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O Fio Dourado - Cornelia Funke

16 de dezembro de 2017

Título: O Fio Dourado - Reckless #3
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 370
Nota:★★★★☆
Sinopse: Jacob Reckless continua viajando para o Mundo do Espelho através do portal que encontrou tempos atrás no escritório abandonado do pai. O garoto é reconhecido nesse lugar mágico graças à sua fama de melhor caçador de tesouros de todos os tempos, mas o preço por se envolver com os dois mundos pode ser alto demais... e está prestes a ser cobrado - inclusive de Will, seu irmão mais novo, e de Fux, a companheira transmorfa por quem Jacob nutre sentimentos que vão além da amizade. Quando Will atravessa o portal em busca de uma cura para a misteriosa doença que atingiu sua namorada, Jacob e Fux vão atrás dele até o leste do Mundo do Espelho, terra de baba yagas, exércitos de ursos e tzares. Enquanto isso, um ser que conhece nosso mundo tão bem quanto o do espelho os observa de longe, pronto para se vingar.

Resenha: O Fio Dourado é o terceiro volume da série Reckless. A série é sobre as aventuras vividas por Jacob, que descobriu um espelho mágico que o transporta para um mundo de fantasia cheio de perigos e mistérios, e lá ele procura pelo pai desaparecido.

Depois dos acontecimentos que se passam nos volumes anteriores, o leitor já sabe que Jacob ficou fascinado pelo novo mundo que descobriu e que sua preferência por ele não é um segredo. Lá ele ficou conhecido como um caçador de tesouros, fez inimigos, rompeu maldições, correu perigo de vida e fez amizades, uma delas tão importante que está se tornando algo mais...
Quando Will, o irmão de Jacob, atravessa para o Mundo dos Espelhos buscando uma cura para Clara, sua namorada, Jacob e Fux vão atrás dele, e eles embarcam numa missão envolvendo inclusive o acordo feito com o Jogador, que se tornou uma dívida que Jacob deve pagar por ter salvado seu irmão de uma maldição. A dívida agora será cobrada e o preço a se pagar é inimaginável...
E ao lado de Fux, sua amiga companheira e fiel, Jacob terá que partir nessa missão desvendando mistérios, alguns inclusive sobre o paradeiro de seu pai, e enfrentando perigos, mas o que ele não esperava era ser vigiado por alguém que além de estar no mundo real para conseguir atingir seus objetivos, não é nada amigável e deseja vingança.

Eu gosto da série, adoro a escrita e as ilustrações da autora, assim como esse universo fantástico que é enorme e renderia histórias a se perder de vista, mas senti que a trama está sendo empurrada com elementos desnecessários. Sinto como se ela já tivesse chegado ao clímax e agora voltou ao ponto onde Jacob tenta salvar Will outra vez, mesmo que com algumas diferenças no rumo da coisa.
O mundo é rico em detalhes, os personagens são muito complexos e a forma como são construídos tem um toque "especial" que não é fácil de ignorar. É como se os livros da autora tivessem camadas e mais camadas envoltas por segredos que jamais serão revelados ou explicados, e assim, os leitores tem que aprender a conviver com esse estilo de narrativa e com a ideia de embarcarem numa viagem fantástica sem que tudo fique esclarecido. Algumas coisas simplesmente acontecem por que sim, e a autora não se preocupa em dar explicações sobre quando, onde ou o porquê de tudo, e mesmo assim é possível se sentir em meio a um conto de fadas recheado de mistérios e muito encanto.

O toque de romance inserido pela autora ganhou mais espaço e fica bem perceptível que Jacob e Fux estão tentando lidar com os próprios sentimentos recém descobertos, e isso acaba causando uma boa tensão entre eles. Os dois juntos formam uma dupla que funciona bem e de forma geral é bem bacana de acompanhá-los, mesmo que Jacob faça algumas coisas que a deixam magoada. Por ser fiel, ela está ao lado dele para o que der e vier e enfrenta tudo de cabeça erguida sem que haja aquela impressão de que ela é submissa. Ela ganha o devido espaço e fica claro que se não fosse por ela e a forma como ela influencia Jacob, as coisas jamais teriam ido pelo caminho que foram e poderiam estar muito piores para o rapaz.
Os personagens são bem construídos e carismáticos e os secundários são importantes para a história.
A Fada Escura é uma daquelas personagens odiosas mas é trabalhada de uma forma que é possível compreender suas motivações e até sentir um pouco de compaixão por tudo o que ela já passou.

As ilustrações que antecedem os capítulos são lindas, com traços delicados e que representam a cena descrita muito bem. De forma geral o projeto gráfico é lindo, se encaixa no padrão de capaz e diagramação dos demais e só tenho elogios.

Diferente dos volumes anteriores, este, por mais que traga aventuras e perigos, não tem tanta ação e fica focado sobre os sentimentos dos personagens, evidenciando que o amor é algo cuja força pode tanto elevar uma pessoa como também pode destruí-la, depende de como é usado. E isso acaba dando à história uma carga dramática que não existiu anteriormente.
O fio dourado é um elemento da trama que representa o que liga duas almas uma na outra, e o risco desse fio ser cortado pode representar algo irreversível e o título do livro não poderia ser melhor por causa disso.

Enfim, pra quem gosta de fantasia, a série é muito indicada pois proporciona ao leitor uma aventura incrível num mundo rico e super criativo.

Sangue de Tinta - Cornelia Funke

24 de janeiro de 2015

Lido em: Dezembro de 2014
Título: Coração de Tinta - Mundo de Tinta #2
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto juvenil/Fantasia
Ano: 2009
Páginas: 560
Nota: ★★★★☆
Sinopse: "Sangue De Tinta" dá seguimento à aventura de Meggie e seu pai, Mo, um encadernador de livros que tem o estranho dom de dar vida às palavras dos livros que lê em voz alta, fazendo seres das histórias surgirem à sua frente como que por mágica. No primeiro volume da trilogia "Mundo De Tinta", a língua encantada de Mo traz à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração De Tinta", e acaba mandando para dentro da trama a mãe da menina.
Agora, neste segundo episódio, Meggie dá um jeito de entrar ela mesma no mundo fictício de Coração de tinta, onde tem o prazer de encontrar fadas, príncipes e saltimbancos que dançam com o fogo; e o sofrimento de acompanhar as artimanhas de vilões cruéis e sem misericórdia. Uma jornada sombria, repleta de fantasia e aventura.

Resenha: No segundo livro da alemã Cornelia Funke, damos continuidade à história de Mo, sua filha Maggie e sua recém resgatada esposa Resa. Maggie acaba por descobrir que tem a mesma habilidade do pai de dar vida aos personagens de livros lendo em voz alta. Nessa sequencia (diga-se de passagem mágica e muito mais empolgante que seu antecessor), Dedo empoeirado encontra Orfeu, outro língua encantada que o leva de volta pro Mundo de Tinta. Mas Orfeu não é dos mais competentes e... bom, Maggie vai parar lá também.

O Mundo de Tinta em si é excepcional; cheio de criaturas mágicas, saltimbancos, vilões e realeza. Maggie se vê realizada dentro das páginas do livro. Mas Mo, como é de se esperar, entra em desespero total e parte em busca da filha dessa vez. Nesse livro Funke inverteu os papeis, com muita maestria ela nos apresenta o inverso do primeiro livro e sua trama se torna densa, mais perigosa, sendo assim mais empolgante. O que mais me deixou satisfeito foi que a história ganhou nova roupagem e a trama não se repetiu em nada, pelo contrário, Cornelia apresentou um mundo novo para a mesma história.

O Mundo do autor Fenoglio tem vida própria no seu universo universo, a maldade do imperador Cabeça de Víbora reina. Sangue de Tinta alcança um novo patamar na fantasia, um livro consideravelmente grande, mas que dessa vez não se tornou cansativo para mim. Particularmente, não fui fã do primeiro volume, mas o segundo veio para melhorar e me dar vontade de concluir a trilogia.

Há muitos e muitos acréscimos na trama, como personagens novos e dramas que podem deixar o leitor perdido, mas confie em mim, quando você engatar na leitura, a lista de “quem é quem” que existe no fim do livro sera desnecessária. Eu fico um pouco receoso de classificar a trilogia Mundo de Tinta como infanto-juvenil, já que ela apresenta uma trama bem complexa, mas ao mesmo tempo creio que uma criança se divertiria muito com a leitura.

Com um final desesperador, de deixar o coração partido, Sangue de Tinta veio como uma boa afirmação que eu devo concluir a trilogia. O encerramento desse livro me deixou com uma sensação de choque e medo com relação ao que encontrarei no próximo. Espero que Cornelia não parta o meu coração e que o final da trilogia seja excepcional.

Coração de Tinta - Cornelia Funke

27 de novembro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Coração de Tinta - Mundo de Tinta #1
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto juvenil/Fantasia
Ano: 2006
Páginas: 454
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Há muito tempo Mo decidiu nunca mais ler um livro em voz alta. Sua filha Meggie é uma devoradora de histórias, mas apesar da insistência não consegue fazer com que o pai leia para ela na cama. Meggie jamais entendeu o motivo dessa recusa, até que um excêntrico visitante noturno finalmente vem revelar o segredo que explica a proibição.
É que Mo tem uma habilidade estranha e incontrolável: quando lê um texto em voz alta, as palavras tomam vida em sua boca, e coisas e seres da história surgem como que por mágica. Numa noite fatídica, quando Meggie ainda era um bebê, a língua encantada de Mo trouxe à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração De Tinta". Um deles é Capricórnio, vilão cruel e sem misericórdia, que não fez questão de voltar para dentro da história de onde tinha vindo e preferiu instalar-se numa aldeia abandonada. Desse lugar funesto, comanda uma gangue de brutamontes que espalham o terror pela região, praticando roubos e assassinatos. Capricórnio quer usar os poderes de Mo para trazer de "Coração De Tinta" um ser ainda mais terrível e sanguinário que ele próprio. Quando seus capangas finalmente seqüestram Mo, Meggie terá de enfrentar essas criaturas bizarras e sofridas, vindas de um mundo completamente diferente do seu.
Resenha: E se tudo que você já leu se tornasse realidade? Se Rose e Dimitri de repente ganhassem vida? E se Clare e Jace fossem reais? Em Coração de Tinta, primeiro volume da Trilogia Mundo de Tinta escrita por Cornelia Funke, publicado originalmente pela Companhia das Letras e relançado pela Seguinte, tudo isso é possível.
Mo, pai de Meg, tem um dom: dar vida ao que lê. Mas isso pode não ser tão perfeito, afinal, existem vilões nos livros. Mo trouxe Capricórnio, um temido vilão, para o mundo real. O intuito do malvado é achar Língua Encantada, apelido carinhoso dado ao pai de Meg, para fazê-lo ler livros e trazer algumas coisas que deseja para esse mundo.

Quando peguei Coração de Tinta em mãos pensei: "Uau, finalmente vou ler esse livro tão famoso e elogiado". Essa empolgação durou bem pouco. Não sei vocês, mas, às vezes, sinto que o problema não é o livro, e, sim, o momento da leitura. O começo da história me pegou, lia com veracidade e vontade. Logo antes do meio minha ânsia por descobrir o final do enredo se dissipou, e foi acabando pouco a pouco.

 A narrativa de Cornelia é boa, detalhada até demais. A descrição dos personagens é rica e envolvente. Meg, Mo, Dedo Empoeirado e Elinor formaram um quarteto excelente. A personalidade de cada um é bem delineada, formada de peculiaridades. Meg, uma jovem com maturidade além da idade, tinha uma força admirável. Me afeiçoei a esta personagem, de verdade. Ela fez de tudo para ajudar seu pai, sua tia e Dedo Empoeirado, mesmo não tendo tanta possibilidade de êxito. Elinor é rabugenta, mas de uma forma agradável e divertida. Mo é destemido e sempre pronto para dar o que for em troca do bem estar da filha.

O livro contém ilustrações feitas pela própria Cornelia, o que achei muito interessante. Foi uma forma, creio eu, de aproximar o leitor do universo de Meg e Mo. E deu certo. Houve uma aproximação maior com os desenhos de Gavin, um Marta de chifres do Dedo Empoeirado, a aldeia de Capricórnio e tantos outros ambientes.

O livro tem a dose certa de ação e aventura, mas por que será que ele não me agradou tanto? A história começou bem, mas se tornou muito acíclica. Todos os fatos se repetem ao longo da trama, e acabei por me cansar um pouco disso. Imaginem aquele filme que o mocinho está prestes a fazer algo errado, sabe disso e mesmo assim vai pro covil do bandido? É por ai que Coração de Tinta anda. O mesmo discurso do Capricórnio, as situações repetitivas e que não me surpreendiam deixaram o ritmo da leitura bem lento do meio para o fim.

Coração de Tinta, apesar de não ter sido a leitura espetacular que esperei, foi satisfatório. A magia que envolve o livro valeu a pena. Nesse ponto admiro os autores infantojuvenis: sabem criar um mundo mágico maravilhoso. Isso me fez ir adiante e ter a certeza que quero continuar a série.

Sombras Vivas - Cornelia Funke

23 de outubro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Sombras Vivas - Reckless #2
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Juvenil
Ano: 2013
Páginas: 304
Nota: ★★★★★
Sinopse: Mais uma vez no Mundo do Espelho, Jacob Reckless precisa se libertar de uma maldição que em poucos meses lhe custará a vida. Depois de tentar diferentes formas de magia, sua última opção é uma lendária balestra, capaz de dizimar exércitos, mas também de salvar aqueles que realmente precisam. Para encontrar esse objeto extraordinário, ele terá de viajar por Álbion, Lorena e Austrásia, enfrentar criaturas terríveis e competir com Nerron, um ser perigosíssimo que está decidido a derrotá-lo a qualquer custo e a ser o primeiro a encontrar a balestra, para então ser tornar o caçador de tesouros mais talentoso de todos. Jacob não tem tempo a perder. E se não fosse a presença de Fux, sua companheira de aventuras capaz de assumir tanto a forma humana quanto a figura de uma raposa, ele talvez não tivesse forças para encarar tantos obstáculos. Só assim, no limite entre a vida e a morte, ele conseguirá perceber que existem tesouros ainda mais preciosos que sua própria vida.

Resenha: Sombras Vivas é o segundo volume da série Reckless, escrita por Cornelia Funke e publicado pela Seguinte.
Recapitulando: Em A Maldição da Pedra, Jacob tenta salvar seu irmão caçula Will depois de ele ter invadido o Mundo do Espelho e ter sido amaldiçoado. Will estava se transformando num goyl e ficaria com a pele de pedra. Não foi um livro que me agradou 100% devido a escassez de maiores detalhes e aprofundamento, mas não é uma leitura que deva ser descartada. Gostei mas faltou um algo mais. Então, quando resolvi investir na leitura de Sombras Vivas, fui sem tantas expectativas.

Nesta continuação, Jacob luta para se ver livre de uma maldição lançada contra ele que o deixou a beira da morte. Talvez um "castigo" por ter salvado seu irmão?
Agora ele sente que está pagando o preço, pois por mais que ele e sua fiel menina-raposa, Fux, tenham tentado quebrar essa maldição, não conseguiram e nada deu certo. Jacob, depois de muito se desesperar, se conformou que não teria como escapar, e a ele só restava se despedir do seu Mundo favorito.

Até que o anão Valiant, que mesmo não sendo confiável por ter sido um inimigo na aventura anterior, faz uma descoberta incrível: Havia uma lenda que dizia que Guismund, um Matador de Bruxas muito cruel, possuía uma arma muito poderosa e letal, a balestra, e as consequências pelo seu uso poderiam variar de acordo com a forma que ela seria usada: se usada com ódio, exércitos inteiros poderiam cair com uma só flechada, e se usada com amor, seria a cura pra quem estivesse a beira da morte, como Jacob... E depois de tentarem de tudo, a balestra poderia ser a salvação.

A partir daí, como última chance para ser salvo, eles partem numa aventura ainda mais perigosa em busca da tal arma, e terão que enfrentar um ser mágico que também está atrás da balestra. Resta saber se Jacob realmente encontrará a salvação, afinal, por mais que ele esteja familiarizado com o Mundo atrás do espelho, os perigos que irá enfrentar são ainda piores do que na aventura anterior.

Os planos de Jacob nem sempre são bem sucedidos, e isso acabou o deixando mais sensível e mais envolvido, mais preocupado com todos a sua volta, diferente do livro anterior, que ele ficou incomodado por seu irmão ter estragado tudo "atrapalhando" sua vida dupla nos dois mundos e o jeito era salvá-lo e pronto. Em Sombras Vivas a autora explora bastante íntimo dos personagens evidenciando suas emoções, seus medos e muito das suas particularidades, e esses detalhes, dos quais senti tanta falta no primeiro livro, apareceram e me fizeram ficar envolvida com a leitura de uma forma que eu não conseguia largar. Houveram muitos momentos intensos e cenas inesquecíveis. E eu que não tinha ido com tantas expectativas, acabei me surpreendendo muito! Pela narrativa ser feita em terceira pessoa, é possível que haja uma visão ampla acerca dos protagonistas e dos personagens secundários, que foram ricamente construídos.

Um ponto a ser destacado é que, por mais que o livro seja uma continuação do primeiro, não é necessário que eles sejam lidos na ordem, pois as aventuras são bem independentes uma da outra, mas ressalto que para que o leitor se familiarize com os personagens e com o mundo criado pela autora, acho válido que essa ordem seja respeitada. E assim como no primeiro livro, ele deixa um gancho para uma continuação, mas não deixa pontas soltas, deixando a história com começo, meio e fim.

Com relação a parte física do livro, a capa segue o mesmo padrão do volume anterior e é simplesmente divina. Tem um efeito metalizado, as cores escolhidas combinam perfeitamente, e a imagem é toda cheia de significados que tem tudo a ver com a história e a maldição lançada em Jacob, tanto as mariposas quanto a balestra.
A diagramação apesar de simples, segue o mesmo esquema do primeiro livro: Fonte pequena, páginas amareladas, e a cada início de capítulo (que são bem curtinhos) há uma ilustração linda, que agora tem mais ênfase mais no cenário e nos objetos importantes em vez de ser nos personagens.

O livro é voltado para o público juvenil, mas indico para leitores de todas as idades. A leitura é fácil, leve e bastante fluída e superou totalmente minhas expectativas! Mal posso esperar pelo terceiro!


O Cavaleiro Fantasma - Cornelia Funke

4 de janeiro de 2014

Lido em: Janeiro de 2014
Título: O Cavaleiro Fantasma
Autora: Cornelia Funke
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Infanto Juvenil
Ano: 2013
Páginas: 176
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Jon Withcroft não estava nada feliz. E quem gostaria de ser mandado para um internato bem quando a mãe tinha arranjado um namorado novo? Pois, quando chegou em Salisbury, o garoto só pensava nos acidentes que o Barba (apelido “carinhoso” pelo qual Jon se refere ao seu grande rival) poderia estar sofrendo e no que seria escrito na lápide dele caso algum escorregão fosse fatal.
Até que... na sexta noite em Salisbury, Jon descobre um novo motivo para querer voltar correndo para casa: ele passa a ser perseguido por um bando de fantasmas, que desejava nada mais nada menos que a sua morte.
Mas em vez de pedir ajuda para a mãe, Jon recorre a um outro protetor: sir William Longspee, um cavaleiro fantasma que está enterrado na catedral da cidade e que jurou, antes de ser assassinado, estar sempre ao lado dos fracos e inocentes. Ao lado de Jon e de sua amiga Ella, sir William percorre cemitérios e duela contra zumbis, lutando não só para ajudar as crianças como também para cumprir seu próprio destino. Mas, para saber qual seria esse grande mistério que ronda nosso nobre cavaleiro fantasma, só lendo a história toda.
Resenha: Baseado em figuras históricas, cenários e eventos reais, O Cavaleiro Fantasma conta a história de Jon Withcroft, um garoto de 11 anos que está infeliz e insatisfeito por ter sido mandado para um internato em Salisburry quando sua mãe arranja um novo namorado barbudo e seu maior adversário de todos os tempos, o "Barba". A mãe dele achou que seria uma ótima ideia o garoto estudar fora num colégio onde o pai dele estudou, mas Jon acredita piamente que foi despachado graças ao seu rival, que inclusive roubou a amizade do seu cachorro! Ao chegar em Salisburry, Jon aproveita as aulas e o ambiente e faz novos amigos, mas jamais poderia demonstrar sua animação para sua mãe. Era importante pra ele que ela ficasse sabendo de sua raiva e insatisfação pela injustiça que cometeu!
Seis dias depois de estar no internato, Jon recebe uma visita assustadora de fantasmas aterrorizantes com buracos cheio de fogo no lugar dos olhos que passam a persegui-lo jurando o garoto de morte. Ninguém mais viu os tais fantasmas e Jon poderia ser chamado de maluco, mas Ella, uma garota da mesma idade de Jon que mora com a avó nas redondezas, além de acreditar na história dele, ainda lhe explica que todas as gerações dos Hartgill haviam sido juradas de morte por ter mandado um homem para a forca há séculos atrás, e por parte de mãe, Jon era descendente dessa família... Para se ver livre dessa ameaça e tormento, Ella sugere a Jon que peça ajuda a sir William Longspee, que jurou defender os fracos e indefesos antes de ser assassinado...

Narrado em primeira pessoa de forma bem direta, O Cavaleiro Fantasma tem um ritmo super rápido e mesmo que faça um misto de ficção com fatos históricos, muitos detalhes e aprofundamentos são poupados.
Descrições de cenários são feitas de forma a ressaltar a beleza do cenário, da Catedral e dos castelos, mas o mesmo não acontece com os personagens que tem a personalidade mais trabalhada. Jon é um garoto sarcástico, que entende e aceita quando está na pior e ainda dá um jeito de a situação crítica se tornar engraçada. Ella é uma menina inteligente e mandona, do tipo que sempre sabe o que faz, e se não fosse por ela, Jon estaria perdido e ferrado. A avó de Ella, Zelda, é uma senhora que foi bem importante no desenrolar da aventura pois é grande conhecedora desses mistérios que envolvem fantasmas de figuras históricas que acercam as redondezas. Sir William Longspee foi irmão bastardo de Ricardo Coração de Leão e, apesar de ser corajoso, demonstra uma grande inquietude e infelicidade por não poder descansar em paz mesmo depois de morto. Por mais que ajude Jon nessa batalha, o fantasma de Longspee também é alguém que precisa de ajuda para encontrar seu caminho. Até o próprio rival de Jon, Barba, tem um destaque muito especial nessa aventura!
Ainda sobre a narrativa, é possível perceber que a história é contada alguns anos depois de quando aconteceu, mesmo que seja vista e entendida através dos olhos de uma criança, o que deixa tudo bem leve com ar bem humorado em vez de uma história assustadora de fantasmas assombrando e querendo matar um garotinho.
A capa e a lombada tem os detalhes impressos em prateado e é super bonita. Percebi alguns poucos erros da revisão, mas nada que prejudique a leitura.
Ao final do livro a autora disponibilizou um glossário explicando termos que aparecem no decorrer da história, definindo localidades, como a Abadia de Lacock, e personalidades, como o próprio William Longspee. Mesmo que fantasiosa, é uma história que se torna crível e bacana por ter sido baseada em fatos.
Eu não me envolvi muito com a história apesar de gostar de termos históricos e essa mescla com ficção e fantasia. Considerei como sendo mais voltada ao público infantil e por isso, bastante superficial. Gosto de literatura infantil, infanto juvenil e tudo, mas talvez se essa em particular fosse mais aprofundada e mais rica em detalhes no que diz respeito a História e aos personagens, eu teria aproveitado mais. É um bom livro e quem curte histórias contadas de forma rápida e fluída, com certeza vai gostar bastante!

A Maldição da Pedra - Cornelia Funke

21 de dezembro de 2013

Lido em: Maio de 2012
Título: A Maldição da Pedra - Reckless #1
Autora: Cornelia Funke
Editora: Cia das Letras
Gênero: Fantasia/Juvenil
Ano: 2011
Páginas: 248
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Jacob Reckless descobriu um mundo mágico, escondido atrás de um espelho do escritório do pai, um lugar em que fadas, bruxas, unicórnios e tritões convivem com seres humanos e no qual os aspectos mais sombrios dos contos de fadas se tornam realidade. É lá que Jacob vai passar a maior parte do tempo, longe do seu irmão mais novo, Will.
Muitos anos depois, Will descobre a passagem e segue o irmão. Mas lá, no Mundo do Espelho, acaba sendo atingido por uma maldição: aos poucos se transformará numa criatura terrível, com pele de jade.
Nessa terra cheia de perigos, Jacob finalmente percebe o quanto o irmão caçula significa para ele, e vai precisar usar toda a sua esperteza, coragem e espírito de aventura para reverter o feitiço, antes que seja tarde demais.
Resenha: A Maldição da Pedra é o primeiro volume da série Reckless, escrito pela autora Cornelia Funke (autora da trilogia Coração de Tinta) e lançado no Brasil pela Companhia das Letras.
Jacob vivia buscando pistas após um ano que seu pai desapareceu, e ao vasculhar o escritório, descobre um espelho que serve como um tipo de portal que o leva a um mundo repleto de magia e maldições, habitado por seres fantásticos e misteriosos. Doze anos se passaram, e Jacob continuava fazendo visitas regulares ao Mundo do Espelho onde se tornou um caçador de tesouros, porém, por um descuido, seu irmão caçula, Will, descobriu esse segredo e resolveu segui-lo, porém, lá acabou sendo atingido por uma maldição e se transformaria em Goyl, uma criatura cuja pele é de pedra. Agora Jacob irá correr contra o tempo a fim de ajudar seu irmão junto com a namorada dele, fazendo de tudo para que a maldição seja quebrada, correndo perigo num mundo onde há uma clara disputa entre os governantes em busca de mais e mais poder.

Já faz tempo que li A Maldição da Pedra. O que me chamou atenção, a princípio, foi a capa que logo me lembrou "A Bela Adormecida": um castelo rodeado por uma floresta de espinhos enormes. Além de simples é bem chamativa, bonita e tem um efeito metalizado. A diagramação é muito caprichada e o livro tem várias ilustrações da autora a cada início de capítulo e algumas ao final. Os capítulos são bem curtinhos, tendo em média 4 páginas, que são amareladas com a fonte pequena.


Pelo trabalho de diagramação bem caprichado, o livro merece uma estrela exclusiva, porém, ao analisar a história juntamente com os personagens, não posso afirmar que gostei tanto assim e ao final das contas considerei A Maldição da Pedra como um livro bem razoável, pois apesar da premissa ser atrativa, achei que faltou química entre os personagens e maiores explicações sobre vários acontecimentos que acabaram por se tornarem superficiais. Talvez por ser o primeiro livro da série, este seja mais introdutório, mas ainda assim achei que Will por não ter uma apresentação sobre quem é direito e logo no início já ser amaldiçoado, acabei não me afeiçoando ao garoto e muito menos me importando se ele seria salvo ou não apesar de esta ser a missão principal de Jacob e Clara. Will ainda parece gostar de se comportar feito criança, como se fosse o centro das atenções e isso é algo que me irrita muito. Clara é a namorada de Will, e mesmo que a garota fique preocupada em ajudar Jacob a salvar o irmão, é o relacionamento com o menor nível de carinho e afeição que já vi, o que não me fez acreditar em momento algum que eles pudessem ser mesmo namorados um do outro. Jacob, mesmo sendo irmão de Will, parece só se preocupar em salvá-lo por existir um grau de parentesco entre eles. O distanciamento é visível mas não muito aprofundado. É como se Jacob tivesse tirado a sorte grande ao descobrir o Mundo dos Espelhos, aproveitando a vida curtindo os dois mundos, até que Will foi lá e estragou tudo, então senti que ele se irritou com isso e se tornou um personagem irritante da mesma forma. Fux, é a melhor amiga de Jacob, ela é uma garota, porém passa a maior parte do tempo transformada em raposa. Ela é fiel e fica do lado de Jacob para tudo. É bem perceptível que os sentimentos dela vão além da amizade e ela foi sem dúvida minha personagem preferida nessa história.

Como falta maiores descrições para os personagens, pra mim, as ilustrações acabaram tendo a "tarefa" de mostrar algumas características físicas deles, nos poupando a imaginação... Gosto de ilustrações, mas não com esse propósito.
O cenário é super bacana, e mesmo não sendo muito original, pois é como se vários contos de fadas clássicos se unissem para existir em um só lugar, se encaixa perfeitamente como pano de fundo para a aventura dos irmãos.

No mais, acredito que pela aventura e pela ideia de encontrarmos elementos como a casinha de doces de João e Maria, o castelo da Bela Adormecida e etc, é uma história que vale a pena ser lida apesar do desenvolvimento ser meio lento e às vezes até tedioso. Quem curte histórias que envolvem fantasia, daqueles que sejam mais objetivas e sem maiores explicações, deva aproveitar mais. Já quem gosta de detalhes minuciosos deva sentir falta de algo mais... Não me agradou tanto quanto eu gostaria, mas ainda assim é uma história bem promissora levando em consideração quem escreveu. Acho que a autora reservou o melhor pros próximos livros, quem sabe... O final deixa um gancho para o segundo livro, Sombras Vivas, que em breve irei ler para confirmar ou não minhas expectativas.