Doce Perdão - Lori Nelson Spielman

23 de dezembro de 2015

Título: Doce Perdão
Autora: Lori Nelson Spielman
Editora: Verus
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 322
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Hannah Farr é uma personalidade de New Orleans. Apresentadora de TV, seu programa diário é adorado por milhares de fãs, e há dois anos ela namora o prefeito da cidade, Michael Payne. Mas sua vida, que parece tão certa, está prestes a ser abalada por duas pequenas pedras... As Pedras do Perdão viraram mania no país inteiro. O conceito é simples: envie duas pedras para alguém que você ofendeu ou maltratou. Se a pessoa lhe devolver uma delas, significa que você foi perdoado. Inofensivas no início, as Pedras do Perdão vão forçar Hannah a mergulhar de volta ao passado - o mesmo que ela cuidadosamente enterrou -, e todas as certezas de sua vida virão abaixo. Agora ela vai precisar ser forte para consertar os erros que cometeu, ou arriscar perder qualquer vislumbre de uma vida autêntica para sempre.

Resenha: Doce Perdão, escrito pela autora Lori Nelson Spielman (a mesma de A Lista de Brett) e publicado no Brasil pela Verus, traz a história de Hannah Farr, de trinta e quatro anos. Ela namora Michael Payne, o prefeito da cidade, apresenta um programa de TV e isso a tornou uma celebridade local da cidade de New Orleans. Tudo parecia certo em sua vida, mas duas pedras mudariam tudo...
As Pedras do Perdão viraram moda no país. A ideia é enviar à pessoa magoada duas pedras e uma carta com um pedido sincero de desculpas. Dessa forma, se a pessoa enviar uma pedra de volta, é porque houve o perdão. As pedras se tornaram uma ótima prática para aqueles que esperavam se libertar de erros ou do peso da culpa por algo de mal que fizeram...

Eis que Hannah recebe as Pedras do Perdão de uma antiga colega de escola, Fiona Knowles, que inclusive criou a corrente, e quando decide o que fazer, dois anos depois de tê-las recebido, seu passado vem à tona. Ela reavalia tudo o que viveu, assim como sua vida atual no que diz respeito ao seu relacionamento com Michael e sobre quem ela se tornou. Hannah resolve ir de encontro a um passado cheio de rachaduras e feridas mas, a medida que avança em suas descobertas e reflexões, passa a se questionar se tudo o que acreditou ter arruinado sua família realmente condiz com a realidade. Logo não cabe somente a Fiona um pedido de perdão...

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Hannah, o que permite que o leitor fique limitado aos pensamentos, sentimentos e à versão dos fatos que ela acredita ou que foi levada a acreditar... Logo os demais personagens não são tão aprofundados. A escrita da autora é carregada de sensibilidade e sutilezas, e isso faz com que a leitura seja bastante rápida e gostosa quando começa a fluir. Apesar da história demorar a engatar, soar previsível e possuir alguns pontos dos quais não gostei do modo como foram desenvolvidos, o final foi bastante inesperado e positivo pra mim. Vamos acompanhando a protagonista que, num primeiro momento, não revela todos os detalhes de sua vida, mas sim de forma gradual, o que acaba instigando o leitor a querer saber mais sobre o que ela esconde e o que se passou. Ela se vê numa situação bastante delicada, não só pelo fato de ter recebido as pedras de Fiona, mas pela questão profissional, amorosa e familiar também.

Percebi que Hannah vivia com uma certa insegurança após ter se decepcionado com o ex-noivo e o que ela queria era estabilidade, tanto profissional quanto no relacionamento amoroso, e isso a manteve numa zona de conforto. O problema era que somente ela parecia não conseguir enxergar que o relacionamento não era nada daquilo que ela tanto buscava e não tinha futoro algum, assim como outras coisas que ela mantinha apenas pelo comodismo. Ela só fez algo pra mudar quando se sentiu ameaçada, mas ainda é relutante e teimosa quando sua convicção não permite que ela veja além da verdade. Fica a lição de que, às vezes, para nos reencontrarmos como pessoas, é preciso arriscar e abrir mão daquilo ou de quem nos apegamos, independente de ser algo que faz parte da rotina ou que dê impressão de segurança. Durante todo o processo Hannah tem ajuda de amigas que são verdadeiras companheiras, mas também topa com pessoas que não estão alí pra apoiá-la em nada, além de descobrir que outras não são exatamente quem ela pensou que fossem, como acontece na vida.

A capa do livro é uma graça e parece ter sido criada nesse estilo para combinar com a capa de "A Lista de Brett". A diagramação é simples, a fonte tem um tamanho normal e as páginas são amarelas.

Doce Perdão traz uma história muito bonita e envolvente sobre relações familiares conturbadas, relacionamentos abusivos, ambição e segundas chances, e faz com que seja possível refletir sobre perdoar e ser perdoado, e como ficar livre desse peso é libertador. O final deixa aquela sensação gostosa de felicidade e um sorrisinho no canto da boca típicos de livros que vêm pra deixar uma grande mensagem, mas a mais importante de todas é que somente teremos alegria no futuro se estivermos em paz com nosso passado.

Um comentário

  1. Eu fiquei bastante na duvida se lia este livro, e não sei porque acabei desistindo dele. Lendo sua resenha, vi que não era uma boa hora mesmo para essa leitura, pois ultimamente não estou tendo muita paciência para enredos que demoram engatar.

    xoxo
    www.amigadaleitora.com

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