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Príncipe Partido - Erin Watt

10 de novembro de 2017

Título: Príncipe Partido - The Royals #2
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★☆
Sinopse: Reed tinha tudo na vida: beleza, status e dinheiro. As garotas da sua escola matariam para sair com ele, os caras queriam ser como ele, mas Reed nunca tinha dado a mínima para nada disso. Nem para a família. Até que Ella Harper apareceu na sua vida. Quando Ella chegou à mansão dos Royal, o que ele mais queria era que a nova hóspede sumisse, mas ela o conquistou e, agora, Reed irá fazer de tudo para mantê-la por perto. Ella lhe dá segurança, lhe transmite paz, o aconchega... sensações que há muito tempo não sentia. Porém Reed comete um deslize e Ella se afasta por completo, trazendo caos à família Royal. Reed vê seu mundo desmoronar e toda a esperança de viver um romance com Ella desaparece. A garota dos sonhos de Reed não quer mais saber dele, porque sabe que se ficarem juntos, isso vai destruí-los. Ella pode estar certa.

Resenha: Príncipe Partido é o segundo volume da série The Royals e dá continuidade aos acontecimentos do primeiro volume, Princesa de Papel do ponto onde terminou.
Ella fugiu depois de um enorme deslize cometido por Reed e não quer mais saber dele. O rapaz sabe que é culpado pelo que fez e ninguém sente mais a falta de Ella quanto ele. Toda a família Royal está indignada e furiosa com Reed, mas não tanto quanto ele próprio, pois da mesma forma que desprezaram a moça quando a conheceram, com o passar do tempo eles a conheceram melhor e aprenderam a amá-la.

Depois de todas as besteiras inomináveis que Reed fez, e de como, muitas vezes, Ella parece não ter usado o cérebro para tomar algumas atitudes, fiquei na expectativa de encontrar algo próximo da redenção neste volume.
Narrado em primeira pessoa, desta vez temos o ponto de vista de Reed além do de Ella para tentarmos compreender as motivações do rapaz que continua achando que pode resolver tudo na base da violência ou, assim como seu pai, com dinheiro. Alguns pontos até esclarecem algumas das atitudes que o rapaz tomou, mas confesso não ter achado muito necessário entrar na cabeça de um personagem arrogante e, muitas vezes, desagradável. Ele deu uma melhorada? Sim! Mas pra mim não foi o suficiente, sorry.

A escrita das autoras é bastante envolvente e fluída, e por abordar o universo adolescente de uma forma mais crua, assim como no livro anterior, nos deparamos com um linguajar chulo e recheado de palavreados de jovens que tiveram as personalidades construídas com base num passado horrível, e por isso acabam tendo mais defeitos do que virtudes (e a beleza não é considerada aqui, claro).

Com a fuga de Ella, o que parece é que a família está em pleno declínio. Um começa a se envolver com o que não deve, outros começam a se distanciar dos demais irmãos, e embora Callum, o pai dos garotos e tutor da menina, seja capaz de usar de vários artifícios para encontrar a Ella e trazê-la de volta pra casa, vemos Reed totalmente alheio com a escola e com suas obrigações. Sua única preocupação é encontrar Ella. E ele faz o que pode para se redimir, para reconquistá-la e ser perdoado, mas a única coisa que importa para Ella, além de reparar o estrago que fez ao fugir sem aviso, é não ser enganada mais uma vez, e perdoar não significa esquecer... Ella também repensa suas atitudes pois por mais que a família Royal tenha incontáveis defeitos, é inegável que ela os considerou sua família depois de ter passado tanta coisa junto com todos eles, e levando tudo isso em consideração, ela percebeu que uma atitude tomada sem pensar direito, pode afetar pessoas que ela não queria magoar. O problema maior é que Ella é uma personagem que, teoricamente, deveria ser um exemplo de empoderamento depois de tudo o que viveu e aprendeu, mas suas tentativas de mostrar o quão é badass é só a tornam digna de pena. A impressão que tive é que ela quer mostrar que é superior a quem tenta prejudicá-la de qualquer forma, mas o que ela faz é "alimentar os trolls", tomando atitudes que só fazem com que tudo o que dizem sobre ela pareça ser verdade. Ou quer fazer outras coisas para se tornar alguém admirável sendo que fica claro que é uma forma forçada de fazer com que os leitores se simpatizem com ela. Mas reclamando tanto e querendo "vingança", só tive pena.

Talvez tudo que aconteceu na família fez com que Callum olhasse para dentro de casa e enxergasse o que estava acontecendo com os filhos e com Ella. Se antes ele era um pai relapso, agora ele se mostra mais preocupado e mais presente, e que ter o pulso firme quando o assunto é educação é algo necessário. Porém, penso que em alguns casos é tarde demais pra tentar recuperar o prejuízo, e educar filhos se encaixa perfeitamente nessa questão. Se alguém passa a vida acreditando num determinado conceito, é difícil ficar livre dele de uma hora pra outra, e se o próprio pai pensa que dinheiro é a solução pra todos os problemas, independente de quais sejam, então boa coisa não pode sair dalí...

Este volume também acaba com um gancho pro terceiro livro da série, Twisted Palace, (ainda não publicado no Brasil), e pretendo continuar a leitura esperando ansiosa para que os personagens amadureçam, aprendam com os erros e tenham algo de relevante para passar adiante que vá além da dinâmica de uma família poderosa e endinheirada que atrai problemas e gente oportunista como nenhuma outra. Penso que muita novela mexicana não é nada perto de The Royals.

Por mais que tenha alguns pontos que, talvez, pudessem ser desenvolvidos e trabalhados de outra forma visando o público alvo do livro, é impossível não querer saber o que mais a história dessa família tão disfuncional reserva.

Princesa de Papel - Erin Watt

8 de novembro de 2017

Título: Princesa de Papel - The Royals #1
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★★☆
Sinopse: Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo.

Resenha: Princesa de Papel é o primeiro volume da série The Royals, escrita por Elle Kennedy (da série Amores Improváveis) e Jen Frederick (Woodlands e Gridiron) sob o pseudônimo de Erin Watt. Os livros da série estão sendo publicados no Brasil pela Editora Planeta de Livros através do selo Essência.

O livro conta a história de Ella Harper, uma jovem que não leva uma vida muito fácil já que, devido aos problemas pessoais e familiares, a garota se tornou uma verdadeira sobrevivente. Sem nunca ter conhecido o pai e com a recente morte da mãe, Ella busca pelo sonho de se formar na faculdade e assim se submete a qualquer trabalho para poder se sustentar, inclusive falsifica a identidade para fingir ser maior de idade e poder trabalhar num clube como dançarina de pole dance.
Em meio as dificuldades que Ella vinha enfrentando, algo de inesperado aconteceu: Callum Royal, um amigo do pai que ela nunca havia conhecido, aparece como seu tutor com a promessa de ajudá-la não só com dinheiro, mas com um lugar seguro onde morar.
Seria difícil recusar uma oferta tentadora como essa e, Ella, mesmo relutante, parte para a mansão dos Royal e passa a conviver com os cinco filhos de Callum, entre eles Reed, o bad boy sedutor tão lindo quanto os outros irmãos. Mas nenhum deles está disposto a fazê-la se sentir bem vinda naquela casa, principalmente na nova escola que ela passa a frequentar onde o que eles ditam acaba virando lei... Reed quer distância da garota pois ela simplesmente não pertence aquele mundo...
O que Ella não imaginava era que toda a raiva e repulsa que ela sentia poderia dar lugar a outro tipo de sentimento tão contrário a esses que ela havia desenvolvido. Resta a garota aprender a lidar com as confusões e fofocas típicas dos estudantes da escola, e a se encaixar num mundo regado a requinte e luxo, mas cheio de oportunismo e trapaças...

O livro é narrado em primeira pessoa e flui muito bem. Embora possa parecer algo clichê e bobo pela premissa, não se deixe enganar. A história da órfã que cái de para-quedas num universo de riqueza pode não ser algo tão original, mas as questões que as autoras levantam, mesmo que muitas delas não devam ser tratadas com seriedade, fizeram a diferença e tornaram o livro bem divertido. Algumas situações são bem nonsense e outras deixam qualquer um indignado e com vontade de transformar o livro numa pessoa, de preferência no próprio Reed, para socá-la na cara. Mas levando em consideração que o livro deve ser encarado sem maiores pretensões (de acordo com as próprias autoras), dá pra ir levando e fazendo cara de paisagem pra algumas cenas nada a ver.

Ella é uma tem apenas dezessete anos, mas já viu e viveu muitas coisas que deram a ela um certo grau de experiência de vida que muitos de sua idade não tem. Ela é determinada e tem a personalidade muito forte, com algumas excessões, mas ao mesmo tempo é desconfiada e resistente quando o assunto é o desconhecido, seja no que diz respeito às pessoas ou novidades, mas mesmo que esteja numa situação que a tenha tirado de sua zona de conforto, ela faz de tudo para se adaptar. Ao se sentir ameaçada e constantemente confrontada por Reed, que acredita que ela não passa de uma oportunista que quer se aproveitar de sua família, eles praticamente entram em guerra, mas muitos sabem que sentimentos mais intensos nascem de situações caóticas e cheias de más interpretações... Assim, um inimigo pode acabar se tornando o que menos se espera. Porém, e coloque um porém bem grande aqui, quando qualquer coisa surge de um relacionamento abusivo, por mais que haja tentativas de se justificar comportamentos questionáveis de sujeitos que crescem sem limites numa família completamente disfuncional, questões envolvendo a moral, desvios de caráter, os valores de alguém e etc, não consigo aceitar muito bem que um final feliz esteja alí esperando por todos no fim quando a personagem aceita ser tratada de forma abusiva. Reed é apresentado como um carinha mimado que acha que é dono do mundo e pode controlar os outros como bem entende, e, até que isso fosse desconstruído, eu já tinha tomado uma antipatia enorme da criatura. Não sou muito fã de relacionamentos nem um pingo saudáveis, mas é exatamente este elemento que serve para o desenvolvimento não só da história, mas do próprio caráter dos personagens envolvidos em toda aquela confusão que chamam de família.

O projeto gráfico do livro é muito bem feito, assim como a diagramação. Percebi alguns erros na revisão/tradução mas nada que tenha afetado a compreensão da frase.

Embora seja cheio de exageros e vagamente tenha me lembrado outras tramas, Princesa de Papel é uma leitura que dá pra curtir e até me arrancou algumas risadas, pois tem seus momentos de bom humor. Assim, recomendo a leitura pra quem goste de histórias a lá novelas mexicanas, com reviravoltas, segredos e revelações bombásticas e vários conflitos familiares que só fazem com que a vontade de devorar cada capítulo aumente. É leitura pra um único dia, pois é impossível largar o bendito livro.

Pode Beijar a Noiva - Patricia Cabot

16 de fevereiro de 2017

Título: Pode Beijar a Noiva
Autora: Patricia Cabot
Editora: Essência/Planeta de Livros
Gênero: Romance de Época
Ano: 2016 (2ª edição)
Páginas: 240
Nota:★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando tudo parece estar perdido para Emma Van Court, que acaba de se tornar viúva, a promessa de uma grande fortuna lhe cai dos céus. Mas há uma condição para abocanhar a herança: ela terá de se casar novamente. Como não se especificou o noivo, todos os homens da pequena Faires, na Escócia, resolvem participar dessa corrida do ouro e passam a disputar as atenções da jovem viúva.
Os competitivos pretendentes só não contavam com a presença de James Marbury, primo do falecido marido, Stuart, que chega ao vilarejo para ajudar Emma com os trâmites do inventário. No passado, os dois tiveram uma aproximação, e James ainda nutre fortes sentimentos pela, agora, viúva.
Conseguirá ele afastar a horda de interesseiros pretendentes e finalmente se juntar à sua amada?

Resenha: Patricia Cabot é o pseudônimo utilizado pela autora Meg Cabot para seus romances de época voltados ao público mais adulto e com toques levemente picantes. Pode Beijar a Noiva é a segunda edição do livro com novo - e mais moderno - projeto gráfico publicado pela Editora Planeta de Livros, sob o selo Essência.

Emma Van Court é uma jovem órfã que vive com os tios e é dedicada a ajudar os necessitados. Desde criança ela convive com James e Stuart, que são primos mas com personalidades bastante diferentes.
Emma sempre fora apaixonada por Stuart já que ele tem uma forma de pensar bem parecida com a dela. Enquanto Stuart é religioso e pratica caridade, James é cheio de ambições.
Quando Emma e Stuart decidem se casar, a família da moça repudia a ideia, e por isso eles fogem para uma ilha na Escócia e se casam longe de seus familiares. Mas nada saiu como eles esperavam pois, além de passarem a viver numa cabana que não oferecia o luxo e o conforto dos quais eles estavam acostumados, o casamento não foi como Emma imaginou que seria.
Mas pouco tempo depois do casamento, Stuart morre e Emma se torna a viúva mais cobiçada da ilha devido a herança que receberia do falecido marido. O problema é que ela só poderia colocar as mãos no dinheiro se ela se casasse outra vez, coisa que ela não tinha a menor intenção, afinal, quem de luto teria cabeça para lidar com tantos pretendentes inconvenientes e insistentes num momento tão delicado da vida?
Sabendo da morte do primo, James, conhecido como Conde Denham, viaja até a ilha para buscar o corpo de Stuart para que ele fosse enterrado no mausoléo da família, e lá se depara com Emma e a situação difícil em que ela se encontrava. Logo ele enxerga uma grande oportunidade para conquistá-la e se casar com Emma já que desde sempre é apaixonado pela moça. Pensando que seria um casamento temporário e por conveniência, Emma volta para Londres e aceita a proposta de James, mas ele não tem a menor intenção de se separar dela...

Narrado em terceira pessoa, a história se desenvolve de forma agradável, sem muitas reviravoltas ou surpresas.
Basicamente temos um romance clichê onde a protagonista, embora determinada, é muito romântica e sonhadora, e idealiza um casamento perfeito com aquele que acreditava ser sua alma gêmea e que a faria feliz para sempre, mas depois de abrir mão de tudo para se casar, se depara com uma outra realidade bem diferente da qual ela esperava. Stuart se torna pastor do vilarejo devido a sua vocação para a religião e a vontade de ajudar o próximo, e se revela um marido indiferente à esposa que não se preocupava nem um pouco com suas "necessidades físicas".
Em contrapartida, temos James, o completo oposto do primo. Bonitão, bom partido e cobiçado pela mulherada, mas nada interessado em se prender a ninguém por já nutrir um sentimento forte por Emma desde o passado. Ele é aquele tipo que sempre conseguiu tudo o que quis, menos o amor da mulher que ama, e, com a notícia do noivado, ele foi o primeiro a tentar impedir o casamento. Obviamente isso gerou conflitos familiares e muito ressentimento, mas no fundo não senti que ele fez o que fez por egoísmo, mas sim por conhecer muito bem o primo a quem ele considerava um irmão e saber que ele não era o melhor partido para Emma. Mesmo que a princípio tenha parecido que ele foi oportunista ao propor um casamento forjado, é aí que ele teria a chance de mostrar - e provar - a Emma que ele mudou e que ele é o homem ideal para estar ao lado dela.

Mesmo que o livro seja um romance de época, eu senti falta de mais sentimentalismo, mais paixão e mais romantismo. James ama Emma, mas ele é fechado e não consegue demonstrar isso com muita clareza. Há toques de mistério envoltos por alguns segredos que equilibram o enredo para não torná-lo meloso e, de forma geral, os personagens tem suas particularidades que os tornam especiais, mas nem sempre de forma a despertar a simpatia do leitor. Emma, mesmo sendo a protagonista, não me agradou muito, pois por mais que ela seja uma pessoa de bem, ela não consegue enxergar o que está diante dos seus olhos, sempre acha que não tem o bastante a oferecer se inferiorizando sem necessidade, e esse tipo de comportamento já é batido, cansativo e se a trama não trouxer outros elementos mais atrativos o resultado é um fiasco. Sei que as mulheres tinham um comportamento "padrão" para a época, sempre recatadas, submissas, bobas (pra não falar idiotas) e até resistentes ao que elas não estão acostumadas, mas Emma irrita bastante com seu comportamento ultrapassado. O ponto alto é o próprio James, já que é impossível não se encantar pelo rapaz.

De forma geral, Pode Beijar a Noiva é um romance leve, com foco maior nos sentimentos do que nas atitudes, com toques de sensualidade na medida e no momento certo, e com o típico bom humor que a autora nunca deixa de fora de suas obras. É um livro bom, que faz com que o leitor torça para que tudo dê certo e até arranca alguns suspiros de leve, mas bem previsível e que funciona mais como um passa-tempo. O ideal é que o leitor embarque na leitura sem grandes expectativas já que não tráz nada de muito inovador ou original a ponto de se tornar memorável. Sem desmerecer esta, mas Patricia Cabot já escreveu histórias melhores e mais envolventes...

Você Se Lembra de Mim? - Megan Maxwell

21 de dezembro de 2016

Título: Você Se Lembra de Mim?
Autora: Megan Maxwell
Editora: Essência/Planeta
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 496
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Alana é uma mulher independente que não acredita no amor e tem na profissão sua única razão de viver. Jornalista freelancer, é enviada a Nova York para escrever uma reportagem sobre a metrópole, onde conhece o atraente Joel Parker. Quando ela descobre que aquele homem bonito e sedutor que tem lhe feito companhia nos últimos dias é um militar, como seu pai uma lembrança que ainda a assombra , a jornalista desaparece sem deixar vestígios. Apesar de resoluta em sua vontade de se afastar do capitão da Marinha americana para não repetir a história de sofrimento de sua mãe, ela não conseguirá aplacar o desejo de seu coração por Parker. Quem vencerá essa disputa entre razão e emoção? O passado de sua mãe irá assombrá-la ainda mais ou irá ajudá-la a esclarecer muitas questões mal resolvidas?
Resenha: Você se Lembra de Mim?, romance escrito pela autora espanhola Megan Maxwell e publicado no Brasil pelo selo Essência da Editora Planeta de Livros.
Há trinta e cinco anos, Carmen saiu da Espanha e foi para a Alemanha para trabalhar. Lá, ela se apaixonou por Teddy, um militar americano que proporcionou a ela um romance lindo e intenso, mas ele foi convocado para a guerra do Vietnã e, desde então, Carmen nunca mais o viu, nem recebeu uma carta com notícias, nada.
Passados todos esses anos, entra em cena Alana, a filha desse casal, uma jornalista freelancer e workaholic que só encontra razão para viver na profissão que escolheu. Ela é independente e não acredita no amor depois ter crescido vendo o quanto sua mãe sofreu por ter ficado sozinha.
Porém, quando Alana viaja para Nova York a trabalho, ela conhece Joel, o homem dos sonhos de qualquer mulher, do tipo "que abaixa a tampa do vaso". E considerando a história de vida de sua mãe, Alana viu que um relacionamento com Joel jamais poderia fazer parte de seus planos. Ele é um fuzileiro naval e se envolver com um militar, assim como seu pai foi, era tudo o que ela não queria para sua vida, logo, ela só quer distância dele. Mas Joel está encantado por Alana e seu jeito de ser, e ele está determinado a ficar com ela, custe o que custar, resta a ela ceder e assumir que também está apaixonada...

O livro superou minhas expectativas, não só pelo romance em si, mas, por ter conseguido evidenciar de forma tão realista o quão difícil é para uma mulher se assumir como mãe solteira  (mesmo que ela estivesse esperando pelo noivo que partiu para lutar na guerra sem saber quando, e se, ele voltaria), numa época marcada por ser tão rigorosamente tradicional. Carmen só se importa com o fato de fazer a filha feliz, nem que pra isso tenha precisado enfrentar a sociedade e suas "regras". Ela também se orgulha por ter vivido um amor forte, intenso e bonito, do qual Alana é fruto.

O livro é dividido em duas partes e a primeira, que se passa nos anos sessenta, é destinada a contar a história de amor mais linda que foi a de Carmen. Ela é uma mulher de fibra e muito guerreira, e acredito que não poderia ser muito diferente, visto que a autora se inspirou na história de sua própria mãe para escrever a obra. Tem coisa mais fofa?
E isso sem contar com o fato de que ainda temos um vislumbre do que foi a imigração, das jovens que saíram de seus lares rumo a Alemanha, que na época era uma das maiores potências industriais do mundo, em busca de oportunidades de trabalho.

Na outra parte temos Alana, que apesar de ter algumas semelhanças com sua mãe, também é uma personagem muito boa e que rende muitas risadas, mas por ser impulsiva demais, acaba tomando decisões que, por vezes, demonstram o quanto ela ainda é imatura e precisa rever seus conceitos.
Sua história é envolvente e bastante divertida, mas não me arrancou todos os suspiros como aconteceu ao acompanhar Carmen e Teddy.

Eu gostei muito da história, da forma como Alana estava "fadada" a um destino parecido com o de sua mãe, como ela quis fugir disso inicialmente e como ela e seu "Capitão América" resolveram esse problema. E é essa "jornada" em busca do felizes para sempre, cheio de confusões e momentos super divertidos é o que se desenvolve na trama, de um jeito super legal e gostoso de se acompanhar.

A capa é bem bonitinha e combina com a história. Os capítulos são numerado com um pequeno ornamento para enfeitar, os capítulos são curtos, mas o que me incomodou foram as notas de rodapé sobre as músicas que são mencionadas, quem as interpreta, de que gravadora são e etc. Até então eu nunca havia visto esses tipos de dados em outros livros que mencionam músicas (pra mim bastava dar os créditos ao artista). Sempre acho que notas de rodapé, quando não estão alí para dar significado a alguma palavra de origem desconhecida ou que não seja alguma nota do tradutor que realmente seja relevante, são uma enorme distração em meio a leitura e detesto isso. Então, fui lendo e ignorando essas informações lindamente.
Ao final podemos espiar algumas fotos reais e que tornam o livro ainda mais especial e memorável.

No mais, Você se Lembra de Mim? é um romance super fofo, leve, que faz rir, arranca suspiros, emociona e arranca algumas lagriminhas se bobear. Super recomendo!

Desejo Concedido - Megan Maxwell

19 de dezembro de 2016

Título: Desejo Concedido - Guerreiras #1
Autora: Megan Maxwell
Editora: Essência/Planeta de Livros
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 464
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Na Inglaterra do século XIV, após a morte dos pais, a jovem lady Megan Phillips, de vinte anos, segue uma vida tranquila, focada na educação e na criação de seus dois irmãos mais novos. Para fugir de um casamento arranjado por sua tia, Megan e a irmã, Shelma, vão para o castelo de Dunstaffnage, na Escócia, onde vive seu avô Angus de Atholl, do clã McDougall. Anos depois, durante o casamento de um de seus primos, Megan – uma mulher aguerrida, pronta a empunhar uma espada pra defender sua família e que não se dobra por nada e nem por ninguém –, conhece o temido guerreiro de olhos verdes Duncan McRae – um homem acostumado a liderar exércitos, mas que nunca esteve preparado para enfrentar o gênio forte de uma mulher. O destino trama contra (ou a favor de) Megan, que, contra a sua vontade, acaba se casando com Duncan. Conseguirão os dois se entender e seguir a vida como um casal feliz? Ou viverão às turras, como se estivessem num campo de batalha?

Resenha: Desejo Concedido, o primeiro volume da trilogia Guerreiras, nome dado às fãs da autora ao redor do mundo, narra a história de Megan e Shelma, duas irmãs que vivem na Escócia do século XVIII. As duas, que são órfãs de pais e vivem com tios carrascos que apenas querem casá-las com quaisquer brutamontes para herdar suas terras, se veem obrigadas a fugirem para terras distantes com a ajuda de um amigo. Em novo território, vivendo de modo diferente, as duas irmãs embarcam em aventuras com muitos conflitos, e claro, romances com guerreiros escoceses.

A premissa do primeiro volume de Guerreiras é muito boa: ambientar um romance de época num cenário que envolve guerreiros e duas protagonistas que lutam e defendem seus ideias.  Geralmente, o gênero sempre traz vestidos pomposos, bailes e aquele clima "donzela e cavaleiro". Megan Maxwell foi na contra-mão disso e esse é um ponto interessante a se levar em consideração, o que torna a sinopse do livro atrativa. Porém, exceto isso, Desejo Concedido peca em diversos pontos, que vão apagando levemente o potencial da história.

A narrativa é feita em terceira pessoa, o que em determinadas situações contribui muito para o desenvolvimento da trama. O que acontece na maior parte, infelizmente, é um atropelamento de acontecimentos. A estruturação se dá de um modo que, em apenas duas páginas a autora narre acontecimentos paralelos demais, sobrepondo um ao outro. Se em determinado parágrafo os personagens estão numa taberna, num outro o dia já amanheceu e a situação é completamente diferente. Narração dinâmica é diferente disso. O autor pode, sim, transcorrer a história rapidamente sem transformar tudo numa confusão.

O comportamento de homens de forma dominadora é muito presente numa trama de época, tendo em vista que nos séculos passados a figura masculina é muito predominante. O leitor que embarca em romances do gênero deve estar ciente e aberto a isso, mas certas atitudes vindas de um homem podem - e devem - ter limites. Duncan, o par romântico de Megan, está sempre a tratando como uma propriedade, mas fora isso a imaturidade leva a situações chatas de ciúmes e desentendimentos que, previsivelmente, levam ao clímax de tudo. Só que o sexo não sustenta uma trama sozinho. Quando não estão atracados na cama, o casal é mais mimado do que o aceitável. Em vez de acompanhar um par romântico de uma época medieval, Duncan e Megan transparecem um imagem muito atual, com dilemas bobos que tornam o enredo incoerente.

O que há de atrativo na história de Megan e Shelma - mesmo que não sendo suficiente para cobrir tudo que é fraco na trama - é a ambientação e os fatos históricos que estão inseridos ali. A Guerra da Independência da Escócia foi um grande marco no século XIII e é uma porta interessante para se aprofundar mais no assunto. As irmãs, meio inglesas e meio escocesas, são fortes e independentes, o que funciona bem no que acontece ali. Elas lutam e usam espadas, o que é completamente inesperado para "mocinhas".

Desejo Concedido tem uma premissa muito boa para um desenvolvimento mediano. As protagonistas têm muitas qualidades e conseguem salvar um pouco a história. Porém, é nítido que guerreiros bonitões e cenas de sexo quente não são fatores que tornam um livro bom. Faltou uma narrativa melhor e uma estruturação bem colocada, que proporcionasse um desenvolvimento digno para o bom enredo que a autora tinha em mãos.

Amor Verdadeiro - Jude Deveraux

13 de novembro de 2016

Título: Amor Verdadeiro - Noivas de Nantucket #1
Autora: Jude Deveraux
Editora: Essência/Planeta de Livros
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 464
Nota: ★★☆☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Ambientado numa ilha paradisíaca e um dos romances mais cultuados de Jude Deveraux, best-seller americana que já vendeu mais de 60 milhões de exemplares pelo mundo, o livro conta a história de Alix Madsen. Quando ela está terminando a faculdade de arquitetura, Addy Kingsley, amiga de seus pais, morre. No testamento, a mulher estipula que a jovem tem direito a viver por um ano em sua encantadora casa do século XIX na ilha de Nantucket (Massachusetts), EUA. O relacionamento de tia Addy com a família Madsen é um mistério para Alix, mas ela aceita a oferta e, ao chegar na propriedade dos Kingsley, percebe que não é má ideia passar uma temporada ali. Além de o lugar ser um sonho para qualquer arquiteto, ela conviverá com o charmoso Jared Montgomery Kingsley, dono de um dos mais importantes escritórios de arquitetura do país e sobrinho-neto de Addy, portanto, herdeiro natural da casa. O que Alix não imaginava era que tia Addy tinha um propósito muito específico para ela quando a colocou naquele lugar: solucionar o desaparecimento de Valentina, uma das mulheres da família Kingsley, ocorrido cerca de dois séculos antes. Em meio ao verão na ilha, Alix e Jared serão obrigados a conviver, o que pode ser a chave para desvendar o tal mistério dos Kingsley.

Resenha: Com mais de sessenta milhões de livros publicados ao redor do mundo, traduzidos para cerca de vinte idiomas diferentes, Jude Deveraux chega ao Brasil com Amor Verdadeiro. Nessa história que envolve um romance espírita, o leitor conhecerá Jared e Alix. Ela, uma jovem arquiteta prestes a se formar. Ele, um arquiteto renomado e muito famoso ao redor do mundo por todas suas construções magníficas. Depois da morte de sua avó, Jared constata que o testamento dela pede que Alixandra venha passar um ano na sua mansão em Nantucket, onde o homem vive. Mesmo contrariado, ele aceita, mas a decisão inicial é deixar a casa para apenas a moça morar. Porém, em um pequeno momento de convivência juntos, os dois descobrem mais em comum do que podem imaginar e que o passado da família Kingsley esconde muitos segredos que serão desvendados pela dupla.

Os romances, sejam eles eróticos, históricos, new adult, chick lit, etc, têm seu espaço na literatura e suas leitoras cativas. Um produto, para ser vendável, necessita de muitos fatores positivos, como um bom conteúdo e aquela forcinha do marketing. Amor Verdadeiro é uma mistura de espiritismo e erotismo. Com a frase de capa que indica mais de sessenta milhões de livros vendidos, a ideia é que a autora seja repleta de boas obras. No final, o primeiro livro da trilogia das Noivas de Nantucket, se prova ser só apenas um romance aquém do desejado.

Jared é a personificação de um homem perfeito. Ele é bonito, forte, um porto seguro, poderoso no ramo da arquitetura e dono de uma empresa famosa. Alix é uma jovem comum, que não teve muitos namorados e nem se acha tão bonita assim. Isso remete a algum casal? Toda essa oposição se reflete, claro, num enredo em que ambos precisam “se aturar” no início e logo depois caem de amores um pelo outro. Mas o grande problema nesse casal é a falta de química, maturidade ou carisma. Fica evidente que Jared é responsável por roubar os holofotes na trama, por ser um macho alfa. Junto de Alix, há protagonização de cenas quentes (que nascem do nada e não são grande parte na história), que não fazem muito para melhorar o enredo ou criar momentos marcantes. Com um homem de trinta e seis anos e uma mulher de vinte e seis, é esperado que encontremos personagens maduros e mais decididos. O que há em Amor Verdadeiro é, na verdade, um casal muito bobo e sem graça. Se em gêneros como new adult isso pode ser mais aceitável, já que são retratados casais mais jovens que estão em transição para a vida adulta, num livro como esse era de se esperar algo bem mais maduro e consistente. A narrativa é um recheio de frases clichês, por vezes bobas; situações que não empolgam e um desenvolvimento lento que não caminha para lugar nenhum.

Aliado a isso, há o fator do espiritismo. Caleb, o avô de Jared, é um homem que morreu há mais de 200 anos mas continua vivendo na casa dos Kingsley, mesmo que só em espectro. É nessa questão que o enredo do livro se prende, porém a autora pecou na forma como narrou e desenvolveu o tema. Seria mais adequado se, em vez de retratar tudo no presente, a narrativa se intercalasse entre o passado do século XVIII e os dias de hoje. Isso daria um ar totalmente diferente a trama e quem sabe salvar o que fosse possível. Infelizmente, o romance entre Jared e Alix é inconclusivo em diferentes pontos. Fica difícil compreender se a intenção da autora era tratar como tema central um grande fantasma do passado que ainda não foi solucionado, o anseio de uma futura arquiteta ou o desastroso casamento de Jenni - matrimônio esse que nem devia estar na história - , melhor amiga de Alix.

Uma atenção especial deve ser dada a Victoria, mãe de Alixandra. Ela é autora renomada e famosa no mundo todo por suas obras, mas mal sabem qual a origem de sua escrita. Mas o fator agravante é que ela, assim como Jared e Alix, já é uma mulher feita e não chega nem perto de passar isso. Aparecendo somente próximo ao final do livro, a autora best seller é caricata e parece uma perua retirada de um filme "b" de Hollywood. Fica difícil decidir quem é o personagem menos cativante desse livro.

Amor Verdadeiro não foi o melhor pontapé para se iniciar uma trilogia. O livro careceu de todos os elementos que um romance merece para ser marcante. A protagonista não é das mais amáveis, o casal principal não tem a química necessária e o enredo é inconclusivo e parece ser resolvido às pressas. É incompreensível como o espiritismo é retratado, visto que ninguém aceitaria de bom grado começar a ver um espírito de alguém que morreu faz duzentos anos. No mais, se o desejo do leitor é ler um bom romance, deve se pensas duas vezes antes de embarcar na trilogia das Noivas de Natucket.


Pela Lente do Amor - Megan Maxwell

15 de junho de 2016

Título: Pela Lente do Amor
Autora: Megan Maxwell
Editora: Essência/Planeta de Livros
Gênero: Romance
Ano: 2014
Páginas: 432
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Britânica, rica e radicada em Madri, a fotógrafa Ana Elizabeth é apaixonada pela vida e pelo seu trabalo. E é uma paixão instantânea, como os seus retratos, que a aproxima do bombeiro Rodrigo, quando ela, sem querer, fotografa o sarado profissional durante um princípio de incêndio no prédio onde ela mantém seu estúdio.
Fascinada pelo herói urbano, com quem logo se identifica, Ana resolve investir nessa divertida e despretensiosa relação, mesmo estando grávida de outro homem.
Mas, afinal, o que o destino reserva para essas duas pessoas tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes? Só a amizade, considerando que nem Ana e nem Rodrigo sonham com um final feliz à frente de um altar? Podem um homem e uma mulher serem apenas amigos?

Resenha: Quando a gente vê uma capa bonita só pode supor que o livro é tudo de bom, né?
Pela Lente do amor, escrito pela autora espanhola Megan Maxwell e publicado pelo selo Essência da Planeta de Livros é um romance que apresenta a história de Ana Elizabeth, uma mulher que nasceu em berço de ouro mas por se sentir meio deslocada em meio a tanto luxo sonhava em ser alguém bem diferente daquilo que seus pais desejavam. Após um rompimento repentino de seu relacionamento com alguém de quem ela não gostava nem um pouco, para desgosto da família, Ana decide dar uma guinada em sua vida e junto com Nekane, sua amiga, se muda para Madri para abrir o próprio estúdio de fotografia.
O que ela não esperava era seu prédio ser evacuado após um princípio de incêndio e nesse cenário maluco conhecer Rodrigo, o capitão do batalhão - lindo e muito mulherengo - que, com toda a sua beleza e gostosura, fez com que Ana se apaixonasse a primeira vista por ele. Mas Rodrigo não queria saber de nada, deixa Ana na friendzone e inclusive a empurra pra um turista que estava na balada para escapar de suas leves investidas. Apesar disso, as coisas estavam teoricamente indo bem, obrigada, mas algo tem que aparecer pra fazer com que tudo saia dos eixos e vire uma bagunça total: Ana descobre estar grávida de Orson, o turista com quem Ana passou uma noite. Com uma família aristocrata, tradicional e inquisidora, Ana resolve contar que Rodrigo, seu"namorado", é o pai da criança acreditando que isso iria amnizar sua situação, e a partir dessa premissa a história se desenrola girando sobre a farsa e as confusões que Ana decidiu levar adiante, assim como os sentimentos que eles recusam a aceitar que sentem um pelo outro.

Narrado em terceira pessoa, temos uma visão geral sobre os personagens e os acontecimentos do enredo. O livro é rápido de ser lido pelo escrita ser divertida, simples e direta, mas acaba sendo um pouco previsível, cansativo e até enrolado, pois quando uma mentira é resolvida, logo outra é inventada e isso vai se repetindo no decorrer da leitura. As características dos personagens não são lá muito originais e a sensação é de que já os conhecemos de outras histórias mas estão envolvidos em novas situações dessa vez. Mas embora possua alguns pontos não muito favoráveis, o livro é cheio de cenas muito engraçadas em meio ao romance e à tensão sexual frequente entre os protagonistas, além de algumas reviravoltas que ainda não decidi se gostei.
Pela Lente do Amor mostra um tipo de amor diferente do que os leitores estão acostumados... Aqui a paixão não é correspondida, a protagonista é muito menosprezada e ainda nos deparamos com vários momentos em que ficamos abismados com a falta de consideração que Ana tem que enfrentar quando o assunto é Rodrigo. A vontade é de estapeá-lo na cara ao mesmo tempo em que queria dar umas boas sacudidas em Ana, já que antes de conhecê-lo ela era bastante independente.

Os personagens são bem dinâmicos e conquistam a simpatia do leitor, mesmo que Rodrigo, às vezes, seja um completo imbecil. Ele é o típico pegador que não quer se prender a ninguém e acaba demonstrando ser muito egoísta e imaturo.
Ana é dedicada ao trabalho e tem o pé no chão quando o assunto se trata das decisões que precisa tomar para sua vida. Ela corre atrás do que quer e não hesita se tiver que deixar algo pra trás. Eu gostaria de ter um pouco dessa coragem hehehe. Ela sempre enxerga a vida buscando ver o melhor lado dela.
A relação de amizade entre Rodrigo e Ana tem seus altos e baixos, mas vai se tornando mais sólida a medid que o tempo passa e é impossível não torcer pelos dois.
Os demais personagens também são ótimos, desde a vizinha de Ana responsável por por fogo no apartamento que é hilária, até a minha preferida, Nekane, a amiga de Ana que está sempre ao lado dela pro que der e vier e sempre a alerta sobre o buraco que ela está se enfiando quando o assunto é Rodrigo.

A capa representa bem um pouco da história e como disse no começo da resenha, é bem bonita. As páginas são amarelas e a fonte tem um tamanho agradável. Durante a leitura é possível perceber algumas falhas na tradução que acabaram incomodando e me tirando a atenção, mas nada tão grosseiro que interfira na compreensão da história.

Em suma, eu gostei do que absorvi da história, pois além de mostrar que a verdade é a única coisa que realmente liberta as pessoas, mostra que os sentimentos, quando verdadeiros, vão além do que uma paixão a primeira vista causa em alguém, principalmente porque nem sempre as coisas dão certo e as pessoas podem se magoar e se machucar, mas, apesar de tudo, ainda tem o benefício da escolha, podendo decidir se querer continuar seguindo em frente e esquecer ou não.
Pra quem procura por um romance improvável cheio desencontros e toques de muito bom humor que vão te fazer rir bastante e aproveitar a diversão que proporciona, é leitura mais do que indicada.

Aprendendo a Seduzir - Patricia Cabot

18 de abril de 2016

Título: Aprendendo a Seduzir
Autora: Patricia Cabot
Editora: Essência/Planeta
Gênero: Romance de época
Ano: 2016 (2ª edição)
Páginas: 368
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O que qualquer mulher faria se flagrasse o noivo aos beijos com outra mulher? Cancelaria o casamento e nunca mais colocaria os olhos no desalmado traidor. Certo? Não lady Caroline Linford.
Apaixonada pelo belo e galante marquês de Winchilsea, ela não se dá por vencida e resolve ir em frente com o casamento. Afinal, lady Linford ama seu prometido.
Com o intuito de se tornar o único objeto do desejo de seu noivo, ela convoca o renomado Braden Granville, mestre na arte da sedução, para, com ele, aprender a ser a melhor amante que Winchilsea pode vir a ter.
Porém, a aluna se torna tão aplicada que arrancará mais que elogios de seu professor...
Resenha: Aprendendo a Seduzir, escrito por Patricia Cabot (pseudônimo utilizado por Meg Cabot para escrever histórias voltadas ao público mais adulto) já havia sido lançado em 2011 pelo selo Essência da Editora Planeta e, agora em 2016, foi relançado sob novo projeto gráfico.

A história se passa no ano de 1870, em Londres, e somos apresentados a Lady Caroline Linford, uma jovem donzela cuja família se tornou respeitável e reconhecida após seu genial pai receber o título de conde por uma invenção totalmente revolucionária: o encanamento com água quente que fora instalado no banheiro do palácio real!
Caroline é recatada, inteligente, dona de um bom dote, e foi prometida ao Lord Hurst Slater, o marquês de Winchilsea, um homem respeitado que "salvou" o irmão dela após ter sido atacado por um malfeitor e largado a míngua. Em dívida com o marquês, o casamento arranjado, comum à época, era a melhor forma de demonstrar a gratidão eterna da família para com o cavalheiro e Caroline estava muito feliz por estar prestes a realizar seu sonho de se casar e viver feliz.
Mas numa festa de gala oferecida por Dame Ashforth, uma das idosas mais endinheiradas de Londres, Caroline se esgueirou pela casa a procura de Hurst e acaba flagrando o noivo no maior agarramento com Lady Jacquelyn Seldon em um dos aposentos da mansão sem que eles percebessem, mas, em vez de fazer um escândalo e cancelar o casamento, ela mantém o que viu em segredo, se culpa pela traição que sofreu por acreditar ser inexperiente e não se dá por vencida. Ao sair as escondidas do aposento, ela se depara com Braden Grandville a procura de sua noiva, a própria Lady Jacquelyn, mas Caroline jamais poderia entregar Hurst se não quisesse se envolver num escândalo.
Braden Grandville é conhecido como Lothario de Londres, em homenagem a um personagem da literatura que ficou famoso por seduzir e enganar mulheres. Branden é um burguês e não é bem visto pelos nobres da sociedade, tanto por ter fama de conquistador, quanto por ter enriquecido as custas do próprio trabalho. Ele não herdou nenhuma fortuna do pai e ser pobre e ter crescido na periferia de Londres não foi algo que o tornou digno...
Branden procurava motivos para cancelar o noivado e se tivesse uma prova de que Jacquelyn o traiu ele poderia fazer isso sem ser processado por ela, e Caroline, após ter presenciado a traição, começa a bolas formas de aprender a ser mais audaciosa. Se ela soubesse o que fazer para seduzir Hurst, ele não ficaria interessado em mais ninguém e teria olhos apenas para ela.
E a partir desses dois propósitos, Caroline decide propor a Branden que ele lhe ensine as artimanhas do sexo já que tem tanto conhecimento sobre o assunto, e, em troca de seus serviços, ela concordaria em depôr a favor dele como testemunha da traição de Jacquelyn para que ele pudesse ficar livre desse casamento.
E a partir desta premissa, Caroline e Braden começam a ter uma relação que, na teoria, deveria ser profissional e o empenho da moça poderá superar as suas expectativas...

A narrativa do livro é feita em terceira pessoa e é bastante dinâmica e cheia de toques de muito bom humor, mas demora um pouco a engrenar já que os acontecimentos se desenrolam de forma bastante lenta. Apesar do erotismo que se faz presente em vários momentos, a forma como as coisas são descritas e encaradas pelos personagens são bastante inocentes e a leitura acaba sendo bastante leve e despretenciosa.
É engraçado acompanhar uma história que se passa em outra época onde as pessoas tinham costumes e valores totalmente diferentes dos quais estamos acostumados.
Algumas atitudes de Caroline podem ser irritantes, como se colocar em posição inferior ao noivo pilantra e até da própria amante dele, se sujeitar as ideias medievais da mãe que acredita que traição faz parte do casamento ao mesmo tempo que tem total repulsa por qualquer tipo de intimidade, e se comportar ou tomar decisões de forma impensada e ingênua na grande maioria das vezes, mas acho que tudo se refere à cultura e de como era o funcionamento da sociedade no século XIX.

Sobre a capa, apesar de bonita e chamativa, tenho minhas ressalvas. Não gosto quando o nome do autor tem mais destaque do que o título. Diferente desta, achei que a capa da primeira edição lembra e tem muito mais a ver com romance histórico sem transparecer o teor sexual da trama. Essa capa nova já mostra uma moça exibindo sensualidade e levando em consideração a história em si, sinceramente, não gostei muito da combinação. Mas fora isso, a diagramação é idêntica à primeira edição.
"Educating Caroline" é o título original da obra, e a tradução pode sugerir que o livro seja voltado ao gênero de autoajuda, mas está longe disso. Temos uma trama que condiz com os acontecimentos da época em que a história se passa, tanto pela descrição do cenário, das características dos personagens, e dos seus costumes, inclusive no que diz respeito aos casamentos arranjados que eram muito comuns, e até o da cultura do "desmaio" que Caroline tanto despreza, onde as donzelas caem desmaiadas a qualquer tipo de emoção mais forte. A forma como a autora descreve esses fatores é muito divertida e engraçada sem perder a seriedade.
Os personagens secundários também são bastante cativantes e importantes para o desenrolar dos fatos, e o destaque maior fica com Tommy, o irmão de Caroline a quem Hurst "salvou", e Emmy, sua melhor amiga que já demonstrava ser feminista de um jeito super divertido mesmo quando o termo sequer existia.

Enquanto Caroline é apresentada como a mocinha ingênua, Jacquelyn com toda aquela pompa e caráter duvidoso é encarada como sua rival, que usa de diversos artifícios, mesmo que sujos, para conseguir o que quer e de quem quer.
Já Braden tem aquela pose de durão galante, mas com o passar do tempo percebemos que ele é doce, gentil e tem um grande coração.
A paixão e o desejo são explorados com muita realidade principalmente porque os protagonistas possuem muita química, o que torna seus momentos juntos super cativantes. Fica claro, desde o início, que os dois estão envolvidos com pessoas interesseiras e nada confiáveis e a todo momento nos pegamos torcendo para que eles fiquem livres e possam encontrar a felicidade um no outro. As aulas que Caroline tem com Braden acabam sendo uma desculpa para que eles possam cair na real sobre a situação em que se encontram e com quem estão metidos.
A história num geral é super bem construída. Enquanto a leitura discorre nos pegamos refletindo acerca das formas de amor que são apresentadas, sobre aquele amor forçado proveniente de um casamento arranjado, daquele que se mistura com a paixão e é passageiro, e daquele que é construído e vai ganhado força e solidez aos poucos se tornando real e verdadeiro.

Pra quem quer ler um romance histórico adorável, envolvendo conspirações, mistérios e uma história de amor super bonita e convincente, é mais do que indicado.