A Menina que Tinha Dons - M.R. Carey

18 de maio de 2015

Lido em: Maio de 2015
Título: A Menina que Tinha Dons
Autor: M.R. Carey
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Distopia
Ano: 2014
Páginas: 384
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Cultuado autor de quadrinhos e roteiros da Marvel e da DC Comics, entre eles algumas das mais elogiadas histórias de X-Men e O Quarteto Fantástico, o britânico M. R. Carey apresenta uma trama original e emocionante em sua estreia como romancista com A menina que tinha dons, lançamento do selo Fábrica231. Aclamado pela crítica, o livro se tornou um bestseller imediato na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos ao contar a história de Melanie, uma menina superdotada que faz parte de um grupo de crianças portadoras de um vírus que se espalhou pela Terra e que são a única esperança de reverter os efeitos dessa terrível praga sobre a humanidade. Uma comovente história sobre amor, perda e companheirismo encenada num futuro distópico.

Resenha: A menina que tinha dons é uma distopia intrigante, o livro é escrito por M.R. Carey - autor de algumas das histórias da Marvel Comics e comparado a Neil Gaiman - e publicado pelo selo Fabrica 231 da Editora Rocco. Merecedor de uma maior atenção, o livro mostrou um apocalipse Zumbi de uma maneira completamente diferente e inteligente.

Primeiramente somos apresentados à Melanie, uma criança que vive presa em uma base militar sob cuidados e rotina cruéis e rigorosos. Todos os dias ela e mais algumas crianças são amarradas a uma cadeira de rodas sob a mira de uma arma e levadas para uma sala de aula onde aprendem tudo que uma escola ensinaria em um mundo normal, contudo, ninguém, nem professores, nem médicos, nem soldados estão autorizados a encostar neles.

O mundo lá fora fora dizimado por um fungo que sofreu mutação e que em princípio afetava apenas formigas amazônicas. Agora, o fungo tinha encontrado no Homem, o melhor de seus hospedeiros, aos poucos controla o sistema nervoso e domina a espécie. Denominados "Famintos", ao sentir o cheiro de carne humana, eles entravam em um estado absurdo de fome e desejo em devorar humanos ainda saudáveis.

A minoria não infectada vivia em lugares protegidos por queimadas e granadas, como em Beacon - Londres, no setor 6 e no "bloco", onde Melanie e outras crianças eram mantidas e instruídas para posterior estudo, sim, elas eram meras cobaias que recebiam recursos e eram sacrificadas por um bem maior: a cura e sobrevivência da espécie humana.

Para você que pensa: "Ah, zumbis de novo?" ou "Zumbi só em The Walking Dead", eu recomendo esse livro. Carey mostrou um outro lado desses seres que ultrapassam a característica de corpos putrefatos e comedores de cérebro. Em a Menina que tinha dons, os infectados podem pensar, sorrir, e, pasmem, sentir. Melanie sonha em viver em segurança na companhia da Srta Justineau, uma professora que enxerga as crianças como muito mais que meras cobaias.
Como enxergar uma relação sentimental entre um ser humano lutando por sua sobrevivência e um infectado? Aqui, Carey faz você torcer pela criança zumbi super dotada. Trabalhando com uma ciência única, a humanidade coloca suas esperanças em um estudo que disseca crianças liderado pela Dra Calwell.

Mas como não se apegar ao personagem que se demonstra tão normal diante da anormalidade? Que é capaz de fazer suposições sobre como era o mundo anterior através das histórias infantis contadas pelos professores e ainda assim adorar sua rotina cruel e sua escola? É muito difícil para Melanie entender porque ela e as outras crianças são tratadas com tanta indiferença e medo pelos adultos, especialmente pelo Sargento Parks.

Mas confesso que meu coração pulou na boca quando Melanie fora a enviada ao laboratório, mas mais ainda quando os famintos conseguem invadir a base, forçando os poucos humanos saudáveis e sobreviventes a saírem dalí em uma fuga pela sobrevivência. Ação, é uma palavra que bem define o livro a partir daí e Ansiedade é o sentimento que define o estado em que fiquei quando estava longe do livro.

A narrativa alterna entre Melanie e alguns outros personagens e a escrita é tão envolvente que você consegue se enxergar no lugar de cada um deles e simpatizar com seu ponto de vista, assim, fica difícil tomar partido de quem está certo ou errado. Não consegui sobrepor meu lado emocional pelo racional, mesmo em um cenário apocalíptico e com nossa espécie em extinção, com certeza eu seria uma das presas mais fáceis.

Infelizmente dizer porque o livro perdeu uma estrela seria um spoiler dos grandes, mas o final, ahhhhh o final merece que você o leia, o devore com a fome sentida pelos "famintos", rsrsrsrs. Com uma abertura para uma possível continuação, M.R. Carey me deixou de coração na mão e de boca aberta, louca por mais.

O livro terá sua adaptação para os cinemas e conta com Glenn Close no elenco, as filmagens começam esse mês No Reino Unido e sairá com o título "She who brings gifts".

Um comentário

  1. Oii, tudo bom?
    Não conhecia esse livro, mas a resenha me deixou muito curiosa, espero poder lê-lo em breve,
    Um beijoo.
    http://www.garotadolivro.com/

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