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Como Ficar com Rick - Julie Fison

4 de abril de 2016

Título: Como Ficar com Rick - Escolha o seu Felizes para Sempre #1
Autora: Julie Fison
Editora: Agir Now
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2016
Páginas: 256
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A vida é feita de escolhas, e ninguém sabe melhor disso do que as meninas! Terminar o dever ou ir para o shopping? Juntar a mesada para aquele celular incrível ou comprar o box da sua série mais amada? São tantas opções... As protagonistas da coleção Escolha o seu felizes para sempre sabem bem disso — aqui cada escolha delas é sua, e você é quem decide o caminho que elas devem fazer. Siga o seu coração e veja aonde ele leva, ou volte atrás e escolha tudo outra vez! Kitty MacLean está há meses de olho em Rick Sanchez, que deve ser o menino mais lindo do mundo! Mas pelo que parece ela nunca vai conseguir ficar com ele, até que a garota mais popular da sala a convida para passar uns dias num exclusivo condomínio na praia, onde Rick também vai passar as férias. Mas Kitty já havia prometido às amigas que iria acampar... E agora? Cabe a você decidir o que Kitty vai fazer — e se ela vai ou não finalmente ficar com Rick!
Resenha: A coleção Escolha o seu Felizes para Sempre reúne 5 volumes escritos por autoras distintas e os dois primeiros são de autoria de Julie Fison. Até o momento, somente este primeiro volume, foi publicado pela Agir Now no Brasil.

Kitty MacLean é uma estudante bastante reservada do ensino médio, fã da banda The Lads, e que suspira por Rick Sanchez, o garoto mais lindo da escola. Ela tem duas melhores amigas, Izzy e Mia, que a convidam para passar uma semana acampando aproveitando as férias, mas a previnem desde o início de que o lugar era terrível. A garota topa o convite mas é surpreendida quando, do nada, Persephone, a garota mais popular da escola, a convida para passar a semana no point das celebridades, o Portal do Paraíso. Um tipo de condomínio fechado e exclusivo para gente endinheirada e cheia de glamour.
Apesar de Kitty ainda continuar distante do garoto, a missão que ela determina para si é se aproximar para conhecê-lo melhor e, sabendo que encontraria Rick no Portal do Paraíso, ela vê no convite de Pesephone uma grande oportunidade. Então, cabe ao leitor decidir se ela irá acampar com as amigas ou se irá inventar alguma desculpa para ir curtir com Persephone e chegar mais perto de Rick... E a partir dessa premissa e dessas duas situações, a história se desenrola inteirando o leitor a ela e o colocando como principal fator para seu desfecho.

A narrativa do livro é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista de Kitty, então fica mais fácil nos aproximarmos dela, saber de seus sentimentos, seus anseios e seus desejos.
Por ser adolescente, Kitty tem preocupações que correspondem com a idade, mas é possível percebermos que, apesar de termos opções que fazem com que ela saia de sua zona de conforto, no fundo seu maior desejo é ficar com Rick e manter as amigas unidas, pois inicialmente Izzy e Mia não gostam de Persephone por ela ser popular, a julgando como metida e antipática, mesmo sem terem conversado com ela antes.

O conceito que há por trás do livro é muito bacana quando coloca o leitor pra ajudar a determinar qual será o destino da protagonista dentro da situação em que ela se encontra, mas achei que as possibilidade dadas para que eu tivesse a sensação de estar interagindo com o livro e interferindo na história foram muito poucas. Apesar da leitura ser bem rápida devido a fluidez da escrita e a simplicidade da história, há trechos em que, dependendo do que queremos que Kitty faça, vários capítulos se passam até que a escolha a ser feita apareça, como se a ideia da autora fosse apresentar uma situação bastante detalhada para facilitar essa escolha, enquanto outras opções mais arriscadas e que não tem nada a ver com o que Kitty realmente faria são mais rápidas, então foi algo que me deixou bastante limitada a poucas situações em que eu pudesse meter o bedelho, a menos que eu relesse a história escolhendo novas opções, que na teoria eu não escolheria ao me colocar na pele da protagonista, para ter um novo final. São vários finais diferentes, alguns bastante imprevisíveis e outros que descaracterizam totalmente aquela Kitty que foi apresentada lá no início, como se as escolhas fossem as responsáveis por mudar sua forma de pensar devido as experiências que ela teve, o que não deixa de ser verdade até mesmo na vida real, afinal de contas, quem nunca mudou a forma de pensar ou de agir após ter feito uma escolha "errada" ou ter passado por alguma situação que nos faz refletir? Vivendo e aprendendo, né?

A diagramação do livro é bem fofa, principalmente nas páginas em que podemos definir a escolha de Kitty. Cada página apresenta a escolha que fizemos em forma de título junto a numeração da página, nos situando ao momento da vez. Encontrei alguns poucos erros na revisão, mas nada que prejudicasse a leitura. A capa é uma graça, cheia de desenhos e elementos que ilustram bem o ambiente em que Kitty poderá estar. As cores também são bastante atrativas e chamam bastante atenção.

Inicialmente minhas escolhas foram "Kitty vai para o Portal do Paraíso", Kitty conta a verdade para Mia e Izzy" e "Kitty abandona o plano", mas há diversas outras opções a serem seguidas nos levando a um final diferente de acordo com a combinação de escolhas que fazemos.
O livro é voltado ao público infanto juvenil, pois aborda esse universo adolescente com conflitos típicos e peculiares da idade, como as amizades da escola, a questão da popularidade e da autoestima, aquele frio na barriga devido ao primeiro amor, e até algumas decepções pessoais, tanto por escolhas tomadas quanto por pessoas que são diferentes do que pensamos.
Como Ficar com Rick é uma opção muito válida e divertida de leitura para jovens que procuram por algo leve, descontraído, despretensioso e interativo.



O Lago das Sanguessugas - Lemony Snicket

28 de janeiro de 2016

Título: O Lago das Sanguessugas - Desventuras em Série #3
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 192
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva
Sinopse: O misterioso autor das Desventuras em Série não só alcançou a lista de best-sellers infanto-juvenis do New York Times, como conseguiu entrar em todas as outras principais referências de vendagem americanas. Com sua estranha franqueza, na contracapa deste livro ele manda um recado a seus possíveis leitores:

"Caro leitor,
Se você ainda não leu nada sobre os órfãos Baudelaire, é preciso que antes mesmo de começar a primeira frase deste livro fique sabendo o seguinte: Violet, Klaus e Sunny são legais e superinteligentes, mas a vida deles, lamento dizer, está repleta de má sorte e infelicidade. Todas as histórias sobre essas três crianças são uma tristeza e uma verdadeira desgraça, e a que você tem nas mãos talvez seja a pior de todas. Se você não tem estômago para engolir uma história que inclui um furacão, uma invenção para sinalizar pedidos de socorro, sanguessugas famintas, caldo frio de pepinos, um horrendo vilão e uma boneca chamada Perfeita Fortuna, é provável que se desespere ao ler este livro. Continuarei a registrar essas histórias trágicas, pois é o que sei fazer. Cabe a você, no entanto, decidir se verdadeiramente será capaz de suportar esta história de horrores.

Respeitosamente,
Lemony Snicket"

Resenha: Como o próprio autor já introduziu na sinopse, os irmãos Baudelaire continuam sua saga de desgraças sucessivas. Dessa vez sua guarda legal foi entregue à tia Josephine, a cunhada de uma prima em segundo grau. Uma víuva infinitamente medrosa, que teme tudo ao seu redor e por isso deixa de viver decentemente pra se proteger. A situação das crianças nem de longe se compara à alegria de estar na casa do tio Monty; aqui elas veem seus desejos sendo constantemente negados, mas o que consola é estarem longe do Conde Olaf.
Quer dizer, não por muito tempo. Logo ele se disfarça de Capitão Sham e se aproxima da família com um disfarce muito ridículo: um tapa-olho e uma perna de pau. Claro que ninguém acredita nos irmãos quando, de cara, reconhecem o vilão e o denunciam, e é aí que a coisa esquenta. Uma história que envolve mentiras, bilhetes em códigos, furacão, desabamento de casa, sanguessugas e muito mais.

A história segue o padrão das duas primeiras e pode até parecer um pouco repetitiva, mas Snicket conseguiu me prender nas páginas do livro. Não sei mais o que ele vai aprontar nos próximos nove livros, mas em se tratando de uma série tão aclamada é claro que quero ler e descobrir se no final do 12º eles se dão bem.

O sr. Poe, responsável pela herança dos órfãos, continua um pamonha. Ô agonia desse homem, gente! Não sei se fiquei com mais vontade de socar esse palerma ou a tia, chata que só ela. Além de medrosa, ela é irritantemente fascinada com gramática, corrigindo as falas erradas de todo mundo, inclusive nos momentos mais inconvenientes. Nem eu, que adoro o Português certinho, consegui gostar da mulher.

E o Conde Olaf é aquele vilão que a gente ama odiar, não esconde suas garras e sempre dá um jeito de fugir e voltar com um plano mais mirabolante. Recentemente anunciaram que a Netflix irá produzir uma série dos livros e o cogitado para viver o Conde Olaf é Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother). Como não querer pra ontem?

Vale lembrar que o livro é gostoso de ler não apenas pela história envolvente como pelas ilustrações e por todo o humor. As explicações óbvias - ou nem tanto -, a interação do narrador com o leitor, as traduções das falas de Sunny, a ironia... tudo isso é uma característica da série que vem dando muito certo e são super indicadas pra ajudar as crianças a entenderem o significado de expressões e palavras. E pra adultos também, por que não?
"As boas pessoas que editam este livro estão preocupadas com a possibilidade de que leitores como vocês leiam a minha história dos órfãos Baudelaire e tentem imitar algumas das coisas que eles fazem. Assim, tendo chegado a esta altura da história, e a fim de tranquilizar os editores - isto é, de fazer com que parem de arrancar os cabelos de preocupação -, permitam-me, por favor, dar-lhes um conselho, mesmo sem saber nada sobre vocês. O conselho é o seguinte: se alguma vez vocês precisarem chegar com urgência à Gruta do 'P', não devem em nenhuma circunstância roubar um barco e tentar atravessar o Lago Lacrimoso durante um furacão, porque é muito perigoso e as chances de vocês sobreviverem são praticamente nulas. Não façam isso, sobretudo se vocês, como os órfãos Baudelaire, tiverem apenas uma vaga ideia de como funciona um barco a vela."



13 Incidentes Suspeitos - Lemony Snicket

30 de outubro de 2015

Título: 13 Incidentes Suspeitos - Só Perguntas Erradas #2,5 (livro extra)
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2014
Páginas: 248
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Livro extra e independente da série Só Perguntas Erradas, com 13 contos que estimulam o leitor a desvendar os mistérios antes de ler as soluções no final.
A peculiar cidade de Manchado-pelo-Mar é palco de muitos eventos estranhos e é lá que o jovem Lemony Snicket - famoso solucionador de mistérios - tenta resolver seu primeiro grande caso, relatado em detalhes na série Só Perguntas Erradas.
Mas os mistérios se sucedem, e o detetive mirim agora terá de descobrir por que quadros caem sozinhos das paredes, quem roubaria um tritão amarantino, como é possível que um fantasma passeie pelo cais à meia-noite e quem faz parte da famigerada Gangue do Tijolão, entre vários outros enigmas. Lemony Snicket precisará juntar pistas e interrogar testemunhas para desvendar cada caso.
Os leitores se tornam membros da organização secreta de Snicket e também participam da investigação: o desafio será resolver os casos antes de ler as soluções, reveladas no final do livro.

Resenha: 13 incidentes Suspeitos é um livro extra e independente da série Só Perguntas Erradas escrita pelo autor (e também personagem da história) Lemony Snicket.
Até agora foram três volumes (de quatro) publicados pela Seguinte no Brasil, Quem Poderia Ser a Uma Hora Dessas?Quando Você a Viu Pela Última Vez?Você Não Deveria Estar na Escola?.
O livro foi lançado depois do segundo volume e os casos se passam durante e pouco depois do que ocorre em Quando Você a Viu Pela Última Vez, mas não há ligações entre as histórias.
Não é necessário ler nenhum dos livros da série para entender este visto que os personagens são devidamente (e novamente) apresentados e os mistérios são isolados e fechados por "casos".
É um livro curto e bem divertido com situações misteriosas que convidam o leitor a investigar com Lemony e tirar as próprias conclusões de acordo com as informações obtidas. Ao final de cada caso há a indicação da página com o mistério solucionado.

O cenário é a pequena cidade de Manchado-pelo-Mar, e ela continua sendo pano de fundo de eventos sinistros que Lemony insiste em investigar para solucionar o mistério da vez. Em 13 Incidentes Suspeitos, Lemony fez um arquivo para registrar e organizar pequenos casos a serem solucionados e de antemão alerta o leitor de que as informações são secretas e destinadas apenas aos membros de sua organização, e que nada é da nossa conta.
Lemony Snicket é membro de uma organização secreta com talentos para a investigação. Ele então, investiga ocorrências misteriosas como quadros que caem sozinhos das paredes, sabotagens aparentemente inexplicáveis, pequenos furtos ou o reconhecimento de alguma figura misteriosa que faz de tudo para não se revelar, e ainda tem que aturar sua tutora de cabeleira indomável, S. Theodora Markson (e continue sem querer saber o que o S significa).

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Lemony, vamos acompanhando os mistérios que ele tenta desvendar enquanto se mete em enrascadas e aventuras bizarras enquanto é cercado de outros personagens caricatos e muito engraçados que estão alí quase sempre para atrapalhar o andamento de suas investigações.
A escrita do autor é sua marca registrada, com metáforas, sempre cheia de sarcasmo e mostrando pré adolescentes inteligentes e irônicos contra adultos idiotas e incompetentes que ainda se acham donos da razão mas nunca dão uma dentro.

Os mistérios são divertidos e alguns deles são bastante óbvios, afinal, os livros são infanto juvenis, mas no geral são muito bem desenvolvidos e inteligentes, mas acho que o ponto forte são os personagens peculiares e engraçados em conjunto com a narrativa cômica do autor.
Um ponto bem relevante sobre a escrita é que o autor costuma usar palavras difíceis em diálogos ou descrições para em seguida explicar o que ela significa, então ele consegue fazer com que qualquer um, independente da idade, entenda o que ele quer dizer sem deixar de lado sua essência e o vocabulário "rico".


A capa do livro segue o padrão de ilustrações dos demais, com silhuetas misteriosas e expressivas. As páginas são amarelas e de uma gramatura maior, então as páginas são mais grossas do que o normal, a fonte é grande e bem espaçada e a diagramação em geral é muito bem feita, com várias ilustrações. Como de costume, Lemony sempre aparece com o rosto oculto pela sombra de seu chapéu.

O autor pode até fazer um apanhado com as histórias para que elas se entrelacem com as outras da série, com alguns personagens já conhecidos por seus infortúnios e desventuras...

Resumindo, pra quem já é fã da série é leitura obrigatória pois o livro relembra personagens e traz à tona um pouco mais da cidade arruinada e de seus moradores falidos, e pra quem não conhece e quer uma amostra do que irá encontrar, 13 Incidentes Suspeitos é uma ótima pedida pra poder se familiarizar com o estilo de escrita do autor e com os personagens, tendo uma provinha do que esperar. Pra quem gosta de livros bem humorados, rápidos de serem lidos e que coloca o leitor no papel de detetive junto com o protagonista, é leitura mais que recomendada.

Lobos de Loki - K.L. Armstrong e M.A. Marr

21 de outubro de 2015

Título: Lobos de Loki - Crônicas de Blackwell #1
Autoras: K.L. Armstrong e M.A. Marr
Ilustradora: Vivienne To
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Aventura/Infanto Juvenil
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Aos 13 anos, Matt Thorsen, não dava muita importância ao fato de ser um dos descendentes de Thor, o deus do Trovão. Até porque, na pequena Blackwell, a maior parte da população é descendente de deuses. Mas, quando as runas revelam que o Ragnarok – uma batalha capaz de provocar o fim do mundo – está próximo, Matt se vê obrigado a cumprir um destino pelo qual ele não esperava e embarca numa incrível aventura para salvar o mundo, com a ajuda dos primos Fen e Laurie, descendentes do deus Loki. Repleto de ação, fantasia e reviravoltas, Lobos de Loki é um início arrasador para uma saga única. 

Resenha: Lobos de Loki é o primeiro volume das Crônicas de Blackwell escrito pelas autoras K.L. Armstrong e M.A. Marr. O livro é uma publicação da Rocco Jovens Leitores no Brasil.

A história se passa na pequena cidade de Blackwell, Dakota do Sul. A maioria das pessoas são descendentes diretos de Thor e Loki, deuses nórdicos de Asgard. Matt Thorsen é um garoto de treze anos e, pra ele, família e tradição são as coisas mais importantes do mundo. Não é só questão de orgulho ser um descendente de Thor, mas uma questão de responsabilidade, afinal, é Thor quem deve liderar os deuses em sua batalha final quando o fim do mundo chegar. Mas, Thor está morto, assim como todos os outros deuses nórdicos. Então, quando há sinais de que o Ragnarök está chegando, as principais famílias de Blackwell se reúnem para encontrar os que vão substituir os deuses nessa batalha final.

Desta reunião, as Nornes - conhecedoras do futuro e do destino de deuses e humanos - jogaram as runas e fizeram uma grande revelação: O Ragnarök está próximo e Matt é o escolhido para representar Thor na batalha contra a Serpente de Midgard. Tal revelação surpreende a todos, incluindo Matt que fica totalmente desanimado com a nova tarefa de montar uma equipe de novos deuses, e sem ajuda de ninguém da família. Ele deve encontrar outros descendentes e sua ideia é começar pelos descendentes de Loki, mais especificamente Jen e Laurie. Ao começar a leitura já percebemos como o relacionamento dos dois é arisco. Os garotos não se batem, brigam feito loucos e parece que se odeiam, logo, Matt não sabe como fazer Fen lutar ao seu lado já que são "rivais" e as brigas fazem com que Laurie ainda se afaste de Matt por achá-lo um porre.
Mas querendo ou não, Laurie e Fen devem trabalhar juntos com Matt para encontrar as outras crianças que descendem dos outros deuses, além de encontrar artefatos mágicos que pertenceram a Thor para servir de auxílio na tentativa de livrar o mundo do seu iminente fim.

A narrativa se alterna entre Matt e os primos Fen e Laurie. Sendo em terceira pessoa, o leitor não fica limitado a pensamentos particulares de cada um e isso acaba dando um tom mais diversificado para a história, mostrando as coisas de uma forma geral e mais ampla.
Não nego que a premissa não seja boa e interessante, mas não é lá muito original: Um bando de garotos que vão combater um monstro terrível prestes a desencadear o fim do mundo enquanto eles são guiados por lendas antigas para tentarem mudar esse destino trágico. Pra quem leu a série Percy Jackson vai ver claramente que a comparação é inevitável.

Dentro do contexto eu gostei dos personagens. Matt é um garoto que vive frustrado por tentar sem sucesso agradar e família e ser exemplo de filho perfeito. Como é o irmão mais novo, ninguém acredita em seu potencial e os pais pensam que ele deveria ser como os irmãos. Como não é, ele se vê como uma grande decepção. Diferente da família que gosta de futebol, ele gosta de boxe, e talvez essa seja a maneira que ele encontrou para canalizar sua raiva, e consequentemente faz com que ele se revele um ótimo lutador e ainda um bom líder.
Confesso que gostei de ver o crescimento do garoto e a descoberta de seus dons especiais Ele inicialmente estava inseguro com sua tarefa mas ao final se superou ao se transformar em um líder que aprendeu e ensinou o trabalho em equipe.

Fen é aquele personagem antipático e que não conquista a simpatia do leitor logo de cara. Ele é problemático, atrevido e parece gostar se ser visto como alguém encrenqueiro. Mas a medida que a história se desenrola, vemos que ele tem uma ligação muito forte com Laurie e como ele é preocupado com a segurança dela. Ele faria qualquer coisa pra proteger a prima mas confesso ter achado um pouco estranho o fato de eles serem tão próximos assim. Como ele é descendente de Loki, ele consegue se transformar em lobo e tal poder tem tudo a ver com a história.
Eu gostei de Laurie pois ela serve como uma mediadora entre Matt e Fen quando os dois estão em conflito. Ela também é preocupada com o primo e parece ter uma enorme necessidade de cuidar dele.
Há outras crianças que se juntam ao grupo e têm importância na história, alguns guardam segredos, outros têm habilidades incríveis, mas todos colaboram para os acontecimentos.

Pelo fato de ser um livro infanto juvenil, acho até justo que os heróis estejam numa faixa etária que corresponda ao público para o qual o livro se destina: crianças e pré adolescentes. Não que o livro não possa ser aproveitado por leitores mais velhos, mas, para leitores mais exigentes, a falta de aprofundamento no desenvolvimento da história ou outros acontecimentos "inexplicáveis" podem incomodar. Acho muito legal quando autores inserem alguma mitologia conhecida num ambiente atual e que possa remeter ao dia-a-dia, desde que sejam críveis mas aqui não há uma explicação sobre o motivo dos descendentes dos deuses viverem reunidos em Blackwell e a questão do Ragnarök e as catástrofes que antecedem este evento não foram bem pensadas se levarmos em consideração o ambiente e a época em que a história se passa, pois se os desastres naturais são provocados por figuras mitológicas, no caso a Serpente de Midgard, o que a ciência fez pra explicar eventos desse tipo durante todo esse tempo para os meros cidadãos que não têm conhecimento sobre os deuses? E o Monte Rushmore que é composto por trolls que saem vagando por aí? Quando eles saem ninguém percebe que algo está faltando naquela montanha enorme que pode ser vista a quilômetros de distância?

Talvez eu não teria percebido essas "falhas" ou não faria esses questionamentos se fosse uma leitora mais jovem e poderia encarar como mera fantasia, então precisei relevar e tentar ler como se eu fosse uma, mas foi difícil me conectar à história, principalmente por achar a narrativa um pouco arrastada e pouco envolvente. Só senti um gás no final do livro e por isso bateu a curiosidade de continuar a série. Então, para um livro voltado ao público infanto juvenil, acredito que a trama e a construção dos personagens foi, de certa forma, satisfatória e o que foi desenvolvido, apesar do primeiro livro ser mais introdutório, é o bastante pra termos noção da personalidade de cada personagem e nos familiarizarmos com o universo criado pelas autoras.

Com relação desenvolvimento da história, posso dizer que as coisas tiveram uma evolução bem rápida e dinâmica mas o que resume tudo é o progresso da amizade entre dois garotos que não se davam bem quando precisam arriscar as próprias vidas ao lutarem lado a lado contra monstros.

O projeto gráfico do livro é super caprichado. A capa é bem chamativa e bonita e já dá uma boa ideia do tipo de aventura que as crianças enfrentam. A diagramação é perfeita. Cada início de capítulo tem o nome do personagem da vez seguido por um título e há várias ilustrações representando alguma cena de destaque da história. As páginas são amarelas e tamanho de fonte e das margem são ótimos.

Lobos de Loki é um livro que não é só feito de aventuras e mitologia. Ele fala de amizade verdadeira e laços familiares, mas também inseguranças, decepções e sobre encontrar um lugar onde você se encaixa e pertence.

A Sala dos Répteis - Lemony Snicket

28 de setembro de 2015

Título: A Sala dos Répteis - Desventuras em Série #2
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 184
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Lemony Snicket é um autor que não pode ser acusado de falta de franqueza. Sabe que nem todo mundo suporta as tristezas que ele conta e por isso - para que depois ninguém reclame - faz questão de avisar: "Se você esperava encontrar uma história tranqüila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. A história pode parecer animadora no início, quando os meninos Baudelaire passam o tempo em companhia de alguns répteis interessantes e de um tio alto-astral, mas não se deixem enganar...". Os Baudelaire têm mesmo uma incrível má sorte, mas pode-se afirmar que a vida deles seria bem mais fácil se não tivessem de enfrentar o tempo todo as armadilhas de seu arquiinimigo: o conde Olaf, um homem revoltante, gosmento e pérfido. Em Mau Começo ele deu uma pequena amostra do que é capaz de fazer para infernizar a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire - e aqui as coisas só pioram.

Resenha: Os personagens e o plot já foram apresentados na resenha de Mau Começo, então essa e as próximas vai acabar sendo um pouco menor. Mas vamos lá... Em A Sala dos Répteis, Lemony também "repele" o leitor logo no prefácio, afirmando que "se você esperava encontrar uma história tranquila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. [...] Nada impede que você coloque este livro de volta na estante e procure algo mais leve". Com uma introdução assim, dá vontade de desistir, né? SQN!

Dessa vez os irmãos Baudelaire têm um tantinho de alegria no começo, quando vão morar com o tio Monty. Finalmente Violet, Klaus e Sunny têm a liberdade de fazer o que mais gostam: inventar, ler e morder, respectivamente. Mas, como diz o ditado, alegria de pobre dura pouco, e logo e as desgraças começam.
Esperar é uma das coisas difíceis da vida.
Um velho conhecido nosso dá as caras, pra infelicidade dos órfãos. Novamente, em tão pouco tempo, eles precisam lidar com morte, trapaças, conspirações e mais um monte de coisas "de gente grande". O toque especial fica por conta dos répteis (alguém diz pro Lemony que sapo não é réptil, pelamor! meu corassaum doeu). Pra quem tem medo ou aversão a cobras, lagartos e sapos (!), o livro dá uma certa agonia.

O padrão de escrita, ilustrações e outras coisas que me conquistaram no primeiro volume foi mantido neste (e pelo visto nos próximos também). O humor irônico continua presente, as sacadas inteligentes, a tentativa de tradução das "falas" de Sunny... E as tais explicações, que ao mesmo tempo que me fazem rir ajudam a mostrar quão óbvias as coisas são, mas acabamos ignorando por não pararmos pra analisar.

Nesse livro fiquei ainda mais apaixonada pelas crianças, tão espertas e cativantes. E, numa geração tão tecnológica, ter personagens que adoram ler e usam a inteligência para inventar coisas é uma linha fora da curva, um ótimo exemplo pras crianças. Ainda bem que tenho mais 10 livros na companhia deles. ♥

Mau Começo - Lemony Snicket

27 de setembro de 2015

Título: Mau Começo - Desventuras em Série #1
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 152
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mau Começo é o primeiro volume de uma série em que Lemony Snicket conta as desventuras dos irmãos Baudelaire. Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas ocupam o primeiro lugar na classificação das pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade segue os seus passos desde a primeira página, quando eles estão na praia e recebem uma trágica notícia. Esses ímãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã. É por isso que, logo na quarta capa, Snicket avisa ao leitor: "Não há nada que o impeça de fechar o livro imediatamente e sair para uma outra leitura sobre coisas felizes, se é isso que você prefere".

Resenha: Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler) é um autor do qual já ouço falar há tempos, mas só recentemente pude ler algo dele. E, por mais que as capas da série Só Perguntas Erradas encham os meus olhos, queria entender o fascínio de tantos leitores com as Desventuras em Série.

Se você, como eu, também achava o título um tanto pessimista, é porque ainda não abriu o livro pra ler. Aliás, o próprio autor escreveu no prefácio que “não há nada que o impeça de largar o livro imediatamente e sair para outra leitura sobre coisas alegres”. Só aí você já imagina o que vai encontrar, né?
E como primeiro livro é uma introdução, vou apresentá-los aos nossos protagonistas.
VIOLET BAUDELAIRE tem catorze anos e é uma das maiores inventoras do seu tempo. As engrenagens e alavancas de seu cérebro funcionam a todo vapor.
KLAUS BAUDELAIRE, o irmão do meio, usa óculos, o que pode dar a impressão de que seja amante dos livros. Impressão absolutamente correta. Ele emprega todo o seu conhecimento em decifrar os planos do pérfido conde Olaf.
SUNNY BAUDELAIRE, a mais nova dos três, é ainda um bebê. Seus quatro afiados dentes entram em ação na primeira oportunidade.
E este é o arqui-inimigo dos irmãos Baudelaire: o CONDE OLAF. Homem revoltante, gosmento, pérfido, sobre ele é melhor dizer o menos possível.
Agora devidamente apresentados, vamos à história. Como a sinopse adianta, logo no começo as três crianças recebem a triste notícia de se tornaram órfãs. O incêndio não apenas levou seus pais como também destruiu toda a propriedade que eles consideravam um lar. Por isso, foram obrigados a se mudarem, viverem de favor e se submeterem às mais terríveis condições.
Até que aparece o Conde Olaf, parente distante que se dispôs a ficar com as crianças, mas na verdade está interessado na herança. E ele faz jus ao ditado “nada está tão ruim que não possa piorar”. Quando achamos que as coisas estão caminhando pra uma solução, vem uma reviravolta (e outra, e mais outra) que nos faz perceber que desgraça pouca é bobagem.
A primeira opinião que você tem sobre qualquer coisa pode mudar com o tempo. Eu gostaria de poder dizer para vocês que os Baudelaire estavam enganados nas primeiras impressões que tiveram sobre o conde Olaf e sua casa, como muitas vezes acontece. Mas aquelas impressões de que o conde Olaf era uma pessoa horrível e de que sua casa era um chiqueiro deprimente estavam absolutamente corretas.
A leitura é voltada para o público infantojuvenil, mas conquista leitores de todas as idades muito facilmente. Grande parte disso se deve à interação do texto com o leitor, chamando-o para a narrativa. Pra quem gosta, tem ilustrações em cada início de capítulo, adiantando o que está por vir.
Mas o ponto alto pra mim foram as explicações sobre humor, ironia ou palavras/situações não muito comuns, de modo a facilitar a compreensão da criança que está começando a se aventurar no mundo da leitura. E pra nós, que já estamos acostumados, chega a ser engraçado ler coisas tão óbvias explicadas nos mínimos detalhes.
É muito útil quando se é jovem saber a diferença entre "literal" e "figurado". Se alguma coisa acontece no sentido literal, acontece de verdade; se acontece no sentido figurado, dá a impressão de estar acontecendo. Se você está literalmente pulando de alegria, por exemplo, quer dizer que você está dando saltos no ar porque se sente muito feliz. Se você está pulando de alegria figuradamente, o que isso quer dizer é que você se sente tão feliz que poderia pular de alegria, mas está poupando sua energia para outros fins.
Nem sei o que esperar dos próximos 12 livros, se as crianças vão crescendo (tipo Harry Potter), se é tudo realmente em série, sem muito tempo pra respirar, se mantenho a esperança de que lá no final tudo ficará bem... O importante é preparar o coração e encarar tanta desventura pra 3 pitocos de gente.

Você Não Deveria Estar na Escola? - Lemony Snicket

24 de agosto de 2015

Título: Você Não Deveria Estar na Escola? - Só Perguntas Erradas #3
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2015
Páginas: 310
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O jovem Lemony Snicket começou seu aprendizado em uma organização secreta e partiu para Manchado-pelo-mar, uma cidade decadente onde se criavam polvos para a produção de tinta. Lá, ele se envolveu em seu primeiro grande caso, relatado em detalhes na série Só Perguntas Erradas.
 Agora, no terceiro volume, ele precisa investigar incêndios que estão ocorrendo nesse vilarejo cada vez mais envolto em mistério, acompanhado de sua excêntrica tutora, S. Theodora Markson, e de seu grupo de aliados, composto pela jornalista-mirim Moxie Mallahan, pelos irmãos taxistas Juca e Chico, pelo exímio cozinheiro Jake Hix e pela química brilhante Cleo Knight. Quem é o incendiário? Que segredos esconde o Departamento de Educação? Por que tantos estudantes estão em perigo? Será que tudo isso faz parte do plano maligno do vilão foragido Tiro Furado?

Resenha: Você Não Deveria Estar na Escola? é o terceiro volume da série infanto juvenil Só Perguntas Erradas escrita por Lemony Snicket (que também é o protagonista da série) e pulicado no Brasil pela Seguinte.
A série Só Perguntas Erradas começa quando o jovem aspirante a detetive, Lemony Snicket, se torna aprendiz numa organização secreta na cidade de Manchado-pelo-mar, que vivia da tinta dos polvos. Mas o mar sumiu e a cidade foi a falência devido a falta de matéria prima. E quando a estátua da Fera Ressonante foi roubada, as investigações de Lemony começaram enquanto S. Theodora, sua tutora inútil, atrapalha tudo como sempre. No segundo volume a química Cleo Knight, filha dos donos da maior empresa de tinta que existiu no vilarejo, havia desaparecido e Snicket investigou esse sumiço ainda que S. Theodora insistisse que a garota havia fugido com o circo.

Desta vez, uma série de incêndios misteriosos vem atingindo Manchado-pelo-mar e as crianças estão em perigo já que Tiro Furado, o vilão foragido, está a solta. Snicket quer investigar para descobrir quem está por traz dessa história e porquê. Mesmo com a ajuda de Moxie, a jornalista mirim; Juca e Chico, os taxistas malucos; Jake, o cozinheiro cheio de experiência e Cleo, Lemony precisará colocar seu treinamento em prática para impedir os planos do vilão que está mais uma vez rondando o vilarejo, caso contrário um inocente pode acabar pagando por algo que não fez. O mistério não parece ter uma solução e ninguém sabe quais são as reais intenções de Tiro Furado.
Só não pergunte sobre a Sociedade Desumana e nem sobre o interesse deles nas crianças da Academia da Maré... Com certeza são perguntas erradas...

Narrado em primeira pessoa de forma super divertida e espirituosa, a história continua sustentando mistérios antigos, trazendo novos a tona sem que haja nada tão complexo assim a ponto de confundir o leitor, até mesmo pelo fato de os livros serem voltados a um público que, geralmente, procura livros para se divertir.
Um ponto muito legal é que Snicket sempre relembra algum fato importante que ocorreu nos livros anteriores de uma forma direta e bem resumida e isso ajuda o leitor a se situar melhor na história, lembrando quem é quem ou do que a tal situação se trata sem que haja necessidade de folhear os livros para descobrir. Por mais que algumas perguntas erradas tenham sido respondidas, outras surgem, os mistérios dos livros anteriores acabam de fundindo com os novos e resta saber se tudo vai ser mesmo esclarecido no próximo volume. São várias pistas espalhadas no decorrer da história e ao final todas são ligadas de forma mirabolante mas, ainda assim, genial!

Snicket é um personagem que vai amadurecendo a cada livro, aprendendo com as experiências e sem deixar seu jeitinho sarcástico e bem humorado de lado, mostrando que seu destino é ser mesmo alguém que domina a arte de ser detetive.
S. Theodora (continue sem querer saber o que o S significa) e sua cabeleira indomável continua impagável quando o assunto é ser imprestável, além de se mostrar muito mais irritante, pois mesmo sabendo que é a pior investigadora do mundo, ela simplesmente não aceita os argumentos de Snicket só pelo fato de ele ser uma criança, e o que as crianças sabem?
Já havia mencionado sobre essa questão de inversão de papéis das crianças serem espertas enquanto os adultos da história são caricatos e idiotas na resenha que fiz pra um dos livros da série, mas S. Theodora ultrapassa qualquer limite. Acredito que seja ela a maior responsável por alguns momentos engraçados e impossíveis da história, mesmo que a vontade seja socá-la.
Os diálogos são muito dinâmicos e inteligentes e há várias frases de destaque capazes de colocar o leitor pra refletir.

O trabalho gráfico do livro continua mantendo o padrão dos livros anteriores, com ilustrações ótimas onde o rosto de Snicket sempre fica escondido pela sombra de seu quepe dando aquele ar de mistério sobre o garoto.
A fonte é grande e o espaçamento entre o texto também, logo, levando em conta de que se trata de uma história divertida cujo mistério realmente envolve e mantém o leitor preso nele até a última página, é um livro para ser lido numa tacada só.

Há quem considere a série como um prequel para a outra série do autor, Desventuras em Série, devido às menções a personagens e afins. Não que seja necessário ler para entender o que se passa em Só Perguntas Erradas, mas acredito que seja algo que acrescente bastante na hora de se familiarizar com os personagens citados.
Pra quem procura por uma leitura leve, inteligente e super engraçada, leia! Mesmo que seja um livro voltado ao público infanto juvenil vai agradar leitores de todas as idades.

O Terror das Terras do Sul - Caroline Carlson

17 de agosto de 2015

Lido em: Agosto de 2015
Título: O Terror das Terras do Sul - A Quase Honrosa Liga de Piratas #2
Autora: Caroline Carlson
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil/Fantasia
Ano: 2014
Páginas: 368
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Em O Tesouro da Encantadora, Hilary viveu grandes aventuras em alto-mar até encontrar o maior tesouro do reino, desaparecido havia muito tempo, e sua dona, a Encantadora das Terras do Norte. Como recompensa, recebeu um certificado de filiação à Quase Honrosa Liga de Piratas e o título de Terror das Terras do Sul.
Neste novo volume da série, a Encantadora voltou ao seu posto, e Hilary acompanha a redistribuição dos objetos mágicos pelo reino. Mas o presidente da QHLP não está satisfeito: Hilary precisa se envolver numa atividade verdadeiramente pirática logo, como matar um monstro marinho ou derrotar um líder pirata num duelo, senão perderá seu título - e sua filiação à Liga.
Antes que consiga recuperar sua reputação, a garota fica chocada ao descobrir que a Encantadora foi sequestrada. Contrariando as ordens do presidente da Liga, Hilary se junta à gárgula e a seus amigos para investigar o caso, ainda que resgatar Encantadoras não esteja na lista de atividades próprias a um pirata.

Resenha: O Terror das Terras do Sul é o segundo volume da hilária série infantojuvenil A Quase Honrosa Liga de Piratas escrita pela autora Caroline Carlson e publicada no Brasil pela Seguinte.
Por se tratar da continuação, esta resenha tem spoilers do livro anterior!

Alguns meses se passaram desde que a jovem Hilary desafiou a cidade de Augusta decidindo que meninas também podiam ser destemidas e fazer as mesmas coisas que os meninos, principalmente se tornarem piratas! Depois de ter colocado o próprio pai nas masmorras por ter cometido um crime, Hilary ficou conhecida como o Terror das Terras do Sul. É família, mas e daí? O que importa é que ela é uma pirata e não tem tempo para se preocupar com parentescos e sentimentos de mulherzinha. Agora ela é Capitã de sua própria embarcação e precisa comandar a tripulação ficando responsável por várias decisões das quais não imaginava o quão difíceis seriam.  Os objetos mágicos que haviam sido roubados estão sendo redistribuídos e Hilary acompanha tudo já que teve grande participação neste feito. Ela ainda quer sustentar seu novo título de Terror para provar que é uma pirata temível, mas descobre que a Encantadora foi sequestrada. Agora a magia está sendo utilizada de forma abusiva e tudo está um caos. O capitão Dentenegro, líder da Quase Honrosa Liga de Piratas (QHLP) está de olho na garota por considerar que ela ainda é boazinha demais. Um pirata que se preze enfrenta monstros, duela com os outros até a morte e se comporta como um pilantra do pior calibre possível! Mas o sequestro é algo que está fazendo a garota perder o sono pois a Encantadora é uma grande amiga, e, contrariando as ordens do presidente da Liga, ela se junta aos seus amigos e a sua Gárgula e decide investigar pessoalmente o ocorrido, mesmo que os inspetores oficiais da rainha já tenham pegado o caso para cuidar...

A narrativa continua sendo feita em terceira pessoa e continua tão encantadora quanto antes. A linguagem que a autora utiliza é engraçada com orientações e xingamentos exagerados e cômicos e que tem tudo a ver com o mundo da pirataria. Cartas, advertências, informativos, relatórios, formulários e recortes de jornal também continuam presentes a fim de ilustrar melhor as situações tornando a história ainda mais dinâmica e original. Esses detalhes acabam colaborando para a diagramação do livro que é simplesmente perfeita. Cada início de capítulo traz uma ilustração colaborando com o visual. As páginas são amarelas e o trabalho gráfico num geral é maravilhoso.
Hilary é uma ótima protagonista. Ela é muito divertida e corre atrás dos seus sonhos como ninguém. Por mais que ela queira se destacar como uma pirata temível, ela ainda tem medos e inseguranças típicos de qualquer menina da idade que ela tem.
Os demais personagens também têm tanto brilho quanto ela. A Gárgula, conhecida como Fera, está impagável nesse livro, pois o que ela tem de fofa tem de atrevida e não hesita quando precisa por os pilantras em seus devidos lugares.
Destaque para Claire, a única amiga que Hilary fez antes de fugir da "Escola de Aprimoramento da Senhorita Pimm para Damas Delicadas". Ela mostra que não é a donzela cheia de bons modos quanto parece e consegue ser tão ousada e valente quanto um pirata deveria!

Por mais que as histórias de cada volume sejam fechadas com início, meio e fim, acho adequado que sejam lidas na ordem a fim de evitar spoilers, pois tudo se passa no mesmo ambiente aproveitando do mesmo contexto e com personagens que já conhecemos anteriormente e que não apresentam muitas coisas novas, além do fato de serem melhores desenvolvidos no que diz respeito a saber um pouco mais sobre a vida de cada e ao fazerem parte da nova aventura da vez. Eles não ficam estagnados e sempre estão evoluindo e prontos para o que der e vier.

Personagens encantadores, aventuras em alto mar, rixas, perseguições e ensinamentos valiosos envolvendo ética e bom senso fazem parte desta incrível história!
Assim como no primeiro volume, a autora aborda os rótulos que a sociedade impõe em meninos e meninas de uma maneira cativante e muito divertida. Independente do gênero, cada um pode ser quem quiser e fazer o que quiser, desde que haja vontade e até coragem para enfrentar os preconceitos. É um livro voltado ao público infantojuvenil mas que pode ser lido por leitores de todas as idades. As risadas e a diversão são garantidas!

Timmy Fiasco: Errar é humano - Stephan Pastis

11 de julho de 2015

Lido em: Junho de 2015
Título: Timmy Fiasco: Errar é humano - Timmy Fiasco #1
Autor: Stephan Pastis
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Infanto juvenil
Ano: 2015
Páginas: 304
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Timmy Fiasco acredita que é o melhor detetive de sua cidade. Junto de seu inseparável amigo Total, o urso polar, Timmy funda a Fiasco Total, uma empresa de investigações baseada no closet de sua mãe! Timmy Fiasco – Errar é humano é o primeiro livro para jovens do cartunista Stephan Pastis, autor de tirinhas premiadas nos EUA como Pérolas aos porcos e Larry in Wonderland. Repleta de humor e ironia, a série de Pastis é comparada ao bestseller Diário de um Banana, de Jeff Kinney, e alcançou a lista dos mais vendidos do The New York Times. Com uma imaginação fértil e uma lógica peculiar, o pequeno Timmy vai conquistar os leitores com suas hilárias desventuras ao investigar casos como o misterioso sumiço dos doces de seu colega Gunnar e seguir sua caminhada rumo ao sucesso. 

Resenha: Timmy Fiasco é o primeiro volume da série infanto-juvenil de mesmo nome escrita pelo autor e cartunista americano Stephan Pastis e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.

Conheça Timmy Fiasco, que apesar do sobrenome, não é nenhum fracassado (ou pelo menos ele acredita piamente que não). Timmy é fundador, presidente e diretor executivo da agência de detetives Fiasco Ltda, a melhor agência de investigação da cidade, ou do mundo! O livro nada mais é do que seu registro histórico sobre seus feitos grandiosos e como Timmy conseguiu chegar ao sucesso vencendo obstáculos: sua mãe, sua escola e seus amigos imprestáveis ou idiotas.
A história basicamente gira em torno do sumiço do Fiascomóvel, o patinete da mãe de Timmy, que ele pegou sem pedir. Ele usou o "veículo" para atender um cliente que o contratou para investigar um roubo de doces e quando estava voltando percebeu que o Fiascomóvel havia desaparecido. Sua mãe não pode saber de jeito nenhum que o patinete sumiu, e Timmy precisa descobrir quem foi e recuperar o que acredita ter sido roubado.

Timmy é um garotinho normal que mora com a mãe e tem um urso polar de 700kg chamado Total como animal de estimação. O urso parecia ser muito confiável quando apareceu em sua casa vindo do Ártico, só para comer a ração do gato, que Deus o tenha, e acabou se tornando sócio na agência de detetives de Timmy, que, claro, mudou de nome: Fiasco Total Ltda. Sua empresa funciona no closet da mãe, mas o local é temporário até ele poder alugar o prédio mais caro da cidade.
Timmy, em companhia de Total, passa os dias resolvendo "crimes" para as crianças de sua turma, mas devido a sua completa inocência não consegue enxergar o óbvio e acaba não sendo tão bom no que faz. Ele prioriza sua agência e acha que a escola só existe para atrapalhar e fazer com que perca seu precioso tempo, principalmente porque seu professor é um completo rabugento que não para de pegar em seu pé. Mas ele acredita em seu talento e que isso fará com que ele se torne alguém realmente grandioso, cheio de fama e fortuna, ele só precisa se livrar de sua inimiga e concorrente, Corrina Corrina, mais conhecida como Maligna (uma detetive que tem patrocínio de seu pai rico, logo, sempre está a frente de Timmy ou sendo contratada em seu lugar), fazer com que sua mãe pare de reclamar sobre dinheiro e pare de interferir em seus assuntos, além de descobrir um meio de manter Total fora do zoológico.

No decorrer da história conhecemos os colegas malucos de Timmy que dão um ar mais cômico à história, entre eles, Rollo Tookus, um dos garotos mais inteligentes da turma mas que vive se metendo em confusão graças aos rolos de Timmy e Molly Moskins, apaixonada pelo garoto e que cheira a tangerina, fora os professores que só atrapalham a vida dele.

Narrada pelo próprio Timmy, por mais que o livro seja voltado ao público infanto juvenil (em média 9 a 13 anos), não deixa de ser uma leitura válida para adultos também, pois além de divertida, ainda traz nas entrelinhas alguns temas dignos de reflexão.

Talvez um leitor mais jovem possa não perceber a situação de Timmy e achar super engraçada a história de um garoto azarado cujo trabalho de detetive é um completo fiasco, principalmente porque o livro é todo ilustrado com traços toscos e rabiscados para lembrar algo bem inocente e infantil, mas pra mim ficou claro que a vida de Timmy não é nada fantasiosa e mostra a realidade de uma mãe solteira com dificuldades para se virar e sustentar a casa já que tem um emprego ruim e de salário baixo, e seu filho que, mesmo que de forma inconsciente, quer ter sucesso para ajudar a mãe. Até mesmo Total que, pra mim, por mais que seja engraçado e atrapalhe a carreira do garoto, representou algo em quem Timmy pode jogar a culpa por seus fracassos mas que possa até ser fruto de sua imaginação. E isso fica ainda mais perceptível quando vemos Timmy ao ficar num canto completamente sozinho na hora do recreio enquanto as outras crianças brincam, dando a desculpa de que está fazendo companhia para Total que não pode entrar na escola e precisa esperá-lo por fora da cerca. Mas, deixando análises mais profundas de lado, o livro foi comparado a Diário de um Banana, do autor Jeff Kinney, e concordo plenamente pois trata da história de um garoto inocente que quer vencer obstáculos, e somando essa característica aos sonhos e a esperança que ele tem de que será alguém muito importante na vida um dia, posso afirmar que é uma leitura intrigante e divertida que com certeza irá conquistar a simpatia de leitores de toda as idades.

A Caverna das Maravilhas - Matthew J. Kirby

27 de janeiro de 2015

Lido em: Janeiro de 2015
Título: A Caverna das Maravilhas - Infinity Ring #5
Autor: Matthew J. Kirby
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Infantojuvenil
Ano: 2014
Páginas: 240
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Próxima parada: Bagdá, 1258. É para lá que o Anel do Infinito manda Sera, Dak e Riq, com o objetivo de corrigir mais uma falha histórica em sua missão de salvar a humanidade. Em meio a caravanas de mercadores e feiras onde são vendidos perfumes, sedas, tapetes e especiarias, os três aventureiros precisam descobrir um jeito de impedir a destruição de uma das maiores bibliotecas da época.
Os mongóis estão cada vez mais perto, e o cerco a Bagdá é inevitável. Pelo que Dak sabe, os invasores vão jogar todos os livros da cidade no rio Tigre, até deixá-lo preto de tanta tinta! Mas a importância dessas páginas vai além da preservação de documentos históricos: sem as informações contidas ali, os três viajantes do tempo não poderão continuar a missão, e tudo o que eles conseguiram até então irá por água abaixo. Agora, os riscos são maiores do que nunca. 

Resenha: A Caverna das Maravilhas é o 5º volume da série Infinity Ring que está sendo publicada no Brasil pela Seguinte. A série de 7 livros, como vocês já devem saber, é escrita por vários autores, e quem assina este é Matthew J. Kirby.

Dak, Sera e Riq estão no ano de 1258, nos arredores de Bagdá. Depois de viajarem no tempo por 12 vezes e repararem 8 Fraturas, eis que os garotos se deparam com a missão mais importante de todas até agora. Enquanto a Europa ainda está na Idade das Trevas, Bagdá é o lar de muitas bibliotecas e estudiosos. A Casa da Sabedoria, a biblioteca que abriga um dos maiores acervos de livros que existem, incluindo as obras do próprio Aristóteles, está prestes a ser destruída com a invasão da cidade feita pelas hordas mongóis, lideradas pelo neto de Genghis Khan, e se as crianças não impedirem tal ocorrido, tudo o que fizeram até agora terá sido em vão. O problema é que eles não possuem informações e pistas para serem seguidas e só podem contar uns com os outros e com o que aprenderam com as outras viagens no tempo que fizeram até o momento para impedirem a queda da biblioteca, pois somente com a preservação do que Aristóteles escreveu eles vão conseguir reparar a Fratura da vez.
A aventura chega a um ponto crucial e bastante complicado da saga e resta saber se eles vão conseguir manter a história inalterada pelo bem do futuro.

Narrado em terceira pessoa, A Caverna das Maravilhas explora situações das quais os personagens ainda desconhecem. Riq precisa lidar com o medo de suas ações, visto que ele alterou o passado da família e seu futuro está em risco agora. Dak volta a ter destaque, com seus planos mirabolantes e impossíveis e sua obsessão eterna por queijo. Sera e Dak estão mais distantes um do outro e estranhei um pouco tal atitude visto que eram tão amigos nos primeiros volumes da série. Os três estão sob pressão, presos numa cidade prestes a ser saqueada e com essa situação o leitor pode esperar muita ação e aventura da leitura!As descrições sobre o cenário são ótimas e é perfeitamente possível "viver" o que os personagens estão vivendo, passando por mercados de especiarias, tapetes e tudo isso me lembrou "Aladdin".

A escrita é ótima e só colabora com a fluidez do texto. É leitura para poucas horas!
A trama segue equilibrada e mantém um padrão, sem muitas alterações o que torna praticamente impossível saber que se trata de vários autores diferentes. Tudo tem conexão, tudo combina, tudo flui e se encaixa muito bem.
A capa mantém o mesmo estilo dos demais livros, assim como a diagramação.
Pra quem procura uma leitura leve, divertida, emocionante e que envolve viagem no tempo, recomendo a série, independente da idade. São livros ótimos para despertar a curiosidade por História, principalmente ao ser mesclada com ficção fantástica!

Resta aguardar os dois últimos livros para sabermos se o mundo ficará livre do terrível cataclismo! Que venha o sexto volume, "Atrás das linhas inimigas".


A Maldição dos Ancestrais - Matt de la Peña

Lido em: Janeiro de 2015
Título: A Maldição dos Ancestrais - Infinity Ring #4
Autor: Matt de la Peña
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Infantojuvenil
Ano: 2014
Páginas: 208
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Quando Dak, Sera e Riq chegam ao próximo destino em sua jornada para consertar falhas históricas, são recebidos por uma tempestade. Eles estão na península de Yucatán, lar dos antigos maias, na época da chegada dos colonizadores espanhóis - ou pelo menos deveria ser assim. Sera tem certeza de que programou o Anel do Infinito corretamente, mas eles parecem estar séculos adiantados.
Enquanto tentam descobrir o que aconteceu, os três jovens desconfiam que talvez exista um motivo para estarem ali: bem naquele momento os anciãos da aldeia estão escrevendo um códice importantíssimo, que travaria o destino daquele povo para sempre. Na escola, Dak e Sera haviam aprendido que os maias eram uma civilização violenta e cruel, mas talvez a história e a cultura daquela sociedade tenham sido mal interpretadas... 

Resenha: A Maldição dos Ancestrais é o 4º volume da série Infinity Ring que está sendo publicada no Brasil pela Seguinte. A série de 7 livros é escrita por vários autores, e Matt de la Peña é autor deste.

Após repararem várias Fraturas causadas pela SQ e embarcando em aventuras de tirar o fôlego, Dak, Sera e Riq estão de volta. Dessa vez, eles vão pra península de Yucatán, onde estava localizado o Império Maia, e as crianças conhecem os escribas que escreveram um códice que pode alterar todo o futuro da humanidade. E a missão deles, nada tem a ver com a invasão espanhola que acreditaram, mas é salvar o futuro de um terrível Cataclismo protegendo o tal códice de outra tribo.

Mas, o ano que deveriam estar seria 1562, mas parece que eles estão bem mais longe do que isso... Eles então devem descobrir o que aconteceu e que o erro pode ser um sinal de que eles deveriam mesmo estarem alí, principalmente porque os maias não parecem ser aquele povo sanguinário e violento que eles ouviram falar na escola... A missão vai envolver a criação e a destruição da cultura desse povo. Eles não encontram nenhum Guardião da História para ajudá-los, mas conhecem Kisa, uma garota maia corajosa e destemida que acredita neles e passa a ajudá-los a fim de preservar a história e a cultura do Império, mesmo que seja a responsável por mudar o rumo das coisas. Mas Riq se apaixona por ela e considera deixar as crianças... E como toda ação gera uma consequência, algumas escolhas podem acabar afetando o futuro... Sera, além de precisar com as reminiscências, começa a ter visões vivas e aterrorizantes acerca do Cataclismo e o que ele causou no mundo, nas pessoas que ama e no futuro em geral, e mesmo assustada, ela guarda segredo dos amigos para mantê-los tranquilos e em segurança... Será que as crianças vão conseguir reparar a Fratura e corrigir a história? E quando se conhece os envolvidos melhor? Vale a pena fazer algo para evitar o desaparecimento dos maias?

A Maldição dos Ancestrais mostra personagens bem mais maduros, que se preocupam e se importam com quem conhecem pelo caminho. Dak ainda continua com seus momentos descontraídos, mas devido a um acontecimento que mexe com ele, passa a ficar mais na dele e o lado cômico da história fica um pouco de lado... Sera continua dedicada e séria em tudo que faz, mesmo que esteja com receio de suas visões do fim do mundo. E Riq, bastante reflexivo pelos acontecimentos dos quais estão vivenciando, mostra um lado afetivo ainda maior do que no livro anterior. Personagens secundários também tem grande importância na trama, tendo sido bem construídos e cativantes, e mesmo que a história seja um pouco corrida, não deixa de ser muito envolvente.

Seguindo o mesmo padrão dos livros anteriores, é uma história fechada, com início, meio e fim, e bastante independente das demais. O bacana dos livros é que os personagens não são descaracterizados devido a cada um ser escrito por um autor diferente, e a ação se mantém do início ao fim.

A capa ilustra bem a ideia da cultura maia, principalmente pelas cores. A diagramação segue o padrão dos demais livros e não encontrei erros.
É o tipo de livro infanto juvenil que com certeza despertará o interesse por História em crianças, que vão embarcar numa aventura incrível e inesquecível!

O Alçapão - Lisa McMann

26 de janeiro de 2015

Lido em: Janeiro de 2015
Título: O Alçapão - Infinity Ring #3
Autora: Lisa McMann
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Infantojuvenil
Ano: 2014
Páginas: 224
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Depois de lutarem ao lado de guerreiros medievais para corrigir mais uma Fratura, Dak, Sera e Riq retornam aos Estados Unidos e logo se envolvem em uma armadilha mortal.
O ano é 1850, um pouco antes da Guerra Civil, quando o país está dividido em relação à escravidão. Nesses tempos sombrios, a Ferrovia Subterrânea é a única esperança de muitos escravos, que conseguem escapar por essa rota secreta. Mas a SQ aos poucos está tomando o controle dos trilhos, colocando a vida de muitos fugitivos em perigo e ameaçando apagar aquela ferrovia da história.
Riq é forçado a se separar do grupo e encontrará dificuldades que o levarão a enfrentar seu próprio passado. Dak e Sera, por outro lado, tentam descobrir em quem podem confiar e o que precisa ser feito para consertar mais uma Fratura.

Resenha: O Alçapão é o 3º volume da série Infinity Ring que está sendo publicada no Brasil pela Seguinte. A série de 7 livros é escrita por vários autores, e a autora da vez é Lisa McMann (autora da trilogia Wake).

Dak, Sera e Riq usam o Anel do Infinito, viajam no tempo e agora estão no ano de 1850, nos Estados Unidos em meio a escravatura. A sociedade está em polvorosa e dividida entre os que apoiam a captura dos negros, e os que são a favor da abolição. Os negros libertos passaram a ser caçados como forma de lucro, e quem fosse pego ajudando qualquer negro também estaria com sérios problemas... A Ferrovia Subterrânea era uma forma deles escaparem e terem alguma esperança, mas a SQ tomou os trilhos, aprisionaram o Guardião da História e querem capturar os escravos causando uma Fratura que deve ser corrigida, caso contrário, a História seria alterada. Em meio a confusão, Riq acaba sendo confundido com um escravo e o risco é de sua história ser modificada ao ter que enfrentar o passado... Resta a Dak e Sera repararem mais uma Fratura para impedirem que o futuro seja outro.

Com o tema "escravidão" sendo abordado, O Alçapão levou a série a um nível um pouco mais sério do que os livros anteriores, afinal, foram tempos muito cruéis, cheios de injustiça, revolta e qualquer leitor ficaria indignado só de pensar. Pelo assunto ser mais delicado, a autora conseguiu lidar com ele muito bem, mantendo o nível de ação, a leitura rápida e fluída, e o mais importante, sem alterar a essência dos personagens.

Como Riq foi confundido com um escravo, por mais que Dak e Sera façam de tudo pra ajudar, sem poder confiar em ninguém, Riq tem um destaque muito grande na história e podemos conhecer mais do seu passado e acabei de afeiçoando a ele. A missão é importante não só para o mundo, mas para o próprio Riq.

O único problema que encontrei nesse livro foram alguns diálogos bem rasos e muito bobos vindos de crianças tão inteligentes quanto Dak e Sera, e algumas pistas também foram bastante óbvias.
Mas levando em consideração que cada livro é escrito por um autor diferente, e tal fator é praticamente imperceptível, e que em cada livro alguma característica é incluída e moldada de forma sutil nos personagens, a história é muito boa de ser acompanhada, tanto pela narrativa quando pelo desenvolvimento.

A narrativa é feita em terceira pessoa e é bem fáci e rápida. A capa, combinando com as demais da série, é fosca com aplicação de verniz sobre a luminária e é linda! A diagramação é simples, cada capítulo se inicia com o símbolo do infinito, as páginas são amareladas e não encontrei erros na revisão.

Os livros são independentes e não é necessário ler os anteriores para compreender este, mas ainda assim recomendo que a leitura seja feita na ordem para que o leitor se familiarize com a situação dos personagens, como são e por que começaram a entrar nessas missões.
O livro é indicado a leitores de todas as idades que buscam por uma leiura que mescla fantasia com História e que com certeza vai entreter, divertir, empolgar e até emocionar!

Sangue de Tinta - Cornelia Funke

24 de janeiro de 2015

Lido em: Dezembro de 2014
Título: Coração de Tinta - Mundo de Tinta #2
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto juvenil/Fantasia
Ano: 2009
Páginas: 560
Nota: ★★★★☆
Sinopse: "Sangue De Tinta" dá seguimento à aventura de Meggie e seu pai, Mo, um encadernador de livros que tem o estranho dom de dar vida às palavras dos livros que lê em voz alta, fazendo seres das histórias surgirem à sua frente como que por mágica. No primeiro volume da trilogia "Mundo De Tinta", a língua encantada de Mo traz à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração De Tinta", e acaba mandando para dentro da trama a mãe da menina.
Agora, neste segundo episódio, Meggie dá um jeito de entrar ela mesma no mundo fictício de Coração de tinta, onde tem o prazer de encontrar fadas, príncipes e saltimbancos que dançam com o fogo; e o sofrimento de acompanhar as artimanhas de vilões cruéis e sem misericórdia. Uma jornada sombria, repleta de fantasia e aventura.

Resenha: No segundo livro da alemã Cornelia Funke, damos continuidade à história de Mo, sua filha Maggie e sua recém resgatada esposa Resa. Maggie acaba por descobrir que tem a mesma habilidade do pai de dar vida aos personagens de livros lendo em voz alta. Nessa sequencia (diga-se de passagem mágica e muito mais empolgante que seu antecessor), Dedo empoeirado encontra Orfeu, outro língua encantada que o leva de volta pro Mundo de Tinta. Mas Orfeu não é dos mais competentes e... bom, Maggie vai parar lá também.

O Mundo de Tinta em si é excepcional; cheio de criaturas mágicas, saltimbancos, vilões e realeza. Maggie se vê realizada dentro das páginas do livro. Mas Mo, como é de se esperar, entra em desespero total e parte em busca da filha dessa vez. Nesse livro Funke inverteu os papeis, com muita maestria ela nos apresenta o inverso do primeiro livro e sua trama se torna densa, mais perigosa, sendo assim mais empolgante. O que mais me deixou satisfeito foi que a história ganhou nova roupagem e a trama não se repetiu em nada, pelo contrário, Cornelia apresentou um mundo novo para a mesma história.

O Mundo do autor Fenoglio tem vida própria no seu universo universo, a maldade do imperador Cabeça de Víbora reina. Sangue de Tinta alcança um novo patamar na fantasia, um livro consideravelmente grande, mas que dessa vez não se tornou cansativo para mim. Particularmente, não fui fã do primeiro volume, mas o segundo veio para melhorar e me dar vontade de concluir a trilogia.

Há muitos e muitos acréscimos na trama, como personagens novos e dramas que podem deixar o leitor perdido, mas confie em mim, quando você engatar na leitura, a lista de “quem é quem” que existe no fim do livro sera desnecessária. Eu fico um pouco receoso de classificar a trilogia Mundo de Tinta como infanto-juvenil, já que ela apresenta uma trama bem complexa, mas ao mesmo tempo creio que uma criança se divertiria muito com a leitura.

Com um final desesperador, de deixar o coração partido, Sangue de Tinta veio como uma boa afirmação que eu devo concluir a trilogia. O encerramento desse livro me deixou com uma sensação de choque e medo com relação ao que encontrarei no próximo. Espero que Cornelia não parta o meu coração e que o final da trilogia seja excepcional.

Coração de Pedra - Charlie Fletcher

16 de janeiro de 2015

Lido em: Janeiro de 2015
Título: Coração de Pedra - Stoneheart #1
Autor: Charlie Fletcher
Editora: Geração Editorial
Gênero: Fantasia/Aventura/Infantojuvenil
Ano: 2007
Páginas: 464
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Nas profundezas da cidade, uma força foi acordada, algo tão antigo que as pessoas têm passado por alí há seculos sem notar nada...
George Chapman vive em Londres, é um menino de 12 anos, introvertido e infeliz na escola. Um dia, num passeio ao Mudeu de História Natural, ele quebra, num impulso de raiva, a cabeça de um dragão de pedra. Esse acontecimento provoca, num universo paralelo que só o próprio George pode ver, uma guerra violenta entre estigmas (estátuas de bestas mitolóicas) e cuspidos (estátuas de seres humanos).
Perseguido nos corredores do museu por um pterodáctilo assustador, George mal pode imaginar o que ainda o espera...

Resenha: Coração de Pedra é o primeiro volume da trilogia Stoneheart escrita pelo autor Charlie Fletcher e publicada no Brasil pela Geração Editorial.
O livro conta a história de George Chapman, um garoto de 12 anos muito introvertido e reservado que durante uma excursão da escola no Museu de História Natural, acaba ficando de castigo por ter levado a culpa por algo de errado que não fez. Num acesso de raiva, ele quebra a cabeça de uma gárgula em forma de dragão e foge, mas o que ele jamais poderia imaginar era que uma guerra se desencadeasse entre as estátuas de Londres que representam o Bem e o Mal, e tudo isso num universo paralelo que só George consegue ver. O garoto precisa escapar da perseguição e evitar ser morto por aquela criatura pavorosa, mas no caminho se depara com outras estátuas, e com Edie, uma garotinha cheia de personalidade que também consegue enxergar o mesmo que George. Agora ele precisa colocar a cabeça do dragão no Coração de Pedra a fim de consertar esse terrível erro...

A história é narrada em terceira pessoa e se passa em um único dia, mas devido aos acontecimentos no universo paralelo, esse dia parece se estender em semanas. Uma coisa que ainda não decidi como sendo algo positivo ou não é a questão do autor desenvolver a história fazendo com que o leitor deduza os motivos das coisas acontecerem. Não fica explícito que a guerra foi provocada por George ter quebrado a cabeça da gárgula, o leitor só pode supor que tudo aconteceu devido ao tal acontecimento, fora outras coisas que só começam a se revelar pra lá da metade do livro. Por um lado não me incomodei tanto pois sempre levo em consideração de que um primeiro volume sempre é mais introdutório e, ou ele tem detalhes demais, ou falta explicações se tornando bem raso para que em livros posteriores tudo possa ser explicado, e acho que Coração de Pedra, por mais que tenha uma premissa interessante e bem original, se mostrou um pouco fraca em alguns pontos, mas muito complexa e sombria em outros, e a história, que começa meio fraquinha, só vai ficando realmente boa a medida que George vai amadurecendo e vamos percebendo que, ao que parece, tudo que acontece tem muito mais a ver com quem o garoto é, e o acidente com a estátua foi somente o estopim para fazer com que ele possa se descobrir.

A história tem muitas reviravoltas, é rica em detalhes e tendo Londres como pano de fundo foi algo bastante agradável, principalmente porque no início do livro há um mapa da cidade com a localização das estátuas que realmente existem.

A capa é linda linda linda! A gárgula tem uma textura áspera que realmente lembra pedra e o título tem um tom acobreado e metalizado. As páginas são amareladas, a diagramação é simples, os capítulos são curtos e não encontrei erros.

Uma aventura inesquecível para todos aqueles que prezam por amizades verdadeiras e curtem jornadas que promovem o autoconhecimento.

Coração de Tinta - Cornelia Funke

27 de novembro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Coração de Tinta - Mundo de Tinta #1
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto juvenil/Fantasia
Ano: 2006
Páginas: 454
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Há muito tempo Mo decidiu nunca mais ler um livro em voz alta. Sua filha Meggie é uma devoradora de histórias, mas apesar da insistência não consegue fazer com que o pai leia para ela na cama. Meggie jamais entendeu o motivo dessa recusa, até que um excêntrico visitante noturno finalmente vem revelar o segredo que explica a proibição.
É que Mo tem uma habilidade estranha e incontrolável: quando lê um texto em voz alta, as palavras tomam vida em sua boca, e coisas e seres da história surgem como que por mágica. Numa noite fatídica, quando Meggie ainda era um bebê, a língua encantada de Mo trouxe à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração De Tinta". Um deles é Capricórnio, vilão cruel e sem misericórdia, que não fez questão de voltar para dentro da história de onde tinha vindo e preferiu instalar-se numa aldeia abandonada. Desse lugar funesto, comanda uma gangue de brutamontes que espalham o terror pela região, praticando roubos e assassinatos. Capricórnio quer usar os poderes de Mo para trazer de "Coração De Tinta" um ser ainda mais terrível e sanguinário que ele próprio. Quando seus capangas finalmente seqüestram Mo, Meggie terá de enfrentar essas criaturas bizarras e sofridas, vindas de um mundo completamente diferente do seu.
Resenha: E se tudo que você já leu se tornasse realidade? Se Rose e Dimitri de repente ganhassem vida? E se Clare e Jace fossem reais? Em Coração de Tinta, primeiro volume da Trilogia Mundo de Tinta escrita por Cornelia Funke, publicado originalmente pela Companhia das Letras e relançado pela Seguinte, tudo isso é possível.
Mo, pai de Meg, tem um dom: dar vida ao que lê. Mas isso pode não ser tão perfeito, afinal, existem vilões nos livros. Mo trouxe Capricórnio, um temido vilão, para o mundo real. O intuito do malvado é achar Língua Encantada, apelido carinhoso dado ao pai de Meg, para fazê-lo ler livros e trazer algumas coisas que deseja para esse mundo.

Quando peguei Coração de Tinta em mãos pensei: "Uau, finalmente vou ler esse livro tão famoso e elogiado". Essa empolgação durou bem pouco. Não sei vocês, mas, às vezes, sinto que o problema não é o livro, e, sim, o momento da leitura. O começo da história me pegou, lia com veracidade e vontade. Logo antes do meio minha ânsia por descobrir o final do enredo se dissipou, e foi acabando pouco a pouco.

 A narrativa de Cornelia é boa, detalhada até demais. A descrição dos personagens é rica e envolvente. Meg, Mo, Dedo Empoeirado e Elinor formaram um quarteto excelente. A personalidade de cada um é bem delineada, formada de peculiaridades. Meg, uma jovem com maturidade além da idade, tinha uma força admirável. Me afeiçoei a esta personagem, de verdade. Ela fez de tudo para ajudar seu pai, sua tia e Dedo Empoeirado, mesmo não tendo tanta possibilidade de êxito. Elinor é rabugenta, mas de uma forma agradável e divertida. Mo é destemido e sempre pronto para dar o que for em troca do bem estar da filha.

O livro contém ilustrações feitas pela própria Cornelia, o que achei muito interessante. Foi uma forma, creio eu, de aproximar o leitor do universo de Meg e Mo. E deu certo. Houve uma aproximação maior com os desenhos de Gavin, um Marta de chifres do Dedo Empoeirado, a aldeia de Capricórnio e tantos outros ambientes.

O livro tem a dose certa de ação e aventura, mas por que será que ele não me agradou tanto? A história começou bem, mas se tornou muito acíclica. Todos os fatos se repetem ao longo da trama, e acabei por me cansar um pouco disso. Imaginem aquele filme que o mocinho está prestes a fazer algo errado, sabe disso e mesmo assim vai pro covil do bandido? É por ai que Coração de Tinta anda. O mesmo discurso do Capricórnio, as situações repetitivas e que não me surpreendiam deixaram o ritmo da leitura bem lento do meio para o fim.

Coração de Tinta, apesar de não ter sido a leitura espetacular que esperei, foi satisfatório. A magia que envolve o livro valeu a pena. Nesse ponto admiro os autores infantojuvenis: sabem criar um mundo mágico maravilhoso. Isso me fez ir adiante e ter a certeza que quero continuar a série.

A Mais Bela de Todas - Sarah Mlynowski

22 de novembro de 2014

Lido em: Novembro de 2014
Título: A Mais Bela de Todas - Era Outra Vez #1
Autora: Sarah Mlynowski
Editora: Galera Record
Gênero: Infanto Juvenil
Ano: 2014
Páginas: 176
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Dois irmãos numa mágica viagem pelo mundo dos sete anões.
Após se mudarem de Chicago para Smithville, os irmãos Abby e Jonah sentem que há algo estranho na sua nova vizinhança. Quando o irmão caçula acorda Abby no meio da noite com uma novidade pra lá de esquisita - o espelho do porão está assobiando -, os dois são sugados para o meio da história da Branca de Neve. E pior: precisam consertar as coisas... Sem querer, Abby pode ter influenciado a princesinha a dar um pé no príncipe.
Abby e Jonah terão que criar os mais mirabolantes planos para colocar o destino de Branca nos trilhos ou o mundo dos contos de fadas nunca mais será o mesmo!

Resenha: Abby é uma garotinha de 10 anos, muito madura pra idade e que sonha em ser juíza. Quando seus pais se mudam pra Smithville, a menina vê sua vida revirada, tanto pela nova escola onde ela terá que se adaptar com aquele bando de crianças com hábitos dos quais ela não consegue se acostumar, quanto pela nova casa que tem um porão com um espelho pra lá de misterioso. Até que numa noite, Jonah, seu irmão caçula, a acorda no meio da noite dizendo que ouviu o espelho assobiar, e ao investigarem de perto, acabam sendo sugados e levados ao mundo dos contos de fadas, mais especificamente para a história de Branca de Neve. Porém, eles acabam impedindo Branca de Neve de comer a maça envenenada da bruxa, mudando todo o curso da história, afinal, com ela acordada, quem o príncipe iria salvar? Agora precisam dar um jeito nas costas enquanto tentam voltar pra casa. O melhor é que a história é bem dinâmica e rápida, o livro é curtinho, então em poucas horas pode ser lido.

A Mais Bela de Todas é uma história leve com um humor bem peculiar e doce voltada ao público infanto juvenil. Já conhecia a escrita da autora e além de bem fácil e fluída, é bem envolvente e cumpre com o papel de entreter o leitor.
Os personagens são cativantes e bem desenvolvidos dentro do contexto e Abby é muito corajosa e engraçada.

A capa não seguiu a original, mas achei o desenho super fofo e combina muito bem com a protagonista. As páginas são amareladas, os capítulos são curtos e há uma ilustração referente a algum elemento dos contos do início de cada um.

As crianças passam por vários perigos e aventuras para tentarem deixar as coisas nos eixos e por mais infantil que a história seja, não deixa de ser uma ótima releitura em que o nome da série, "Era outra vez" faz total jus ao propósito e com certeza vai agradar a todos que procuram por uma leitura rápida e agradável.

Diário de uma Treinadora de Pais - Jenny Smith

17 de outubro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Diário de uma Treinadora de Pais
Autora: Jenny Smith
Editora: Galera Júnior
Gênero: Infanto juvenil
Ano: 2014
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Katie Sutton é uma treinadora de pais extraordinária. Após anos de experiência, está convencida de que domina a arte de entender e corretamente manejar o seu adulto – no caso, a sua mãe. Tão grandes os seus dotes, que decidiu escrever tudo em um manual, um diário disfarçado de livro de cálculos matemáticos avançados. Mas agora algumas situações inusitadas podem aparecer, e mudar os modos de operação de sua mãe para sempre. Tudo isso devido a um pequeno problema, que tem um péssimo senso de moda e é metido a ecologicamente correto. Depois de tantos anos órfã de pai, parece que as coisas podem dar uma guinada... que bom que Katie é expert em adultos!

Resenha: Diário de uma Treinadora de Pais, escrito pela autora Jenny Smith e lançado pelo selo Galera Júnior (voltado ao público infantojuvenil), conta a história de Katie, a exímia e maior autoridade sobre comportamento adulto de toda a atualidade, segundo ela.

Katie tem 13 anos, está entrando na adolescência e acredita que entende tudo sobre adultos, tanto que criou um manual cheio de explicações e instruções sobre cada adulto que uma criança possui, ou melhor, seus pais. As orientações de como "operar" seu adulto e como ele pode ser tão inconstante, incluindo informações acerca de fatores que podem colaborar para que o desempenho deles seja aperfeiçoado estão todas lá, anotadas.

Katie mora com a mãe e com os irmãos, Mandy e Jack em Brindleton, uma cidadezinha de Oxford. O pai morreu há algum tempo e ela já estava acostumada com essa rotina... Até que sua mãe arruma um namorado bastante inconveniente (pra Katie) e passa a "operar" num outro modo. Stuart, com aquela gravata amarela ridícula e seu jeitão "nice guy" simplesmente não pode fazer parte da família. Cabe a Katie dar um jeito nesse pequeno problema técnico que está interferindo em sua casa e influenciando sua mãe a agir de forma diferente, aplicando todos os conhecimentos que possui, afinal, ela entende tudo de adultos e tal comportamento não é aceitável!

Pelo livro ser em forma de diário, já esperava que a narrativa fosse feita em primeira pessoa e a leitura foi bastante divertida. Achei a ideia de Katie disfarçar seu manual de livro de matemática genial, pois dessa forma ninguém se interessaria por ele a ponto de bisbilhotar enquanto ela o preenche. A narrativa é bastante fácil, envolvente, cheia de dinamismo e a autora escreve super bem.
A capa do livro é linda, em tons vintage, fofa e com detalhes em verniz. As páginas amareladas e diagramação diferenciada para algumas notas que Katie toma foram bastante adequadas, pois dá a sensação de uma interatividade maior com a leitura.

A medida que a história flui, é possível perceber que o livro vai se tornando um diário onde Katie começa a despejar seus anseios e pensamentos e o torna bastante pessoal com seu toque bem humorado. Só que Katie, às vezes, não parece ter a idade que tem... Ora é madura demais, já que entende tudo sobre adultos e tem uma percepção bastante "avançada" sobre eles, ora é infantil demais pelos pensamentos e algumas atitudes impulsivas. Digo isso porque eu tenho uma filha de 12 anos e não imagino ela, nessa idade, mantendo um manual do tipo já que seus interesses nessa fase são outros (e os meus também eram), e acredito que a da grande maioria das meninas nessa idade também. Então não achei a idade tão adequada se levarmos esse fator em consideração. Talvez poderia ser algo para Jack, de 8 anos. Não é algo que prejudique a leitura nem o enredo, e muito menos o divertimento proporcionado, mas foi um ponto desfavorável pra mim, por falta de identificação mesmo. Achei muito bacana o relacionamento dela com os irmãos e como seus papéis acrescentaram na trama uma ligação familiar bastante interessante e intensa, ainda mais quando eles se juntam, afinal, são 3 irmãos que ainda superam a morte do pai e que agora estão lidando com um possível padrasto. O pai morreu, mas a mãe, obviamente, tem que seguir com a vida e buscar ser feliz...

É uma leitura divertida mas que deve ser encarada como algo bastante despretensioso e com intuito de divertir mesmo, sem muita complexidade ou profundidade, mesmo que tenha algumas mensagens bacanas sobre esse tipo de relacionamento em família, autoconhecimento, e até mesmo pelo público a que se destina. Acredito que sirva como uma leitura que, mesmo não sendo muito original no que diz respeito ao enredo, é algo que consegue entreter e agradar bastante e indico para todas as idades, desde que o leitor consiga adentrar esse universo e ver a situação pelos olhos de uma pré adolescente que se diz especialista em adultos.