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Levana - Marissa Meyer

8 de agosto de 2017

Título: Levana - As Crônicas Lunares #3.5
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil
Ano: 2017
Páginas: 256
Nota:★★★★★
Sinopse: Quem é a verdadeira mulher por trás da fascinante vilã que perpassa as histórias de Cinder, Scarlet, Cress e Winter? Neste spin-off da série de contos de fadas futuristas Crônicas Lunares, a autora Marissa Meyer revela o passado e as motivações de Levana, a cruel rainha que sonha em governar o povo de Luna. Filha mais nova ofuscada pelo brilho e charme da verdadeira herdeira do trono, sua irmã Channary, Levana teve o rosto desfigurado por queimaduras na infância e aprendeu a se camuflar, manipulando todos a sua volta com uma beleza fictícia. Assim, conquistou à força o amor de Evret Hayle, por quem sempre foi apaixonada, tornando-se madrasta de Winter quando ele perdeu a esposa no parto da filha. E seu próximo passo é tomar o trono definitivamente.

Resenha: Levana é um spin-off que Marissa Meyer escreveu para presentear os leitores e fãs. Ele traz revelações bastante relevantes sobre o passado da rainha cruel da série As Crônicas Lunares, desde quando ela ainda era uma princesa e vivia às sombras da irmã mais velha, Channary, até ter se tornado essa pessoa impiedosa e desprovida de escrúpulos que é, a fim de podermos conhecer um pouco mais dessa vilã e tentarmos entender suas reais motivações.

Embora o livro trate das origens de Levana, os leitores também vão se deparar com situações e detalhes referentes aos três primeiros livros da série: Cinder, Scarlet e Cress, que antecedem o Levana (por isso o #3.5). Então pelos menos esses três devem ser lidos primeiro pra não ter o risco de spoilers. Winter foi lançado depois, e pela história tratar de sua enteada, acompanhamos a vilã no papel de madrasta invejosa que quer tomar posse do trono de uma vez por todas. Então, quem procura por respostas e maiores explicações sobre os detalhes abordados de forma superficial sobre Levana, vai encontrar tudo aqui e um pouco mais.

A história já começa de forma trágica, com Levana revivendo a experiência de ter sido queimada até ter o rosto desfigurado em pesadelos terríveis. Devido a isso, desde muito jovem ela já usava o glamour (um tipo de "poder de influência") para mudar sua aparência temporariamente e esconder as cicatrizes que jamais poderiam ser removidas.
Com o assassinato de seus pais, sua irmã mais velha herdou o trono e se tornou rainha, mas parece nunca ter percebido a importância de seu papel já que não levava nada a sério.

Assim, é interessante saber dessas origens, de saber como Channary, apesar de ser mais querida, alegre e bonita, era desleixada e irresponsável com seus deveres, e muito maldosa com a irmã mais nova, e acompanhar como a vida de Levana foi humilhante quando ela, com apenas quinze anos, era alvo de chacotas por parte de todos, principalmente por ter que recorrer ao glamour devido a vergonha de sua aparência. A dor de amar alguém que não deveria estar ao seu alcance também é abordada, assim como a forma que ela usa pra manipular os outros, até para se casar, a fim de atingir seus objetivos, sem se importar com causas e consequências, o que prova que ela já era um monstro desde sempre.
Talvez sua ambição seja uma forma desesperada de preencher o vazio deixado pelos pais, pois ela nunca se sentiu amada dentro da própria família. Isso faz com que ela inclusive se sinta perseguida e ameaçada por pessoas inofensivas, o que a leva a se "defender" na base do ataque. Mesmo que seja inteligente, ela não consegue controlar suas psicoses, o que a leva a ser muito cruel.

Dessa forma, o livro oferece motivos plausíveis, mesmo que sejam perturbadores e sombrios, para explicar por que Levana se tornou tão má, aumentando ainda mais nossa aversão a ela. E mesmo que ela continue sendo tão odiosa, sua história triste e carregada de tragédias acaba dando aquele gosto amargo no leitor.

Então, para quem curtiu a série, Levana é um livro essencial que acrescenta bastante à história, mostrando o quão complexa e interessante a história de um personagem secundário pode ser, mesmo que em seu desenvolvimento não haja redenção e fins felizes (afinal, ela é a vilã terrível), e que deve ser lido por quem tem interesse em saber um pouco mais dessa rainha que adoramos odiar.

Winter - Marissa Meyer

18 de novembro de 2016

Título: Winter - As Crônicas Lunares #4
Autora: Marissa Meyer
Editora: Joves Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil/ Ficção
Ano: 2016
Páginas: 688
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Americanas
Sinopse: Depois de Cinder, Scarlet e Cress, inspirados, respectivamente, nas histórias de Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, Marissa Meyer entrega a eles o último capítulo da série, em que reconta a história de Branca de Neve com tintas distópicas. Na trama, a princesa Winter vive subjugada por sua madrasta, Levana, que inveja sua beleza e não aprova os sentimentos da jovem pelo amigo de infância e belo guarda real Jacin. Mas Winter não é tão frágil quanto parece, e, junto com a ciborgue Cinder e seus aliados, a jovem princesa é capaz de iniciar uma revolução e vencer uma guerra que já está em andamento há muito tempo. Será que Cinder, Scarlet, Cress e Winter podem derrotar Levana e encontrar seus finais felizes?

Resenha: No quarto e último volume da série Crônicas Lunares, Marissa Meyer traz ao leitor uma releitura distópica baseada no conto de fadas de Branca de Neve, e, dessa vez, Winter é a personagem principal.

A história se passa pouco tempo após as reviravoltas em Cress, em que Scarlet é levada para Luna se tornando escrava, e só continuou viva por causa da proteção de Winter, e Cinder sequestra Kai para provar seus motivos para seguir com sua revolução e retomar o trono de Luna, se aproveitando do que Levana usou para controlar o povo contra ela mesma: o glamour.

Winter é a linda princesa de Luna, amada por todos os súditos do reino e a rainha Levana é sua madrasta. Levana inveja a beleza de Winter, e odeia que o povo a admire quando ela não possui sangue real. Winter reprimiu seu poder lunar. Ela fez uma promessa de que nunca usaria o glamour para manipular as pessoas e por isso é a protegida de Jacin, um dos guardas do palácio. Porém, por ela não usar seus poderes, eles começam a afetá-la mentalmente de forma negativa: Winter é louca e constantemente sofre de alucinações. Sua loucura a impede de dar uma chance ao amor que sente por Jacin, enquanto ele acredita que ele não a merece por ela ser da realeza. Eles não nutrem somente uma relação muito forte de amizade e companheirismo, mas também um amor secreto que não poderia vir à tona para que Levana não pudesse usar isso contra os dois.
Quando Winter descobre sobre os planos de Cinder, ela decide se juntar ao grupo para ajudar a tripulação da Rampion na revolução...

Narrado em terceira pessoa e trazendo vários pontos de vistas diferentes, Winter traz o desfecho perfeito para uma história revolucionária envolvendo a busca pela libertação de dois povos que se encontram nas garras de uma rainha tirana. Se trata de uma guerra travada contra a opressão, em prol da liberdade, rumo ao felizes para sempre.
A maior qualidade da série é manter a fluidez e um ritmo constante, e dessa forma a conclusão é que em momento algum a autora se perdeu na própria trama, nenhum dos livros são inúteis, tudo o que acontece é importante e todos os personagens representam papéis fundamentais para o desenrolar da história até seu final. Eles são únicos! Uma mecânica habilidosa e um imperador, uma camponesa armada e um soldado destemido, uma hacker e um contrabandista, uma princesa louca e um guarda humilde, e uma andróide hilária e inteligente. Um time de personalidades que aparentemente não tem nada em comum, mas que juntos fizeram toda a diferença.

Há romance, sim, mas este acaba ficando em segundo plano diante da grandeza da guerra iminente.
As subtramas que envolvem cada personagem, e cada casal que se formou ao longo da série, são inteligentes e funcionam como um complemento valioso dentro do enredo em geral.

A capa é linda demais, a mais bonita entre as quatro, e os detalhes também não ficam atrás. O título é prateado e a aplicação em verniz sobre a ilustração dão um toque mais do que especial ao livro. A diagramação é simples, as páginas são amarelas, a fonte segue o mesmo padrão dos outros livros e não encontrei erros de revisão.

Assim como nos livros anteriores, eu pude me envolver com tudo o que a autora criou, desde a ambientação, a escrita viciante, os personagens memoráveis e a conclusão épica! É uma das melhores séries que tive o prazer de acompanhar.

Cress - Marissa Meyer

8 de janeiro de 2016

Título: Cress - As Crônicas Lunares #3
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil/ Ficção
Ano: 2015
Páginas: 496
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Neste terceiro livro da série Crônicas Lunares, Cinder e o capitão Thorne estão foragidos e agora levam Scarlet e Lobo a reboque. Juntos, eles planejam derrubar a rainha Levana e seu exército. Cress talvez possa ajudá-los. A garota vive aprisionada em um satélite desde a infância, com a companhia apenas de telas, o que fez dela uma excelente hacker. Coincidência ou não, infelizmente ela também acabou de receber ordens de Levana para rastrear Cinder e seu bonito cúmplice. Quando um ousado plano de resgatar Cress dá errado, o grupo se separa. Cress enfim conquista a liberdade, mas o preço a se pagar é alto. Enquanto isso, Levana não vai deixar que nada impeça seu casamento com o imperador Kai. Cress, Scarlet e Cinder talvez não tenham a intenção de salvar o mundo, mas muito possivelmente são a última esperança do planeta.

Resenha: Quando iniciei a série As Crônicas Lunares, confesso que, inicialmente, fui fisgada pela capa de Cinder, mas não esperava nada grandioso que me fizesse ficar maluca pela história. Obviamente minhas expectativas foram totalmente superadas e me tornei uma enorme fã da série, da autora e das personagens únicas que ela criou ao se basear em personagens vindas de contos de fadas.
Afinal, o que esperar de uma versão meio ciborgue da Cinderela que trocou o sapatinho por uma perna biônica e muita graxa? Como não amar uma versão de Chapeuzinho Vermelho que trocou a cesta de doces por um revólver e caiu nas graças de um lutador chamado Lobo? Cinder e Scarlet, as protagonistas, me conquistaram a primeira vista e por mais que cada livro seja destinado a uma personagem diferente, a vida de todas estão entrelaçadas devido as questões políticas que envolvem a iminente guerra entre Luna e o planeta Terra.
Eis que a autora conseguiu inovar ainda mais no terceiro livro da série. Depois de tantas questões envolvendo política e poder, temos Cress, baseada em Rapunzel.

Enquanto o príncipe Kaito está em apuros devido ao seu casamento nada desejado com a rainha Levana estar próximo, há sete anos Cress vive presa em um satélite servindo como instrumento para ajudar na dominação da Terra. Sua única companhia, além de si mesma, é seu protótipo com inteligência artificial que ela chama de Pequena Cress. Ela é uma hacker e frequentemente obtém informações da Terra para Sybil, a taumaturga braço direito da terrível rainha Levana. Com Cinder sendo procurada, sua missão principal é encontrá-la através dos rastros deixados em quaisquer vias de comunicação online além de fornecer qualquer tipo de informações que colabore para a conquista.
Mas sua curiosidade pela Terra e pela cultura do povo vão além dos interesses que a mantém hackeando sistemas e, devido aos últimos acontecimentos, e por não ser nada ingênua, ela acaba ajudando Cinder e seus aliados, Scarlet, Lobo, Thorne e Iko (Iko ♥) que estão a bordo da Rampion em segredo. Ela sempre soube a localização da tripulação, mas escondeu tudo o que sabia de Sybil passando algumas informações inúteis que não a levava em lugar algum.

Após um contato breve, Cress dá sua localização e espera ser resgatada por Cinder, mas o plano ousado acaba não saindo conforme deveria... Apesar de ter conseguido fugir do satélite, o grupo fica desfalcado de alguns membros que, por motivo de força maior, acabam seguindo por um outro caminho... Agora, ao lado Cinder e Thorne, Cress mostra que sua disposição para entrar na batalha não vai ser perdida tão facilmente e, mesmo que pareça frágil, toda a sua força virá a tona.

Narrado em terceira pessoa em capítulos curtos e alternados, Cress é um tipo de leitura completamente viciante. A fluidez da escrita somada à criatividade e à originalidade da trama surpreendem. A sensação é de puro êxtase do início ao fim. Os capítulos se alternam de forma que os personagens, independente de onde tenham ido parar, ganhem foco e destaque.
Eu adorei Cress, ou como é seu nome verdadeiro, Lua Crescente. Cress não é apresentada como uma jovem inteiramente sã. Por mais inteligente que seja, os anos em confinamento e solidão meio que foram responsáveis por deixá-la meio maluca e desajeitada. Em suas horas livres seu passatempo era ler romances, buscar informações sobre os tripulantes da Rampion, ler mais romances, stalkear Thorne, ler mais, e idealizar uma vida pra si mesma longe daquele satélite, longe de Sybil, sonhando como seria se fosse livre e pudesse estar nos braços de um cara forte e corajoso, como Thorne... É claro que ela tem consciência de que um "anti-herói do bem" como Thorne jamais poderia ser considerado um príncipe encantado e esses pontos construíram uma personalidade que fez dela uma personagem única e divertida, que deu um ar leve e descontraído para que a história não fosse totalmente sangrenta, sombria e pesada.

A autora mantém as personagens dos livros anteriores e dá espaço a todas elas sem que nenhuma fique de lado ou com menos importância. Cada uma das protagonistas tem um papel distinto e a cada nova descoberta aprendem mais, ganham mais experiência e amadurecem.
A série, de forma geral, parece estar numa fase diferente da que encontramos nos outros livros, já que é possível perceber que devido a situação política, a realidade está mudando e se tornando ainda pior do que antes, e é isso que dá o ar sombrio à história. As Crônicas Lunares é um conto de fadas sangrento, a questão da Letumose ganha uma nova abordagem e as coisas estão bem piores do que imaginavámos...

Os personagens são ótimos, suas personalidades são marcantes e os tornam únicos. Ao lermos os pontos de vistas de cada um deles, podemos distinguir um do outro com facilidade pois a personalidade e o jeito de ser parece estar entranhado em cada atitude ou modo de falar.
É um livro rápido de ser lido pois tudo é muito ágil e dinâmico, sempre está acontecendo algo com alguém em algum lugar e não há brechas para tédio. As caminhadas no deserto parecem ser cansativas a princípio, mas acabam sendo uma grande aventura, perfeita para nos aprofundarmos um pouco mais nos personagens e conhecê-los e admirá-los ainda mais já que se metem em situações não muito favoráveis.

Achei Kaito um tanto idiota pois a rainha parecia sempre estar dez passos a frente dele. Ele deveria ter mais maturidade para governar e bolar estratégias de guerra, ou pelo menos algo que pudesse ser usado para impedir ou atrapalhar o glamour dos lunares (o poder de "hipnose" que eles tem, resumindo a ideia). Se não sabe nada ou tem medo, chame alguém que saiba e possa ajudá-lo! Mas não... É completamente angustiante acompanhar o desespero dele e perceber o quanto ele está despreparado quando o assunto é a rainha, o casamento e o que tal golpe iria implicar para o império caso ela tomasse o poder na Terra, e em vez de ele tomar uma atitude digna da posição que ocupa, prefere ficar encolhido pelos cantos. Vamos crescer e aparecer, amigo.
Um ponto hilário é o sarcasmo de Thorne. O que é esse cara, gente? As cenas dele com Cress são impagáveis e dignas de risadas altas. Ele se tornou um dos meus personagens preferidos por ser tão impossível.

A capa dispensa maiores comentários. É linda de viver e ilustra até a mania de Cress ao enrolar o próprio cabelo no braço. A diagramação é caprichada. O livro é dividido em quatro partes e cada uma delas tem ornamentos e uma frase que serve de entrada para o capítulo que vem a seguir separando bem a história. As páginas são amarelas e a revisão está impecável.

Posso dizer que Cress deu um up na série e é o melhor dos três até agora. O livro tem ação, consegue emocionar, causa indignação devido as injustiças que acontecem e ainda nos arranca risadas!
Eu estou simplesmente morta feat. enterrada com essa série viciante que consegue misturar tantas questões sérias sem tornar nada confuso, e não vejo a hora da Rocco lançar a sequência, Winter. A capa consegue ser ainda mais linda do que as dos outros livros juntas, espiem:


Série mais do que recomendada!

Scarlet - Marissa Meyer

25 de setembro de 2014

Título: Scarlet - As Crônicas Lunares #2
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Regiane Winarski
Gênero: Distopia/Juvenil/Sci-fi
Ano: 2014
Páginas: 480
Nota: ★★★★★
Sinopse: Scarlet, segundo livro da saga, é inspirado em Chapeuzinho Vermelho e mostra o encontro da heroína ciborgue que dá nome ao romance anterior com uma jovem ruiva que está em busca da avó desaparecida. Em uma trama recheada de ação e aventura, com um toque de sensualidade e ficção científica, Marissa Meyer prende a atenção dos leitores e os deixa ansiosos pelos próximos volumes da série.

Resenha: Scarlet é o segundo volume da série "Crônicas Lunares", escrita por Marissa Meyer e lançado pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco e que dá continuidade a Cinder.
A resenha pode ter spoilers do livro anterior visto que Cinder continua sendo uma personagem que marca presença e tem grande importância na história, mesmo com a inserção de uma trama vivenciada por uma segunda protagonista, Scarlet Benoit.
A avó de Scarlet já está desaparecida há duas semanas e após as autoridades terem recusado o pedido de ajuda da garota, ela resolve fazer a busca por conta própria.

Inspirada na história de Chapeuzinho Vermelho, Scarlet ganha uma roupagem totalmente nova num cenário futurístico e bem tecnológico pós guerra. Sua capa vermelha dá lugar a um capuz funcional e sua cestinha de doces foi substituída por um revólver carregado que ela ganhou de presente da avó ao completar 11 anos, afinal, nunca se sabe quando um estranho pode aparecer para levá-la para onde não se quer ir... Então esqueça a ideia de uma garotinha indefesa e curiosa pelo caminho desconhecido, principalmente quando Lobo, um lutador de rua mui caliente, parece ter informações sobre o paradeiro de sua avó. Scarlet não tem medo de usar sua arma se necessário...

Determinada a encontrar sua avó, ela não se importa com nada que esteja em seu caminho, mesmo que o mistério que envolve o desaparecimento dela possa estar ligado a um grande segredo que pode colocar sua vida em perigo, e também, a questões políticas muito maiores do que se possa imaginar e que incluem Cinder, que agora está preocupada em fugir depois de ter sido presa no baile por ordem de Levana, a rainha de Luna, que tem planos maquiavélicos que envolvem o príncipe Kaito e todo o império. Porém, a fuga de Cinder pode colocá-la como a pessoa fugitiva mais procurada do mundo, e sua madrasta, Adria, não tem a menor intenção de acobertá-la, muito pelo contrário...
Scarlet e Lobo, mesmo que haja desconfiança por parte da garota, são atraídos um ao outro a medida que convivem juntos em busca da avó.

Com uma trama repleta de ação, segredos e muitas surpresas, Scarlet e Lobo vão em busca da avó, enquanto paralelamente, Cinder e Thorne, um ex cadete da força aérea americana condenado e preso, fogem da cadeia enquanto tentam não serem pegos e impedir que Levana se case com o príncipe Kai, tornando-o seu prisoneiro... Até que seus caminhos se cruzam e eles se deparam com um enigma a ser desvendado ao conhecerem Cinder e um pouco de sua história.

Narrado em terceira pessoa de forma bastante fluída, podemos acompanhar as duas protagonistas em suas jornadas para chegarem aos seus objetivos distintos e o ritmo, assim como no primeiro livro, é frenético e bem intenso.
Scarlet é bem destemida e, assim como "Simba", ela ri na cara do perigo, hahahahá!
Lobo é um bad boy cuja confiança vai sendo conquistada aos poucos. Apesar de ser páreo duro e um lutador exímio e mortal, ainda tem um quê de timidez e doçura quando está em companhia de Scarlet.
Cinder desenvolve suas habilidades lunares recém descobertas e começa a descobrir mais sobre seu passado misterioso.

Thorne dá um toque cômico à história e prevejo um romance brotando no próximo livro...
Não posso me esquecer de mencionar a androide Iko, que dessa vez consegue ajudar e ser fiel a Cinder, após ter tido seu chip de inteligência conectado à nave do capitão. Quero uma Iko pra mim.
Kaito também tem grande importância na história, pois começa a descobrir mais sobre Cinder e acredita que ela não se parece com nada quando se conheceram e o quanto isso o deixa em conflito.

Confesso ter gostado mais de Cinder, mas Scarlet é uma delícia de se ler. É como um grande quebra-cabeças em que diferentes contos de fadas estão, de certa forma, interligados, e por mais modificado que sejam, me faz enxergá-los com outros olhos. Por essa e por outras, Marissa Meyer conseguiu elevar uma releitura doce e inocente a um patamar bastante superior no que diz respeito a originalidade, trazendo aos leitores e fãs do gênero uma aventura distópica com um enredo sombrio e cheio de mistérios, tecendo duas histórias distintas, ao mesmo tempo que faz parecer ser uma só, e que fazem a ansiedade pelo fim da série aflorar desesperadamente em qualquer um.
E que venha Cress!

Cinder - Marissa Meyer

28 de junho de 2013

Lido em: Junho de 2013
Título: Cinder - As Crônicas Lunares #1
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil/Ficção/Releitura
Ano: 2013
Páginas: 448
Nota: ★★★★★
Sinopse: Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.

Resenha: Cinder é o primeiro volume da série "Crônicas Lunares", escrita por Marissa Meyer e lançado pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.

Há 126 anos, toda a catástrofe gerada pela Quarta Guerra Mundial chegou ao fim, dando início a Terceira Era, e desde então, a Comunidade Oriental nasceu, unindo povos, cultura e ideais com propósito de fortalecer os cidadãos, que optaram pela paz em vez da guerra, e Pequim se reergueu como Nova Pequim. Apesar de a guerra ter terminado, um problema que assola e devasta campos e cidades inteiras há muitos anos persiste: a letumose, uma doença letal. E é contra essa doença que o império travou uma batalha que, até então, não foi bem sucedida...

E é nesse cenário que conhecemos Lihn Cinder, uma garota de 16 anos que, devido há um grave acidente que sofreu no passado, foi "reparada" de forma que 36,48% de seu corpo passou a ser sintético. Ela se tornou uma ciborgue, com direito a fiação, aço, bioeletricidade, visor óptico, um software conectado em rede que lhe dá acesso a um completo banco de dados, uma perna biônica e um dom para lidar com todos os tipos de peças e mecanismos a tornando a melhor mecânica de toda Nova Pequim. Mas por trás de toda essa habilidade, poucos sabem de sua história, já que vive excluída. Depois de ter sobrevivido ao acidente, que aconteceu aos seus 11 anos, ela foi adotada. Adria, sua "madrasta" e guardiã, além de nem considerá-la como humana, encontra nesse dom uma fonte de renda fácil, explorando e maltratando Cinder. Pearl e Peony são suas meio-irmãs, que estavam sendo preparadas por Adria para o grande baile imperial. Pearl trata Cinder com muito descaso, o que faz com que a ciborgue só tenha a companhia de Peony e de Iko, a androide ajudante.

Justamente por saber consertar tudo, foi procurada pelo próprio príncipe Kaito, herdeiro do Império, para que ela consertasse sua andróide, Nainsi, que parou de funcionar, e o que deveria ser um simples trabalho de reparo, acaba indo além... Ao sair com Iko e a irmã em busca de peças, Peony acaba sendo contaminada pela letumose e levada para quarentena. Como castigo por ter exposto a irmã, Adria envia Cinder como "voluntária" para que os cientistas façam testes, a usando como cobaia para mais um experimento que tem como objetivo encontrar a cura, e é a partir dos resultados dos exames e das descobertas feitas pelo Dr. Erland que o destino de Cinder mudará para sempre, principalmente quando ela descobre os segredos que acercam o defeito de Nainsi... Conspirações e ameaças de invasão dos Lunares (uma raça misteriosa que vive na lua) são alguns dos problemas que o império começa a enfrentar, e em meio a toda a confusão, o baile imperial está se aproximando...

Dividida em quatro partes, a fim de separar os acontecimentos importantes, e narrada em terceira pessoa, a história mescla elementos de um dos mais famosos contos de fadas que conhecemos, ficção científica, questões políticas e sociais e preconceito para que uma distopia fantástica pudesse nos ser apresentada. E isso tudo ambientado no oriente, então imaginei toda a tecnologia e modernidade manipuladas por personagens de olhos puxadinhos. A história é tão bem escrita, tão envolvente e flui tão bem, que suas quase 450 páginas podem ser lidas de uma vez. Somos poupados de muitos detalhes das características físicas, mas isso não impede de imaginarmos personagens bem construídos, cada qual com sua importância na história.

Cinder se conformou que está a margem da sociedade por estar em uma das classes mais baixas que existem, o que a coloca como uma monstruosidade, uma aberração, mas isso não tira sua força, sua inteligência nem seus propósitos. Um ponto interessante é que devido a cirurgia cibernética, seus dutos lacrimais foram removidos e Cinder não chora e nem fica corada, mas isso não a impede de sentir emoções apesar de sempre demonstrar frieza, e considerei isso como um ponto super original e positivo, pois isso a torna uma personagem que não aflora hormônios melosos para todos os cantos nem demonstra vergonha caso se encontre em alguma situação embaraçosa.
Não era sua culpa ele ter gostado dela.
Não era culpa dela ser ciborgue.
Ela não pediria desculpas.
- pág. 387
Outro ponto muito bacana é a inserção dessa sociedade que vive na Lua, pra ser mais exata em Luna, os chamados lunares, que vivem sob o comando da rainha Levana, inescrupulosa, vingativa, dissimulada e calculista que ainda tem um exército a seu dispor. É um povo mutante e misterioso e alguns deles possuem dons de manipulação sobre os outros e achei isso super adequado, visto que a própria lua é conhecida em muitas histórias e lendas pelo seu poder de "hipnotizar", cheia de misticismo e magia, e devido a isso, são uma incógnita para os terráqueos, que não sabem das suas reais intenções.

Algumas coisas são um pouco previsíveis, já que temos como base um conto de fadas conhecido, mas a criatividade da autora em unir tudo isso faz de Cinder uma agradável e original surpresa a cada capítulo, cheia de ação, mistérios e um toque de romance bem sutil.
Com relação a parte física do livro, a capa é espetacular, a diagramação muito bem feita e a revisão foi ótima. As páginas são amareladas e a fonte, apesar de diferente dos demais livros, tem um tamanho perfeito.

Enfim, como não amar uma versão futurística de Cinderela, com perna e pé biônicos em vez de um sapatinho de cristal, suja de graxa em vez de coberta por andrajos, com uma ajudante androide munida com um chip de inteligência em vez de ratinhos e passarinhos, com um carro velho tirado do meio das sucatas em vez de uma abóbora transformada em carruagem e sua própria força de vontade em vez de uma fada madrinha?
Simplesmente irresistível e imperdível! Esperando a continuação, Scarlet, mais ansiosa do que nunca!