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A Cidade dos Espelhos - Justin Cronin

7 de fevereiro de 2017

Título: A Cidade dos Espelhos - A Passagem #3
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção científica
Ano: 2016
Páginas: 688
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Num futuro em que todas as regras foram mudadas, é hora de cada um encontrar o próprio destino.
Ano 100 D.V.: após a destruição dos Doze e de seus Muitos, nenhum viral foi visto nos últimos três anos. As fortalezas que protegiam os últimos humanos dos infectados começam a parecer desnecessárias.
Na República do Texas, as vigílias constantes já não encontram inimigos e o controle de natalidade se mostra um contrassenso quando há todo um continente vazio à espera de ser repovoado.
Com novas demandas do povo surgindo a cada dia, o presidente Peter Jaxon decide levar adiante a ideia de abrir os portões da cidade fortificada e dar início à reconstrução do que um dia foi um país de milhões de habitantes.
Mas a atmosfera de calmaria é apenas parte de um plano maligno. Fanning, o Zero, aquele que deu início ao caos, esteve pacientemente aguardando em sua eternidade pelo momento em que as vítimas finais baixariam a guarda. Seu exército está pronto e, em suas fileiras, as armas são garras e presas e a motivação é a sede de sangue.
Para fechar essa tão esperada trilogia, Justin Cronin construiu um conto de sobrevivência e fé, em que os limites entre o bem e mal são postos à prova e um questionamento inquietante permeia cada página: o que nos torna humanos, afinal?

Resenha: O número é 100. Muitas décadas se passaram desde o início da destruição que se iniciou em A Passagem. Depois da morte dos Doze, os virais desapareceram e uma estranha sensação de paz tomou os sobreviventes. As pessoas vivem suas vidas, têm filhos, criam animais e se acostumaram com a calmaria e a reconstrução da raça humana. Entretanto, Fanning, o Zero, esteve o tempo todo preparando seu exército para o ataque. Em A Cidade dos Espelhos, Cronin mais uma vez conta a história com maestria e prova que a saga de Amy é digna de todos os aplausos do início ao fim.

Neste terceiro volume da trilogia a história se inicia com o tempo em que Peter Jackson e os sobreviventes estão retomando a normalidade da vida. Mas não é a isso que a trama se atrela no começo, e sim ao que aconteceu com Fanning. Diferente do que ocorre nos volumes antecessores, aqui temos uma narração feita em primeira pessoa pelo Zero. Ter a voz do personagem é interessante, e dessa maneira o objetivo de tudo que há na mente dele é desvendado. À primeira vista a trajetória dele parece um pouco enfadonha e inconclusiva, mas faz todo o sentido no final. Isso toma certa parte do livro, mas se mostra necessária e foi indispensável para a conclusão da trilogia.

Acabada a parte que trata a vida de Fanning, o autor retorna aos acontecimentos do ano 100 D.V e a aventura vai ganhando mais forma. Utilizando a mesma fórmula de suspense, os virais estão a espreita e os personagens seguem seus rumos e tentam recriar suas vidas. O que mais enriqueceu a trilogia A Passagem é, além do ótimo enredo que envolve "vampiros", os componentes dessa saga por sobrevivência. Entre acontecimentos explosivos e a expectativa sobre o ataque dos dracs, Sara, Peter, Michael, Hollis e os outros, continuam lutando e tendo suas personalidades e atitudes acrescentando mais e mais ao enredo. Em cada parte do livro algum dos protagonistas tem um foco e é bom ter os sentimentos individuais deles aprofundados, o que não havia acontecido ainda. Sara, que agora está mais velha e é médica, protagoniza uma das cenas mais marcantes e cheia de emoção.

Uma história como a desta trilogia é um prato cheio para imaginação. Justin utilizou de uma narrativa muito detalhada e conseguiu dar muita vivacidade a tudo. Para acrescentar mais ainda a isso, o livro conta com uma série de fotos que mostram os cenários em que os personagens viveram. A aparência dos virais, que foram descritos como seres de grandes garras, rostos magros e longos com dentes pontiagudos, são exibidos em imagens e é interessante ver quão bem feito foi o trabalho gráfico.

Em Os Doze e A Passagem a ação encontrada foi mais empolgante. A grande expectativa de é ver como Fanning tentará acabar com todos utilizando seus virais. O que acontece, na realidade, é aquém do que ele escreveu nos volumes antecessores. Faltou um pouquinho mais de ação, já que as cenas em ela ocorre são tão rápidas que fica a vontade de ver mais daquilo.

A Cidade dos Espelhos fecha muito bem a trilogia, mas não é o melhor dos três livros. Isso, entretanto, não significa que a história se perdeu ou algo do tipo. É fato que o autor soube o que estava escrevendo e o final da trama foi satisfatório. Num epílogo, que salta cerca de 1000 anos após o vírus, a realidade apresentada não condiz muito com o que se era esperado e o autor caiu um pouco no clichê. Entretanto, é graças a este final que a trilogia A Passagem se encerra com uma clara mensagem: o amor tanto constrói quanto destrói.

Os Doze - Justin Cronin

6 de fevereiro de 2017

Título: Os Doze - A Passagem #2
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2013
Páginas: 592
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Em A passagem, doze prisioneiros sentenciados à morte foram usados em um experimento militar que buscava criar o soldado invencível. Mas a experiência deu terrivelmente errado. Um vírus inoculado nas cobaias acabou com qualquer resquício de sua humanidade e elas fugiram, matando ou infectando qualquer um que cruzasse seu caminho. Os infectados se tornavam virais obedientes a seu criador, mais um de seus Muitos. No caos que se formou, a única chance de sobrevivência para a espécie humana eram fortificações altamente protegidas. Assim se formou a Primeira Colônia, um reduto a salvo dos virais, mas isolado do resto do mundo. Noventa e dois anos depois, uma andarilha surgiu às portas da Colônia. Era Amy Harper Bellafonte, a Garota de Lugar Nenhum, aquela que iria liderar um grupo de colonos e eliminar a cobaia número 1, Gilles Babcock, libertando seus Muitos. Agora, cinco anos após ter cruzado as Terras Escuras em busca de respostas e salvação, seu grupo está separado. Cada um seguiu seu caminho, mas seus destinos logo voltarão a se cruzar, num embate definitivo contra uma ameaça mortal. Fanning, o Zero, aquele que deu origem ao apocalipse, tem planos para refazer o grupo dos Doze e conta com um aliado poderoso, disposto a qualquer coisa em nome da própria imortalidade. Segundo livro da trilogia A passagem, Os Doze nos faz questionar a mente humana, os avanços científicos e a busca do poder que leva a uma certeza sombria de nossa capacidade para o mal. Mas, acima de tudo, ele reforça nossa esperança em uma humanidade que se adapta, sobrevive e não se rende.
Resenha: O Tempo De Antes. Tudo aconteceu de uma forma rápida, alastradora, e então, os Estados Unidos estava sendo tomado por virais. Alguns sobreviventes foram encontrados e concentrados em um campo militar, mas não estavam imunes aos perigosos dracs. Nove décadas depois, Peter, Alicia, Michael, Amy e os outros continuam a sua jornada arriscada com o intuito de sobreviver e destruir de uma vez por todas Os Doze.

Continuar uma trilogia ou série nunca é fácil. Com uma história que se inicia com alto nível, como A Passagem, é esperado que a sequência seja tão boa quanto. Os Doze, que foi lançado cerca de 3 anos depois do seu antecessor, parece, à primeira vista, um tanto perdido. A narrativa de Cronin não é linear, e desse modo ele optou por apresentar o "antes", como o vírus se originou e se espalhou pelo mundo. De forma lenta e gradativa, dando todos os detalhes possíveis para enriquecer a trama, o autor desenrola fatos com personagens novos, excluindo temporariamente aqueles que já conhecíamos. A leitura dos livros de Justin Cronin são uma viagem extraordinária, mas é necessário para cada leitor que for embarcar nisso saiba que o texto virá cheio de detalhes e por vezes vai tomar um ritmo lento.

Mas é graças a este ritmo que temos uma história muito bem construída. Devido aos relatos do tempo de antes, a trama se volta no presente a um ambiente novo e o autor enlaça tudo muito bem. Agora, há uma semelhança maior com vampiros e há revelações capazes de deixar qualquer um apreensivo. No book trailer americano é exibida uma cena do livro, que ocorre num milharal. Este é, com certeza, um dos melhores momentos da trama

Os Doze só não foi tão bom quanto A Passagem por uma única questão: a inserção de personagens no Tempo de Antes que não tiveram relevância no enredo. Apesar de Cronin ter uma narrativa mais elaborada, um tanto poética e mais lenta, tal grupo de pessoas e os acontecimentos que os envolvem não fizeram muito sentido no conjunto todo. No mais, o livro funciona muito bem em todos os outros pontos. O grupo de protagonistas está cada vez mais unido e o final é de tirar o fôlego, deixando uma porta aberta cheia de possibilidades para a finalização com A Cidade dos Espelhos.

"Num mundo cercado por monstros, o inimigo mais cruel pode ser o próprio homem". 

A Passagem - Justin Cronin

5 de fevereiro de 2017

Título: A Passagem - A Passagem #1
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção científica
Ano: 2010
Páginas: 816
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos traços de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue. Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite, a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior. Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado. A passagem é um suspense implacável, uma alegoria da luta humana diante de uma catástrofe sem precedentes. Da destruição da sociedade que conhecemos aos esforços de reconstruí-la na nova ordem que se instaura, do confronto entre o bem e o mal ao questionamento interno de cada personagem, pessoas comuns são levadas a feitos extraordinários, enfrentando seus maiores medos em um mundo que recende a morte. .
Resenha: A Passagem é um livro que surgiu como um pedido de uma filha, que desejava ver uma personagem feminina salvando o mundo. Atendendo a esse pedido, Justin Cronin deu início a esssa trilogia.

Testes laboratoriais com um vírus foram feitos em prisioneiros sentenciados a morte, e quando tudo saiu de controle, uma dizimação da raça humana começou. A partir disso, as pessoas infectadas começaram a se tornar criaturas com dentes pontiagudos, mãos e pés em formas de garras, aversão à luz e sede por sangue. A realidade que conhecemos acabou ali, dando lugar a quase extinção da humanidade. É dado início ao Ano 0, o que marca uma nova Era no mundo.

Cerca de sete décadas depois a história retrata um grupo de sobreviventes que residem numa Colônia. Lá eles vivem com a proteção de muros altos, vigilância vinte e quatro horas e refletores que são ligados toda noite, para espantar os virais. Só que sem comunicação com o mundo externo, os moradores dali vivem com a incerteza do que há lá fora. As baterias que sustentam o lugar não durarão para sempre, e em algum momento as luzes podem se apagar, banhando tudo em escuridão e morte. A chegada de uma andarilha até eles se torna a peça chave para que Peter, Alicia, Maus, Michael, Hollis, Sara e Caleb saiam dali em busca de respostas e esperança de sobrevivência.

A Passagem, que foi lançado em 2010, é o livro de estreia de Justin Cronin. A história conta com mais de oitocentas páginas e é uma viagem surpreendente por um mundo apocalíptico. De uma maneira gradativa e com uma escrita bem detalhada, que por vezes soa poética de tão bom o modo que as palavras são colocadas, o autor conseguiu criar uma trama capaz de submergir o leitor naquilo até o final. De acordo com Stephen King, a leitura dessa história faz com que você esqueça completamente o mundo que conhece. Ele não está errado.

O começo é bem lento, mas levando em conta o tema do livro, essa lentidão se faz necessária para que nenhum detalhe seja perdido. A personagem Amy é uma criança inocente que não vive em condições sócio econômicas muito boas e com uma sucessão de fatos ela acaba se tornando uma cobaia para testes do vírus, juntamente com outros doze prisioneiros. Cronin mostrou grande preocupação quanto à construção de cada um deles, mas uma atenção especial foi dada à Amy e Carter, que têm suas vidas contadas e desempenham papéis importantes na trama.

Dividido em partes, a história conta com uma grande passagem de tempo. A Colônia é onde boa parte do enredo se passa e os personagens que fazem parte daquela comunidade são louváveis e inesquecíveis. Soa clichê, mas boa parte dos pontos positivos são por causa deles, que foram bem construídos e são muito críveis. Em maio a paisagens desérticas, cidades arruinadas e virais sedentos por sangues, a história se torna mais interessante porque os protagonistas são, sem exceção, dignos de toda honra.

O que diferencia A Passagem dos outros livros de ficção é a forma com que Cronin leva o leitor para conhecer um mundo novo  e desconhecido. Apesar de não ser tão "novo" um enredo sobre seres que matam por sede de sangue, a história que está por trás de tudo isso é bem elaborada. O suspense é dado na medida certa e a trama passa por vários estágios e lugares, sendo uma verdadeira viagem com muita ação e aventura. Com personagens reais e um enredo de tirar o fôlego, A Passagem é o tipo de leitura que, de tão boa, te faz fechar os olhos e sentir que faz parte daquilo tudo.

Os Vivos e os Mortos - Susan Beth Pfeffer

9 de outubro de 2016

Título: Os Vivos e os Mortos - Os Últimos Sobreviventes #2
Autora: Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand
Gênero: YA/Distopia/Ficção Científica
Ano: 2016
Páginas: 378
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A humanidade à beira da extinção vista pelos olhos de um adolescente de família humilde numa das cidades mais importantes do mundo. Um meteoro em rota de colisão com a Lua: um evento astronômico previsto com antecedência pelos cientistas. Só que para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e a Lua sai de órbita, aproximando-se da Terra e alterando de modo catastrófico o clima do planeta. À medida que Nova York é devastada e tanto comida quanto ajuda tornam-se escassas, o adolescente porto-riquenho Alex Morales luta para manter suas irmãs, Bri e Julie, de 14 e 12 anos, a salvo. Com os pais desaparecidos, cabe a ele assumir responsabilidades inimagináveis e dar o seu melhor para sobreviver enquanto reza para que o restante de sua família volte com vida para casa.

Resenha: Os Vivos e os Mortos é o segundo volume da série distópica Os ùltimos Sobreviventes, escrita pela autora Susan Beth Pfeffer e publicado no Brasil pela Bertrand.
Embora se trate do segundo volume, os acontecimentos não partem do desfecho do primeiro livro e nem continuam com os mesmos personagens, e este pode, inclusive, ser lido de forma independente do anterior (eu recomendo que o anterior seja lido pois há um aprofundamento maior sobre a colisão do meteoro com a lua).

Desta vez o protagonista é Alex Morales, um garoto de dezessete anos que mora em Nova York com a família. Tudo parecia ir bem, até um meteoro colidir com a lua tirando-a de órbita e a deixando mais próxima da Terra. Como consequência, Nova York, assim como todo o mundo, passa a sofrer com todo tipo de desastre natural e os efeitos catastróficos que vieram com eles. Alex, então, se vê longe dos pais, do irmão mais velho e sendo responsável pelas duas irmãs mais novas, Bri e Julie. Sem telefone, com quedas de energia constantes e esperando por qualquer notícia, resta a eles se unirem a fim de enfrentar esta tragédia e se manterem salvos a qualquer custo.

Deixando diários de lado, o livro é narrado em terceira pessoa e teve uma pegada mais dramática se comparado ao primeiro livro. Há uma abrangência maior no que diz respeito a detalhes de cenário e visão de personagens e a questão da separação familiar e a preocupação com o paradeiro dos que estão desaparecidos. Acompanhamos o desespero de Alex não só em cuidar das irmãs e manter as aparências de que tudo vai ficar bem, mas também em encontrar sua mãe que ele sequer sabe se está viva ou morta. Por várias vezes Alex se depara com situações que o deixam com a sensação de fracasso, afinal, ele é jovem e devido ao ocorrido foi obrigado a amadurecer para ser responsável pelas irmãs, quase se comportando como um pai, mas ele é forte e se agarra a fé que tem para não desmoronar.
Enquanto Alex desperta a simpatia do leitor crescendo e se adaptando às novas condições do mundo, suas irmãs constrastam quando o assunto é a personalidade. Brianna é muito religiosa e isso acaba influenciando o irmão. Ele a admira muito por isso mas não fica muito satisfeito com Julie, a caçula rebelde sem causa. Essa diferença de personalidades gera conflitos e enriquece a trama já que cada um deles enxerga o fim do mundo a própria maneira, mas ao mesmo tempo sabem que precisam estar juntos a fim de vencer tal problema e é muito bonito acompanhar essa união entre irmãos em meio ao caos.

Eu, particularmente, achei esse segundo volume muito melhor do que o primeiro. Confesso que esperava que a história de Miranda (do primeiro livro) tivesse uma sequência e que o leitor pudesse acompanhar não só o desencadear do fim do mundo e a situação presente daqueles que vivem o momento, mas também o mundo pós apocalíptico mostrando o rumo que a tragédia deu aos sobreviventes, mas não posso negar que gostei de saber do ocorrido através de uma perspectiva nova e diferente. Esse modo de contar histórias distintas, utilizando de personagens diferentes com o mesmo pano de fundo é interessante e torna a trama bastante impactante, evidenciando situações de pessoas de lugares diferentes mas que foram afetadas de forma tão trágica quanto as demais. O impacto que o fim do mundo causa em alguém, por mais devastador que seja, não é encarado da mesma forma por ninguém. Cada um tem sua própria experiência de acordo com a forma como foi afetado. E pelos fatos discorrerem no presente, cabe ao leitor imaginar, em meio ao desespero, como a sociedade irá se reerguer...

O que pude perceber é que os livros tratam de forma geral sobre o amadurecimento de pessoas que são obrigadas a enfrentar situações drásticas e por isso tomam medidas extremas para lidar com tudo, e no caso de Os Vivos e os Mortos, o que ganha destaque, além desse amadurecimento, é a fé.

Após a reedição, a capa segue o mesmo padrão da primeira, mostrando uma lua bastante próxima e uma cidade em ruínas. A diagramação é simples, as páginas amarelas, os capítulos são datados para não nos perdemos no tempo em que a história se passa e não percebi erros na revisão.

Pra quem procura por uma distopia que mostra o desenrolar do fim do mundo, cheia de drama e momentos de extrema aflição envolvendo a luta pela sobrevivência, mas ainda com uma mensagem muito bonita sobre o poder da fé, da união e do melhor lado do ser humano, é leitura mais do que recomendada.

A Vida Como Ela Era - Susan Beth Pfeffer

4 de setembro de 2016

Título: A Vida Como Ela Era - Os Últimos Sobreviventes #1
Autora: Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand
Gênero: YA/Distopia/Ficção Científica
Ano: 2016
Páginas: 378
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando Miranda começa a escrever um diário, sua vida é como a de qualquer adolescente de 16 anos: família, amigos, garotos e escola. Suas principais preocupações são os trabalhos extras que os professores passaram – tudo por causa de um meteoro que está a caminho da Lua. Ela não entende a importância do acontecimento; afinal, os cientistas afirmam que a colisão será pequena. O que Miranda não sabe é que os cientistas estão muito enganados... Para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e isso altera de modo catastrófico o clima do planeta. Terremotos assolam os continentes, tsunamis arrasam os litorais e vulcões entram em erupção. Em 24 horas, milhões de pessoas estão mortas e, com a Lua fora de órbita, muitas outras mortes são previstas. Miranda e sua família precisam, então, lutar pela sobrevivência em um mundo devastado, onde até a água se torna artigo de luxo. Através do diário da adolescente, A vida como ela era nos conduz por uma emocionante história de persistência, ensinando-nos que, mesmo diante de tempos assustadores e imprevisíveis, o recurso mais importante de todos – aquele que jamais deve ser extinto – é a esperança. 
Resenha: A Vida Como Ela Era é o primeiro volume da série Os Últimos Sobreviventes escrita pela autora americana Susan Beth Pfeffer. O livro já havia sido lançado no Brasil em 2014 pela Bertrand e foi relançado, juntamente com o a publicação do segundo volume, sob novo, e muito mais atrativo, projeto gráfico.

Miranda é uma adolescente de dezesseis anos que mora no interior da Pensilvânia. Ela mantém um diário onde relata seu cotidiano em casa e na escola e suas principais preocupações no momento são os vários trabalhos que os professores estão dando sobre um único tema: o meteoro que, em breve, atingirá a lua.
O evento era esperado e a população não via a hora de observar o céu quando fosse acontecer. Os cientistas afirmavam que a colisão era normal e que seria só mais uma em meio a tantas que já aconteceram ou que iriam acontecer. Porém, o impacto foi muito maior do que o esperado, o meteoro tirou a lua de órbita fazendo com que ela ficasse mais próxima da Terra, e, como consequência, interferiu diretamente nas marés. O que veio a seguir foi uma grande catástrofe, as pessoas entraram em pânico, e o caos passou a tomar conta do mundo quando começaram a haver inundações massivas, grandes terremotos, mudanças climáticas e outros desastres que mataram milhões de pessoas dando início ao que seria o fim do mundo.
Resta a Miranda e sua família lutarem pela sobrevivência em meio a devastação, sem perderem a esperança, e seus registros irão servir para que ela se lembre da vida como costumava ser...

Em primeiro lugar, tenho que elogiar a capa. Muito melhor do que a primeira edição, esta ilustra muito bem a lua e os resquícios de uma cidade que foi transformada em ruínas. O tom amarelado também passa uma sensação de destruição que não poderia ser mais adequado. A diagramação é simples, há pequenas ilustração ao início dos capítulos e não percebi erros na revisão.

A narrativa é feita em primeira pessoa, é fluída e, por ser em forma de diário, além da indicação da data em que os fatos acontecem, a protagonista nunca deixa de ressaltar (vai que o leitor seja distraído e se esqueça), que ela está escrevendo. Então é comum que ela repita algumas coisas e até interrompa um relato devido as intermináveis quedas de energia.
O livro é dividido em quatro partes: primavera, verão, outono e inverno, e os eventos se desenrolam dentro desse período de pouco mais de um ano. Eu, particularmente, só não gostei da forma de apresentação dos diálogos pois eles não condizem com o que seria um diário, com travessões e indicativos de quem falou ou fez alguma coisa, incluindo a própria protagonista. Acredito que se o texto fosse corrido, e Miranda contasse o que pensa ou o que lhe foi dito sem que houvesse essas reproduções fiéis e nada naturais dos diálogos, o livro convenceria melhor como seu diário pessoal. Por esse motivo preferi encarar a leitura como se fosse em primeira pessoa e deixando a questão do diário de lado, assim aproveitei mais.

A Vida Como Ela Era é uma leitura incrível e quando se começa é impossível largar. Sempre queremos saber um pouco mais do que está acontecendo e como Miranda e sua família estão lidando com essa tarefa difícil de conseguirem sobreviver.
É impressionante acompanhar essa saga pela sobrevivência, ver a preocupação da mãe de Miranda em estocar muita comida, remédios e outras utilidades que poderiam ajudá-los de alguma forma. Logo, a grande heroína da história é ela, e não a protagonista que só faz o papel de registrar o ocorrido.

O que mais me impressionou nessa história é o fato de que tudo soa muito real e é perfeitamente possível nos colocarmos diante desta situação. Por mais ficcional que seja, as explicações são plausíveis e cheguei a refletir o que seria de nós caso estivéssemos na mesma situação. Embora o livro tenha uma pegada distópica, acredito que serviu mais como uma introdução para mostrar os fatos que irão desencadear essa transformação de mundo não configurando uma distopia inicialmente (talvez nos próximos volumes?). Por ser em primeira pessoa, ficamos limitados a visão de mundo de Miranda e, por mais que saibamos que o mundo inteiro está sofrendo com as catástrofes, só sabemos exatamente o que está acontecendo a partir do que ela ouve no rádio (enquanto há luz) ou do que ela presencia, e por esse motivo acredito que o livro seja mais voltado para o lado psicológico da coisa do que se aprofundar nos eventos climáticos propriamente ditos, dando um ar de suspense à trama. É um pouco incômodo ver a rotina da família ser completamente modificada quando eles agora estão mais unidos do que nunca e enclausurados dentro de casa sem poderem sair livremente devido ao perigo iminente. Os eventos são trágicos, e as emoções que os personagens têm diante deles acabam sendo passadas ao próprio leitor.

Um dos pontos favoráveis do livro é que a autora não quis somente mostrar a vida na Terra antes do meteoro e o depois, mas, sim, o amadurecimento da própria Miranda, que começa a história demonstrando ser alguém egoísta e mimada com preocupações adolescentes e até um pouco infantil, mas que teve que crescer na marra ao ter que enfrentar as dificuldades e os horrores que vieram com o fim mundo, e sua única válvula de escape é escrever. O que lhe resta é agradecer por cada dia a mais que está viva, por cada refeição miserável que tem e se agarrar a ideia de que a esperança é uma coisa que jamais deve ser perdida.
Pra quem gosta do estilo ou procura por uma leitura que instiga, faz refletir e emociona, é leitura mais do que indicada.

Gigantes Adormecidos - Sylvain Neuvel

3 de setembro de 2016

Título: Gigantes Adormecidos - Themis Files #1
Autor: Sylvain Neuvel
Editora: Suma de Letras
Gênero: Ficção científica
Ano: 2016
Páginas: 328
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?

Resenha: Misturando alienígenas e uma trama política, Gigantes Adormecidos conta uma história em que a própria história é a protagonista. Embora o ponto de partida seja um acidente que acontece com a pequena Rose Franklin, que acaba tendo presença em todo livro, o protagonismo fica mais com "os gigantes adormecidos". Rose, quando criança, cai em uma grande cratera, local em que se encontra também uma grande mão de ferro. Anos mais tarde, ela se torna ph.D em física e também uma das responsáveis pelos estudos que quer entender do que se trata esse grande material metálico, acidentalmente, encontrado por ela anos atrás. A partir daí, nos é relatada a corrida para entender o que é o objeto.

Como a narrativa é escrita a partir de relatos em forma de entrevistas, diários ou relatórios, temos em mãos uma série de materiais coletados que documentam os fatos ocorridos. É por isso que eu digo que não temos exatamente um protagonista e sim uma história que pega para si esse papel, embora haja, sim, personagens com certa importância. Apesar do início um tanto quanto complicado por ter uma narrativa diferente, depois de ambientado, o leitor é conquistado. E ao fim é possível perceber quão bem o autor conseguiu montar uma história cronológica e muito bem contada fora do padrão normal de narrativa.

O livro tem cerca de seis personagens mais recorrentes, entre eles a dr. Rose e um misterioso entrevistador acabam se sobressaindo aos demais. Mas, tirando a piloto de aviões, Kara Resnik, nem um outro personagem é detalhado mais profundamente. Não que eles sejam rasos, mas a vida pessoal deles acaba não importando tanto, já que o enredo da trama é muito interessante. Além deles, ainda é possível destacar Ryan Mitchell e o linguista Vincent Couture – aquele que consegue despertar no leitor alguma compaixão. Mas o entrevistador é o personagem mais intrigante, um homem misterioso que comanda todo o audacioso projeto que visa desvendar o que há por trás daquela mão gigante. Ele é bem construído, esperto, inteligente, irônico e sarcástico. O autor soube mostrar muito bem as nuances da personalidade dele quando líder de uma situação ou subalterno em outra.

A história aborda vários assuntos, começando do sobrenatural, passando por alienígenas e terminando e uma grande trama política, sem esquecer da abordagem de guerra entre nações. E nada deixa a desejar conforme o autor vai avançando na história. pelo contrário, só melhora e Neuvel consegue te convencer de quase tudo aquilo que está contando - exceto alguns exageros ali no meio. Sem dúvida, a segunda parte do livro é que a conquista, quando uma série de reviravoltas, revelações e novas tramas são contadas. É um livro que não se contenta com o pouco que apresenta na sinopse e vai muito além no desenvolvimento.

Gigantes Adormecidos tem  um ponto fraco: a primeira metade. O começo é lento, confuso, às vezes até tedioso. Li algumas páginas quase dormindo. Mas isso é tranquilamente relevado ao fim da leitura, já que você é fisgado pela boa escrita e o ritmo ágil que ele emprega. Se não fosse esse início enfadonho, o livro ganharia muito mais elogios. Mas ele conseguiu, de forma geral, agradar e divertir. O epílogo é surpreendente e me deixou ávido pela continuação.

EntreMundos - Neil Gaiman e Michael Reaves

21 de junho de 2014

Lido em: Junho de 2014
Título: EntreMundos - EntreMundos #1
Autores: Neil Gaiman e Michael Reaves
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Viviane Diniz
Gênero: Fantasia/Sci-fi/Juvenil
Ano: 2014
Páginas: 248
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Joey Harker não é um herói.
Na verdade, ele é o tipo de cara que se perde até na própria casa. Mas, um dia, Joey fica realmente perdido. Ele caminha direto de seu mundo para outra dimensão.
A caminhada entre os mundos acaba tornando Joey um prisioneiro dos exércitos da magia e da ciência, ambos determinados a usar seu poder de viajar entre as dimensões para dominar outros mundos. A única coisa que pode impedir que isso aconteça é o exército de Joeys, todos de diferentes dimensões, e todos determinados a salvar universos;
Agora Joey deve escolher: voltar à vida que ele conhecia ou se reunir à batalha até o fim.

Resenha: EntreMundos é o primeiro volume da série EntreMundos escrita por Neil Gaiman e Michael Reaves e lançado pela Rocco no Brasil.
Joey Harker é um garoto que vive se perdendo por aí, seja na rua ou dentro de sua própria casa. Até que um dia, durante um exercício de localização da escola em que a classe foi dividida em pequenos grupos que foram espalhados pela cidade a fim de conseguirem voltar para o ponto principal, Joey, em companhia de dois amigos, acha que tem certeza de onde está e qual caminho deve seguir, e começa a "Andar". E enquanto Anda, uma névoa se forma e ele se vê na mesma cidade, porém, algo está bem diferente... A começar pelos seus amigos que não estão alí mais...

Joey volta para casa, mas lá não parece ser a mesma casa que ele conhecia... Nem seus pais o reconhecem! Parece que Joey está num mundo onde ele nem mesmo existe! Assustado, ele foge, é capturado e acaba descobrindo que pode caminhar entre mundos semelhantes. Mas como isso é possível? Há uma teoria que diz que quando uma decisão bastante séria é tomada, o mundo se divide nesse ponto abrindo caminhos para outras dimensões que correspondem a decisão tomada e a outras decisões possíveis, e Joey, sendo um "Andarilho" tem a habilidade de "Andar", o que significa que ele pode seguir pelo caminho e Andar entre mundos. E por essa premissa a história se desenrola, pois a partir da habilidade de Joey e a importância que ela tem, outras pessoas poderosas têm um grande interesse nela, afinal, viajando entre dimensões seria possível conquistar outros territórios, e Joey decide estudar e aprender mais sobre isso. Ele aprende que há uma divisão entre magia e ciência e que cada planeta aprofunda seu interesse em um deles e que para cada dimensão que ele visita, encontra um Joey correspondente, assim como amigos ou vilões, cada um com seus interesses próprios na questão da conquista ou da defesa de seu ideal.

Optei pela leitura desse livro por causa do autor. Neil Gaiman é o cara e consegue construir histórias fantásticas, independente do público a que se destina, que prendem o leitor do início ao fim e sempre deixam uma mensagem nas entrelinhas, e talvez por outro autor estar na co-autoria de EntreMundos e o estilo da escrita não lembrar em nada Neil, não senti que a história, apesar de muito bacana, prendeu tanto quanto imaginei que prenderia.

A começar por Joey que me soou um tanto superficial, ainda mais por tomar decisões grandes sem pensar nas consequências. Acho que ele também poderia passar mais sufoco pra sair dos problemas em que se mete, pois tudo parece ser fácil demais pra quem acabou de descobrir tudo aquilo de repente. Senti falta de uma explicação para a falta que uma vida, aparentemente normal e boa, deixada pra trás faz. Pra mim faltou mais aprofundamento nessas questões de desapego para parecer mais real.

O que curti bastante foi mesmo a ideia das dimensões, principalmente os caminhos abertos pela divisão a partir da decisão (o que me fez pensar que sempre temos um leque de escolhas e decisões a serem tomadas na vida para vários assuntos), de mundos divididos pela feitiçaria e pela razão e pela ação presente. Lembra bastante o universo geek/nerd e sci-fi, e há várias situações exageradas que exigem uma mente bem aberta do leitor.

Numa história do tipo, obviamente não poderiam faltar vilões, e aqui eles fazem parte do Império Hex ou Binário. Eles precisam de Andarilhos para abastecer seus navios para suas viagens inter-dimensionais e Joey e seus amigos precisam tomar bastante cuidado com eles.
A história é narrada em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Joey, é bastante fluída, irreverente e tem bastante humor.

A capa é muito bacana e ilustra bem a ideia dos caminhos a serem percorridos para chegar a outro lugar.

O livro é voltado para o público juvenil, mas pode agradar leitores de todas as idades, pois a história é interessante e os personagens são agradáveis e bem construídos de forma geral..
O segundo volume já foi lançado lá fora, "The Silver Dream" e fiquei curiosa pra continuar acompanhando as aventuras de Joey.

A Queda dos Cinco - Pittacus Lore

24 de janeiro de 2014

Lido em: Janeiro de 2014
Título: A Queda dos Cinco - Os Legados de Lorien #4
Autor: Pittacus Lore
Editora: Intrínseca
Gênero: Aventura/Ação/Juvenil/Ficção Científica
Ano: 2013
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: John Smith, o Número Quatro, achou que tudo seria diferente quando os lorienos se juntassem. Eles parariam de fugir. Lutariam contra os mogadorianos. E venceriam. Mas Quatro estava errado. Depois de enfrentarem Setrákus Ra e quase serem dizimados, os membros da Garde reconhecem que estão despreparados e em minoria. Escondidos na cobertura de Nove, em Chicago, eles planejam os próximos passos.
Os seis são poderosos, porém não são fortes o suficiente para enfrentar um exército inteiro, mesmo com o retorno de um antigo aliado. Para derrotar os mogadorianos, cada um deles precisará dominar seus Legados e aprender a trabalhar em equipe. O futuro incerto faz com que eles busquem a verdade sobre os Anciões e seu plano para os nove lorienos escolhidos. A Garde pode ter perdido batalhas, mas não perderá a guerra.
Resenha: Atenção! Essa resenha pode ter spoilers dos livros anteriores! Eu Sou o Número Quatro, O Poder dos Seis e A Ascensão dos Nove.
A Queda dos Cinco é o quarto volume da série os Legados de Lorien e dá continuidade a saga de John Smith, o Número Quatro da Garde que, enfim, depois de muitas aventuras e sufoco no meio dessa guerra contra os Mogadorianos está reunida, exceto pelo Número Cinco, que ainda não foi encontrado mas anda deixando pistas na internet para os demais. E essa é a missão inicial dos lorienos: encontrá-lo.

Ninguém sabe quem é, o que é, o que é capaz de fazer, e a expectativa de todos eles por Cinco é imensa.
A história começa com Sam aprisionado e a tensão corre nas veias do leitor, pois ninguém sabe como ele vai escapar dali e o inesperado, claro, acontece! Malcon, seu pai há muito desaparecido, em companhia de um mogadoriano do bem, Adam, o resgatam!
A guerra ainda não aconteceu, apesar dos treinamentos e dos confrontos serem frequentes e o melhor lugar no momento em que eles poderiam ficar para se recuperarem da batalha que tiveram contra Setrákus Ra e se prepararem era na cobertura de Nove, que neste volume está impagável. Todos eles estão sozinhos, sem a companhia de seus Cêpans, e só podem contar com a ajuda uns dos outros.

Narrado em primeira pessoa e com a fonte diferente para que saibamos quem é o narrador da vez (a medida que vamos lendo, pois de início é meio difícil saber quem é até que nos acostumemos com a fonte), como nos volumes anteriores, a narrativa se alterna entre alguns personagens, e dessa vez, Sam faz parte do time de narradores. O ritmo continua sendo frenético, viciante, com bastante ação, com detalhes na medida certa para que não fique cansativo ou floreado. É impossível parar o livro sem que a curiosidade pelo próximo capitulo não nos consuma.

Para não perder o costume, Sarah é uma personagem que não me desce. Simplesmente não gosto da menina por mais que ela tenha demonstrado que é confiável e está do lado de John. É um problema essa ideia de que os lorienos só se apaixonam verdadeiramente uma única vez na vida... Tenho preguiça do namoro dela com John pois não vejo como um relacionamento assim pode ter espaço numa história em que o foco não é romance, muito pelo contrário. Apesar disso, não fiquei chateada por Seis ter ficado pra escanteio levando em consideração que Sam está alí por ela... Vai, Sam!
Já o encontro com Cinco foi meio suspeito pra mim desde o início, e fiquei imaginando qual seria o mistério real que cerca a história dele, até que o final chega e me deixa de boca aberta.
Pra ser sincera, terminei o livro com aquela sensação de incredulidade, pois não aceitei o que aconteceu no final e apesar de gostar muito da série, senti que faltou algo, talvez um desenvolvimento maior com relação ao amadurecimento dos personagens. Parece que estão estagnados numa rotina e não saem daquilo nunca...

Entendo que numa guerra acontece de tudo, incluindo perdas, baixas, feridos, horripilâncias, traições e tudo o mais, mas a forma como tudo aconteceu de forma tão repentina e natural como se fizesse parte e eu tivesse que engolir aquilo fácil, não foi nada agradável. Fiquei chocada, com o coração na mão e ainda não decidi se essa emoção que A Queda dos Cinco me despertou é algo positivo ou não, principalmente por que pelo título já era de se esperar que algo de trágico pudesse acontecer.
Seis é minha personagem favorita, pois é o maior exemplo de força e coragem que um time precisa pra se dar bem. E Bernie Kosar, que não posso deixar de lembrar. O "beagle" mais incrível ever.
Curti muito a história, só esperava que os personagens crescessem um pouco mais visto que há surpresas e novos obstáculos a serem enfrentados. Pra quem curte ação sem enrolação (as poucas páginas já definem isso) vai curtir bastante a série!

Os Últimos Dias de Krypton - Kevin J. Anderson

20 de outubro de 2013

Lido em: Outubro de 2013
Título: Os Últimos Dias de Krypton
Autor: Kevin J. Anderson
Editora: Fantasy/Casa da Palavra
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2013
Páginas: 464
Nota:< ★★★☆☆
Sinopse: Antes do Apocalipse – que fez o bebê conhecido mais tarde como Clark Kent ser enviado à Terra – Krypton prosperava. Na cidade de Kandor, o cientista Jor-El e a historiadora Lara casaram-se e tiveram Kal-El, o único que sobreviveria ao fim do mundo. Tudo era harmonia e perfeição numa civilização com baixíssimo índice criminal, quando um alienígena invade o planeta e provoca uma tragédia irremediável para os kryptonianos. É a grande chance do diabólico General Zod tomar o poder e implantar uma ditadura que usará da invenção tecnológica de Jor-El para subjugar a todos. E em meio a tudo isso, uma tragédia fatal se aproximava – um destino catastrófico profetizado por Jor-El que mudaria a história kryptoniana para sempre...

Resenha: Os Últimos Dias de Krypton, escrito por Kevin J. Anderson e lançado pela Fantasy - Casa da Palavra, conta a história do que aconteceu em Krypton antes de Kal-El (que ficou conhecido como Clark Kent), único sobrevivente do apocalipse, ter sido enviado à Terra.
Krypton era um planeta próspero e pacífico, cuja civilização vivia acomodada e estagnada na fantasia de que a vida é boa como está e não precisa de mudanças, até ser sucumbido à tirania do General Zod, que por mais que tenha sido alertado por Jor-El sobre o final trágico que o planeta teria, não se importou e seguiu com seus propósitos adiante...

Jor-El é um importante e genial cientista que dedicou a vida às invenções e descobertas, sempre consideradas pelos governantes como perigosas, até conhecer e se apaixonar por Lara, uma historiadora e artista carismática, determinada e que tem o dom de enxergar a "essência" de alguém. Daí surgiu um romance incrível, e dessa união, nasceu Kal-El.

Jor-El fez de tudo pra poder alertar e salvar Krypton da destruição quando ele e o irmão, Zor-El, descobrem que o planeta estava em perigo devido ao risco de algumas catástrofes naturais ocorressem, e a visita de um alienígena desencadeia vários fatores que despertaram o pânico geral da sociedade e Zod se aproveitou dessa fragilidade para tomar o poder e posteriormente se revelar como um grande vilão. É um pouco estranho ler um livro sabendo que o mesmo terá um final trágico. E não pensem que isso é spoiler, afinal, o próprio nome do livro já indica que se trata dos últimos dias desse planeta... Resta ler para saber como tudo aconteceu.

Narrado em terceira pessoa de forma dinâmica e muito detalhada, é perfeitamente possível que até mesmo os  leitores que não são fãs ou não acompanham Super-Homem fiquem curiosos com os elementos presentes na história: Ficção científica, apocalipse, invasões, traições, conspirações e claro, um lindo romance...

Apesar de ser totalmente alheia à história do Super-Homem (eu adoro acompanhar as histórias de alguns super heróis, principalmente os da Marvel, mas o Super-Homem mesmo nunca me despertou a atenção nem curiosidade e a única coisa que sabia sobre ele era algo completamente superficial, pois nem séries ou filmes eu cheguei a assistir), o que foi o principal motivo de ter adiado a leitura desse livro, li sem expectativas e sem poder fazer comparações com a HQ para saber se a história faz jus ao que deveria ter sido, mas ainda assim fiquei bem impressionada como o autor deixa bem claro, mesmo através da ficção, que existem pessoas que não medem esforços em nome do poder, e este na grande maioria das vezes, fica concentrado nas mãos das pessoas com as piores intenções que podemos imaginar...

Considerei como um bom livro devido a excelente escrita e aos detalhes explorados com maestria, apesar de às vezes pensar que não se tratava de uma vida fora do planeta Terra por algumas similaridades com a vida aqui. Qualquer um pode ler o livro por se tratar do que aconteceu com uma sociedade cujo fim foi trágico, mas acredito que os fãs de Super Homem que conhecem a história ou queiram conferir para saber se foi ou não fiel vão ficar mais interessados e aproveitarem mais a leitura de Os Últimos Dias de Krypton.

Estrela Píer - Kamila Denlescki

28 de novembro de 2012

Lido em: Novembro de 2012
Título: Estrela Píer - O tempo, a chuva, o outro
Autor: Kamila Denlescki
Editora: Novo Século
Gênero: Romance/Ficção Científica/Literatura Nacional
Ano: 2009
Páginas: 231
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Lucia tem uma vida monótona e previsível até vencer o concurso mais cobiçado do momento.
Não apenas ganha uma viagem para Londres, como também um jantar com o ator inglês Richard Clevehouse.

O que era sorte, entretanto, muda de cor. Richard, o belo ator de olhar sombrio, guarda um segredo: a vida de Lucia corre perigo. E ele fará de tudo para protegê-la, mesmo que, em troca, tenha de sofrer muito mais do que espera.

Das certezas, apenas uma:
Não há para onde fugir!

Resenha: Lúcia é uma garota com uma marca de nascença em forma de estrela. Ela tem 18 anos, é bibliotecária no Colégio Santa Rosa, é fascinada e conhece todos os clássicos da literatura (até tem o apelido de "Traça"), mas nada de interessante e novo acontece em sua vida. Ela e sua irmã adotiva, Lara, foram criadas pela avó, Marisa, pois os pais a abandonaram. Ninguém se interessa por ela, exceto Carlos, um cara tão sem noção que chega a ser cômico. Lúcia sonha em um dia encontrar seu grande amor, mas isso parece estar longe de acontecer...
Mas para sua sorte, ou não, Lúcia aceita o convite para ir ao cinema com Carlos e lá, ao assistir o filme, fica encantada pelo ator, Richard Clevehouse.
Um belo dia, Lucia recebe uma ligação e é informada que acabou de ganhar uma promoção e que viajaria para Londres para um jantar com ninguém menos que o astro que a encantou: Richard, o próprio. Ela fica sem entender bem o que é aquilo (pois só tinha ouvido falar na promoção que estava sendo feito por uma marca de xampu, e por concorrer com milhares de fãs, nem quis arriscar participar para perder), e descobre que sua avó foi a responsável por sua inscrição nesse concurso. Então, Lúcia sai de São Paulo, e vai rumo a Londres, para ganhar seu prêmio.
Chegando lá, Richard é um pouco diferente do que ela esperava. De início tudo estava indo muito bem, os dois estavam a vontade e a química entre eles era evidente, mas quando Richard repara na marca de nascença de Lúcia, o que deveria ser um jantar tranquilo e com horário pra acabar, acaba virando uma confusão, pois Richard sequestra a garota "para a própria segurança dela". E em meio a todo esse perigo, Lúcia acaba descobrindo coisas que nunca poderia imaginar serem possíveis...

Estrela Píer foi uma surpresa pra mim. A mistura de romance com ficção científica, muita ação e uma boa dose de mistério, que gira em torno da fuga e o motivo dela, foi ótima! O livro começa bem devagar, mas a reviravolta que acontece durante o jantar, com direito a perseguições e altas escapadas, deixa tudo muito mais interessante e empolgante, e fiquei desesperada, querendo ler logo para que as coisas fossem esclarecidas e aquele sufoco tivesse um fim, feliz de preferência. A narrativa é em primeira pessoa, feita pela própria Lúcia que é uma personagem bem marcante, forte, inteligente, decidida e amante de literatura *-*, mas muitas vezes senti que ela aceitou algumas situações e explicações chocantes de forma muito fácil, sem maiores questionamentos ou sem bater o pé.
Richard é um cara muito misterioso, que ora demonstrava ser o mocinho, ora o bandido, mas que independente do que fosse na realidade, não perdia o charme e nem a atenção de Lúcia. Ai, que gato!
A trama é revalada aos poucos, despertando nossa curiosidade e a vontade é de não largar o livro enquanto ele não termina. A maior parte da história se passa em Londres, mas em momento algum a leitura vira um tour pelo lugar. A ação é tanta que ninguém tem tempo pra dar uma de turista pela cidade, e nem por isso a descrição dos cenários deixa a desejar, muito pelo contrário! É tudo muito bem descrito e detalhado de forma incrível!
Eu só não dei 5 estrelas pro livro devido à questão de Lucia aceitar várias coisa numa boa, o que soou um pouco irreal pra mim já que a menina é tão inteligente. Talvez fosse por culpa do amor que chegou pra ela de forma tão arrebatadora e que a fez perder um bocado dos sentidos, amor que ela não havia esperado até conhecer Richard, quem sabe... E também porque, mesmo com a escrita maravilhosa, de certa forma um pouco poética e bem fluída da autora, encontrei alguns erros que passaram despercebidos na revisão.

Enfim, não dá pra revelar mais detalhes sem que vire um big spoiler pra estragar a surpresa de quem ainda não leu a história. E o final "enigmático" é bem surpreendente e nos deixa com aquele gostinho de "E agora? Quero mais meudeusdocéu!!"
Superou minhas expectativas e super recomendo!

O Poder dos Seis - Pittacus Lore

25 de junho de 2012

Lido em: Maio de 2012
Título: O Poder dos Seis - Os Legados de Lorien #2
Autor: Pittacus Lore (James Frey e Jobie Hughes)
Editora: Intrínseca
Gênero: Aventura/Ação/Juvenil/Ficção Científica
Ano: 2011
Páginas: 320
Nota: ★★★★★
Sinopse: O planeta Lorien foi devastado pelos mogadorianos, e seus habitantes, dizimados. Exceto nove crianças e seus guardiões, que se exilaram na Terra. Eles são como os super-heróis que idolatramos nos filmes e nos quadrinhos – porém, são reais. O Número Um foi morto na Malásia. O Número Dois, na Inglaterra. E o Número Três, no Quênia. Tentaram pegar o Número Quatro, John Smith, em Ohio, e falharam. Em O poder dos seis, John e a Número Seis se recuperam da grande batalha contra os mogadorianos, de quem ainda fogem para salvar a própria vida. Enquanto isso, a Número Sete está escondida em um convento na Espanha, acompanhando pela Internet notícias sobre John. Ela se pergunta onde estão Cinco e Seis, imaginando se um deles é a garota de cabelo preto e olhos cinzentos de seus sonhos, cujos poderes vão além de tudo o que ela já imaginou, aquela que tem a força necessária para reunir os seis sobreviventes.

Resenha: O Poder dos Seis, é o segundo volume da série Os Legados de Lorien. Essa resenha possui spoilers do primeiro livro, Eu Sou o Número Quatro. Caso ainda não tenha lido, recomendo a leitura pois é um livro muito bom! Para dar uma espiada na resenha do primeiro livro, clique AQUI.

Em "O Poder dos Seis", Número Seis, Sam, John e seu chimæra, Bernie Kosar, fogem de Paradise após destruírem a escola toda pra poderem escapar dos outros mogadorianos que estão na captura deles e porque a polícia encontrou os vários documentos falsos que ele e Henri, que morreu durante a batalha na escola, forjavam. Como se isso não fosse o bastante, John ainda passa a ser procurado como um terrorista por causa da destruição e de sequestrar Sam. Sam não avisou pra ninguém que deu no pé com os Gardes, tudo isso pra descobrir o que raios aconteceu com seu pai! Menino desajuizado!
John vai embora com a mão no coração por estar deixando Sarah, seu "grande e único amor", mas no momento, fugir é a única coisa que ele poderia fazer pra se salvar e mantê-la em segurança também.

Esse volume dessa vez foi dividido entre a história de John e Marina, que é a Número Sete, e os capítulos se intercalam. Isso foi fantástico e até o texto pra cada um, com as letras diferentes, foi um diferencial muito bacana!
Marina e sua Cêpan, Adelina, vivem em um tipo de convento/orfanato na Espanha, e o desespero de Marina para descobrir se outros Gardes estão vivos e a ansiedade dela pra encontrá-los, faz com que ela sempre fique pesquisando e procurando por pistas de John na internet as escondidas pois ela acredita que devido as notícias que aparecem na televisão, só pode se tratar de um outro sobrevivente. Porém, ela é recriminada por Adelina, que já não deseja fazer parte da guerra por ter perdido as esperanças, tenta proibir Marina de fazer parte dessa vida pois agora estão na Terra e a única coisa que importa pra ela agora é Deus. A mulher agora é uma cristã devota e quer simplesmente enterrar o passado como se nunca tivesse acontecido! Mas Marina tem seus ideais e corre atrás do que quer e do que acredita! Marina é simplesmente demais!
Enquanto descobre seus legados sozinha, já que não pode contar com a ajuda de Adelina, Marina acaba fazendo amizade com Ella, uma menininha de uns 11 anos que desperta sua afeição. Marina acaba jurando protegê-la de qualquer mal. No final do livro, Ella revela um grande segredo!
Marina também pode contar com a ajuda de Héctor, que é conhecido como o bebum da cidade, mas que tem um ótimo coração.

A narrativa de Marina é muito calma, talvez por se tratar da introdução de sua história, enquanto a de John é ação pura por conta da fuga. Mal dá pra respirar. Parece que estamos lendo um roteiro de um filme de ação!

Um tipo de triangulo amoroso ainda começa a surgir em meio a toda essa confusão. Não sou muito fã de histórias que envolvem esse assunto, mas a forma como vai acontecendo e se desenrolando me agradou muito!

No decorrer da história, ficamos sabendo um pouco mais da história de Seis, o que é muito bacana, pois isso só me fez ficar mais fã da menina. Sam também é demais, continua melhor do que no primeiro livro!

Como tinha dito na resenha anterior, Sarah não me convenceu como namorada perfeita e eu tinha tomado antipatia dessa odiosa, e nesse livro, minhas suspeitas contra essa menina se confirmaram... Sái fora, Sarah, sua bruxa!
Entendi que aquele amor eterno que John acreditava sentir por Sarah, não passou de uma paixonite adolescente. Afinal, desde quando adolescentes sabem tudo sobre amor ou o que querem da vida nesse sentido? E John, por mais poderoso que seja, ainda é um adolescente e nada mais normal do que vivenciar essas emoções e conflitos.

Enfim, esse livro conseguiu me conquistar ainda mais do que o primeiro. Fiquei agoniada e suplicando pela continuação. Posso dizer que a aparição do Número Nove quase me fez morrer? Gente... Por menor que tenha sido sua participação, ele consegue ser mais foda que todos os personagens juntos! Preciso continuar lendo e saber da história desse menino logo meudeusdocéu!!!

Recomendo totalmente a leitura dos dois volumes e agora estou aqui, ansiosa e desesperada pela continuação que deve ser lançada esse ano, eu espero: A Ascensão dos Nove!
Já está nos meus favoritos, claro!

A Hospedeira - Stephenie Meyer

14 de junho de 2012

Lido em: Dezembro de 2009
Título: A Hospedeira
Autora: Stephenie Meyer
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção Científica, Romance
Ano: 2009
Páginas: 560
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam.

Resenha: Geralmente quando faço resenhas, faço um resumo do que se trata a história do livro pra depois vir com comentários e opiniões dos pontos que acho interessante destacar, mas a sinopse desse livro é tão grande e detalhada que o resumo seria inútil e só faria a resenha ficar maior do que já ficou sem a menor necessidade... Então, sem enrolar, vamos aos comentários divididos em 5 passos:

- Quando comprei esse livro, foi logo após o lançamento. A febre de Crepúsculo ainda estava pairando no ar e pensei: "Poxa vida... Me decepcionei com Crepúsculo, agora me aparece essa tal de A Hospedeira pra terminar com o que sobrou da minha vida logo de uma vez"... Mas quando peguei o livro nas mãos e vi que a história não se tratava de vampiros purpurinados, lobisomens que tem aversão à camisetas e triângulos amorosos toscos, resolvi por o livro debaixo do braço e levar pra casa. Não custava nada ler já que eu não estava fazendo nada.

- Quando comecei a ler, o início pareceu um pouco confuso e fiquei tentando comparar esse processo dos alienígenas parasitas se alojando nos corpos dos humanos com aquela cena de "MIB - Homens de Preto", onde tem um etezinho cabeçudo da família real (ou que nome tenha a tal família, esqueci) dentro da cabeça do velho, e o corpo é só um meio de transporte, que acaba morrendo depois de ter sido espetado no pescoço pelo "Sr. Baratão que vestiu o Edgar". Comecei a perder a paciência, porque achei isso uma grande besteira, e ler quase 600 páginas de bobagem não é pra qualquer um que tenha um pouco de senso... Nem pra Jó! Mas paciência, persistência e perseverança são características e qualidades que possuo, obrigada!

- Pois bem... Comecei a ler, a leitura no início se arrastou muito, mas para a minha grande surpresa, não consegui mais parar de ler esse livro! Nem acreditei que quem teve a ideia de escrever essa história, a forma como foi escrita e o rumo que levou foi a mesma pessoa que escreveu Crepúsculo! Talvez pelos personagens serem interessantes, realmente terem alguma personalidade marcante e convincente, e terem um propósito na vida, a história ficou muito mais aceitável.

- Mel e Jared tinham um romance meio que impossível, devido ao mundo invadido em que viviam. Mas o amor era tão grande que eles estavam dispostos a enfrentar todas as barreiras. Os alienígenas consideram os humanos seres perigosos, terríveis, destruidores, bárbaros, violentos, delinquentes e outras horrorosidades, e por isso, decidiram botar ordem no "buteco" invadindo tudo, sem pedir licença, se apossando de seus corpos e mentes, e tomando o controle de suas vidas... Mel acaba sendo capturada pelos aliens e Peregrina passa a habitar seu corpo. Mas o que Peregrina não esperava, era que além de não conseguir controlar a mente de Mel, já que ela se recusa a ser dominada, ainda se deixou confundir com os sentimentos dela por Jared, o que acaba desenvolvendo um tipo de triângulo amoroso. Ainda me aparece Ian, o que transforma esse triângulo em quarteto, mas opa! Só existem 3 corpos... O problema maior, é que Jared agora rejeita Mel, pois acredita que não é ela quem está lá, e não tem a menor vontade de se envolver com uma alienígena que se apossou do corpo de sua amada... Só que as duas, habitando o mesmo corpo e com interesses que acabam se cruzando, precisam chegar a um consenso, mesmo se tornando amigas depois de brigarem muito através de suas mentes... Uma aprendeu a engolir e aceitar a outra, e vice versa.

- A ideia de humanos que vivem fugindo e se escondendo para não terem os corpos tomados, me lembram esses filmes pós apocalípticos onde a lei número 1 para a meia dúzia de gatos pingados que restaram, é a lei da sobrevivência. Mas acima da necessidade dos humanos pela sobrevivência, é possível captar a mensagem sobre um misto de amizade, aceitação, preconceito, rejeição e amor. Eu gosto bastante esse tema.

Apesar da confusão no início, o livro é muito, mas muito bom! Esse livro superou minhas expectativas. Só tem um porém... Ouvi falar que se trata de mais uma série da autora... mas cade o resto, pelo amor de Deus???

Eu Sou o Número Quatro - Pittacus Lore

3 de junho de 2012

Lido em: Maio de 2012
Título: Eu Sou o Número Quatro - Os Legados de Lorien  #1
Autor: Pittacus Lore (James Frey e Jobie Hughes)
Editora: Intrínseca
Gênero: Aventura/Ação/Juvenil/Ficção Científica
Ano: 2011
Páginas: 350
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Nove bebês aliens estão se escondendo entre os seres humanos, eles fugiram de seu planeta natal, Lorien, para se esconder na Terra. Uma espécie invasora, os Mogadorians, destruíram seu planeta, e seguiram eles a Terra para caçá-los. Cada um dos nove aliens é dado a um tutor para desenvolver seus poderes sobre-humanos enquanto se tornam adultos e lhes são atribuídos números. Estas últimas crianças de Lorien só pode ser mortas na sequência de seus números.

Resenha: Eu Sou o Número Quatro é o primeiro volume da série Os Legados de Lorien.
Alienígenas do planeta Lorien existem e vivem entre nós, se escondendo de uma outra raça alienígena super hostil, os Mogadorianos, que têm como missão acabar com a raça loreriana e dizimarem os planetas que invadem. Porém, os aliens de Loren, estão sob um feitiço, e só podem ser mortos em ordem numérica crescente. Cada vez que um loreriano é morto por um Mog, nasce uma cicatriz nos outros sobreviventes, e dessa forma eles sabem quando a hora deles serem caçados chegará.
Os três primeiros já foram pegos e agora, os Mogs estão atrás do Número Quatro... Socorro, meu Deus!

Ele e seu Cepan (um tipo de guardião), Henri, vivem se mudando e se escondendo a fim de não deixarem pistas ou rastros para nunca serem encontrados, mas Número Quatro, por ser um adolescente, sente muita necessidade de ter amigos, uma namorada, enfim... Ele sente falta de ter uma vida normal.

Número Quatro e Henri acabam indo morar na cidade de Paradise para fugirem, e lá, Número Quatro passa a ser chamado de John Smith (preciso dizer que "Pocahontas" me veio a mente quando li esse nome?), com direito a documentos falsos e tudo mais.

Lá ele encontra e acaba adotando Bernie Kosar (ou será o contrário? hehehe), um beegle super fofo e inteligente. Também começa a frequentar a escola, onde ele conhece Sam, um menino nerd que vive sofrendo bullying dos "fodões" da escola e tem um interesse fora do comum por assuntos ligados a vida extra terrestre, pois ele acredita que seu pai foi abduzido, e eles acabam se tornando melhores amigos; conhece Sarah, uma menina super bonita e interessante que tem como hobbie fotografar tudo o que vê pela frente, de quem John começa a gostar; e claro, passa a ter uma rixa num primeiro momento com essa turminha de valentões que se consideram intocáveis, onde John e Mark, o líder da "gangue", vivem se confrontando. Sarah ainda é ex namorada de Mark, então, já viram como as coisas tendem a piorar nesse tipo de situação...

Ele simplesmente não consegue viver a vida normal que quer, pois está na fase onde os seus poderes (ou Legados) estão se desenvolvendo (isso também te lembra X-Men?), o que acaba chamando atenção dos outros e denunciando sua localização... O povo vive tirando fotos ou filmando as coisas pra colocar na internet, nunca vi gente mais intrometida e curiosa rsrsrs. As mãos dele se acendem como lanternas, ele passa a ser resistente ao fogo, descobre que pode mover objetos e até pessoas através de telecinesia, desenvolve uma força impressionante e até descobre que pode se comunicar com animais. E ele passa a ser treinado por Henri para aprimorar esse Legados pois o que John mais quer é estar preparado para lutar contra esses malditos Mogs!

Mas enfim... a medida que a história é contada, é impossível não se envolver. A narrativa em primeira pessoa é super leve e fácil, e da mesma forma que John se surpreendia a cada novo Legado descoberto, também me surpreendia. Ele descobre a amizade verdadeira, o que é se interessar e gostar de alguém, e enfim pode começar a usar seus poderes recém descobertos. É uma corrida contra o tempo para sobreviver e ao mesmo tempo aprender a usar seus Legados de forma consciente em meio a essa guerra contra os Mogadorianos.
Os personagens são únicos, e todos tem seu nível de importância na história, Sam e a Número Seis, que aparece mais no fim do livro depois de seguir pistas do paradeiro de John, são os melhores na minha opinião. A menina é demais e o jeitinho "sou foda" dela é ótimo!

Só tenho uma coisa a acrescentar que me fez tirar uma estrela desse livro: Sarah não me convenceu como sendo a namorada perfeitinha. Por mais que ela tenha entendido e aceitado John como um alienígena "do bem", ela me soa falsa e nada confiável. Eita menina chata e fresca com essa necessidade enorme de ser importante para alguém.

Mas o livro é super legal. Cheio de ação, aventura e segredos a serem desvendados.
E quem viu o filme e ainda não leu o livro, apague o filme da memória e leia o livro pelamorrr. Por mais que tenha gostado. O filme é horrível se comparado ao livro e cheio de coisas que nem acontecem...

P.S.: Pittacus Lore, o "autor" do livro, é mais um personagem misterioso, e seu paradeiro é desconhecido...