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O Lago das Sanguessugas - Lemony Snicket

28 de janeiro de 2016

Título: O Lago das Sanguessugas - Desventuras em Série #3
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 192
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva
Sinopse: O misterioso autor das Desventuras em Série não só alcançou a lista de best-sellers infanto-juvenis do New York Times, como conseguiu entrar em todas as outras principais referências de vendagem americanas. Com sua estranha franqueza, na contracapa deste livro ele manda um recado a seus possíveis leitores:

"Caro leitor,
Se você ainda não leu nada sobre os órfãos Baudelaire, é preciso que antes mesmo de começar a primeira frase deste livro fique sabendo o seguinte: Violet, Klaus e Sunny são legais e superinteligentes, mas a vida deles, lamento dizer, está repleta de má sorte e infelicidade. Todas as histórias sobre essas três crianças são uma tristeza e uma verdadeira desgraça, e a que você tem nas mãos talvez seja a pior de todas. Se você não tem estômago para engolir uma história que inclui um furacão, uma invenção para sinalizar pedidos de socorro, sanguessugas famintas, caldo frio de pepinos, um horrendo vilão e uma boneca chamada Perfeita Fortuna, é provável que se desespere ao ler este livro. Continuarei a registrar essas histórias trágicas, pois é o que sei fazer. Cabe a você, no entanto, decidir se verdadeiramente será capaz de suportar esta história de horrores.

Respeitosamente,
Lemony Snicket"

Resenha: Como o próprio autor já introduziu na sinopse, os irmãos Baudelaire continuam sua saga de desgraças sucessivas. Dessa vez sua guarda legal foi entregue à tia Josephine, a cunhada de uma prima em segundo grau. Uma víuva infinitamente medrosa, que teme tudo ao seu redor e por isso deixa de viver decentemente pra se proteger. A situação das crianças nem de longe se compara à alegria de estar na casa do tio Monty; aqui elas veem seus desejos sendo constantemente negados, mas o que consola é estarem longe do Conde Olaf.
Quer dizer, não por muito tempo. Logo ele se disfarça de Capitão Sham e se aproxima da família com um disfarce muito ridículo: um tapa-olho e uma perna de pau. Claro que ninguém acredita nos irmãos quando, de cara, reconhecem o vilão e o denunciam, e é aí que a coisa esquenta. Uma história que envolve mentiras, bilhetes em códigos, furacão, desabamento de casa, sanguessugas e muito mais.

A história segue o padrão das duas primeiras e pode até parecer um pouco repetitiva, mas Snicket conseguiu me prender nas páginas do livro. Não sei mais o que ele vai aprontar nos próximos nove livros, mas em se tratando de uma série tão aclamada é claro que quero ler e descobrir se no final do 12º eles se dão bem.

O sr. Poe, responsável pela herança dos órfãos, continua um pamonha. Ô agonia desse homem, gente! Não sei se fiquei com mais vontade de socar esse palerma ou a tia, chata que só ela. Além de medrosa, ela é irritantemente fascinada com gramática, corrigindo as falas erradas de todo mundo, inclusive nos momentos mais inconvenientes. Nem eu, que adoro o Português certinho, consegui gostar da mulher.

E o Conde Olaf é aquele vilão que a gente ama odiar, não esconde suas garras e sempre dá um jeito de fugir e voltar com um plano mais mirabolante. Recentemente anunciaram que a Netflix irá produzir uma série dos livros e o cogitado para viver o Conde Olaf é Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother). Como não querer pra ontem?

Vale lembrar que o livro é gostoso de ler não apenas pela história envolvente como pelas ilustrações e por todo o humor. As explicações óbvias - ou nem tanto -, a interação do narrador com o leitor, as traduções das falas de Sunny, a ironia... tudo isso é uma característica da série que vem dando muito certo e são super indicadas pra ajudar as crianças a entenderem o significado de expressões e palavras. E pra adultos também, por que não?
"As boas pessoas que editam este livro estão preocupadas com a possibilidade de que leitores como vocês leiam a minha história dos órfãos Baudelaire e tentem imitar algumas das coisas que eles fazem. Assim, tendo chegado a esta altura da história, e a fim de tranquilizar os editores - isto é, de fazer com que parem de arrancar os cabelos de preocupação -, permitam-me, por favor, dar-lhes um conselho, mesmo sem saber nada sobre vocês. O conselho é o seguinte: se alguma vez vocês precisarem chegar com urgência à Gruta do 'P', não devem em nenhuma circunstância roubar um barco e tentar atravessar o Lago Lacrimoso durante um furacão, porque é muito perigoso e as chances de vocês sobreviverem são praticamente nulas. Não façam isso, sobretudo se vocês, como os órfãos Baudelaire, tiverem apenas uma vaga ideia de como funciona um barco a vela."



A Sala dos Répteis - Lemony Snicket

28 de setembro de 2015

Título: A Sala dos Répteis - Desventuras em Série #2
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 184
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Lemony Snicket é um autor que não pode ser acusado de falta de franqueza. Sabe que nem todo mundo suporta as tristezas que ele conta e por isso - para que depois ninguém reclame - faz questão de avisar: "Se você esperava encontrar uma história tranqüila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. A história pode parecer animadora no início, quando os meninos Baudelaire passam o tempo em companhia de alguns répteis interessantes e de um tio alto-astral, mas não se deixem enganar...". Os Baudelaire têm mesmo uma incrível má sorte, mas pode-se afirmar que a vida deles seria bem mais fácil se não tivessem de enfrentar o tempo todo as armadilhas de seu arquiinimigo: o conde Olaf, um homem revoltante, gosmento e pérfido. Em Mau Começo ele deu uma pequena amostra do que é capaz de fazer para infernizar a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire - e aqui as coisas só pioram.

Resenha: Os personagens e o plot já foram apresentados na resenha de Mau Começo, então essa e as próximas vai acabar sendo um pouco menor. Mas vamos lá... Em A Sala dos Répteis, Lemony também "repele" o leitor logo no prefácio, afirmando que "se você esperava encontrar uma história tranquila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. [...] Nada impede que você coloque este livro de volta na estante e procure algo mais leve". Com uma introdução assim, dá vontade de desistir, né? SQN!

Dessa vez os irmãos Baudelaire têm um tantinho de alegria no começo, quando vão morar com o tio Monty. Finalmente Violet, Klaus e Sunny têm a liberdade de fazer o que mais gostam: inventar, ler e morder, respectivamente. Mas, como diz o ditado, alegria de pobre dura pouco, e logo e as desgraças começam.
Esperar é uma das coisas difíceis da vida.
Um velho conhecido nosso dá as caras, pra infelicidade dos órfãos. Novamente, em tão pouco tempo, eles precisam lidar com morte, trapaças, conspirações e mais um monte de coisas "de gente grande". O toque especial fica por conta dos répteis (alguém diz pro Lemony que sapo não é réptil, pelamor! meu corassaum doeu). Pra quem tem medo ou aversão a cobras, lagartos e sapos (!), o livro dá uma certa agonia.

O padrão de escrita, ilustrações e outras coisas que me conquistaram no primeiro volume foi mantido neste (e pelo visto nos próximos também). O humor irônico continua presente, as sacadas inteligentes, a tentativa de tradução das "falas" de Sunny... E as tais explicações, que ao mesmo tempo que me fazem rir ajudam a mostrar quão óbvias as coisas são, mas acabamos ignorando por não pararmos pra analisar.

Nesse livro fiquei ainda mais apaixonada pelas crianças, tão espertas e cativantes. E, numa geração tão tecnológica, ter personagens que adoram ler e usam a inteligência para inventar coisas é uma linha fora da curva, um ótimo exemplo pras crianças. Ainda bem que tenho mais 10 livros na companhia deles. ♥

Mau Começo - Lemony Snicket

27 de setembro de 2015

Título: Mau Começo - Desventuras em Série #1
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 152
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mau Começo é o primeiro volume de uma série em que Lemony Snicket conta as desventuras dos irmãos Baudelaire. Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas ocupam o primeiro lugar na classificação das pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade segue os seus passos desde a primeira página, quando eles estão na praia e recebem uma trágica notícia. Esses ímãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã. É por isso que, logo na quarta capa, Snicket avisa ao leitor: "Não há nada que o impeça de fechar o livro imediatamente e sair para uma outra leitura sobre coisas felizes, se é isso que você prefere".

Resenha: Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler) é um autor do qual já ouço falar há tempos, mas só recentemente pude ler algo dele. E, por mais que as capas da série Só Perguntas Erradas encham os meus olhos, queria entender o fascínio de tantos leitores com as Desventuras em Série.

Se você, como eu, também achava o título um tanto pessimista, é porque ainda não abriu o livro pra ler. Aliás, o próprio autor escreveu no prefácio que “não há nada que o impeça de largar o livro imediatamente e sair para outra leitura sobre coisas alegres”. Só aí você já imagina o que vai encontrar, né?
E como primeiro livro é uma introdução, vou apresentá-los aos nossos protagonistas.
VIOLET BAUDELAIRE tem catorze anos e é uma das maiores inventoras do seu tempo. As engrenagens e alavancas de seu cérebro funcionam a todo vapor.
KLAUS BAUDELAIRE, o irmão do meio, usa óculos, o que pode dar a impressão de que seja amante dos livros. Impressão absolutamente correta. Ele emprega todo o seu conhecimento em decifrar os planos do pérfido conde Olaf.
SUNNY BAUDELAIRE, a mais nova dos três, é ainda um bebê. Seus quatro afiados dentes entram em ação na primeira oportunidade.
E este é o arqui-inimigo dos irmãos Baudelaire: o CONDE OLAF. Homem revoltante, gosmento, pérfido, sobre ele é melhor dizer o menos possível.
Agora devidamente apresentados, vamos à história. Como a sinopse adianta, logo no começo as três crianças recebem a triste notícia de se tornaram órfãs. O incêndio não apenas levou seus pais como também destruiu toda a propriedade que eles consideravam um lar. Por isso, foram obrigados a se mudarem, viverem de favor e se submeterem às mais terríveis condições.
Até que aparece o Conde Olaf, parente distante que se dispôs a ficar com as crianças, mas na verdade está interessado na herança. E ele faz jus ao ditado “nada está tão ruim que não possa piorar”. Quando achamos que as coisas estão caminhando pra uma solução, vem uma reviravolta (e outra, e mais outra) que nos faz perceber que desgraça pouca é bobagem.
A primeira opinião que você tem sobre qualquer coisa pode mudar com o tempo. Eu gostaria de poder dizer para vocês que os Baudelaire estavam enganados nas primeiras impressões que tiveram sobre o conde Olaf e sua casa, como muitas vezes acontece. Mas aquelas impressões de que o conde Olaf era uma pessoa horrível e de que sua casa era um chiqueiro deprimente estavam absolutamente corretas.
A leitura é voltada para o público infantojuvenil, mas conquista leitores de todas as idades muito facilmente. Grande parte disso se deve à interação do texto com o leitor, chamando-o para a narrativa. Pra quem gosta, tem ilustrações em cada início de capítulo, adiantando o que está por vir.
Mas o ponto alto pra mim foram as explicações sobre humor, ironia ou palavras/situações não muito comuns, de modo a facilitar a compreensão da criança que está começando a se aventurar no mundo da leitura. E pra nós, que já estamos acostumados, chega a ser engraçado ler coisas tão óbvias explicadas nos mínimos detalhes.
É muito útil quando se é jovem saber a diferença entre "literal" e "figurado". Se alguma coisa acontece no sentido literal, acontece de verdade; se acontece no sentido figurado, dá a impressão de estar acontecendo. Se você está literalmente pulando de alegria, por exemplo, quer dizer que você está dando saltos no ar porque se sente muito feliz. Se você está pulando de alegria figuradamente, o que isso quer dizer é que você se sente tão feliz que poderia pular de alegria, mas está poupando sua energia para outros fins.
Nem sei o que esperar dos próximos 12 livros, se as crianças vão crescendo (tipo Harry Potter), se é tudo realmente em série, sem muito tempo pra respirar, se mantenho a esperança de que lá no final tudo ficará bem... O importante é preparar o coração e encarar tanta desventura pra 3 pitocos de gente.