A Vida do Livreiro A.J. Fikry - Gabrielle Zevin

18 de janeiro de 2015

Lido em: Janeiro de 2015
Título: A Vida do Livreiro A.J. Fikry
Autora: Gabrielle Zevin
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2014
Páginas: 190
Nota: ★★★★★
Sinopse: Uma carta de amor para o mundo dos livros “Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos.

Resenha: A.J Fikry é dono da Island Book, a única livraria da cidade de Alice Island, cenário onde a história se passa. Tendo um pouco menos de 40 anos, A.J. é muito mal humorado e rabugento, há pouco perdeu a esposa grávida num acidente de carro e prefere viver solitário curtindo a própria amargura enquanto bebe mais do que deveria já que deixou de ver sentido na vida.
Numa manhã, Amelia adentra a livraria representando uma editora com um catálogo para oferecer, mas nada é do agrado de A.J. Ele é muito grosseiro, questiona sobre o outro representante da editora que o visitava anteriormente e nem se importou quando soube que ele tinha morrido. O encontro, a princípio, serve para que o leitor saiba que A.J. é o tipo de pessoa que enumera as coisas pelo que odeia, e ele, de fato, odeia tudo!
Num outro momento, A.J. percebe que o Tamerlane, um exemplar raro de Edgar Alan Poe, desapareceu de onde costumava guardar. Por ser um livro muito valioso, ele entra em contato com a polícia que se incumbiu de averiguar o caso, e depois de todos os afazeres, ele simplesmente vai fazer sua corrida noturna sem trancar a porta, afinal, não tinha mais nada de valor com o que ele preocupasse que poderia ser roubado... Quando volta, A.J. se depara com um "pacote" que foi deixado em sua livraria e que acaba sendo um dos responsáveis por mudar sua vida de um jeito que ele nunca poderia imaginar...

O livro é narrado em terceira pessoa e a leitura flui muito bem. A história possui uma linha do tempo com longos intervalos entre os acontecimentos, mas ainda assim é curta e direta, contando muito em poucas palavras, mostrando a simplicidade da vida e, por mais que haja uma rotina, possui alguns momentos intensos e memoráveis. É perceptível que pra cada ação há uma reação que interfere e tem influência em algo que acontecerá depois, como por exemplo, a morte de Harvey, o primeiro representante da editora, ou A.J. ter deixado a porta da livraria aberta pra ir correr... Se Harvey não tivesse morrido, Amelia não teria conhecido A.J... E se ele tivesse trancado a porta, jamais receberia o tal pacote... Outro ponto é o referente à perda, pois parece ser um fator que, de alguma forma, moveu a vida de todos.

Cada capítulo é iniciado com uma resenha do próprio A.J. de livros de autores de renome, como F. Scott Fitzgerald, Flannery O'Connor, J.D. Salinger entre muitos outros, e além da resenha ter tudo a ver com os acontecimentos do capítulo a seguir, tais referências literárias deixaram o livro com um toque todo especial pois as metáforas e as interseções desses livros mencionados se mesclam com a vida dos personagens, fazendo com que ele seja divertido e, na maioria das vezes, inspirador. Também achei incrível como, através do "pacote", a vida de todos em Alice Island acaba sendo afetada tendo os livros como inspiração para tal e até a própria Island Book se tornou um refúgio aconchegante e alegre para os visitantes que pararam de ser enxotados de lá por A.J.
O único ponto que, pra mim, deixou um pouco a desejar foi a revisão do livro pois algumas frases parecem ter sido mal traduzidas as deixando sem sentido.
Seguindo o padrão da Paralela, os diálogos são em forma de aspas em vez de travessão.
Livros são janelas para diversos mundos e a frase no rodapé na capa, junto com os livros abertos e coloridos nela, ilustram muito bem tal afirmação: "Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo".

A capa, tanto a original quanto a utilizada no Brasil meio que dão um "pequeno" spoiler do que muda a vida de A.J., e optei por deixar que vocês leiam e descubram como essa mudança é feita de forma sutil, doce e bonita, mostrando que nem sempre devemos julgar as pessoas pelo que aparentam ou demonstram ser, como um livro que não deve ser julgado pela capa. Às vezes, encontramos a felicidade e descobrimos quem somos de verdade onde menos esperamos...
O final é triste, mas o que vale são os pequenos momentos surpreendentes que fizeram com que a vida valesse a pena, e acredito que é assim com a vida de todos nós...

4 comentários

  1. Com base nas suas postagens e por admirar seu trabalho, eu vim aqui especialmente para te dizer que te indiquei para receber o selo de Blog Fofo, espero que goste!!!
    Entenda melhor dando uma olhadinha no post do meu blog: Selo de Blog Fofo.
    Abraços!!!

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  2. Olá Flávia!
    Tenho muita vontade de ler esse livro! Quando bati o olhar nessa capa já senti que a história iria ser boa, e depois de ler a sinopse então! rs
    Beijos, Bianca.
    http://enlear.blogspot.com.br

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  3. Oi Flávia, tudo bom?

    Vou comprar esse livro ainda esse mês e posso afirmar que estou incrivelmente empolgado. Tenho certeza absoluta que irei amar a leitura. Beijo!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/

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  4. Fiquei curiosa principalmente quanto às resenhas que iniciam os capítulos e suas relações com a história, acho que nunca tinha visto algo assim. Parece uma leitura rápida e agradável para as férias~

    The Fat Unicorn

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