Silo - Hugh Howey

10 de maio de 2016

Título: Silo - Silo #1
Autor: Hugh Howey
Editora: Instrínseca
Gênero: YA/Distopia
Ano: 2014
Páginas: 512
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade?Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.
Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras.
Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo.
Um crime cuja punição é simples e mortal.
Elas são levadas para o lado de fora.
Juliette é uma dessas pessoas.
E talvez seja a última. 

Resenha: Silo foi uma boa surpresa esse ano. Após uma breve tentativa de lê-lo em 2015, abandonei-o porque a leitura não me prendia. Acredito que o momento não era propício para a leitura do mesmo e simplesmente larguei de mão. Segundo meu irmão, que o leu recentemente sob meu aviso de "eu não consegui terminar de ler", a história de Hugh Howey era, sim, interessante. E não é que ele realmente tinha razão?

A trama de Silo se passa num futuro distante e desconhecido, onde o ar se tornou irrespirável e a população restante vive embaixo da terra, gerindo os recursos necessários para a sobrevivência humana. Logo no começo somos apresentados a um personagem que tem um papel pequeno, mas importante, e somos fisgados por uma dúvida: qual é a necessidade da limpeza? Pouco a pouco, Hugh emerge o leitor nesse futuro apocalíptico e o slogan se torna cada vez mais certo: mentiras podem ser fatais; a verdade também.

O desenvolvimento da história é muito bom e gradativo. Os capítulos são bem curtos e diretos, apesar de haver uma ressalva quanto a qualidade de aproveitamento deles. Em determinados momentos, senti que a narrativa caminhava para o nada, o que me frustrou e me mostrou o motivo de eu ter abandonado a leitura anteriormente. O autor se atentou a muitos detalhes que no final se mostram pouco relevantes. Porém, o que mais gosto em livros distópicos é a capacidade que imaginar e criar o mundo em nossa mente. Silo é assim: um ambiente que abre espaço para imaginação e também infinitas dúvidas e questionamentos. Desse modo, em todo o percurso da leitura fiquei encucado com alguns acontecimentos misteriosos, desenvolvi minhas teorias e fui instigado a continuar e desvendar todos os nós criados por Howey.

Juliette, a protagonista, também conhecida como Jules, é forte e cheia de fibra. É admirável ter uma mulher como personagem principal de um livro e saber que ela vai fazer e acontecer. Jules é inteligente e perspicaz, e não é o tipo que tem um crescimento gradativo: ela já veio preparada e mostra isso desde sua primeira aparição. Mas, por outro lado, queria saber por que Hugh a criou de um modo estereotipado e masculinizada. Fica a questão no ar. Lukas, um membro da T.I, é uma peça do jogo, vamos dizer, descartável. Por ser tratar de alguém tão forte na história, a personalidade é aquém do desejado; ele é muito fraco e insosso. Há outros personagens com forte participação e que, infelizmente, são rasos porque acredito que Hugh não deu atenção a construção deles.

Por ser tratar de um futuro distópico, creio que o livro de Hugh se parece muito com o filme A Ilha (The Island, 2004, Michael Bay), em que pessoas viviam num determinado lugar para se proteger dos efeitos que o ar tóxico podia causar nelas. Silo demorou três anos para ser escrito, foi colocado no wattpad, se tornou uma história muito lida e boom, é um sucesso atualmente. Quando falamos sobre originalidade, é muito difícil não pensar em algo que já foi criado e comparar. A ideia de criar um mundo que não é habitável é clichê, com certeza, mas Howey foi muito feliz em vários pontos e me agradei disso. A história de Jules, Lukas, Bernad e todos os outros é, no mínimo, instigante e no final, um pouco corrido e confuso, há um enlace para "quase" tudo que ocorreu, até por que, com o pequeno capítulo de Ordem, o segundo volume, é presumível que boas coisas virão.


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