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Pode Beijar a Noiva - Patricia Cabot

16 de fevereiro de 2017

Título: Pode Beijar a Noiva
Autora: Patricia Cabot
Editora: Essência/Planeta de Livros
Gênero: Romance de Época
Ano: 2016 (2ª edição)
Páginas: 240
Nota:★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando tudo parece estar perdido para Emma Van Court, que acaba de se tornar viúva, a promessa de uma grande fortuna lhe cai dos céus. Mas há uma condição para abocanhar a herança: ela terá de se casar novamente. Como não se especificou o noivo, todos os homens da pequena Faires, na Escócia, resolvem participar dessa corrida do ouro e passam a disputar as atenções da jovem viúva.
Os competitivos pretendentes só não contavam com a presença de James Marbury, primo do falecido marido, Stuart, que chega ao vilarejo para ajudar Emma com os trâmites do inventário. No passado, os dois tiveram uma aproximação, e James ainda nutre fortes sentimentos pela, agora, viúva.
Conseguirá ele afastar a horda de interesseiros pretendentes e finalmente se juntar à sua amada?

Resenha: Patricia Cabot é o pseudônimo utilizado pela autora Meg Cabot para seus romances de época voltados ao público mais adulto e com toques levemente picantes. Pode Beijar a Noiva é a segunda edição do livro com novo - e mais moderno - projeto gráfico publicado pela Editora Planeta de Livros, sob o selo Essência.

Emma Van Court é uma jovem órfã que vive com os tios e é dedicada a ajudar os necessitados. Desde criança ela convive com James e Stuart, que são primos mas com personalidades bastante diferentes.
Emma sempre fora apaixonada por Stuart já que ele tem uma forma de pensar bem parecida com a dela. Enquanto Stuart é religioso e pratica caridade, James é cheio de ambições.
Quando Emma e Stuart decidem se casar, a família da moça repudia a ideia, e por isso eles fogem para uma ilha na Escócia e se casam longe de seus familiares. Mas nada saiu como eles esperavam pois, além de passarem a viver numa cabana que não oferecia o luxo e o conforto dos quais eles estavam acostumados, o casamento não foi como Emma imaginou que seria.
Mas pouco tempo depois do casamento, Stuart morre e Emma se torna a viúva mais cobiçada da ilha devido a herança que receberia do falecido marido. O problema é que ela só poderia colocar as mãos no dinheiro se ela se casasse outra vez, coisa que ela não tinha a menor intenção, afinal, quem de luto teria cabeça para lidar com tantos pretendentes inconvenientes e insistentes num momento tão delicado da vida?
Sabendo da morte do primo, James, conhecido como Conde Denham, viaja até a ilha para buscar o corpo de Stuart para que ele fosse enterrado no mausoléo da família, e lá se depara com Emma e a situação difícil em que ela se encontrava. Logo ele enxerga uma grande oportunidade para conquistá-la e se casar com Emma já que desde sempre é apaixonado pela moça. Pensando que seria um casamento temporário e por conveniência, Emma volta para Londres e aceita a proposta de James, mas ele não tem a menor intenção de se separar dela...

Narrado em terceira pessoa, a história se desenvolve de forma agradável, sem muitas reviravoltas ou surpresas.
Basicamente temos um romance clichê onde a protagonista, embora determinada, é muito romântica e sonhadora, e idealiza um casamento perfeito com aquele que acreditava ser sua alma gêmea e que a faria feliz para sempre, mas depois de abrir mão de tudo para se casar, se depara com uma outra realidade bem diferente da qual ela esperava. Stuart se torna pastor do vilarejo devido a sua vocação para a religião e a vontade de ajudar o próximo, e se revela um marido indiferente à esposa que não se preocupava nem um pouco com suas "necessidades físicas".
Em contrapartida, temos James, o completo oposto do primo. Bonitão, bom partido e cobiçado pela mulherada, mas nada interessado em se prender a ninguém por já nutrir um sentimento forte por Emma desde o passado. Ele é aquele tipo que sempre conseguiu tudo o que quis, menos o amor da mulher que ama, e, com a notícia do noivado, ele foi o primeiro a tentar impedir o casamento. Obviamente isso gerou conflitos familiares e muito ressentimento, mas no fundo não senti que ele fez o que fez por egoísmo, mas sim por conhecer muito bem o primo a quem ele considerava um irmão e saber que ele não era o melhor partido para Emma. Mesmo que a princípio tenha parecido que ele foi oportunista ao propor um casamento forjado, é aí que ele teria a chance de mostrar - e provar - a Emma que ele mudou e que ele é o homem ideal para estar ao lado dela.

Mesmo que o livro seja um romance de época, eu senti falta de mais sentimentalismo, mais paixão e mais romantismo. James ama Emma, mas ele é fechado e não consegue demonstrar isso com muita clareza. Há toques de mistério envoltos por alguns segredos que equilibram o enredo para não torná-lo meloso e, de forma geral, os personagens tem suas particularidades que os tornam especiais, mas nem sempre de forma a despertar a simpatia do leitor. Emma, mesmo sendo a protagonista, não me agradou muito, pois por mais que ela seja uma pessoa de bem, ela não consegue enxergar o que está diante dos seus olhos, sempre acha que não tem o bastante a oferecer se inferiorizando sem necessidade, e esse tipo de comportamento já é batido, cansativo e se a trama não trouxer outros elementos mais atrativos o resultado é um fiasco. Sei que as mulheres tinham um comportamento "padrão" para a época, sempre recatadas, submissas, bobas (pra não falar idiotas) e até resistentes ao que elas não estão acostumadas, mas Emma irrita bastante com seu comportamento ultrapassado. O ponto alto é o próprio James, já que é impossível não se encantar pelo rapaz.

De forma geral, Pode Beijar a Noiva é um romance leve, com foco maior nos sentimentos do que nas atitudes, com toques de sensualidade na medida e no momento certo, e com o típico bom humor que a autora nunca deixa de fora de suas obras. É um livro bom, que faz com que o leitor torça para que tudo dê certo e até arranca alguns suspiros de leve, mas bem previsível e que funciona mais como um passa-tempo. O ideal é que o leitor embarque na leitura sem grandes expectativas já que não tráz nada de muito inovador ou original a ponto de se tornar memorável. Sem desmerecer esta, mas Patricia Cabot já escreveu histórias melhores e mais envolventes...

Aprendendo a Seduzir - Patricia Cabot

18 de abril de 2016

Título: Aprendendo a Seduzir
Autora: Patricia Cabot
Editora: Essência/Planeta
Gênero: Romance de época
Ano: 2016 (2ª edição)
Páginas: 368
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O que qualquer mulher faria se flagrasse o noivo aos beijos com outra mulher? Cancelaria o casamento e nunca mais colocaria os olhos no desalmado traidor. Certo? Não lady Caroline Linford.
Apaixonada pelo belo e galante marquês de Winchilsea, ela não se dá por vencida e resolve ir em frente com o casamento. Afinal, lady Linford ama seu prometido.
Com o intuito de se tornar o único objeto do desejo de seu noivo, ela convoca o renomado Braden Granville, mestre na arte da sedução, para, com ele, aprender a ser a melhor amante que Winchilsea pode vir a ter.
Porém, a aluna se torna tão aplicada que arrancará mais que elogios de seu professor...
Resenha: Aprendendo a Seduzir, escrito por Patricia Cabot (pseudônimo utilizado por Meg Cabot para escrever histórias voltadas ao público mais adulto) já havia sido lançado em 2011 pelo selo Essência da Editora Planeta e, agora em 2016, foi relançado sob novo projeto gráfico.

A história se passa no ano de 1870, em Londres, e somos apresentados a Lady Caroline Linford, uma jovem donzela cuja família se tornou respeitável e reconhecida após seu genial pai receber o título de conde por uma invenção totalmente revolucionária: o encanamento com água quente que fora instalado no banheiro do palácio real!
Caroline é recatada, inteligente, dona de um bom dote, e foi prometida ao Lord Hurst Slater, o marquês de Winchilsea, um homem respeitado que "salvou" o irmão dela após ter sido atacado por um malfeitor e largado a míngua. Em dívida com o marquês, o casamento arranjado, comum à época, era a melhor forma de demonstrar a gratidão eterna da família para com o cavalheiro e Caroline estava muito feliz por estar prestes a realizar seu sonho de se casar e viver feliz.
Mas numa festa de gala oferecida por Dame Ashforth, uma das idosas mais endinheiradas de Londres, Caroline se esgueirou pela casa a procura de Hurst e acaba flagrando o noivo no maior agarramento com Lady Jacquelyn Seldon em um dos aposentos da mansão sem que eles percebessem, mas, em vez de fazer um escândalo e cancelar o casamento, ela mantém o que viu em segredo, se culpa pela traição que sofreu por acreditar ser inexperiente e não se dá por vencida. Ao sair as escondidas do aposento, ela se depara com Braden Grandville a procura de sua noiva, a própria Lady Jacquelyn, mas Caroline jamais poderia entregar Hurst se não quisesse se envolver num escândalo.
Braden Grandville é conhecido como Lothario de Londres, em homenagem a um personagem da literatura que ficou famoso por seduzir e enganar mulheres. Branden é um burguês e não é bem visto pelos nobres da sociedade, tanto por ter fama de conquistador, quanto por ter enriquecido as custas do próprio trabalho. Ele não herdou nenhuma fortuna do pai e ser pobre e ter crescido na periferia de Londres não foi algo que o tornou digno...
Branden procurava motivos para cancelar o noivado e se tivesse uma prova de que Jacquelyn o traiu ele poderia fazer isso sem ser processado por ela, e Caroline, após ter presenciado a traição, começa a bolas formas de aprender a ser mais audaciosa. Se ela soubesse o que fazer para seduzir Hurst, ele não ficaria interessado em mais ninguém e teria olhos apenas para ela.
E a partir desses dois propósitos, Caroline decide propor a Branden que ele lhe ensine as artimanhas do sexo já que tem tanto conhecimento sobre o assunto, e, em troca de seus serviços, ela concordaria em depôr a favor dele como testemunha da traição de Jacquelyn para que ele pudesse ficar livre desse casamento.
E a partir desta premissa, Caroline e Braden começam a ter uma relação que, na teoria, deveria ser profissional e o empenho da moça poderá superar as suas expectativas...

A narrativa do livro é feita em terceira pessoa e é bastante dinâmica e cheia de toques de muito bom humor, mas demora um pouco a engrenar já que os acontecimentos se desenrolam de forma bastante lenta. Apesar do erotismo que se faz presente em vários momentos, a forma como as coisas são descritas e encaradas pelos personagens são bastante inocentes e a leitura acaba sendo bastante leve e despretenciosa.
É engraçado acompanhar uma história que se passa em outra época onde as pessoas tinham costumes e valores totalmente diferentes dos quais estamos acostumados.
Algumas atitudes de Caroline podem ser irritantes, como se colocar em posição inferior ao noivo pilantra e até da própria amante dele, se sujeitar as ideias medievais da mãe que acredita que traição faz parte do casamento ao mesmo tempo que tem total repulsa por qualquer tipo de intimidade, e se comportar ou tomar decisões de forma impensada e ingênua na grande maioria das vezes, mas acho que tudo se refere à cultura e de como era o funcionamento da sociedade no século XIX.

Sobre a capa, apesar de bonita e chamativa, tenho minhas ressalvas. Não gosto quando o nome do autor tem mais destaque do que o título. Diferente desta, achei que a capa da primeira edição lembra e tem muito mais a ver com romance histórico sem transparecer o teor sexual da trama. Essa capa nova já mostra uma moça exibindo sensualidade e levando em consideração a história em si, sinceramente, não gostei muito da combinação. Mas fora isso, a diagramação é idêntica à primeira edição.
"Educating Caroline" é o título original da obra, e a tradução pode sugerir que o livro seja voltado ao gênero de autoajuda, mas está longe disso. Temos uma trama que condiz com os acontecimentos da época em que a história se passa, tanto pela descrição do cenário, das características dos personagens, e dos seus costumes, inclusive no que diz respeito aos casamentos arranjados que eram muito comuns, e até o da cultura do "desmaio" que Caroline tanto despreza, onde as donzelas caem desmaiadas a qualquer tipo de emoção mais forte. A forma como a autora descreve esses fatores é muito divertida e engraçada sem perder a seriedade.
Os personagens secundários também são bastante cativantes e importantes para o desenrolar dos fatos, e o destaque maior fica com Tommy, o irmão de Caroline a quem Hurst "salvou", e Emmy, sua melhor amiga que já demonstrava ser feminista de um jeito super divertido mesmo quando o termo sequer existia.

Enquanto Caroline é apresentada como a mocinha ingênua, Jacquelyn com toda aquela pompa e caráter duvidoso é encarada como sua rival, que usa de diversos artifícios, mesmo que sujos, para conseguir o que quer e de quem quer.
Já Braden tem aquela pose de durão galante, mas com o passar do tempo percebemos que ele é doce, gentil e tem um grande coração.
A paixão e o desejo são explorados com muita realidade principalmente porque os protagonistas possuem muita química, o que torna seus momentos juntos super cativantes. Fica claro, desde o início, que os dois estão envolvidos com pessoas interesseiras e nada confiáveis e a todo momento nos pegamos torcendo para que eles fiquem livres e possam encontrar a felicidade um no outro. As aulas que Caroline tem com Braden acabam sendo uma desculpa para que eles possam cair na real sobre a situação em que se encontram e com quem estão metidos.
A história num geral é super bem construída. Enquanto a leitura discorre nos pegamos refletindo acerca das formas de amor que são apresentadas, sobre aquele amor forçado proveniente de um casamento arranjado, daquele que se mistura com a paixão e é passageiro, e daquele que é construído e vai ganhado força e solidez aos poucos se tornando real e verdadeiro.

Pra quem quer ler um romance histórico adorável, envolvendo conspirações, mistérios e uma história de amor super bonita e convincente, é mais do que indicado.


Um Amor Escandaloso - Patricia Cabot

26 de julho de 2015

Lido em: Julho de 2015
Título: Um Amor Escandaloso
Autora: Patricia Cabot (Meg Cabot)
Editora: Record
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 378
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando a bela Kate Mayhew é contratada como dama de companhia de Isabel, filha de Burke Traherne, o marquês de Wingate se vê numa situação complicada. Por um lado, tem consciência de que a Srta. Mayhew é exatamente o que a jovem precisa, mas, ao admiti-la em sua casa, o marquês é obrigado a controlar a atração que sente pela moça. O grande inconveniente é que o cargo que ela ocupa a impede de se tornar uma de suas amantes. E Burke vive sob o juramento de nunca mais se casar, depois de ter flagrado a ex-esposa num ato de traição.
Já a Srta. Mayhew não consegue parar de pensar em um homem pelo qual jurou nunca se apaixonar, e esconde um escândalo do passado. Ousará a bela moça lutar contra seus desejos e os fantasmas que parecem persegui-la? O homem que frequenta seus sonhos mais despudorados e o que habita seus piores pesadelos aproxima-se cada vez mais, e ela não sabe por quanto tempo mais conseguirá suportar.

Resenha: Um Amor Escandaloso, escrito por Patricia Cabot e publicado no Brasil pela Editora Record é um romance de época que se passa no ano de 1879 em Londres e traz como protagonistas Kate Mayhew e Burke Traherne.
A cena de um homem carregando uma jovem nos ombros enquanto ela se debatia tentando escapar foi o bastante para fazer Kate agir. A fim de ajudar a moça a se livrar daquele "sequestro", Kate logo intimida o raptor cutucando seu peito com a ponta de seu inseparável guarda-chuva ameaçando chamar a polícia caso ele não desistisse da ideia de se aproveitar daquela jovem indefesa. Mas mal sabia ela que se tratava de uma briga entre Isabel e seu pai, o marquês de Wingate, Burke Traherne, e que graças a sua intromissão e coragem de enfrentar aquele homem rude e truculento ela acabaria sendo contratada como dama de companhia da jovem e que isso iria mudar sua vida.

Lorde Burke tem um título que lhe inspira respeito na cidade, mas ter sido traído pela esposa fez com que seu coração virasse pedra, e isso o transformou em alguém extremamente frio que vive sob o juramento de que nunca mais vai se casar. A própria sociedade não faz questão de esquecer do vexame e tal decepção amorosa fez com que ele acreditasse que o que não se pode controlar não deve ser incentivado e que o amor é pura ilusão e bobagem. Ele, então, mantém amantes com as quais só tem um relacionamento físico, um envolvimento puramente carnal.
Mas a aproximação de Kate começa a mexer com seus sentimentos e tudo indica que é recíproco. Kate se vê atraída por aquele homem grosseiro por quem jurou nunca se apaixonar. Burke, apavorado por não conseguir controlar seus sentidos, tenta de todas as formas não se envolver num relacionamento amoroso mas também não quer se ver livre da jovem e bela Kate.

Narrado em terceira pessoa em meio a uma escrita mais floreada, mas ainda assim bastante fácil e fluída a fim de combinar com a época em que a história se passa, conhecemos um pouco mais da história de Kate e de Burke e como eles embarcam num relacionamento que vai contra seus princípios mas que fará com que eles superem seus próprios limites quando decidem se render ao desejo e à atração inevitável que sentem um pelo outro. E por mais que a história seja encantadora e ainda traga um toque de mistério, ainda podemos perceber um ar cômico devido as atitudes características e hilárias dos personagens que tornam a história bastante engraçada.

Kate é uma personagem forte, determinada e culta. Ela adora ler e ainda se refere aos livros como sendo sua família. Sua história de vida não é muito feliz e ela carrega traumas envolvendo seus pais, mas sua garra para seguir em frente é o que a motiva. Ela é simpática e amável a ponto de conquistar as pessoas, mas firme o bastante para colocá-las em seu devido lugar quando necessário. Ela é desconfiada mas sua lealdade perante aqueles que ama é sem igual. Seu rosto expressivo não é capaz de esconder suas emoções, sendo o oposto de Burke, que após o episódio com a esposa infiel se fechou para o amor. Ele é o tipo personagem viril que tem urgência em ter o que quer, quando quer. Ele perde a paciência com facilidade, tem ataques de fúria e atira qualquer coisa ou qualquer um pela janela, mas como pode um homem que, assim como Kate, também ama ler ser tão rude e não ter sensibilidade? Toda aquela truculência, no mínimo, só serve para mascarar o que ele tanto teme mas ele é capaz, sim, de rever seus conceitos quando o coração bate mais forte... E ele percebe que Kate é diferente o bastante para que ele possa, enfim, ceder. Posso dizer que eles tem pontos em comum, pois ambos possuem um "escândalo" em particular em suas vidas e foram marcados pela perda, e isso fez com que eles criassem uma resistência quando o assunto é se apegar ou confiar em alguém.

Um ponto muito bacana na história é a construção de Isabel, filha mimada de Burke. A habilidade que ela tem em fazer com que o pai perca a paciência devido a sua busca incansável por um marido nos eventos da alta sociedade não só serve para dar um ar leve à história, como também para mostrar a Burke que, apesar de tudo o que a garota apronta, ela tem os próprios sonhos e ideais e aprende com os próprios erros.

Além dos diálogos, os personagens secundários também foram responsáveis por enriquecer bastante o enredo e todos tem importância fundamental para o desfecho.
Por mais que o final tenha sido previsível e corrido, foi mais do que satisfatório poder embarcar numa leitura onde os personagens evoluem com suas novas descobertas e que descobrem sentimentos dentro de si mesmos os tornando capazes de se redimirem em nome de um sentimento ainda maior e melhor do que aqueles que os tornaram fechados. A história aborda sentimentos que acabam por destruir alguém mais fraco, como a vergonha, o ressentimento, a desconfiança e o ódio, sentimentos estes que podem ser superados se os envolvidos permitirem que isso aconteça e se deixem levar pelo desejo e pelo amor, logo, o livro foi além das minhas expectativas.

A edição da Record está impecável. A capa combina com os demais livros sobre romance de época da autora e o título é em alto relevo. As páginas são amarelas, a fonte é grande e os capítulos são curtos, o que colabora para uma leitura bem rápida.

Para quem procura por um romance de época bastante palpável, com personagens dinâmicos e muito bem construídos, que deixam aflorar romantismo, sensualidade e muita paixão enquanto é regado a mistérios e toques de muito bom humor, é leitura mais do que recomendada.