Primeira caixinha do ano pra me trazer alegria e saltitância chegooou \o/
Livros maravigolds (nem acredito na belezura de 1984 e de Alice no País das Maravilhas), Popinhos que estavam na minha suíte do redirecionador nos EUA há séculos e depois de mais de 40 dias de viagem, enfim, chegaram.
Bora ver logo o que chegou esse mês, coisa boa a gente compartilha:
Wishlist #84 - Funko Pop - To All the Boys I've Loved Before
30 de janeiro de 2020
Vocês acham que a Funko perde tempo e oportunidades de atingir os corações - e os bolsos - dos colecionadores e fãs? Não ou nunca?
Pra quem leu os livros ou se encantou pela adaptação da Netflix, Para Todos os Garotos que Já Amei, cá estamos nós com Lara Jean e Peter.
Vou ser sincera em dizer que não é meu foco principal, nem o filme ou o livro da minha vida, mas não nego que são super bonitinhos e já entraram pra lista eterna. Olha a Lara Jean com as cartinhas na mão, gente! Quem aguenta?
Pra quem leu os livros ou se encantou pela adaptação da Netflix, Para Todos os Garotos que Já Amei, cá estamos nós com Lara Jean e Peter.
Vou ser sincera em dizer que não é meu foco principal, nem o filme ou o livro da minha vida, mas não nego que são super bonitinhos e já entraram pra lista eterna. Olha a Lara Jean com as cartinhas na mão, gente! Quem aguenta?
A Hora Mais Sombria - Meg Cabot
22 de janeiro de 2020
Título: A Hora Mais Sombria - A Mediadora #4
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2001
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Resenha: Agora que está de férias no colégio, Suzannah continua sem ter sossego. Depois de Andy, seu padrasto, criar uma nova regra na casa que consiste em fazer aulas particulares ou trabalhar durante as férias, Suzannah começa a trabalhar como babá no Pebble Beach Hotel and Golf Resort. Então ela começa a tomar conta de Jack, um garotinho de oito anos filhos de médicos endinheirados que vive assustado e se nega a sair do quarto por um motivo bastante "curioso". Jack tem um irmão mais velho, Paul, que não demora a se interessar por Suze, mas o dono do coração dela é Jesse... O problema é que ela sente que Jesse, o fantasma que mora em seu quarto, não sente o mesmo que ela. É difícil namorar alguém que ninguém pode ver.
Como se isso já não fosse motivo o bastante para deixar Suze pirada, depois que deram inicio a uma escavação no quintal da família para construírem uma mini piscina, o fantasma de Maria de Silva apareceu ameaçando Suzannah com uma faca para tentar impedir as obras, mas em vão. Até que uma lata cheia de cartas enterradas foi descoberta, e se tratava das cartas escritas por Maria da época de quando ela ainda era viva, há 150 anos, com vários segredos. Mas Maria era ninguém menos do que a noiva de Jesse! Agora o medo de perder o namorado fantasma deixa Suzannah em conflito, afinal, vale mesmo a pena lutar por essa paixão impossível?
Acredito que esse é um dos melhores livros dessa série por conta da carga dramática que envolve os sentimentos dos personagens e o romance propriamente dito que é trabalhado com muito mais profundidade. Narrado em primeira pessoa e mantendo o mesmo estilo envolvente de escrita, a história fica centrada sobre o relacionamento impossível de Suze com Jesse, com o medo da perda e milhões de dúvidas pairando sobre a cabeça da garota. O romance ganha um espaço maior, assim como os obstáculos, afinal, se não houvesse amor no ar, a fúria de Maria de Silva talvez não tivesse sido despertada para colocar esse amor à prova.
Embora tenha muito bom humor e cenas cômicas, também há mistérios e cenas de horror (?) e carregadas de ameaças que condizem bem com o lado sombrio do mundo sobrenatural, mas nada pesado que realmente dê medo, estão alí só pra causar uma tensão maior. São tantas emoções, principalmente quando Suze demonstra com sinceridade seus sentimentos, colocando seu jeito desvairado de lado, que eu quase chorei.
Outra coisa bem interessante é que, finalmente, conhecemos os detalhes da história por trás da morte de Jesse, o que levanta várias questões envolvendo a localização do corpo dele e o motivo dele não ter seguido para a luz, que pode acabar tendo um impacto bem considerável na relação com Suze, então é impossível não gostar ainda mais desse fantasma maravilhoso que conquistou o coração de Suze, e os nossos também. E em meio a todo esse romance, ainda acompanhamos o pequeno Jack e as revelações mui interessantes sobre ele, o misterioso Paul que ninguém sabe se é mocinho ou vilão, e a relação familiar de Suze e seus irmãos Mestre, Soneca e Dunga.
Pra quem gosta de leituras leves, engraçadas e cheia de reviravoltas (fofas ou não), a série é mais do que recomendada.
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2001
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Sinopse: Suzannah sofre com sua paixão por Jesse – o fantasma "muito gato e com abdome de tanquinho", que "vive" assombrando seu quarto. Entre a juventude platinada local, no melhor estilo de OC, a menina tenta se adaptar ao novo colégio e à nova família formada com o segundo casamento da mãe. Entre as recentes amizades e agitos naturais da idade, a menina resolve as pendências do mundo espiritual.
Resenha: Agora que está de férias no colégio, Suzannah continua sem ter sossego. Depois de Andy, seu padrasto, criar uma nova regra na casa que consiste em fazer aulas particulares ou trabalhar durante as férias, Suzannah começa a trabalhar como babá no Pebble Beach Hotel and Golf Resort. Então ela começa a tomar conta de Jack, um garotinho de oito anos filhos de médicos endinheirados que vive assustado e se nega a sair do quarto por um motivo bastante "curioso". Jack tem um irmão mais velho, Paul, que não demora a se interessar por Suze, mas o dono do coração dela é Jesse... O problema é que ela sente que Jesse, o fantasma que mora em seu quarto, não sente o mesmo que ela. É difícil namorar alguém que ninguém pode ver.
Como se isso já não fosse motivo o bastante para deixar Suze pirada, depois que deram inicio a uma escavação no quintal da família para construírem uma mini piscina, o fantasma de Maria de Silva apareceu ameaçando Suzannah com uma faca para tentar impedir as obras, mas em vão. Até que uma lata cheia de cartas enterradas foi descoberta, e se tratava das cartas escritas por Maria da época de quando ela ainda era viva, há 150 anos, com vários segredos. Mas Maria era ninguém menos do que a noiva de Jesse! Agora o medo de perder o namorado fantasma deixa Suzannah em conflito, afinal, vale mesmo a pena lutar por essa paixão impossível?
Acredito que esse é um dos melhores livros dessa série por conta da carga dramática que envolve os sentimentos dos personagens e o romance propriamente dito que é trabalhado com muito mais profundidade. Narrado em primeira pessoa e mantendo o mesmo estilo envolvente de escrita, a história fica centrada sobre o relacionamento impossível de Suze com Jesse, com o medo da perda e milhões de dúvidas pairando sobre a cabeça da garota. O romance ganha um espaço maior, assim como os obstáculos, afinal, se não houvesse amor no ar, a fúria de Maria de Silva talvez não tivesse sido despertada para colocar esse amor à prova.
Embora tenha muito bom humor e cenas cômicas, também há mistérios e cenas de horror (?) e carregadas de ameaças que condizem bem com o lado sombrio do mundo sobrenatural, mas nada pesado que realmente dê medo, estão alí só pra causar uma tensão maior. São tantas emoções, principalmente quando Suze demonstra com sinceridade seus sentimentos, colocando seu jeito desvairado de lado, que eu quase chorei.
Outra coisa bem interessante é que, finalmente, conhecemos os detalhes da história por trás da morte de Jesse, o que levanta várias questões envolvendo a localização do corpo dele e o motivo dele não ter seguido para a luz, que pode acabar tendo um impacto bem considerável na relação com Suze, então é impossível não gostar ainda mais desse fantasma maravilhoso que conquistou o coração de Suze, e os nossos também. E em meio a todo esse romance, ainda acompanhamos o pequeno Jack e as revelações mui interessantes sobre ele, o misterioso Paul que ninguém sabe se é mocinho ou vilão, e a relação familiar de Suze e seus irmãos Mestre, Soneca e Dunga.
Pra quem gosta de leituras leves, engraçadas e cheia de reviravoltas (fofas ou não), a série é mais do que recomendada.
Tags:
A Mediadora,
Fantasia,
Galera Record,
Meg Cabot,
Resenha,
Sobrenatural,
YA
Reunião - Meg Cabot
20 de janeiro de 2020
Título: Reunião - A Mediadora #3
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2001
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Resenha: Dessa vez, mesmo que ela tenha feito amizade cm Adam e Cee Cee, além do fantasma que mora em seu quarto, Jesse, Suze finalmente recebe a visita de Gina, sua amiga querida de Nova York, e fica muito feliz com sua presença, mas, alguns acontecimentos sobrenaturais obviamente iriam acontecer pra deixar nossa mediadora super ocupada, a pronta pra usar seus métodos nada convencionais pra coloca-los em seus devidos lugares, pra horror do Padre Dom. Quatro adolescentes, os chamados Anjos da RLS (a escola rival do colégio de Suze), sofrem um acidente de carro, caem no mar, morrem, e agora estão furiosos. Tão furiosos que começaram a perseguir e assombrar Michael Meducci, o nerd da sala de Suze, em busca de algum tipo de vingança que Suze ainda não conseguiu assimilar. E ela é a única que pode protegê-lo das garras dos Anjos, mas pra isso teria que abrir mão de alguns momentos com Gina pra fingir que está interessada nas investidas de Michael e ficar perto dele pra coletar informações preciosas. Até que algumas descobertas e revelações a fazem pensar que, talvez, esses fantasmas não sejam os reais vilões dessa confusão toda... E como se isso não bastasse, seu segredo de ser mediadora parece estar prestes a ser descoberto com as desconfianças de Gina.
A escrita de Meg Cabot é sensacional. É simples, fluída, engraçada e totalmente viciante. Narrado em primeira pessoa, continuamos a acompanhar Suze em sua saga rotineira de lidar com fantasmas, além de seus assuntos adolescentes que ninguém tem paciência, mas ainda assim, pelo fato da autora inserir muito bom humor nas situações, é bastante engraçado de se acompanhar, principalmente quando ela fica mais próxima de Michael e percebemos que aquela pose de nerd tímido que sofre bullying parece ser uma fachada pra esconder um menino metido com o ego enorme. Porém, pra proteger o imbecil e investigar, Suze atura o embuste e segue com seu plano pra poder descobrir o que está acontecendo e qual o real envolvimento dele nesse "acidente", e tudo estava começando a ficar muito suspeito. Assim, com a ajuda do padre Dom, Jesse e até a enjoada da Gina lhe dando cobertura, ela tenta chutar a bunda desses fantasmas pra mandá-los pra luz pra descansarem de uma vez por todas e deixarem os vivos em paz.
Suze continua teimosa, e dessa vez seus atos sugerem que alguma coisa não vai prestar nessa história. Logo, por mais que ela nos arranque risadas ou reviradas de olhos, fica no ar aquela tensão de que o perigo está mais próximo do que ela pensa e cedo ou tarde vai se lascar. Sei que Suze gosta muito de Gina e sentiu a falta dela, mas pelo amor de Deus... Gina é um porre que consegue ser ainda mais fútil que a própria Suzannah. A maluca só pensa em garotos e parece não dar a mínima pra amiga que foi visitar, mas ainda assim, Suze trata tudo com naturalidade, para nosso desgosto. Ela e Jesse continuam brigando como nunca, mas a gente sabe que essa troca de farpas é um misto de amor, amizade, carinho e preocupação.
Enfim, a história da série num geral é simples, mas é bastante engraçada e envolvente. Pra quem gosta de livros juvenis com situações mirabolantes envolvendo o sobrenatural, é leitura super indicada.
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2001
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Sinopse: Suzannah é uma adolescente como outra qualquer. Bem, quase...Ela tem um pequeno segredo: é uma mediadora. Fala com fantasmas e os ajuda a descansar em paz. Um dom um tanto incomum para ser divido com os colegas, irmãos e até mesmo com a mãe. Mas de uma pessoa Suzannah não conseguirá esconder seu segredo. Gina, sua melhor amiga de Nova York, está na cidade passando uns dias com ela. Durante sua estada, quatro adolescentes morrem num acidente de carro. E Suzannah se vê obrigada a abrir mão de seus dias tranquilos com a amiga para ajudar as almas penadas.
Resenha: Dessa vez, mesmo que ela tenha feito amizade cm Adam e Cee Cee, além do fantasma que mora em seu quarto, Jesse, Suze finalmente recebe a visita de Gina, sua amiga querida de Nova York, e fica muito feliz com sua presença, mas, alguns acontecimentos sobrenaturais obviamente iriam acontecer pra deixar nossa mediadora super ocupada, a pronta pra usar seus métodos nada convencionais pra coloca-los em seus devidos lugares, pra horror do Padre Dom. Quatro adolescentes, os chamados Anjos da RLS (a escola rival do colégio de Suze), sofrem um acidente de carro, caem no mar, morrem, e agora estão furiosos. Tão furiosos que começaram a perseguir e assombrar Michael Meducci, o nerd da sala de Suze, em busca de algum tipo de vingança que Suze ainda não conseguiu assimilar. E ela é a única que pode protegê-lo das garras dos Anjos, mas pra isso teria que abrir mão de alguns momentos com Gina pra fingir que está interessada nas investidas de Michael e ficar perto dele pra coletar informações preciosas. Até que algumas descobertas e revelações a fazem pensar que, talvez, esses fantasmas não sejam os reais vilões dessa confusão toda... E como se isso não bastasse, seu segredo de ser mediadora parece estar prestes a ser descoberto com as desconfianças de Gina.
A escrita de Meg Cabot é sensacional. É simples, fluída, engraçada e totalmente viciante. Narrado em primeira pessoa, continuamos a acompanhar Suze em sua saga rotineira de lidar com fantasmas, além de seus assuntos adolescentes que ninguém tem paciência, mas ainda assim, pelo fato da autora inserir muito bom humor nas situações, é bastante engraçado de se acompanhar, principalmente quando ela fica mais próxima de Michael e percebemos que aquela pose de nerd tímido que sofre bullying parece ser uma fachada pra esconder um menino metido com o ego enorme. Porém, pra proteger o imbecil e investigar, Suze atura o embuste e segue com seu plano pra poder descobrir o que está acontecendo e qual o real envolvimento dele nesse "acidente", e tudo estava começando a ficar muito suspeito. Assim, com a ajuda do padre Dom, Jesse e até a enjoada da Gina lhe dando cobertura, ela tenta chutar a bunda desses fantasmas pra mandá-los pra luz pra descansarem de uma vez por todas e deixarem os vivos em paz.
Suze continua teimosa, e dessa vez seus atos sugerem que alguma coisa não vai prestar nessa história. Logo, por mais que ela nos arranque risadas ou reviradas de olhos, fica no ar aquela tensão de que o perigo está mais próximo do que ela pensa e cedo ou tarde vai se lascar. Sei que Suze gosta muito de Gina e sentiu a falta dela, mas pelo amor de Deus... Gina é um porre que consegue ser ainda mais fútil que a própria Suzannah. A maluca só pensa em garotos e parece não dar a mínima pra amiga que foi visitar, mas ainda assim, Suze trata tudo com naturalidade, para nosso desgosto. Ela e Jesse continuam brigando como nunca, mas a gente sabe que essa troca de farpas é um misto de amor, amizade, carinho e preocupação.
Enfim, a história da série num geral é simples, mas é bastante engraçada e envolvente. Pra quem gosta de livros juvenis com situações mirabolantes envolvendo o sobrenatural, é leitura super indicada.
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A Mediadora,
Fantasia,
Galera Record,
Meg Cabot,
Resenha,
Sobrenatural,
YA
Wishlist #83 - Funko Pop - Frozen 2 (atualizado fev/20)
19 de janeiro de 2020
Como boa e velha fã das animações da Disney, e depois de ter assistido Frozen 2, os popitos não poderiam ficar de fora da lista sem fim, né? Ainda me falta alguns da primeira wave e sofro por antecipação por saber que é um negócio sem fim. Oi, capitalismo!
O único pequeno problema dessa wave nova é que a maioria dos pops são exclusivos, de lojas como Amazon, Walmart, Hot Topic, Target, a própria Funko shop, e afins, logo, são mais caros do que os regulares que são mais baratos e mais fáceis de serem encontrados.
De qualquer forma, todos estão lindos demais e quero tudo. Sò não sei se primeiro invisto nos de Frozen 1 que faltam, ou se já adianto o set... Oh, dúvida cruel...
O único pequeno problema dessa wave nova é que a maioria dos pops são exclusivos, de lojas como Amazon, Walmart, Hot Topic, Target, a própria Funko shop, e afins, logo, são mais caros do que os regulares que são mais baratos e mais fáceis de serem encontrados.
De qualquer forma, todos estão lindos demais e quero tudo. Sò não sei se primeiro invisto nos de Frozen 1 que faltam, ou se já adianto o set... Oh, dúvida cruel...
Na Telinha - Frozen II: O Reino do Gelo
18 de janeiro de 2020
Título: Frozen II: O Reino do Gelo (Frozen II)
Elenco: Kristen Bell, Idina Menzel, Josh Gad, Jonathan Groff
As coisas em Arendelle parecem estar caminhando bem depois de Elsa ter voltado do Castelo de Gelo e revertido o inverno eterno. Elsa se tornou uma rainha justa e amada por todos, e Anna engatou um namoro fofo com Kristoff. Mas, depois de Elsa ouvir um misterioso chamado (que só ela escuta), ela e a irmã, em companhia de Kristoff, Sven e Olaf, vão embarcar numa jornada em busca de respostas sobre o passado do reino para impedir a destruição de Arendelle.
Como qualquer sequência, esperamos que ela acrescente pontos à história que façam alguma diferença e responda perguntas que ficaram sem respostas, e Frozen 2 cumpriu isso em partes. A animação se passa seis anos após a morte do Rei Agnarr e da Rainha Iduna (o que na cronologia deve corresponder por volta de uns 3 anos desde que Elsa foi coroada como Rainha de Arendelle), e tem uma pegada mais adulta, talvez pelos personagens terem tido experiências que os moldaram e os tornaram mais maduros, o que é bastante abordado inclusive, e a trama transita entre presente, flashbacks e momentos que surgem através de esculturas de gelo afim de contar a história e trazer maiores informações acerca das lendas locais e dos laços familiares entre os personagens..
Tudo começa quando Elsa e Anna ainda são crianças e o pai delas, o Rei Agnarr, conta a história de uma floresta encantada regida por espíritos que representam os quatro elementos, terra, fogo, ar e água, onde vivia o povo Northuldra, ou o Povo do Sol. Os Northuldra eram amigáveis e viviam em sintonia com a natureza, até que um terrível conflito entre eles o Rei Runeard, o pai de Agnarr, causou a ira dos espíritos e a floresta foi tomada por uma densa névoa que impede qualquer um de sair ou entrar nela. Trinta e quatro anos se passaram desde então, e a floresta continua sob a maldição da névoa, prendendo todos dentro de seus limites. Agora, após o chamado, Elsa e Anna partem para a floresta e além, numa tentativa de descobrir a verdade sobre o que causou o conflito, dissipar a névoa, libertar o povo e salvar o reino de Arendelle de uma grande ameaça.
Elsa e Anna continuam com a forte ligação entre irmãs que sempre as manteve unidas, mesmo que estivessem distantes, mas o amadurecimento de ambas, que é bastante destacado na trama, faz com que elas entendam melhor o que esse relacionamento fraternal significa, mesmo que pareçam depender uma da outra. Uma sempre vai estar lá pela outra, independente dos obstáculos que precisem enfrentar. Porém, apesar disso, Anna continua meio inconsequente, sempre agindo por impulso de acordo com o que ela pensa, fazendo suposições apressadas, talvez com intenção de fazer o espectador rir, mas não funciona muito bem. Em alguns momentos isso rende algumas cenas de tensão, outras de bom humor, mas num geral, ela não está tão diferente do que vimos no primeiro longa.
O alívio cômico da animação continua sendo Olaf, que embora não tenha ganhado o devido espaço que merece, também aparece mais maduro, reflexivo, fazendo questionamentos existenciais sobre ele mesmo, assim como sobre os sentimentos que o invadem. Ele continua engraçado e fofo, e é impossível não gostar desse boneco de neve falante.
Não curti muito o desenvolvimento de Kristoff. O jovem está tão preocupado em ficar junto de Anna pra sempre, que o que parece é que ele se coloca abaixo dela, criando uma dependência emocional meio doentia. Suas tentativas fracassadas de pedi-la em casamento só me fizeram revirar os olhos. Sven consegue ser muito mais cativante que ele.
Tanto se falou em novos personagens, mas os mesmos não foram muito aprofundados. O que parece é que foram apresentados dando a entender que fariam alguma coisa importante, mas acabaram ficando esquecidos e levantaram mais perguntas do que qualquer outra coisa. Um deles inclusive é uma versão idêntica do próprio Kristoff. A salamandra super fofa que conquistou geral nos trailers só tem a função de ser fofa e nada mais. Outra coisa é que fiquei me perguntando como diabos o exército de Arandelle, que ficou preso na floresta depois da batalha, passou mais de trinta anos usando a mesma roupa (???) quando as protagonistas aparecem com um look diferente, um mais lindo e esvoaçante do que o outro, a cada minuto. Pra mim foi impossível não ficar com aquela sensação de frustração por ter criado expectativas sobre as novidades.
Elsa continua forte e corajosa, mas parece que ainda está num processo de autoconhecimento. Por tudo o que acontece, ela continua em busca de uma liberdade que ela não pode ter devido as responsabilidades que precisa cumprir. A ideia dela seguir adiante em busca de respostas, preocupada em proteger Anna do perigo e salvar a todos, mostra o quanto ela coloca os outros em primeiro lugar em sua vida, mas também mostra que ela tem uma necessidade de ser livre.
Sobre a parte musical, com exceção de Into the Unknown, achei que as músicas não foram tão marcantes como Let it go e afins, e embora apareçam do nada e de forma muito excessiva, o que pode tornar a experiência com a animação um tanto cansativa, elas possuem letras que realmente tem algo a dizer, que contam algo importante para a história, logo é válido prestar atenção para um maior entendimento da trama e das lendas que a cercam. O visual e o cenário, como sempre, dispensam comentários. Dessa vez, em vez de focar exclusivamente em tons de azul e branco do gelo, os tons mais usados são laranja e rosa, evidenciando a floresta encantada e lembrando muito o outono. É um cenário deslumbrante e de encher os olhos.
Li em algum lugar que o longa teria vários minutos a mais, mas que pra não ficar muito extenso, várias cenas foram cortadas. Acho que isso explica o motivo dos personagens aparecerem em certos locais do nada sem que pudéssemos acompanhar como e porquê chegaram lá.
No mais, embora não tenha achado melhor do que o primeiro, achei que Frozen 2 foi uma boa sequência. Não respondeu todas as perguntas, levantou algumas outras mais, mas no geral, é animação mais do que obrigatória pra qualquer fã da Disney. As irmãs continuam empoderadas, não se deixam intimidar e nem se limitar por ninguém, e sempre surpreendem com coragem e determinação.
Elenco: Kristen Bell, Idina Menzel, Josh Gad, Jonathan Groff
Gênero: Fantasia/Animação/Musical
Ano: 2019
Duração: 1h 44min
Classificação: Livre
Nota:★★★★☆Sinopse: De volta à infância de Elsa e Anna, as duas garotas descobrem uma história do pai, quando ainda era príncipe de Arendelle. Ele conta às meninas a história de uma visita à floresta dos elementos, onde um acontecimento inesperado teria provocado a separação dos habitantes da cidade com os quatro elementos fundamentais: ar, fogo, terra e água. Esta revelação ajudará Elsa a compreender a origem de seus poderes.
As coisas em Arendelle parecem estar caminhando bem depois de Elsa ter voltado do Castelo de Gelo e revertido o inverno eterno. Elsa se tornou uma rainha justa e amada por todos, e Anna engatou um namoro fofo com Kristoff. Mas, depois de Elsa ouvir um misterioso chamado (que só ela escuta), ela e a irmã, em companhia de Kristoff, Sven e Olaf, vão embarcar numa jornada em busca de respostas sobre o passado do reino para impedir a destruição de Arendelle.
Como qualquer sequência, esperamos que ela acrescente pontos à história que façam alguma diferença e responda perguntas que ficaram sem respostas, e Frozen 2 cumpriu isso em partes. A animação se passa seis anos após a morte do Rei Agnarr e da Rainha Iduna (o que na cronologia deve corresponder por volta de uns 3 anos desde que Elsa foi coroada como Rainha de Arendelle), e tem uma pegada mais adulta, talvez pelos personagens terem tido experiências que os moldaram e os tornaram mais maduros, o que é bastante abordado inclusive, e a trama transita entre presente, flashbacks e momentos que surgem através de esculturas de gelo afim de contar a história e trazer maiores informações acerca das lendas locais e dos laços familiares entre os personagens..
Tudo começa quando Elsa e Anna ainda são crianças e o pai delas, o Rei Agnarr, conta a história de uma floresta encantada regida por espíritos que representam os quatro elementos, terra, fogo, ar e água, onde vivia o povo Northuldra, ou o Povo do Sol. Os Northuldra eram amigáveis e viviam em sintonia com a natureza, até que um terrível conflito entre eles o Rei Runeard, o pai de Agnarr, causou a ira dos espíritos e a floresta foi tomada por uma densa névoa que impede qualquer um de sair ou entrar nela. Trinta e quatro anos se passaram desde então, e a floresta continua sob a maldição da névoa, prendendo todos dentro de seus limites. Agora, após o chamado, Elsa e Anna partem para a floresta e além, numa tentativa de descobrir a verdade sobre o que causou o conflito, dissipar a névoa, libertar o povo e salvar o reino de Arendelle de uma grande ameaça.
Elsa e Anna continuam com a forte ligação entre irmãs que sempre as manteve unidas, mesmo que estivessem distantes, mas o amadurecimento de ambas, que é bastante destacado na trama, faz com que elas entendam melhor o que esse relacionamento fraternal significa, mesmo que pareçam depender uma da outra. Uma sempre vai estar lá pela outra, independente dos obstáculos que precisem enfrentar. Porém, apesar disso, Anna continua meio inconsequente, sempre agindo por impulso de acordo com o que ela pensa, fazendo suposições apressadas, talvez com intenção de fazer o espectador rir, mas não funciona muito bem. Em alguns momentos isso rende algumas cenas de tensão, outras de bom humor, mas num geral, ela não está tão diferente do que vimos no primeiro longa.
O alívio cômico da animação continua sendo Olaf, que embora não tenha ganhado o devido espaço que merece, também aparece mais maduro, reflexivo, fazendo questionamentos existenciais sobre ele mesmo, assim como sobre os sentimentos que o invadem. Ele continua engraçado e fofo, e é impossível não gostar desse boneco de neve falante.
Não curti muito o desenvolvimento de Kristoff. O jovem está tão preocupado em ficar junto de Anna pra sempre, que o que parece é que ele se coloca abaixo dela, criando uma dependência emocional meio doentia. Suas tentativas fracassadas de pedi-la em casamento só me fizeram revirar os olhos. Sven consegue ser muito mais cativante que ele.
Tanto se falou em novos personagens, mas os mesmos não foram muito aprofundados. O que parece é que foram apresentados dando a entender que fariam alguma coisa importante, mas acabaram ficando esquecidos e levantaram mais perguntas do que qualquer outra coisa. Um deles inclusive é uma versão idêntica do próprio Kristoff. A salamandra super fofa que conquistou geral nos trailers só tem a função de ser fofa e nada mais. Outra coisa é que fiquei me perguntando como diabos o exército de Arandelle, que ficou preso na floresta depois da batalha, passou mais de trinta anos usando a mesma roupa (???) quando as protagonistas aparecem com um look diferente, um mais lindo e esvoaçante do que o outro, a cada minuto. Pra mim foi impossível não ficar com aquela sensação de frustração por ter criado expectativas sobre as novidades.
Elsa continua forte e corajosa, mas parece que ainda está num processo de autoconhecimento. Por tudo o que acontece, ela continua em busca de uma liberdade que ela não pode ter devido as responsabilidades que precisa cumprir. A ideia dela seguir adiante em busca de respostas, preocupada em proteger Anna do perigo e salvar a todos, mostra o quanto ela coloca os outros em primeiro lugar em sua vida, mas também mostra que ela tem uma necessidade de ser livre.
Sobre a parte musical, com exceção de Into the Unknown, achei que as músicas não foram tão marcantes como Let it go e afins, e embora apareçam do nada e de forma muito excessiva, o que pode tornar a experiência com a animação um tanto cansativa, elas possuem letras que realmente tem algo a dizer, que contam algo importante para a história, logo é válido prestar atenção para um maior entendimento da trama e das lendas que a cercam. O visual e o cenário, como sempre, dispensam comentários. Dessa vez, em vez de focar exclusivamente em tons de azul e branco do gelo, os tons mais usados são laranja e rosa, evidenciando a floresta encantada e lembrando muito o outono. É um cenário deslumbrante e de encher os olhos.
Li em algum lugar que o longa teria vários minutos a mais, mas que pra não ficar muito extenso, várias cenas foram cortadas. Acho que isso explica o motivo dos personagens aparecerem em certos locais do nada sem que pudéssemos acompanhar como e porquê chegaram lá.
No mais, embora não tenha achado melhor do que o primeiro, achei que Frozen 2 foi uma boa sequência. Não respondeu todas as perguntas, levantou algumas outras mais, mas no geral, é animação mais do que obrigatória pra qualquer fã da Disney. As irmãs continuam empoderadas, não se deixam intimidar e nem se limitar por ninguém, e sempre surpreendem com coragem e determinação.
Tags:
Animação,
Crítica,
Fantasia,
Frozen II,
Musical,
Na Telinha,
Walt Disney
Na Telinha - Frozen: Uma Aventura Congelante
17 de janeiro de 2020
Título: Frozen: Uma Aventura Congelante (Frozen)
Elenco: Kristen Bell, Idina Menzel, Josh Gad, Jonathan Groff
Ok, sei que essa crítica está com um atraso de uns seis anos, mas, com o lançamento de Frozen 2, resolvi postar as críticas na sequência, pra ficarem bonitinhas e organizadas aqui no blogdoce.
Frozen é a 53° animação musical dos Clássicos Disney inspirado no conto de fadas A Rainha da Neve, de Hans Christian Andersen. Apesar de bastante modificado, o longa vai contar a história de Elsa e Anna, as irmãs reais de Arendelle.
Elsa, a irmã mais velha, nasceu com poderes mágicos e é capaz de criar neve, gelo e provocar geadas, e o passatempo preferido das meninas era criar neve nas mais diversas formas para poderem brincar. Porém, numa dessas brincadeiras, Elsa fere Anna, a irmã mais nova, acidentalmente, e seus pais logo buscam ajuda de Pabbie, o rei Troll, para que Anna pudesse ser curada. Para evitar maiores problemas, a memória de Anna é alterada por Pabbie para que ela esqueça de tudo ligado à magia da irmã, elas são separadas e o castelo fechado a mando do rei, até que Elsa conseguisse controlar seus poderes. Com medo de ferir a irmã, Elsa fica isolada, mas Anna não entende o motivo do afastamento já que não se lembra do acidente e nem dos poderes de gelo.
Alguns anos se passam, as meninas já são adolescentes, mas acabam perdendo os pais num naufrágio. Quando Elsa completa 21 anos, ela se prepara para ser coroada como Rainha de Arendelle, momento mais do que esperado por Anna, que, finalmente, iria poder reencontrar e se reaproximar da irmã. Mas, durante a festa, as duas acabam discutindo, Elsa perde o controle e expõe seus poderes em público, causando espanto em todo mundo. Com medo de ferir as pessoas por considerar que seus poderes são perigosos, Elsa foge para as Montanhas do Norte se exilando do próprio reino, mas não sem antes instaurar um inverno eterno na cidade, sem querer. Anna não quer perder a irmã mais uma vez e nem quer deixar Arendelle congelada, então ela parte atrás de Elsa para que ela possa voltar pra casa e também desfazer a maldição.
No meio do caminho, Anna vai conhecer Kristoff e sua rena Sven, além de Olaf, o boneco de neve criado por Elsa que ganhou vida tornando a jornada uma verdadeira aventura.
Antes de mais nada, Frozen é um espetáculo visual. Os tons em azul e branco do cenário, que se remetem ao gelo e a neve, se contrastam com as cores fortes e coloridas das roupas ou das características físicas dos personagens formando uma combinação de cores de encher os olhos.
Como sempre, não poderia faltar musicas num clássico da Disney, e todas as músicas são divertidas e marcantes, principalmente o fenômeno Let it go que virou hit mundial. É a música cantada por Elsa, quando ela se exila, se liberta de sua "amarras", se aceita como é, e vai morar sozinha num castelo de gelo construído por ela mesma. Até hoje eu fico emocionada quando ouço - e canto - essa bendita música, sério.
Elsa é uma personagem incrível, é justa e bondosa, mas é uma vítima de sua condição já que ter crescido com tanta repressão e isolamento, e por ter sido levada a acreditar que seus poderes eram uma maldição, a fez ter medo de machucar os outros o tempo todo, e ela não consegue entender isso porque ainda não sabe lidar com a ideia de que o amor é o que transforma, e não o medo.
Anna é divertida e corajosa, mas muito impulsiva. Depois de ter passado tantos anos sozinha, ela se tornou muito carente e toma decisões sem pensar nas consequências, como ficar noiva de Hanz, um cara vindo das Ilhas do Sul que acabou de conhecer, ou sair sozinha no escuro em meio a nevasca atrás da irmã. Se não fosse por Kristoff e Sven, que a ajudaram, ela estaria lascada. Mas Anna mostra que tem um coração enorme, e tudo o que ela quer é ajudar os outros e ficar bem ao lado da irmã que ela tanto ama, mesmo depois do afastamento.
Os personagens secundários são ótimos, mas não são muito explorados. Olaf, o boneco de neve criado por Elsa, encanta qualquer um com sua fofura e seu jeito engraçado de ser e de encarar a vida, principalmente quando seu maior sonho é aproveitar o calor do verão. Um boneco de neve debaixo do sol é, no mínimo, hilário.
Kristoff não é príncipe, é meio desajeitado, é pobre e ganha a vida vendendo gelo (e a cidade ter ficado congelada arruinou seu negócio), seus únicos amigos são Sven e os trolls da floresta, ele não tem muito jeito com as mulheres, e as cenas das pequenas brigas que ele e Anna têm são bem engraçadinhas. E por mais que a aproximação entre os dois sugira um provável romance, o foco aqui não é esse.
Vou ser sincera em dizer que a trama em si é bastante simples e até previsível, principalmente no que diz respeito ao "vilão" (que não é bem um vilão, só um ganancioso e oportunista que obviamente não teria vez). A parte da fantasia podia ser melhor trabalhada, assim como algumas origens explicadas para que não ficássemos boiando. Os trolls, por exemplo, aparecem como seres mágicos (e pesados) que ajudam o rei e a rainha, e acolhem Kristoff quando ele ainda era uma criança (mas sem explicações do que aconteceu com ele pra ter ficado sozinho no mundo sendo tão pequeno e só ter Sven como companhia), mas não há maiores informações de onde vieram ou o que fazem, de fato. A falta da explicação das origens dos poderes de Elsa, que é a única em todo o reino que tem poderes, só faz com que a gente fique na expectativa para continuação nos esclarecer isso.
Mas, apesar de alguns buracos, o que fica evidente, e o que acabou revolucionando as animações das Princesas da Disney e contrariando estereótipos, foi o fato de que o amor verdadeiro não precisa ser necessariamente algo lindo e romântico entre um casal, ou com um príncipe encantado e destemido que aparece pra salvar a princesa em apuros, mas o amor fraternal entre duas irmãs, que é o sentimento mais forte e verdadeiro que há aqui.
No mais, Frozen é uma animação surpreendente, seja pelo visual com tons que se destacam, cheio de brilhos e texturas, pelas belas canções memoráveis, ou pela ideia da liberdade e do amor entre irmãs ser o grande fio condutor da trama. Não é a toa que o longa foi record de bilheteria, faturou bilhões e ainda foi indicado ao Oscar e ganhou como Melhor Canção Original e Melhor Animação.
Elenco: Kristen Bell, Idina Menzel, Josh Gad, Jonathan Groff
Gênero: Fantasia/Animação/Musical
Ano: 2013
Duração: 1h 42min
Classificação: Livre
Nota:★★★★★♥Sinopse: Acompanhada por um vendedor de gelo, a jovem e destemida princesa Anna parte em uma jornada por perigosas montanhas de gelo na esperança de encontrar sua irmã, a rainha Elsa, e acabar com a terrível maldição de inverno eterno, que está provocando o congelamento do reino.
Ok, sei que essa crítica está com um atraso de uns seis anos, mas, com o lançamento de Frozen 2, resolvi postar as críticas na sequência, pra ficarem bonitinhas e organizadas aqui no blogdoce.
Frozen é a 53° animação musical dos Clássicos Disney inspirado no conto de fadas A Rainha da Neve, de Hans Christian Andersen. Apesar de bastante modificado, o longa vai contar a história de Elsa e Anna, as irmãs reais de Arendelle.
No meio do caminho, Anna vai conhecer Kristoff e sua rena Sven, além de Olaf, o boneco de neve criado por Elsa que ganhou vida tornando a jornada uma verdadeira aventura.
Antes de mais nada, Frozen é um espetáculo visual. Os tons em azul e branco do cenário, que se remetem ao gelo e a neve, se contrastam com as cores fortes e coloridas das roupas ou das características físicas dos personagens formando uma combinação de cores de encher os olhos.
Como sempre, não poderia faltar musicas num clássico da Disney, e todas as músicas são divertidas e marcantes, principalmente o fenômeno Let it go que virou hit mundial. É a música cantada por Elsa, quando ela se exila, se liberta de sua "amarras", se aceita como é, e vai morar sozinha num castelo de gelo construído por ela mesma. Até hoje eu fico emocionada quando ouço - e canto - essa bendita música, sério.
Elsa é uma personagem incrível, é justa e bondosa, mas é uma vítima de sua condição já que ter crescido com tanta repressão e isolamento, e por ter sido levada a acreditar que seus poderes eram uma maldição, a fez ter medo de machucar os outros o tempo todo, e ela não consegue entender isso porque ainda não sabe lidar com a ideia de que o amor é o que transforma, e não o medo.
Anna é divertida e corajosa, mas muito impulsiva. Depois de ter passado tantos anos sozinha, ela se tornou muito carente e toma decisões sem pensar nas consequências, como ficar noiva de Hanz, um cara vindo das Ilhas do Sul que acabou de conhecer, ou sair sozinha no escuro em meio a nevasca atrás da irmã. Se não fosse por Kristoff e Sven, que a ajudaram, ela estaria lascada. Mas Anna mostra que tem um coração enorme, e tudo o que ela quer é ajudar os outros e ficar bem ao lado da irmã que ela tanto ama, mesmo depois do afastamento.
Os personagens secundários são ótimos, mas não são muito explorados. Olaf, o boneco de neve criado por Elsa, encanta qualquer um com sua fofura e seu jeito engraçado de ser e de encarar a vida, principalmente quando seu maior sonho é aproveitar o calor do verão. Um boneco de neve debaixo do sol é, no mínimo, hilário.
Vou ser sincera em dizer que a trama em si é bastante simples e até previsível, principalmente no que diz respeito ao "vilão" (que não é bem um vilão, só um ganancioso e oportunista que obviamente não teria vez). A parte da fantasia podia ser melhor trabalhada, assim como algumas origens explicadas para que não ficássemos boiando. Os trolls, por exemplo, aparecem como seres mágicos (e pesados) que ajudam o rei e a rainha, e acolhem Kristoff quando ele ainda era uma criança (mas sem explicações do que aconteceu com ele pra ter ficado sozinho no mundo sendo tão pequeno e só ter Sven como companhia), mas não há maiores informações de onde vieram ou o que fazem, de fato. A falta da explicação das origens dos poderes de Elsa, que é a única em todo o reino que tem poderes, só faz com que a gente fique na expectativa para continuação nos esclarecer isso.
Mas, apesar de alguns buracos, o que fica evidente, e o que acabou revolucionando as animações das Princesas da Disney e contrariando estereótipos, foi o fato de que o amor verdadeiro não precisa ser necessariamente algo lindo e romântico entre um casal, ou com um príncipe encantado e destemido que aparece pra salvar a princesa em apuros, mas o amor fraternal entre duas irmãs, que é o sentimento mais forte e verdadeiro que há aqui.
No mais, Frozen é uma animação surpreendente, seja pelo visual com tons que se destacam, cheio de brilhos e texturas, pelas belas canções memoráveis, ou pela ideia da liberdade e do amor entre irmãs ser o grande fio condutor da trama. Não é a toa que o longa foi record de bilheteria, faturou bilhões e ainda foi indicado ao Oscar e ganhou como Melhor Canção Original e Melhor Animação.
Você quer brincar na neve?
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Walt Disney
1984 - George Orwell (Edição Especial)
14 de janeiro de 2020
Título: 1984 (Edição Especial)
Autor: George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Distopia/Romance/Clássico
Ano: 2019
Páginas: 544
Nota: ★★★★★
Resenha: No final de 2019 a Companhia das Letras lançou a edição especial de "1984"em comemoração aos setenta anos desde a primeira publicação. Mesmo tendo sido publicada em 1949, pouco antes da morte do autor, George Orwell, a obra continua sendo muito influente devido a crítica explícita ao totalitarismo e não deixa de ser um tipo de protesto contra os estratagemas do governo.
O mundo foi dividido em três superpotências que estão em guerra entre si desde sempre: Oceânia, Lestásia e Eurásia. A história se passa no ano de 1984, em Oceânia, uma sociedade estática, rígida e controlada pelo "Partido", cujo líder é um ditador "invisível", mas amado, reverenciado, idolatrado, nunca contradito e que, além de ser considerado um grande salvador, sempre está de olho você: O "Grande Irmão" (ou Big Brother).
É uma sociedade onde tudo é feito coletivamente mas, ao mesmo tempo, todos estão sozinhos, pois medo é um sentimento que domina a população, constantemente vigiada e controlada pelo Partido, seja no que diz respeito ao que vestem, ao que comem, ao que fazem e até mesmo ao que pensam. O Partido dita suas vidas, todos devem obedecer, e, se, porventura, alguém se opor, sofrerá todas as consequências possíveis e inimagináveis.
"Novafala" é a língua do país, que irá substituir a "Velhafala" até 2050. É uma linguagem desenvolvida para que as pessoas, em hipótese alguma, possam se opor ao Partido, e tudo seja direcionado a uma coisa só, a fim de extinguir opiniões diversas ou contraditórias sobre o governo, distorcer e canalizar o pensamento em uma única direção: a palavra absoluta e verdadeira do Grande Irmão.
O "duplipensamento" é um exemplo, e é definido como "o poder de sustentar duas crenças contraditórias na mente simultaneamente, aceitando as duas." 2+2 nem sempre resultará em 4 pois isso depende do que o sujeito acredita, ou no que alguém o levou a acreditar.
Neste cenário aterrorizante, somos apresentados a Winston Smith, um homem beirando a meia idade, infeliz e medíocre, que trabalha em um dos Ministérios criados, o "Ministério da Verdade" (ou seria da Mentira?) e é responsável por manipular notícias, apagando verdades ou criando mentiras a favor da conveniência do Partido. Quem determina o que é verdade, ou não, é o Grande Irmão e ninguém mais... Mas Winston está cansado de se submeter a tudo isso, não concorda mais com toda essa ditadura e só quer ser um homem livre...
Eis que surge Julia, uma mulher de espírito livre, jovem e rebelde que não tem o menor interesse ou respeito pela política, vive desafiando o sistema e quebrando regras, mas que nunca foi descoberta, caso contrário já teria se tornado uma "despessoa" (alguém "apagado" da existência para que não haja nenhuma evidência relacionada a oposição, e consequentemente, algo que poderia comprometer os ideais do Partido se fosse à tona)... Winston se arrisca num romance proibido, e até criminoso, quando se depara e se deixa envolver intimamente com alguém bem diferente de sua ex esposa, que tem coragem para pensar e fazer tudo o que ele nunca teve, mesmo que escondido... Julia, de certa forma, representa a coragem, a alegria e a vida que Winston sempre sonhou, mas que nunca teria...
Outros Ministérios, como o Ministério do Amor, responsável por condenar e reprimir desejos ou aproximações mais íntimas, o Ministério da Paz, que tem controle sobre a guerra sem fim e a administra, e até o Ministério da Fartura, responsável pelo controle da alimentação da população, distribuindo as rações necessárias para a sobrevivência, são "departamentos" desse governo totalitário e opressor.
É difícil falar sobre a obra de forma resumida devido aos incontáveis elementos que ela possui. É necessário ler para que tudo seja entendido, absorvido e apreciado, e, por mais que seja chocante, intragável e inaceitável, é algo necessário para abrir os olhos de muitos que vivem estagnados, influenciados pelo que vêem, e entorpecidos, ou até enganados, por palavras fáceis, mas que nem sempre são compreendidas em sua totalidade...
Essa edição em particular está um espetáculo de linda. Além da capa dura e texturizada que parece ser um tipo de tecido, ainda conta com ilustrações que compõe um belíssimo ensaio visual de Regina Silveira, uma apresentação bastante esclarecedora da obra escrita por Marcelo Pen, vários modelos de capas (em cores) de diversas edições do livro que já foram publicados em diversos países nesses setenta anos, e algumas análises cirúrgicas feitas por alguns críticos da literatura, escritores, mestres e filósofos de renome.
1984 traz uma história pesada, cruel, complexa e perturbadora, e é capaz de fazer o leitor refletir acerca do poder totalitário e da manipulação a qual a sociedade está sujeita, mesmo que de forma inconsciente. O que vemos na TV é a realidade, ou o que querem nos impor como verdade? Somos cidadãos livres, ou estamos sob vigilância constante? Estamos acordando e fazendo algum progresso através de manifestações, ou o Estado se alimenta da ignorância do povo com propósito de deter e manter o poder?
É a imagem do autor para um futuro trágico, que mesmo ultrapassado há quase 30 anos, ainda é claramente perceptível nos dias de hoje aos olhos dos mais atenciosos...
A leitura dessa obra é indispensável, e para o velho e bom colecionador literário, essa edição é obrigatória.
Autor: George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Distopia/Romance/Clássico
Ano: 2019
Páginas: 544
Nota: ★★★★★
Sinopse: "1984" não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984 , o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo.
Resenha: No final de 2019 a Companhia das Letras lançou a edição especial de "1984"em comemoração aos setenta anos desde a primeira publicação. Mesmo tendo sido publicada em 1949, pouco antes da morte do autor, George Orwell, a obra continua sendo muito influente devido a crítica explícita ao totalitarismo e não deixa de ser um tipo de protesto contra os estratagemas do governo.
O mundo foi dividido em três superpotências que estão em guerra entre si desde sempre: Oceânia, Lestásia e Eurásia. A história se passa no ano de 1984, em Oceânia, uma sociedade estática, rígida e controlada pelo "Partido", cujo líder é um ditador "invisível", mas amado, reverenciado, idolatrado, nunca contradito e que, além de ser considerado um grande salvador, sempre está de olho você: O "Grande Irmão" (ou Big Brother).
É uma sociedade onde tudo é feito coletivamente mas, ao mesmo tempo, todos estão sozinhos, pois medo é um sentimento que domina a população, constantemente vigiada e controlada pelo Partido, seja no que diz respeito ao que vestem, ao que comem, ao que fazem e até mesmo ao que pensam. O Partido dita suas vidas, todos devem obedecer, e, se, porventura, alguém se opor, sofrerá todas as consequências possíveis e inimagináveis.
"Novafala" é a língua do país, que irá substituir a "Velhafala" até 2050. É uma linguagem desenvolvida para que as pessoas, em hipótese alguma, possam se opor ao Partido, e tudo seja direcionado a uma coisa só, a fim de extinguir opiniões diversas ou contraditórias sobre o governo, distorcer e canalizar o pensamento em uma única direção: a palavra absoluta e verdadeira do Grande Irmão.
O "duplipensamento" é um exemplo, e é definido como "o poder de sustentar duas crenças contraditórias na mente simultaneamente, aceitando as duas." 2+2 nem sempre resultará em 4 pois isso depende do que o sujeito acredita, ou no que alguém o levou a acreditar.
"Guerra é pazAtravés das "teletelas", as pessoas assistem paralisadas a um programa, "Dois Minutos de Ódio", patrocinado pelo Grande Irmão, cuja única finalidade é odiar e condenar tudo e todos que ousarem se opor ao Partido. Até as crianças agem como "fiscais", e aprendem a vigiar e entregar os próprios pais ao menor indício de comportamento suspeito ou inadequado que demonstrem.
Liberdade é escravidão
Ignorância é força"
- pág. 57
Neste cenário aterrorizante, somos apresentados a Winston Smith, um homem beirando a meia idade, infeliz e medíocre, que trabalha em um dos Ministérios criados, o "Ministério da Verdade" (ou seria da Mentira?) e é responsável por manipular notícias, apagando verdades ou criando mentiras a favor da conveniência do Partido. Quem determina o que é verdade, ou não, é o Grande Irmão e ninguém mais... Mas Winston está cansado de se submeter a tudo isso, não concorda mais com toda essa ditadura e só quer ser um homem livre...
Eis que surge Julia, uma mulher de espírito livre, jovem e rebelde que não tem o menor interesse ou respeito pela política, vive desafiando o sistema e quebrando regras, mas que nunca foi descoberta, caso contrário já teria se tornado uma "despessoa" (alguém "apagado" da existência para que não haja nenhuma evidência relacionada a oposição, e consequentemente, algo que poderia comprometer os ideais do Partido se fosse à tona)... Winston se arrisca num romance proibido, e até criminoso, quando se depara e se deixa envolver intimamente com alguém bem diferente de sua ex esposa, que tem coragem para pensar e fazer tudo o que ele nunca teve, mesmo que escondido... Julia, de certa forma, representa a coragem, a alegria e a vida que Winston sempre sonhou, mas que nunca teria...
Outros Ministérios, como o Ministério do Amor, responsável por condenar e reprimir desejos ou aproximações mais íntimas, o Ministério da Paz, que tem controle sobre a guerra sem fim e a administra, e até o Ministério da Fartura, responsável pelo controle da alimentação da população, distribuindo as rações necessárias para a sobrevivência, são "departamentos" desse governo totalitário e opressor.
É difícil falar sobre a obra de forma resumida devido aos incontáveis elementos que ela possui. É necessário ler para que tudo seja entendido, absorvido e apreciado, e, por mais que seja chocante, intragável e inaceitável, é algo necessário para abrir os olhos de muitos que vivem estagnados, influenciados pelo que vêem, e entorpecidos, ou até enganados, por palavras fáceis, mas que nem sempre são compreendidas em sua totalidade...
Essa edição em particular está um espetáculo de linda. Além da capa dura e texturizada que parece ser um tipo de tecido, ainda conta com ilustrações que compõe um belíssimo ensaio visual de Regina Silveira, uma apresentação bastante esclarecedora da obra escrita por Marcelo Pen, vários modelos de capas (em cores) de diversas edições do livro que já foram publicados em diversos países nesses setenta anos, e algumas análises cirúrgicas feitas por alguns críticos da literatura, escritores, mestres e filósofos de renome.
1984 traz uma história pesada, cruel, complexa e perturbadora, e é capaz de fazer o leitor refletir acerca do poder totalitário e da manipulação a qual a sociedade está sujeita, mesmo que de forma inconsciente. O que vemos na TV é a realidade, ou o que querem nos impor como verdade? Somos cidadãos livres, ou estamos sob vigilância constante? Estamos acordando e fazendo algum progresso através de manifestações, ou o Estado se alimenta da ignorância do povo com propósito de deter e manter o poder?
É a imagem do autor para um futuro trágico, que mesmo ultrapassado há quase 30 anos, ainda é claramente perceptível nos dias de hoje aos olhos dos mais atenciosos...
A leitura dessa obra é indispensável, e para o velho e bom colecionador literário, essa edição é obrigatória.
Novidade de Janeiro/20 - Paralela
13 de janeiro de 2020
Ser Como o Rio que Flui - Paulo Coelho
Em Ser como o rio que flui, Paulo reuniu pensamentos e histórias que escreveu durante dez anos e mostra como a vida tem lições para nos dar nas mais simples, extravagantes e inesperadas experiências. Os textos são recheados de significado e escritos no estilo inimitável do autor. Um compilado sensacional de contos "reflexões que fiz enquanto percorria determinada etapa do rio de minha vida", como o próprio autor descreveria.
Espiritualidade, vida, ética e sua filosofia de vida são alguns dos temas abordados. O leitor é convidado a fazer uma emocionante jornada, captando nos detalhes do dia a dia valores essenciais para uma vivência mais feliz.
Novidade de Janeiro/20 - Penguin Companhia
Mulherzinhas - Louisa May Alcott
Mulherzinhas é considerado um dos livros mais influentes de todos os tempos. Ultrapassando a barreira das idades, esse romance é lido com a mesma paixão por adultos e jovens. A história das irmãs March se tornou um clássico feminista que reflete sobre a tensão entre obrigação social e liberdade pessoal e artística para as mulheres.
Cada leitor terá sua irmã favorita: a independente Jo, a delicada Beth, a bela Meg ou a artista Amy. Essas quatro mulheres e sua mãe, Marmee, enfrentam com diligência e honra as privações da Guerra Civil americana, e se tornaram um sucesso instantâneo já em 1868.
Novidades de Janeiro/20 - Companhia das Letras
As Pequenas Virtrudes - Natalia Ginzburg
A Menininha do Hotel Metropol - Minha infância na Rússia comunista - Liudmila Petruchévskaia
Corpo - Um guia para usuários - Bill Bryson
A Barata - Ian McEwan
Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos - Thaís Oyama
Sem idealizações nem sentimentalismos, As pequenas virtudes é fruto de uma prosa límpida, aliada ao vigor típico dos escritores que, ao falar de coisas simples, revelam as questões humanas mais profundas. Nestes onze textos, a escritora italiana Natalia Ginzburg não faz delimitações entre as dimensões social e histórica, construindo uma obra singular e de raro afeto.
O livro é dividido em duas partes. A primeira se atém a deslocamentos – como o período em que a autora morou em Londres – e a retratos de duas figuras centrais em sua vida: o poeta Cesare Pavese, de quem ela foi amiga, e Gabriele Baldini, seu segundo marido. Na segunda, figuram ensaios poderosos, como "O filho do homem", uma avaliação das sequelas da guerra recém-terminada; "O meu ofício", em que Ginzburg explora as relações entre escrita e verdade íntima; e o texto que dá título a este volume, um elogio extraordinário às verdadeiras grandezas humanas.
Breve e imenso, simples e original, As pequenas virtudes é um livro inesquecível. Ao retratar uma vida marcada por perdas, desterros e humildes alegrias, Natalia Ginzburg constrói uma obra luminosa, cheia de carinho e de genuíno amor às pessoas e às palavras.
A Menininha do Hotel Metropol - Minha infância na Rússia comunista - Liudmila Petruchévskaia
Liudmila Petruchévskaia nasceu no Hotel Metropol, na mesma rua do Kremlin, sede do governo russo, em uma família de intelectuais bolcheviques que perderam grande parte de seu status social depois de 1917. Neste livro, a autora narra sua infância extremamente difícil: a constante falta de comida e aquecimento, os períodos passados na rua e as adversidades crescentes enfrentadas pela família.
À medida que ela desvenda sua criação itinerante, vemos, tanto em sua notável falta de autopiedade quanto nas fotografias ao longo do texto, seu instinto feroz e sua habilidade em dar voz a uma nação de sobreviventes. Um livro excepcional que fornece um vislumbre do dia a dia do regime comunista russo.
Corpo - Um guia para usuários - Bill Bryson
Em seu novo livro, Bill Bryson mais uma vez se mostra um companheiro incomparável ao nos guiar em um tour pelo corpo humano – como ele funciona, sua notável capacidade de se regenerar e (infelizmente) as várias maneiras pelas quais ele pode falhar.
Cheio de fatos extraordinários e anedotas irresistíveis, Corpo leva os leitores a um entendimento mais profundo do milagre da vida em geral, e de cada um de nós em particular. Como Bryson escreve, "A cada segundo, todos os dias, nosso corpo executa uma quantidade literalmente incalculável de tarefas – um quadrilhão, um nonilhão, um quindecilhão, um vigintilhão (porque essas quantidades existem); enfim, um número que vai muito além da nossa imaginação – sem exigir um instante da sua atenção." Este livro vai curar essa desatenção com doses generosas de assombro e informação.
A Barata - Ian McEwan
A frase de abertura de A barata, o novo livro de Ian McEwan, é um evidente tributo à mais famosa obra de Franz Kafka, A metamorfose: "Naquela manhã, Jim Sams, inteligente mas de forma alguma profundo, acordou de um sonho inquieto e se viu transformado numa criatura gigantesca".
Por meio dessa divertida inversão, McEwan cria a trama desta deliciosa sátira política. Nela, Jim Sams é um inseto que, do dia para a noite, assume a forma humana de primeiro-ministro da Grã-Bretanha.
Sua missão é realizar a vontade do povo, expressa na aprovação da Lei do Reversalismo, que pretende remodelar o funcionamento da economia: as pessoas pagarão para trabalhar e ganharão dinheiro por consumir. Além de radical, a medida criaria uma enorme complicação na relação do Reino Unido com os demais países. Trata-se, é claro, de uma engenhosa metáfora para o Brexit.
Mas nada poderá deter o primeiro-ministro: nem a oposição, nem os dissidentes de seu próprio partido, nem mesmo as regras da democracia parlamentar.
Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos - Thaís Oyama
De uma das eleições presidenciais mais polarizadas da história republicana, sai vitorioso Jair Messias Bolsonaro, ex-capitão do Exército que chegou a defender publicamente a tortura, autor de não mais que dois projetos de lei aprovados ao longo de 27 anos de mandato como deputado e merecedor de apenas três dos 512 votos de seus pares na última vez que tentou se eleger presidente da Casa, em 2017.
A partir de um rigoroso trabalho de reportagem, Tormenta revela como opera o governo do 38o presidente da República, que forças se digladiam entre as paredes do Palácio do Planalto e de que forma as crenças e os temores – reais e imaginários – de Bolsonaro e de seus filhos influenciam os rumos do país. O livro traz detalhes surpreendentes sobre a crise interna de seu mandato, revelando segredos dos generais que o cercam no Palácio, intrigas que corroem o primeiro escalão do poder e bastidores que não chegaram aos jornais.
Mais do que mostrar as peculiaridades e a dinâmica do governo de Jair Bolsonaro – e de nos situar no calendário dos atribulados primeiros 365 dias de sua gestão –, a narrativa de Thaís Oyama ajuda o leitor a compreender o ano que passou e a vislumbrar o que nos aguarda.
IT - Stephen King
10 de janeiro de 2020
Título: IT
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Gênero: Terror/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 1104
Nota:★★★★★♥
Resenha: Derry é uma cidadezinha no Maine e a cada 27 anos a Coisa, uma criatura maligna e sanguinária, aparece. No verão de 1958, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly, as crianças que formam o Clube dos Otários, tentam impedir novos ataques depois de George, o irmão mais novo de Bill, ser morto brutalmente. Quase trinta anos depois, a Coisa retorna, e Mike, que continua em Derry, entra em contato com seus amigos a fim de reuni-los para que impeçam a Coisa de atacar novamente.
Vou ter que ser sincera em dizer que é meio impossível que um calhamaço de mais de mil páginas não tenha detalhes, trechos ou diálogos expositivos e desnecessários que parecem estar ali só pra engrossar o livro, afinal, quem mais além de Stephen King gastaria sei lá quantas páginas só para descrever um barquinho de papel? Mas a história em si, mesmo tendo sido escrita há mais de trinta anos, ainda é atual por abordar temas delicados que são pertinentes até hoje, e se desenrola de uma forma tão envolvente, conhecemos os personagens tão a fundo, que é impossível não ficarmos fascinados com a leitura e com esse universo envolto por puro horror, cenas de revirar o estômago e outros gatilhos bastante pesados.
A narrativa em si, no mínimo, curiosa, pois embora seja feita em terceira pessoa, é um "autor/personagem" quem está contando a história que transita entre a infância e a fase adulta dos personagens. Diferente dos filmes, que foram divididos entre as fases da vida dos personagens, o livro foi dividido em cinco partes, no início dá o contexto da história com a morte de George, se aprofunda na vida dos personagens já adultos e seguindo suas vidas nos anos 80, e depois retorna aos momentos da infância no final dos anos 50, intercalando a narrativa, mostrando flashbacks ou avançando no tempo, e tudo isso sem ser confuso
A personificação do medo representado pela entidade mais apavorante da literatura (e do cinema) que aparece em forma de palhaço e outras coisas terríveis mais, é tenebroso e causa, no mínimo, alguns pesadelos na gente.
Como são muitos personagens não vou me alongar muito falando sobre cada um pra não deixar a resenha muito extensa, mas posso resumir a amizade deles como algo bastante crível. É construída aos poucos e se torna bonita e verdadeira. O terror acaba sendo responsável por unir e fortalecer o que eles têm juntos. Eles tem virtudes e defeitos como qualquer um, com o diferencial de algum ponto na personalidade que os destaca mais em relação ao outro.
Não me agradou muito a forma como Beverly foi construída pois ela acabou sendo sexualizada demais, mesmo criança, mesmo sendo abusada, mesmo sofrendo nas mãos do próprio pai. A gente fica esperando alguma coisa de feliz na vida dessa coitada, mas em vão. Não sei se isso era algo comum de ser retratado na época, mas achei desnecessário alguns detalhes sobre ela ser linda e chamar atenção de meninos e homens, além de uma cena ridícula em específico envolvendo elae os garotos no esgoto que deve estar no livro depois de uma viagem nas drogas muito louca do autor, não tem condições.
Embora a Coisa seja uma criatura assustadora, são as cenas e as descrições de violência e abusos que me deixaram mais abismada. Não vou entrar em detalhes a fim de evitar spoilers, mas o que Henry em companhia de seus comparsas faz com os garotos do Clube dos Otários, ou mesmo com animais indefesos, ou o que Beverly passa com o pai (quando criança) e com o namorado (já adulta) é horrível, de embrulhar o estômago, de dar vontade de chorar e sair gritando. A maioria das cenas envolvendo Henry conseguem ser piores do que as da Coisa, e isso talvez mostre que ele é um tipo de antagonista que consegue ser tão perturbado e causar tanta desgraça na vida alheia que é um adversário à altura do sobrenatural de King quando o assunto é horror.
Derry é uma cidade construída de uma forma tão intensa que pode ser considerada um personagem junto com os demais. O comportamento da maioria dos habitantes é tão horroroso e tão carregado de todo tipo de preconceitos que a pior cidade mal assombrada do mundo parece um parquinho perto daquilo.
Sobre a parte impressa, a edição que li possui a jacket do capítulo dois do filme, mas a capa interna permanece a original. Letras miúdas também não poderiam faltar, mas o trabalho de diagramação em si é ótimo.
Enfim, depois de mais de mil páginas é difícil simplesmente não gostar. O livro tem algumas falhas, sim, mas é um livro de terror clássico e deveria ser leitura obrigatória para os fãs do gênero e do autor. Além das cenas terríveis, a história no geral fala de amizade, dos infortúnios da vida e sobre a batalha travada contra os piores medos das pessoas.
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Gênero: Terror/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 1104
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Durante as férias de 1958, em uma pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança... e do medo. O mais profundo e tenebroso medo.
Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permaneceu em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry.
O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Neste clássico de Stephen King, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.
Resenha: Derry é uma cidadezinha no Maine e a cada 27 anos a Coisa, uma criatura maligna e sanguinária, aparece. No verão de 1958, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly, as crianças que formam o Clube dos Otários, tentam impedir novos ataques depois de George, o irmão mais novo de Bill, ser morto brutalmente. Quase trinta anos depois, a Coisa retorna, e Mike, que continua em Derry, entra em contato com seus amigos a fim de reuni-los para que impeçam a Coisa de atacar novamente.
Vou ter que ser sincera em dizer que é meio impossível que um calhamaço de mais de mil páginas não tenha detalhes, trechos ou diálogos expositivos e desnecessários que parecem estar ali só pra engrossar o livro, afinal, quem mais além de Stephen King gastaria sei lá quantas páginas só para descrever um barquinho de papel? Mas a história em si, mesmo tendo sido escrita há mais de trinta anos, ainda é atual por abordar temas delicados que são pertinentes até hoje, e se desenrola de uma forma tão envolvente, conhecemos os personagens tão a fundo, que é impossível não ficarmos fascinados com a leitura e com esse universo envolto por puro horror, cenas de revirar o estômago e outros gatilhos bastante pesados.
A narrativa em si, no mínimo, curiosa, pois embora seja feita em terceira pessoa, é um "autor/personagem" quem está contando a história que transita entre a infância e a fase adulta dos personagens. Diferente dos filmes, que foram divididos entre as fases da vida dos personagens, o livro foi dividido em cinco partes, no início dá o contexto da história com a morte de George, se aprofunda na vida dos personagens já adultos e seguindo suas vidas nos anos 80, e depois retorna aos momentos da infância no final dos anos 50, intercalando a narrativa, mostrando flashbacks ou avançando no tempo, e tudo isso sem ser confuso
"O terror, que só terminaria 28 anos depois (se terminasse), começou, até onde sei ou consigo saber, com um barco feito de uma folha de jornal flutuando por uma sarjeta cheia de água da chuva."King, como de costume, não deixa nenhuma vírgula de fora e descreve os mínimos detalhes a fim de não só construir cada personagem da história, assim como a ambientação para que o leitor possa visualizar tudo o que acontece.
- Pág. 13
A personificação do medo representado pela entidade mais apavorante da literatura (e do cinema) que aparece em forma de palhaço e outras coisas terríveis mais, é tenebroso e causa, no mínimo, alguns pesadelos na gente.
Como são muitos personagens não vou me alongar muito falando sobre cada um pra não deixar a resenha muito extensa, mas posso resumir a amizade deles como algo bastante crível. É construída aos poucos e se torna bonita e verdadeira. O terror acaba sendo responsável por unir e fortalecer o que eles têm juntos. Eles tem virtudes e defeitos como qualquer um, com o diferencial de algum ponto na personalidade que os destaca mais em relação ao outro.
Não me agradou muito a forma como Beverly foi construída pois ela acabou sendo sexualizada demais, mesmo criança, mesmo sendo abusada, mesmo sofrendo nas mãos do próprio pai. A gente fica esperando alguma coisa de feliz na vida dessa coitada, mas em vão. Não sei se isso era algo comum de ser retratado na época, mas achei desnecessário alguns detalhes sobre ela ser linda e chamar atenção de meninos e homens, além de uma cena ridícula em específico envolvendo elae os garotos no esgoto que deve estar no livro depois de uma viagem nas drogas muito louca do autor, não tem condições.
Embora a Coisa seja uma criatura assustadora, são as cenas e as descrições de violência e abusos que me deixaram mais abismada. Não vou entrar em detalhes a fim de evitar spoilers, mas o que Henry em companhia de seus comparsas faz com os garotos do Clube dos Otários, ou mesmo com animais indefesos, ou o que Beverly passa com o pai (quando criança) e com o namorado (já adulta) é horrível, de embrulhar o estômago, de dar vontade de chorar e sair gritando. A maioria das cenas envolvendo Henry conseguem ser piores do que as da Coisa, e isso talvez mostre que ele é um tipo de antagonista que consegue ser tão perturbado e causar tanta desgraça na vida alheia que é um adversário à altura do sobrenatural de King quando o assunto é horror.
Derry é uma cidade construída de uma forma tão intensa que pode ser considerada um personagem junto com os demais. O comportamento da maioria dos habitantes é tão horroroso e tão carregado de todo tipo de preconceitos que a pior cidade mal assombrada do mundo parece um parquinho perto daquilo.
Sobre a parte impressa, a edição que li possui a jacket do capítulo dois do filme, mas a capa interna permanece a original. Letras miúdas também não poderiam faltar, mas o trabalho de diagramação em si é ótimo.
Enfim, depois de mais de mil páginas é difícil simplesmente não gostar. O livro tem algumas falhas, sim, mas é um livro de terror clássico e deveria ser leitura obrigatória para os fãs do gênero e do autor. Além das cenas terríveis, a história no geral fala de amizade, dos infortúnios da vida e sobre a batalha travada contra os piores medos das pessoas.
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Wishlist #82 - Funko Pop - The Witcher
7 de janeiro de 2020
Agora que empolguei com a série e com os livros, nem preciso falar que esses popinhos baseados no game de The Witcher já entraram pra wishlist, né non? Minha única tristeza é que, por serem antigos, a maioria anda custando os olhos da própria cara, a Yennefer quem o diga #cry, então mesmo querendo, já tô desanimada desde já pra começar esse set... Deus que me proteja, me dê sabedoria e me oriente... Amém.
O Último Desejo - Andrzej Sapkowski
6 de janeiro de 2020
Título: O Último Desejo - The Witcher/A Saga do Bruxo Geralt de Rívia #1
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Gênero: Fantasia
Ano: 2011
Páginas: 320
Nota:★★★★★♥
Resenha: O Último Desejo é o primeiro livro da saga do bruxo Geralt de Rívia, ou como ficou mais conhecida, The Witcher, escrito pelo autor polonês Andrzej Sapkowski. Os livros tem uma temática medieval e fantástica, e começaram a ser escritos na década de 80 mas são bastante atuais. Fizeram o maior sucesso como game, e agora estouraram de vez com a adaptação da Netflix.
Narrado em terceira pessoa e em forma de seis pequenos contos e sete interlúdios intitulados como "A Voz da Razão", o autor usa de elementos da mitologia eslava, faz referências - bastante sombrias e distorcidas - recontando alguns contos de fadas clássicos e ainda coloca bastante bom humor em meio a situações inusitadas ou perigosas. Mesmo que sejam pra se tratar de algo sério, muitos diálogos e descrições são muito engraçados devido aos termos que são usados e é impossível não rir. Assim, vamos acompanhando a saga do bruxo Geralt de Rívia, que, na companhia de sua égua Plotka, viaja por várias cidades procurando algum trabalho que envolva dar cabo em monstros apavorantes em troca de algumas moedas como recompensa para seu sustento. Os contos parecem ser relatos sobre o passado do bruxo, e cada aventura, embora se complemente afim de moldar esse universo fantástico, é independente da outra.
Geralt passou um treinamento extensivo enquanto ainda era criança, além de uma mutação que o transformou em bruxo, por isso ele tem características típicas dessa "raça". Olhos amarelos que enxergam no escuro, cabelos brancos, corpo musculoso, mais agilidade, resistência a venenos e doenças e exímias habilidades de combate. De batalhas travadas com estirpes, vampiros, quiquimoras e até uma caçada ao diabo, Geralt não é herói e nem vilão, ele tenta ser justo, agindo de acordo com o código dos bruxos, mas seguindo seus princípios do que é certo e errado, mesmo que isso lhe renda ser chamado de vagabundo e um total de zero recompensas. Logo, não espere que ele mate um monstro quando o mesmo é uma vítima injustiçada ou incompreendida. Como ele também sofre preconceito por ser bruxo, ele procura entender os dois lados da moeda.
Embora ele pareça ser um "fodão" por ser um bruxo, ele tem algumas falhas que demonstram que ainda existe alguma humanidade por alí. Ele bate mas também apanha, se preocupa com o bem estar dos outros, xinga, debocha e é "gente como a gente".
Mesmo que de forma mais resumida, afinal, são contos, o autor consegue estabelecer o funcionamento da sociedade, da política e até da religião, mostrando que a maioria dos humanos tem preconceito com outras raças e criaturas, nos dando um vislumbre de algo bem maior do que pode ter acontecido no passado mas que ainda não foi totalmente aprofundado, talvez devido a história estar sendo apresentada em contos como forma de introdução, assim o leitor pode se familiarizar com os personagens e com o cenário.
Embora o autor não tenha costume de fazer apresentações prévias antes de mencionar um personagem secundário para sabermos quem é, de onde veio ou o que faz, no desenrolar do conto ele apresenta características ou comentários que nos situam para que possamos saber, pelo menos, o mínimo. Assim, conhecemos Jarkier, o bardo, que se torna companheiro de viagem de Geralt e é um alívio cômico com seu jeito sem noção e desbocado; a arquissacerdotisa Nenneke com suas orientações "infalíveis"; a rainha Calanthe que é tão corajosa quanto protetora; e até a feiticeira Yennefer, que parece ter uma história bem complexa mas que só foi apresentada como uma mulher poderosa, destemida e que vai mexer com os sentimentos que Geralt acreditava não ter. Já virei fã dessa mulher.
Ao que tudo indica, somente os dois primeiros livros da série são narrados em forma de contos, e os demais seguem a cronologia dos acontecimentos. Nem preciso dizer que já estou aqui, ansiosa pra continuar acompanhando essa jornada incrível desse bruxão que já me conquistou.
Pra quem se interessou pela série e quer saber das origens da história, gosta de fantasias medievais maravilhosamente bem escritas, fluídas, empolgantes e tão bem humoradas quanto reflexivas, é livro muito recomendado.
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Gênero: Fantasia
Ano: 2011
Páginas: 320
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Geralt de Rívia é um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio treinado, desde a infância, para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo. Um mundo fantástico criado por Sapkowski com claras influências da mitologia eslava. Um mundo em que nem todos os que parecem monstros são maus nem todos os que parecem anjos são bons.
Resenha: O Último Desejo é o primeiro livro da saga do bruxo Geralt de Rívia, ou como ficou mais conhecida, The Witcher, escrito pelo autor polonês Andrzej Sapkowski. Os livros tem uma temática medieval e fantástica, e começaram a ser escritos na década de 80 mas são bastante atuais. Fizeram o maior sucesso como game, e agora estouraram de vez com a adaptação da Netflix.
Narrado em terceira pessoa e em forma de seis pequenos contos e sete interlúdios intitulados como "A Voz da Razão", o autor usa de elementos da mitologia eslava, faz referências - bastante sombrias e distorcidas - recontando alguns contos de fadas clássicos e ainda coloca bastante bom humor em meio a situações inusitadas ou perigosas. Mesmo que sejam pra se tratar de algo sério, muitos diálogos e descrições são muito engraçados devido aos termos que são usados e é impossível não rir. Assim, vamos acompanhando a saga do bruxo Geralt de Rívia, que, na companhia de sua égua Plotka, viaja por várias cidades procurando algum trabalho que envolva dar cabo em monstros apavorantes em troca de algumas moedas como recompensa para seu sustento. Os contos parecem ser relatos sobre o passado do bruxo, e cada aventura, embora se complemente afim de moldar esse universo fantástico, é independente da outra.
Geralt passou um treinamento extensivo enquanto ainda era criança, além de uma mutação que o transformou em bruxo, por isso ele tem características típicas dessa "raça". Olhos amarelos que enxergam no escuro, cabelos brancos, corpo musculoso, mais agilidade, resistência a venenos e doenças e exímias habilidades de combate. De batalhas travadas com estirpes, vampiros, quiquimoras e até uma caçada ao diabo, Geralt não é herói e nem vilão, ele tenta ser justo, agindo de acordo com o código dos bruxos, mas seguindo seus princípios do que é certo e errado, mesmo que isso lhe renda ser chamado de vagabundo e um total de zero recompensas. Logo, não espere que ele mate um monstro quando o mesmo é uma vítima injustiçada ou incompreendida. Como ele também sofre preconceito por ser bruxo, ele procura entender os dois lados da moeda.
Embora ele pareça ser um "fodão" por ser um bruxo, ele tem algumas falhas que demonstram que ainda existe alguma humanidade por alí. Ele bate mas também apanha, se preocupa com o bem estar dos outros, xinga, debocha e é "gente como a gente".
Mesmo que de forma mais resumida, afinal, são contos, o autor consegue estabelecer o funcionamento da sociedade, da política e até da religião, mostrando que a maioria dos humanos tem preconceito com outras raças e criaturas, nos dando um vislumbre de algo bem maior do que pode ter acontecido no passado mas que ainda não foi totalmente aprofundado, talvez devido a história estar sendo apresentada em contos como forma de introdução, assim o leitor pode se familiarizar com os personagens e com o cenário.
Embora o autor não tenha costume de fazer apresentações prévias antes de mencionar um personagem secundário para sabermos quem é, de onde veio ou o que faz, no desenrolar do conto ele apresenta características ou comentários que nos situam para que possamos saber, pelo menos, o mínimo. Assim, conhecemos Jarkier, o bardo, que se torna companheiro de viagem de Geralt e é um alívio cômico com seu jeito sem noção e desbocado; a arquissacerdotisa Nenneke com suas orientações "infalíveis"; a rainha Calanthe que é tão corajosa quanto protetora; e até a feiticeira Yennefer, que parece ter uma história bem complexa mas que só foi apresentada como uma mulher poderosa, destemida e que vai mexer com os sentimentos que Geralt acreditava não ter. Já virei fã dessa mulher.
Ao que tudo indica, somente os dois primeiros livros da série são narrados em forma de contos, e os demais seguem a cronologia dos acontecimentos. Nem preciso dizer que já estou aqui, ansiosa pra continuar acompanhando essa jornada incrível desse bruxão que já me conquistou.
Pra quem se interessou pela série e quer saber das origens da história, gosta de fantasias medievais maravilhosamente bem escritas, fluídas, empolgantes e tão bem humoradas quanto reflexivas, é livro muito recomendado.
O Golpe - Christopher Reich
4 de janeiro de 2020
Título: O Golpe - Simon Riske Series #1
Autor: Christopher Reich
Editora: Arqueiro
Gênero: Policial/Suspense
Ano: 2019
Páginas: 384
Nota:★★★☆☆
Resenha: Simon Riske teve um passado conturbado e agora tenta levar uma vida mais sossegada trabalhando em sua oficina, mas, na verdade, ele é um espião industrial com habilidades incríveis e ainda é muito requisitado por bancos, seguradoras e pelo serviço secreto britânico. Como são serviços que pagam bem, ele ainda aceita alguns desses trabalhos, mas dentro das suas próprias regras a fim de evitar maiores riscos. Porém, quando um criminoso se envolve num assalto milionário a um príncipe saudita, Simon é contratado para recuperar uma carta roubada que é importante o suficiente para mudar o cenário político do mundo inteiro e instaurar o caos absoluto se a bendita parar nas mãos erradas...
Esse é aquele tipo de livro que é impossível dar muitos detalhes sem estragar a surpresa, então vou tentar ser o mais sucinta possível pra não dar spoilers mas expressar minha experiência que foi bem positiva. Narrado em terceira pessoa, o enredo em si parece um filme de ação estrelado pelo próprio Jason Statham. Embora tenha alguns floreios e descrições em excesso, a escrita é fluída e empolgante devido ao ritmo frenético de acontecimentos imprevisíveis (?) pelo mundo do crime de Paris, e o autor nos conduz por um caminho, nos leva a acreditar em uma motivação específica, e apresenta reviravoltas mirabolantes depois. Se pensávamos que ia acontecer uma coisa baseado nas informações x e y, pensamos errado. A combinação em excesso de elementos como espionagem, o protagonista genial e super habilidoso, ladrões a solta, a máfia perigosa, traições e amarguras do passado, conspirações e intrigas políticas, perseguições loucas, um psicopata doentio, vingança, uma mulher gostosona (não podia faltar a femme fatale nessa confusão) e entre otras cositas más, torna a trama um tanto exagerada, com enredos simultâneos (se é que isso existe) para render mais sequências para a série.
Eu confesso que nada soa real nessa trama e ela praticamente beira a fantasia, mas tenho que admitir que a escrita do autor é muito boa e ele descreve cenas de ação como poucos. Os personagens, apesar de serem bem estereotipados dentro do gênero (ladrão, espião, mafioso, policial, etc), são bem construídos, principalmente no que diz respeito a personalidade e voz, os vilões tem motivos convincentes para seus propósitos absurdos e no final das contas, O Golpe é um livro que empolga e nos mantém bem entretidos por algumas horas. Pra quem curte suspenses recheados de ação a perder de vista, é leitura que, além de indicada, renderia uma ótima adaptação nas telinhas para os fãs do gênero.
Autor: Christopher Reich
Editora: Arqueiro
Gênero: Policial/Suspense
Ano: 2019
Páginas: 384
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Simon Riske é um espião industrial freelance que, apesar da profissão, consegue ter uma vida relativamente tranquila evitando trabalhos arriscados e sujos e fazendo bicos para bancos, companhias de seguros e o serviço secreto britânico.
Até que o gângster Tino Coluzzi leva a cabo o assalto mais audacioso da história de Paris: o roubo de milhões, em dinheiro vivo, de um príncipe saudita – além de uma carta secreta tão explosiva que pode derrubar governos, redefinir alianças e alterar o equilíbrio de poder no mundo ocidental.
Riske é então contratado pelo governo americano para recuperar o documento, e para isso terá que acertar as contas com um antigo aliado.
No passado, ele e Coluzzi trabalharam juntos, mas a relação criminosa terminou com Riske na prisão. Agora, anos depois, os dois se enfrentam, seguidos de perto por um perigoso policial parisiense, por uma femme fatale russa e o chefe desequilibrado dela – e talvez até pela CIA.
Resenha: Simon Riske teve um passado conturbado e agora tenta levar uma vida mais sossegada trabalhando em sua oficina, mas, na verdade, ele é um espião industrial com habilidades incríveis e ainda é muito requisitado por bancos, seguradoras e pelo serviço secreto britânico. Como são serviços que pagam bem, ele ainda aceita alguns desses trabalhos, mas dentro das suas próprias regras a fim de evitar maiores riscos. Porém, quando um criminoso se envolve num assalto milionário a um príncipe saudita, Simon é contratado para recuperar uma carta roubada que é importante o suficiente para mudar o cenário político do mundo inteiro e instaurar o caos absoluto se a bendita parar nas mãos erradas...
Esse é aquele tipo de livro que é impossível dar muitos detalhes sem estragar a surpresa, então vou tentar ser o mais sucinta possível pra não dar spoilers mas expressar minha experiência que foi bem positiva. Narrado em terceira pessoa, o enredo em si parece um filme de ação estrelado pelo próprio Jason Statham. Embora tenha alguns floreios e descrições em excesso, a escrita é fluída e empolgante devido ao ritmo frenético de acontecimentos imprevisíveis (?) pelo mundo do crime de Paris, e o autor nos conduz por um caminho, nos leva a acreditar em uma motivação específica, e apresenta reviravoltas mirabolantes depois. Se pensávamos que ia acontecer uma coisa baseado nas informações x e y, pensamos errado. A combinação em excesso de elementos como espionagem, o protagonista genial e super habilidoso, ladrões a solta, a máfia perigosa, traições e amarguras do passado, conspirações e intrigas políticas, perseguições loucas, um psicopata doentio, vingança, uma mulher gostosona (não podia faltar a femme fatale nessa confusão) e entre otras cositas más, torna a trama um tanto exagerada, com enredos simultâneos (se é que isso existe) para render mais sequências para a série.
Eu confesso que nada soa real nessa trama e ela praticamente beira a fantasia, mas tenho que admitir que a escrita do autor é muito boa e ele descreve cenas de ação como poucos. Os personagens, apesar de serem bem estereotipados dentro do gênero (ladrão, espião, mafioso, policial, etc), são bem construídos, principalmente no que diz respeito a personalidade e voz, os vilões tem motivos convincentes para seus propósitos absurdos e no final das contas, O Golpe é um livro que empolga e nos mantém bem entretidos por algumas horas. Pra quem curte suspenses recheados de ação a perder de vista, é leitura que, além de indicada, renderia uma ótima adaptação nas telinhas para os fãs do gênero.
Frank e o Amor - David Yoon
3 de janeiro de 2020
Título: Frank e o Amor
Autor: David Yoon
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto
Ano: 2019
Páginas: 400
Nota:★★★★☆
Resenha: Frank é um garoto que nasceu na Califórnia, mas seus pais são coreanos e seguem a tradição e a cultura do país de origem deles à risca. Embora eles já vivam nos EUA há anos, eles não parecem estar dispostos a se adaptarem à cultura americana e vivem numa "bolha coreana". Eles são radicais a ponto de Frank nem poder levar seu melhor amigo em casa porque ele é negro, ou um relacionamento só ser aceitável desde que seja com outro coreano, e o maior exemplo disso é a irmã mais velha de Frank, Hanna, que foi expulsa de casa e obrigada a se afastar da família por ter se envolvido com um rapaz que não é coreano. Mas Frank, apesar de querer estar junto com sua família, sonha em poder ser ele mesmo e fazer suas próprias escolhas, e quando ele começa a sair com Brit, sua colega de escola super gente boa, ele vai precisar de um plano já que ela é americana... Então ele se junta a sua, Joy Song, que é coreana e está passando pela mesma situação que ele. Eles vão forjar um namoro para enganar seus pais e poderem sair com seus verdadeiros namorados as escondidas e, a princípio, tudo dá certo, até Frank perceber que ele não entende nada de amor.
Narrado em primeira pessoa, vamos acompanhando Frank e seu dilema de não ir contra seus pais numa tentativa de mostrar pra eles um rapaz que ele não é, e nem gostaria de ser, ao mesmo tempo que ele passa a se conhecer melhor quando está na companhia de Brit e Joy.
Pra quem acompanhou a série Gilmore Girls, essa história vai soar muito familiar quando pensarmos na personagem Lane (interpretada pela atriz Keiko Agena) e na mãe dela, a Sra. Kim (Emily Kuroda), porém, o livro Frank e o Amor tem alguns pontos mais profundos e agravantes, mas muito necessários para levantar questionamentos e discussões que causem reflexão sobre cultura, família, amor, preconceito e racismo.
Não vou negar que por mais interessante que o livro seja, ele não está livre de alguns clichês românticos e adolescentes de livros do gênero. Talvez o que tenha me agradado mais foi a dinâmica familiar, que é insuportável e é a causa das reflexões que tive. Não consigo me imaginar com pais tão preconceituosos e de mente tão fechada que nem os de Frank, e o autor mostra de uma forma muito crua o que eles pensam sobre quem é "diferente", e chega a ser tão triste quanto horrível.
Nesse relacionamento familiar também vi a dificuldade do próprio Frank em demonstrar seus sentimentos e expor o que ele pensa por medo de ir contra a família. Não acho que os pais tem que ser melhores amigos dos filhos, mas se não existe confiança e abertura para um simples diálogo para que possam chegar a um consenso sobre algum assunto que pode envolver o futuro do menino, pra que ele possa receber orientações ou coisa do tipo e parece estar ali só pra obedecer e nada mais, não se pode esperar que os filhos não se revoltem e saiam por aí fazendo o que não deve. Se não quisessem expor os filhos a outra cultura e a outros modos de vida por não aceitarem aquilo, que tivessem ficado no país deles em vez de irem viver o "sonho americano" enquanto causam pesadelos na vida dos filhos com uma tradição que nos EUA (e em vários lugares do mundo) é ultrapassada. A sensação que fica é que ele não ganhou amor dos pais o suficiente, somente imposições absurdas, então esse é um dos motivos de ele também não saber muito bem o que ele está sentindo.
Alguns trechos de conversas entre os pais de Frank e os pais de Joy são em coreano, e sem uma nota de rodapé com a tradução daquele monte de símbolos que o próprio Frank tem dificuldades em entender, não faço a menor ideia do que estava sendo dito e ficamos tão perdidos quanto o menino. Por um lado é legal mostrar o idioma deles, mas me senti assistindo um filme legendado, daqueles que quando o personagem não fala inglês, não tem legenda e a gente só imagina que boa coisa aquilo não deve ser.
Por ser livro de estreia do autor, achei a escrita fluída e com toques de bom humor na medida certa. O tema escolhido também é muito pertinente na nossa realidade pelo fato de criticar explicitamente o racismo na sociedade, enquanto aborda a diversidade e a cultura entre países tão diferentes.
Pra quem gosta de romances juvenis, com seus vários dilemas e descobertas sobre quem somos nesse mundão, e ainda aprendermos um pouco mais sobre uma cultura diferente e sobre os males do preconceito, é leitura super recomendada.
Autor: David Yoon
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto
Ano: 2019
Páginas: 400
Nota:★★★★☆
Sinopse: Frank está descobrindo o amor ― e você está prestes a se apaixonar por este livro.
Frank nunca conseguiu conciliar as expectativas de sua família tradicional coreana com sua vida de adolescente na Califórnia. E tudo se complica quando ele começa a sair com a garota de seus sonhos, Brit Means, que é engraçada, inteligente, linda… Basicamente a nora perfeita para seus pais ― caso tivesse origem coreana também.
Para poder continuar saindo com quem quiser, Frank começa um namoro de mentira com Joy Song, filha de um casal de amigos da família, que está passando pelo mesmo problema. Parece o plano perfeito, mas logo Frank vai perceber que talvez não entenda o amor ― e a si mesmo ― tão bem assim.
Resenha: Frank é um garoto que nasceu na Califórnia, mas seus pais são coreanos e seguem a tradição e a cultura do país de origem deles à risca. Embora eles já vivam nos EUA há anos, eles não parecem estar dispostos a se adaptarem à cultura americana e vivem numa "bolha coreana". Eles são radicais a ponto de Frank nem poder levar seu melhor amigo em casa porque ele é negro, ou um relacionamento só ser aceitável desde que seja com outro coreano, e o maior exemplo disso é a irmã mais velha de Frank, Hanna, que foi expulsa de casa e obrigada a se afastar da família por ter se envolvido com um rapaz que não é coreano. Mas Frank, apesar de querer estar junto com sua família, sonha em poder ser ele mesmo e fazer suas próprias escolhas, e quando ele começa a sair com Brit, sua colega de escola super gente boa, ele vai precisar de um plano já que ela é americana... Então ele se junta a sua, Joy Song, que é coreana e está passando pela mesma situação que ele. Eles vão forjar um namoro para enganar seus pais e poderem sair com seus verdadeiros namorados as escondidas e, a princípio, tudo dá certo, até Frank perceber que ele não entende nada de amor.
Narrado em primeira pessoa, vamos acompanhando Frank e seu dilema de não ir contra seus pais numa tentativa de mostrar pra eles um rapaz que ele não é, e nem gostaria de ser, ao mesmo tempo que ele passa a se conhecer melhor quando está na companhia de Brit e Joy.
Pra quem acompanhou a série Gilmore Girls, essa história vai soar muito familiar quando pensarmos na personagem Lane (interpretada pela atriz Keiko Agena) e na mãe dela, a Sra. Kim (Emily Kuroda), porém, o livro Frank e o Amor tem alguns pontos mais profundos e agravantes, mas muito necessários para levantar questionamentos e discussões que causem reflexão sobre cultura, família, amor, preconceito e racismo.
Não vou negar que por mais interessante que o livro seja, ele não está livre de alguns clichês românticos e adolescentes de livros do gênero. Talvez o que tenha me agradado mais foi a dinâmica familiar, que é insuportável e é a causa das reflexões que tive. Não consigo me imaginar com pais tão preconceituosos e de mente tão fechada que nem os de Frank, e o autor mostra de uma forma muito crua o que eles pensam sobre quem é "diferente", e chega a ser tão triste quanto horrível.
Nesse relacionamento familiar também vi a dificuldade do próprio Frank em demonstrar seus sentimentos e expor o que ele pensa por medo de ir contra a família. Não acho que os pais tem que ser melhores amigos dos filhos, mas se não existe confiança e abertura para um simples diálogo para que possam chegar a um consenso sobre algum assunto que pode envolver o futuro do menino, pra que ele possa receber orientações ou coisa do tipo e parece estar ali só pra obedecer e nada mais, não se pode esperar que os filhos não se revoltem e saiam por aí fazendo o que não deve. Se não quisessem expor os filhos a outra cultura e a outros modos de vida por não aceitarem aquilo, que tivessem ficado no país deles em vez de irem viver o "sonho americano" enquanto causam pesadelos na vida dos filhos com uma tradição que nos EUA (e em vários lugares do mundo) é ultrapassada. A sensação que fica é que ele não ganhou amor dos pais o suficiente, somente imposições absurdas, então esse é um dos motivos de ele também não saber muito bem o que ele está sentindo.
Alguns trechos de conversas entre os pais de Frank e os pais de Joy são em coreano, e sem uma nota de rodapé com a tradução daquele monte de símbolos que o próprio Frank tem dificuldades em entender, não faço a menor ideia do que estava sendo dito e ficamos tão perdidos quanto o menino. Por um lado é legal mostrar o idioma deles, mas me senti assistindo um filme legendado, daqueles que quando o personagem não fala inglês, não tem legenda e a gente só imagina que boa coisa aquilo não deve ser.
Por ser livro de estreia do autor, achei a escrita fluída e com toques de bom humor na medida certa. O tema escolhido também é muito pertinente na nossa realidade pelo fato de criticar explicitamente o racismo na sociedade, enquanto aborda a diversidade e a cultura entre países tão diferentes.
Pra quem gosta de romances juvenis, com seus vários dilemas e descobertas sobre quem somos nesse mundão, e ainda aprendermos um pouco mais sobre uma cultura diferente e sobre os males do preconceito, é leitura super recomendada.
Top 10 #8 - Melhores Leituras de 2019
2 de janeiro de 2020
Ok, ok, ok. Sei que esse post devia ter saído antes de 2019 acabar, mas, com o desespero que andava minha vida, não consegui fazer um apanhado geral pra poder montar esse bendito a tempo. Mas antes tarde do que nunca. Quem nunca?
Juntei minhas melhores leituras com as da Marina pra criamos essa lista linda, e já adianto que a ordem dela não significa que um livro é melhor que outro (então não vamos numerar nada, só vamos listar os 10 na ordem que as resenhas foram saindo e pronto), afinal, cada um tem a própria experiência com a leitura, e a forma de absorver a história é diferente pra cada um, mas no final das contas, gostamos muito, foram nossas melhores leituras do ano que passou, e indicamos pra todo mundo ler e reler.
Desafio Literário 2020 - Especial The Witcher
1 de janeiro de 2020
Faz séculos que não faço um desafio no blog, assim como faz séculos que uma série de livros não me interessava o suficiente pra eu me empolgar e querer fazer alguma coisa especial. Ano novo, vida nova, desafios novos... e, entrando no embalo de The Witcher, que estou revendo pela segunda vez por ter super curtido, resolvi fazer uma "maratona" literária com os 8 livros da série pra poder pegar essa história do "Bruxão Geraldo" por completo, porque eu sei que a adaptação da Netflix não deve ser nem metade do que a história original é, como sempre. Eu até já tinha ouvido falar dos livros e dos jogos há alguns anos, mas, até então, não tinha me interessado muito, seja pela minha falta de ânimo e correria, quanto pelo preço e pela quantidade de livros, mas como gostei de ter assistido a série, bora lá. Antes tarde do que nunca.
Não vou impor prazo pra leitura de cada livro, até mesmo porque meu tempo é meio louco e fica impossível me comprometer com dias exatos. O que importa é ler a série toda, mesmo que com muita calma, até o final desse ano, o que, inclusive, vai nos dar tempo o suficiente pra esperar pela segunda bendita temporada que só sai em 2021 (Netflix, não nos decepcione depois dessa espera eterna). A medida que eu for lendo, vou postando as resenhas, e caso alguém queira fazer o desafio ou acompanhar e comentar suas impressões de leitura neste post mesmo ou nas resenhas que irão ao ar ao longo do ano, sinta-se convidado e livre. Talvez eu até planeje algum sorteio que tenha a ver com o desafio, eu aviso caso decidir mesmo fazer.
Confira a ordem dos livros e o status da minha leitura (o post será atualizado a cada mudança):
The Witcher - A Saga do Bruxo Geralt de Rívia
O Último Desejo - vol.1A Espada do Destino - vol.2- O Sangue dos Elfos - vol.3 - Lendo
- Tempo de Desprezo - vol.4
- Batismo de Fogo - vol.5
- A Torre da Andorinha - vol.6
- A Senhora do Lago - vol.7 (esse pode ser encontrado em vol. único ou em parte 1 e parte 2)
- Tempo de Tempestade - vol.8/1,5 (prelúdio)
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