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Feitiço - Nancy Holder e Debbie Viguié

20 de julho de 2015

Título: Feitiço - Wicked #4
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Desde que descobriu ser a mais nova de uma linhagem de bruxas, a antiga Confraria das Cahors, a vida de Holly Cathers passou por muitas mudanças. E não seria para menos. Sua família vivia há séculos uma rixa com outra confraria de bruxos, os Deveraux, e ela acabou se envolvendo justamente com um deles, o jovem Jer. Depois de Bruxaria, Maldição e Legado, em Feitiço, o quarto livro da série Wicked, Holly terá que enfrentar o líder dos Deveraux, o perigoso Michael. Se ela já salvou a vida de Jer no passado, agora é a vez de o rapaz resgatar sua alma gêmea. Contudo, um novo bruxo chega à cidade. Será que o futuro de Holly está a salvo?

Resenha: Feitiço é o quarto volume da série Wicked, escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.

Por se tratar de continuação, a resenha pode ter spoiler dos livros anteriores.

Após os acontecimentos de Legado, em que Holly havia sido possuída por demônios quando saiu do Tempo dos Sonhos, a Confraria Tripla está bastante desorganizada pela ausência dela. O chefe da Suprema Confraria, Sir William Moore, estava satisfeito por todo o caos e mortes dos quais as bruxas de Seattle haviam sido acometidas. O único porém era que três bruxas ainda viviam: Holly e as irmãs gêmeas, Amanda e Nicole. Michael Deveraux ainda não conseguira destruí-las e Sir William tomou a tarefa para si. Com objetivos sombrios, o servo do mal realizou um ritual macabro para enviar seus Golens atrás de Nicole para matá-la.
Enquanto isso, Amanda estava em Seattle com Tommy, confiante por saber que a Deusa sabe do paradeiro dos outros já que Holly estava possuída e louca, e Nicole havia sido levada por Eli e James, os filhos de Michael. Ela agora estava presa em Avalon e se tornara serva de Philippe. Sua única companhia era Astarte, a gata.
Amanda acreditava que Holly pudesse inclusive estar morta mas mal sabia que Michael tinha planos terríveis para controlá-la pois, com a garota sendo subserviente a ele, a hora seria perfeita para tentar tomar o Trono dos Crânios e ser líder da Suprema Confraria.
Diante desta situação desesperadora, resta que Jer tente resgatar Holly, sua alma gêmea, para salvá-la das garras de seu pai. A Confraria Tripla está em perigo e a única salvação é se Holly voltar a si...

Narrado em terceira pessoa e com alguns trechos em itálico evidenciando o pensamento em primeira pessoa de algum personagem, Feitiço segue com a escrita complexa e muitas vezes confusa já que muitos dos fatos presentes são narrados no tempo passado enquanto se misturam com pensamentos atuais. Parece que a ideia é situar ou relembrar o leitor do que se passa, mas a confusão está justamente nessa mistura ao mostrar o que está acontecendo agora, porém, sendo descrito no passado. Tais descrições aparecem com frequência e quando o fato ocorreu há muitos e muitos anos atrás pode-se confundir como sendo algo recente e vice versa, mesmo que haja indicação de tempo e local. É esse o problema com os livros dessa série, pois por mais que o enredo seja interessante e a trama seja muito boa, a narrativa é um fator que atrapalha e confunde devido ao tempo verbal que as autoras utilizam.

A abordagem da magia negra é de arrepiar e não há censura nas descrições macabras ou malignas para os rituais que envolvem espíritos, sangue e morte, o que torna a história bastante pesada para leitores mais jovens ou de estômago fraco.
Nesse volume em especial posso dizer que gostei e me envolvi mais com a história pois várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo e é angustiante ver Holly na posição em que ela se encontra enquanto seu eu interior está aprisionado e ela luta para conseguir escapar das garras dos demônios que estão dentro de seu corpo a controlando, principalmente porque Michael quer controlá-la também.
Alguns pontos me soaram um tanto absurdos, como a gravidez mágica de Nicole que despertou a atenção de Eli a ponto de fazê-lo mudar a própria personalidade de bad boy pra "pai" preocupado quando na verdade sabemos que nem sempre um filho é o real responsável pela mudança de caráter de alguém. Os ataques a Seattle que destruíram a cidade não me convenceram porque a história se passa num mundo onde existem pessoas comuns além das bruxas e acho que tudo deve acontecer dentro da nossa realidade para se tornar crível. As pessoas vêem todo aquele caos e ai?

Enfim... Os vilões estão cada vez mais perigosos e posso afirmar que nunca vi em nenhuma outra série personagens tão malignos e com propósitos tão sombrios como em Wicked. O mal e o caos que os vilões estão dispostos a causar vão além do nível de qualquer maldade que já acompanhei em qualquer história e tudo que eles fazem é de dar medo.
Os personagens secundários, tanto os vivos quanto os espíritos, são bastante bem construídos e enfim os personagens "irrelevantes" tiverem a morte que eu tanto esperei. Acho que o excesso de personagens era um fator que estava colaborando para que a série se tornasse arrastada e confusa com personagens que não tinham um desenvolvimento maior. Alex Carruthers é um personagem que chegou a cidade, bonito e cheio de carisma, e sua presença pode abalar algumas estruturas... Sua intenção é ajudar a salvar a Confraria Tripla mas acaba se envolvendo com coisas e pessoas além do propósito inicial...
Há reviravoltas emocionantes envolvendo redenção de quem menos se esperava, incluindo a morte de um vilão que pensei que não deixaria de atormentar os outros tão cedo. O final é chocante, Holly faz escolhas que jamais imaginei que faria e muitas perguntas sobre personagens e outros acontecimentos ficam no ar.

A capa, seguindo o mesmo padrão das anteriores, é bem bonita e chamativa. Ela é aveludada, com aplicação de verniz no títulos e nomes das autores. A contracapa também tem um efeito em verniz que lembra sangue espirrado e é bem legal. A diagramação é simples, seguindo a mesma linha dos anteriores, os capítulos são iniciados com um cântico, a revisão está ótima e as páginas são amareladas.

Não digo que Wicked seja a melhor série fantástica sobre bruxaria que já li, pois como mencionei anteriormente, a escrita das autoras continua confusa até para os leitores mais atentos. Elas não hesitam em matar personagens sem a menor piedade, ou descrever cenas macabras sem a menor censura, mas vale a leitura pela ideia da história, com certeza.

Legado - Nancy Holder e Debbie Viguié

27 de dezembro de 2014

Lido em: Dezembro de 2014
Título: Legado - Wicked #3
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Priscila Catão
Gênero: Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 304
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Desde que se conheceram, Holly e Jer são atraídos um para o outro, assim como ocorreu séculos antes com Isabeau Cahors e Jean Deveraux, aumentando ainda mais o ódio entre as famílias, representantes de duas linhagens diferentes de bruxos. Depois de Bruxaria e Maldição, a jovem Holly Cathers – que levava uma vida normal até perder os pais e a melhor amiga num acidente e descobrir que é a mais nova descendente da antiga Confraria das Cahors – passará por provações cada vez mais complexas em Legado, terceiro volume da série de mistério e magia Wicked. 

Resenha: Legado é o terceiro volume da série Wicked escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié. O livro foi publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
Esta resenha poe ter spoiler dos livros anteriores!

Dando continuidade à história iniciada em Bruxaria e seguindo por Maldição, em Legado, Holly vai à Inglaterra para tentar libertar sua prima Nicole, aprisionada por ordem da Suprema Confraria, mas o que ela quer na verdade é encontrar Jer, seu namorado que está desaparecido. Mas Holly já não é a mesma... Depois que descobriu que tem uma enorme ligação com a Confraria, a única coisa que lhe restou foi aceitar seu destino... No passado, Isabeau (ancestral de Holly) e Jean (marido de Isabeau), foram amaldiçoados e condenados a vagarem pelo mundo dos espíritos até que a promessa que Isabeau teria feito a sua mãe fosse cumprida: Ela teria que matar o marido, e ele queria vingança pela família Deveraux ter sido queimada viva graças a falsidade da esposa! Então, a cada nova geração, após centenas de anos do ocorrido, os espíritos dos dois tentam possuir membros de suas famílias, numa relação de amor e ódio, e eles agiam através de Holly e Jer... Determinada a acabar com essa maldição e ciente de seu legado, Holly se vê em meio a uma guerra mágica onde deverá encarar desafios e perigos que nunca imaginou, onde muitas vidas serão perdidas e muitos sacrifícios serão realizados... Cabe a Holly tentar salvar as pessoas que ama e voltar para casa, mas será que vai conseguir este feito?

Narrado em terceira pessoa, desta vez senti que a história foi contada com um pouco mais de clareza se comparado aos dois primeiros volumes e fluiu de forma muito mais satisfatória. Não vou negar que alguns trechos são confusos, algumas coisas parecem acontecer do nada e sem explicações para que se saiba de onde aquilo veio e como se foi, mas acho que já me acostumei com essa característica "marcante" nessa série. Só lendo para entender... A história continua tendo seu lado negro, sombrio e escuro, as pontas soltas que ficaram nos livros anteriores foram amarradas e acabou por mostrar que existe algo muito maior do que se imaginava.

As autoras conseguiram expandir a história e o cenário, incluindo novas cidades para dar novos ares, mas, por mais que a leitura flua bem, elas trabalharam em demasia com personagens a se perder de vista, cada um com suas particularidades e é difícil memorizar quem é quem, o que cada um faz, de onde surgiu, como, quando... Já são muitos os que existiam e ainda aparecem mais. Cheguei até a considerar que a trama que envolve Isabeau e Jean é mais interessante do que o que se passa na atualidade com Holly e toda a turma infinita.

Um ponto interessante é que não há muita distinção entre bem e mal, o que deixa o leitor numa posição de nunca saber o que esperar, qual será o próximo passo, ou quais são as reais intenções dos outros. As autoras não tem a menor piedade quando o assunto é morte, por mais apavorantes que sejam, e o leitor fica em constante agonia quando o assunto é Jer, pois nunca se sabe se o pobre coitado está vivo ou morto. Há um misto de batalhas, tanto as mágicas quanto as não-mágicas, há romance, e o que mais me agradou é que apesar de tudo, Legado teve aprofundamentos em alguns personagens, mostrando que alguns que pareciam não ter tanta relevância assim estão mais complexos e importantes na trama, enquanto Holly dá seus vacilos...

Os mistérios não acabam por aí, o final só deixa ansiedade e curiosidade no ar e acredito que a série como um todo mostra um lado negro, cruel e aterrorizante sobre magia e bruxaria que não se encontra tão facilmente por aí... Legado foi o melhor livro da série até o momento e espero a continuação, Spellbound.

Maldição - Nancy Holder e Debbie Viguié

22 de maio de 2014

Lido em: Maio de 2014
Título: Maldição - Wicked #2
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Maria Clara Mattos
Gênero: Fantasia
Ano: 2013
Páginas: 256
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: O Fogo Negro consumiu Jer. Tudo indica que ele esteja morto, e tia Marie-Claire também se foi. Além disso, o maior inimigo de Holly jurou lealdade à Suprema Confraria. Poém, não há tempo para lamentar suas perdas: ela precisará reunir forças e assumir seu papel de líder. Em meio à dor, Holly ressurgirá como uma grande bruxa e fará o que for necessário para sobrepujar o mal... até mesmo sujar as mãos com o sangue do sacrifício.
Se no volume anterior Holly teve que lidar com a descoberta de poderes incríveis e de uma maldição mortífera, agora ela sentirá na pele a responsabilidade pelas vidas dos que a seguem e o peso de ser uma das últimas sobreviventes de uma das confrarias mais fortes de todos os séculos.

Resenha: Maldição é o segundo volume da série Wicked escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié. Os livros foram lançados pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
A história continua de onde parou em Bruxaria, cujo final foi terrível e desesperador, então esta resenha pode ter spoilers do livro anterior!

Jer, o filho do sombrio Michael Deveraux, foi consumido pelo Fogo Negro, umas das piores magias negras de que já se ouviu falar, e a ideia de que ele está morto deixou Holly arrasada devido ao romance que eles tinham um com o outro. Marie Clare, a tia de Holly, também não sobreviveu, e a garota junto com suas primas, Amanda e Nicole, ficaram sozinhas. Resta a Holly seguir em frente fazendo o que puder contra as forças do mal, mesmo que para isso ela tenha que utilizar o sacrifício...
Apesar de focar em acontecimentos passados com muita frequência, Maldição teve um diferencial em relação ao Bruxaria no que diz respeito à narrativa ou às mudanças bruscas de cena, pois felizmente o leitor é informado e situado sobre onde e quando tal acontecimento se passa sem que haja confusão. Tantas informações sobre o passado talvez tenham tido o propósito de explicar ao leitor como tudo aconteceu até chegar onde chegou, mas fiquei com a sensação de que o presente, que é o que realmente importa mesmo que a guerra entre as famílias Cahors x Deveraux seja antiga, ficou em segundo plano, o que não contribui muito para que a leitura se torne fluída, mas, sim, arrastada já que o primeiro livro se encarregou de contar praticamente tudo que deveria importar sobre vidas passadas e o próprio passado em si. Fiquei com a impressão de que a história ficou dando voltas e mais voltas e pra nada.

Quando nos deparamos com a Maldição jogada sobre os Cahors, a família de que Holly descende, o que realmente deixou as coisas agitadas foi como Michael se aproveitou disso para tentar se dar bem.
Fiquei abismada e em choque com o sacrifício feito por Holly e também em como ela passou de uma bruxa se descobrindo pra alguém tão poderosa. Talvez a ideia dos sacrifícios, rituais e mortes sejam mesmo chocar, pois tudo é muito bem detalhado, sanguinolento, cruel, bizarro... Mas alguém que nunca havia feito nada do tipo anteriormente criar coragem e ser tão fria, mesmo que estivesse envolvida emocionalmente, se tornou além de surreal, incômodo. Entendo que Holly, sozinha e sendo líder, precisa tomar decisões grandes que podem mudar tudo, mas algumas delas parecem ter sido descritas sem considerar que poderiam mudar completamente a personalidade da protagonista a ponto de descaracterizá-la, e isso tudo me deixou com a impressão de que, talvez, foi escrito só pra aumentar a intensidade de determinada cena para que o leitor fique abismado ao ler sobre como é feito um sacrifício. Inconstâncias desse tipo não descem aqui, pois o ritual, da maneira como foi feito, não combina com Holly. Fiquei me perguntando até que ponto a influência de Isabeau e sua "ajuda" poderia interferir no que Holly faz.

Uma coisa que vale ressaltar é que todas as brigas entre as famílias rivais que perduram por séculos lembram bastante a rixa de Romeu e Julieta, pois tudo tem como base a retenção de poder, a ganância, o egoísmo, mas lá estão Holly e Jer, indo contra tudo e todos, tentando ficar juntos...

A capa, seguindo o mesmo padrão da primeira é linda, aveludada, com alto relevo e verniz para destacar o título. A diagramação também segue a mesma linha. A revisão está ótima e as páginas são amarelas.

Considerei esse segundo livro como sendo melhor do que o primeiro pelas divisões de cenas e pelos detalhes sinistros que envolvem a magia negra e outras coisas terríveis, mas continuo achando que a história, pela forma como é contada, é bastante confusa e requer uma atenção redobrada e muita paciência para prosseguir com a leitura, que, em alguns pontos, confesso ser entendiante. Algumas cenas realmente são muito boas, mas não superam as demais. Para uma série com cinco livros, imagino o que virá pela frente, e como...

Bruxaria - Nancy Holder e Debbie Viguié

10 de abril de 2014

Lido em: Abril de 2014
Título: Bruxaria - Wicked #1
Autoras: Nancy Holder e Debbie Viguié
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia
Ano: 2013
Páginas: 336
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Depois de perder os pais num terrível acidente, Holly Cather deixa São Francisco para viver em Seattle com sua tia e as duas primas gêmeas, Amanda e Nicole. Aos poucos, porém, coisas estranhas começam a acontecer ao seu redor. O que Holly não sabe é que ela e suas primas parecem possuir um estranho legado em comum, e estão prestes a penetrar num mundo sombrio de bruxas, segredos e perigosas alianças ancestrais que as levarão numa jornada surpreendente.

Resenha: Bruxaria é o primeiro volume da série Wicked, escrita pelas autoras Nancy Holder e Debbie Viguié e lançado no Brasil pela Editora Rocco.

Nele conhecemos Holly Cather, uma garota de 16 anos que perdeu os pais e a melhor amiga, Tina, num acidente trágico envolvendo um bote e uma tempestade terrível. Diante do ocorrido e após um luto regado a um sono quase eterno, Holly se viu obrigada a ir morar em Seatle, na casa de Marie Clarie Cather, uma tia de quem ela nunca ouvira falar na vida, mãe das gêmeas Nicole e Amanda. Na nova casa, Holly vai se adaptando e acaba conhecendo um "amigo" de sua tia, cuja presença é sempre constante, Michael Deveraux, por quem a garota logo de cara já nutre um sentimento estranho, como se sentisse algo ruim pairando pelo ar...
As duas famílias pertencem a uma linhagem de bruxos bastante antiga, e há mais de 600 anos vivem em guerra, buscando formas de se destruírem através da magia negra e manterem o poder.

Partindo dessa premissa, a história, que é narrada em terceira pessoa, se enrola e deixa o leitor perdido com acontecimentos confusos, fora de ordem, repetitivos, que transitam entre passado e presente de forma a fazer um levantamento e tentar mostrar como tudo começou para cada um dos personagens antecedentes das famílias e suas histórias, como se as autoras quisessem apresentar algum tipo de prova concreta para justificar o comportamento dos personagens da época atual, como sendo tudo decorrente de situações passadas, mas que são revividas no presente. Confuso, né? Pois é...

Muito da história foi um tanto quanto vago, faltando maiores explicações, me fazendo voltar páginas e mais páginas procurando conexões entre os acontecimentos e me causando frustração por não ter encontrado. Senti como se a história tivesse sido escrita em blocos avulsos e depois unidos sem a preocupação dos capítulos seguintes seguirem uma ordem que dessem algum sentido ao término do capítulo anterior.

Não achei que houve uma construção boa dos personagens. Todos são rasos e até a própria Holly não é digna de simpatia. Tudo o que acontece que deveria ser encarado com espanto ou curiosidade, para ela e para as primas não é nada demais. Imaginem só: descobrirem que são bruxas e que estão numa grande e perigosa confusão envolvendo magia negra da pior espécie, e isso não é nada tão importante a ponto de chocar ou deixá-las preocupadas...

E a maioria dos acontecimentos são assim: surgem do além e somem da mesma forma. Às vezes aparecem como visões do que parece ser uma vida passada, às vezes começam e acabam sem sabermos o que aconteceu no meio, o que me fez ficar com mil pontos de interrogação na cabeça me perguntando como raios aquilo aconteceu, por que motivo, quando, onde, como fulano foi parar em determinado lugar, como ciclano descobriu tal informação, por que beltrano briga por algo que ninguém sabe o que é, e por aí vai... Se a ideia era fazer com que o leitor imaginasse respostas, não funcionou, pois não há brecha para suposições. Simplesmente faltou informações para um melhor entendimento das situações em questão. Holly acabou de descobrir sobre esse mundo e a ideia é que vá aprendendo aos poucos sobre ele, mas tudo acontece de repente e sem explicações, e ela aceita normalmente.

Enfim... Pra mim, o único personagem que pode ser considerado bem construído é Michael, que logo no início já se revela um vilão maligno e sem escrúpulos que não mede esforços para conseguir o que quer. A personalidade e as intenções dele não foram se mostrando aos poucos ao longo dos acontecimentos para que o leitor ficasse curioso sobre quem é o vilão, mas justamente por isso o elemento surpresa envolvendo esse fator deixou de existir...

Ainda existe algo que deveria ser um romance (?) entre Holly e Jer, um dos filhos de Michael, mas é tudo tão superficial, óbvio e forçado que fiquei me questionando sobre a necessidade da existência dele na história, principalmente quando o passado é um elemento que parece reger o presente e o futuro, como se o que aconteceu há centenas de anos tivesse que ser repetido pra dar certo, como uma lei absoluta, porém sem sentido algum, ou coisa do tipo.

Apesar de haver cenas muito bizarras envolvendo a bruxaria e vários assassinatos terríveis, suas descrições são sombrias e bastante convincentes no que diz respeito a magia negra e ao mal envolvido alí, porém se a intenção era abordar esse mal, seja através de espíritos malignos, sacrifícios ou coisas horrorosas do tipo, não achei nada adequado usar a Wicca para isso, pois ela foi retratada no livro de um jeito que deu a entender que se trata de algo ruim, e quem não conhece pode ficar com uma impressão errada sobre ela, como se a religião da Deusa fosse coisa do próprio pata rachada. Fiquei abismada com tal distorção.

O livro foi classificado como sendo juvenil, mas da forma como é narrado e pelos elementos presentes considerei como algo voltado para o público adulto, até mesmo pela narrativa confusa que vai testar, e muito, a paciência do leitor.

Me interessei pelo livro primeiramente pela capa, que é linda demais, com efeitos em verniz nos olhos da gata, alto relevo no título, ou seja, um capricho só! Ao ler a sinopse tive uma ideia de história fantástica e sobrenatural que é super meu estilo de leitura e fiquei bastante animada, mas como nem tudo são flores, me decepcionei ao embarcar nela, pois me deparei com algo desconexo, confuso e bastante difícil de ser lido e engolido devido às incoerências presentes. O choque foi tanto que levei quase duas semanas para finalizar a leitura de um livro de pouco mais de 300 páginas que pretendia ler em 3 dias mas simplesmente não consegui. Não é algo que flui muito bem, não...
O segundo volume, Maldição, já foi lançado, e apesar de Bruxaria não ter superado minhas expectativas, vou ler para saber o impacto que o final bem surpreendente, e que a propósito foi super cruel e angustiante, vai causar na trama que parece ter 4 volumes.