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Coraline - Neil Gaiman

4 de março de 2022

Título:
Coraline
Autor: Neil Gaiman
Ilustrador: Chris Riddell
Editora: Intrínseca
Gênero: Infanto juvenil/Fantasia
Ano: 2021
Páginas: 288
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Certas portas não devem ser abertas. E Coraline descobre isso pouco tempo depois de chegar com os pais à sua nova casa, um apartamento em um casarão antigo ocupado por vizinhos excêntricos e envolto por uma névoa insistente, um mundo de estranhezas e magia, o tipo de universo que apenas Neil Gaiman pode criar.
Ao abrir uma porta misteriosa na sala de casa, a menina se depara com um lugar macabro e fascinante. Ali, naquele outro mundo, seus outros pais são criaturas muito pálidas, com botões negros no lugar dos olhos, sempre dispostos a lhe dar atenção, fazer suas comidas preferidas e mostrar os brinquedos mais divertidos. Coraline enfim se sente... em casa. Mas essa sensação logo desaparece, quando ela descobre que o lugar guarda mistérios e perigos, e a menina se dá conta de que voltar para sua verdadeira casa vai ser muito mais difícil ― e assustador ― do que imaginava.

Resenha: Coraline foi o primeiro livro escrito por Neil Gaiman para o público infantil. O livro foi publicado no Brasil em 2003 pelo selo Jovens Leitores, da Editora Rocco. Em 2009 a adaptação cinematográfica do livro estreou nos cinemas e a animação em stop motion dirigida por Henry Selick foi um sucesso. Em 2010 a Rocco Jovens Leitores publicou a graphic novel, e em 2020 a Intrínseca adquiriu os direitos e publicou essa nova edição em capa dura, com nova tradução, e com um projeto gráfico maravilhoso de lindo.



Coraline Jones é uma garotinha bastante esperta e curiosa, que acaba de se mudar com os pais pra um antigo casarão dividido em alguns apartamentos. O lugar é um tanto estranho e não parece ter muita vida, seus pais só se preocupam com o trabalho e não dão nenhuma atenção a ela, Coraline vive entediada e muitas vezes se sentindo excluída, e, pra não surtar, ela começa a explorar o lugar pra ter o que fazer. Logo ela conhece os vizinhos excêntricos que moram alí e que nunca conseguem pronunciar seu nome corretamente, a chamando sempre de Caroline, e ela fica muito interessada em suas vidas peculiares, seus bichos de estimação e suas esquisitices. Mas o que realmente chama a atenção de Coraline é uma porta na sala de estar, uma porta misteriosa que, a princípio, não serve pra nada já que a parede de tijolos por trás dela foi fechada na divisão da casa. Até ela descobrir que essa porta a leva para uma outra versão de sua casa, onde ela se depara com uma outra mãe e um outro pai que, embora sejam pálidos e tenham botões nos lugar dos olhos, lhe dão total atenção e fazem tudo o que ela gosta. Lá os vizinhos a chamam pelo nome certo, e lá ela pode se divertir bastante com uma infinidade de brinquedos. Nessa outra casa ela poderia, enfim, se sentir em acolhida e ser muito feliz. Coraline logo percebe que existe alguma coisa errada com essa cópia sombria da sua casa, e que sua outra mãe esconde segredos e possui intenções horripilantes que ela nem imagina. Assim, voltar pra sua verdadeira casa vai se transformar numa tarefa tão difícil quanto assustadora.

Na introdução do livro, Gaiman conta que teve a ideia de escrever uma história para sua filha Holly, e teve como inspiração a casa onde eles moravam na Inglaterra e a ideia de que Holly gostava de histórias assustadoras e heroínas corajosas enfrentando bruxas e perigos, mas parou de escrever em 1992. Ele só retomou seis anos depois, quando já tinha se mudado para os EUA e percebeu que sua filha mais nova, Maddy, já estava crescendo e talvez seria velha demais até que ele terminasse o livro se continuasse nesse ritmo. Ele começou o livro pela Holly, e terminou pela Maddy, porque queria contar pra elas algo que ele gostaria de ter sabido quando era criança. Parecia adequado escrever uma história que deixasse evidente que ser corajoso não significa não ter medo, mas sim estar com medo e ainda sim fazer o que é certo. Eis que surgiu Coraline.

O livro é narrado em terceira pessoa com foco sobre a protagonista e é impossível não se envolver com os acontecimentos e com a forma como eles são descritos com fluidez e consistência. É uma narrativa que dá voltas e é cheia de camadas, mostrando o enorme constraste entre os dois mundos e como Coraline consegue discernir que nem sempre o que parece ser melhor, de fato é. Por mais que a história seja voltada pro público infantil, ela tem elementos sombrios e várias mensagens mais maduras, e isso faz com que a leitura seja indicada para qualquer tipo de público que goste de acompanhar aventuras com toques de mistério e perigo. As ilustrações de Chris Riddell ainda contribuem para um ar ainda mais macabro, pois os desenhos tem traços num estilo mais rabiscado e expressões bem marcantes e assustadoras.


O protagonismo de Coraline é a melhor coisa desse livro, pois mesmo que ela seja criança, ela não cede fácil, tem personalidade e opiniões fortes, é questionadora, observadora, muito inteligente, e sabe usar isso a seu favor pra resolver os maiores problemas que aparecem.
"- Porque coragem é quando você sente medo de fazer algo, mas faz mesmo assim, é quando você enfrenta o medo - respondeu ela."
- Pág. 90
Os personagens secundários também são super bem construídos e interessantes. Seja o gato preto que faz companhia e ajuda Coraline nessa grande aventura; sejam as vizinhas, Srta. Spink e Srta Forcible, que moram no térreo com seus vários cãezinhos terrier e adoram contar sobre os tempos em que elas eram atrizes muito famosas; e o velho esquisito com um bigodão que mora no andar de cima que diz ter uma trupe ratos de circo que só irão se apresentar quanto estiverem prontos. Gostaria de ter lido quando criança e tenho certeza Coraline seria minha heroína favorita, e já incentivo os meus filhos a lerem também. O livro tem detalhes que não aparecem na animação, e por mais que eu ame demais o filme, o livro, pra mim, é bem melhor. Neil Gaiman nunca decepciona, independente do gênero literário que ele venha a escrever ou do público que ele quer atingir. É o tipo de livro pra se ler e reler sempre. Super recomendo.

O Livro do Cemitério - Neil Gaiman

11 de dezembro de 2017

Título: O Livro do Cemitério - O Livro do Cemitério #1
Autor: Neil Gaiman
Ilustrador: P. Craig Russell
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: HQ/Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2017
Páginas: 192
Nota:★★★★★
Sinopse: Bestseller do The New York Times e premiado com as medalhas Newberry (EUA) e Carnegie (Reino Unido), o romance O livro do cemitério, do cultuado escritor Neil Gaiman, ganha versão em quadrinhos adaptada por P. Craig Russell. O livro é o primeiro de dois volumes que acompanham a trajetória de Ninguém Owens, ou Nin, um garoto como outro qualquer, exceto pelo fato de morar em um cemitério e ser criado por fantasmas. Cada capítulo nesta adaptação de Russell acompanha dois anos da vida do menino e é ilustrado por um artista diferente, apresentando uma variedade fascinante de estilos que dão ainda mais vida à atmosfera ao mesmo tempo afetuosa e sombria da história.

Resenha: O Livro do Cemitério, de Neil Gaiman, foi publicado em 2010, mas, agora no final de 2017, foi lançado numa adaptação em quadrinhos. A história foi dividida em dois volumes e, neste primeiro, conhecemos a história de Ninguém Owens, ou Nin, um bebê que conseguiu fugir de casa enquanto sua família foi assassinada por um homem frio e cruel chamado Jack.
Nin engatinhou até chegar ao cemitério próximo e lá passou a ser criado por um casal de fantasmas e protegido por Silas, um guardião misterioso e de aparência sombria, que persuadiu Jack a ir por outro caminho após seguir os rastros do menino.
O tempo passa e Nin cresce protegido pelo cemitério e pelos seres que lá habitam. Ele recebe a Liberdade do Cemitério, podendo transitar por onde quiser dentro dos limites do lugar, aprende a ler através das inscrições nas lápides, aprende que os mortos têm poderes especiais e faz alguns amigos improváveis que não se restringem a apenas fantasmas, mas viver confinado sem poder conhecer o que existe lá fora, devido aos perigos que o aguardam caso ele saia, causa muita tristeza no garoto.
Mas quando ele, enfim, consegue sair, percebe que o mundo dos vivos não é nada do que ele pensou... As pessoas não parecem ser gentis, sempre estão tentando levar vantagem ou sendo maldosas com os outros por que sim.

Embora a história comece de forma trágica e tenha o cemitério como cenário, o que ganha destaque é a ideia de que Nin está vivo num ambiente que simboliza o fim, e por ter se escondido de Jack e do perigo que ele representa, acabou se tornando uma sombra do que ele gostaria de ter sido. Embora ele viva muitas aventuras ao explorar o cemitério, pra Nin, o mundo exterior é um mistério que ele gostaria de desvendar, mas suas expectativas não são superadas como ele imaginou...

E tudo isso nos leva a refletir sobre o significado daquilo que chamamos de lar, o que a família representa e o que a vida e a morte tem a nos ensinar.

Cada capítulo corresponde a dois anos da vida de Nin e é ilustrado por um artista diferente, e por esse motivo é possível perceber a diferença dos traços de cada um, mesmo que alguns sejam bem sutis. O que importa é que a essência da história foi mantida, e cada ilustração representa o momento e as emoções dos personagens com muita fidelidade.

Enfim, pra quem gosta de histórias contadas em quadrinhos com ilustrações muito ricas de um garotinho curioso, corajoso e determinado em seu mundo tão peculiar, não pode perder. A história e a forma como ela é contada envolve, diverte, faz refletir e faz o coração ficar quentinho com a pureza, com a inocência e com a mente aberta para as mais diversas fantasias infantis que se pode imaginar.

Felizmente, o Leite - Neil Gaiman

23 de julho de 2016

Título: Felizmente, o Leite
Autor: Neil Gaiman
Ilustrações: Skottie Young
Tradutor: Edmo Suassuna
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Infantojuvenil
Ano: 2016
Páginas: 128
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Uma prosaica ida até o mercado se transforma numa incrível aventura no mais recente livro infantil do celebrado escritor britânico Neil Gaiman, que coloca um estranho objeto prateado no caminho de um pai que só queria comprar um pouco de leite para o café da manhã. Aliás, aquele disco prateado gigantesco estacionado em plena rua Marshall, com seres verdes um tanto gosmentos e bastante ranzinzas querendo reformar o (nosso) mundo, é só a primeira de muitas surpresas que esperam pelo zeloso pai de família na história, que inclui ainda viagens no tempo e no espaço num balão, um dinossauro inventor, navios piratas, vulcões e outras maluquices. Será que o café da manhã das crianças está a salvo? Com ilustrações incríveis de Skottie Young, Felizmente, o leite é uma história de fantasia com uma boa dose de nonsense e o senso de humor peculiar de Neil Gaiman.
Resenha: Felizmente, o Leite, escrito pelo ilustre autor britânico Neil Gaiman e graciosamente ilustrado pelo artista Skottie Young, é uma aventura hilária que traz uma metáfora bastante inteligente e apropriada para várias questões familiares e contemporâneas.

Tudo começa quando uma tradicional família fica desfalcada da mãe, que precisa viajar a trabalho e deixa o casal de filhos sob os cuidados do pai. Antes de ir ela deixa instruções sobre o funcionamento da casa e da rotina dos filhos, mas tudo indica que o pai parece estar perdido e não faz ideia do que fazer. Na primeira manhã, quando as crianças vão tomar café, elas se deparam com uma tragédia: O leite para o cereal acabou!
O pai, então, precisa sair para comprar o bendito leite, mas demora tanto que é questionado pelos filhos. Ele não tem outra saída a não ser contar sobre todas as aventuras mirabolantes pelas quais passou para conseguir trazer a garrafinha do precioso leite são e salvo e garantir o sucesso do café matinal e a satisfação das crianças.

A narrativa é feita pelo filho mais velho, desconfiado da história do pai, que inventa as mais fantasiosas e absurdas desculpas pela demora praticamente eterna em trazer o leite que as crianças tanto precisam. A filha mais nova adora essa história incrível e se deixa levar pelas mais malucas situações que o pai viveu enquanto trazia e protegia a garrafinha de leite, numa jornada inusitada com direito a abdução alienígena, dinossauro inventor, piratas, aborígenes, pôneis, viagens em máquinas do tempo e muitas confusões impossíveis e repletas de reviravoltas e outras improbabilidades.

Embora seja voltado ao público infantil, a história é muito bem construída e vai arrancar risadas e levar reflexões até mesmo para os mais velhos, mostrando que as responsabilidades pela casa e pelos filhos não devem cair exclusivamente sobre a mãe e que o casal precisa achar um equilíbrio, dividindo as tarefas domésticas e sendo responsáveis por igual pelas crianças, tudo isso através de uma narrativa lúdica, leve, recheada de criatividade e muito divertida!
As ilustrações também não ficam atrás, pois o artista consegue acompanhar e ilustrar perfeitamente bem e de forma cômica e encantadora, passando as ideias geniais de Gaiman para o papel.

Neil Gaiman não cansa de nos surpreender. Felizmente, o Leite é uma aventura divertida e super nonsense que vai agradar leitores de todas as idades.
Já li para meus pequenos e eles adoraram e riram tanto quanto eu! ♥


A Bela e a Adormecida - Neil Gaiman

2 de dezembro de 2015

Título: A Bela e a Adormecida
Autor:  Neil Gaiman
Ilustrações: Chris Riddell
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Juvenil/Fantasia/Releitura
Ano: 2015
Páginas: 70
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Em uma sombria e fascinante história, as mais queridas princesas dos contos de fadas são reinventadas de maneira brilhante pelo inglês Neil Gaiman e o ilustrador Chis Riddell.
Em A Bela e a Adormecida, uma jovem rainha é informada, na véspera de seu casamento, sobre uma estranha praga que assola as fronteiras do seu reino, um sono mágico que se espalha pelo território vizinho e ameaça os seus domínios. Na companhia de três anões, a rainha abandona o fino vestido da festa, pega sua espada e armadura e parte pelos túneis dos anões para o reino adormecido. Uma viagem repleta de ação e suspense que leva a uma surpreendente descoberta. Misturando o conhecido e o novo com perfeita sintonia, Gaiman cria mais uma obra repleta de magia e aventura capaz de hipnotizar o mais exigente dos leitores.

Resenha: A Bela e a Adormecida é uma releitura que mescla dois contos de fadas reinventados de uma forma genial pelo autor inglês Neil Gaiman. As ilustrações de Chris Riddell colaboram imensamente para que o livro possa ser considerado uma verdadeira obra de arte.

No conto, os nomes de personagens não são mencionados, mas sabemos de quem se trata devido a pequenas informações dadas no decorrer da leitura.
Uma jovem rainha está pra se casar e três anões decidem presenteá-la com a melhor e mais bonita seda do mundo, mas durante a viagem para conseguirem tal presente, eles são alertados de que uma jovem do reino pra onde estavam indo fora amaldiçoada quando nasceu, e a praga estaria se alastrando para os vilarejos vizinhos, fazendo com que todos caíssem em sono profundo. A jovem dormia em seu castelo e, embora muitos tenham tentado atravessar a floresta, todos falharam na tentativa de acordá-la de seu sono mágico pois nem ao menos conseguiram chegar até ela.
Temerosos, os anões retornam para contar à rainha sobre a maldição. Os anões acreditavam que a experiência da rainha de ter dormindo por um bom tempo poderia ajudar para que tal maldição fosse quebrada, tirando a princesa de seu sono eterno. Ela deixa seu vestido fino e delicado de lado, veste sua armadura, empunha sua espada, e, na companhia dos três anões, parte para o reino adormecido.


O trabalho gráfico é maravilhoso e bastante requintado. O livro é grande e em formato hardcover. A jacket possui transparência de forma que a ilustração da capa apareça e os detalhes nas ilustrações internas são dourados. As ilustrações de Chris Riddell possuem traços finos, por vezes emaranhados já que são só contornos e somente alguns detalhes são preenchidos com dourado, mas revelam as expressões dos personagens de maneira incrível e realista.


A Bela e a Adormecida já andava sendo bastante comentado, principalmente pela ideia de que quem tira a donzela de seu sono eterno com um beijo não seria um príncipe, afinal, porque as mulheres devem ser salvas por homens? E porque, obrigatoriamente, deve haver amor nessas questões?
O feminismo fica explícito quando Gaiman quebra tais paradigmas e cria uma releitura com um ar sombrio, cheia de originalidade e que surpreende bastante ao trazer duas personagens conhecidas numa versão inédita e livre de estereótipos, afinal, quem esperaria por uma rainha, aparentemente delicada e passiva, que é determinada em suas decisões e busca a solução para os problemas com coragem e bravura sem depender de nenhum príncipe encantado?

Recomendo pra todos aqueles que gostam de releituras de contos que, de forma moderna e sem preconceitos, traz nas entrelinhas mensagens sobre a força das mulheres, a importância da amizade e o poder de escolha que todos podemos ter.

Sonho de Prata - Neil Gaiman, Michael Reeves e Mallory Reaves

2 de outubro de 2015

Título: Sonho de Prata - EntreMundos #2
Autores: Neil Gaiman, Michael Reeves e Mallory Reaves
Tradutora: Viviane Diniz
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Sci-fi/Juvenil
Ano: 2015
Páginas: 248
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Na esperada continuação de Entremundos, Neil Gaiman, Michael Reaves e Mallory Reaves retomam a fantástica história de Joey Harker, um garoto comum que até pouco tempo se perdia no simples percurso de seu quarto a cozinha, mas que finalmente conseguiu dominar sua habilidade de “andar” entre as dimensões e encontrou seu lugar como um Andarilho, um agente do Entremundos, organização responsável por manter a paz nos vários universos e dimensões. Em sua nova aventura, Joey tem que enfrentar a desconfiança dos demais membros da organização, enquanto luta contra o tempo para impedir que os Binários dominem todas as terras conhecidas do Altiverso. Escrito a seis mãos, Sonho de prata é uma aventura fantástica com o carimbo de qualidade e imaginação de Neil Gaiman. 

Resenha: Sonho de Prata é o segundo volume da trilogia EntreMundos e voltamos a acompanhar as aventuras do Andarilho Joey Harker. Recaptulando a história, Joey é um garoto que possui o dom de "Andar", conseguindo assim transitar entre mundos e dimensões. Mas tal dom chama atenção daqueles que querem poder, pois a ideia de viajar entre dimensões abre várias possibilidades de conquistar novos territórios...

Depois de muitas surpresas e aventuras, inclusive ter se deparado com várias versões dele mesmo, Joey, que agora quer ser chamado de Joe, dominou a habilidade de andar entre dimensões e se tornou um agente do Entremundos, a organização que é responsável por manter a paz no universo.
Ele, juntamente com suas versões que vieram de Terras de universos paralelos, irá tentar impedir que as terras do Altiverso sejam dominadas, mas quando uma jovem chamada Acacia Jones aparece e consegue seguir Joey e sua equipe até a Cidade Base (um tipo de quartel-general), as coisas mudam de cenário pois ninguém sabe quais as reais intenções que ela possui, nem de onde ela veio, como conseguiu acompanhá-los e como pode saber tanto sobre Entremundos.

Tudo o que Joey sabia é abalado pois a ideia de uma nova Andarilha desconhecida é de assustar pois a partir do momento em que ela chega e depois some, muitas coisas estranhas começam a acontecer e tudo indica que algo está errado...
As forças do mal de HEX e binário estão se unindo e não são todos em Entremundos que parecem ser confiáveis. Agora resta a Joey lutar contra o tempo para impedir que o Altiverso seja dominado pelos Binários ao mesmo tempo em que enfrenta desconfianças por parecer ser ele a principal causa de levar problemas para Entremundos.

Narrada em primeira pessoa, a história segue o ritmo da anterior. Tem bastante ação, humor e muito geek, e assim como o primeiro livro, é bastante complexa e com detalhes bizarros que acabam tornando a história diferente.
Agora Joey tem dezesseis anos, quase dezessete, e seu amadurecimento é perceptível. Sabe aquelas situações em que tudo parece estar no lugar e no momento errado? Joey parece ter inventado isso pois é mestre em se meter nessas. Ele se desligou bastante do passado e do que deixou pra trás, mas se preocupa muito com a opinião alheia e isso é algo que não me agrada muito.
Joey possui várias versões de si mesmo, até versões femininas, e a enorme quantidade de personagens cujos nomes começam com a letra J soou um tanto ridículo e até confuso. Joey, J/O, Jai, Jakon, Jo, Josef... Alguns deles intelectuais demais a ponto de usarem palavras difíceis das quais Joey não sabe o significado e viva "reclamando" que precisa de um dicionário.

Acho que captei a ideia de os personagens possuírem a mesma essência e serem versões diferentes dela por virem de mundo diferentes, mas num determinado ponto, pois mais que haja um excesso de explicações, me perdi na história e o restante da leitura se tornou arrastada.
Talvez aqueles leitores vorazes do gênero sci-fi tenham uma percepção diferente e consigam captar melhor os acontecimentos malucos da história, e ainda que eu tenha ficado com a ideia de que teoricamente todos em Entremundos são a mesma pessoa, só no próximo volume é que espero respostas concretas.

Gosto da ideia do "Andar", desse lance de aventura interdimensional e viagens no tempo e espaço, mas acho que para um livro voltado ao público juvenil, tudo estava "difícil" demais de acompanhar.
Acho que é uma série que não deve ser lida com um grande intervalo entre os livros, pois são muitos detalhes apontados que, embora sejam relembrados superficialmente, podem deixar o leitor perdido. Então tive que voltar no primeiro livro (que li já faz mais de um ano) e ler alguns trechos para que eu pudesse lembrar e me situar melhor nessa continuação, então foi algo que me incomodou um pouco.

A capa faz o mesmo estilo da primeira e de perto é bem bonita. As páginas são amarelas e a diagramação é simples. Não percebi erros de revisão.
Pesquisei um pouco sobre a questão da autoria do livro e ao que parece, ainda que a ideia da história tenha sido de Neil Gaiman e o primeiro livro tenha seu dedo, este segundo livro não foi escrito por ele, mas sim por Micheal e a filha, Mallory Reaves, e talvez isso explique o tipo de escrita e alguns pontos fracos na trama.

De forma geral é um bom livro e recomendo para aqueles que curtem história de ficção científica com aventuras entre dimensões.

EntreMundos - Neil Gaiman e Michael Reaves

21 de junho de 2014

Lido em: Junho de 2014
Título: EntreMundos - EntreMundos #1
Autores: Neil Gaiman e Michael Reaves
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Viviane Diniz
Gênero: Fantasia/Sci-fi/Juvenil
Ano: 2014
Páginas: 248
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Joey Harker não é um herói.
Na verdade, ele é o tipo de cara que se perde até na própria casa. Mas, um dia, Joey fica realmente perdido. Ele caminha direto de seu mundo para outra dimensão.
A caminhada entre os mundos acaba tornando Joey um prisioneiro dos exércitos da magia e da ciência, ambos determinados a usar seu poder de viajar entre as dimensões para dominar outros mundos. A única coisa que pode impedir que isso aconteça é o exército de Joeys, todos de diferentes dimensões, e todos determinados a salvar universos;
Agora Joey deve escolher: voltar à vida que ele conhecia ou se reunir à batalha até o fim.

Resenha: EntreMundos é o primeiro volume da série EntreMundos escrita por Neil Gaiman e Michael Reaves e lançado pela Rocco no Brasil.
Joey Harker é um garoto que vive se perdendo por aí, seja na rua ou dentro de sua própria casa. Até que um dia, durante um exercício de localização da escola em que a classe foi dividida em pequenos grupos que foram espalhados pela cidade a fim de conseguirem voltar para o ponto principal, Joey, em companhia de dois amigos, acha que tem certeza de onde está e qual caminho deve seguir, e começa a "Andar". E enquanto Anda, uma névoa se forma e ele se vê na mesma cidade, porém, algo está bem diferente... A começar pelos seus amigos que não estão alí mais...

Joey volta para casa, mas lá não parece ser a mesma casa que ele conhecia... Nem seus pais o reconhecem! Parece que Joey está num mundo onde ele nem mesmo existe! Assustado, ele foge, é capturado e acaba descobrindo que pode caminhar entre mundos semelhantes. Mas como isso é possível? Há uma teoria que diz que quando uma decisão bastante séria é tomada, o mundo se divide nesse ponto abrindo caminhos para outras dimensões que correspondem a decisão tomada e a outras decisões possíveis, e Joey, sendo um "Andarilho" tem a habilidade de "Andar", o que significa que ele pode seguir pelo caminho e Andar entre mundos. E por essa premissa a história se desenrola, pois a partir da habilidade de Joey e a importância que ela tem, outras pessoas poderosas têm um grande interesse nela, afinal, viajando entre dimensões seria possível conquistar outros territórios, e Joey decide estudar e aprender mais sobre isso. Ele aprende que há uma divisão entre magia e ciência e que cada planeta aprofunda seu interesse em um deles e que para cada dimensão que ele visita, encontra um Joey correspondente, assim como amigos ou vilões, cada um com seus interesses próprios na questão da conquista ou da defesa de seu ideal.

Optei pela leitura desse livro por causa do autor. Neil Gaiman é o cara e consegue construir histórias fantásticas, independente do público a que se destina, que prendem o leitor do início ao fim e sempre deixam uma mensagem nas entrelinhas, e talvez por outro autor estar na co-autoria de EntreMundos e o estilo da escrita não lembrar em nada Neil, não senti que a história, apesar de muito bacana, prendeu tanto quanto imaginei que prenderia.

A começar por Joey que me soou um tanto superficial, ainda mais por tomar decisões grandes sem pensar nas consequências. Acho que ele também poderia passar mais sufoco pra sair dos problemas em que se mete, pois tudo parece ser fácil demais pra quem acabou de descobrir tudo aquilo de repente. Senti falta de uma explicação para a falta que uma vida, aparentemente normal e boa, deixada pra trás faz. Pra mim faltou mais aprofundamento nessas questões de desapego para parecer mais real.

O que curti bastante foi mesmo a ideia das dimensões, principalmente os caminhos abertos pela divisão a partir da decisão (o que me fez pensar que sempre temos um leque de escolhas e decisões a serem tomadas na vida para vários assuntos), de mundos divididos pela feitiçaria e pela razão e pela ação presente. Lembra bastante o universo geek/nerd e sci-fi, e há várias situações exageradas que exigem uma mente bem aberta do leitor.

Numa história do tipo, obviamente não poderiam faltar vilões, e aqui eles fazem parte do Império Hex ou Binário. Eles precisam de Andarilhos para abastecer seus navios para suas viagens inter-dimensionais e Joey e seus amigos precisam tomar bastante cuidado com eles.
A história é narrada em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Joey, é bastante fluída, irreverente e tem bastante humor.

A capa é muito bacana e ilustra bem a ideia dos caminhos a serem percorridos para chegar a outro lugar.

O livro é voltado para o público juvenil, mas pode agradar leitores de todas as idades, pois a história é interessante e os personagens são agradáveis e bem construídos de forma geral..
O segundo volume já foi lançado lá fora, "The Silver Dream" e fiquei curiosa pra continuar acompanhando as aventuras de Joey.

O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman

1 de julho de 2013

Lido em: Junho de 2013
Título: O Oceano no Fim do Caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/Literatura Estrangeira
Ano: 2013
Páginas: 208
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam - e não deveriam - compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano. 

Resenha: O Oceano no Fim do Caminho é o mais recente livro do autor Neil Gaiman, e foi lançado no Brasil pela Intrínseca, simultaneamente com o lançamento da edição estrangeira. O protagonista, que atualmente está na casa dos 40 anos, revive o passado ao voltar para o lugar onde morou aos 7 anos, e a história, então, é contada a partir do seu ponto de vista quando criança. Esse retorno despertou nele lembranças, emoções, medo, sofrimento, e o que estava guardado lá no fundo, vem a tona...

Há 40 anos ele "perdeu" seu quarto pois sua família passava por necessidades e a mãe resolveu alugá-lo já que o dinheiro iria ajudar bastante, e muitas pessoas foram inquilinas até que um deles, um homem misterioso, roubou o carro da família mas num momento de desespero acabou cometendo suicídio. O ato foi tão atroz, que forças malignas foram despertadas e libertadas, e a vida da família começou a mudar sutilmente quando a nova inquilina chegou... Só o menino conseguia perceber o mal e os perigos que havia alí, tentava avisar, mas por ser criança, não era levado a sério, até que ele resolve fugir e buscar a salvação nas 3 mulheres que viviam no fim do caminho, a família Hempstock. E Lettie, a menina de 11 anos, se torna seu refúgio, sua fonte de fé, sua salvação...

É difícil falar sobre mais trechos ou detalhes desse livro sem deixar as pessoas confusas, pois a historia em si, apesar de estar carregada de verdade, é cheia de obscuridade, fantasia, metáforas e muitas vezes, de forma proposital, não faz muito sentido. É necessário ler para viver todas as emoções, às vezes, sem a necessidade de entender, pois são situações que podem ser melhores compreendidas ou absorvidas de acordo com o estado de espírito do leitor ou até mesmo sua própria experiência de vida.

A narrativa é espetacular, cheia de sentimento, fluída, e é possível perceber a inocência e a pureza do menino, e sentir, literalmente, todas as suas emoções, seus medos e desejos. E acredito que essa foi a intenção do autor em não nomeá-lo, pois dessa forma, qualquer um pode se colocar em seu lugar, nas situações que mais se encaixam e pode ser que alguém veja a si próprio em diversas situações vivenciadas pelo menino...

É um livro extremamente bem escrito e bonito, a capa tem tudo a ver com a história, a diagramação é simples, há algumas citações/referências literárias, como As Crônicas de Nárnia e Alice no País das Maravilhas, mas encontrei alguns erros de revisão bobos e na tradução que me chatearam um pouco. Um deles foi o trecho onde o menino fala que eles estavam da sala assistindo ao "filme" Missão Impossível sendo que esse filme não existia há 40 anos atrás! Existia uma série com o mesmo nome e estilo de ação nos anos 60, por isso fiz questão de dar uma espiada no livro em inglês para constatar que o autor em momento algum se refere ao filme. Tom Cruise mal tinha nascido, quem dirá viver um agente secreto... Acho que livros desse nível, principalmente com a preocupação de serem lançados de forma simultânea, devem ser tratados com carinho e atenção mais do que especial, pois tem gente que repara e morre de desgosto por isso... tipo eu.

Alguns detalhes de outros personagens são pouco explorados, pois como a narrativa é feita em primeira pessoa e pelo ponto de vista do menino, é como se entrássemos na mente dele, vendo tudo pelo seu ponto de vista, com muita inocência e nenhuma maldade. Ah, e os agradecimentos do autor ao final do livro também são super bacanas e dá um quê autobiográfico à história, e isso faz com que fiquemos ainda mais ligados ao "menino".

Enfim, pra finalizar, é uma história mágica cheia de esperança mas ao mesmo tempo sombria e cheia de tristeza, e pude absorver que somos quem somos pelo que vivemos e aprendemos no passado, por isso ele faz toda a diferença nas nossas vidas, e coisas mínimas podem fazer com que as lembranças mais esquecidas venham à tona para que, como num passe de mágica, possamos, de certa forma, reviver tudo outra vez.
Temos medo, segredos, esperança, decepções, muitas vezes somos incompreendidos, nos sentimos sozinhos e deprimidos, e estamos sempre em busca do nosso oceano particular... e ele está ali, no fim do caminho, é só ter coragem para seguir em frente até chegar lá...

Uma leitura obrigatória para todos aqueles que acreditam que, no fim, tudo dá certo... E um recado aos mais sensíveis: preparem os lencinhos. ;)

Semana Especial Neil Gaiman + Promoção

26 de junho de 2013


Neil Richard Gaiman é um autor de romances e quadrinhos inglês. Vive em Minneapolis, Estados Unidos e é casado com Amanda Palmer, da banda Dresden Dolls. Entre suas obras em prosa estão "Deuses Americanos" e "Belas Maldições", a segunda em parceria com Terry Pratchett; e sua criação quadrinística mais conhecida é Sandman, que tem como personagens principais Sandman, a personificação antropomórfica do Sonho, também é conhecido como Morpheus, numa referência à mitologia grega e seus irmãos, Morte, Destino, Delírio, Desejo, Desespero e Destruição.
(Fonte: Wikipédia)

Confira a página da Editora Intrínseca especialmente dedicada ao autor clicando no logo abaixo:



Seu mais novo livro ganhou o nome de O Oceano no Fim do Caminho:
Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.
E para comemorar esse super lançamento, em parceria com a Intrínseca, que tal uma promoção mais do que especial valendo um exemplar do livro?

Pra participar é só seguir as regrinhas abaixo:
- Ter endereço de entrega no Brasil
- Curtir as páginas da Intrínseca e do Livros e Chocolate no Facebook!

E para mais chances, há entradas extras que você pode preencher!
Não se esqueça de ler com atenção os "Termos e Condições" ao fim do formulário.

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Boa sorte!!!