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Os Vivos e os Mortos - Susan Beth Pfeffer

9 de outubro de 2016

Título: Os Vivos e os Mortos - Os Últimos Sobreviventes #2
Autora: Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand
Gênero: YA/Distopia/Ficção Científica
Ano: 2016
Páginas: 378
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A humanidade à beira da extinção vista pelos olhos de um adolescente de família humilde numa das cidades mais importantes do mundo. Um meteoro em rota de colisão com a Lua: um evento astronômico previsto com antecedência pelos cientistas. Só que para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e a Lua sai de órbita, aproximando-se da Terra e alterando de modo catastrófico o clima do planeta. À medida que Nova York é devastada e tanto comida quanto ajuda tornam-se escassas, o adolescente porto-riquenho Alex Morales luta para manter suas irmãs, Bri e Julie, de 14 e 12 anos, a salvo. Com os pais desaparecidos, cabe a ele assumir responsabilidades inimagináveis e dar o seu melhor para sobreviver enquanto reza para que o restante de sua família volte com vida para casa.

Resenha: Os Vivos e os Mortos é o segundo volume da série distópica Os ùltimos Sobreviventes, escrita pela autora Susan Beth Pfeffer e publicado no Brasil pela Bertrand.
Embora se trate do segundo volume, os acontecimentos não partem do desfecho do primeiro livro e nem continuam com os mesmos personagens, e este pode, inclusive, ser lido de forma independente do anterior (eu recomendo que o anterior seja lido pois há um aprofundamento maior sobre a colisão do meteoro com a lua).

Desta vez o protagonista é Alex Morales, um garoto de dezessete anos que mora em Nova York com a família. Tudo parecia ir bem, até um meteoro colidir com a lua tirando-a de órbita e a deixando mais próxima da Terra. Como consequência, Nova York, assim como todo o mundo, passa a sofrer com todo tipo de desastre natural e os efeitos catastróficos que vieram com eles. Alex, então, se vê longe dos pais, do irmão mais velho e sendo responsável pelas duas irmãs mais novas, Bri e Julie. Sem telefone, com quedas de energia constantes e esperando por qualquer notícia, resta a eles se unirem a fim de enfrentar esta tragédia e se manterem salvos a qualquer custo.

Deixando diários de lado, o livro é narrado em terceira pessoa e teve uma pegada mais dramática se comparado ao primeiro livro. Há uma abrangência maior no que diz respeito a detalhes de cenário e visão de personagens e a questão da separação familiar e a preocupação com o paradeiro dos que estão desaparecidos. Acompanhamos o desespero de Alex não só em cuidar das irmãs e manter as aparências de que tudo vai ficar bem, mas também em encontrar sua mãe que ele sequer sabe se está viva ou morta. Por várias vezes Alex se depara com situações que o deixam com a sensação de fracasso, afinal, ele é jovem e devido ao ocorrido foi obrigado a amadurecer para ser responsável pelas irmãs, quase se comportando como um pai, mas ele é forte e se agarra a fé que tem para não desmoronar.
Enquanto Alex desperta a simpatia do leitor crescendo e se adaptando às novas condições do mundo, suas irmãs constrastam quando o assunto é a personalidade. Brianna é muito religiosa e isso acaba influenciando o irmão. Ele a admira muito por isso mas não fica muito satisfeito com Julie, a caçula rebelde sem causa. Essa diferença de personalidades gera conflitos e enriquece a trama já que cada um deles enxerga o fim do mundo a própria maneira, mas ao mesmo tempo sabem que precisam estar juntos a fim de vencer tal problema e é muito bonito acompanhar essa união entre irmãos em meio ao caos.

Eu, particularmente, achei esse segundo volume muito melhor do que o primeiro. Confesso que esperava que a história de Miranda (do primeiro livro) tivesse uma sequência e que o leitor pudesse acompanhar não só o desencadear do fim do mundo e a situação presente daqueles que vivem o momento, mas também o mundo pós apocalíptico mostrando o rumo que a tragédia deu aos sobreviventes, mas não posso negar que gostei de saber do ocorrido através de uma perspectiva nova e diferente. Esse modo de contar histórias distintas, utilizando de personagens diferentes com o mesmo pano de fundo é interessante e torna a trama bastante impactante, evidenciando situações de pessoas de lugares diferentes mas que foram afetadas de forma tão trágica quanto as demais. O impacto que o fim do mundo causa em alguém, por mais devastador que seja, não é encarado da mesma forma por ninguém. Cada um tem sua própria experiência de acordo com a forma como foi afetado. E pelos fatos discorrerem no presente, cabe ao leitor imaginar, em meio ao desespero, como a sociedade irá se reerguer...

O que pude perceber é que os livros tratam de forma geral sobre o amadurecimento de pessoas que são obrigadas a enfrentar situações drásticas e por isso tomam medidas extremas para lidar com tudo, e no caso de Os Vivos e os Mortos, o que ganha destaque, além desse amadurecimento, é a fé.

Após a reedição, a capa segue o mesmo padrão da primeira, mostrando uma lua bastante próxima e uma cidade em ruínas. A diagramação é simples, as páginas amarelas, os capítulos são datados para não nos perdemos no tempo em que a história se passa e não percebi erros na revisão.

Pra quem procura por uma distopia que mostra o desenrolar do fim do mundo, cheia de drama e momentos de extrema aflição envolvendo a luta pela sobrevivência, mas ainda com uma mensagem muito bonita sobre o poder da fé, da união e do melhor lado do ser humano, é leitura mais do que recomendada.

A Vida Como Ela Era - Susan Beth Pfeffer

4 de setembro de 2016

Título: A Vida Como Ela Era - Os Últimos Sobreviventes #1
Autora: Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand
Gênero: YA/Distopia/Ficção Científica
Ano: 2016
Páginas: 378
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando Miranda começa a escrever um diário, sua vida é como a de qualquer adolescente de 16 anos: família, amigos, garotos e escola. Suas principais preocupações são os trabalhos extras que os professores passaram – tudo por causa de um meteoro que está a caminho da Lua. Ela não entende a importância do acontecimento; afinal, os cientistas afirmam que a colisão será pequena. O que Miranda não sabe é que os cientistas estão muito enganados... Para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e isso altera de modo catastrófico o clima do planeta. Terremotos assolam os continentes, tsunamis arrasam os litorais e vulcões entram em erupção. Em 24 horas, milhões de pessoas estão mortas e, com a Lua fora de órbita, muitas outras mortes são previstas. Miranda e sua família precisam, então, lutar pela sobrevivência em um mundo devastado, onde até a água se torna artigo de luxo. Através do diário da adolescente, A vida como ela era nos conduz por uma emocionante história de persistência, ensinando-nos que, mesmo diante de tempos assustadores e imprevisíveis, o recurso mais importante de todos – aquele que jamais deve ser extinto – é a esperança. 
Resenha: A Vida Como Ela Era é o primeiro volume da série Os Últimos Sobreviventes escrita pela autora americana Susan Beth Pfeffer. O livro já havia sido lançado no Brasil em 2014 pela Bertrand e foi relançado, juntamente com o a publicação do segundo volume, sob novo, e muito mais atrativo, projeto gráfico.

Miranda é uma adolescente de dezesseis anos que mora no interior da Pensilvânia. Ela mantém um diário onde relata seu cotidiano em casa e na escola e suas principais preocupações no momento são os vários trabalhos que os professores estão dando sobre um único tema: o meteoro que, em breve, atingirá a lua.
O evento era esperado e a população não via a hora de observar o céu quando fosse acontecer. Os cientistas afirmavam que a colisão era normal e que seria só mais uma em meio a tantas que já aconteceram ou que iriam acontecer. Porém, o impacto foi muito maior do que o esperado, o meteoro tirou a lua de órbita fazendo com que ela ficasse mais próxima da Terra, e, como consequência, interferiu diretamente nas marés. O que veio a seguir foi uma grande catástrofe, as pessoas entraram em pânico, e o caos passou a tomar conta do mundo quando começaram a haver inundações massivas, grandes terremotos, mudanças climáticas e outros desastres que mataram milhões de pessoas dando início ao que seria o fim do mundo.
Resta a Miranda e sua família lutarem pela sobrevivência em meio a devastação, sem perderem a esperança, e seus registros irão servir para que ela se lembre da vida como costumava ser...

Em primeiro lugar, tenho que elogiar a capa. Muito melhor do que a primeira edição, esta ilustra muito bem a lua e os resquícios de uma cidade que foi transformada em ruínas. O tom amarelado também passa uma sensação de destruição que não poderia ser mais adequado. A diagramação é simples, há pequenas ilustração ao início dos capítulos e não percebi erros na revisão.

A narrativa é feita em primeira pessoa, é fluída e, por ser em forma de diário, além da indicação da data em que os fatos acontecem, a protagonista nunca deixa de ressaltar (vai que o leitor seja distraído e se esqueça), que ela está escrevendo. Então é comum que ela repita algumas coisas e até interrompa um relato devido as intermináveis quedas de energia.
O livro é dividido em quatro partes: primavera, verão, outono e inverno, e os eventos se desenrolam dentro desse período de pouco mais de um ano. Eu, particularmente, só não gostei da forma de apresentação dos diálogos pois eles não condizem com o que seria um diário, com travessões e indicativos de quem falou ou fez alguma coisa, incluindo a própria protagonista. Acredito que se o texto fosse corrido, e Miranda contasse o que pensa ou o que lhe foi dito sem que houvesse essas reproduções fiéis e nada naturais dos diálogos, o livro convenceria melhor como seu diário pessoal. Por esse motivo preferi encarar a leitura como se fosse em primeira pessoa e deixando a questão do diário de lado, assim aproveitei mais.

A Vida Como Ela Era é uma leitura incrível e quando se começa é impossível largar. Sempre queremos saber um pouco mais do que está acontecendo e como Miranda e sua família estão lidando com essa tarefa difícil de conseguirem sobreviver.
É impressionante acompanhar essa saga pela sobrevivência, ver a preocupação da mãe de Miranda em estocar muita comida, remédios e outras utilidades que poderiam ajudá-los de alguma forma. Logo, a grande heroína da história é ela, e não a protagonista que só faz o papel de registrar o ocorrido.

O que mais me impressionou nessa história é o fato de que tudo soa muito real e é perfeitamente possível nos colocarmos diante desta situação. Por mais ficcional que seja, as explicações são plausíveis e cheguei a refletir o que seria de nós caso estivéssemos na mesma situação. Embora o livro tenha uma pegada distópica, acredito que serviu mais como uma introdução para mostrar os fatos que irão desencadear essa transformação de mundo não configurando uma distopia inicialmente (talvez nos próximos volumes?). Por ser em primeira pessoa, ficamos limitados a visão de mundo de Miranda e, por mais que saibamos que o mundo inteiro está sofrendo com as catástrofes, só sabemos exatamente o que está acontecendo a partir do que ela ouve no rádio (enquanto há luz) ou do que ela presencia, e por esse motivo acredito que o livro seja mais voltado para o lado psicológico da coisa do que se aprofundar nos eventos climáticos propriamente ditos, dando um ar de suspense à trama. É um pouco incômodo ver a rotina da família ser completamente modificada quando eles agora estão mais unidos do que nunca e enclausurados dentro de casa sem poderem sair livremente devido ao perigo iminente. Os eventos são trágicos, e as emoções que os personagens têm diante deles acabam sendo passadas ao próprio leitor.

Um dos pontos favoráveis do livro é que a autora não quis somente mostrar a vida na Terra antes do meteoro e o depois, mas, sim, o amadurecimento da própria Miranda, que começa a história demonstrando ser alguém egoísta e mimada com preocupações adolescentes e até um pouco infantil, mas que teve que crescer na marra ao ter que enfrentar as dificuldades e os horrores que vieram com o fim mundo, e sua única válvula de escape é escrever. O que lhe resta é agradecer por cada dia a mais que está viva, por cada refeição miserável que tem e se agarrar a ideia de que a esperança é uma coisa que jamais deve ser perdida.
Pra quem gosta do estilo ou procura por uma leitura que instiga, faz refletir e emociona, é leitura mais do que indicada.