Esse mês passou tão rápido pra mim, que nem tô acreditando que metade do ano já se foi. Recebi três livros espertos e cinco Funko Pop, que desde o anúncio do lançamento eu estava aos prantos querendo. E se tem pop de Harry Potter no meio, só pode ser coisa boa. Espiem:
Na Telinha - Aggretsuko (2ª temporada)
22 de junho de 2019
Título: Aggretsuko (アグレッシブ烈子)
Temporada: 2 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi, Chiharu Sasa
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2019
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★♥
Após uma espera bastante considerável (principalmente se levarmos em conta a quantidade de episódios e sua duração), eis que a Netflix libera a segunda temporada de Aggretsuko, mostrando a batalha diária que é a vida da pandinha vermelha mais fofa que já se viu na televisão.
Depois de ter sofrido uma decepção num relacionamento que fracassou e conseguido dar a volta por cima, Retsuko volta pra casa e precisa lidar com sua mãe que, preocupada - e sem muita noção -, invade seu apartamento, logo, a "ajuda" que ninguém pediu, acaba não sendo muito bem vinda.
Além dela querer cuidar e controlar a vida da filha, limpando a casa, fazendo comidas caseiras, insistindo pra que ela "cresça", afinal, ela já tem seus vinte e poucos anos e ainda está "encalhada", sua mãe ainda fica arranjando vários encontros às escuras numa tentativa desesperada de conseguir um possível casamento para Retsuko. A ideia da mãe mostrar fotos cheias de edições dos pretendentes pra deixá-los mais atraentes e tentar aumentar o interesse de Retsuko por eles é tão trágica quanto cômica, principalmente porque a reação dela é de desgosto puro. E enquanto atura as exigências e inconveniências absurdas da mãe, Retsuko, bastante estressada, tenta encontrar motivação no trabalho enquanto precisa tirar paciência do além para treinar Anai, um funcionário recém contratado com comportamento mui esquisito e suspeito.
Embora a vida profissional de Retsuko tenha seu devido espaço no enredo, mostrando que é um ambiente com várias cobranças e pressão suficientes pra deixar qualquer um maluco; ou que trabalho em equipe, mesmo com alguém insuportável, é importante; essa temporada dá um destaque bem maior para as relações interpessoais - e imperfeitas - da protagonista. Retsuko vai aguentando o tranco de tudo calada, com aquele sorrisinho amarelo no rosto, engolindo o choro, pra mostrar que está tudo bem, e quando não aguenta mais, ela explode num estado de fúria suprema e sua única válvula de escape é cantar/gritar seu tão amado death metal para extravasar como se não houvesse amanhã. Agora, cansada de ser vista como certinha, ela sente vontade de quebrar padrões e fazer coisas que nunca teve coragem de fazer, mas ao mesmo, enquanto enfrenta alguns desafios, ela não quer abrir mão de seus sonhos, e nem mudar sua essência por causa de ninguém.
Um ponto interessante da personalidade de Retsuko é que ela tem o sonho de encontrar sua alma gêmea, se casar, ter filhos e formar uma família feliz, pois ela acredita que o casamento faz parte da vida. Ela busca estabilidade, alguém que se importe com ela e que, principalmente, seja bem sucedido. Assim, quando Retsuko, enfim, parece ter encontrado o amor de sua vida, com direito a todos os atributos que ela sempre procurou em alguém, ela descobre que não adianta insistir num relacionamento se cada um acredita - e investe - em coisas diferentes.
Os personagens são únicos e possuem características bastante peculiares e que os aproximam da nossa realidade, retratando cada um deles como alguém que poderia se passar por algum conhecido, amigo, familiar, ou nós mesmos. Neles podemos ver que nem sempre alguém é o que parece, e que podemos ficar surpreendidos com as ideias de quem pensávamos conhecer bem. Os amigos de Retsuko são sempre muito solícitos e, na maioria das vezes, compreensivos, mas eles também estão longe de serem perfeitos. Haida, a hiena, trabalha com Retsuko e é apaixonado por ela faz anos, mas a dificuldade que ele tem em se expressar acaba impedindo que ele se aproxime mais.
Eu não sei, mas tenho meus palpites... Mesmo que Haida já tenha tomado coragem e se declarado pra Retsuko na primeira temporada (e ter sido rejeitado), ainda acredito que, por ele ser um cara legal, ou ele vai encontrar alguém tão legal quanto ele pra fazê-lo feliz, ou Retsuko vai acabar lhe dando uma chance... Fico com uma dó danada de ver o coitado olhando pra ela com tanta ternura enquanto ela não dá a mínima. Mas como, até então, ela só consegue enxergá-lo como amigo, o jeito é aguardar as próximas temporadas e as cenas dos próximos capítulos pra ver onde isso vai dar...
Washimi e Gori são super compreensivas, conseguem separar a vida pessoal da profissional como ninguém, e aceitam a amiga do jeitinho que ela é, mas elas também tem seus segredos, brigam entre si e, às vezes, não conseguem ceder por não concordarem com uma opinião contrária à delas. Enquanto Gori acredita que contar uma "mentirinha" para conseguir alguma coisa não é um problema, Washimi não se importa em magoar os outros com sua sinceridade, e Retsuko fica no meio das duas tentando acalmar os ânimos, mas sem saber o que fazer.
Outro ponto legal é que, através da panda vermelha, podemos refletir um pouco acerca de preconceitos e julgamentos que são feitos baseados em achismos, e que nem sempre correspondem com a realidade. Isso acaba mostrando que Retsuko (assim como todos os demais personagens) não é perfeita, mesmo que seja tão boazinha. Um exemplo disso é a personagem Kabae, uma hipopótamo que é sempre muito exagerada, fofoqueira e escandalosa, vive pulando, fazendo o chão tremer, e atormentando todo mundo por aí, mas que consegue enxergar em Anai algo que os outros não conseguem ver. Enquanto para os outros Anai é um maluco que se sente perseguido e assediado por todo mundo, coisa que ninguém sabe lidar, para Kabae ele é um pobre incompreendido que só precisa de atenção, carinho e orientação. Retsuko começa a enxergar a colega sob uma nova perspectiva depois de perceber que ela é alguém bastante compreensiva com aqueles que mais precisam, mas mesmo que seja legal e tenha alguma sabedoria, Kabae ainda é a maior fofoqueira do escritório. Esses contrastes mostram que alguém pode ser muito chato, irritante, ter seus momentos de loucura e ser difícil de lidar, mas ninguém é totalmente desprovido de virtudes, basta que encontre seu espaço, se esforce um pouco para conviver em sociedade e saiba aproveitar oportunidades e momentos certos.
Embora o desenho tenha o visual infantil, todo coloridinho e super cute que, inevitavelmente, desperta a atenção da criançada, não se deixe enganar. A animação faz jus ao estilo dos animes, ainda mais quando se trata de expressões caricatas e exageradas para reforçar um sentimento mais intenso, e isso deixa os episódios super engraçados. A temática é indicada pro público adulto e, por mais que tenha cenas cômicas e toques de muito bom humor (a carteira de motorista de Retsuko é impagável), mostra uma realidade crua e complexa sobre os dramas da vida do jeitinho como ela é, assim como relacionamentos que idealizamos, desafios que enfrentamos, sonhos e decepções inevitáveis, e é impossível não se identificar, não sentir empatia, ou tomar as dores dos personagens.
Temporada: 2 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi, Chiharu Sasa
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2019
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Retsuko vive momentos difíceis no mundo corporativista, tendo uma pitada de humor e muita música death metal. A mistura do anime animou o público e o transformou em um dos mais populares da plataforma de streaming.
Após uma espera bastante considerável (principalmente se levarmos em conta a quantidade de episódios e sua duração), eis que a Netflix libera a segunda temporada de Aggretsuko, mostrando a batalha diária que é a vida da pandinha vermelha mais fofa que já se viu na televisão.
Depois de ter sofrido uma decepção num relacionamento que fracassou e conseguido dar a volta por cima, Retsuko volta pra casa e precisa lidar com sua mãe que, preocupada - e sem muita noção -, invade seu apartamento, logo, a "ajuda" que ninguém pediu, acaba não sendo muito bem vinda.
Além dela querer cuidar e controlar a vida da filha, limpando a casa, fazendo comidas caseiras, insistindo pra que ela "cresça", afinal, ela já tem seus vinte e poucos anos e ainda está "encalhada", sua mãe ainda fica arranjando vários encontros às escuras numa tentativa desesperada de conseguir um possível casamento para Retsuko. A ideia da mãe mostrar fotos cheias de edições dos pretendentes pra deixá-los mais atraentes e tentar aumentar o interesse de Retsuko por eles é tão trágica quanto cômica, principalmente porque a reação dela é de desgosto puro. E enquanto atura as exigências e inconveniências absurdas da mãe, Retsuko, bastante estressada, tenta encontrar motivação no trabalho enquanto precisa tirar paciência do além para treinar Anai, um funcionário recém contratado com comportamento mui esquisito e suspeito.
Embora a vida profissional de Retsuko tenha seu devido espaço no enredo, mostrando que é um ambiente com várias cobranças e pressão suficientes pra deixar qualquer um maluco; ou que trabalho em equipe, mesmo com alguém insuportável, é importante; essa temporada dá um destaque bem maior para as relações interpessoais - e imperfeitas - da protagonista. Retsuko vai aguentando o tranco de tudo calada, com aquele sorrisinho amarelo no rosto, engolindo o choro, pra mostrar que está tudo bem, e quando não aguenta mais, ela explode num estado de fúria suprema e sua única válvula de escape é cantar/gritar seu tão amado death metal para extravasar como se não houvesse amanhã. Agora, cansada de ser vista como certinha, ela sente vontade de quebrar padrões e fazer coisas que nunca teve coragem de fazer, mas ao mesmo, enquanto enfrenta alguns desafios, ela não quer abrir mão de seus sonhos, e nem mudar sua essência por causa de ninguém.
Um ponto interessante da personalidade de Retsuko é que ela tem o sonho de encontrar sua alma gêmea, se casar, ter filhos e formar uma família feliz, pois ela acredita que o casamento faz parte da vida. Ela busca estabilidade, alguém que se importe com ela e que, principalmente, seja bem sucedido. Assim, quando Retsuko, enfim, parece ter encontrado o amor de sua vida, com direito a todos os atributos que ela sempre procurou em alguém, ela descobre que não adianta insistir num relacionamento se cada um acredita - e investe - em coisas diferentes.
Eu não sei, mas tenho meus palpites... Mesmo que Haida já tenha tomado coragem e se declarado pra Retsuko na primeira temporada (e ter sido rejeitado), ainda acredito que, por ele ser um cara legal, ou ele vai encontrar alguém tão legal quanto ele pra fazê-lo feliz, ou Retsuko vai acabar lhe dando uma chance... Fico com uma dó danada de ver o coitado olhando pra ela com tanta ternura enquanto ela não dá a mínima. Mas como, até então, ela só consegue enxergá-lo como amigo, o jeito é aguardar as próximas temporadas e as cenas dos próximos capítulos pra ver onde isso vai dar...
Washimi e Gori são super compreensivas, conseguem separar a vida pessoal da profissional como ninguém, e aceitam a amiga do jeitinho que ela é, mas elas também tem seus segredos, brigam entre si e, às vezes, não conseguem ceder por não concordarem com uma opinião contrária à delas. Enquanto Gori acredita que contar uma "mentirinha" para conseguir alguma coisa não é um problema, Washimi não se importa em magoar os outros com sua sinceridade, e Retsuko fica no meio das duas tentando acalmar os ânimos, mas sem saber o que fazer.
Outro ponto legal é que, através da panda vermelha, podemos refletir um pouco acerca de preconceitos e julgamentos que são feitos baseados em achismos, e que nem sempre correspondem com a realidade. Isso acaba mostrando que Retsuko (assim como todos os demais personagens) não é perfeita, mesmo que seja tão boazinha. Um exemplo disso é a personagem Kabae, uma hipopótamo que é sempre muito exagerada, fofoqueira e escandalosa, vive pulando, fazendo o chão tremer, e atormentando todo mundo por aí, mas que consegue enxergar em Anai algo que os outros não conseguem ver. Enquanto para os outros Anai é um maluco que se sente perseguido e assediado por todo mundo, coisa que ninguém sabe lidar, para Kabae ele é um pobre incompreendido que só precisa de atenção, carinho e orientação. Retsuko começa a enxergar a colega sob uma nova perspectiva depois de perceber que ela é alguém bastante compreensiva com aqueles que mais precisam, mas mesmo que seja legal e tenha alguma sabedoria, Kabae ainda é a maior fofoqueira do escritório. Esses contrastes mostram que alguém pode ser muito chato, irritante, ter seus momentos de loucura e ser difícil de lidar, mas ninguém é totalmente desprovido de virtudes, basta que encontre seu espaço, se esforce um pouco para conviver em sociedade e saiba aproveitar oportunidades e momentos certos.
Embora o desenho tenha o visual infantil, todo coloridinho e super cute que, inevitavelmente, desperta a atenção da criançada, não se deixe enganar. A animação faz jus ao estilo dos animes, ainda mais quando se trata de expressões caricatas e exageradas para reforçar um sentimento mais intenso, e isso deixa os episódios super engraçados. A temática é indicada pro público adulto e, por mais que tenha cenas cômicas e toques de muito bom humor (a carteira de motorista de Retsuko é impagável), mostra uma realidade crua e complexa sobre os dramas da vida do jeitinho como ela é, assim como relacionamentos que idealizamos, desafios que enfrentamos, sonhos e decepções inevitáveis, e é impossível não se identificar, não sentir empatia, ou tomar as dores dos personagens.
Tags:
Aggretsuko,
Anime,
Comédia,
Crítica,
Drama,
Na Telinha,
Netflix
Wishlist #72 - Funko Pop - Fullmetal Alchemist
21 de junho de 2019
Depois de ter terminado de assistir Dragon Ball Z e ficado órfã de um anime a altura, eis que achei Fullmetal Alchemist disponível na Netflix. Eu nunca tinha ouvido falar do anime ou do mangá até então, e resolvi assistir os primeiros episódios para saber do que se tratava e se era legal o bastante pra acompanhar. Nem preciso dizer que AMEI, já pesquisei sobre e já estou assistindo a segunda versão, Brotherhood. Não vou me aprofundar nas diferenças pois o post não é pra isso. Talvez mais pra frente eu faça crítica e fale mais sobre, mas já adianto que é super legal.
Resumindo, o anime conta a história dos irmãos Edward e Alphonse Elric, que desde crianças aprenderam a arte da alquimia e conseguiam transmutar vários objetos através da Troca Equivalente (é preciso dar algo de igual valor para receber outro em troca). Depois do pai deles ir embora, eles ficaram com a mãe, que um tempo depois ficou muito doente e acabou morrendo. E mesmo sabendo que a transmutação humana era algo proibido na alquimia, os meninos tentaram trazê-la de volta à vida, mas tudo deu MUITO errado. Alphonse perdeu seu corpo e Edward perdeu um braço e uma perna, e para não ficar sozinho e tentar salvar o irmão, Ed usou alquimia para prender a alma de Al numa enorme armadura. A partir daí, os dois partem em busca da lendária pedra filosofal, acreditando que este é o único objeto capaz de trazer o corpo de Al de volta, mas no caminho passam por diversas situações que colocarão suas vidas em perigo, e que também levantam questões filosóficas e relevantes sobre a moral humana.
Nem preciso dizer que quando soube que a Funko já tinha lançado os popíneos dos personagens principais já tratei de colocar todos nessa lista sem fim, né? Os dois últimos são pops exclusivos e costumam ter um preço maior do que os regulares, mas não podem faltar na coleção. Alphonse é o personagem mais fofo que já vi até agora num anime e quero um pra mim! *o*
Resumindo, o anime conta a história dos irmãos Edward e Alphonse Elric, que desde crianças aprenderam a arte da alquimia e conseguiam transmutar vários objetos através da Troca Equivalente (é preciso dar algo de igual valor para receber outro em troca). Depois do pai deles ir embora, eles ficaram com a mãe, que um tempo depois ficou muito doente e acabou morrendo. E mesmo sabendo que a transmutação humana era algo proibido na alquimia, os meninos tentaram trazê-la de volta à vida, mas tudo deu MUITO errado. Alphonse perdeu seu corpo e Edward perdeu um braço e uma perna, e para não ficar sozinho e tentar salvar o irmão, Ed usou alquimia para prender a alma de Al numa enorme armadura. A partir daí, os dois partem em busca da lendária pedra filosofal, acreditando que este é o único objeto capaz de trazer o corpo de Al de volta, mas no caminho passam por diversas situações que colocarão suas vidas em perigo, e que também levantam questões filosóficas e relevantes sobre a moral humana.
Nem preciso dizer que quando soube que a Funko já tinha lançado os popíneos dos personagens principais já tratei de colocar todos nessa lista sem fim, né? Os dois últimos são pops exclusivos e costumam ter um preço maior do que os regulares, mas não podem faltar na coleção. Alphonse é o personagem mais fofo que já vi até agora num anime e quero um pra mim! *o*
Sem Coração - Marissa Meyer
20 de junho de 2019
Título: Sem Coração
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Jovem adulto/Releitura
Ano: 2018
Páginas: 416
Nota: ★★★★☆♥
Resenha: Pra quem gosta de releituras de fantasias clássicas, principalmente no que diz respeito ao universo das princesas e outras personagens icônicas da literatura, Marissa Meyer é autora mais do que indispensável. Depois de ter sido fisgada com a série Crônicas Lunares, não consegui resistir quando soube do lançamento de Sem Coração, que contaria a história das origens daquela que se tornou a impiedosa Rainha de Copas. Como não ficar com as expectativas nas alturas?
Assim, acompanhamos a jovem Catherine Pinkerton, uma garota literalmente doce e sonhadora, uma confeiteira de mão cheia, que queria abrir uma confeitaria com sua melhor amiga, Mary Ann, e viver todas as emoções de um primeiro amor um dia. Porém, sua mãe não aceita que ela siga seus sonhos. Por Cath ser desejada pelo Rei de Copas, seu destino é ser rainha, mesmo que contra sua vontade. E durante um baile onde ela seria pedida em casamento pelo Rei, ela conhece o Bobo da Corte, Jest, e a atração entre os dois é inevitável, mas escolher seu próprio destino não é algo que Cath possa fazer.
Partindo dessa premissa, vamos acompanhando o processo de transformação de Cath, uma garota doce e gentil, se tornando alguém muito cruel devido a tudo que precisou enfrentar, e que foi impedida de ser e fazer o que mais queria de sua vida: ser feliz.
No início, a autora se dedica a apresentar e construir os personagens, com suas características particulares e personalidades únicas, assim como detalhar (de forma bastante cansativa e repetitiva) cada pedacinho ou aroma dos doces e bolos divinos feitos por Cath, e até as roupas que todos usam, e eu demorei muuuito pra avançar a leitura até, mais ou menos, a metade do livro, pois tudo estava se arrastando demais e nada me deixava empolgada pra continuar. Foi um século pra conseguir ler a metade, e a outra metade eu li num pulo só. Depois percebi que foi um artifício importante para situar o leitor nesse universo, e contextualizar personagens e suas condições para que a história continuasse sendo desenvolvida com a devida maestria até seu desfecho que, embora já esperado, não deixa de surpreender. Muitas cenas são chocantes, muitos personagens nos decepcionam profundamente e acabam mostrando que o destino pode, sim, mudar de acordo com atitudes infelizes e escolhas erradas que são tomadas por ambição ou ganância, mas talvez sejam essas reviravoltas dolorosas que tornaram a história única e com elementos que justificam o destino da protagonista e o desfecho do livro. Por mais horrível e triste que seja, conseguimos entender o que, de fato, motivou Cath a se tornar alguém tão amarga, tão vingativa e cruel. Nem sempre vamos ter um felizes para sempre, e isso não significa que a história não seja marcante ou digna de admiração.
A história é cheia de referências ao universo de Alice no País das Maravilhas, e quando personagens já conhecidos dão o ar da graça, como o Gato Cheshire, o Chapaleiro Maluco, o Coelho Branco, e outros, é impossível não sentir aquela satisfação por já termos uma certa familiaridade com eles.
No mais, Sem Coração é um livro que arrasa nosso emocional, seja por fazer com que saibamos que existem situações terríveis e dolorosas o bastante para transformar alguém tão doce em alguém tão amarga, como mostrar que, talvez, o fascínio por corações de copas espalhados pelo reino seja um reflexo para projetar o que ela perdeu: seu coração.
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Jovem adulto/Releitura
Ano: 2018
Páginas: 416
Nota: ★★★★☆♥
Sinopse: Catherine era uma das garotas mais desejadas do País das Maravilhas e a favorita do ainda solteiro Rei de Copas, mas seus interesses eram outros. Por seu talento na cozinha, ela só queria abrir uma confeitaria em sociedade com sua melhor amiga e oferecer ao Reino de Copas os mais deliciosos doces e bolos.
Porém, de acordo com sua mãe, era uma ideia inaceitável para a jovem que poderia ser a próxima rainha. Em um baile real em que o rei pretende pedi-la em casamento, Cath conhece Jest, o belo e misterioso bobo da corte. Pela primeira vez, sente a força da pura atração. Mesmo correndo risco de ofender o rei e contrariar os pais, ela e Jest iniciam um relacionamento intenso e secreto.
Cath está determinada a escolher o próprio destino e se apaixonar nos seus próprios termos. Mas em uma terra repleta de magia, loucura e monstros, o destino tem outros planos...
Resenha: Pra quem gosta de releituras de fantasias clássicas, principalmente no que diz respeito ao universo das princesas e outras personagens icônicas da literatura, Marissa Meyer é autora mais do que indispensável. Depois de ter sido fisgada com a série Crônicas Lunares, não consegui resistir quando soube do lançamento de Sem Coração, que contaria a história das origens daquela que se tornou a impiedosa Rainha de Copas. Como não ficar com as expectativas nas alturas?
Assim, acompanhamos a jovem Catherine Pinkerton, uma garota literalmente doce e sonhadora, uma confeiteira de mão cheia, que queria abrir uma confeitaria com sua melhor amiga, Mary Ann, e viver todas as emoções de um primeiro amor um dia. Porém, sua mãe não aceita que ela siga seus sonhos. Por Cath ser desejada pelo Rei de Copas, seu destino é ser rainha, mesmo que contra sua vontade. E durante um baile onde ela seria pedida em casamento pelo Rei, ela conhece o Bobo da Corte, Jest, e a atração entre os dois é inevitável, mas escolher seu próprio destino não é algo que Cath possa fazer.
Partindo dessa premissa, vamos acompanhando o processo de transformação de Cath, uma garota doce e gentil, se tornando alguém muito cruel devido a tudo que precisou enfrentar, e que foi impedida de ser e fazer o que mais queria de sua vida: ser feliz.
No início, a autora se dedica a apresentar e construir os personagens, com suas características particulares e personalidades únicas, assim como detalhar (de forma bastante cansativa e repetitiva) cada pedacinho ou aroma dos doces e bolos divinos feitos por Cath, e até as roupas que todos usam, e eu demorei muuuito pra avançar a leitura até, mais ou menos, a metade do livro, pois tudo estava se arrastando demais e nada me deixava empolgada pra continuar. Foi um século pra conseguir ler a metade, e a outra metade eu li num pulo só. Depois percebi que foi um artifício importante para situar o leitor nesse universo, e contextualizar personagens e suas condições para que a história continuasse sendo desenvolvida com a devida maestria até seu desfecho que, embora já esperado, não deixa de surpreender. Muitas cenas são chocantes, muitos personagens nos decepcionam profundamente e acabam mostrando que o destino pode, sim, mudar de acordo com atitudes infelizes e escolhas erradas que são tomadas por ambição ou ganância, mas talvez sejam essas reviravoltas dolorosas que tornaram a história única e com elementos que justificam o destino da protagonista e o desfecho do livro. Por mais horrível e triste que seja, conseguimos entender o que, de fato, motivou Cath a se tornar alguém tão amarga, tão vingativa e cruel. Nem sempre vamos ter um felizes para sempre, e isso não significa que a história não seja marcante ou digna de admiração.
A história é cheia de referências ao universo de Alice no País das Maravilhas, e quando personagens já conhecidos dão o ar da graça, como o Gato Cheshire, o Chapaleiro Maluco, o Coelho Branco, e outros, é impossível não sentir aquela satisfação por já termos uma certa familiaridade com eles.
No mais, Sem Coração é um livro que arrasa nosso emocional, seja por fazer com que saibamos que existem situações terríveis e dolorosas o bastante para transformar alguém tão doce em alguém tão amarga, como mostrar que, talvez, o fascínio por corações de copas espalhados pelo reino seja um reflexo para projetar o que ela perdeu: seu coração.
Tags:
Fantasia,
Jovens Leitores,
Marissa Meyer,
Releitura,
Resenha,
Rocco,
YA
Bom Dia, Verônica - Andrea Killmore
16 de junho de 2019
Título: Bom Dia, Verônica
Autora: Andrea Killmore
Editora: Darkside Books
Gênero: Thriller/Literatura Nacional
Ano: 2016
Páginas: 256
Nota:★★★★☆
Resenha: Bom dia, Verônica é um thriller nacional escrito por Andrea Killmore (pseudônimo de não faço ideia quem) e publicado pela Darkside Books. De antemão já posso dizer que o trabalho gráfico do livro, que tem capa dura, assim como de todos os outros da editora, está impecável e super caprichado.
Verônica Torres é uma escrivã da Polícia Civil de São Paulo que está cansada de ver tantas injustiças acontecendo. Os casos são engavetados e esquecidos sem que nada seja resolvido e ela já está cansada dessa situação que a consome dia após dia. Seu chefe é um delegado que já está quase se aposentando e está fugindo de casos complicados (e dos simples também) e não resolve nem tem interesse por nada. Até que num dia rotineiro de trabalho, Verônica presencia o suicídio de um moça em plena delegacia, e como se a situação já não fosse chocante demais, ela ainda recebe uma ligação de uma mulher desesperada e que corre risco de vida nas mãos do marido, mas que ninguém na delegacia tem interesse em investigar se um inquérito não fosse aberto pela própria esposa.
Assim, Verônica resolve investigar os dois casos por conta própria diante de tanto descaso dos demais policiais, tanto para mostrar o quanto é competente, quanto para fazer um pouco de justiça, já que nunca é feita. Mas o que ela não esperava era se deparar com um caso complexo e sombrio, além de se envolver numa trama perigosa que ela jamais imaginou viver.
A narrativa é bastante fluída, e por se passar em São Paulo, tem várias gírias e referências que reforçam que se trata de uma história nacional. A escrita também é bastante crua, com detalhes que incomodam por trazer a realidade de uma forma bastante verdadeira e até cruel. O mistério é interessante e a forma como a autora prende o leitor, revelando detalhes de forma gradual, torna a leitura do livro uma experiência super satisfatória, mesmo que ele tenha várias facilitações narrativas pra dar explicações ou tirar o personagem de alguma situação impossível.
Verônica é um belo retrato da mulher brasileira, que trabalha mais do que ganha, se dedica à família e à casa, e se desdobra da melhor forma que pode pra dar conta de tudo, e por isso está esgotada. Ela está insatisfeita com seu emprego, seu casamento está um lixo, e ela precisa de alguma motivação pra dar um up na sua vida, logo investigar esses casos (e outras cositas mas), iria tirá-la dessa "zona de desconforto". Ela cai naquele clichê da policial inteligente e de personalidade forte que tem seus problemas pessoais que interferem em sua vida profissional, mas isso não significa que ela seja uma personagem admirável que sabe lidar com tudo. Ela é a anti-heroína que faz escolhas e tem atitudes questionáveis e desprezíveis, mas ainda assim busca pela justiça, mesmo que ela precise recorrer a medidas mais drásticas pra isso. Verônica acaba levantando vários questionamentos e reflexões acerca de seu comportamento e até da própria forma como ela encara a vida.
A história também aborda alguns temas bastante pesados, e talvez quem não esteja acostumado com livros policiais possa ficar bem mais impactado com o choque que algumas cenas causam.
No mais, pra quem gosta do gênero, curte personagens nada convencionais, e procura por um bom livro nacional, é leitura super indicada.
Autora: Andrea Killmore
Editora: Darkside Books
Gênero: Thriller/Literatura Nacional
Ano: 2016
Páginas: 256
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em "Bom dia, Verônica", acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que, na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado.
Andrea Killmore compõe thrillers como os grandes mestres, e sua experiência de vida confere uma autenticidade que poucas vezes encontramos em suspenses policiais, vibrante e cruel — como a realidade.
Resenha: Bom dia, Verônica é um thriller nacional escrito por Andrea Killmore (pseudônimo de não faço ideia quem) e publicado pela Darkside Books. De antemão já posso dizer que o trabalho gráfico do livro, que tem capa dura, assim como de todos os outros da editora, está impecável e super caprichado.
Verônica Torres é uma escrivã da Polícia Civil de São Paulo que está cansada de ver tantas injustiças acontecendo. Os casos são engavetados e esquecidos sem que nada seja resolvido e ela já está cansada dessa situação que a consome dia após dia. Seu chefe é um delegado que já está quase se aposentando e está fugindo de casos complicados (e dos simples também) e não resolve nem tem interesse por nada. Até que num dia rotineiro de trabalho, Verônica presencia o suicídio de um moça em plena delegacia, e como se a situação já não fosse chocante demais, ela ainda recebe uma ligação de uma mulher desesperada e que corre risco de vida nas mãos do marido, mas que ninguém na delegacia tem interesse em investigar se um inquérito não fosse aberto pela própria esposa.
Assim, Verônica resolve investigar os dois casos por conta própria diante de tanto descaso dos demais policiais, tanto para mostrar o quanto é competente, quanto para fazer um pouco de justiça, já que nunca é feita. Mas o que ela não esperava era se deparar com um caso complexo e sombrio, além de se envolver numa trama perigosa que ela jamais imaginou viver.
A narrativa é bastante fluída, e por se passar em São Paulo, tem várias gírias e referências que reforçam que se trata de uma história nacional. A escrita também é bastante crua, com detalhes que incomodam por trazer a realidade de uma forma bastante verdadeira e até cruel. O mistério é interessante e a forma como a autora prende o leitor, revelando detalhes de forma gradual, torna a leitura do livro uma experiência super satisfatória, mesmo que ele tenha várias facilitações narrativas pra dar explicações ou tirar o personagem de alguma situação impossível.
Verônica é um belo retrato da mulher brasileira, que trabalha mais do que ganha, se dedica à família e à casa, e se desdobra da melhor forma que pode pra dar conta de tudo, e por isso está esgotada. Ela está insatisfeita com seu emprego, seu casamento está um lixo, e ela precisa de alguma motivação pra dar um up na sua vida, logo investigar esses casos (e outras cositas mas), iria tirá-la dessa "zona de desconforto". Ela cai naquele clichê da policial inteligente e de personalidade forte que tem seus problemas pessoais que interferem em sua vida profissional, mas isso não significa que ela seja uma personagem admirável que sabe lidar com tudo. Ela é a anti-heroína que faz escolhas e tem atitudes questionáveis e desprezíveis, mas ainda assim busca pela justiça, mesmo que ela precise recorrer a medidas mais drásticas pra isso. Verônica acaba levantando vários questionamentos e reflexões acerca de seu comportamento e até da própria forma como ela encara a vida.
A história também aborda alguns temas bastante pesados, e talvez quem não esteja acostumado com livros policiais possa ficar bem mais impactado com o choque que algumas cenas causam.
No mais, pra quem gosta do gênero, curte personagens nada convencionais, e procura por um bom livro nacional, é leitura super indicada.
Quotes que Inspiram #2 - O Oceano no Fim do Caminho
12 de junho de 2019
Voltando com essa coluna há muito tempo esquecida, trago alguns quotes super legais e cheios de mensagens maravilindas de um dos livros mais interessantes que já li: O Oceano no Fim do Caminho, do ilustre Neil Gaiman. Bora conferir?
"Livros eram mais confiáveis que pessoas, de qualquer forma."
- pág. 18
"As plaquinhas que explicavam quem eles eram também me informaram que a maioria havia assassinado a família e vendido os corpos para a anatomia. Foi aí que, para mim, a palavra anatomia ganhou um quê de pavor. Eu não sabia o que era anatomia. Só sabia que a anatomia fazia as pessoas matarem os filhos."
- pág. 27
"A porta estava trancada. Portas trancadas impediam que outras pessoas entrassem. Uma porta trancada era sinal de que você estava lá dentro e, quando as pessoas queriam entrar no banheiro, elas mexiam na maçaneta e a porta não abria, e elas diziam 'Perdão!' ou gritavam 'Você vai demorar aí?' e..."- pág. 85
"Vou dizer uma coisa importante para você. Os adultos também não se parecem com adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, eles se parecem com o que sempre foram. Com o que eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum, no mundo inteirinho. - Ela pensou por um instante. Então sorriu. - Tirando a vovó, claro."- pág. 130
"Eu era uma criança normal. O que significava dizer que eu era egoísta e não estava totalmente convencido da existência de coisas que não eram eu, e tinha certeza, uma certeza sólida e inabalável, de que eu era a coisa mais importante da criação. Não havia nada mais importante para mim do que eu."- pág. 177
Despertar - Nina Lane
11 de junho de 2019
Título: Despertar - Espiral do Desejo #1
Autora: Nina Lane
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2018
Páginas: 320
Nota:★★★☆☆
Resenha: Dean West é aquele tipo de marido que, a primeira vista, a maioria das mulheres mais conservadoras sonham em ter: um provedor bem sucedido, dedicado, carinhoso, companheiro, apaixonado e super protetor. Ele é casado com Olivia, uma mulher que, depois de sofrer muito na infância e ter aprendido a não confiar em ninguém, encontrou em Dean um verdadeiro porto seguro. O casamento é sólido e o relacionamento não poderia ser mais perfeito, principalmente por Olivia se sentir segura e confortável em falar sobre tudo com o marido. Ela confia em Dean de olhos fechados por acreditar que ele é a única pessoa que nunca desistiu dela e sempre irá protegê-la.
Mas nem tudo são flores... Quando Olivia decide dar um passo maior em sua vida, Dean demonstra uma posição contrária, e por estar acostumada a sempre ser apoiada por ele, Olivia, meio nonsense, fica decepcionada com a atitude do marido diante de algo que sequer aconteceu. E como se isso não bastasse para deixá-la arrasada e morta de desgosto, um segredo do passado de Dean vem à tona e ela não sabe lidar com a descoberta. A confiança sempre fora a base do relacionamento dos dois, e só de imaginar que o marido foi capaz de esconder alguma coisa, Olivia passa a se questionar sobre o quanto o conhece, desencadeando uma crise conjugal estratosférica.
O livro é dividido em três partes, e narrativa se alterna entre passado e presente para um maior entendimento dos fatos, principalmente por termos o ponto de vista de Dean ao final. Esses flashbacks acabam mostrando como era a vida de Olivia e o quanto ela era infeliz antes de Dean entrar em sua vida, além da versão de Dean para que possamos compreender (ou não) suas escolhas. Talvez o diferencial da trama se dê pelo casal de protagonistas já viverem casados há alguns anos e ainda consigam manter as chamas da paixão bem acesas, o que rende algumas cenas mais calientes (mas nem tanto).
Aqui temos Olivia, uma personagem que sempre fora bastante reservada, e isso acabou fazendo com que ela se tornasse uma esposa submissa e que tem a vida controlada pelo marido, mesmo que as intenções dele sempre tenham sido as melhores. A ideia era sempre proteger e cuidar da esposa, fazê-la se sentir sempre feliz, amada e respeitada, mas isso impediu que ela tomasse decisões por conta própria e sua vida ficou estagnada e dependente já que Olivia nunca teve iniciativa para tomar qualquer tipo de controle, e isso acaba fazendo dela uma personagem muito chata. A forma como ela coloca o marido num pedestal, como se ele fosse um deus, chega a ser irritante, e a quantidade de vezes que ela repete que Dean a "salvou" para se sentir protegida, dá um vislumbre meio doentio de ser o lado mais "frágil" desse relacionamento.
Confesso que algumas situações que Olivia enfrentou em seu passado mexeram comigo em vários momentos, mas a trama e o romance propriamente ditos envolvendo o casamento e a crise que surgiu, são exageradas ou não condizem muito bem com a idade dos personagens, que muitas vezes tem atitudes extremas demais para o que parece ser muito pequeno, ou se comportam como adolescentes que mereciam uns tabefes por ficarem insistindo na mesma coisa por muito tempo sem chegar a lugar algum. Eu morria de desespero de ver que em vez de conversarem feito pessoas normais para resolverem seus conflitos, eles iam embora e seja o que Deus quiser.
O título do livro, acredito eu, tem relação com a ideia de Olivia, enfim, conseguir enxergar que nada é realmente perfeito dentro de um relacionamento, e que, inevitavelmente, cedo ou tarde, irão surgir algumas situações das quais o casal vai ter alguma dificuldade em lidar. E é aí que ela percebe que seu casamento, seu marido, e ela mesma, tem falhas, mas nunca é tarde para tentar reparar, desde que os envolvidos estejam dispostos.
A escrita da autora é leve e bastante simples, e acaba fazendo jus à história. O livro tem algumas cenas mais quentes, mas pra quem está acostumado com romances eróticos vai sentir falta de maiores detalhes e mais "emoção" na hora do vamos ver. Achei que a história careceu de mais drama e de personagens mais maduros, e poderia ser um pouco melhor desenvolvida para sair do mesmo assunto, talvez assim o enredo fosse mais envolvente. Mas para um volume introdutório do que parece ser uma trilogia (?) a leitura é válida.
Pra ser sincera, eu não gostei muito da capa do livro. Não estou desmerecendo nem nada, mas achei que o estilo remete a esses romances de banca que fogem do padrão da editora. Em contrapartida, só tenho elogios para a diagramação e revisão da obra.
No mais, a história acaba mostrando que um relacionamento não pode ser perfeito. Duas pessoas, por mais que se completem, em algum momento terão suas divergências e precisarão aprender a lidar com os problemas que irão surgir. Não digo que o amor vai superar tudo, pois um casamento é construído e mantido com muito mais do que amor, mas se o casal reconhece que não é possível atingir a perfeição e que em muitos casos é preciso ceder, dar espaço ao outro e respeitar algumas de suas vontades e sonhos, as coisas tem muito mais chances de dar certo.
Autora: Nina Lane
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2018
Páginas: 320
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Um casamento baseado no amor, no desejo e na confiança. Um segredo guardado com a melhor das intenções. Um relacionamento — intenso e imperfeito — colocado à prova.
Dean West é o grande amor e o porto seguro da vida de Olivia. Um marido dedicado, um parceiro intenso e, acima de tudo, um homem completamente apaixonado por sua mulher. Conhecedor dos segredos mais obscuros da esposa, Dean a possui por completo — hoje, amanhã e sempre.
Mas o casamento aparentemente perfeito dos dois é abalado quando Olivia descobre uma faceta até então desconhecida do passado do marido. Será que a força dos sentimentos que eles têm um pelo outro será capaz de prevalecer sobre a dor da decepção?
Resenha: Dean West é aquele tipo de marido que, a primeira vista, a maioria das mulheres mais conservadoras sonham em ter: um provedor bem sucedido, dedicado, carinhoso, companheiro, apaixonado e super protetor. Ele é casado com Olivia, uma mulher que, depois de sofrer muito na infância e ter aprendido a não confiar em ninguém, encontrou em Dean um verdadeiro porto seguro. O casamento é sólido e o relacionamento não poderia ser mais perfeito, principalmente por Olivia se sentir segura e confortável em falar sobre tudo com o marido. Ela confia em Dean de olhos fechados por acreditar que ele é a única pessoa que nunca desistiu dela e sempre irá protegê-la.
Mas nem tudo são flores... Quando Olivia decide dar um passo maior em sua vida, Dean demonstra uma posição contrária, e por estar acostumada a sempre ser apoiada por ele, Olivia, meio nonsense, fica decepcionada com a atitude do marido diante de algo que sequer aconteceu. E como se isso não bastasse para deixá-la arrasada e morta de desgosto, um segredo do passado de Dean vem à tona e ela não sabe lidar com a descoberta. A confiança sempre fora a base do relacionamento dos dois, e só de imaginar que o marido foi capaz de esconder alguma coisa, Olivia passa a se questionar sobre o quanto o conhece, desencadeando uma crise conjugal estratosférica.
O livro é dividido em três partes, e narrativa se alterna entre passado e presente para um maior entendimento dos fatos, principalmente por termos o ponto de vista de Dean ao final. Esses flashbacks acabam mostrando como era a vida de Olivia e o quanto ela era infeliz antes de Dean entrar em sua vida, além da versão de Dean para que possamos compreender (ou não) suas escolhas. Talvez o diferencial da trama se dê pelo casal de protagonistas já viverem casados há alguns anos e ainda consigam manter as chamas da paixão bem acesas, o que rende algumas cenas mais calientes (mas nem tanto).
Aqui temos Olivia, uma personagem que sempre fora bastante reservada, e isso acabou fazendo com que ela se tornasse uma esposa submissa e que tem a vida controlada pelo marido, mesmo que as intenções dele sempre tenham sido as melhores. A ideia era sempre proteger e cuidar da esposa, fazê-la se sentir sempre feliz, amada e respeitada, mas isso impediu que ela tomasse decisões por conta própria e sua vida ficou estagnada e dependente já que Olivia nunca teve iniciativa para tomar qualquer tipo de controle, e isso acaba fazendo dela uma personagem muito chata. A forma como ela coloca o marido num pedestal, como se ele fosse um deus, chega a ser irritante, e a quantidade de vezes que ela repete que Dean a "salvou" para se sentir protegida, dá um vislumbre meio doentio de ser o lado mais "frágil" desse relacionamento.
Confesso que algumas situações que Olivia enfrentou em seu passado mexeram comigo em vários momentos, mas a trama e o romance propriamente ditos envolvendo o casamento e a crise que surgiu, são exageradas ou não condizem muito bem com a idade dos personagens, que muitas vezes tem atitudes extremas demais para o que parece ser muito pequeno, ou se comportam como adolescentes que mereciam uns tabefes por ficarem insistindo na mesma coisa por muito tempo sem chegar a lugar algum. Eu morria de desespero de ver que em vez de conversarem feito pessoas normais para resolverem seus conflitos, eles iam embora e seja o que Deus quiser.
O título do livro, acredito eu, tem relação com a ideia de Olivia, enfim, conseguir enxergar que nada é realmente perfeito dentro de um relacionamento, e que, inevitavelmente, cedo ou tarde, irão surgir algumas situações das quais o casal vai ter alguma dificuldade em lidar. E é aí que ela percebe que seu casamento, seu marido, e ela mesma, tem falhas, mas nunca é tarde para tentar reparar, desde que os envolvidos estejam dispostos.
A escrita da autora é leve e bastante simples, e acaba fazendo jus à história. O livro tem algumas cenas mais quentes, mas pra quem está acostumado com romances eróticos vai sentir falta de maiores detalhes e mais "emoção" na hora do vamos ver. Achei que a história careceu de mais drama e de personagens mais maduros, e poderia ser um pouco melhor desenvolvida para sair do mesmo assunto, talvez assim o enredo fosse mais envolvente. Mas para um volume introdutório do que parece ser uma trilogia (?) a leitura é válida.
Pra ser sincera, eu não gostei muito da capa do livro. Não estou desmerecendo nem nada, mas achei que o estilo remete a esses romances de banca que fogem do padrão da editora. Em contrapartida, só tenho elogios para a diagramação e revisão da obra.
No mais, a história acaba mostrando que um relacionamento não pode ser perfeito. Duas pessoas, por mais que se completem, em algum momento terão suas divergências e precisarão aprender a lidar com os problemas que irão surgir. Não digo que o amor vai superar tudo, pois um casamento é construído e mantido com muito mais do que amor, mas se o casal reconhece que não é possível atingir a perfeição e que em muitos casos é preciso ceder, dar espaço ao outro e respeitar algumas de suas vontades e sonhos, as coisas tem muito mais chances de dar certo.
Wishlist #71 - Funko Pop - The Big Bang Theory
6 de junho de 2019
Acho que a série The Big Bang Theory dispensa maiores apresentações, visto que chegou ao fim agora, depois de 12 temporadas super incríveis. É uma das maiores e melhores séries da TV e só acabou por causa da saída de Jim Parsons, que interpreta Sheldon Cooper. Os personagens nerds, super inteligentes - e encalhados -, Sheldon, Leonard, Howard e Raj, acabam conhecendo Penny, a vizinha descolada, que vai tirá-los totalmente de suas zonas de conforto. A medida que a série avança, outras personagens peculiares vão aparecendo, tornando a história ainda mais engraçada e super genial.
A Funko já havia lançado os pops dos personagens (alguns com várias versões diferentes) uns anos atrás, mas o tempo acabou tornando todos eles raríssimos e com valores muito altos, e por serem de modelos bem antigos, eu acabei passando ilesa por eles (sempre achei eles bem judiados, tadinhos). Porém agora com o fim do seriado, os personagens foram relançados, alguns deles em versões de situações bastante cômicas (a Penny desleixada parecendo um bicho no episódio em que ela fica viciada num jogo online é impagável), e já fiquei de olho. Além de serem mais bonitos e com detalhes bem legais, estão com preço de pops regulares (na faixa dos 8 dólares em média). Quero todos, até o pobre coitado do Stuart (782) que também não ficou de fora dessa wave nova.
A Funko já havia lançado os pops dos personagens (alguns com várias versões diferentes) uns anos atrás, mas o tempo acabou tornando todos eles raríssimos e com valores muito altos, e por serem de modelos bem antigos, eu acabei passando ilesa por eles (sempre achei eles bem judiados, tadinhos). Porém agora com o fim do seriado, os personagens foram relançados, alguns deles em versões de situações bastante cômicas (a Penny desleixada parecendo um bicho no episódio em que ela fica viciada num jogo online é impagável), e já fiquei de olho. Além de serem mais bonitos e com detalhes bem legais, estão com preço de pops regulares (na faixa dos 8 dólares em média). Quero todos, até o pobre coitado do Stuart (782) que também não ficou de fora dessa wave nova.
Games - Fabulous: Angela's Wedding Disaster
5 de junho de 2019
Título: Fabulous: Angela's Wedding Disaster
Desenvolvedora: GameHouse
Plataforma: Android e iOS
Categoria: Estratégia/Drama/Casual
Ano: 2018
Classificação Indicativa: Livre
Nota: ★★★★★
Eu adoro joguinhos de gerenciamento de tempo com uma mecânica simples, e o diferencial dos da Game House são que eles vem com histórias divertidas, engraçadas, cheias de drama, e até emocionantes, o que torna os jogos envolventes e difíceis de largar.
Dessa vez escolhi o Angela's Wedding Disaster, o quarto da franquia Fabulous. Ele gira em torno do universo da moda em geral, e este, cuja história tem foco num casamento bastante especial, traz Angela Napoli como a protagonista. É divertido acompanhá-la em sua jornada para realizar seu sonho de se tornar uma estilista, e embora ela tenha bastante potencial, seja super competente e tenha Sebastian Worth, um renomado guru da moda, como seu mentor, ela também tem suas inseguranças, erra, reconhece e se esforça para que tudo fique perfeito.
Às vezes ela não sabe o que fazer diante de alguns pepinos, e é engraçado vê-la dividida entre suas mini versões do bem e do mal lhe dando conselhos, mas o bacana é que ela tem amigas que, juntas, formam o Quarteto Fabuloso, e sempre estão dispostas a ajudá-la, mesmo que entrem em algumas enrascadas junto com ela.
O jogo tem 60 fases e 24 desafios que complementam a história, e se dividem em 6 locais diferentes, todos eles com novos e simpáticos (ou não) personagens secundários. Cada local também conta com uma fase bônus e infinita, onde é possível jogar sem limite de tempo ou pontuação para quebrar records (não consegui mais do que 2 estrelas nessa peleja hahahaha). As histórias são individuais e envolvem relacionamentos e dramas com os moradores locais que, indiretamente, estão ligados com alguma das meninas do Quarteto, mas sem deixar de lado a história do casamento principal que gira em torno de Fran, o dono de um Café frequentado pelo Quarteto, e sua paixão por Caroline. Com ajuda das amigas, Angela começa a dar um jeitinho de reparar um grande prejuízo, preparar o casamento de Fran e criar o glorioso vestido para a noiva, mas até lá as meninas passam por lugares com estilos e cultura própria, o que acaba sendo bem interessante de se ver.
Confesso que o funcionamento em si não tem muita diferença dos demais jogos do gênero. Basicamente é pegar ou montar o item solicitado pelas clientes em tempo hábil o bastante para que elas não fiquem nervosas e não desistam do atendimento, pontuar, ganhar dinheiro e trocar por recompensas que vão facilitar a jogabilidade e o trabalho de Angela. Há também uma área exclusiva para coleções de roupas que podem ser iniciadas a partir dos diamantes coletados nas fases, ou um scrapbook descolado montado a partir de conquistas no jogo. O diferencial é o roteiro da história, é acompanhar a trajetória de Angela e suas amigas para saber o desfecho, que é bem bacana inclusive.
As fases são desbloqueadas assim que a anterior é completada, e uma grande vantagem é que, embora seja possível pagar para não assistir anúncios, é possível desbloquear o jogo por completo desde que os anúncios sejam assistidos. Basta ter internet disponível no celular para assisti-los (que variem entre 30 e 5 segundos) poder avançar nas fases e se divertir bastante.
No mais, é um joguinho viciante pra quem curte o gênero e quer passar passar o tempo! Super recomendo!
Desenvolvedora: GameHouse
Plataforma: Android e iOS
Categoria: Estratégia/Drama/Casual
Ano: 2018
Classificação Indicativa: Livre
Nota: ★★★★★
Sinopse: Diga sim para o vestido nesse jogo de gerenciamento de tempo, com temática de casamentos!
Prepare-se para dominar a cena dos casamentos de Nova Iorque!
Trabalhando com um novo mentor, noivazillas e até mãezillas, as habilidades da Angela de criar modelitos são testadas em Fabulous – Angela’s Wedding Disaster! Angela vai encarar seu maior desafio até agora, quando ela e suas amigas, o Quarteto Fabuloso, se unem para planejar um casamento. Será que ela consegue lidar com o estresse? Ou isso vai acabar num desastre? Descubra nesse jogo hilário de gerenciamento de tempo, com temática de casamentos!
Após seu sucesso com a linha 'Rainha por Um Dia', Angela continua a desenhar vestidos para deixar as mulheres se sentindo Fabulosas! Agora, ela vai entrar no mundo atribulado de butiques para noivas. Quando se trata de casamento, você só precisa de amor e... do vestido perfeito, é claro! Angela dependerá de sua ajuda para deixar todas as noivas lindas em seu dia especial!
O casamento mais importante será para o seu amigo, Fran. Angela e o resto do Quarteto Fabuloso se unirão para dar a ele a mais incrível festa possível. No entanto, como tudo que a Angela faz, as coisas não seguirão bem como planejadas. Será que Angela poderá salvar o casamento de Fran do desastre ou será que só vai piorar as coisas?
Eu adoro joguinhos de gerenciamento de tempo com uma mecânica simples, e o diferencial dos da Game House são que eles vem com histórias divertidas, engraçadas, cheias de drama, e até emocionantes, o que torna os jogos envolventes e difíceis de largar.
Dessa vez escolhi o Angela's Wedding Disaster, o quarto da franquia Fabulous. Ele gira em torno do universo da moda em geral, e este, cuja história tem foco num casamento bastante especial, traz Angela Napoli como a protagonista. É divertido acompanhá-la em sua jornada para realizar seu sonho de se tornar uma estilista, e embora ela tenha bastante potencial, seja super competente e tenha Sebastian Worth, um renomado guru da moda, como seu mentor, ela também tem suas inseguranças, erra, reconhece e se esforça para que tudo fique perfeito.
Às vezes ela não sabe o que fazer diante de alguns pepinos, e é engraçado vê-la dividida entre suas mini versões do bem e do mal lhe dando conselhos, mas o bacana é que ela tem amigas que, juntas, formam o Quarteto Fabuloso, e sempre estão dispostas a ajudá-la, mesmo que entrem em algumas enrascadas junto com ela.
Confesso que o funcionamento em si não tem muita diferença dos demais jogos do gênero. Basicamente é pegar ou montar o item solicitado pelas clientes em tempo hábil o bastante para que elas não fiquem nervosas e não desistam do atendimento, pontuar, ganhar dinheiro e trocar por recompensas que vão facilitar a jogabilidade e o trabalho de Angela. Há também uma área exclusiva para coleções de roupas que podem ser iniciadas a partir dos diamantes coletados nas fases, ou um scrapbook descolado montado a partir de conquistas no jogo. O diferencial é o roteiro da história, é acompanhar a trajetória de Angela e suas amigas para saber o desfecho, que é bem bacana inclusive.
As fases são desbloqueadas assim que a anterior é completada, e uma grande vantagem é que, embora seja possível pagar para não assistir anúncios, é possível desbloquear o jogo por completo desde que os anúncios sejam assistidos. Basta ter internet disponível no celular para assisti-los (que variem entre 30 e 5 segundos) poder avançar nas fases e se divertir bastante.
No mais, é um joguinho viciante pra quem curte o gênero e quer passar passar o tempo! Super recomendo!
Não Tá Fácil Pra Ninguém - Andrew Tsyaston
4 de junho de 2019
Título: Não Tá Fácil Pra Ninguém
Autor e Ilustrador: Andrew Tsyaston
Editora: Seguinte
Gênero: Juvenil/Tirinhas/Humor
Ano: 2019
Páginas: 112
Nota:★★★★★♥
Resenha: Esses livritchos compostos por tirinhas e ilustrações engraçadas são o que há por aí. Depois de me divertir - e refletir - horrores com as verdades e situações tragicômicas embutidas em tirinhas com personagens caricatos, exagerados e super expressivos (as sobrancelhas de Emilia Clarke que se cuidem) dos livros de Sarah Andersen, chegou a vez do peculiar Não Tá Fácil Pra Ninguém, do autor e ilustrador Andrew Tsyaston. Ele é dono de um perfil de ilustrações no Instagram, o Shen Comix, que já conta com quase 1,5 milhão de seguidores. Sua forma de retratar as principais emoções do ser humano, assim como o que elas causam, é única, original e impagável. É impossível não rir, levar um tapa na cara e/ou se identificar com as situações que ele aborda.
O projeto gráfico do livro é muito bem feito, todo colorido e cheio de detalhes, e a tradução também foi muito bem adaptada pro português. Eu só senti falta de uma capa dura.
Confesso que alguns temas considerados delicados são tratados com um pouco de deboche e até frieza, mas talvez a ideia seja realmente colocar humor em situações trágicas com intenção de amenizar as coisas, ou talvez fazer com que as pessoas reflitam sobre determinadas condições e as porradas inevitáveis que levamos da vida, literalmente. É impossível levar a vida sem que, de vez em quando, bata aquela sensação de que tudo dá errado antes mesmo de levantarmos da cama, que o fracasso bate à nossa porta, que existe alguém que nos supera e vive se gabando por isso, que às vezes o melhor é deixar pra lá e se conformar, que nem sempre damos conta do tranco sozinhos, ou o quanto é difícil conciliar a vida em todos os aspectos sem surtar. É a parte desesperadora da vida adulta, nem tudo são flores, e todos estamos sujeitos a cair.
O mais engraçado - e genial - é que Andrew personificou as emoções, então a Raiva, a Tristeza, a Lógica, uma dupla de personalidades opostas (A e B, uma passiva e a outra super competitiva), e a própria Vida são personagens que contracenam com o pobre protagonista, o Shen, cuja vida nada fácil foi inspirada na do próprio autor, e fica evidente o quão difícil é lidar com todas elas, que parecem só existir pra tentar derrubá-lo (e muitas vezes conseguem). Acompanhar essas situações tão trágicas quanto cômicas, acaba colocando os leitores num misto de emoções e sentimentos que são muito engraçados, mas, ao mesmo tempo, fazem a gente rir de nervoso só pra não ter que chorar de desespero.
Embora o livro aborde alguns pontos sob a ótica masculina, a maioria das situações acabam representando muito bem a vida de todos nós, e é impossível não parar pra pensar sobre nosso comportamento em geral e como lidamos com o fracasso e com as adversidades da Vida. Não Tá Fácil Pra Ninguém é um livro curtinho, engraçado e necessário para qualquer pessoa adulta - ou prestes a entrar nessa fase - perceber que se não tá fácil pra você, não tá fácil pra ninguém, mas nada impede que a gente levante, limpe a poeira, coloque um band-aid nas feridas causadas pelos inúmeros tombos, e siga em frente.
Autor e Ilustrador: Andrew Tsyaston
Editora: Seguinte
Gênero: Juvenil/Tirinhas/Humor
Ano: 2019
Páginas: 112
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Às vezes você mal acorda e já sente que a vida quer te derrubar? Tenta, em vão, conciliar sono, trabalho, exercícios, lazer e vida social, e sente que tem sempre alguém muito melhor do que você em tudo? Não se preocupe, você não está sozinho! Porque a verdade é que não tá fácil pra ninguém.
De forma acessível e certeira, as tiras de Andrew Tsyaston discutem ansiedade, depressão, masculinidade tóxica, autoestima e as expectativas de nossa sociedade em relação aos jovens. Ao longo da leitura, é inevitável se identificar e dar muita risada — ainda que, por dentro, você esteja chorando.
Resenha: Esses livritchos compostos por tirinhas e ilustrações engraçadas são o que há por aí. Depois de me divertir - e refletir - horrores com as verdades e situações tragicômicas embutidas em tirinhas com personagens caricatos, exagerados e super expressivos (as sobrancelhas de Emilia Clarke que se cuidem) dos livros de Sarah Andersen, chegou a vez do peculiar Não Tá Fácil Pra Ninguém, do autor e ilustrador Andrew Tsyaston. Ele é dono de um perfil de ilustrações no Instagram, o Shen Comix, que já conta com quase 1,5 milhão de seguidores. Sua forma de retratar as principais emoções do ser humano, assim como o que elas causam, é única, original e impagável. É impossível não rir, levar um tapa na cara e/ou se identificar com as situações que ele aborda.
O projeto gráfico do livro é muito bem feito, todo colorido e cheio de detalhes, e a tradução também foi muito bem adaptada pro português. Eu só senti falta de uma capa dura.
Confesso que alguns temas considerados delicados são tratados com um pouco de deboche e até frieza, mas talvez a ideia seja realmente colocar humor em situações trágicas com intenção de amenizar as coisas, ou talvez fazer com que as pessoas reflitam sobre determinadas condições e as porradas inevitáveis que levamos da vida, literalmente. É impossível levar a vida sem que, de vez em quando, bata aquela sensação de que tudo dá errado antes mesmo de levantarmos da cama, que o fracasso bate à nossa porta, que existe alguém que nos supera e vive se gabando por isso, que às vezes o melhor é deixar pra lá e se conformar, que nem sempre damos conta do tranco sozinhos, ou o quanto é difícil conciliar a vida em todos os aspectos sem surtar. É a parte desesperadora da vida adulta, nem tudo são flores, e todos estamos sujeitos a cair.
O mais engraçado - e genial - é que Andrew personificou as emoções, então a Raiva, a Tristeza, a Lógica, uma dupla de personalidades opostas (A e B, uma passiva e a outra super competitiva), e a própria Vida são personagens que contracenam com o pobre protagonista, o Shen, cuja vida nada fácil foi inspirada na do próprio autor, e fica evidente o quão difícil é lidar com todas elas, que parecem só existir pra tentar derrubá-lo (e muitas vezes conseguem). Acompanhar essas situações tão trágicas quanto cômicas, acaba colocando os leitores num misto de emoções e sentimentos que são muito engraçados, mas, ao mesmo tempo, fazem a gente rir de nervoso só pra não ter que chorar de desespero.
Embora o livro aborde alguns pontos sob a ótica masculina, a maioria das situações acabam representando muito bem a vida de todos nós, e é impossível não parar pra pensar sobre nosso comportamento em geral e como lidamos com o fracasso e com as adversidades da Vida. Não Tá Fácil Pra Ninguém é um livro curtinho, engraçado e necessário para qualquer pessoa adulta - ou prestes a entrar nessa fase - perceber que se não tá fácil pra você, não tá fácil pra ninguém, mas nada impede que a gente levante, limpe a poeira, coloque um band-aid nas feridas causadas pelos inúmeros tombos, e siga em frente.
Resumo do Mês - Maio, o mês do caos
3 de junho de 2019
Como eu tinha dito no post de resumo do mês passado, estava aqui desvairada em busca de um apê novo pra alugar depois de tanto problema que o outro me causou. Então, depois de visitas em vários e vários imóveis, eis que encontrei um que me atenderia perfeitamente. Espaçoso, com duas escolas pras crianças praticamente do outro lado da rua, comércio e posto de saúde pertinho, bairro tranquilo, sem vizinhos escandalosos e toscos, condomínio organizado e livre de bizarrices, enfim... Tudo que ia facilitar minha vida... Só de pensar em ficar livre daquele outro tormento que estava me deixando doente de tanto estresse, eu já me sentia mais leve e zen. Era bom demais pra ser verdade e nem morta que eu ia ficar perdendo tempo procurando outros que, com certeza, não iria oferecer essas vantagens que eu procurava. Já juntei todos os documentos necessários, preenchi a proposta e fiquei super feliz quando foi aprovada já no dia seguinte. Tudo acertado, lá fui eu buscar as chaves bem no dia do aniversário do Ian, que por causa da confusão toda ficou sem festa, coitado, dia 17/05, e já tinha acertado com o caminhão a mudança pro sábado, dia 18. Ainda na sexta, perguntei se tava tudo ok, se eu precisava saber de algo ou fazer alguma coisa a mais, e o pessoal da imobiliária me garantiu que tava tudo certo e que eu poderia "ficar tranquila". Eu lá, alegre e saltitante, casa nova, vida nova, nada mais podia dar errado. SQN. Mal sabia eu que essa seria a maior provação da minha vida... Senta que lá vem textão.
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