Apesar de novembro não ter sido um mês de muita sorte pra mim (as crianças ficaram doentes e eu fiquei um lixo humano), foi um mês recheado dos meus tão queridos popineos. Foram dois livritchos recebidos (que logo libero as resenhas), mas o que fez minha alegria foram os pops. Não tem coisa melhor, pra um colecionador, ver a coleção crescendo e se completando aos pouquinhos. Os olhinhos brilham, e dá até uma emoção ♥
Bora ver o que chegou:
Um Acordo e Nada Mais - Mary Balogh
23 de novembro de 2018
Título: Um Acordo e Nada Mais - Clube dos Sobreviventes #2
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de Época
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★☆
Resenha: Um Acordo e Nada Mais é o segundo volume da série Clube dos Sobreviventes. Vamos acompanhar a história de Vincent Hurt, o Visconde Darleigh, mais um membro do Clube que sobreviveu à Guerra Napoleônica, porém, devido a um acidente com um canhão, perdeu a visão, foi afastado permanentemente, ganhou o título de Visconde e, agora, conta com a ajuda dos amigos, companheiros de guerra, para se recuperar psicologicamente. Cansado de tentar fugir da mãe e de suas irmãs que querem lhe arranjar um casamento a qualquer custo, Vincent acaba voltando para Barton Coombs, sua antiga casa de infância, mas mais uma vez ele havia caído numa cilada conjugal. O que ele não esperava era conhecer a jovem Sophia Fry, que acaba lhe salvando dessa armadilha planejada pela prima.
Depois que seu pai morreu num duelo, Sophia Fry passou a viver de favor na casa de seus parentes que nem reconheciam sua existência. Ela ficou mal vista, não foi educada como uma dama, comia e se vestia mal e ainda foi apelidada de Ratinha pelos tios. Ela precisava encontrar uma forma de sair da casa desses parentes que a negligenciavam e a tratavam tão mal. Porém, com a intervenção que Sophia fez para ajudar Vincent, seus tios ficaram furiosos e expulsam a coitada de casa, sem um tostão sequer para sobreviver, e o Visconde, sem ter coragem de deixar a jovem à míngua, foi obrigado a agir lhe propondo casamento, que, no momento, seria a única solução para resolver o problema da moça. Mas, junto com o casamento por conveniência, veio um acordo: eles passariam somente um ano juntos e em seguida cada um seguiria com a vida como bem quisesse.
Agora que estão casados, eles vão se conhecendo melhor, a amizade e o companheirismo vão crescendo, mas aos poucos uma doce sedução também começa a surgir. Eles são opostos, mas, assim como os personagens do primeiro livro, possuem traumas e feridas que os deixam unidos de uma forma que eles não esperavam.
Seguindo o padrão do livro anterior, a narrativa é feita em terceira pessoa e é um tanto lenta, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa, mas ainda assim podemos ter uma percepção muito boa dos sentimentos dos protagonistas enquanto os acompanhamos em suas jornadas de superação, autoaceitação, e na busca pelo amor próprio. Por mais que Vincent seja cego, a forma utilizada para fazer com que os outros sentidos dele compensem a falta da visão, ajuda a construir a personalidade dele.
Acho inclusive que houve uma sacada genial por parte da autora, pois de um lado temos Sophia, que é tratada com descaso, como se não existisse, e por isso se torna alguém praticamente invisível, e de outro lado temos Vincent, que, mesmo sem poder enxergar, é a única pessoa que realmente a vê.
Foi muito bacana acompanhar a forma como ele, nessas condições, passou a compreender o mundo ao seu redor.
O fato é que o ritmo da trama não poderia ser muito diferente, caso contrário se tornaria inverossímil e até incoerente. Os dois se casaram após trocar poucas palavras, não se conheciam, nunca sequer tinham se visto, ambos eram reservados e precisavam lidar com as próprias dores, logo, era necessário um tempo maior para que o dito relacionamento pudesse florescer.
Um Acordo e Nada Mais tem um enredo simples, doce e que inspira e emociona em alguns momentos, e mostra que, quando cativado, o amor pode surgir de onde menos se espera, se tornando verdadeiro e duradouro.
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de Época
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★☆
Sinopse: Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado.
No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento.
Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los.
No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida.
Resenha: Um Acordo e Nada Mais é o segundo volume da série Clube dos Sobreviventes. Vamos acompanhar a história de Vincent Hurt, o Visconde Darleigh, mais um membro do Clube que sobreviveu à Guerra Napoleônica, porém, devido a um acidente com um canhão, perdeu a visão, foi afastado permanentemente, ganhou o título de Visconde e, agora, conta com a ajuda dos amigos, companheiros de guerra, para se recuperar psicologicamente. Cansado de tentar fugir da mãe e de suas irmãs que querem lhe arranjar um casamento a qualquer custo, Vincent acaba voltando para Barton Coombs, sua antiga casa de infância, mas mais uma vez ele havia caído numa cilada conjugal. O que ele não esperava era conhecer a jovem Sophia Fry, que acaba lhe salvando dessa armadilha planejada pela prima.
Depois que seu pai morreu num duelo, Sophia Fry passou a viver de favor na casa de seus parentes que nem reconheciam sua existência. Ela ficou mal vista, não foi educada como uma dama, comia e se vestia mal e ainda foi apelidada de Ratinha pelos tios. Ela precisava encontrar uma forma de sair da casa desses parentes que a negligenciavam e a tratavam tão mal. Porém, com a intervenção que Sophia fez para ajudar Vincent, seus tios ficaram furiosos e expulsam a coitada de casa, sem um tostão sequer para sobreviver, e o Visconde, sem ter coragem de deixar a jovem à míngua, foi obrigado a agir lhe propondo casamento, que, no momento, seria a única solução para resolver o problema da moça. Mas, junto com o casamento por conveniência, veio um acordo: eles passariam somente um ano juntos e em seguida cada um seguiria com a vida como bem quisesse.
Agora que estão casados, eles vão se conhecendo melhor, a amizade e o companheirismo vão crescendo, mas aos poucos uma doce sedução também começa a surgir. Eles são opostos, mas, assim como os personagens do primeiro livro, possuem traumas e feridas que os deixam unidos de uma forma que eles não esperavam.
Seguindo o padrão do livro anterior, a narrativa é feita em terceira pessoa e é um tanto lenta, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa, mas ainda assim podemos ter uma percepção muito boa dos sentimentos dos protagonistas enquanto os acompanhamos em suas jornadas de superação, autoaceitação, e na busca pelo amor próprio. Por mais que Vincent seja cego, a forma utilizada para fazer com que os outros sentidos dele compensem a falta da visão, ajuda a construir a personalidade dele.
Acho inclusive que houve uma sacada genial por parte da autora, pois de um lado temos Sophia, que é tratada com descaso, como se não existisse, e por isso se torna alguém praticamente invisível, e de outro lado temos Vincent, que, mesmo sem poder enxergar, é a única pessoa que realmente a vê.
Foi muito bacana acompanhar a forma como ele, nessas condições, passou a compreender o mundo ao seu redor.
O fato é que o ritmo da trama não poderia ser muito diferente, caso contrário se tornaria inverossímil e até incoerente. Os dois se casaram após trocar poucas palavras, não se conheciam, nunca sequer tinham se visto, ambos eram reservados e precisavam lidar com as próprias dores, logo, era necessário um tempo maior para que o dito relacionamento pudesse florescer.
Um Acordo e Nada Mais tem um enredo simples, doce e que inspira e emociona em alguns momentos, e mostra que, quando cativado, o amor pode surgir de onde menos se espera, se tornando verdadeiro e duradouro.
Uma Proposta e Nada Mais - Mary Balogh
19 de novembro de 2018
Título: Uma Proposta e Nada Mais - Clube dos Sobreviventes #1
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de Época
Ano: 2018
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Resenha: Gwendoline Grayson, lady Muir, é uma viúva de 32 anos de idade que aprecia seu status social e sua rotina bastante tranquila. Porém, depois de sete anos estando viúva, embora tenha aprendido a lidar com suas dores, ela se sente bastante solitária na vida. Gwen não planejava se casar outra vez, pois sentiu na pele como os homens se tornam diferentes após o casamento, mas, por se sentir muito sozinha, começou a considerar a ideia de arranjar um marido refinado e tranquilo, e que não fosse muito exigente.
Hugo Emes, lorde Trentham, é um soldado que lutou nas Guerras Napoleônicas, e desde então vem lidando com traumas pessoais e muitos fantasmas. Seu único refúgio é se encontrar com seus companheiros de batalha, que formaram um grupo chamado Clube dos Sobreviventes, e que passaram o mesmo que ele. Só com seus amigos ele consegue ter um pouco de conforto e paz de espírito, esquecendo um pouco dos horrores vividos na guerra. Após o falecimento de seu pai, Hugo, como herdeiro, passou a administrar as terras da família e ficou responsável por tomar conta de Fiona, sua madrasta, e Constance, sua meia-irmã. Fiona é uma mulher que sempre dependeu do marido pra tudo, e, na falta dele, sua inaptidão pra lidar com qualquer assunto é evidente. Constance, que já tem seus dezenove anos, ainda não foi apresentada a sociedade, hábito que já passou da hora de ser feito, e a jovem está encalhada por causa disso. Hugo deveria resolver esses problemas já que Fiona é incapaz, mas o momento não é o mais adequado. Ele não é nenhum cavalheiro e só herdou o título de lorde em reconhecimento por suas atitudes heroicas na guerra. Mesmo sabendo que sua irmã merece o melhor e que ela deveria ter uma mulher mais velha que a orientasse a se comportar em sociedade, ele não tem a menor paciência para lidar com esses dramas femininos e muito menos tinha o hábito de frequentar as rodas aristocráticas de Londres. Porém, este não é o único problema que ele tem nas mãos. A idade para ter um herdeiro também chegou, e a única saída é encontrar uma esposa para que tudo se ajeite como deveria antes que seja tarde demais.
Até o caminho de Hugo e Gwendoline se cruzar depois dela sofrer um acidente numa praia isolada. Após socorrer a moça, ele a leva para Penderris Hall, casa de campo do duque de Stanbrook locas das reuniões do Clube dos Sobreviventes, onde está hospedado junto com os demais amigos. E lá ela ficaria até se recuperar da lesão que sofreu em, seu tornozelo. De início, por serem totalmente opostos, ele resiste por pensar que Gwen é a típica aristocrata mimada, mas, como ela não se intimida pelo jeito grosseirão de Hugo, ele logo se torna incapaz de resistir ao quanto ela é uma mulher adorável. E a medida que o afeto e os sentimentos crescem, ambos vão se conquistando cada vez mais, tendo a certeza que esse relacionamento vai além das boas maneiras, e que só veio para lhes proporcionar experiências únicas que eles jamais imaginaram que fossem ter um dia.
Narrado em terceira pessoa, acompanhamos um romance de época que foge bastante daquela fórmula de mocinha jovem, inexperiente e indefesa caindo nos braços do garanhão esperto. Gwen e Hugo já são adultos, bem resolvidos e tem em comum algum tipo de trauma do passado, e, claro, vão aprendendo a superar tudo juntos, descobrindo o amor quando já estavam desacreditados e quando tinham perdido as esperanças de encontrá-lo, principalmente pelos casamentos, muitas vezes, serem arranjados. Assim, a autora construiu uma história rica em detalhes, que quebra alguns paradigmas e mostra que é possível, sim, superar feridas e descobrir sensações e sentimentos, mesmo que "tarde" (para a época se casar depois dos trinta é muito tarde, sim), além de trazer algumas reflexões sobre empatia e que o sofrimento alheio nunca deve ser diminuído, pelo motivo que for.
Os personagens são complexos devido aos traumas que carregam, e são traumas reais, que tornam o sofrimento deles bastante plausível. Essa carga dramática foi responsável por moldar a personalidade de cada um deles, e por mais doloroso que possa ter sido, eles ainda são pessoas adoráveis, mesmo que não demonstrem. E isso fica claro em Hugo, que é um homem que não tem ideia de como cortejar uma dama e se comporta como um ogro em vários momentos, e até com Gwen, que de certa forma, deixou de acreditar nos homens depois de ter sofrido com o falecido marido. Mas eles despertam o melhor que há dentro deles quando estão juntos, de forma recíproca.
Minha única ressalva é pela forma como esse romance foi desenvolvido. Eles são opostos, mantém diálogos inteligentes e que refletem todo o peso que eles carregam, e, por isso, acabam se completando, porém não senti que a química era forte o bastante. Ao longo da trama as coisas melhoram, mas a narrativa se torna arrastada em vários pontos por ser muito lenta, e até que o romance se concretize, esse desenvolvimento já se tornou um pouco cansativo de se acompanhar. Entendo que a autora parece ter optado por trabalhar cada personagem, revelando suas camadas e deixando o romance em segundo plano, mas se é o próprio romance que foi responsável pela mudança, acho que deveria haver um equilíbrio maior.
Um ponto super positivo é sobre os amigos de Hugo. Mesmo sendo personagens secundários, eles são importantes para o desenvolvimento do protagonista devido ao vínculo que têm com ele, e da própria história em si. A ideia do grupo ter sido formado devido a dor causada pela guerra, mostra que é nos amigos que sempre temos apoio para superar os momentos mais difíceis da vida.
No mais, o livro foge do tradicional do gênero, mas traz uma história inspiradora de superação. Pra quem gosta de romances de época com um toque mais maduro e que traz reflexões mais profundas, é livro mais do que indicado.
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de Época
Ano: 2018
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Sinopse: Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela.
Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa.
Hugo, a princípio, não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre
Resenha: Gwendoline Grayson, lady Muir, é uma viúva de 32 anos de idade que aprecia seu status social e sua rotina bastante tranquila. Porém, depois de sete anos estando viúva, embora tenha aprendido a lidar com suas dores, ela se sente bastante solitária na vida. Gwen não planejava se casar outra vez, pois sentiu na pele como os homens se tornam diferentes após o casamento, mas, por se sentir muito sozinha, começou a considerar a ideia de arranjar um marido refinado e tranquilo, e que não fosse muito exigente.
Hugo Emes, lorde Trentham, é um soldado que lutou nas Guerras Napoleônicas, e desde então vem lidando com traumas pessoais e muitos fantasmas. Seu único refúgio é se encontrar com seus companheiros de batalha, que formaram um grupo chamado Clube dos Sobreviventes, e que passaram o mesmo que ele. Só com seus amigos ele consegue ter um pouco de conforto e paz de espírito, esquecendo um pouco dos horrores vividos na guerra. Após o falecimento de seu pai, Hugo, como herdeiro, passou a administrar as terras da família e ficou responsável por tomar conta de Fiona, sua madrasta, e Constance, sua meia-irmã. Fiona é uma mulher que sempre dependeu do marido pra tudo, e, na falta dele, sua inaptidão pra lidar com qualquer assunto é evidente. Constance, que já tem seus dezenove anos, ainda não foi apresentada a sociedade, hábito que já passou da hora de ser feito, e a jovem está encalhada por causa disso. Hugo deveria resolver esses problemas já que Fiona é incapaz, mas o momento não é o mais adequado. Ele não é nenhum cavalheiro e só herdou o título de lorde em reconhecimento por suas atitudes heroicas na guerra. Mesmo sabendo que sua irmã merece o melhor e que ela deveria ter uma mulher mais velha que a orientasse a se comportar em sociedade, ele não tem a menor paciência para lidar com esses dramas femininos e muito menos tinha o hábito de frequentar as rodas aristocráticas de Londres. Porém, este não é o único problema que ele tem nas mãos. A idade para ter um herdeiro também chegou, e a única saída é encontrar uma esposa para que tudo se ajeite como deveria antes que seja tarde demais.
Até o caminho de Hugo e Gwendoline se cruzar depois dela sofrer um acidente numa praia isolada. Após socorrer a moça, ele a leva para Penderris Hall, casa de campo do duque de Stanbrook locas das reuniões do Clube dos Sobreviventes, onde está hospedado junto com os demais amigos. E lá ela ficaria até se recuperar da lesão que sofreu em, seu tornozelo. De início, por serem totalmente opostos, ele resiste por pensar que Gwen é a típica aristocrata mimada, mas, como ela não se intimida pelo jeito grosseirão de Hugo, ele logo se torna incapaz de resistir ao quanto ela é uma mulher adorável. E a medida que o afeto e os sentimentos crescem, ambos vão se conquistando cada vez mais, tendo a certeza que esse relacionamento vai além das boas maneiras, e que só veio para lhes proporcionar experiências únicas que eles jamais imaginaram que fossem ter um dia.
Narrado em terceira pessoa, acompanhamos um romance de época que foge bastante daquela fórmula de mocinha jovem, inexperiente e indefesa caindo nos braços do garanhão esperto. Gwen e Hugo já são adultos, bem resolvidos e tem em comum algum tipo de trauma do passado, e, claro, vão aprendendo a superar tudo juntos, descobrindo o amor quando já estavam desacreditados e quando tinham perdido as esperanças de encontrá-lo, principalmente pelos casamentos, muitas vezes, serem arranjados. Assim, a autora construiu uma história rica em detalhes, que quebra alguns paradigmas e mostra que é possível, sim, superar feridas e descobrir sensações e sentimentos, mesmo que "tarde" (para a época se casar depois dos trinta é muito tarde, sim), além de trazer algumas reflexões sobre empatia e que o sofrimento alheio nunca deve ser diminuído, pelo motivo que for.
Os personagens são complexos devido aos traumas que carregam, e são traumas reais, que tornam o sofrimento deles bastante plausível. Essa carga dramática foi responsável por moldar a personalidade de cada um deles, e por mais doloroso que possa ter sido, eles ainda são pessoas adoráveis, mesmo que não demonstrem. E isso fica claro em Hugo, que é um homem que não tem ideia de como cortejar uma dama e se comporta como um ogro em vários momentos, e até com Gwen, que de certa forma, deixou de acreditar nos homens depois de ter sofrido com o falecido marido. Mas eles despertam o melhor que há dentro deles quando estão juntos, de forma recíproca.
Minha única ressalva é pela forma como esse romance foi desenvolvido. Eles são opostos, mantém diálogos inteligentes e que refletem todo o peso que eles carregam, e, por isso, acabam se completando, porém não senti que a química era forte o bastante. Ao longo da trama as coisas melhoram, mas a narrativa se torna arrastada em vários pontos por ser muito lenta, e até que o romance se concretize, esse desenvolvimento já se tornou um pouco cansativo de se acompanhar. Entendo que a autora parece ter optado por trabalhar cada personagem, revelando suas camadas e deixando o romance em segundo plano, mas se é o próprio romance que foi responsável pela mudança, acho que deveria haver um equilíbrio maior.
Um ponto super positivo é sobre os amigos de Hugo. Mesmo sendo personagens secundários, eles são importantes para o desenvolvimento do protagonista devido ao vínculo que têm com ele, e da própria história em si. A ideia do grupo ter sido formado devido a dor causada pela guerra, mostra que é nos amigos que sempre temos apoio para superar os momentos mais difíceis da vida.
No mais, o livro foge do tradicional do gênero, mas traz uma história inspiradora de superação. Pra quem gosta de romances de época com um toque mais maduro e que traz reflexões mais profundas, é livro mais do que indicado.
Tags:
Arqueiro,
Clube dos Sobreviventes,
Mary Balogh,
Resenha,
Romance
Wishlist #59 - Funko Pop - Peter Pan
18 de novembro de 2018
Acho que já deu pra perceber que a grande maioria dos pops que são prioridades na minha coleção são os de Harry Potter e os da Disney, né? Então, quando acho algum em promoção, tento aproveitar o máximo que posso.
Peter Pan não é meu favorito dentre os clássicos, mas não posso negar que fez parte da minha infância, e eu já perdi as contas de quantas vezes assisti. Lembro que na época do video cassete eu tinha a coleção toda em VHS e adorava! Os primeiros pops dessa franquia são bastante raros - e caríssimos -, mas não curti muito o visual deles. Esses mais recentes e exclusivos são muito mais bonitos e bem feitos, e por isso eles entraram na listinha e os outros ficaram de fora.
Com exceção do Peter Pan, que é exclusivo da Hot Topic mas não faz parte de nenhuma box, os demais são exclusivos de caixas especiais da Disney, dessas que vem com outros itens colecionáveis da Funko que não são pops, mas como não curto e nem me importo com esses, prefiro dar uma garimpada para encontrar os pops sendo vendidos separados. A Tinkerbell e o Peter Pan eu encontrei sendo anunciados juntos num grupo de pops no Face, e como o preço estava super bacana, aproveitei. Os demais vai ser um pouco mais hard de encontrar, mas com certeza, assim que possível, vão fazer companhia pra essa duplinha mais fofa.
Peter Pan não é meu favorito dentre os clássicos, mas não posso negar que fez parte da minha infância, e eu já perdi as contas de quantas vezes assisti. Lembro que na época do video cassete eu tinha a coleção toda em VHS e adorava! Os primeiros pops dessa franquia são bastante raros - e caríssimos -, mas não curti muito o visual deles. Esses mais recentes e exclusivos são muito mais bonitos e bem feitos, e por isso eles entraram na listinha e os outros ficaram de fora.
Com exceção do Peter Pan, que é exclusivo da Hot Topic mas não faz parte de nenhuma box, os demais são exclusivos de caixas especiais da Disney, dessas que vem com outros itens colecionáveis da Funko que não são pops, mas como não curto e nem me importo com esses, prefiro dar uma garimpada para encontrar os pops sendo vendidos separados. A Tinkerbell e o Peter Pan eu encontrei sendo anunciados juntos num grupo de pops no Face, e como o preço estava super bacana, aproveitei. Os demais vai ser um pouco mais hard de encontrar, mas com certeza, assim que possível, vão fazer companhia pra essa duplinha mais fofa.
Curiosidade Mórbida - Mary Roach
15 de novembro de 2018
Título: Curiosidade Mórbida
Autora: Mary Roach
Editora: Paralela
Gênero: Não ficção
Ano: 2015
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Resenha: Mary Roach mostra com precisão o quão útil a rotina de uma pessoa morta pode ser. A autora detalha com precisão vários procedimentos e experiências feitas com defuntos e o resultado é uma variedade de informações e curiosidades muito interessantes sobre os cadáveres.
A narrativa é direta, simples e dividida em tópicos que possuem fotos ou ilustrações, e já deixa claro desde o início que os "objetos de estudo" consentiram em doar seus corpos para estudos em prol da ciência. Assim, vamos desde uma simples dissecação, passando por decapitação, testes de resistência a impacto em simulações de acidentes, decomposição, descarte dos corpos, doação de órgãos, estudo da alma e etc. São diversos temas trabalhados de forma bem minuciosa para trazer informações reais do que acontece e que abrem um leque de opções que mostram como essas experiências com os mortos funcionam, etapa por etapa, assim como evidenciam a utilidade delas para os vivos.
Ainda há questões envolvendo a sociedade de forma geral, e como isso acaba interferindo nos cuidados com o corpo do falecido, levantando questões culturais, emocionais, morais, filosóficas e, por que não, religiosas. A autora usa de bom humor para descrever alguns procedimentos, mas confesso que fiquei muito mais chocada do que rindo. Descobrir que um cérebro removido não pode ser encaixado de volta dentro do crânio já me fez imaginar coisas. Por favor, Deus, não deixe que quando eu morrer alguém preencha minha cabeça com nenhum jornal sensacionalista que tenha notícias de cunho político, futebol, ou fofocas sobre youtubers ou pseudocelebridades.
Curiosidade Mórbida é um livro de não ficção e aborda uma área da medicina que agrada a pouquíssimas pessoas: a morte e o corpo que jaz. Logo, se você não gosta ou não tem estômago forte o bastante quando o assunto é morte, dissecação, experimentação humana, gosmas, sangue, miolos, tripas e afins, talvez o livro não seja pra você. Mas, se você tem um pouco de curiosidade, e coragem, para ler sobre as inúmeras utilidades que um corpo tem no pós vida, assim como as descobertas incríveis que foram feitas, desde que consiga sair ileso de cenas bizarras, e muitas vezes nojentas, descritas pela autora, é algo bastante educativo e digno de se apreciar. Recomendo muito essa leitura para os fortes e para os curiosos de plantão.
Autora: Mary Roach
Editora: Paralela
Gênero: Não ficção
Ano: 2015
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Sinopse: Curiosidade mórbida é uma leitura cativante e divertida que explora a vida após a morte, mas não no sentido sobrenatural: a autora Mary Roach investiga o que acontece com os cadáveres, revelando que eles têm rotinas inesperadas e surpreendentes. Por dois mil anos, eles estiveram envolvidos nas descobertas e pesquisas científicas mais ousadas: foram cobaias nas primeiras guilhotinas da França e, os primeiros a navegarem em foguetes da Nasa e estiveram presentes em todos os novos procedimentos cirúrgicos, fazendo história de forma silenciosa.
Nesse relato fascinante, Mary Roach faz uma análise histórica dessas contribuições ao longo dos séculos e, com seu jeito único, revela o que nossos corpos fazem depois que os deixamos para trás.
Resenha: Mary Roach mostra com precisão o quão útil a rotina de uma pessoa morta pode ser. A autora detalha com precisão vários procedimentos e experiências feitas com defuntos e o resultado é uma variedade de informações e curiosidades muito interessantes sobre os cadáveres.
A narrativa é direta, simples e dividida em tópicos que possuem fotos ou ilustrações, e já deixa claro desde o início que os "objetos de estudo" consentiram em doar seus corpos para estudos em prol da ciência. Assim, vamos desde uma simples dissecação, passando por decapitação, testes de resistência a impacto em simulações de acidentes, decomposição, descarte dos corpos, doação de órgãos, estudo da alma e etc. São diversos temas trabalhados de forma bem minuciosa para trazer informações reais do que acontece e que abrem um leque de opções que mostram como essas experiências com os mortos funcionam, etapa por etapa, assim como evidenciam a utilidade delas para os vivos.
Ainda há questões envolvendo a sociedade de forma geral, e como isso acaba interferindo nos cuidados com o corpo do falecido, levantando questões culturais, emocionais, morais, filosóficas e, por que não, religiosas. A autora usa de bom humor para descrever alguns procedimentos, mas confesso que fiquei muito mais chocada do que rindo. Descobrir que um cérebro removido não pode ser encaixado de volta dentro do crânio já me fez imaginar coisas. Por favor, Deus, não deixe que quando eu morrer alguém preencha minha cabeça com nenhum jornal sensacionalista que tenha notícias de cunho político, futebol, ou fofocas sobre youtubers ou pseudocelebridades.
Curiosidade Mórbida é um livro de não ficção e aborda uma área da medicina que agrada a pouquíssimas pessoas: a morte e o corpo que jaz. Logo, se você não gosta ou não tem estômago forte o bastante quando o assunto é morte, dissecação, experimentação humana, gosmas, sangue, miolos, tripas e afins, talvez o livro não seja pra você. Mas, se você tem um pouco de curiosidade, e coragem, para ler sobre as inúmeras utilidades que um corpo tem no pós vida, assim como as descobertas incríveis que foram feitas, desde que consiga sair ileso de cenas bizarras, e muitas vezes nojentas, descritas pela autora, é algo bastante educativo e digno de se apreciar. Recomendo muito essa leitura para os fortes e para os curiosos de plantão.
O Destino de Tearling - Erika Johansen
12 de novembro de 2018
Título: O Destino de Tearling - A Rainha de Tearling #3
Autora: Erika Johansen
Editora: Suma de Letras
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 360
Nota:★★☆☆☆
Resenha: Numa tentativa de salvar o reino de Tearling, Kelsea se entrega à Rainha Vermelha e deixa Clava como governante do seu povo. Kelsea agora é prisioneira em Mortmesne, e, mesmo sem as joias, continua desenvolvendo seus poderes. Os reinos estão se enfrentando e todos estão sobre diversas conspirações que podem por tudo em risco. Agora ela precisa recorrer ao passado para buscar nas histórias das mulheres que viveram antes delas respostas que possam ajudá-la a salvar todo o reino.
Confesso que eu andava numa vibe tão boa com as minhas últimas leituras, e, considerando que eu gostei demais dos livros anteriores a este, eu esperava um final totalmente destruidor, daqueles que deixam uma ressaca tão braba que só uma dose cavalar de Meg Cabot pode curar, mas, embora o livro tenha, sim, alguns pontos muito positivos, o que a autora decidiu fazer aqui foi a coisa mais WTF que eu já me deparei em toda minha vida literária. Vamos primeiro aos pontos positivos, porque tenho que reconhecer que, apesar da minha reação, o livro não foi um fracasso total e teve seus méritos. Poucos, mas teve.
O feminismo e a forma como ele foi trabalhado na trama é algo super válido e importante, principalmente nos dias de hoje quando o assunto, querendo ou não, ainda é um tabu nessa sociedadelixo que vivemos. A representação feminina é tão forte quanto admirável, e os tópicos que a história levanta sobre abuso, cultura do estupro, controle de natalidade, autoaceitação da própria imagem, corrupção e afins são responsáveis por várias reflexões relevantes. Por mais que as mulheres tenham uma vida difícil, sejam abusadas, sofram humilhações de todo tipo e ainda sejam dominadas, elas conseguem demonstrar o quanto podem ser fortes e corajosas.
Outra coisa é que a trama em si, embora seja uma fantasia, tem muitas semelhanças com a realidade e em alguns pontos a coisa chega a ser bem assustadora. A autora não poupa esforços em fazer críticas sociais, religiosas e políticas, mostrando que algumas ideologias e crenças simplesmente não dão certo quando quem está no poder quer continuar no poder. Não vou me aprofundar nessas questões pois minha visão política e religiosa não vem ao caso, mas basicamente a igualdade é pro povo, geralmente estando bem miserável, e quem está no poder sempre estará se aproveitando e tendo muito mais privilégios.
Acho que o ponto que salvou boa parte da história pra mim, pela mensagem que passa, foi a ideia de que embora pais e filhos estejam ligados pelo sangue, isso não significa que seja obrigatório existir uma conexão entre eles. Não é por que mãe ou pai são uns trastes que fazem coisas horrendas e condenáveis, que o filho também vai seguir os mesmos passos, por "herança". Há toda uma luta pessoal de Kelsea contra isso e isso, sim, me marcou bastante pois ela é uma personagem ótima, e tem tantas qualidades quanto defeitos. Isso é um ponto positivo, pois ninguém pode ser tão bom ou tão ruim, mesmo que tenha sido mal utilizada dessa vez. As pessoas sempre são motivadas por alguma coisa, e isso depende de uma formação pessoal ou de uma concepção bem íntima que não cabe a ninguém julgar. A forma como ela foi construída e desenvolvida ao longo da história, sua moral cheia de ambiguidades, tudo isso só provou o quanto ela é humana, e o quanto aprendeu com os próprios erros. Talvez o final, se analisado de uma forma mais abrangente, possa ser encarado como bom, pois ela não pensava duas vezes em abrir mão do que fosse pensando num bem maior, mas não foi suficiente para reparar os buracos e tudo que a autora desprezou sem mais nem menos. Foram tantos elementos tão bons criados pra no final das contas nada ter ligação com nada.
Não sei se foi só comigo, mas eu fiquei com uma mega impressão de que esse livro foi escrito sem o devido cuidado, com situações avulsas que simplesmente não se encaixam em lugar nenhum, e outras que nem deveriam estar alí. A sensação é de que a autora tinha tudo nas mãos pra dar um desfecho perfeito, bastava trabalhar um pouquinho pra amarrar as pontas soltas, mas preferiu ir pelo caminho mais fácil, entregando uma peruca colorida e uma bolota vermelha pra todos nós usarmos no nariz. E sabemos que o caminho mais fácil nem sempre é o melhor, convenhamos...
Muitas das questões que haviam sido levantadas anteriormente e que pareciam ser cruciais para uma futura resolução satisfatória, ou tiveram respostas irrisórias, ou simplesmente foram descartadas e esquecidas como se não fossem nada.
Minha decepção maior se deu por ter acreditado na história, que anteriormente havia dado a entender que esta trilogia seria uma das melhores que já tive o prazer de ler, independente se fosse feliz ou trágico, e me enchi de expectativas e esperanças pra algo realmente grandioso e memorável. Não vou entrar em detalhes sobre cada personagem pra não deixar a resenha muito extensa, mas a sensação foi a de que algo estava errado, eles estavam muito distantes do que foram, e até mesmo a própria Kelsea serviu de muleta em várias situações de forma bem conveniente.
Enfim, a sensação que ficou no final dessa leitura foi de eu ter caído numa cilada, Bino. Recomendei os outros livros, feliz da vida, crente que a coisa toda só iria melhorar porque realmente tudo que a autora tinha feito era genial, mas agora preciso abrir meu coração e ser muito sincera em dizer: não percam tempo. Acho que seria um pouco arriscado, e até hipócrita, recomendar uma trilogia que nos deixa envolvidos de corpo e alma nos dois primeiros volumes, mas que no final não nos dá nenhuma recompensa, e tudo acaba tendo sido em vão... Me desculpem, mas não...
Autora: Erika Johansen
Editora: Suma de Letras
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 360
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Desde que assumiu o trono de Tearling, Kelsea Glynn passou de princesa inexperiente a rainha destemida. Sua busca por justiça fez com que todo o reino mudasse com ela, mas quando os inimigos que fez ao longo do caminho ameaçam destruir seu povo, ela toma uma decisão inimaginável: se rende à Rainha Vermelha em troca de salvar Tearling. Sem as safiras, sem seus homens de confiança e trancafiada em Mortmesne, Kelsea precisa de novo recorrer ao passado, às experiências de mulheres que viveram antes dela, buscando em suas histórias a saída para uma situação impossível. O jogo está para terminar, e o futuro de Tearling será revelado de uma vez por todas.
Resenha: Numa tentativa de salvar o reino de Tearling, Kelsea se entrega à Rainha Vermelha e deixa Clava como governante do seu povo. Kelsea agora é prisioneira em Mortmesne, e, mesmo sem as joias, continua desenvolvendo seus poderes. Os reinos estão se enfrentando e todos estão sobre diversas conspirações que podem por tudo em risco. Agora ela precisa recorrer ao passado para buscar nas histórias das mulheres que viveram antes delas respostas que possam ajudá-la a salvar todo o reino.
Confesso que eu andava numa vibe tão boa com as minhas últimas leituras, e, considerando que eu gostei demais dos livros anteriores a este, eu esperava um final totalmente destruidor, daqueles que deixam uma ressaca tão braba que só uma dose cavalar de Meg Cabot pode curar, mas, embora o livro tenha, sim, alguns pontos muito positivos, o que a autora decidiu fazer aqui foi a coisa mais WTF que eu já me deparei em toda minha vida literária. Vamos primeiro aos pontos positivos, porque tenho que reconhecer que, apesar da minha reação, o livro não foi um fracasso total e teve seus méritos. Poucos, mas teve.
O feminismo e a forma como ele foi trabalhado na trama é algo super válido e importante, principalmente nos dias de hoje quando o assunto, querendo ou não, ainda é um tabu nessa sociedade
Outra coisa é que a trama em si, embora seja uma fantasia, tem muitas semelhanças com a realidade e em alguns pontos a coisa chega a ser bem assustadora. A autora não poupa esforços em fazer críticas sociais, religiosas e políticas, mostrando que algumas ideologias e crenças simplesmente não dão certo quando quem está no poder quer continuar no poder. Não vou me aprofundar nessas questões pois minha visão política e religiosa não vem ao caso, mas basicamente a igualdade é pro povo, geralmente estando bem miserável, e quem está no poder sempre estará se aproveitando e tendo muito mais privilégios.
Acho que o ponto que salvou boa parte da história pra mim, pela mensagem que passa, foi a ideia de que embora pais e filhos estejam ligados pelo sangue, isso não significa que seja obrigatório existir uma conexão entre eles. Não é por que mãe ou pai são uns trastes que fazem coisas horrendas e condenáveis, que o filho também vai seguir os mesmos passos, por "herança". Há toda uma luta pessoal de Kelsea contra isso e isso, sim, me marcou bastante pois ela é uma personagem ótima, e tem tantas qualidades quanto defeitos. Isso é um ponto positivo, pois ninguém pode ser tão bom ou tão ruim, mesmo que tenha sido mal utilizada dessa vez. As pessoas sempre são motivadas por alguma coisa, e isso depende de uma formação pessoal ou de uma concepção bem íntima que não cabe a ninguém julgar. A forma como ela foi construída e desenvolvida ao longo da história, sua moral cheia de ambiguidades, tudo isso só provou o quanto ela é humana, e o quanto aprendeu com os próprios erros. Talvez o final, se analisado de uma forma mais abrangente, possa ser encarado como bom, pois ela não pensava duas vezes em abrir mão do que fosse pensando num bem maior, mas não foi suficiente para reparar os buracos e tudo que a autora desprezou sem mais nem menos. Foram tantos elementos tão bons criados pra no final das contas nada ter ligação com nada.
Não sei se foi só comigo, mas eu fiquei com uma mega impressão de que esse livro foi escrito sem o devido cuidado, com situações avulsas que simplesmente não se encaixam em lugar nenhum, e outras que nem deveriam estar alí. A sensação é de que a autora tinha tudo nas mãos pra dar um desfecho perfeito, bastava trabalhar um pouquinho pra amarrar as pontas soltas, mas preferiu ir pelo caminho mais fácil, entregando uma peruca colorida e uma bolota vermelha pra todos nós usarmos no nariz. E sabemos que o caminho mais fácil nem sempre é o melhor, convenhamos...
Muitas das questões que haviam sido levantadas anteriormente e que pareciam ser cruciais para uma futura resolução satisfatória, ou tiveram respostas irrisórias, ou simplesmente foram descartadas e esquecidas como se não fossem nada.
Minha decepção maior se deu por ter acreditado na história, que anteriormente havia dado a entender que esta trilogia seria uma das melhores que já tive o prazer de ler, independente se fosse feliz ou trágico, e me enchi de expectativas e esperanças pra algo realmente grandioso e memorável. Não vou entrar em detalhes sobre cada personagem pra não deixar a resenha muito extensa, mas a sensação foi a de que algo estava errado, eles estavam muito distantes do que foram, e até mesmo a própria Kelsea serviu de muleta em várias situações de forma bem conveniente.
Eu depois de terminar esse livro |
Os Números do Amor - Helen Hoang
11 de novembro de 2018
Título: Os Números do Amor - The Kiss Quotient #1
Autora: Helen Hoang
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Chick-lit
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★★♥
Resenha: Stella Lane é uma mulher de trinta anos, talentosa, super inteligente e bem sucedida em todos os aspectos da sua vida, menos no amor... Sua mãe não pára de pressioná-la pois já passou da hora dela arranjar um marido pra que ela possa constituir uma família e lhe dar netos. Stella é uma mulher solitária e, muitas vezes, acaba sendo incompreendida. Ela é portadora da síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista, e isso faz com que ela tenha uma enorme dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Ele se constrange com muita facilidade e é cheia de excentricidades que, segundo ela, são um enorme obstáculo para um futuro relacionamento. O que ela queria era passar a vida com alguém que a aceite do jeitinho como ela é, mas ela acha que seu autismo é um grande impedimento, não só no âmbito da interação social em si, mas também numa possível intimidade mais "caliente", onde ela não sabe se será boa no assunto, ou que pelo menos vá tomar gosto pela coisa... E é aí que ela tem a ideia genial de contratar Michael Phan, super entendido no assunto, para poder ensiná-la tudo sobre ser uma boa namorada, e também o que deve ser feito entre quatro paredes.
Michael é um cara lindo e trabalha como designer de moda. Ele preza muito por sua família, principalmente depois do seu pai ter os abandonado. Sua mãe está lutando contra o câncer, as despesas médicas não param de crescer, e as contas não se pagam sozinhas, então ele usa todo o seu charme e poder de sedução para ganhar uma graninha extra como acompanhante. Mas ele tem uma condição: Não faz mais do que uma sessão por cliente. Porém, depois da sua primeira noite com Stella, ele pode estar disposto a abrir uma pequena exceção.
São poucos os livros/filmes que trazem personagens com algum transtorno do tipo, acho que o que me vem a mente agora é o livro O Projeto Rosie, e a animação Mary & Max. Não posso dizer que há um estereótipo nesses personagens, pois o comportamento de quem tem a Síndrome de Asperger é ser basicamente alguém muito inteligente e habilidoso com números, ter várias fobias e manias "esquisitas", e ter bastante dificuldade na socialização. Claro que há variáveis, mas não tem como fugir muito dessas características principais. E considerando que dessa vez a portadora do Asperger é uma personagem feminina, e que a história envolve muito do lado da sexualidade dela, achei que a autora foi bem feliz na escolha do que escrever, mesmo que alguns clichês tenham sido invertidos.
A visão que a autora deu desse espectro foi maravilhosa, mostrando o dia-a-dia de Stella desde como ela enxerga a mundo à sua volta, qual a importância que ela dá pra listas, horários e afins, até a forma como ela reage a sons, luzes, sons e toques... A forma como a autoaceitação é explorada também é incrível, pois Stella sabe de sua condição, aceita a si mesma com todas as suas diferenças, e não tem intenção nenhuma de mudar por causa de ninguém.
As cenas de sexo são ótimas, e mesmo que sejam bem explícitas, são muito bem descritas, naturais e nada exageradas. Mas além do sexo fumegante, o romance que vai surgindo aos poucos e as mensagens adoráveis que estão dentro deste livro acabam dando aquele quentinho no coração e arrancando aquele sorriso no canto da boca, principalmente quando evidencia a importância do consentimento e dos limites. Michael é sempre muito atencioso e paciente, e nunca pensa duas vezes ao colocar as necessidades dela em primeiro lugar, sem avançar nenhuma linha que Stella não queira ou não esteja pronta para ultrapassar.
A capa do livro foi o que me chamou atenção inicialmente. Adoro capas com silhuetas, e aqui elas ainda são estampadas com flores, borboletas e fórmulas matemáticas estrambólicas que ilustram perfeitamente um pedacinho de quem é a protagonista. A diagramação segue o padrão da Paralela: é simples, capítulos {numerados} entre chaves, com diálogos indicados por aspas e páginas amarelas.
Enfim, nessa época onde a representatividade é tão importante, acho mais do que válido destacar aqueles que fazem parte de uma minoria, mesmo que eles não tenham nada de "inferiores" frente aos outros, muito pelo contrário. A história, no geral, é muito bacana, e mesmo que seja previsível, penso que deve ser exatamente este o tipo de leitura que foge um pouco da mesmice e que veio para atingir um público maior no gênero de romance. Basta dar uma chance para se apaixonar por esse casal super improvável mas que combinam perfeitamente bem.
Autora: Helen Hoang
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Chick-lit
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Já passou da hora de Stella se casar e constituir família — pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar com o sexo oposto não é nada fácil para ela: talentosa e bem-sucedida, a econometrista é portadora de Asperger, um transtorno do espectro autista caracterizado por dificuldades nas relações sociais. Se para ela a análise de dados é uma tarefa simples, lidar com os embaraços que uma interação cara a cara podem trazer parece uma missão impossível. Diante desse impasse, Stella bola um plano bem inusitado: contratar um acompanhante para ensiná-la a ser uma boa namorada.
Enfrentando uma pilha cada vez maior de contas, Michael Phan usa seu charme e sua aparência para conseguir um dinheiro extra. O acompanhante de luxo tem uma regra que segue à risca: nada de clientes reincidentes. Mas ele se rende à tentação de quebrá-la quando Stella entra em sua vida com uma proposta nada convencional.
Quanto mais tempo passam juntos, mais Michael se encanta com a mente brilhante de Stella. E ela, pela primeira vez, vai se sentir impelida a sair de sua zona de conforto para descobrir a equação do amor.
Resenha: Stella Lane é uma mulher de trinta anos, talentosa, super inteligente e bem sucedida em todos os aspectos da sua vida, menos no amor... Sua mãe não pára de pressioná-la pois já passou da hora dela arranjar um marido pra que ela possa constituir uma família e lhe dar netos. Stella é uma mulher solitária e, muitas vezes, acaba sendo incompreendida. Ela é portadora da síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista, e isso faz com que ela tenha uma enorme dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Ele se constrange com muita facilidade e é cheia de excentricidades que, segundo ela, são um enorme obstáculo para um futuro relacionamento. O que ela queria era passar a vida com alguém que a aceite do jeitinho como ela é, mas ela acha que seu autismo é um grande impedimento, não só no âmbito da interação social em si, mas também numa possível intimidade mais "caliente", onde ela não sabe se será boa no assunto, ou que pelo menos vá tomar gosto pela coisa... E é aí que ela tem a ideia genial de contratar Michael Phan, super entendido no assunto, para poder ensiná-la tudo sobre ser uma boa namorada, e também o que deve ser feito entre quatro paredes.
Michael é um cara lindo e trabalha como designer de moda. Ele preza muito por sua família, principalmente depois do seu pai ter os abandonado. Sua mãe está lutando contra o câncer, as despesas médicas não param de crescer, e as contas não se pagam sozinhas, então ele usa todo o seu charme e poder de sedução para ganhar uma graninha extra como acompanhante. Mas ele tem uma condição: Não faz mais do que uma sessão por cliente. Porém, depois da sua primeira noite com Stella, ele pode estar disposto a abrir uma pequena exceção.
São poucos os livros/filmes que trazem personagens com algum transtorno do tipo, acho que o que me vem a mente agora é o livro O Projeto Rosie, e a animação Mary & Max. Não posso dizer que há um estereótipo nesses personagens, pois o comportamento de quem tem a Síndrome de Asperger é ser basicamente alguém muito inteligente e habilidoso com números, ter várias fobias e manias "esquisitas", e ter bastante dificuldade na socialização. Claro que há variáveis, mas não tem como fugir muito dessas características principais. E considerando que dessa vez a portadora do Asperger é uma personagem feminina, e que a história envolve muito do lado da sexualidade dela, achei que a autora foi bem feliz na escolha do que escrever, mesmo que alguns clichês tenham sido invertidos.
A visão que a autora deu desse espectro foi maravilhosa, mostrando o dia-a-dia de Stella desde como ela enxerga a mundo à sua volta, qual a importância que ela dá pra listas, horários e afins, até a forma como ela reage a sons, luzes, sons e toques... A forma como a autoaceitação é explorada também é incrível, pois Stella sabe de sua condição, aceita a si mesma com todas as suas diferenças, e não tem intenção nenhuma de mudar por causa de ninguém.
As cenas de sexo são ótimas, e mesmo que sejam bem explícitas, são muito bem descritas, naturais e nada exageradas. Mas além do sexo fumegante, o romance que vai surgindo aos poucos e as mensagens adoráveis que estão dentro deste livro acabam dando aquele quentinho no coração e arrancando aquele sorriso no canto da boca, principalmente quando evidencia a importância do consentimento e dos limites. Michael é sempre muito atencioso e paciente, e nunca pensa duas vezes ao colocar as necessidades dela em primeiro lugar, sem avançar nenhuma linha que Stella não queira ou não esteja pronta para ultrapassar.
A capa do livro foi o que me chamou atenção inicialmente. Adoro capas com silhuetas, e aqui elas ainda são estampadas com flores, borboletas e fórmulas matemáticas estrambólicas que ilustram perfeitamente um pedacinho de quem é a protagonista. A diagramação segue o padrão da Paralela: é simples, capítulos {numerados} entre chaves, com diálogos indicados por aspas e páginas amarelas.
Enfim, nessa época onde a representatividade é tão importante, acho mais do que válido destacar aqueles que fazem parte de uma minoria, mesmo que eles não tenham nada de "inferiores" frente aos outros, muito pelo contrário. A história, no geral, é muito bacana, e mesmo que seja previsível, penso que deve ser exatamente este o tipo de leitura que foge um pouco da mesmice e que veio para atingir um público maior no gênero de romance. Basta dar uma chance para se apaixonar por esse casal super improvável mas que combinam perfeitamente bem.
Tags:
Chick Lit,
Helen Hoang,
Paralela,
Resenha,
Romance,
The Kiss Quotient
Anota Aí! #5 - Prequel, Sequel, Companion, Spin-off, Crossover, Cliffhanger, Reboot, Remake, MacGuffin
10 de novembro de 2018
O universo geek e pop é cheio de termos que servem para definir as variações do que é lançado por aí, incluindo quadrinhos, cinema e, claro, livros.
É difícil que as pessoas usem os nomes traduzidos, até mesmo porque alguns nem possuem tradução, e muitas gente fica confusa ou não sabe o que esses termos significam. Assim, fiz um apanhado dos termos mais utilizados, e que tenham a ver com o tema, para poder explicar o que são e onde se aplicam. Eu também já boiei por um bom tempo sem saber o que significavam, e não custa tentar ajudar um pouquinho a vida de quem ainda esta meio perdido. XD
Confira abaixo:
• Prequel •
Prequel é o termo utilizado para definir uma história que antecede a obra principal, com finalidade de fornecer ao leitor/expectador detalhes e explicações sobre as origens da mesma.
- La Bele Sauvage, de Phillip Pulman, é prequel da Trilogia Fronteiras do Universo
- O Duelo dos Imortais, de Colleen Houck, da trilogia Deuses do Egito
- Como Num Filme, de Lauren Layne, da série Recomeços
- Fogo e Sangue, de George R.R. Martin, de Crônicas de Gelo e Fogo
- Dragão Vermelho, é prequel de O Silêncio dos Inocentes
- Saga Escorpião Rei, é prequel de O Retorno da Múmia
- O Hobbit, é prequel de O Senhor dos Anéis
- Minios, é prequel de Meu Malvado Favorito
• Sequel •
Sequel é a continuação em ordem cronológica de livros, filmes e séries de alguma determinada franquia, onde, mesmo que haja a inserção ou exclusão de personagens, os protagonistas são mantidos.
- Harry Potter, de J.K. Rowling
- Desventuras em Série, de Lemony Snicket
- A Mediadora, de Meg Cabot
- Velozes e Furiosos
- Toy Story
- Lost
- Gilmore Girls
- Breaking Bad
- Game of Thrones/As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin
• Companion •
Um companion faz parte de uma franquia mas pode ser lido/assistido fora de ordem pois embora se passe no mesmo universo da trama central, não mantém obrigatoriamente os mesmos personagens e a história é independente das demais. Você não precisa ter lido ou assistido nada que tenha sido lançado primeiro para entender o que acontece nos seguintes.
- Stage Dive, de Kylie Scott
- Big Rock, de Lauren Blakely
- Jogos Mortais
- American Horror Story
• Spin-off •
Um spin-off é uma obra derivada de outra que já existe. Se passa no mesmo universo da série, mas foca em outros personagens para uma nova história ser construída.
- Bloodlines/Vampire Academy de Richelle Mead
- Ao Anoitecer/Acampamento Shadow Falls, de C.C. Hunter
- Better Call Saul/Breaking Bad
- Animais Fantásticos e Onde Habitam/Harry Potter
- Private Practice/Grey's Anatomy
- Gato de Botas/Shrek
• Crossover •
Quando universos de franquias diferentes se misturam, proporcionando o encontro dos seus personagens distintos.
- Uma Cilada Para Roger Rabbit
- Mistérios de Heather Wells/Rainha da Fofoca, de Meg Cabot
- Once Upon a Time
- Friends e Mad About You
- Liga da Justiça
- Vingadores
- Alien vs Predador
- Freddy vs. Jason
- Os Padrinhos Mágicos e Jimmy Neutron
- Os Jetsons e Os Flinstones
- Power Ranger e Tartarugas Ninja
- Scooby Doo e Johnny Bravo
• Cliffhanger •
Cliffhanger é quando o final da história fica completamente em aberto, e o autor/diretor deixa um enorme gancho para a continuação que só teremos num próximo livro/filme (e até lá ficamos com a cara na poeira).
• MacGuffin •
O termo McGuffin foi cunhado pelo diretor Alfred Hitchcock e passou a ser difundido fortemente na indústria do cinema. Na ficção, MacGuffin é um artifício utilizado em roteiros e enredos, na forma de algum objeto, pessoa, animal, lugar ou objetivo que serve como fio condutor da trama. É o motivo pelo qual os personagens se movem para o desenrolar da história.
- O Anel, de o Senhor dos Anéis
- Marley, de Marley & Eu
- Ryan, de O Resgate do Soldado Ryan
- A maleta, de Pulp Fiction
- O Coração do Oceano, de Titanic
- A Manopla de Thanos, de Os Vingadores: Guerra Infinita
- O Livro de Poções, de Harry Potter e o Enigma do Príncipe
• Remake •
O remake é uma nova versão de um material já existente, que pode ser mais, ou menos, fiel ao original. Pode haver acréscimo de elementos, personagens e até um novo cenário, desde que mantenha sua essência.
- Carrie, a Estranha
- Live Actions das animações da Disney (A Bela e a Fera, Mogli...)
- It, a Coisa
- Poltergeist
- Desejo de matar
- O Vingador do Futuro
- Intocáveis
- Mad Max: A Estrada da Fúria
- A Fantástica Fábrica de Chocolates
- O Massacre da Serra Elétrica
• Reboot •
Enquanto o remake praticamente refaz/repete o que já foi feito com poucas modificações, o reboot oferece uma nova narrativa para algo já "desgastado", apresenta uma outra história (no caso do cinema, geralmente com atores diferentes para um mesmo personagem) que nem sempre tem relação com as anteriores. Não há preocupação em dar continuidade ao que já foi lançado pois a ideia é oferecer um enredo diferente, e em alguns casos nem há explicações sobre as situações, visto que pressupõe-se que o expectador já esteja familiarizado com aquele universo.
- Homem-Aranha
- Batman
- Tomb Raider: A Origem
- Trilogia Planeta dos Macacos
- Quarteto Fantástico
- Hulk
- Star Trek
Wishlist #58 - Funko Pop - The Jetsons
9 de novembro de 2018
Mais uma vez a Funko vem trazendo a falência para os pobres colecionadores... Os Jetsons fez parte da minha infância, e seria meio injusto deixar eles de fora da listinha, né?
Eu achava um barato os criadores terem feito um desenho futurístico, se baseando no que eles imaginaram que seria o mundo e a sociedade nos anos 2000! E quem não imaginava algo do tipo?
Os três primeiros, George, Astro e Rosie, já foram lançados e, por serem regulares, podem ser encontrados numa faixa de R$70,00. Os demais ainda não foram lançados, mas já foram anunciados e por isso esperei um pouco pra fazer essa wishlist, assim ficaria completa com todos os personagens disponíveis. O único aí que vai ser um pouco difícil de se conseguir vai ser o Mr. Spacely, pois vai ser um lançamento exclusivo da Funko Shop. Esses são limitados a poucas unidades e costumam esgotar nos primeiros 5 minutos depois de liberados no site. Prevejo gente vendendo por no mínimo R$300,00 por aqui....
A Garota do Lago - Charlie Donlea
8 de novembro de 2018
Título: A Garota do Lago
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense/Policial
Ano: 2017
Páginas: 296
Nota:★★★☆☆
Resenha: Becca Eckersley é uma estudante de direito, filha de um advogado poderoso, no auge da vida. Ela é jovem, bonita e com um futuro promissor, mas, há algumas semanas, Becca foi assassinada. Embora o crime tenha chocado os moradores da cidadezinha de Summit Lake, a polícia decidiu manter o caso em sigilo, e isso acaba despertando a atenção da jornalista Kesley Castle, que quer descobrir quem matou Becca, e o porquê.
Enquanto Kelsey começa sua investigação, ela, inevitavelmente, se identifica com Becca. As duas sofreram e tiveram momentos dolorosos em comum, e isso serviu como um gatilho para que a jornalista vá a fundo nessa história, sem descanso. Porém, a medida que a investigação de desenrola, várias pessoas se tornam suspeitas, e Kelsey se vê cercada de informações cruciais e segredos sombrios que não só iriam ajudá-la a resolver o caso, mas ajudá-la a superar as cicatrizes de um passado bem parecido com o de Becca.
Assim como nos outros livros do autor, este tem uma narrativa bem fluída, feita em terceira pessoa, carregada de detalhes, e o leitor praticamente participa da investigação feita pela protagonista. Fatos do passado e do presente se alternam de forma dinâmica e intensa, conectando os pontos dentro da investigação.
Os capítulos são curtos e vão mostrando os últimos momentos da vida de Becca, e como eles se encaixam para Kelsey solucionar este caso trágico, e, através disso, podemos perceber o quanto as duas são parecidas e por que Kelsey faz tanta questão de resolver tudo. Ela acredita que resolver o caso ajudaria ela superar um trauma sofrido no passado.
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense/Policial
Ano: 2017
Páginas: 296
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Alguns lugares parecem belos demais para serem tocados pelo horror...
Summit Lake, uma pequena cidade entre montanhas, é esse tipo de lugar, bucólico e com encantadoras casas dispostas à beira de um longo trecho de água intocada.
Duas semanas atrás, a estudante de direito Becca Eckersley foi brutalmente assassinada em uma dessas casas. Filha de um poderoso advogado, Becca estava no auge de sua vida. Atraída instintivamente pela notícia, a repórter Kelsey Castle vai até a cidade para investigar o caso.
E logo se estabelece uma conexão íntima quando um vivo caminha nas mesmas pegadas dos mortos...
E enquanto descobre sobre as amizades de Becca, sua vida amorosa e os segredos que ela guardava, a repórter fica cada vez mais convencida de que a verdade sobre o que aconteceu com Becca pode ser a chave para superar as marcas sombrias de seu próprio passado...
Resenha: Becca Eckersley é uma estudante de direito, filha de um advogado poderoso, no auge da vida. Ela é jovem, bonita e com um futuro promissor, mas, há algumas semanas, Becca foi assassinada. Embora o crime tenha chocado os moradores da cidadezinha de Summit Lake, a polícia decidiu manter o caso em sigilo, e isso acaba despertando a atenção da jornalista Kesley Castle, que quer descobrir quem matou Becca, e o porquê.
Enquanto Kelsey começa sua investigação, ela, inevitavelmente, se identifica com Becca. As duas sofreram e tiveram momentos dolorosos em comum, e isso serviu como um gatilho para que a jornalista vá a fundo nessa história, sem descanso. Porém, a medida que a investigação de desenrola, várias pessoas se tornam suspeitas, e Kelsey se vê cercada de informações cruciais e segredos sombrios que não só iriam ajudá-la a resolver o caso, mas ajudá-la a superar as cicatrizes de um passado bem parecido com o de Becca.
Assim como nos outros livros do autor, este tem uma narrativa bem fluída, feita em terceira pessoa, carregada de detalhes, e o leitor praticamente participa da investigação feita pela protagonista. Fatos do passado e do presente se alternam de forma dinâmica e intensa, conectando os pontos dentro da investigação.
Os capítulos são curtos e vão mostrando os últimos momentos da vida de Becca, e como eles se encaixam para Kelsey solucionar este caso trágico, e, através disso, podemos perceber o quanto as duas são parecidas e por que Kelsey faz tanta questão de resolver tudo. Ela acredita que resolver o caso ajudaria ela superar um trauma sofrido no passado.
No decorrer da história, é possível que o leitor bole teorias a fim de tentar descobrir quem é o assassino de Becca, e as reviravoltas que a trama oferece acabam nos levando para outro lado várias vezes, porém, desde os primeiros capítulos, eu já desconfiei de um personagem em particular, e por mais que o autor tenha dado voltas e tentando nos fazer pensar que fosse outra pessoa dentre os suspeitos, e inserindo toques de suspense que não me deixaram nada apreensiva, eu não acreditei que o assassino pudesse ser outro. Assim, por mais que a trama prenda e traga situações inesperadas, não foi algo que me surpreendeu tanto como esperei. Não achei que título também tenha muito a ver com a história em si, e talvez fosse melhor que o título original, que é o nome da cidadezinha, fosse mantido, e nem achei que a própria Kelsey teve o devido aprofundamento que merecia para torná-la no mínimo uma personagem interessante. Por mais que ela tenha ficado envolvida emocionalmente com o caso, o que poderia justificar uma suposta fragilidade, Kelsey é uma jornalista experiente e com algum renome, mas o que percebi foi uma enorme falta de tato e percepção. As informações que ela precisava para seguir em frente eram obtidas de forma muito fácil e conveniente, com ajuda dedicada de pessoas improváveis que sequer a viram alguma vez na vida, logo a investigação em si não me soou tão convincente, e nem que ela, como escritora e jornalista, fosse tão competente como fizeram parecer que fosse.
A capa é muito bonita e chamativa, as página amarelas são grossas e de qualidade superior, a diagramação da Faro é ótima, como sempre, e nesta parte só tenho elogios a fazer.
A Garota do Lago, apesar de ter algumas falhas estruturais, é um bom livro policial para quem quer ler de forma despretensiosa e não se liga muito em clichês. Os personagens, embora sem muito aprofundamento, são interessantes e muitas vezes acabam sustentando a trama nas costas, mas não acho que seja um livro totalmente imperdível para os fãs do gênero. É bom, mas esperava mais.
A capa é muito bonita e chamativa, as página amarelas são grossas e de qualidade superior, a diagramação da Faro é ótima, como sempre, e nesta parte só tenho elogios a fazer.
A Garota do Lago, apesar de ter algumas falhas estruturais, é um bom livro policial para quem quer ler de forma despretensiosa e não se liga muito em clichês. Os personagens, embora sem muito aprofundamento, são interessantes e muitas vezes acabam sustentando a trama nas costas, mas não acho que seja um livro totalmente imperdível para os fãs do gênero. É bom, mas esperava mais.
Graça e Fúria - Tracy Banghart
7 de novembro de 2018
Título: Graça e Fúria - Graça e Fúria #1
Autora: Tracy Banghart
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia/Distopia
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★★♥
Resenha: Serina e Nomi Tessaro são irmãs que vivem em Viridia, governada pelo Superior através de uma monarquia, onde as mulheres não têm direitos e estão destinadas à completa submissão. As mulheres vivem para seus maridos e filhos, são proibidas de ler, de estudar, só podem trabalhar em indústrias, não podem cortar os cabelos e, principalmente, nunca podem ir contra essa realidade que foi imposta a elas. Elas não têm voz.
Serina é a irmã mais velha, tem dezessete anos, e foi treinada desde que se entende por gente para ser uma Graça, uma das várias mulheres do Superior de Viridia. Ele mantém algo bem semelhante a um harém, cheio de Graças para o servir como e quando ele quiser. Agora, pela primeira vez, o herdeiro do trono irá escolher três Graças, e o maior sonho de Serina é ser uma das escolhidas. Pra ela, ser uma Graça é uma benção, uma chance de fugir da vida miserável que tem pra viver no luxo do palácio, e uma forma de dar uma vida digna e confortável à sua família.
Por outro lado, Nomi, de quinze anos, é mais rebelde, não aceita a ideia de um mundo onde as mulheres devem se calar, e muito menos aceita a possibilidade de ver sua irmã presa a uma vida onde será submissa, subjugada, e escrava de um homem pra sempre.
Assim, quando Serina foi escolhida como representante de sua cidade para ir até o castelo na capital a fim de participar do baile do herdeiro, ela leva Nomi como sua aia, mas ao chegar lá, a irmã mais nova, sem querer, acaba enfrentando Malachi, o dito herdeiro. Com isso, Nomi foi notada, e o herdeiro a escolhe como uma de suas Graças em vez de Serina. A escolha dele foi totalmente inesperada. Nomi, que odiava a ideia da irmã se tornar uma Graça, ficou louca da vida ao se tornar uma, e Serina, além de preocupada com a irmã, se sentiu magoada por ter sido rejeitada depois de se dedicar a vida toda para ser uma das Graças do Superior. E como se não bastasse que tudo tivesse saído fora de controle, as irmãs ainda são pegas com um livro, e por desrespeitarem as regras, afinal, as mulheres são proibidas de ler, seriam castigadas. Serina, que nem sabia ler, numa tentativa de proteger Nomi, assume a culpa, e então é enviada para uma prisão numa ilha controlada por homens. A partir daí, as duas protagonistas, agora separadas pela distância, tentam lidar com os problemas para se adaptarem a uma vida que elas nunca desejaram para si mesmas.
O livro é narrado em terceira pessoa com alternância entre os pontos de vista de Serina e Nomi. A sensação é a de estar lendo dois livros com histórias diferentes que se passam no mesmo universo. A capa do livro inclusive combina muito bem com essa ideia de duas histórias num único livro ao trazer uma irmã na frente e a outra atrás.
Embora a história tenha seus clichês e traga elementos bem parecidos com os de outros livros, a forma como a autora conduz a trama é muito interessante. No começo ficamos com aquela ideia de um sistema machista e opressor que inferioriza as mulheres, que Serina, sendo submissa, já tinha se conformado com a situação e que passaria seus dias se lamentando pela chance perdida, e que Nomi seria o estopim para uma grande revolução, mas as coisas não seguem esse rumo. Quando Serina é presa, ela começa a abrir mão de tudo aquilo que aprendeu a ser e acreditar, e passa por uma enorme transformação envolvendo coragem, empoderamento e feminismo, e seu desenvolvimento e amadurecimento é um dos melhores que pude acompanhar. Literalmente ela passa de Graça para fúria. Ao contrário de Nomi, que começa a aprender a se tornar uma Graça, e embora rebelde, é impulsiva e nunca, nunca mesmo, pensa nas consequências de seus atos ou como as pessoas poderão ser afetadas com isso. Lá no fundo ela até pode acreditar que as besteiras que faz são certas, mas, num determinado ponto, as coisas passam tanto do limite que a vontade é de entrar na história pra dar um basta naquilo.
Como nem tudo pode ser um mar de rosas, eu tive, sim, um problema com as protagonistas. Mesmo que elas tenham sido apresentadas como sendo opostos uma da outra, e a narrativa seja alternada entre elas, senti que suas "vozes" e suas atitudes eram muito, muito parecidas. A pegada feminista da história é clara, e acho muito importante que o tema seja abordado, principalmente nos dias de hoje, para mostrar que as mulheres podem lutar contra os absurdos e os abusos do machismo e do patriarcado, mas sempre que elas precisam fazer alguma escolha ou tomar uma decisão importante, tomam as piores possíveis, prejudicando elas mesmas e quem está ao redor delas, sem de importar com as consequências, desde que a ideia de estarem se "rebelando" se fortalecesse, principalmente do que diz respeito a Nomi.
O romance que surge não me convenceu e não poderia ser mais óbvio que não é algo que vai prestar. Acho que romance deve ser algo meio que obrigatório nessas histórias, mesmo que não faça muito sentido estar alí.
Mas, tirando esse fato, achei muito importante a forma como a autora abordou as questões que envolvem esse universo, e a ideia de como os homens detém o poder e subjugam as mulheres por MEDO do que elas são capazes de fazer e que podem ter a mesma força que qualquer um deles. E mesmo que eles tentem oprimir todas elas, fica bem claro que as mulheres ainda têm poder, têm força, basta que se unam pra isso. O foco da autora é a luta pela liberdade e a resistência contra esse sistema terrível.
Acho que já deu pra perceber que o tema é interessante, não deixa de ser atual, e a leitura é bem gostosa e flui num piscar de olhos. Muitos temas são até bem pesados, e a forma como a autora escreveu tudo com bastante sutileza acabou amenizando a situação, o que foi um ponto positivo levando em consideração que se trata de um jovem adulto. Em muitos momentos fiquei revoltada com algumas cenas, e o ritmo cheio de reviravoltas, ação e muita intriga é responsável por manter o leitor preso à leitura como se não houvesse amanhã.
Acho que, mesmo com algumas pequenas inconsistências, a leitura de Graça e Fúria deveria ser obrigatória para servir de porta de entrada para esse tema. As mulheres são fortes e precisam, sim, lutar por espaço.
Autora: Tracy Banghart
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia/Distopia
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro. Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes. Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar.
Resenha: Serina e Nomi Tessaro são irmãs que vivem em Viridia, governada pelo Superior através de uma monarquia, onde as mulheres não têm direitos e estão destinadas à completa submissão. As mulheres vivem para seus maridos e filhos, são proibidas de ler, de estudar, só podem trabalhar em indústrias, não podem cortar os cabelos e, principalmente, nunca podem ir contra essa realidade que foi imposta a elas. Elas não têm voz.
Serina é a irmã mais velha, tem dezessete anos, e foi treinada desde que se entende por gente para ser uma Graça, uma das várias mulheres do Superior de Viridia. Ele mantém algo bem semelhante a um harém, cheio de Graças para o servir como e quando ele quiser. Agora, pela primeira vez, o herdeiro do trono irá escolher três Graças, e o maior sonho de Serina é ser uma das escolhidas. Pra ela, ser uma Graça é uma benção, uma chance de fugir da vida miserável que tem pra viver no luxo do palácio, e uma forma de dar uma vida digna e confortável à sua família.
Por outro lado, Nomi, de quinze anos, é mais rebelde, não aceita a ideia de um mundo onde as mulheres devem se calar, e muito menos aceita a possibilidade de ver sua irmã presa a uma vida onde será submissa, subjugada, e escrava de um homem pra sempre.
Assim, quando Serina foi escolhida como representante de sua cidade para ir até o castelo na capital a fim de participar do baile do herdeiro, ela leva Nomi como sua aia, mas ao chegar lá, a irmã mais nova, sem querer, acaba enfrentando Malachi, o dito herdeiro. Com isso, Nomi foi notada, e o herdeiro a escolhe como uma de suas Graças em vez de Serina. A escolha dele foi totalmente inesperada. Nomi, que odiava a ideia da irmã se tornar uma Graça, ficou louca da vida ao se tornar uma, e Serina, além de preocupada com a irmã, se sentiu magoada por ter sido rejeitada depois de se dedicar a vida toda para ser uma das Graças do Superior. E como se não bastasse que tudo tivesse saído fora de controle, as irmãs ainda são pegas com um livro, e por desrespeitarem as regras, afinal, as mulheres são proibidas de ler, seriam castigadas. Serina, que nem sabia ler, numa tentativa de proteger Nomi, assume a culpa, e então é enviada para uma prisão numa ilha controlada por homens. A partir daí, as duas protagonistas, agora separadas pela distância, tentam lidar com os problemas para se adaptarem a uma vida que elas nunca desejaram para si mesmas.
O livro é narrado em terceira pessoa com alternância entre os pontos de vista de Serina e Nomi. A sensação é a de estar lendo dois livros com histórias diferentes que se passam no mesmo universo. A capa do livro inclusive combina muito bem com essa ideia de duas histórias num único livro ao trazer uma irmã na frente e a outra atrás.
Embora a história tenha seus clichês e traga elementos bem parecidos com os de outros livros, a forma como a autora conduz a trama é muito interessante. No começo ficamos com aquela ideia de um sistema machista e opressor que inferioriza as mulheres, que Serina, sendo submissa, já tinha se conformado com a situação e que passaria seus dias se lamentando pela chance perdida, e que Nomi seria o estopim para uma grande revolução, mas as coisas não seguem esse rumo. Quando Serina é presa, ela começa a abrir mão de tudo aquilo que aprendeu a ser e acreditar, e passa por uma enorme transformação envolvendo coragem, empoderamento e feminismo, e seu desenvolvimento e amadurecimento é um dos melhores que pude acompanhar. Literalmente ela passa de Graça para fúria. Ao contrário de Nomi, que começa a aprender a se tornar uma Graça, e embora rebelde, é impulsiva e nunca, nunca mesmo, pensa nas consequências de seus atos ou como as pessoas poderão ser afetadas com isso. Lá no fundo ela até pode acreditar que as besteiras que faz são certas, mas, num determinado ponto, as coisas passam tanto do limite que a vontade é de entrar na história pra dar um basta naquilo.
Como nem tudo pode ser um mar de rosas, eu tive, sim, um problema com as protagonistas. Mesmo que elas tenham sido apresentadas como sendo opostos uma da outra, e a narrativa seja alternada entre elas, senti que suas "vozes" e suas atitudes eram muito, muito parecidas. A pegada feminista da história é clara, e acho muito importante que o tema seja abordado, principalmente nos dias de hoje, para mostrar que as mulheres podem lutar contra os absurdos e os abusos do machismo e do patriarcado, mas sempre que elas precisam fazer alguma escolha ou tomar uma decisão importante, tomam as piores possíveis, prejudicando elas mesmas e quem está ao redor delas, sem de importar com as consequências, desde que a ideia de estarem se "rebelando" se fortalecesse, principalmente do que diz respeito a Nomi.
O romance que surge não me convenceu e não poderia ser mais óbvio que não é algo que vai prestar. Acho que romance deve ser algo meio que obrigatório nessas histórias, mesmo que não faça muito sentido estar alí.
Mas, tirando esse fato, achei muito importante a forma como a autora abordou as questões que envolvem esse universo, e a ideia de como os homens detém o poder e subjugam as mulheres por MEDO do que elas são capazes de fazer e que podem ter a mesma força que qualquer um deles. E mesmo que eles tentem oprimir todas elas, fica bem claro que as mulheres ainda têm poder, têm força, basta que se unam pra isso. O foco da autora é a luta pela liberdade e a resistência contra esse sistema terrível.
Acho que já deu pra perceber que o tema é interessante, não deixa de ser atual, e a leitura é bem gostosa e flui num piscar de olhos. Muitos temas são até bem pesados, e a forma como a autora escreveu tudo com bastante sutileza acabou amenizando a situação, o que foi um ponto positivo levando em consideração que se trata de um jovem adulto. Em muitos momentos fiquei revoltada com algumas cenas, e o ritmo cheio de reviravoltas, ação e muita intriga é responsável por manter o leitor preso à leitura como se não houvesse amanhã.
Acho que, mesmo com algumas pequenas inconsistências, a leitura de Graça e Fúria deveria ser obrigatória para servir de porta de entrada para esse tema. As mulheres são fortes e precisam, sim, lutar por espaço.
Tags:
Distopia,
Fantasia,
Graça e Fúria,
Resenha,
Seguinte,
Tracy Banghart,
YA
A Missão Traiçoeira - Erin Beaty
6 de novembro de 2018
Título: A Missão Traiçoeira - Traitor's #2
Autora: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 456
Nota:★★★★☆
Resenha: Em O Beijo Traiçoeiro, podemos acompanhar Sage, uma jovem que depois de ter ficado órfã foi morar com os tios, e logo depois enviada para uma casamenteira, pois já estava na idade de se casar. Só que Sage sempre foi uma garota livre, seu temperamento é muito difícil, e a casamenteira já percebeu que ela não serviria para ser a esposasubmissa ideal. Assim, Sage se tornou sua aprendiz e partiu numa missão para acompanhar as demais noivas rumo a um grande evento onde as famílias firmavam uniões. Mas, no caminho, a escolta militar que acompanhava a comitiva começa a perceber algo de estranho, e a jovem se envolve num jogo de espionagem e fica bem próxima de um dos oficiais, Quinn...
Assim, Sage agora tem um emprego, mora no castelo e trabalha como tutora das princesas e do príncipe, e sua vida está repleta de conforto. Até a rainha começar a perceber que algo estava acontecendo no castelo. Tratava-se de uma missão secreta onde um grupo de elite do exército iria partir levando o príncipe como escudeiro, e a rainha ordena que Sage vá junto com a desculpa de que o garoto, de apenas quatorze anos, não deveria interromper seus estudos. Dessa forma, Sage seria a espiã da rainha e a manteria informada do que realmente se tratava a tal missão.
Mas um ataque acaba separando Sage do grupo e agora a garota precisa mostrar que tudo que veio aprendendo, principalmente sobre lutas, não foi em vão.
A Missão Traiçoeira é um livro cuja narrativa é bastante fácil de se acompanhar. Os personagens têm muitos diálogos, as situações e os cenários são descritos de uma forma bem direta e mesmo que a autora faça poucas descrições, crie situações questionáveis, ou não se aprofunde muito em alguns detalhes, a leitura desperta a curiosidade do leitor para o que virá a seguir.
Sage é uma personagem um tanto complicada, pois ao mesmo tempo que ela preza pela liberdade e mostra que é uma garota forte, determinada e cheia de personalidade, sua teimosia beira o ridículo. Então mesmo que eu tenha gostado muito de ver uma personagem feminina dando a cara a tapa para enfrentar os problemas em meio a um bando de marmanjos, eu não posso negar que em alguns momentos revirei os olhos em suas discussões com Quinn sobre ela querer fazer alguma coisa enquanto ele tentava impedi-la, e em vão, ou ainda quando ela possuía informações que podiam ajudá-lo, mas ela só lhe passava alguma coisa quando era conveniente, sem um motivo realmente justo. Eu tenho a mesma idade que ela mas não consigo me colocar em seu lugar. Em alguns momentos ela é muito infantil.
Como a narrativa se alterna entre o ponto de vista dela e de Quinn, acabou que eu me senti mais próxima dele por ter uma afinidade maior com a forma como ele encara as coisas. Então sempre que Sage aparecia com alguma ideia mirabolante ou com uma determinada posição, eu já ficava cheia de antipatia.
Claro que não posso negar que ela, como protagonista, tem o papel principal da história, sempre vai roubar as melhores cenas e ser a heroína de tudo e de todos, e isso ficou mais evidente da metade do livro pro final, onde, de acordo com algumas situações e descobertas, Sage começou a mostrar o quanto é inteligente e brilhante. Mas achei que tudo foi fácil de ser resolvido e conveniente demais, o que me pareceu um pouco forçado.
Eu gostei da história em si e de suas reviravoltas, mas achei que ele prometeu mais do que cumpriu. Apesar da autora tratar alguns momentos que deveriam ser mais dramáticos e tocantes com muita superficialidade, a construção de mundo de uma forma geral é muito legal, mas os personagens não são muito cativantes a ponto de eu realmente torcer por eles. O romance está lá, resistindo e se fortalecendo em meio a perigos e dificuldades, brigas e discussões malucas, mas achei que faltou um pouquinho mais pra realmente me conquistar. No primeiro livro eu fiquei mais convencida do que neste. Resta aguardar o terceiro para saber que fim tudo isso irá levar.
Autora: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 456
Nota:★★★★☆
Sinopse: Sage Fowler abandona seu posto como aprendiz de casamenteira e se envolve em uma nova missão secreta ao lado do capitão Alex Quinn no segundo volume da série O Beijo Traiçoeiro.
Depois de se provar uma espiã habilidosa e uma casamenteira estrategista, Sage Fowler passou a ocupar uma posição confortável na alta sociedade, dando aulas para as princesas do reino de Demora. Quando surge a oportunidade de participar de uma nova missão secreta, porém, Sage quer aproveitar a chance para servir ao seu reino mais uma vez — e ficar mais próxima de seu noivo, o capitão Alexander Quinn. Alex não fica nada feliz com a ideia, já que está determinado a proteger a namorada de qualquer perigo.
A insistência de Sage em fazer parte da missão faz com que eles se desentendam cada vez mais e, quando um conflito com um reino vizinho resulta em uma tragédia, os dois acabam separados. Para completar a missão de Alex — e a sua própria —, Sage precisará contar com a ajuda de aliados inesperados para sobreviver em um território inimigo e salvar o reino de Demora mais uma vez.
Resenha: Em O Beijo Traiçoeiro, podemos acompanhar Sage, uma jovem que depois de ter ficado órfã foi morar com os tios, e logo depois enviada para uma casamenteira, pois já estava na idade de se casar. Só que Sage sempre foi uma garota livre, seu temperamento é muito difícil, e a casamenteira já percebeu que ela não serviria para ser a esposa
Assim, Sage agora tem um emprego, mora no castelo e trabalha como tutora das princesas e do príncipe, e sua vida está repleta de conforto. Até a rainha começar a perceber que algo estava acontecendo no castelo. Tratava-se de uma missão secreta onde um grupo de elite do exército iria partir levando o príncipe como escudeiro, e a rainha ordena que Sage vá junto com a desculpa de que o garoto, de apenas quatorze anos, não deveria interromper seus estudos. Dessa forma, Sage seria a espiã da rainha e a manteria informada do que realmente se tratava a tal missão.
Mas um ataque acaba separando Sage do grupo e agora a garota precisa mostrar que tudo que veio aprendendo, principalmente sobre lutas, não foi em vão.
A Missão Traiçoeira é um livro cuja narrativa é bastante fácil de se acompanhar. Os personagens têm muitos diálogos, as situações e os cenários são descritos de uma forma bem direta e mesmo que a autora faça poucas descrições, crie situações questionáveis, ou não se aprofunde muito em alguns detalhes, a leitura desperta a curiosidade do leitor para o que virá a seguir.
Sage é uma personagem um tanto complicada, pois ao mesmo tempo que ela preza pela liberdade e mostra que é uma garota forte, determinada e cheia de personalidade, sua teimosia beira o ridículo. Então mesmo que eu tenha gostado muito de ver uma personagem feminina dando a cara a tapa para enfrentar os problemas em meio a um bando de marmanjos, eu não posso negar que em alguns momentos revirei os olhos em suas discussões com Quinn sobre ela querer fazer alguma coisa enquanto ele tentava impedi-la, e em vão, ou ainda quando ela possuía informações que podiam ajudá-lo, mas ela só lhe passava alguma coisa quando era conveniente, sem um motivo realmente justo. Eu tenho a mesma idade que ela mas não consigo me colocar em seu lugar. Em alguns momentos ela é muito infantil.
Como a narrativa se alterna entre o ponto de vista dela e de Quinn, acabou que eu me senti mais próxima dele por ter uma afinidade maior com a forma como ele encara as coisas. Então sempre que Sage aparecia com alguma ideia mirabolante ou com uma determinada posição, eu já ficava cheia de antipatia.
Claro que não posso negar que ela, como protagonista, tem o papel principal da história, sempre vai roubar as melhores cenas e ser a heroína de tudo e de todos, e isso ficou mais evidente da metade do livro pro final, onde, de acordo com algumas situações e descobertas, Sage começou a mostrar o quanto é inteligente e brilhante. Mas achei que tudo foi fácil de ser resolvido e conveniente demais, o que me pareceu um pouco forçado.
Eu gostei da história em si e de suas reviravoltas, mas achei que ele prometeu mais do que cumpriu. Apesar da autora tratar alguns momentos que deveriam ser mais dramáticos e tocantes com muita superficialidade, a construção de mundo de uma forma geral é muito legal, mas os personagens não são muito cativantes a ponto de eu realmente torcer por eles. O romance está lá, resistindo e se fortalecendo em meio a perigos e dificuldades, brigas e discussões malucas, mas achei que faltou um pouquinho mais pra realmente me conquistar. No primeiro livro eu fiquei mais convencida do que neste. Resta aguardar o terceiro para saber que fim tudo isso irá levar.
Uma Coisa Absolutamente Fantástica - Hank Green
5 de novembro de 2018
Título: Uma Coisa Absolutamente Fantástica
Autor: Hank Green
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Sci-fi
Ano: 2018
Páginas: 344
Nota:★★★★★
Resenha: April é uma jovem de vinte e poucos anos que mora em Nova York. Ela divide o apartamento com Maya, cujo relacionamento amoroso ela não assume de jeito nenhum, trabalha numa start-up que prefere manter anônima depois de ter assinado um contrato absurdo, se endividou fazendo faculdade de design, e assim vai levando sua vida.
Um dia, ao sair do trabalho de madrugada pra ir pra casa, ela se depara com uma estátua de três metros de altura que parece ter surgido do nada, bem no meio da rua. A escultura gigante, que é bem parecida com um Transformer, a deixou impressionada. Pra ela, que sempre gostou de belas-artes, se tratava de alguma obra de arte digna de admiração e amor, e, mesmo que fosse três horas da manhã, ela não hesitou em ligar para Andy, seu amigo da época da faculdade, para levar sua parafernália de audio visual ao local e gravarem uma "entrevista" para postarem no Youtube. Esta poderia ser a tão almejada oportunidade de Andy aparecer na internet, mas por ser mais carismática, April é quem conduz a entrevista enquanto ele fica responsável pela gravação e edição do vídeo.
No dia seguinte, April, que havia chamado o robô de Carl, descobre que várias outras esculturas apareceram em diversos lugares do mundo, e descobre também que, por ter feito o primeiro registro de um contato direto com o robô misterioso, o vídeo viralizou de tal forma que ela ficou famosa, e agora está sob holofotes da mídia e no mundo inteiro, ganhando dinheiro fácil, reunindo fãs - e, claro, haters também.
Assim, além de precisar lidar com a fama repentina e as consequências disso em sua vida e na vida das pessoas ao seu redor, April também se vê envolvida no mistério das aparições desses "Carls". E quando toda a humanidade começou a ter o mesmo sonho em que tudo parece ter a ver com essas figuras, April irá buscar respostas para o que elas são, e o que querem.
A história é narrada em primeira pessoa pelo ponto de vista de April, e logo no início ela já deixa uma observação um tanto petulante, deixando claro para o leitor o quanto ela não é lá muito confiável e muito menos humilde.
Embora a premissa soe familiar, a história é conduzida de forma bastante satisfatória, principalmente quando começam a surgir questões que remetem a atualidade. Dessa forma, Carl, e todos os outros Carls, acaba sendo um elemento que aparece para desencadear os demais acontecimentos, fazendo com que alguns comportamentos e atitudes venham à tona, e mostrando as pessoas da forma como elas são de verdade e do que são capazes. O que ficou evidente pra mim foi a questão da reação das pessoas ao desconhecido, o quanto o medo desencadeado por aquilo que não se conhece pode afetar suas vidas, e como tais elementos combinados podem ser o estopim para unir a humanidade de uma forma bastante peculiar...
O autor também trabalha no polêmico tema envolvendo a fama de youtubers, o desespero de alguns para se tornarem famosos, terem milhões de visualizações, e, assim, ganharem dinheiro "fácil" somente para aparecer nessa plataforma, independente do que o vídeo trate, e como isso se torna um vício. A fama acaba subindo pra cabeça, a necessidade de atenção aumenta, a sensação de estar acima dos meros mortais também, e a presença de haters é um verdadeiro tormento, pois nem todos entendem que é impossível agradar todo mundo e que as pessoas podem - e devem - discordar das outras. Um ponto bem interessante sobre isso é que as pessoas começaram a ficar divididas entre April e um outro youtuber, Peter, que pensa diferente dela. Isso desencadeia uma enorme polarização entre o povo. Peter é intolerante, ele ataca com discursos de ódio, espalha mentiras, faz as pessoas sentirem medo criando pânico, acusa April de traidora, e, ainda assim, muitos o idolatram e estão ao seu lado lutando a seu favor em prol da destruição dos Carls que April tanto defende... Do lado de April temos os Sonhadores, pessoas que acreditam que os Carls estão alí para unir a humanidade e fazer o bem, e do lado de Peter, os Defensores, que acham que os Carls são verdadeiras ameaças que devem ser combatidas. Não é um mero acaso que isso tenha uma ligação nada sutil com a a Esquerda e a Direita na política, e como as pessoas escolhem seu lado com base no que se identificam, no acreditam e o que querem para o futuro.
Ainda dentro desse tema, o autor trabalha a inclusão das minorias, orientação sexual, raça, credo e afins, e como muitos são perseguidos, sofrendo com intolerância e preconceito com base no que são levados a acreditar. As pessoas são iguais, merecem respeito e devem ter os mesmos direitos e deveres que qualquer um, mas sempre existem aqueles que acreditam que são melhores e que suas causas estão acima de tudo e de todos, e quando são estimulados por determinados discursos, acabam se sentindo invencíveis e intocáveis, como se pudessem sair por aí fazendo o que querem, como querem...
April é uma protagonista bem difícil, e desde o início o revirar de olhos é inevitável. Acompanhamos seu processo de se tornar famosa, de precisar ter mais seguidores, da necessidade de ter mais visualizações e mais fãs clamando por ela, de lidar com opiniões contrárias e rejeição, e mesmo que ela fique obcecada em desvendar o mistério de Carl, ela acaba mostrando o quanto ela se torna irresponsável, egoísta, o quanto se distancia dos amigos e o quanto coloca o que pode ganhar em cima dos outros em primeiro lugar. E há um caminho razoavelmente longo até que ela caia em si.
Ela se acha "única", e seu "autoendeusamento" e carência extrema acerca da fama repentina que consegue é de matar qualquer um de preguiça, e pelo fato da narrativa partir do ponto de vista dela, não temos outra escolha a não ser engolir sua chatice e ver o mundo da forma como ela vê.
Enfim, o livro superou minhas expectativas e teve questões mais profundas e relevantes do que pensei. Não nego que existem, sim, algumas pequenas inconsistências e situações meio WTF na trama, mas a ideia de trazer reflexões acerca de um tema tão importante e atual, de forma leve e muito inteligente, é algo absolutamente fantástico.
Autor: Hank Green
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Sci-fi
Ano: 2018
Páginas: 344
Nota:★★★★★
Sinopse: Enquanto volta para casa depois de trabalhar até de madrugada, a jovem April May esbarra numa escultura gigante. Impressionada com sua aparência — uma espécie de robô de três metros de altura —, April chama seu amigo Andy para gravar um vídeo sobre a aparição e postar no YouTube. No dia seguinte, a garota acorda e descobre que há esculturas idênticas em dezenas de cidades pelo mundo, sem que ninguém saiba como foram parar lá. Por ter sido o primeiro registro, o vídeo de April viraliza e ela se vê sob os holofotes da mídia mundial.
Agora, April terá de lidar com os impactos da fama em seus relacionamentos, em sua segurança, e em sua própria identidade. Tudo isso enquanto tenta descobrir o que são essas esculturas — e o que querem de nós.
Divertida e envolvente, essa história trata de temas muito relevantes nos dias atuais: como lidamos com o medo e o desconhecido e, principalmente, como as redes sociais estão mudando conceitos como fama, retórica e radicalização.
Resenha: April é uma jovem de vinte e poucos anos que mora em Nova York. Ela divide o apartamento com Maya, cujo relacionamento amoroso ela não assume de jeito nenhum, trabalha numa start-up que prefere manter anônima depois de ter assinado um contrato absurdo, se endividou fazendo faculdade de design, e assim vai levando sua vida.
Um dia, ao sair do trabalho de madrugada pra ir pra casa, ela se depara com uma estátua de três metros de altura que parece ter surgido do nada, bem no meio da rua. A escultura gigante, que é bem parecida com um Transformer, a deixou impressionada. Pra ela, que sempre gostou de belas-artes, se tratava de alguma obra de arte digna de admiração e amor, e, mesmo que fosse três horas da manhã, ela não hesitou em ligar para Andy, seu amigo da época da faculdade, para levar sua parafernália de audio visual ao local e gravarem uma "entrevista" para postarem no Youtube. Esta poderia ser a tão almejada oportunidade de Andy aparecer na internet, mas por ser mais carismática, April é quem conduz a entrevista enquanto ele fica responsável pela gravação e edição do vídeo.
No dia seguinte, April, que havia chamado o robô de Carl, descobre que várias outras esculturas apareceram em diversos lugares do mundo, e descobre também que, por ter feito o primeiro registro de um contato direto com o robô misterioso, o vídeo viralizou de tal forma que ela ficou famosa, e agora está sob holofotes da mídia e no mundo inteiro, ganhando dinheiro fácil, reunindo fãs - e, claro, haters também.
Assim, além de precisar lidar com a fama repentina e as consequências disso em sua vida e na vida das pessoas ao seu redor, April também se vê envolvida no mistério das aparições desses "Carls". E quando toda a humanidade começou a ter o mesmo sonho em que tudo parece ter a ver com essas figuras, April irá buscar respostas para o que elas são, e o que querem.
A história é narrada em primeira pessoa pelo ponto de vista de April, e logo no início ela já deixa uma observação um tanto petulante, deixando claro para o leitor o quanto ela não é lá muito confiável e muito menos humilde.
Embora a premissa soe familiar, a história é conduzida de forma bastante satisfatória, principalmente quando começam a surgir questões que remetem a atualidade. Dessa forma, Carl, e todos os outros Carls, acaba sendo um elemento que aparece para desencadear os demais acontecimentos, fazendo com que alguns comportamentos e atitudes venham à tona, e mostrando as pessoas da forma como elas são de verdade e do que são capazes. O que ficou evidente pra mim foi a questão da reação das pessoas ao desconhecido, o quanto o medo desencadeado por aquilo que não se conhece pode afetar suas vidas, e como tais elementos combinados podem ser o estopim para unir a humanidade de uma forma bastante peculiar...
O autor também trabalha no polêmico tema envolvendo a fama de youtubers, o desespero de alguns para se tornarem famosos, terem milhões de visualizações, e, assim, ganharem dinheiro "fácil" somente para aparecer nessa plataforma, independente do que o vídeo trate, e como isso se torna um vício. A fama acaba subindo pra cabeça, a necessidade de atenção aumenta, a sensação de estar acima dos meros mortais também, e a presença de haters é um verdadeiro tormento, pois nem todos entendem que é impossível agradar todo mundo e que as pessoas podem - e devem - discordar das outras. Um ponto bem interessante sobre isso é que as pessoas começaram a ficar divididas entre April e um outro youtuber, Peter, que pensa diferente dela. Isso desencadeia uma enorme polarização entre o povo. Peter é intolerante, ele ataca com discursos de ódio, espalha mentiras, faz as pessoas sentirem medo criando pânico, acusa April de traidora, e, ainda assim, muitos o idolatram e estão ao seu lado lutando a seu favor em prol da destruição dos Carls que April tanto defende... Do lado de April temos os Sonhadores, pessoas que acreditam que os Carls estão alí para unir a humanidade e fazer o bem, e do lado de Peter, os Defensores, que acham que os Carls são verdadeiras ameaças que devem ser combatidas. Não é um mero acaso que isso tenha uma ligação nada sutil com a a Esquerda e a Direita na política, e como as pessoas escolhem seu lado com base no que se identificam, no acreditam e o que querem para o futuro.
Ainda dentro desse tema, o autor trabalha a inclusão das minorias, orientação sexual, raça, credo e afins, e como muitos são perseguidos, sofrendo com intolerância e preconceito com base no que são levados a acreditar. As pessoas são iguais, merecem respeito e devem ter os mesmos direitos e deveres que qualquer um, mas sempre existem aqueles que acreditam que são melhores e que suas causas estão acima de tudo e de todos, e quando são estimulados por determinados discursos, acabam se sentindo invencíveis e intocáveis, como se pudessem sair por aí fazendo o que querem, como querem...
April é uma protagonista bem difícil, e desde o início o revirar de olhos é inevitável. Acompanhamos seu processo de se tornar famosa, de precisar ter mais seguidores, da necessidade de ter mais visualizações e mais fãs clamando por ela, de lidar com opiniões contrárias e rejeição, e mesmo que ela fique obcecada em desvendar o mistério de Carl, ela acaba mostrando o quanto ela se torna irresponsável, egoísta, o quanto se distancia dos amigos e o quanto coloca o que pode ganhar em cima dos outros em primeiro lugar. E há um caminho razoavelmente longo até que ela caia em si.
Ela se acha "única", e seu "autoendeusamento" e carência extrema acerca da fama repentina que consegue é de matar qualquer um de preguiça, e pelo fato da narrativa partir do ponto de vista dela, não temos outra escolha a não ser engolir sua chatice e ver o mundo da forma como ela vê.
Enfim, o livro superou minhas expectativas e teve questões mais profundas e relevantes do que pensei. Não nego que existem, sim, algumas pequenas inconsistências e situações meio WTF na trama, mas a ideia de trazer reflexões acerca de um tema tão importante e atual, de forma leve e muito inteligente, é algo absolutamente fantástico.
Novidades de Novembro - Arqueiro
4 de novembro de 2018
Justiça a Qualquer Preço - John Grisham
Mark, Todd e Zola ingressaram na faculdade de Direito porque queriam mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Fizeram empréstimos altíssimos para pagar uma instituição de ponta e agora, cursando o último semestre, descobrem que os formandos raramente passam no exame da Ordem dos Advogados e, muito menos, conseguem bons empregos.
Quando ficam sabendo que a universidade pertence a um obscuro operador de investimentos de alto risco que, por acaso, também é dono de um banco especializado em empréstimos estudantis, os três se dão conta de que caíram no grande golpe das faculdades de Direito.
Então eles começam a bolar uma forma de se livrar da dívida esmagadora, desmascarar o banco e o esquema fraudulento e ainda ganhar alguns trocados no caminho. Mas, para isso, precisam abandonar a faculdade, fingir que são habilitados a exercer a profissão e entrar em uma batalha contra um bilionário e o FBI.
Arranje uma poltrona bem confortável, porque você não vai conseguir largar Justiça a qualquer preço.
Ilha de Vidro - Os Guardiões #3 - Nora Roberts
Nerezza, a deusa da escuridão, ainda não desistiu de obter as Estrelas da Sorte e destruir todos os mundos. As Estrelas de Fogo e de Água já foram recuperadas pelos seis guardiões, mas resta a Estrela de Gelo, e a batalha atingirá seu clímax.
Doyle McCleary, o espadachim imortal, prometeu nunca mais voltar para casa. No entanto, quando a procura pela última estrela o leva ao condado de Clare, na Irlanda, ele deve encarar o passado. Três séculos atrás, uma tragédia o obrigou a fechar o coração para o amor, sobrando em seu peito apenas morte e solidão. Sua natureza selvagem só não é mais intensa que a de Riley... e da loba que há dentro dela.
Arqueóloga e licantropa, a Dra. Riley Gwin não se rebaixa a ninguém. Fechada em sua biblioteca, em busca da misteriosa Ilha de Vidro, ela tenta negar a forte atração que sente por Doyle. Afinal, a última coisa de que precisa é uma distração.
À medida que o último desafio dos guardiões se aproxima, a loba e o imortal têm que unir forças pela vida de seus amigos. Com Nerezza recuperada e furiosa, os dois vão descobrir que a melhor arma para dar fim à escuridão talvez seja o amor.
A Irmã da Lua - As Sete Irmãs #5 - Lucinda Riley
Em A irmã da lua, quinto volume da série As Sete Irmãs, duas jovens separadas por um século têm suas vidas entrelaçadas numa emocionante história sobre fé, tradição, paixão e sobrevivência.
Entre as filhas adotivas de Pa Salt, Tiggy D’Aplièse é conhecida como a instintiva e sensível. Envolvida em sua carreira na proteção de animais selvagens, ela não sabe se está preparada para seguir as pistas de suas origens, deixadas pelo pai.
Ao aceitar um novo emprego nas belíssimas Terras Altas escocesas, Tiggy fica apaixonada pela remota propriedade, administrada pelo enigmático Charlie Kinnaird. O belo cirurgião cardíaco acabou de herdá-la e enfrenta problemas para reerguê-la e transformá-la em um santuário para as espécies nativas.
Em seu novo lar, Tiggy encontra o velho cigano Chilly, que altera totalmente seu destino. Ele conta que ela não só possui um sexto sentido, proveniente dos ancestrais, como há tempos foi previsto que ele a levaria até suas origens na Espanha, nas montanhas sagradas de Sacromonte, à sombra da magnífica Alhambra.
Os Tambores do Outono - Outlander #4 - Diana Gabaldon
Após tomar a difícil decisão de deixar a filha no século XX e viajar no tempo novamente para reencontrar seu grande amor, Claire Randall tem mais um desafio: criar raízes na América colonial do século XVIII ao lado de Jamie Fraser. Eles partem rumo à Carolina do Norte para achar um novo lar e contam com a ajuda de Jocasta Cameron, tia de Jamie e dona de uma propriedade na região.
Enquanto isso, em 1969, Brianna Randall se une a Roger Wakefield, professor de história e descendente do clã dos MacKenzie, para descobrir as respostas sobre as próprias origens e sobre Jamie, o pai biológico que nunca conheceu.
Em meio às buscas, ambos encontram indícios de um incêndio fatal envolvendo os pais de Brianna. Mas Roger não pode lhe contar isso, porque sabe que a namorada tentaria voltar no tempo para salvá-los. Por outro lado, Brianna também não compartilha sua descoberta, pois tem certeza de que Roger tentaria impedi-la.
Nesse livro emocionante, repleto de ação, intrigas e detalhes históricos, as barreiras do espaço e do tempo são postas à prova pelo amor de um casal e pela coragem de sua filha em mudar o destino.
Um Acordo Pecaminoso - Os Ravenels #3 - Lisa Kleypas
Lady Pandora Ravenel é muito diferente das debutantes de sua idade. Enquanto a maioria delas não perde uma festa da temporada londrina e sonha encontrar um marido, Pandora prefere ficar em casa idealizando jogos de tabuleiro e planejando se tornar uma mulher independente.
Mas certa noite, num baile deslumbrante, ela é flagrada numa situação muito comprometedora com um malicioso e lindo estranho.
Gabriel, o lorde St. Vincent, passou anos conseguindo evitar o casamento, até ser conquistado por uma garota rebelde que não quer nada com ele. Só que ele acha Pandora irresistível e fará o que for preciso para possuí-la.
Para alcançar seus objetivos, os dois fazem um acordo curioso, e entram em uma batalha de vontades divertida e sensual, como só Lisa Kleypas é capaz de criar.
Os Portais da Casa dos Mortos - Steven Erikson
3 de novembro de 2018
Título: Os Portais da Casa dos Mortos - O Livro Malazano dos Caídos #2
Autor: Steven Erikson
Editora: Arqueiro
Gênero: Alta Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 816
Nota:★★★★★
Resenha: A história da série "O Livro Malazano dos Caídos" gira em torno da rebelião nas Sete Cidades. Enquanto o primeiro livro foi ambientado em Genabackis, este se passa dez anos depois dos acontecimentos anteriores, em Raraku, um outro continente. A maior parte do grupo de personagens permeneceu em Genabackis após os eventos finais do livro anterior, assim, Fiddler e Kalam seguiram para as Sete Cidades, onde uma rebelião estava prestes a eclodir devido a uma profecia que previa o Apocalipse. Quando a profetisa do Deserto Sagrado de Raraku receber o Livro de Dryjhna, ela receberá o espírito da deusa e a rebelião que visa libertar as Sete Cidades contra os Malazanos irá se erguer.
Dessa forma, com o Império prestes a se rebelar, as forças de Malazan são lideradas por Coltaine, um líder militar lendário e experiente que já havia liderado uma rebelião em outra ocasião.
Embora se trate de uma série, este volume é bem independente do anterior, já que traz novos personagens, se passa num lugar diferente e tem um plot diferente. Ainda assim, não acho que a leitura deva ser feita fora de ordem, pois é com o primeiro volume que somos apresentados a este universo fantástico para que, no segundo, já possamos estar habituados e tudo possa fluir melhor. Mesmo que seja mais complexo, a história acaba sendo mais fácil de seguir, principalmente devido a construção dos personagens cujo desenvolvimento de caráter, sentimentos e personalidades foram excelentes.
Narrado em terceira pessoa, a história aborda todos os aspectos de uma guerra, com batalhas sangrentas e jornadas de buscas pessoais que movimentam a trama e fazem com que o leitor mergulhe nesse universo surpreendente. A construção de mundo é fascinante, a forma como os plots se entrelaçam para que tudo faça sentido é incrível, e os elementos que compõe o enredo no que diz respeito a cultura e a atmosfera só enriquecem a trama.
As Sete Cidades retratam uma civilização desolada e em desespero devido às ruínas. E em meio a esse cenário de devastação, temos cinco histórias acontecendo paralelamente ao que se passa no Deserto Sagrado de Raraku.
Ainda topamos com alguns personagens vistos no primeiro livro, mas o foco recai sobre os novos. Não vou me aprofundar em cada personagem, mas posso afirmar que além de serem muito humanos, há momentos envolvendo amizade, coragem, determinação, honra, respeito e lealdade que acabam tornando a história ainda mais profunda e cheia de significados, principalmente quando contrastam com o desespero, a tristeza causadas por traições e falta de esperança desencadeadas pela profecia, e as ações de todos eles são memoráveis e dignas de admiração. São suas atitudes e escolhas que definem o desfecho.
As cenas de batalha são impressionantes, principalmente pelas táticas militares e magia. A escrita do autor remete a algo cinematográfico, então é possível visualizar as belezas e os horrores de cada detalhe. O cenário é vívido e parece ser um personagem a parte. Sangue, carnificina, caos, magia e uma avalanche de cenas de ação estão ali para ajudar no desenvolvimento da trama e causar diversos tipos de reações no leitor.
Faz vários meses que recebi esse livro, e depois de fazer a leitura dele em parcelas a perder de vista, eis que posso comemorar essa vitória de ter finalizado mais de 800 páginas de uma trama complexa, intrincada, sombria e genial o bastante para se tornar uma das melhores séries de alta fantasia já publicadas até então, e que é indispensável para quem é fã do gênero. Em suma, Os Portais da Casa dos Mortos oferece um enredo fantástico e envolvente, onde os leitores irão embarcar numa jornada épica e inesquecível.
Autor: Steven Erikson
Editora: Arqueiro
Gênero: Alta Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 816
Nota:★★★★★
Sinopse: Já se passaram dez anos desde que Laseen tomou o trono com um ardil traiçoeiro, mas, à medida que o Ano de Dryjhna se aproxima, o Império Malazano se vê à beira da anarquia, enfraquecido pelos acontecimentos na cidade de Darujhistan. Muitas das regiões controladas pelo punho de ferro da imperatriz ameaçam acender a fagulha da revolução.
No meio do vasto domínio das Sete Cidades fica o Deserto Sagrado Raraku, onde estão os resquícios de incontáveis civilizações extintas há muito tempo. Nesse lugar repleto de segredos e magia, a Vidente Sha’ik e os seguidores do Apocalipse preparam um levante contra o poderoso império, conforme previsto nas antigas profecias.
Enquanto as forças convergem contra Laseen, ela reúne um exército de assassinos, feiticeiros e espiões para combater a rebelião e ampliar seu império cruel. Em meio a uma fúria e um poder jamais vistos, o mundo está prestes a mergulhar em uma guerra sangrenta, capaz de mudar os destinos de homens e civilizações, criando lendas que atravessarão os séculos.
Resenha: A história da série "O Livro Malazano dos Caídos" gira em torno da rebelião nas Sete Cidades. Enquanto o primeiro livro foi ambientado em Genabackis, este se passa dez anos depois dos acontecimentos anteriores, em Raraku, um outro continente. A maior parte do grupo de personagens permeneceu em Genabackis após os eventos finais do livro anterior, assim, Fiddler e Kalam seguiram para as Sete Cidades, onde uma rebelião estava prestes a eclodir devido a uma profecia que previa o Apocalipse. Quando a profetisa do Deserto Sagrado de Raraku receber o Livro de Dryjhna, ela receberá o espírito da deusa e a rebelião que visa libertar as Sete Cidades contra os Malazanos irá se erguer.
Dessa forma, com o Império prestes a se rebelar, as forças de Malazan são lideradas por Coltaine, um líder militar lendário e experiente que já havia liderado uma rebelião em outra ocasião.
Embora se trate de uma série, este volume é bem independente do anterior, já que traz novos personagens, se passa num lugar diferente e tem um plot diferente. Ainda assim, não acho que a leitura deva ser feita fora de ordem, pois é com o primeiro volume que somos apresentados a este universo fantástico para que, no segundo, já possamos estar habituados e tudo possa fluir melhor. Mesmo que seja mais complexo, a história acaba sendo mais fácil de seguir, principalmente devido a construção dos personagens cujo desenvolvimento de caráter, sentimentos e personalidades foram excelentes.
Narrado em terceira pessoa, a história aborda todos os aspectos de uma guerra, com batalhas sangrentas e jornadas de buscas pessoais que movimentam a trama e fazem com que o leitor mergulhe nesse universo surpreendente. A construção de mundo é fascinante, a forma como os plots se entrelaçam para que tudo faça sentido é incrível, e os elementos que compõe o enredo no que diz respeito a cultura e a atmosfera só enriquecem a trama.
As Sete Cidades retratam uma civilização desolada e em desespero devido às ruínas. E em meio a esse cenário de devastação, temos cinco histórias acontecendo paralelamente ao que se passa no Deserto Sagrado de Raraku.
Ainda topamos com alguns personagens vistos no primeiro livro, mas o foco recai sobre os novos. Não vou me aprofundar em cada personagem, mas posso afirmar que além de serem muito humanos, há momentos envolvendo amizade, coragem, determinação, honra, respeito e lealdade que acabam tornando a história ainda mais profunda e cheia de significados, principalmente quando contrastam com o desespero, a tristeza causadas por traições e falta de esperança desencadeadas pela profecia, e as ações de todos eles são memoráveis e dignas de admiração. São suas atitudes e escolhas que definem o desfecho.
As cenas de batalha são impressionantes, principalmente pelas táticas militares e magia. A escrita do autor remete a algo cinematográfico, então é possível visualizar as belezas e os horrores de cada detalhe. O cenário é vívido e parece ser um personagem a parte. Sangue, carnificina, caos, magia e uma avalanche de cenas de ação estão ali para ajudar no desenvolvimento da trama e causar diversos tipos de reações no leitor.
Faz vários meses que recebi esse livro, e depois de fazer a leitura dele em parcelas a perder de vista, eis que posso comemorar essa vitória de ter finalizado mais de 800 páginas de uma trama complexa, intrincada, sombria e genial o bastante para se tornar uma das melhores séries de alta fantasia já publicadas até então, e que é indispensável para quem é fã do gênero. Em suma, Os Portais da Casa dos Mortos oferece um enredo fantástico e envolvente, onde os leitores irão embarcar numa jornada épica e inesquecível.
Wishlist #57 - Funko Pop - Tom & Jerry
2 de novembro de 2018
Pra quem tem dúvidas, segue a linha do tempo, através dos traços do Tom, dos episódios da animação:
Assinar:
Postagens (Atom)