Título: Anna e o Planeta
Autor: Jostein Gaarder
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2016
Páginas: 168
Nota:
★★★☆☆
Sinopse: Pouco antes de completar dezesseis anos, Anna começa a receber mensagens em seus sonhos. Preocupados, os pais resolvem levá-la a um psiquiatra, mas o médico não acha que existe algo errado com ela. Na verdade, o excêntrico dr. Benjamin acredita que parte do que ela vê nos sonhos é real, como o agravo do aquecimento global e a consequente extinção de vários animais. Ele está certo, pois Anna está observando o mundo através dos olhos de Nova, sua bisneta que vive em 2082 e está prestes a fazer dezesseis anos. O mundo está desolado e Nova se sente cada dia mais revoltada com as gerações anteriores. Quanto mais Anna enxerga o futuro em seus sonhos, mais ela percebe que deve agir no presente. Mas será que ela vai conseguir agir rápido o suficiente para evitar que suas visões se tornem reais?
Resenha: Anna Nyrud está quase completando dezesseis anos e começa a receber mensagens durante os seus sonhos logo depois de ganhar um anel de rubi vermelho, uma joia que está na família há várias gerações. Nos sonhos ela é Nova, sua própria bisneta que está observando o mundo arruinado no ano 2082, indignada por vários animais e vegetais estarem extintos e sem entender como o ser humano deixou que as coisas chegassem naquele ponto. Como a maioria dos pais fariam num caso desses, Anna é levada a um psiquiatra, Dr. Benjamin, que não vê nada de errado com esses sonhos e acredita que o que ela vê é verdadeiro, afinal, o descaso dos seres humanos com o planeta só pode significar que, mais cedo ou mais tarde, ele vai ser destruído.
Então Anna resolve que precisa agir para impedir que esse futuro aconteça e conta com a ajuda de Jonas, seu namorado, e do Dr. Benjamin.
Anna e o Planeta é um livro que a gente lê e fica pensando sobre o futuro quando fala de temas como aquecimento global, extinção dos animais e como essas coisas são graves para o planeta. Eu fiquei interessada no livro quando li a sinopse, mas durante a leitura senti que eu estava numa sala de aula enquanto o professor falava a mesma coisa várias vezes. A história é bem fácil de ser lida, talvez possa ser lida até por crianças, mistura o passado com o presente sem deixar as coisas confusas, com capítulos que são contados por Anna ou por Nova, mas mesmo que exista a mensagem sobre a importância de cuidarmos do nosso planeta, nada de interessante acontece e os personagens são muito superficiais. Não encontrei nenhuma aventura legal que me prendesse a atenção, só diálogos forçados com intenção de mostrar os problemas dessa realidade sem nenhuma sutileza. Foi bom, mas poderia ser melhor se os personagens tivessem mais presença, se partissem numa jornada incrível, ou se tivessem tido mais detalhes descritos pra eu torcer por eles, e não estarem ali só pra falar do mundo acabado. Se o problema ambiental fosse trabalhado de um jeito que ninguém ficasse com a sensação de ter nas mãos um livro parecido com autoajuda, com poucos personagens e um tema sendo debatido sem parar, seria melhor. Acho que refletir sobre um assunto como esse, todo mundo já reflete, é notícia da televisão, é matéria na escola, e num livro de ficção devia ter uma abordagem diferente pro assunto não se tornar cansativo.
Eu achei a capa muito bonita, com tons de rosa e lilás muito fofos, mas se a capa original tivesse sido mantida eu teria gostado muito mais. A capa brasileira faz um jogo de antes e depois com o clima que tem tudo a ver com a história, mas a original parece ter um significado mais bonito porque mostra o que devia ser preservado num globinho que costuma ser dado como lembrança, como se aquilo que estivesse lá dentro fosse mesmo uma lembrança do que já existiu.
Já estudei sobre os problemas que o livro aponta e fico preocupada com o que as gerações futuras vão enfrentar um dia se não pararmos pra pensar no que estamos fazendo com o planeta agora. Só resta que a gente reflita, tenha consciência, deixe o egoísmo de lado e preserve o que ainda existe enquanto é tempo.