teste escrita pela autora Joelle Charbonneau e lançado no Brasil pela Única.
Por se tratar da continuação de O Teste, primeiro volume da trilogia, esta resenha pode ter spoilers!
A história se passa num cenário distópico em que o mundo foi assolado devido aos problemas que surgiram após os Sete Estágios da Guerra. A Comunidade das Nações Unificadas surgiu para que pudessem recriar o que foi destruído através do trabalho dos sobreviventes de acordo com o que tinham conhecimento. Dessa forma, foram estabelecidas dezoito colônias para que cada uma delas pudesse suprir as demandas de acordo com as habilidades dos moradores. Tosu City é a capital e lá é realizado o chamado Teste, em que adolescentes com alto nível de inteligência são selecionados e enviados para tentar passar pelas provas. Os bem sucedidos podem ingressar na universidade se formando como líderes das colônias dando continuidade ao trabalho de reconstrução do planeta.
Cia participou do Teste e conseguiu sobreviver aos perigos que teve que enfrentar e agora chegou a hora de ir para a universidade garantindo seu lugar como líder da Comunidade. Ela teve a memória apagada para que não pudesse se lembrar de todos os horrores que viveu durante o Teste mas ela havia gravado a própria voz contando sobre como o Teste funciona... Agora cabe a Cia decidir se vai manter o que sabe em segredo a fim de proteger a si mesma e a quem ama, ou expor tudo colocando em risco o futuro da Comunidade.
O que ela não esperava era ser designada para um curso que não imaginava fazer. Tendo aptidão para engenharia mecânica, ela se surpreendeu ao ser enviada para o curso de futuros gestores do governo! Tudo é muito complexo e os veteranos ainda vão testar os calouros fazendo com que eles passem por uma iniciação que funciona com testes difíceis e perigosos e a permanência na universidade vai depender do sucesso que os calouros obtiverem aqui.
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Cia, a história continua com um ritmo frenético e viciante. Cia continua uma protagonista incrível tendo em mente que o fracasso não é uma opção e todos aqueles que saírem da linha são penalizados com a morte já que ambiente mais hostil não há. Não se pode confiar em ninguém pois cada um é por si e não há hesitação quando o assunto é se livrar da concorrência.
Em todas as distopias que já li sempre há o elemento resistente, e nesse livro não é diferente. Um grupo planeja derrubar o sistema de Testes e a ida de Cia para o curso de gestão pode não ter sido obra do acaso... Logo, por mais que haja ação e situações de tirar o fôlego, Estudo Independente é mais voltado para a investigação de Cia sobre o quê realmente é o Teste. Ela só pode contar com as informações que gravou e decide descobrir se tudo aquilo condiz com a verdade. Tomas, o par "romântico" de Cia também passou no Teste mas ela não pode chamar atenção de ninguém ficando muito próxima a ele, afinal, todos são rivais e as aparências devem ser mantidas. Um ponto bacana é que não há aprofundamento no romance e ele pode soar um pouco superficial, mas levando em consideração a situação em que eles se encontram, há assuntos muito mais importantes em jogo do que um namorico e achei super adequado a autora deixar isso em segundo plano.
Tomas deixou de ter um destaque por ter sido designado a outro curso, e quem aparece mais é Will, e o dilema de não poder confiar em ninguém continua. Cia pelo menos termina a história tendo consciência do que deve ser feito, mesmo que precise lidar com a constante desconfiança no que diz respeito aos concorrentes e ao próprio governo.
A história ainda aborda temas que acabam por serem uma crítica à sociedade mostrando que dentro da política há quem se beneficie por estar próximo a quem detém o poder, além de mostrar que é difícil suprir as necessidades dos cidadãos quando eles estão em grande quantidade.
Eu já tinha gostado bastante da construção da protagonista no livro anterior e nesse segundo posso dizer que me rendi a personalidade forte e aos valores que Cia cultiva. Ela tem medo, desconfianças e usa a inteligência e a razão sempre. Muitas vezes precisa agir por instinto mas ela sabe muito bem que pra cada ação há uma reação e tem consciência do que sua decisões podem causar.
Sobre a parte gráfica, a capa faz o mesmo estilo do primeiro e é linda. Cheia de detalhes em verniz e alto relevo no título e no símbolo. As páginas são amarelas, a diagramação é simples e encontrei alguns erros na revisão do livro, mas nada que estrague o prazer que é ler essa história completamente empolgante que deixa nossa adrenalina nas alturas.
Sobre a parte gráfica, a capa faz o mesmo estilo do primeiro e é linda. Cheia de detalhes em verniz e alto relevo no título e no símbolo. As páginas são amarelas, a diagramação é simples e encontrei alguns erros na revisão do livro, mas nada que estrague o prazer que é ler essa história completamente empolgante que deixa nossa adrenalina nas alturas.
Estudo Independente é uma trama inteligente que não tem só o propósito de entreter, mas de fazer com que o leitor reflita sobre problemas que a sociedade pode enfrentar quando ela está nas mãos de pessoas cruéis e sem valores. Pra quem procura por uma distopia cheia de ação e que testa os limites não só dos personagens, mas também do próprio leitor. Com certeza é uma das melhores distopias já escritas. Ansiosa pelo último livro, A Formatura.
Um Amor Escandaloso - Patricia Cabot
26 de julho de 2015
Lido em: Julho de 2015
Título: Um Amor Escandaloso
Autora: Patricia Cabot (Meg Cabot)
Editora: Record
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 378
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Um Amor Escandaloso, escrito por Patricia Cabot e publicado no Brasil pela Editora Record é um romance de época que se passa no ano de 1879 em Londres e traz como protagonistas Kate Mayhew e Burke Traherne.
A cena de um homem carregando uma jovem nos ombros enquanto ela se debatia tentando escapar foi o bastante para fazer Kate agir. A fim de ajudar a moça a se livrar daquele "sequestro", Kate logo intimida o raptor cutucando seu peito com a ponta de seu inseparável guarda-chuva ameaçando chamar a polícia caso ele não desistisse da ideia de se aproveitar daquela jovem indefesa. Mas mal sabia ela que se tratava de uma briga entre Isabel e seu pai, o marquês de Wingate, Burke Traherne, e que graças a sua intromissão e coragem de enfrentar aquele homem rude e truculento ela acabaria sendo contratada como dama de companhia da jovem e que isso iria mudar sua vida.
Lorde Burke tem um título que lhe inspira respeito na cidade, mas ter sido traído pela esposa fez com que seu coração virasse pedra, e isso o transformou em alguém extremamente frio que vive sob o juramento de que nunca mais vai se casar. A própria sociedade não faz questão de esquecer do vexame e tal decepção amorosa fez com que ele acreditasse que o que não se pode controlar não deve ser incentivado e que o amor é pura ilusão e bobagem. Ele, então, mantém amantes com as quais só tem um relacionamento físico, um envolvimento puramente carnal.
Mas a aproximação de Kate começa a mexer com seus sentimentos e tudo indica que é recíproco. Kate se vê atraída por aquele homem grosseiro por quem jurou nunca se apaixonar. Burke, apavorado por não conseguir controlar seus sentidos, tenta de todas as formas não se envolver num relacionamento amoroso mas também não quer se ver livre da jovem e bela Kate.
Narrado em terceira pessoa em meio a uma escrita mais floreada, mas ainda assim bastante fácil e fluída a fim de combinar com a época em que a história se passa, conhecemos um pouco mais da história de Kate e de Burke e como eles embarcam num relacionamento que vai contra seus princípios mas que fará com que eles superem seus próprios limites quando decidem se render ao desejo e à atração inevitável que sentem um pelo outro. E por mais que a história seja encantadora e ainda traga um toque de mistério, ainda podemos perceber um ar cômico devido as atitudes características e hilárias dos personagens que tornam a história bastante engraçada.
Kate é uma personagem forte, determinada e culta. Ela adora ler e ainda se refere aos livros como sendo sua família. Sua história de vida não é muito feliz e ela carrega traumas envolvendo seus pais, mas sua garra para seguir em frente é o que a motiva. Ela é simpática e amável a ponto de conquistar as pessoas, mas firme o bastante para colocá-las em seu devido lugar quando necessário. Ela é desconfiada mas sua lealdade perante aqueles que ama é sem igual. Seu rosto expressivo não é capaz de esconder suas emoções, sendo o oposto de Burke, que após o episódio com a esposa infiel se fechou para o amor. Ele é o tipo personagem viril que tem urgência em ter o que quer, quando quer. Ele perde a paciência com facilidade, tem ataques de fúria e atira qualquer coisa ou qualquer um pela janela, mas como pode um homem que, assim como Kate, também ama ler ser tão rude e não ter sensibilidade? Toda aquela truculência, no mínimo, só serve para mascarar o que ele tanto teme mas ele é capaz, sim, de rever seus conceitos quando o coração bate mais forte... E ele percebe que Kate é diferente o bastante para que ele possa, enfim, ceder. Posso dizer que eles tem pontos em comum, pois ambos possuem um "escândalo" em particular em suas vidas e foram marcados pela perda, e isso fez com que eles criassem uma resistência quando o assunto é se apegar ou confiar em alguém.
Um ponto muito bacana na história é a construção de Isabel, filha mimada de Burke. A habilidade que ela tem em fazer com que o pai perca a paciência devido a sua busca incansável por um marido nos eventos da alta sociedade não só serve para dar um ar leve à história, como também para mostrar a Burke que, apesar de tudo o que a garota apronta, ela tem os próprios sonhos e ideais e aprende com os próprios erros.
Além dos diálogos, os personagens secundários também foram responsáveis por enriquecer bastante o enredo e todos tem importância fundamental para o desfecho.
Por mais que o final tenha sido previsível e corrido, foi mais do que satisfatório poder embarcar numa leitura onde os personagens evoluem com suas novas descobertas e que descobrem sentimentos dentro de si mesmos os tornando capazes de se redimirem em nome de um sentimento ainda maior e melhor do que aqueles que os tornaram fechados. A história aborda sentimentos que acabam por destruir alguém mais fraco, como a vergonha, o ressentimento, a desconfiança e o ódio, sentimentos estes que podem ser superados se os envolvidos permitirem que isso aconteça e se deixem levar pelo desejo e pelo amor, logo, o livro foi além das minhas expectativas.
A edição da Record está impecável. A capa combina com os demais livros sobre romance de época da autora e o título é em alto relevo. As páginas são amarelas, a fonte é grande e os capítulos são curtos, o que colabora para uma leitura bem rápida.
Para quem procura por um romance de época bastante palpável, com personagens dinâmicos e muito bem construídos, que deixam aflorar romantismo, sensualidade e muita paixão enquanto é regado a mistérios e toques de muito bom humor, é leitura mais do que recomendada.
Título: Um Amor Escandaloso
Autora: Patricia Cabot (Meg Cabot)
Editora: Record
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 378
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando a bela Kate Mayhew é contratada como dama de companhia de Isabel, filha de Burke Traherne, o marquês de Wingate se vê numa situação complicada. Por um lado, tem consciência de que a Srta. Mayhew é exatamente o que a jovem precisa, mas, ao admiti-la em sua casa, o marquês é obrigado a controlar a atração que sente pela moça. O grande inconveniente é que o cargo que ela ocupa a impede de se tornar uma de suas amantes. E Burke vive sob o juramento de nunca mais se casar, depois de ter flagrado a ex-esposa num ato de traição.
Já a Srta. Mayhew não consegue parar de pensar em um homem pelo qual jurou nunca se apaixonar, e esconde um escândalo do passado. Ousará a bela moça lutar contra seus desejos e os fantasmas que parecem persegui-la? O homem que frequenta seus sonhos mais despudorados e o que habita seus piores pesadelos aproxima-se cada vez mais, e ela não sabe por quanto tempo mais conseguirá suportar.
Resenha: Um Amor Escandaloso, escrito por Patricia Cabot e publicado no Brasil pela Editora Record é um romance de época que se passa no ano de 1879 em Londres e traz como protagonistas Kate Mayhew e Burke Traherne.
A cena de um homem carregando uma jovem nos ombros enquanto ela se debatia tentando escapar foi o bastante para fazer Kate agir. A fim de ajudar a moça a se livrar daquele "sequestro", Kate logo intimida o raptor cutucando seu peito com a ponta de seu inseparável guarda-chuva ameaçando chamar a polícia caso ele não desistisse da ideia de se aproveitar daquela jovem indefesa. Mas mal sabia ela que se tratava de uma briga entre Isabel e seu pai, o marquês de Wingate, Burke Traherne, e que graças a sua intromissão e coragem de enfrentar aquele homem rude e truculento ela acabaria sendo contratada como dama de companhia da jovem e que isso iria mudar sua vida.
Lorde Burke tem um título que lhe inspira respeito na cidade, mas ter sido traído pela esposa fez com que seu coração virasse pedra, e isso o transformou em alguém extremamente frio que vive sob o juramento de que nunca mais vai se casar. A própria sociedade não faz questão de esquecer do vexame e tal decepção amorosa fez com que ele acreditasse que o que não se pode controlar não deve ser incentivado e que o amor é pura ilusão e bobagem. Ele, então, mantém amantes com as quais só tem um relacionamento físico, um envolvimento puramente carnal.
Mas a aproximação de Kate começa a mexer com seus sentimentos e tudo indica que é recíproco. Kate se vê atraída por aquele homem grosseiro por quem jurou nunca se apaixonar. Burke, apavorado por não conseguir controlar seus sentidos, tenta de todas as formas não se envolver num relacionamento amoroso mas também não quer se ver livre da jovem e bela Kate.
Narrado em terceira pessoa em meio a uma escrita mais floreada, mas ainda assim bastante fácil e fluída a fim de combinar com a época em que a história se passa, conhecemos um pouco mais da história de Kate e de Burke e como eles embarcam num relacionamento que vai contra seus princípios mas que fará com que eles superem seus próprios limites quando decidem se render ao desejo e à atração inevitável que sentem um pelo outro. E por mais que a história seja encantadora e ainda traga um toque de mistério, ainda podemos perceber um ar cômico devido as atitudes características e hilárias dos personagens que tornam a história bastante engraçada.
Kate é uma personagem forte, determinada e culta. Ela adora ler e ainda se refere aos livros como sendo sua família. Sua história de vida não é muito feliz e ela carrega traumas envolvendo seus pais, mas sua garra para seguir em frente é o que a motiva. Ela é simpática e amável a ponto de conquistar as pessoas, mas firme o bastante para colocá-las em seu devido lugar quando necessário. Ela é desconfiada mas sua lealdade perante aqueles que ama é sem igual. Seu rosto expressivo não é capaz de esconder suas emoções, sendo o oposto de Burke, que após o episódio com a esposa infiel se fechou para o amor. Ele é o tipo personagem viril que tem urgência em ter o que quer, quando quer. Ele perde a paciência com facilidade, tem ataques de fúria e atira qualquer coisa ou qualquer um pela janela, mas como pode um homem que, assim como Kate, também ama ler ser tão rude e não ter sensibilidade? Toda aquela truculência, no mínimo, só serve para mascarar o que ele tanto teme mas ele é capaz, sim, de rever seus conceitos quando o coração bate mais forte... E ele percebe que Kate é diferente o bastante para que ele possa, enfim, ceder. Posso dizer que eles tem pontos em comum, pois ambos possuem um "escândalo" em particular em suas vidas e foram marcados pela perda, e isso fez com que eles criassem uma resistência quando o assunto é se apegar ou confiar em alguém.
Um ponto muito bacana na história é a construção de Isabel, filha mimada de Burke. A habilidade que ela tem em fazer com que o pai perca a paciência devido a sua busca incansável por um marido nos eventos da alta sociedade não só serve para dar um ar leve à história, como também para mostrar a Burke que, apesar de tudo o que a garota apronta, ela tem os próprios sonhos e ideais e aprende com os próprios erros.
Além dos diálogos, os personagens secundários também foram responsáveis por enriquecer bastante o enredo e todos tem importância fundamental para o desfecho.
Por mais que o final tenha sido previsível e corrido, foi mais do que satisfatório poder embarcar numa leitura onde os personagens evoluem com suas novas descobertas e que descobrem sentimentos dentro de si mesmos os tornando capazes de se redimirem em nome de um sentimento ainda maior e melhor do que aqueles que os tornaram fechados. A história aborda sentimentos que acabam por destruir alguém mais fraco, como a vergonha, o ressentimento, a desconfiança e o ódio, sentimentos estes que podem ser superados se os envolvidos permitirem que isso aconteça e se deixem levar pelo desejo e pelo amor, logo, o livro foi além das minhas expectativas.
A edição da Record está impecável. A capa combina com os demais livros sobre romance de época da autora e o título é em alto relevo. As páginas são amarelas, a fonte é grande e os capítulos são curtos, o que colabora para uma leitura bem rápida.
Para quem procura por um romance de época bastante palpável, com personagens dinâmicos e muito bem construídos, que deixam aflorar romantismo, sensualidade e muita paixão enquanto é regado a mistérios e toques de muito bom humor, é leitura mais do que recomendada.
O Sol é Para Todos - Harper Lee
25 de julho de 2015
Lido em: Julho de 2015
Título: O Sol é Para Todos - To Kill a Mockingbird #1
Autora: Harper Lee
Editora: José Olympio
Gênero: Romance/Clássico
Ano: 2015
Páginas: 350
Nota: ★★★★★♥
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: O Sol é Para Todos é um clássico da literatura norte-americana escrito em 1960 pela renomada autora Harper Lee. Esta é a nova edição lançada pelo selo José Olympio do Grupo Editorial Record e conta com nova tradução e novo projeto gráfico.
A história se passa nos anos 30, na época da Depressão, no vilarejo de Maycomb, Alabama.
Enquanto os estados no norte do país defendiam a ideia de que todos são iguais, os estados do sul mantinham a postura firme ao apoiarem a escravidão e praticavam a discriminação racial de forma praticamente livre.
Jean Louise, ou "Scout", é uma garotinha de oito anos, órfã de mãe desde os dois. Ela e o irmão mais velho, Jem, são criados pelo pai e por Calpúrnia, uma governanta negra, desde então.
Durante as férias de verão, as crianças conheceram Dill e viviam brincando juntas, mas a casa de um vizinho em particular chamava atenção delas. Boo Radley era um garoto recluso e não era visto por ninguém da cidade por nunca sair de casa. As crianças brincavam que sua casa era assombrada e procuravam maneiras de descobrir o que Boo estava fazendo.
Mas tudo começa quando o operário Tom Robinson, um homem negro, é acusado injustamente de estuprar uma mulher branca, e Atticus Finch, o pai das crianças e advogado, é indicado para defendê-lo no tribunal. O problema é que, por serem racistas, grande parte dos habitantes ficou revoltada com a ideia de Atticus defender um negro e tal revolta acabou afetando seus filhos.
O desenrolar da história segue pelos olhos de Scout, que diferente dos adultos, ainda consegue enxergar as coisas com extrema inocência e pureza e não entende porque as pessoas que parecem ser tão boas são capazes de terem atitudes tão horríveis.
Com uma escrita simples e fluída, o livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Scout e posso dizer que foi uma experiência muito agradável acompanhá-la em sua busca pela compreensão do mundo, mesmo que revoltante em vários pontos. Por ela ser criança, a história é contada da forma como ela enxerga as coisas com uma clareza sem tamanho, e por mais que os temas abordados sejam delicados, já que se trata de preconceito, o jeito doce e inocente de Scout em contar a história, mesmo que de forma limitada, só colabora para que a leitura seja admirável por sabermos que nem tudo está perdido e que existem, sim, pessoas boas em meio a escória.
Acredito que o principal tema do qual o livro trata é a moral humana, pois vemos Atticus, um homem com incrível disposição em fazer o bem sem se ver a quem, que educa os filhos para serem pessoas de bom caráter assim como ele é, permitindo que eles formem a própria opinião, mesmo que ele próprio passe a sofrer represálias por estar do lado de um negro e se torne alvo do preconceito ao ter seus valores postos a prova devido a ignorância alheia. Ele quer ensinar aos filhos que não se deve desistir mesmo que tudo pareça estar acabado e perdido. Sempre há esperança quando as intenções são boas. Ele com certeza marcou a história pois, além de dar bons exemplos para Scout e Jem, acaba dando lições para o próprio leitor.
Scout é uma das protagonistas mais incríveis que já tive o prazer de conhecer e acho que a forma como foi criada pelo pai foi o maior motivo de ela ser fiel a si mesma a partir do que entende e do que vê, pois ele a encoraja a ser quem é em vez de seguir os estereótipos femininos da época.
A história de Boo que se passa de forma paralela também é muito interessante visto que, às vezes, as pessoas preferem se esconder a fim de manterem um tipo de segurança pessoal ou ainda se juntarem a quem não podem vencer. Não que isso seja o correto, mas é a forma como muitas pessoas usam para lidarem com o que não entendem ou não aceitam, como se virar as costas fosse a solução. A autora foi genial em fazer críticas através dessas situações e personagens que ela criou (ou talvez tenha se inspirado em pessoas da própria família) sobre tudo o que há de errado.
Título: O Sol é Para Todos - To Kill a Mockingbird #1
Autora: Harper Lee
Editora: José Olympio
Gênero: Romance/Clássico
Ano: 2015
Páginas: 350
Nota: ★★★★★♥
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto forte, melodramático, sutil, cômico (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.
Resenha: O Sol é Para Todos é um clássico da literatura norte-americana escrito em 1960 pela renomada autora Harper Lee. Esta é a nova edição lançada pelo selo José Olympio do Grupo Editorial Record e conta com nova tradução e novo projeto gráfico.
A história se passa nos anos 30, na época da Depressão, no vilarejo de Maycomb, Alabama.
Enquanto os estados no norte do país defendiam a ideia de que todos são iguais, os estados do sul mantinham a postura firme ao apoiarem a escravidão e praticavam a discriminação racial de forma praticamente livre.
Jean Louise, ou "Scout", é uma garotinha de oito anos, órfã de mãe desde os dois. Ela e o irmão mais velho, Jem, são criados pelo pai e por Calpúrnia, uma governanta negra, desde então.
Durante as férias de verão, as crianças conheceram Dill e viviam brincando juntas, mas a casa de um vizinho em particular chamava atenção delas. Boo Radley era um garoto recluso e não era visto por ninguém da cidade por nunca sair de casa. As crianças brincavam que sua casa era assombrada e procuravam maneiras de descobrir o que Boo estava fazendo.
Mas tudo começa quando o operário Tom Robinson, um homem negro, é acusado injustamente de estuprar uma mulher branca, e Atticus Finch, o pai das crianças e advogado, é indicado para defendê-lo no tribunal. O problema é que, por serem racistas, grande parte dos habitantes ficou revoltada com a ideia de Atticus defender um negro e tal revolta acabou afetando seus filhos.
O desenrolar da história segue pelos olhos de Scout, que diferente dos adultos, ainda consegue enxergar as coisas com extrema inocência e pureza e não entende porque as pessoas que parecem ser tão boas são capazes de terem atitudes tão horríveis.
Com uma escrita simples e fluída, o livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Scout e posso dizer que foi uma experiência muito agradável acompanhá-la em sua busca pela compreensão do mundo, mesmo que revoltante em vários pontos. Por ela ser criança, a história é contada da forma como ela enxerga as coisas com uma clareza sem tamanho, e por mais que os temas abordados sejam delicados, já que se trata de preconceito, o jeito doce e inocente de Scout em contar a história, mesmo que de forma limitada, só colabora para que a leitura seja admirável por sabermos que nem tudo está perdido e que existem, sim, pessoas boas em meio a escória.
Acredito que o principal tema do qual o livro trata é a moral humana, pois vemos Atticus, um homem com incrível disposição em fazer o bem sem se ver a quem, que educa os filhos para serem pessoas de bom caráter assim como ele é, permitindo que eles formem a própria opinião, mesmo que ele próprio passe a sofrer represálias por estar do lado de um negro e se torne alvo do preconceito ao ter seus valores postos a prova devido a ignorância alheia. Ele quer ensinar aos filhos que não se deve desistir mesmo que tudo pareça estar acabado e perdido. Sempre há esperança quando as intenções são boas. Ele com certeza marcou a história pois, além de dar bons exemplos para Scout e Jem, acaba dando lições para o próprio leitor.
Scout é uma das protagonistas mais incríveis que já tive o prazer de conhecer e acho que a forma como foi criada pelo pai foi o maior motivo de ela ser fiel a si mesma a partir do que entende e do que vê, pois ele a encoraja a ser quem é em vez de seguir os estereótipos femininos da época.
A história de Boo que se passa de forma paralela também é muito interessante visto que, às vezes, as pessoas preferem se esconder a fim de manterem um tipo de segurança pessoal ou ainda se juntarem a quem não podem vencer. Não que isso seja o correto, mas é a forma como muitas pessoas usam para lidarem com o que não entendem ou não aceitam, como se virar as costas fosse a solução. A autora foi genial em fazer críticas através dessas situações e personagens que ela criou (ou talvez tenha se inspirado em pessoas da própria família) sobre tudo o que há de errado.
O livro não mostra apenas os resquícios da crise econômica que afetou os EUA naquela época ou as referências as demais crueldades que o homem é capaz de cometer, mas evidencia também a crise pela qual a própria consciência humana passou, e que ainda passa em vários casos que podemos acompanhar hoje em dia. É triste saber que a sociedade foi - e ainda é - hipócrita o suficiente para culpar quem julga ser alguém "inferior" em vez de assumir a incapacidade de lidar com os próprios problemas.
O Sol é Para Todos é aquele tipo de livro que deve ser lido e relido. É uma leitura obrigatória para todos e ao ler senti que a autora quis mostrar que suas palavras podem funcionar como um tipo de luz, um guia que permite que as pessoas vejam que permanecer no caminho da bondade, sendo honestas e tratando o outro como igual é o que não só faz com que sejamos melhores como pessoas, mas que o mundo também seja um lugar melhor de se viver.
Jardim dos Corais - Editora Escala
24 de julho de 2015
Colorido em: Julho de 2015
Título: Jardim dos Corais
Editora: Escala
Gênero: Arterapia/Livro de Colorir
Ano: 2015
Páginas: 100
Nota: ★★★★★
Resenha: Jardim dos Corais, lançado pela Editora Escala é um livro de colorir para adultos com propósito de estimular a criatividade e combater o estresse.
O livro traz elementos e formas encontradas no oceano e, ao combinar as cores ideais que representam o fundo do mar, o efeito é bastante relaxante.
Antes de começar a colorir, o livro traz algumas páginas com informações muito interessantes sobre o efeito que a água causa nas pessoas e ao quê este elemento está ligado, além de falar um pouquinho sobre a cultura havaiana e como os nativos estão ligados ao ambiente, tanto física quanto espiritualmente. Outros povos das mais diversas épocas também utilizavam a água com finalidade terapêutica, seja antes ou depois de Cristo e a prática se estende até os dias atuais.
A atmosfera marítima é algo que, só de observar, seja ao vivo ou através de imagens, desperta sensações bem tranquilizantes nas pessoas, e a ideia de poder colorir algo que já faz bem só de estar alí, de forma natural, é incrível. O livro ainda oferece um guia exclusivo sobre as cores, mostrando que além de elas terem significado, funcionam melhor quando são combinadas de forma harmônica.
Os elementos encontrados no mar formam um cenário exuberante quando estão juntos e ter a oportunidade de colorir corais e outros elementos e animais marítimos é uma terapia mais do que indicada.
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Título: Jardim dos Corais
Editora: Escala
Gênero: Arterapia/Livro de Colorir
Ano: 2015
Páginas: 100
Nota: ★★★★★
Sinopse: Este livro para colorir reproduz o mistério, a graça e a harmonia de todas as formas naturais do ambiente marítimo.
No horizonte, o mar é uma linha azul que sempre intrigou e fascinou os homens. E desde a antiguidade a água é considerada a fonte que dá origem à vida. Na literatura cristã, passando pela mitologia hindu e até no Alcorão, este elemento simboliza a origem de todas as criaturas do universo.
Faça uma pausa na correria do dia a dia e estimule sua criatividade mesclando todas as cores e tons de um verdadeiro jardim de corais. Além de aliviar o estresse, esta prática lúdica pode ser uma ponte entre o corpo e a alma, nutrindo seu inconsciente com matizes que acalmam e equilibram.
Mergulhe nessa ideia!
Resenha: Jardim dos Corais, lançado pela Editora Escala é um livro de colorir para adultos com propósito de estimular a criatividade e combater o estresse.
O livro traz elementos e formas encontradas no oceano e, ao combinar as cores ideais que representam o fundo do mar, o efeito é bastante relaxante.
Antes de começar a colorir, o livro traz algumas páginas com informações muito interessantes sobre o efeito que a água causa nas pessoas e ao quê este elemento está ligado, além de falar um pouquinho sobre a cultura havaiana e como os nativos estão ligados ao ambiente, tanto física quanto espiritualmente. Outros povos das mais diversas épocas também utilizavam a água com finalidade terapêutica, seja antes ou depois de Cristo e a prática se estende até os dias atuais.
A atmosfera marítima é algo que, só de observar, seja ao vivo ou através de imagens, desperta sensações bem tranquilizantes nas pessoas, e a ideia de poder colorir algo que já faz bem só de estar alí, de forma natural, é incrível. O livro ainda oferece um guia exclusivo sobre as cores, mostrando que além de elas terem significado, funcionam melhor quando são combinadas de forma harmônica.
Os elementos encontrados no mar formam um cenário exuberante quando estão juntos e ter a oportunidade de colorir corais e outros elementos e animais marítimos é uma terapia mais do que indicada.
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Promoção - A Rainha Vermelha
23 de julho de 2015
Oie, gente!!
Como não suspirar por uma capa tão linda e ao abrir o livro descobrir que a leitura é tão maravilhosa e empolgante quanto?
Em parceria com a Editora Seguinte o blog Livros e Chocolate irá sortear um exemplar de um dos livros mais incríveis que já li ever: A Rainha Vermelha!
E pra participar e concorrer é super fácil, espiem:
Termos e Condições:
- Ter endereço de entrega em território nacional;
- Curtir a Fanpage do blog Livros e Chocolate;
- Curtir a Fanpage da Editora Seguinte;
- Comentar esta postagem deixando email válido pra contato (é por ele que vou avisar o ganhador do resultado da promo);
- Perfis fakes ou exclusivos pra promoções não serão aceitos. Caso constatado, o ganhador será desclassificado sem aviso prévio;
- Não nos responsabilizamos por danos ou extravios por parte dos correios, nem por um segundo envio em caso de devolução por erro nos dados informados ou entrega sem sucesso;
- Após o resultado o ganhador será comunicado por email. O prazo para responder com os dados é de até 48 horas, caso contrário um novo sorteio será realizado. Em caso de falta de resposta por parte do ganhador, o sorteio será refeito por no máximo 3 vezes. Caso ninguém responda em tempo hábil, o sorteio será cancelado e o livro será utilizado em uma futura promoção;
- Caso o ganhador seja sorteado com uma entrada extra que não tenha sido cumprida, este será desclassificado e será feito novo sorteio;
- Caso o participante cometa plágio ao comentar a resenha (retirando trechos de outras resenhas ou copiando comentários alheios feitos na resenha do mesmo livro em outros blogs), este será desclassificado do sorteio assim que constatado a irregularidade.
- O envio do livro será feito em até 30 dias úteis pela Editora Seguinte após recebimento dos dados do ganhador;
a Rafflecopter giveaway
Boa sorte!
Novidades de Julho - Novo Século
Homem Formiga - Inimigo Natural - Jason Starr
A Revolta do Inquisidor - Raphael Prats
O Primeiro Vampiro - Ewerton Carvalho
Nação - A flor do espírito - Ricardo Stumpf
Sete dias de Lázaro - Luana Minéia
Espelho dos Olhos - Nicolas Catalano
Kitsune - Livro 1 - Fernanda Wolf
Lobas da Lua - Mariana Bermudez
100 Dias na Ilha - Victor Gonçalves
Em “Homem-Formiga: inimigo natural”, o leitor conhecerá a história de Scott Lang, ex-vigarista, pai solteiro e Homem-Formiga nas horas vagas. Ao lado de sua filha, Cassie, Scott encara uma nova vida em Nova York e está determinado a fazer com que tudo dê certo: Cassie estuda numa boa escola, ele tem um emprego estável e, finalmente, sente-se pronto para engatar um novo relacionamento.
Apesar de ter as melhores intenções, o herói não consegue manter-se longe dos holofotes – ou das lentes de aumento –, e não vai demorar muito para que sua nova vida desmorone. Quando um antigo cúmplice da época de crimes vai a julgamento, pai e filha veem-se às voltas com guarda-costas enviados pelo governo a fim de protegê-los. Scott acha isso desnecessário, mas ele desconsidera algo de fundamental importância: o fator adolescência. Quando a situação aperta para o lado de Cassie, Scott não hesita em trazer à tona o poderoso Homem-Formiga. Mas o que esse vilão realmente deseja? Scott e Cassie talvez estejam lutando contra algo muito maior do que eles imaginam.
Novos Talentos da Literatura Brasileira
Mistério de Elêusis: O Mestre do Crime - Márcio SidneyEm sua primeira obra Mistério de Elêusis: O Mestre do Crime, publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira|Novo Século Editora, Sidney nos leva a percorrer um caminho misterioso e obscuro. Na Europa de 2035, um grupo de ladrões age de maneira pouco ortodoxa, avisando com antecedência o dia e horário em que fará seus roubos. Assim, todos os lugares que não possuem um sistema de segurança excepcional, poderão ser o alvo. Mas por que avisar? Qual a motivação por trás desta atitude estranha? E, principalmente, por que furtar apenas o item posto como alvo, em detrimento de um grande roubo? Para responder estas questões, um grupo de especialistas parte em busca de aprisioná-los e por um fim aos crimes. No entanto, é preciso ficar atento, pois nada é o que parece, e a verdade revelada ofusca um mistério ainda maior.
A Revolta do Inquisidor - Raphael Prats
Ambientado na era medieval, o livro conta a história do inquisidor italiano Tommaso Tirabosco que, em meio a uma verdadeira caça às bruxas, decide salvar documentos científicos e filosóficos da fogueira, visando preservar o conhecimento para as futuras gerações. Com este pensamento, Tommaso busca recuperar estes estudos e conta com a ajuda de seu assistente Giancarlo que, juntos, correm contra o tempo a fim de recuperá-los. No entanto, suspeitando das atitudes de rebeldia de seu inquisidor, o bispo Aleixo e o cardeal Agostino lutam para impedir Tommaso e, assim, garantir que estes documentos nunca sejam recuperados, protegendo os dogmas da igreja. Em meio a cidades europeias, no século XVII, Tommaso e seu assistente precisam da ajuda de alguns amigos para cumprir sua missão, antes que sejam eles próprios condenados às chamas da Inquisição.
O Primeiro Vampiro - Ewerton Carvalho
A obra de ficção conduz o leitor a vivenciar a trajetória do pequeno Ohrí, que aos cinco anos é criado pela feiticeira Baba, que o ensina sobre poções que curam e – também – matam. Levado por uma caravana cigana, Ohrí é escravizado por um duque em seu castelo, sendo tomado em seguida como o protegido do Conde Wladimir, que o ensina tudo sobre vingança, em sua forma mais fria. Após ser libertado, Ohrí cresce em um povoado repleto de druidas e celtas, tornando-se adulto e recebendo o nome de Alkahest. A partir daí, ele parte em busca de paz e acaba em meio à Guerra das Cruzadas, ao lado do Rei Ricardo Coração de Leão. Agraciado com uma dádiva enviada das estrelas, Ohrí encontra a tão procurada paz. No entanto, ela não dura muito e um chamado irrecusável o leva a uma armadilha que o faz se considerar o culpado por uma tragédia. Acreditando ser detentor de alguma maldição, parte em busca de respostas.
Nação - A flor do espírito - Ricardo Stumpf
Em Nação – a flor do espírito, o leitor mergulha na história da formação do Brasil, começando pelas suas origens indígenas e a miscigenação causada pelos imigrantes latinos – oriundos do Império Romano -, europeus e africanos. Em formato de saga, o elo de todas as épocas é o amuleto oroboro, símbolo fenício que significa a evolução e o eterno retorno, representado por uma cobra engolindo seu próprio rabo. Ligadas por esse objeto, as gerações se sucedem, desde o século II, até o ano de 1998, no Rio de Janeiro, atravessando, assim, significativos períodos da História.
Sete dias de Lázaro - Luana Minéia
Neste livro, Luana desafia o leitor em suas crenças, pois une várias entidades fantásticas, populares e religiosas para uma batalha moral que poderá exterminar toda a humanidade. Logo no início, temos as perguntas: Você acredita em destino ou acredita que, no dia em que nasceu, toda sua vida já tinha sido escrita com fios de ouro por algum anjo? Ou ainda, acredita em acaso? Que pode mudar seu destino, alterar a rota do seu futuro e enganar a morte? Assim, unindo um espírito maligno foragido das prisões celestiais, um bruxo treinado para enfrentá-lo, um jovem misterioso com magia poderosa e inexplicável e um anjo da guarda em busca da alma perdida de seu protegido, a história se desenrola em uma guerra que pode mudar para sempre a trajetória de toda a humanidade. Lobisomens, elfos, vampiros, anões, centauros... Escolha seu lado, pois, em apenas sete dias, a batalha final será travada.
Espelho dos Olhos - Nicolas Catalano
Em Espelho dos olhos, o jovem autor transita em um mundo de pré-conceitos, em que a cor dos olhos, as Elites e as Classes de Talento são o que importa e faz a diferença.
Neste país vive Evangellyne Allins, que tenta sobreviver a uma escola tirana, enquanto a vida de seu querido pai está em risco. Enquanto se pergunta por que as pessoas a julgam por ser quem é, Evangellyne terá que decidir se valerá a pena enfrentar todos os seus reflexos mais profundos e íntimos pela pessoa mais amada. Tortura. Medo. Aversão. Evangellyne será forçada a descobrir-se e obrigada a arcar com as consequências desoladoras de sua revelação; e seu Espelho dos olhos a transformará inconscientemente.
Kitsune - Livro 1 - Fernanda Wolf
Aficionada por literatura fantástica, a ilustradora e estudante de Artes Visuais Fernanda Wolf, lança sua primeira obra, Kitsune – livro 1, uma mistura de narrativas de diversos personagens em constante evolução, que lutam para atingir objetivos distintos que são – na verdade - um único propósito, revelando uma visão interessante das criaturas de um novo mundo fantasioso.
Inspirada pelos autores J.R.R Tolkien, Raymond E. Feist, Erin Hunter, George R.R. Martin, Alfer Medeiros e Bento de Luca, Fernanda conta a história da jovem estudante Mary Knight Walker que, sentindo-se diferente da maioria das pessoas, é confrontada por um lado desconhecido de sua vida, sendo levada a conhecer um novo mundo e rever suas prioridades para o futuro, sendo constantemente testada durante a jornada. Com ilustrações da própria autora, Kitsune – livro 1, vai encantar todos os leitores ávidos por fantasia e aventura.
Lobas da Lua - Mariana Bermudez
Após sofrer um acidente, Melanie Richards descobre um mundo repleto de criaturas ignoradas pela humanidade, que espreitam e aguardam o momento exato de surgir e, muitas vezes, causar o caos. Nesta nova fase de sua vida, Melanie passa a conhecer a si mesma – durante uma viagem escolar – visualiza lados sobrenaturais de sua amiga Alice e de Mario, seu namorado. Ambos mostram a Melanie mais sobre ela mesma e acabam por abrir uma passagem que lhe permitirá reconhecer que sua vida não mais lhe pertence, mas, na verdade, existe apenas para proteger a humanidade das Trevas.
100 Dias na Ilha - Victor Gonçalves
100 Dias na Ilha conta as aventuras e desventuras de Vicente, durante um período de intercâmbio na Ilha de Manhattan, em Nova York.
Durante 100 dias, Vicente busca respostas a questões interiores, após sofrer uma desilusão amorosa. Na companhia de Robert, o host que o recebe em Nova York, e de Clara, a amiga venezuelana, o brasileiro reflete sobre sua vida, se envolve com algumas pessoas e torna-se adulto. Com uma narrativa leve e honesta, Victor Gonçalves leva o leitor a refletir sobre os aspectos contemporâneos e os dilemas de um jovem da geração X, evidenciando a eterna busca por mudanças, o papel do livre-arbítrio, as relações de amizade, os dogmas religiosos e as questões sobre a homossexualidade.
Novidades de Julho - Companhia das Letras
22 de julho de 2015
Só por Hoje e para Sempre - Diário do recomeço - Renato Russo
Mate Minha Mãe - Jules Feiffer
Gêmeos - Memórias - Allen Shawn
Ai! Que Preguiça!... - O Brasil em 39 poemas fabulosos & alegóricos - Rodolfo W. Guttilla
O Diário de Guantánamo - Mohamedou Ould Slahi
Um Holograma para o Rei - Dave Eggers
Sempre em Movimento - Uma vida - Oliver Sacks
O Poder Ultrajovem - E mais 79 textos em prosa e verso - Carlos Drummond de Andrade
Seis Meses em 1945 - Roosevelt, Stálin, Churchill e Truman - Da Segunda Guerra à Guerra Fria - Michael Dobbs
“Perdi vinte em vinte e nove amizades/ por conta de uma pedra em minhas mãos”, rezam os versos iniciais do álbum O descobrimento do Brasil, lançado pela Legião Urbana em novembro de 1993. Menos de seis meses antes, em abril do mesmo ano, Renato Russo dava entrada na clínica de reabilitação Vila Serena, no Rio de Janeiro, não só para se desvencilhar do álcool e das drogas, como também para mergulhar numa reflexão profunda sobre sua vida.
Os vinte e nove dias que o músico passou ali internado o marcariam profundamente, tanto em sua trajetória pessoal quanto em sua produção artística, conforme revelam as várias letras subsequentes que, a exemplo de “Vinte e nove”, se referem a essa experiência radical de reclusão.
“Passei vinte e nove meses num navio/ e vinte e nove dias na prisão”, segue a canção, “e aos vinte e nove, com o retorno de Saturno,/ decidi começar a viver.” Perfeccionista e exigente em todas as etapas de seu processo criativo, da composição à execução diante do público, o homem que estava à frente da Legião Urbana - uma das bandas de maior sucesso na história da música brasileira - encarou com a mesma obstinação o Programa dos Doze Passos oferecido pela clínica, seguindo à risca os exercícios terapêuticos de escrita propostos.
É esse material inédito que vem à tona depois de mais de vinte anos em Só por hoje e para sempre, atendendo ao desejo do autor de ter sua obra publicada postumamente. Entremeando as memórias de Renato com passagens de autoanálise e um olhar esperançoso para o futuro, esse relato oferece a seus fãs, além de valioso documento histórico, um contato íntimo com o artista e um exemplo decisivo de superação.
“E vinte e nove anjos me saudaram/ E tive vinte e nove amigos outra vez.”Passados mais de vinte anos, vem à tona relato inédito dos dias que o líder da Legião Urbana passou numa clínica de reabilitação para combater a dependência química e reencontrar o equilíbrio.
Mate Minha Mãe - Jules Feiffer
Somando-se a uma carreira lendária que inclui um Pulitzer, um Oscar, um Obie e outras homenagens da National Cartoonist Society e do Writers Guild of America, Jules Feiffer apresenta agora sua primeira graphic novel.
Mate minha mãe é uma vibrante celebração do cinema noir e dos quadrinhos que embalaram sua juventude. Bebendo de Spirit - HQ em que Will Eisner trabalhou nos anos 1940 -, nas obras de Hammett, Chandler, Cain, John Huston e Billy Wilder, e ainda repleto do humor rápido de Feiffer, o livro conta a história de cinco mulheres formidáveis ligadas fatalmente por um detetive decadente e beberrão.
Nesta sua primeira graphic novel, Feiffer injeta energia e vitalidade no gênero.
Gêmeos - Memórias - Allen Shawn
Quando Allen e sua irmã gêmea, Mary, tinham dois anos, os Shawn começaram a perceber sinais de que havia algo errado com a filha do casal. Aos oito anos, ela foi enviada para passar o verão em uma escola especial. O que era para ser uma ausência temporária acabou se transformando em uma internação permanente sem mais explicações, e Mary nunca voltou a viver no seio familiar. Posteriormente, sua condição seria diagnosticada como autismo acrescido de deficiência intelectual.
Décadas mais tarde, ao investigar as origens de sua agorafobia em seu primeiro livro de memórias, Bem que eu queria ir, o compositor Allen Shawn compreendeu que sua angústia estava inextricavelmente ligada à história de sua família. Nesse relato, ele refaz o percurso de sua relação com Mary, desde o berço partilhado nos primeiros meses de vida até a separação abrupta e radical, a fim de entender o papel que a condição de gêmeo e a perda traumatizante da irmã representaram em sua existência e em sua forma de perceber o mundo. Allen perscruta os segredos e a intimidade de seus progenitores - o pai, William Shawn, era o lendário editor da revista The New Yorker e manteve durante décadas, e com anuência da esposa, um caso extraconjugal com a jornalista Lilian Ross - e analisa que impacto tiveram na dinâmica familiar. Revisita autores e textos clássicos sobre o autismo, expõe de maneira clara as diversas formas de tratamento e ainda apresenta a compreensão sobre a doença na década de 1950, quando Mary foi internada, e hoje.
Franco, emocionante, vívido e delicado, o relato de Shawn vai além daquilo a que se propõe: ao término dessa jornada em busca de um afeto perdido, o leitor partilha com o autor a dor de uma perda tão importante, mas também uma “certa ideia expandida do espectro humano”.
Ai! Que Preguiça!... - O Brasil em 39 poemas fabulosos & alegóricos - Rodolfo W. Guttilla
De Cabral aos protestos de junho de 2013, do Marechal Deodoro à Tropicália, de Getúlio Vargas ao Golpe de 1964: os mais variados aspectos e capítulos da vida brasileira são capturados com leveza pela poesia de Rodolfo Guttilla. Seu livro é uma jornada lírica e graciosa por nossa história. Leitores de todas as idades irão se cativar por essa mistura muito bem-feita de poesia e comentário social.
Tomando de empréstimo como título a famosa frase de Macunaíma, de Mário de Andrade, o livro de Guttilla tem como principais inspirações a obra do autor modernista e os poemas de José Paulo Paes (1926-1998), que tratava de assuntos brasileiros com uma graça que influencia os autores mais jovens até hoje.
O Diário de Guantánamo - Mohamedou Ould Slahi
Desde 2002, Mohamedou Slahi está preso no campo de detenção da Baía de Guantánamo, em Cuba. No entanto, os Estados Unidos nunca o acusaram formalmente de um crime. Um juiz federal ordenou sua libertação em março de 2010, mas o governo americano resistiu à decisão e não há perspectiva de libertá-lo.
Três anos depois de sua prisão, Slahi deu início a um diário em que conta sua vida antes de desaparecer sob a custódia americana, o processo interminável de interrogatório e seu cotidiano como prisioneiro em Guantánamo.
Seu diário não é apenas um registro vívido de um erro da Justiça, mas um livro de memórias denso, multifacetado, aterrorizante, sombrio e autoirônico.
Um Holograma para o Rei - Dave Eggers
Em uma próspera cidade da Arábia Saudita, longe da complicada realidade da recessão que assola os Estados Unidos, um empresário em apuros financeiros realiza uma última e desesperada tentativa de evitar a falência completa, pagar a caríssima faculdadeda filha e, talvez, fazer algo de bom e surpreendente com sua vida.
Em Um holograma para o rei, Dave Eggers nos conduz por uma viagem pelo outro lado do mundo e pela comovente e por vezes cômica jornada de um homem para manter a família unida e a vida nos eixos diante da crise que devasta todos como uma tempestade. Nesse deserto insólito, ele irá se deparar com uma estranha e fascinante galeria de personagens, gente vinda do mundo inteiro para cumprir todo tipo de ambição, como se convergissem para lá os pontos de uma realidade que parece se esfacelar. É nesse espelho quebrado de nacionalidades e aspirações que o protagonista tentará juntar os cacos de sua própria vida e recriar sua existência.
Não por acaso a prestigiosa crítica Michiko Kakutani chamou o romance de “A morte de um caixeiro-viajante globalizado”: a ideia de um povo construindo a imagem de um país, central ao grande romance americano, é invertida aqui pela noção de que este país está agora sendo reconstruído de fora. O protagonista que busca um contrato no deserto saudita para vencer os chineses é um símbolo poderoso dessa mudança, e ninguém mais hábil do que Eggers, um dos grandes prosadores contem-porâneos, para esmiuçar literariamente as ondas de choque que vêm transformando o mundo num ritmo tão vertiginoso.
Num romance carregado de tensão, Eggers realiza uma poderosa elegia aos tempos modernos, uma história não apenas sobre tempos atuais, mas um retrato tocante e sensível de como chegamos até aqui.
Sempre em Movimento - Uma vida - Oliver Sacks
Quando Oliver Sacks tinha doze anos, um professor bastante sagaz escreveu num relatório: “Sacks vai longe, se não for longe demais”. Hoje está absolutamente claro que Sacks jamais parou de ir. Desde as primeiras páginas deste comovente livro de memórias, em que relata sua paixão de juventude pelas motos e pela velocidade, Sempre em movimento parece estar carregado dessa energia. Conforme fala de sua experiência como jovem neurologista no início dos anos 1960 - primeiro na Califórnia, onde lutou contra o vício em drogas, e depois em Nova York, onde começa a despontar como pesquisador -, vemos como sua relação com os pacientes veio a definir sua vida.
A ideia de estar sempre em movimento alimentou não apenas suas pesquisas, mas também sua vida. Quando revelou à família que era homossexual, ouviu de volta da mãe que ele era “uma abominação”. A mãe foi eventualmente perdoada, mas a sentença o fez abandonar a Inglaterra e o colocou na estrada. Nessas viagens, cruzando de ponta a ponta um país tão familiar quanto estrangeiro, surge o médico que viemos a conhecer: apaixonado, obstinado e perpetuamente curioso com o mundo.
Com a honestidade e o humor que lhe são característicos, Sacks nos mostra como a mesma energia que motiva suas paixões “físicas” - levantamento de peso e natação - alimenta suas paixões cerebrais. Ele escreve a respeito de seus casos de amor, tanto os românticos quanto os intelectuais, sobre a culpa de abandonar a família para ir aos Estados Unidos, sua ligação com o irmão esquizofrênico e os escritores e cientistas que o influenciaram - Thom Gunn, A. R. Lúria, W. H. Auden, Gerald M. Edelman, Francis Crick. Sempre em movimento é a história de um pensador brilhante e nada convencional, o homem que iluminou as muitas formas com que o cérebro nos faz humanos.
O Poder Ultrajovem - E mais 79 textos em prosa e verso - Carlos Drummond de Andrade
O poder ultrajovem reúne textos publicados por Carlos Drummond de Andrade na imprensa entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970. Trata-se de um poderoso conjunto de prosa e verso - sempre pendendo para os domínios da crônica, gênero que o grande escritor mineiro praticou como poucos -, em que o olhar maduro e algo desencantado (mas com muita ironia) do autor se debruça sobre os mais diversos aspectos da vida e da sociedade daquela época.
Temas como a amizade, a história do Brasil, a vida no Rio de Janeiro, as artes, o Carnaval, o futebol e até mesmo a ecologia aparecem no estilo leve e sempre afiado de Drummond. As crianças e os jovens ocupam um espaço à parte no livro, pois são agudos os apontamentos a respeito das transformações pelas quais meninos e meninas atravessavam naqueles tempos conturbados em que conviviam, ao menos no Brasil, os hippies e um regime antidemocrático instaurado em 1964 (tendo ficado ainda mais duro e violento justamente na passagem para os anos 1970), a pobreza e a exuberância econômica e cultural da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Também do ponto de vista da língua portuguesa, os textos de O poder ultrajovem demonstram a riqueza de vozes e estilos captados por Drummond. A gíria e a língua camoniana convivem lado a lado nos textos, a expressão mais solta e viva da fala carioca conversa em pé de igualdade com a dicção mais culta. Prova de que o poeta mineiro tinha ouvido apurado para entender a vida.
Com posfácio do crítico Alcir Pécora, esta nova edição de um dos mais cativantes livros de Drummond é um brinde à vivacidade e à inteligência sutil de um dos nossos mais estimados escritores.
Seis Meses em 1945 - Roosevelt, Stálin, Churchill e Truman - Da Segunda Guerra à Guerra Fria - Michael Dobbs
Poucos pontos de inflexão na história apresentam tantos aspectos dramáticos como os meses entre fevereiro e agosto de 1945, o período entre a Conferência de Yalta e o bombardeio de Hiroshima.
Os Estados Unidos e a União Soviética se tornaram as duas nações mais poderosas do mundo; a Alemanha nazista e o Japão imperial foram derrotados; o Império britânico estava à beira de um colapso econômico. Um presidente morreu; um ditador doentio que quase conquistou o mundo suicidou-se; um primeiro-ministro que havia inspirado seu povo durante os dias mais sombrios de sua história foi derrotado em eleições livres. Golpes de Estado e revoluções tornaram-se corriqueiros; milhões de pessoas foram enterradas em valas comuns; antigas cidades reduziram-se a pilhas de escombros. Um tsar vermelho redesenhou o mapa da Europa, erguendo uma “cortina de ferro” metafórica entre Oriente e Ocidente.
Reunidos na capital do derrotado Terceiro Reich, os vencedores disputavam os despojos da vitória. De maneira inexorável, o fim da Segunda Guerra Mundial conduziu ao início da Guerra Fria. Os meses que separam Yalta de Hiroshima são um ponto de articulação entre duas guerras muito diferentes - e também dois mundos muito diversos. Eles unem a era da artilharia à da bomba atômica, os estertores do império às dores do parto das superpotências.
Celebram também o encontro inevitavelmente fatal, no coração da Europa, entre os exércitos de duas grandes nações oficialmente aliadas porém guiadas por ideologias opostas. Mais de um século antes, Alexis de Tocqueville havia previsto que americanos e russos deixariam as outras nações para trás. “Seus pontos de partida são diferentes, assim como seus percursos não são os mesmos; contudo, cada um deles parece destinado pela vontade dos céus a conduzir o destino de metade do globo.” Essa é a história das pessoas - presidentes e comissários, generais e soldados rasos, vencedores e derrotados - que deram origem à corrida de gigantes que redefiniria os rumos do mundo.
Lançamentos de Julho - Paralela
Como Ser Feliz (Ou, no Mínimo, Menos Triste) - Lee Crutchley
Cidade Mágica - Lizzie Mary Cullen
Casa em Cores - Durell H. Godfrey
De Todas as Mulheres que Amei (e-book) - Renato de Souza
Com perguntas divertidas e instruções surpreendentes, Como ser feliz (ou, no mínimo, menos triste) ajuda os leitores a verem a vida com novos olhos e redescobrir os prazeres simples que trazem alegria.
Cidade Mágica - Lizzie Mary Cullen
Viaje ao redor do mundo na ponta do lápis! Agora é possível pintar Londres, Paris e Rio de Janeiro. Vistas com o olhar único e divertido de Lizzie Mary Cullen.
Casa em Cores - Durell H. Godfrey
Para todos os fãs de livros de colorir, chega uma novidade para todas as idades. As ilustrações de Durell Godfrey do montante de coisas das nossas vidas ocupadas - mesas cobertas, salas caóticas e pilhas de papéis - estão preparadas para ganharem vida com o ato de colorir. Arrumar pode ser terapêutico, mas colorir é muito mais. Um sossego que funciona tanto para arrumadinhos quanto bagunceiros. É só adicionar cores!
De Todas as Mulheres que Amei (e-book) - Renato de Souza
Pedro já passou por momentos melhores na vida, disso não há dúvida. Diante de um grande mistério, ele precisa rever seu passado para encontrar respostas e tentar reconstruir o futuro com a mulher de seus sonhos. Mas será que é tarde demais?
A Fofa do Terceiro Andar - Cléo Busatto
21 de julho de 2015
Lido em: Julho de 2015
Título: A Fofa do Terceiro Andar
Autora: Cléo Busatto
Editora: Galera Record
Gênero: Juvenil/Literatura Nacional
Ano: 2015
Páginas: 144
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Resenha: Ana é uma adolescente de quatorze anos que sempre foi acima do peso. Quando criança ela não tinha muita noção e nem entendia como maldade os apelidos que recebia, mas o tempo passou e ela começou a enxergar as coisas de outra forma quando os colegas de sua nova escola passaram a praticar bullying contra ela. Descobrir que ser "fofa" nem sempre é algo positivo e todas as implicâncias que ela vinha enfrentando devido a ser gordinha desencadearam uma depressão na garota. Cada vez ela se sentia mais desanimada e sozinha, logo, a ansiedade fazia com que ela comesse mais e mais. Até que Ana, que sempre gostou muito de ler, resolveu que manteria um caderno como diário, um confidente, a fim de colocar pra fora seus medos e anseios, uma forma de terapia que poderia ajudá-la a lidar com o que estava passando. Mas um pequeno incidente na escola envolvendo um lanche, um tombo e muita humilhação virou um enorme constrangimento. Isso fez com que Ana ficasse mais arrasada ainda, mas foi o que fez com que ela mudasse de vida: ela iria se esforçar para acabar com todo aquele peso extra que, na cabeça dela, era o responsável por lhe fazer tão mal, por fazê-la ser uma garota tão melancólica e odiar sua vida e tudo o que tem nela. A mudança que ocorre é física, mas também psicológica pois ela se redescobre como pessoa e se mostra alguém determinada a alcançar objetivos.
Mas ao conhecer Francisco, um garoto diferente de todos aqueles que já conheceu, mesmo que Ana esteja mais confiante em si mesma, ela acaba percebendo que a beleza é algo subjetivo e que a vida é muito mais legal quando estamos em companhia de pessoas que aparecem para somar. A aparência realmente importa ou o que vale é quem somos por dentro?
Por ser escrito em forma de diário, o livro é narrado em primeira pessoa e a ideia é fazer o leitor ter acesso aos pensamentos mais íntimos e profundos da protagonista, acompanhando sua trajetória em busca da felicidade. A escrita é bem fluída, muitas vezes poética, e com uma riqueza sem tamanho no que diz respeito a referências culturais.
Apesar de retratar uma personagem que consegue superar os problemas com muita força de vontade mostrando seu progresso incrível e inspirador, o livro me soou como uma obra de autoajuda em vez de uma leitura ficcional comum devido a forma como foi escrito. A impressão é que as palavras de Ana são lições, um passo-a-passo de como encarar os obstáculos da vida em busca de superá-los.
Ana escreve em seu caderno o que vivencia, o que passa e o que pensa, mas tudo descrito com um teor muito maduro pra idade da personagem. Senti que Ana é uma adolescente com um espírito bem adulto, tanto pela forma como escreve, como pela sua percepção em descrever - e analisar - as pessoas a sua volta, quanto pelos seus gostos musicais e literários. Em vários momentos não senti que eu lia o que uma adolescente escreveu. Eu pelo menos não conheço nenhum adolescente na faixa dos quinze anos que seja fã de Beattles, Rita Lee e afins, mesmo que os pais tenham deixado esses gostos como herança...
Ana é uma personagem que, com certeza, fará com que muitas pessoas se identifiquem com ela pois é mais comum do que pensamos existir quem seja insegura e esteja infeliz por não se encaixar nos padrões de beleza que a sociedade impôs. Não só devido à sua característica física, mas também no que diz respeito a parte intelectual. Ana é muito caseira, prefere se aventurar pelas páginas de um livro do que sair com as amigas e tenho certeza que a maioria dos leitores também é assim. Eu mesma me identifiquei com ela, com seus gostos, atitudes e forma de encarar a vida, e pensem que já passei dos 30... logo, acredito que o livro cumpra com o tarefa e possa servir de inspiração para aqueles que têm inseguranças, medos e problemas de autoestima enquanto entram e enfrentam essa fase tão difícil e complicada que é a adolescência,
Talvez a história de Ana dê uma luz àquelas adolescentes que se encaixam nessa situação de desconforto e não saibam por onde começar a mudança em suas vidas. O exemplo dela é mais do que indicado para uma reflexão sobre superação, realização e felicidade, e mais importante do que isso: mostra que devemos correr atrás de mudanças pra sermos felizes, e não para agradar os outros. Quando estamos de bem com nós mesmos, a opinião do resto, principalmente as maldosas, se torna irrelevante.
Título: A Fofa do Terceiro Andar
Autora: Cléo Busatto
Editora: Galera Record
Gênero: Juvenil/Literatura Nacional
Ano: 2015
Páginas: 144
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A fofa do terceiro andar é a história de Ana, uma menina acima do peso, mas cheia de opinião, que se muda para uma escola nova e começa a sofrer bullying dos colegas - o que a deixa bem irritada, além de frustrada. Quando o ano recomeça, ela muda de turma e conhece um menino que não se importa com padrões de beleza. Francisco não é como os outros garotos que ela já conheceu. Ele enxerga o mundo de forma diferente e começa a ensinar Ana a fazer o mesmo. A focar nos aspectos positivos, a ser gentil com si mesma e, principalmente, a não tentar se encaixar em um molde que não é o seu. Afinal, imagina como seria chato se o mundo fosse visto por todos da mesma forma?
Resenha: Ana é uma adolescente de quatorze anos que sempre foi acima do peso. Quando criança ela não tinha muita noção e nem entendia como maldade os apelidos que recebia, mas o tempo passou e ela começou a enxergar as coisas de outra forma quando os colegas de sua nova escola passaram a praticar bullying contra ela. Descobrir que ser "fofa" nem sempre é algo positivo e todas as implicâncias que ela vinha enfrentando devido a ser gordinha desencadearam uma depressão na garota. Cada vez ela se sentia mais desanimada e sozinha, logo, a ansiedade fazia com que ela comesse mais e mais. Até que Ana, que sempre gostou muito de ler, resolveu que manteria um caderno como diário, um confidente, a fim de colocar pra fora seus medos e anseios, uma forma de terapia que poderia ajudá-la a lidar com o que estava passando. Mas um pequeno incidente na escola envolvendo um lanche, um tombo e muita humilhação virou um enorme constrangimento. Isso fez com que Ana ficasse mais arrasada ainda, mas foi o que fez com que ela mudasse de vida: ela iria se esforçar para acabar com todo aquele peso extra que, na cabeça dela, era o responsável por lhe fazer tão mal, por fazê-la ser uma garota tão melancólica e odiar sua vida e tudo o que tem nela. A mudança que ocorre é física, mas também psicológica pois ela se redescobre como pessoa e se mostra alguém determinada a alcançar objetivos.
Mas ao conhecer Francisco, um garoto diferente de todos aqueles que já conheceu, mesmo que Ana esteja mais confiante em si mesma, ela acaba percebendo que a beleza é algo subjetivo e que a vida é muito mais legal quando estamos em companhia de pessoas que aparecem para somar. A aparência realmente importa ou o que vale é quem somos por dentro?
Por ser escrito em forma de diário, o livro é narrado em primeira pessoa e a ideia é fazer o leitor ter acesso aos pensamentos mais íntimos e profundos da protagonista, acompanhando sua trajetória em busca da felicidade. A escrita é bem fluída, muitas vezes poética, e com uma riqueza sem tamanho no que diz respeito a referências culturais.
Apesar de retratar uma personagem que consegue superar os problemas com muita força de vontade mostrando seu progresso incrível e inspirador, o livro me soou como uma obra de autoajuda em vez de uma leitura ficcional comum devido a forma como foi escrito. A impressão é que as palavras de Ana são lições, um passo-a-passo de como encarar os obstáculos da vida em busca de superá-los.
Ana escreve em seu caderno o que vivencia, o que passa e o que pensa, mas tudo descrito com um teor muito maduro pra idade da personagem. Senti que Ana é uma adolescente com um espírito bem adulto, tanto pela forma como escreve, como pela sua percepção em descrever - e analisar - as pessoas a sua volta, quanto pelos seus gostos musicais e literários. Em vários momentos não senti que eu lia o que uma adolescente escreveu. Eu pelo menos não conheço nenhum adolescente na faixa dos quinze anos que seja fã de Beattles, Rita Lee e afins, mesmo que os pais tenham deixado esses gostos como herança...
Ana é uma personagem que, com certeza, fará com que muitas pessoas se identifiquem com ela pois é mais comum do que pensamos existir quem seja insegura e esteja infeliz por não se encaixar nos padrões de beleza que a sociedade impôs. Não só devido à sua característica física, mas também no que diz respeito a parte intelectual. Ana é muito caseira, prefere se aventurar pelas páginas de um livro do que sair com as amigas e tenho certeza que a maioria dos leitores também é assim. Eu mesma me identifiquei com ela, com seus gostos, atitudes e forma de encarar a vida, e pensem que já passei dos 30... logo, acredito que o livro cumpra com o tarefa e possa servir de inspiração para aqueles que têm inseguranças, medos e problemas de autoestima enquanto entram e enfrentam essa fase tão difícil e complicada que é a adolescência,
Talvez a história de Ana dê uma luz àquelas adolescentes que se encaixam nessa situação de desconforto e não saibam por onde começar a mudança em suas vidas. O exemplo dela é mais do que indicado para uma reflexão sobre superação, realização e felicidade, e mais importante do que isso: mostra que devemos correr atrás de mudanças pra sermos felizes, e não para agradar os outros. Quando estamos de bem com nós mesmos, a opinião do resto, principalmente as maldosas, se torna irrelevante.
Feitiço - Nancy Holder e Debbie Viguié
20 de julho de 2015
Título: Feitiço - Wicked #4
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Resenha: Feitiço é o quarto volume da série Wicked, escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
Por se tratar de continuação, a resenha pode ter spoiler dos livros anteriores.
Após os acontecimentos de Legado, em que Holly havia sido possuída por demônios quando saiu do Tempo dos Sonhos, a Confraria Tripla está bastante desorganizada pela ausência dela. O chefe da Suprema Confraria, Sir William Moore, estava satisfeito por todo o caos e mortes dos quais as bruxas de Seattle haviam sido acometidas. O único porém era que três bruxas ainda viviam: Holly e as irmãs gêmeas, Amanda e Nicole. Michael Deveraux ainda não conseguira destruí-las e Sir William tomou a tarefa para si. Com objetivos sombrios, o servo do mal realizou um ritual macabro para enviar seus Golens atrás de Nicole para matá-la.
Enquanto isso, Amanda estava em Seattle com Tommy, confiante por saber que a Deusa sabe do paradeiro dos outros já que Holly estava possuída e louca, e Nicole havia sido levada por Eli e James, os filhos de Michael. Ela agora estava presa em Avalon e se tornara serva de Philippe. Sua única companhia era Astarte, a gata.
Amanda acreditava que Holly pudesse inclusive estar morta mas mal sabia que Michael tinha planos terríveis para controlá-la pois, com a garota sendo subserviente a ele, a hora seria perfeita para tentar tomar o Trono dos Crânios e ser líder da Suprema Confraria.
Diante desta situação desesperadora, resta que Jer tente resgatar Holly, sua alma gêmea, para salvá-la das garras de seu pai. A Confraria Tripla está em perigo e a única salvação é se Holly voltar a si...
Narrado em terceira pessoa e com alguns trechos em itálico evidenciando o pensamento em primeira pessoa de algum personagem, Feitiço segue com a escrita complexa e muitas vezes confusa já que muitos dos fatos presentes são narrados no tempo passado enquanto se misturam com pensamentos atuais. Parece que a ideia é situar ou relembrar o leitor do que se passa, mas a confusão está justamente nessa mistura ao mostrar o que está acontecendo agora, porém, sendo descrito no passado. Tais descrições aparecem com frequência e quando o fato ocorreu há muitos e muitos anos atrás pode-se confundir como sendo algo recente e vice versa, mesmo que haja indicação de tempo e local. É esse o problema com os livros dessa série, pois por mais que o enredo seja interessante e a trama seja muito boa, a narrativa é um fator que atrapalha e confunde devido ao tempo verbal que as autoras utilizam.
A abordagem da magia negra é de arrepiar e não há censura nas descrições macabras ou malignas para os rituais que envolvem espíritos, sangue e morte, o que torna a história bastante pesada para leitores mais jovens ou de estômago fraco.
Nesse volume em especial posso dizer que gostei e me envolvi mais com a história pois várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo e é angustiante ver Holly na posição em que ela se encontra enquanto seu eu interior está aprisionado e ela luta para conseguir escapar das garras dos demônios que estão dentro de seu corpo a controlando, principalmente porque Michael quer controlá-la também.
Alguns pontos me soaram um tanto absurdos, como a gravidez mágica de Nicole que despertou a atenção de Eli a ponto de fazê-lo mudar a própria personalidade de bad boy pra "pai" preocupado quando na verdade sabemos que nem sempre um filho é o real responsável pela mudança de caráter de alguém. Os ataques a Seattle que destruíram a cidade não me convenceram porque a história se passa num mundo onde existem pessoas comuns além das bruxas e acho que tudo deve acontecer dentro da nossa realidade para se tornar crível. As pessoas vêem todo aquele caos e ai?
Enfim... Os vilões estão cada vez mais perigosos e posso afirmar que nunca vi em nenhuma outra série personagens tão malignos e com propósitos tão sombrios como em Wicked. O mal e o caos que os vilões estão dispostos a causar vão além do nível de qualquer maldade que já acompanhei em qualquer história e tudo que eles fazem é de dar medo.
Os personagens secundários, tanto os vivos quanto os espíritos, são bastante bem construídos e enfim os personagens "irrelevantes" tiverem a morte que eu tanto esperei. Acho que o excesso de personagens era um fator que estava colaborando para que a série se tornasse arrastada e confusa com personagens que não tinham um desenvolvimento maior. Alex Carruthers é um personagem que chegou a cidade, bonito e cheio de carisma, e sua presença pode abalar algumas estruturas... Sua intenção é ajudar a salvar a Confraria Tripla mas acaba se envolvendo com coisas e pessoas além do propósito inicial...
Há reviravoltas emocionantes envolvendo redenção de quem menos se esperava, incluindo a morte de um vilão que pensei que não deixaria de atormentar os outros tão cedo. O final é chocante, Holly faz escolhas que jamais imaginei que faria e muitas perguntas sobre personagens e outros acontecimentos ficam no ar.
A capa, seguindo o mesmo padrão das anteriores, é bem bonita e chamativa. Ela é aveludada, com aplicação de verniz no títulos e nomes das autores. A contracapa também tem um efeito em verniz que lembra sangue espirrado e é bem legal. A diagramação é simples, seguindo a mesma linha dos anteriores, os capítulos são iniciados com um cântico, a revisão está ótima e as páginas são amareladas.
Não digo que Wicked seja a melhor série fantástica sobre bruxaria que já li, pois como mencionei anteriormente, a escrita das autoras continua confusa até para os leitores mais atentos. Elas não hesitam em matar personagens sem a menor piedade, ou descrever cenas macabras sem a menor censura, mas vale a leitura pela ideia da história, com certeza.
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Desde que descobriu ser a mais nova de uma linhagem de bruxas, a antiga Confraria das Cahors, a vida de Holly Cathers passou por muitas mudanças. E não seria para menos. Sua família vivia há séculos uma rixa com outra confraria de bruxos, os Deveraux, e ela acabou se envolvendo justamente com um deles, o jovem Jer. Depois de Bruxaria, Maldição e Legado, em Feitiço, o quarto livro da série Wicked, Holly terá que enfrentar o líder dos Deveraux, o perigoso Michael. Se ela já salvou a vida de Jer no passado, agora é a vez de o rapaz resgatar sua alma gêmea. Contudo, um novo bruxo chega à cidade. Será que o futuro de Holly está a salvo?
Resenha: Feitiço é o quarto volume da série Wicked, escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
Por se tratar de continuação, a resenha pode ter spoiler dos livros anteriores.
Após os acontecimentos de Legado, em que Holly havia sido possuída por demônios quando saiu do Tempo dos Sonhos, a Confraria Tripla está bastante desorganizada pela ausência dela. O chefe da Suprema Confraria, Sir William Moore, estava satisfeito por todo o caos e mortes dos quais as bruxas de Seattle haviam sido acometidas. O único porém era que três bruxas ainda viviam: Holly e as irmãs gêmeas, Amanda e Nicole. Michael Deveraux ainda não conseguira destruí-las e Sir William tomou a tarefa para si. Com objetivos sombrios, o servo do mal realizou um ritual macabro para enviar seus Golens atrás de Nicole para matá-la.
Enquanto isso, Amanda estava em Seattle com Tommy, confiante por saber que a Deusa sabe do paradeiro dos outros já que Holly estava possuída e louca, e Nicole havia sido levada por Eli e James, os filhos de Michael. Ela agora estava presa em Avalon e se tornara serva de Philippe. Sua única companhia era Astarte, a gata.
Amanda acreditava que Holly pudesse inclusive estar morta mas mal sabia que Michael tinha planos terríveis para controlá-la pois, com a garota sendo subserviente a ele, a hora seria perfeita para tentar tomar o Trono dos Crânios e ser líder da Suprema Confraria.
Diante desta situação desesperadora, resta que Jer tente resgatar Holly, sua alma gêmea, para salvá-la das garras de seu pai. A Confraria Tripla está em perigo e a única salvação é se Holly voltar a si...
Narrado em terceira pessoa e com alguns trechos em itálico evidenciando o pensamento em primeira pessoa de algum personagem, Feitiço segue com a escrita complexa e muitas vezes confusa já que muitos dos fatos presentes são narrados no tempo passado enquanto se misturam com pensamentos atuais. Parece que a ideia é situar ou relembrar o leitor do que se passa, mas a confusão está justamente nessa mistura ao mostrar o que está acontecendo agora, porém, sendo descrito no passado. Tais descrições aparecem com frequência e quando o fato ocorreu há muitos e muitos anos atrás pode-se confundir como sendo algo recente e vice versa, mesmo que haja indicação de tempo e local. É esse o problema com os livros dessa série, pois por mais que o enredo seja interessante e a trama seja muito boa, a narrativa é um fator que atrapalha e confunde devido ao tempo verbal que as autoras utilizam.
A abordagem da magia negra é de arrepiar e não há censura nas descrições macabras ou malignas para os rituais que envolvem espíritos, sangue e morte, o que torna a história bastante pesada para leitores mais jovens ou de estômago fraco.
Nesse volume em especial posso dizer que gostei e me envolvi mais com a história pois várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo e é angustiante ver Holly na posição em que ela se encontra enquanto seu eu interior está aprisionado e ela luta para conseguir escapar das garras dos demônios que estão dentro de seu corpo a controlando, principalmente porque Michael quer controlá-la também.
Alguns pontos me soaram um tanto absurdos, como a gravidez mágica de Nicole que despertou a atenção de Eli a ponto de fazê-lo mudar a própria personalidade de bad boy pra "pai" preocupado quando na verdade sabemos que nem sempre um filho é o real responsável pela mudança de caráter de alguém. Os ataques a Seattle que destruíram a cidade não me convenceram porque a história se passa num mundo onde existem pessoas comuns além das bruxas e acho que tudo deve acontecer dentro da nossa realidade para se tornar crível. As pessoas vêem todo aquele caos e ai?
Enfim... Os vilões estão cada vez mais perigosos e posso afirmar que nunca vi em nenhuma outra série personagens tão malignos e com propósitos tão sombrios como em Wicked. O mal e o caos que os vilões estão dispostos a causar vão além do nível de qualquer maldade que já acompanhei em qualquer história e tudo que eles fazem é de dar medo.
Os personagens secundários, tanto os vivos quanto os espíritos, são bastante bem construídos e enfim os personagens "irrelevantes" tiverem a morte que eu tanto esperei. Acho que o excesso de personagens era um fator que estava colaborando para que a série se tornasse arrastada e confusa com personagens que não tinham um desenvolvimento maior. Alex Carruthers é um personagem que chegou a cidade, bonito e cheio de carisma, e sua presença pode abalar algumas estruturas... Sua intenção é ajudar a salvar a Confraria Tripla mas acaba se envolvendo com coisas e pessoas além do propósito inicial...
Há reviravoltas emocionantes envolvendo redenção de quem menos se esperava, incluindo a morte de um vilão que pensei que não deixaria de atormentar os outros tão cedo. O final é chocante, Holly faz escolhas que jamais imaginei que faria e muitas perguntas sobre personagens e outros acontecimentos ficam no ar.
A capa, seguindo o mesmo padrão das anteriores, é bem bonita e chamativa. Ela é aveludada, com aplicação de verniz no títulos e nomes das autores. A contracapa também tem um efeito em verniz que lembra sangue espirrado e é bem legal. A diagramação é simples, seguindo a mesma linha dos anteriores, os capítulos são iniciados com um cântico, a revisão está ótima e as páginas são amareladas.
Não digo que Wicked seja a melhor série fantástica sobre bruxaria que já li, pois como mencionei anteriormente, a escrita das autoras continua confusa até para os leitores mais atentos. Elas não hesitam em matar personagens sem a menor piedade, ou descrever cenas macabras sem a menor censura, mas vale a leitura pela ideia da história, com certeza.
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