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Você Não Deveria Estar na Escola? - Lemony Snicket

24 de agosto de 2015

Título: Você Não Deveria Estar na Escola? - Só Perguntas Erradas #3
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2015
Páginas: 310
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O jovem Lemony Snicket começou seu aprendizado em uma organização secreta e partiu para Manchado-pelo-mar, uma cidade decadente onde se criavam polvos para a produção de tinta. Lá, ele se envolveu em seu primeiro grande caso, relatado em detalhes na série Só Perguntas Erradas.
 Agora, no terceiro volume, ele precisa investigar incêndios que estão ocorrendo nesse vilarejo cada vez mais envolto em mistério, acompanhado de sua excêntrica tutora, S. Theodora Markson, e de seu grupo de aliados, composto pela jornalista-mirim Moxie Mallahan, pelos irmãos taxistas Juca e Chico, pelo exímio cozinheiro Jake Hix e pela química brilhante Cleo Knight. Quem é o incendiário? Que segredos esconde o Departamento de Educação? Por que tantos estudantes estão em perigo? Será que tudo isso faz parte do plano maligno do vilão foragido Tiro Furado?

Resenha: Você Não Deveria Estar na Escola? é o terceiro volume da série infanto juvenil Só Perguntas Erradas escrita por Lemony Snicket (que também é o protagonista da série) e pulicado no Brasil pela Seguinte.
A série Só Perguntas Erradas começa quando o jovem aspirante a detetive, Lemony Snicket, se torna aprendiz numa organização secreta na cidade de Manchado-pelo-mar, que vivia da tinta dos polvos. Mas o mar sumiu e a cidade foi a falência devido a falta de matéria prima. E quando a estátua da Fera Ressonante foi roubada, as investigações de Lemony começaram enquanto S. Theodora, sua tutora inútil, atrapalha tudo como sempre. No segundo volume a química Cleo Knight, filha dos donos da maior empresa de tinta que existiu no vilarejo, havia desaparecido e Snicket investigou esse sumiço ainda que S. Theodora insistisse que a garota havia fugido com o circo.

Desta vez, uma série de incêndios misteriosos vem atingindo Manchado-pelo-mar e as crianças estão em perigo já que Tiro Furado, o vilão foragido, está a solta. Snicket quer investigar para descobrir quem está por traz dessa história e porquê. Mesmo com a ajuda de Moxie, a jornalista mirim; Juca e Chico, os taxistas malucos; Jake, o cozinheiro cheio de experiência e Cleo, Lemony precisará colocar seu treinamento em prática para impedir os planos do vilão que está mais uma vez rondando o vilarejo, caso contrário um inocente pode acabar pagando por algo que não fez. O mistério não parece ter uma solução e ninguém sabe quais são as reais intenções de Tiro Furado.
Só não pergunte sobre a Sociedade Desumana e nem sobre o interesse deles nas crianças da Academia da Maré... Com certeza são perguntas erradas...

Narrado em primeira pessoa de forma super divertida e espirituosa, a história continua sustentando mistérios antigos, trazendo novos a tona sem que haja nada tão complexo assim a ponto de confundir o leitor, até mesmo pelo fato de os livros serem voltados a um público que, geralmente, procura livros para se divertir.
Um ponto muito legal é que Snicket sempre relembra algum fato importante que ocorreu nos livros anteriores de uma forma direta e bem resumida e isso ajuda o leitor a se situar melhor na história, lembrando quem é quem ou do que a tal situação se trata sem que haja necessidade de folhear os livros para descobrir. Por mais que algumas perguntas erradas tenham sido respondidas, outras surgem, os mistérios dos livros anteriores acabam de fundindo com os novos e resta saber se tudo vai ser mesmo esclarecido no próximo volume. São várias pistas espalhadas no decorrer da história e ao final todas são ligadas de forma mirabolante mas, ainda assim, genial!

Snicket é um personagem que vai amadurecendo a cada livro, aprendendo com as experiências e sem deixar seu jeitinho sarcástico e bem humorado de lado, mostrando que seu destino é ser mesmo alguém que domina a arte de ser detetive.
S. Theodora (continue sem querer saber o que o S significa) e sua cabeleira indomável continua impagável quando o assunto é ser imprestável, além de se mostrar muito mais irritante, pois mesmo sabendo que é a pior investigadora do mundo, ela simplesmente não aceita os argumentos de Snicket só pelo fato de ele ser uma criança, e o que as crianças sabem?
Já havia mencionado sobre essa questão de inversão de papéis das crianças serem espertas enquanto os adultos da história são caricatos e idiotas na resenha que fiz pra um dos livros da série, mas S. Theodora ultrapassa qualquer limite. Acredito que seja ela a maior responsável por alguns momentos engraçados e impossíveis da história, mesmo que a vontade seja socá-la.
Os diálogos são muito dinâmicos e inteligentes e há várias frases de destaque capazes de colocar o leitor pra refletir.

O trabalho gráfico do livro continua mantendo o padrão dos livros anteriores, com ilustrações ótimas onde o rosto de Snicket sempre fica escondido pela sombra de seu quepe dando aquele ar de mistério sobre o garoto.
A fonte é grande e o espaçamento entre o texto também, logo, levando em conta de que se trata de uma história divertida cujo mistério realmente envolve e mantém o leitor preso nele até a última página, é um livro para ser lido numa tacada só.

Há quem considere a série como um prequel para a outra série do autor, Desventuras em Série, devido às menções a personagens e afins. Não que seja necessário ler para entender o que se passa em Só Perguntas Erradas, mas acredito que seja algo que acrescente bastante na hora de se familiarizar com os personagens citados.
Pra quem procura por uma leitura leve, inteligente e super engraçada, leia! Mesmo que seja um livro voltado ao público infanto juvenil vai agradar leitores de todas as idades.

A Morte de Rachel - Anne Cassidy

8 de julho de 2015

Título: A Morte de Rachel - The Murder Notebooks #2
Autora: Anne Cassidy
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Viviane Diniz
Gênero: Juvenil/Policial/Mistério
Ano: 2015
Páginas: 272
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Descobrir toda a verdade pode ter consequência fatais.
A mãe de Rose e o pai de Joshua desapareceram. As investigações da polícia não deram em nada, e o caso foi arquivado: tudo indica que seus pais estão mortos.
Enquanto isso, Rose recebe cartas estranhas e desesperadas de Rachel, um antiga amiga da escola, e, pouco depois, a terrível notícia de que ela morreu.
Existiria alguma ligação entre a morte de Rachel e o desaparecimento dos pais deles?
Mais e mais perguntas vão surgindo à medida que Rose e Joshua tentam resolver o quebra-cabeça sobre o que houve com seus pais. Será que os cadernos cheios de códigos podem ajudá-los a encontrar as respostas?
Os códigos precisam ser decifrados - mesmo que seja uma questão de vida ou morte.

Resenha: A Morte de Rachel é o segundo livro da série The Murder Notebooks, escrito pela autora Anne Cassidy e lançado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
Não é obrigatório que o primeiro livro seja lido para entender o segundo, mas é interessante acompanhar a série do início para que os vínculos entre eles sejam melhores compreendidos.
Resumindo a história do primeiro livro, Rose e Joshua são irmãos postiços e seus pais desapareceram sem deixar rastros há cinco anos. Eles ficaram separados durante esse tempo e se reencontraram depois. Os jovens, então, ao mesmo tempo que tentavam descobrir o que houve com seus pais, se depararam com outro mistério que envolvia mortes de pessoas do colégio. Dessa forma, a história segue com o mistério principal sobre o sumiço dos pais e paralelamente traz um mistério a parte do qual eles acabam se envolvendo também.

Dessa vez, tudo indica que os pais de Rose e Joshua estão mortos, pois as investigações da polícia não deram resultado, e o caso acabou sendo arquivado. Mas, com a ajuda de Frank Richards e seus cadernos cheio de informações, códigos e textos em russo, eles tiveram motivos suficientes para acreditarem que os pais ainda estão vivos e querem continuar com a própria investigação junto com Skeggsie, o melhor amigo deles.
Quando Rose começa a receber cartas estranhas e telefonemas angustiantes de Rachel, uma antiga amiga da época do internato, ela acredita se tratar de brincadeiras de mau gosto já que a garota tinha costume de mentir muito e fazer drama pra qualquer situação a fim de ser o centro das atenções a ponto de Rose cortar relações com ela, tanto que, mesmo desconfiada, pede para a avó ligar para a diretora do internato para saber notícias da ex-amiga, e é aí que vem a notícia de que a garota supostamente se afogou e seu corpo foi encontrado.. Diante dessa notícia trágica, Rose acaba indo visitar o internato para prestar as condolências e decide ajudar nas investigações da polícia entregando as cartas que recebeu, além de descobrir alguns segredos deixados por Rachel. E enquanto isso, Joshua continua seguindo as pistas dos pais e parece estar mais perto da verdade do que nunca...

É bastante perceptível, mesmo que com algumas ressalvas, um amadurecimento de Rose na história assim como uma melhora bastante significativa na escrita da autora. A narrativa é feita em terceira pessoa e está muito mais fluída se comparada ao primeiro livro da série, cheia de descrições que possibilitam que as cenas sejam perfeitamente visualizadas pelo leitor.. Dessa vez, a história está mais complexa e envolvente pois a trama está muito bem construída com uma conclusão que se encaixa perfeitamente com o que foi discorrido. O desaparecimento dos pais e o mistério da morte de Rachel fazem com que a histórias fiquem interligadas mantendo um ritmo rápido e a leitura fixa, assim, o leitor fica ansioso para descobrir mais e qual é o próximo passo dos irmãos. É bastante surpreendente a forma como Rachel acaba deixando informações que dão esperanças a Rose e Josh sobre o desaparecimento dos pais.

Rose é uma personagem bastante desconfiada e mal tem amigos, e é interessante acompanhá-la quando ela precisa lidar com o com o desaparecimento de sua mãe. Ela se sente confusa com relação ao seus sentimentos por Joshua e é possível desenvolver uma certa pena dela pelo que ela passa. Os momentos com Joshua são significativos mas não curti muito a ideia de ela ser descrente ou fazer desfeita com as coisas que ele descobria, o que o deixava profundamente irritado. Joshua é prestativo, compreensivo e nunca deixa Rose em segundo plano mesmo que pareça ter encarado a morte de Rachel com certa indiferença. Sempre lhe dá atenção, se preocupa com ela e se importa com o que lhe acontece.

Um ponto bacana é que o leitor se depara com alguns flashbacks onde podemos saber um pouco mais sobre como era a amizade de Rose com Rachel, o que nos faz entender o porquê ela ter relutado tanto em ajudar a colega logo de cara em seus pedidos de socorro desesperados. Esses flashbacks despertaram muito a minha curiosidade pois através deles é possível perceber que havia algo de mais profundo e particular nessa história e que se a garota fazia o que fazia, era porque deveria ter motivos para isso que não fossem, necessariamente, chamar atenção.
Uma coisa a ser destacada é que pela mãe de Rose ter se casado com o pai de Joshua, biologicamente falando, eles não são irmãos de sangue, logo, devido a aproximação entre eles que veio desde o primeiro livro, um sentimento maior começa a ser despertado nela... Acredito que seja uma abordagem ousada e bem diferente pois o relacionamento vem de forma sutil e gradual sem que fique forçado ou superficial.

Só achei que os personagens de forma geral não são tão simpáticos a ponto de o leitor torcer pela felicidade deles, mas se sentir preocupado ou ansioso para que resolvam logo o mistério e a situação em que se encontram. Só me afeiçoei mais a Skeggsie, não pela personalidade, mas pela dedicação em ajudar os amigos na investigação do sumiço dos pais.
Ao final, mesmo que o desfecho tenha sido bombástico, muitas perguntas ficaram sem respostas e senti falta de maiores explicações para determinados acontecimentos. O que importa é que por mais que haja várias histórias que se conectam e levam em direção a uma coisa só, o mistério é o que faz com que tudo valha a pena.

A capa, fazendo o mesmo estilo da primeira, é linda e bastante sugestiva dando enfoque no nome do projeto dos personagens. A borboleta, o título e o nome da autora são em alto relevo e possuem verniz localizado. A parte interna da capa é amarelo vivo, as páginas são amareladas, cada capítulo é representado por um numeral romano assim como traz o desenho da borboleta no canto superior da página. A fonte tem um tamanho agradável e o espaçamento das margens externas também está perfeito.

É muito bacana quando o leitor se envolve com a história a ponto de se sentir parte dela, e foi essa a sensação que tive ao ler A Morte de Rachel. Foi como se eu estivesse com um quebra cabeça nas mãos tentando resolver o crime da vez.
Para quem está a procura de um bom mistério policial envolvendo assassinatos e desaparecimentos, que se desenrola de forma nova e bastante perspicaz, a leitura da série é mais do que indicada. Ansiosa pelo terceiro volume, "Butterfly Grave", ainda não lançado no Brasil.

A Noiva é Tamanho 42 - Meg Cabot

20 de dezembro de 2014

Lido em: Dezembro de 2014
Título: A Noiva é Tamanho 42 - Mistérios de Heather Wells #5
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Mistério/Chick Lit
Ano: 2014
Páginas: 400
Nota: ★★★★★
Sinopse: Heather Wells parece mais familiarizada com pistolas e escroques do que com convites e madrinhas, mas nem por isso vai deixar o dia mais importante da sua vida passar em branco. Mas, bem quando estão preparando a celebração de sua união com Cooper Carwright, Jasmine, uma das novas assistentes de residentes, bate as botas. A causa da morte, segundo os laudos, é asma, mas parece que há algo de esquisito por trás desse caso...

Resenha: A Noiva é Tamanho 42 é o quinto e último volume da série Mistérios de Heather Wells, escrita pela autora diva Meg Cabot e lançado no Brasil pela Galera Record.
Por ser o último volume, a resenha pode ter spoiler de volumes anteriores.
Resumindo a história geral, Heather é uma ex estrela da música pop que chegou ao fundo do poço, perdeu tudo o que tinha, inclusive o namorado que a traiu, teve sua grana roubada pela sua própria mãe e o que lhe restou foi trabalhar para seu ex cunhado por quem ela nutria uma paixão platônica e aceitar morar de favor. Pela conveniência, ela também passou a trabalhar num conjunto residencial para universitários, o problema é que vários assassinatos começaram a acontecer e Heather começou a investigar os ocorridos a fim de solucionar os casos. Cada volume se destina a um mistério diferente que independe do outro, mas como os personagens evoluem e suas histórias são contadas de forma gradual e cronológica, os livros devem ser lidos em ordem para um melhor entendimento.

Heather Wells está de volta e, enfim, de casamento marcado com Cooper. Tudo bem que seu trabalho exige muito de sua atenção, afinal, ela agora é diretora-assistente do dormitório do conjunto residencial Fischer, mas entre seu trabalho e a preocupação com todos os preparativos do casamento, Heather ainda precisa lidar com o que se tornou um hábito no alojamento: algum infeliz sempre morre...

Dessa vez, a nova assistente dos residentes, Jasmine, foi encontrada morta depois de sofrer um suposto ataque de asma, mas, claro, Heather não se convenceu de que essa foi a verdadeira causa da morte e sua intuição lhe diz para investigar melhor o que de fato ocorreu...

Em meio a investigação e aos preparativos do casório, Heather ainda precisa dedicar atenção ao RMI (Residente Muito Importante) recém chegado ao conjunto residencial: o príncipe herdeiro Rashid Ashraf bin Zayed Faisal, ou como gosta de ser chamado, Shiraz. Seu pai doou alguns milhões para a universidade para que ele pudesse se formar, mas o príncipe parece gostar de farrear e milhões de garotas querem tentar fisgar esse pedaço de mau caminho.
Parece muita coisa para Heather ter que lidar, até que sua mãe, aquela mesma que a roubou e fugiu com seu agente a deixando na pior, resolveu dar as caras... E agora?

A história é narrada em primeira pessoa e é claramente perceptível o quanto Heather cresce se a compararmos com a moça que não parava de delirar por comida no primeiro livro. A Noiva é Tamanho 42 traz uma história muito mais adulta do que os livros anteriores devido ao quanto Heather e Cooper se relacionam sexualmente e aos temas mais sérios que aborda, como abuso doméstico e assédio sexual, mas que são tratados de uma forma bastante satisfatória.
A mistério sobre a morte de Jasmine também foi muito bem conduzido e bem trabalhado, e só tenho que elogiar a espirituosidade com que Meg Cabot escreve e sua forma de criar personagens incrivelmente realistas, pelo menos para essa série em especial que com esse último livro se tornou uma de minhas favoritas. A medida que a história se desenrola o mistério vai se desvendando lentamente e dessa vez a verdadeira identidade do assassino e o motivo que o leva isso é uma verdadeira surpresa. Não é mesmo quem esperei...

Cooper, com seu instinto protetor, não deixa de avisar Heather a não meter o nariz onde não é chamada, mas depois de acompanhá-la por tantos assassinatos misteriosos, fica óbvio que não se trata somente de um dom, mas sim de que ela realmente se preocupa com os estudantes e com o bem estar de todos e seu envolvimento não é por mero acaso... Por mais que o casamento esteja próximo, ele não é o foco da história, então não espere por um romance meloso com uma maluca 100% interessada e preocupada com os preparativos. Por mais que seja importante, o mistério, assim como a trama acerca dos problemas da universidade, são os fatores principais e Heather, mais do que ninguém, sabe a importância de cada coisa em sua vida. Ela é aquele tipo de pessoa que sempre coloca os outros a quem se importa em primeiro lugar e foi impossível não me identificar com ela.
Um ponto que achei muito adequado foi a questão do ex namorado, o impagável Jordan. Neste livro ele não teve espaço, mal apareceu, e acredito que seja para deixar claro que é um fato na vida de Heather que ficou pra trás, que teve fim, que não faz mais parte da vida dela, ela vive o agora e se preocupa com o futuro, e o que passou, passou. Ja a questão do retorno de sua mãe é algo um pouco mais delicado...

Uma coisa que adorei foi o pequeno crossover que a autora embutiu na historia que com certeza irá agradar os fãs da autora e de suas séries: Lizzie Nichols é a responsável pelo vestido de noiva de Heather *o*
Quem conhece a trilogia Rainha da Fofoca (uma das minhas favoritas ♥) vai morrer de amores e empolgação ao ver Lizzie fazendo uma pontinha quando Heather entra em sua loja procurando um modelo de vestido vintage, a sua especialidade. Foi simplesmente genial! ♥
A grande maioria dos personagens secundários tiveram um papel tão importante quanto os principais, pois através de suas atitudes de sempre estarem ao lado de Heather, ficou claro como a amizade, quando é verdadeira, é importante e como deveria ser, de fato.
Confesso que não gostava de Cooper quando comecei a acompanhar a série, mas mudei de ideia ao fim desse livro... O amor sem limites e o que ele é capaz de fazer por ela é algo que com certeza despertaria inveja em qualquer um.

Sobre a parte impressa, a diagramação é simples, segue o mesmo padrão dos livros anteriores em que cada capítulo se inicia com alguma nota, bilhete, notícia, algo escrito por Heather ou até uma receita. As páginas são amareladas (diferente dos três primeiros volumes em que as páginas são brancas) e não encontrei erros na revisão. A capa com esse tom de rosa bebê com o vestido vintage na capa deu um toque super delicado ao livro.

Aos leitores que procuram por uma história mais adulta da autora, envolvendo crimes com um toque de humor e romance, Mistérios de Heather Wells é uma ótima pedida que me surpreendeu e superou todas as minhas expectativas. A Noiva é Tamanho 42 é, de longe, o melhor de todos os livros da série.

Hora Morta - Anne Cassidy

17 de novembro de 2014

Título: Hora Morta - The Murder Notebooks #1
Autora: Anne Cassidy
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Viviane Diniz
Gênero: Juvenil/Policial/Mistério
Ano: 2014
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Uma noite, os pais de Rose e Josh saem para jantar... e nunca mais voltam para casa.
Depois de anos sem se ver, Rose e Josh conseguem se comunicar pela internet e resolvem investigar o desaparecimento que mudou o rumo de suas vidas.
Porém, na noite em que planejam se encontrar, Rose testemunha o assassinato de um colega de escola. O crime desencadeia inúmeras descobertas, que talvez sejam pistas para desvendar o mistério que a separou do irmão de consideração tantos anos antes.
A solução parece escondida numa série de diários com mensagens codificadas. Josh e Rose terão que correr contra o tempo para desvendá-las a fim de evitar a morte de desconhecidos... e a deles mesmos. 

Resenha: Hora Morta é o primeiro livro da série The Murder Notebooks, escrito pela autora Anne Cassidy e lançado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
Ambientado numa Londres urbana e moderna, Rose e Josh se separaram 5 anos atrás quando a mãe dela, Kathy, e o pai dele, Brendan, ambos policiais que trabalhavam com casos não solucionados, desapareceram sem deixar rastros. Depois do ocorrido, Rose nunca mais foi a mesma, pois enquanto foi morar com sua avó, se viu muito deprimida por ter se separado de seu irmão postiço que ela tanto gostava mas que foi morar com um tio.

Depois de estudar por bastante tempo num colégio interno, e de volta a Londres, Rose ingressou num colégio local torcendo por melhores oportunidades quando fosse para a universidade, mas mesmo feliz por finalmente poder reencontrar Josh após tanto tempo (e contrariando a ordem da avó de não encontrá-lo), seus problemas pareciam estar apenas começando. Rick Harris, o garoto mais implicante do colégio passou a persegui-la e atormentá-la sem parar. Ocorre que Rose acaba sendo testemunha de um assassinato  na plataforma do trem que esperava, cuja vítima era o odioso Rick. Rose precisou enfrentar um interrogatório e toda a burocracia policial, e Josh acabou lhe mostrando um "projeto" que ele desenvolveu: Criou sites com a finalidade de encontrar os pais desaparecidos pois se recusou a acreditar que eles estavam mortos. Mas Rose não acreditava que isso seria possível, sempre acreditou na polícia e não entendia como após tantos anos desaparecidos os pais ainda pudessem estar vivos. Mas Josh precisa ter certeza, precisa reunir pistas e, enfim, descobrir a verdade sobre esse misterioso sumiço.

Enquanto isso, outro assassinato acontece, novamente Rose está no meio, e tudo indica que as mortes podem ter alguma conexão, principalmente quando ela descobre uma ligação com o desaparecimento dos pais, pois o crime acaba por desencadear novas pistas que estavam escondidas, e agora resta aos dois correrem contra o tempo se quiserem descobrir a verdade e até mesmo continuarem a viver...

Narrado em terceira pessoa, mas pelo olhar de Rose, a trama de Hora Morta se desenrola fazendo um misto acerca do mistério que envolve o sumiço dos seus pais com as mortes que aconteceram no colégio. Ainda sobre a narrativa, por mais que seja fácil e fluída, considerei alguns trechos e diálogos muito superficiais e alguns sem sentido.

Rose é uma adolescente que faz o papel de revoltada com a vida, impulsiva e antipática, ao contrário de Josh que já conquista a simpatia do leitor lodo de cara. Até compreendo o comportamento devido ao que passaram, mas ainda assim foi demais.
Alguns personagens não me convenceram e algumas situações soaram muito forçadas pra mim. Não é lá muito comum nos depararmos com adolescentes que saem por aí investigando as coisas por contra própria, por mais que em alguns casos isso possa ser interessante e legal, mas que ainda conseguem atrapalhar o bom trabalho da polícia. Pra mim é normal que numa história existam empecilhos para atrasar ou atrapalhar alguma coisa, mas vindos dos maiores interessados foi difícil aceitar.

O mistério e a trama no geral são clichês, tudo ocorre de forma rápida, muitas informações são apresentadas de uma vez, algumas são óbvias, outras nem tanto, mas gostei da proatividade dos personagens em correr atrás do que querem em vez de ficarem esperando as coisas acontecerem.
Não me agradou muito a ideia de uma atração entre os personagens mesmo que não possuam uma relação consanguínea, não é uma coisa que me parece ser certa e soa bem doentio pra mim.
Há tensão, há ação, e é o tipo de história que o assassino é quem menos se espera e só ao final as coisas fazem mais sentido.
Gostei bastante da autora ter bolado uma interligação entre os personagens através da morte de Ricky e isso foi bem satisfatório.

A capa do livro é muito bonita, possui aplicações em verniz local, páginas amareladas, a revisão não deixou a desejar e a diagramação é ótima. Cada início de capítulo, que são numerados com numerais romanos, tem uma borboleta.

Perguntas sem respostas e novos mistérios encerram o livro e pretendo continuar lendo a série para saber o que está por vir. É um bom romance policial voltado ao público juvenil que cumpre com o papel.

É possível ainda baixar o prequel disponibilizado pela Rocco Digital, que antecede a trama, logo quando os pais de Rose e Josh desaparecem e eles vão para um lar provisório. É um conto bem curtinho, com pouco mais de 20 páginas, pra introduzir os protagonistas na trama e atiçar a curiosidade do leitor sobre Hora Morta. Aproveitem a gratuidade para fazer o download:

Dias Sombrios - Anne Cassidy
Sete dias se passaram desde que a mãe de Rose e o pai de Joshua desapareceram. Enquanto a polícia investiga o paradeiro do casal, os irmãos se hospedam na casa de Paul e Alice Towsend, o casal do lar adotivo provisório. Tudo o que eles sabem é que nenhum corpo foi encontrado. E sem mais nenhuma pista só lhes resta a esperança.
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Flavia de Luce e o Teatro das Marionetes - Alan Bradley

18 de outubro de 2014

Lido em: Dezembro de 2011
Título: Flavia de Luce e o Teatro das Marionetes - As Crônicas de Flavia de Luce #2
Autor: Alan Bradley
Editora: Benvirá
Gênero: Mistério/Policial
Ano: 2011
Páginas: 328
Nota: ★★★★☆
Sinopse: João parecia estar olhando para cima quando, com um ruído retumbante, o gigante despencou do céu e esborrachou-se no chão. Por alguns momentos o monstro ficou se contraindo espasmodicamente de modo horrível, um fio de sangue cor de rubi escorrendo do canto da boca, a cabeça pavorosa e os ombros enchendo o palco de fagulhas, enquanto fumaça e pequenas chamas erguiam-se em anéis inclementes do cabelo e do cavanhaque ardentes. Mas os olhos sem vida que olhavam sem ver para os meus não eram aqueles do gigante articulado Galligantus. Eram os olhos vidrados e moribundos de Rupert Porson. E então todas as luzes se apagaram.

Resenha: Flavia de Luce e o Teatro das Marionetes é o segundo volume da série Flavia de Luce, escrita pelo autor Alan Bradley e lançada pela Benvirá (selo editorial da Saraiva) no Brasil. As histórias são bastante independentes. Cada livro aborda uma nova situação a ser investigada e não precisa ser obrigatoriamente lido na ordem de lançamento, apesar de recomendar que sejam para que o universo criado pelo autor se torne mais familiar ao leitor. Então, esta resenha está livre de spoilers.

No primeiro livro, Flavia de Luce e o Mistério da Torta, a garota, de 11 anos e amante de química, tenta provar a inocência do pai para livrá-lo de uma acusação de assassinato seguindo pistas de forma muito inteligente, ao mesmo tempo em que se vinga das irmãs que não a deixam em paz usando todo seu conhecimento.

Rupert Porson é um fabricante de marionetes e apresentador bem sucedido e muito famoso na Inglaterra com sua companhia de teatro chamada Marionetes Porson, e junto de Nialla, sua assistente, ele acaba indo parar em Bishop's Lacey. Mesmo que sua chegada tenha sido bem sorrateira, eles ficam presos na cidade com o carro quebrado, e o vigário sugere que seja feita uma de suas esplêndidas apresentações. Enquanto Flavia é incumbida de ser um tipo de guia turístico para os dois, ela começa a formar teorias sobre um possível relacionamento amoroso que possa existir entre eles, ao mesmo tempo que tenta descobrir porque Rubert foi parar alí. E claro, começa a desconfiar que algo está errado, mesmo que tudo parece bem. Um segredo pairava no ar...

Durante a última apresentação de teatro com a peça João e o pé de feijão, no lugar do gigante, quem aparece é Rupert, eletrocutado e morto. A polícia pede para que Flavia não interfira, outra vez, mas a garota já estava envolvida e pronta para desbancar e ainda ensinar o inspetor Hewitt a fazer seu trabalho. Eis que, mais uma vez, ela entra em cena com toda sua perspicácia e inteligencia, e "esbarra" em mais um caso, e dessa vez rodeado de segredos e tramas bastante sombrias.

A história se passa nos anos 50 e a narrativa rebuscada remete à época, e meu único ponto em desfavor do livro, assim como mencionei na resenha do livro anterior, é exatamente esse floreio. Por questão de gosto pessoal, prefiro quando o texto é mais leve e fácil, pois sinto que flui melhor e me deixa mais envolvida com a história. A escrita do autor é bastante rica no que diz respeito a detalhes, cenários e quando menciona personalidades importantes do meio cultural e utiliza várias referências históricas. Penso que se a história já é boa escrita dessa forma, se fosse mais fácil seria uma das minhas leituras favoritas, de todos os tempos.

Diferente do primeiro livro, neste segundo a morte não acontece logo nos primeiros capítulos e é preciso prestar atenção nas pistas desde o começo. Dessa forma, Flavia precisa recapitular tudo o que aconteceu antes e que pode ser considerado suspeito. Suas observações são geniais, seu raciocínio lógico é fora do comum e a garotinha realmente surpreende, assim como as reviravoltas presentes na trama.

Neste volume, apesar de continuar sendo uma menina bastante fria, Flavia é apresentada com mais sensibilidade, pois se encontra constantemente sendo perseguida pelas irmãs mais velhas e sente bastante falta de Harriet, sua mãe falecida. Mas em companhia de sua bicicleta Gladys, ela consegue se vingar das irmãs da "melhor" forma conhecida por ela, e ainda investigar o mistério que envolve a morte de Rupert.

Não se engane pela capa fofa e colorida. Acredito que o livro deveria ser voltado ao público jovem, mas pelo estilo de narrativa, os adultos vão aproveitar muito mais, mesmo que Flavia seja uma pré adolescente.

Se você gosta de romances policiais ricos em detalhes, repleto de mistérios e surpresas, que adentra o fascinante mundo da química, recheado de referências históricas e literárias e ainda traz uma protagonista única, sarcástica e muito cativante, leia!

Tamanho 42 e Pronta para Arrasar - Meg Cabot

13 de janeiro de 2014

Lido em: Dezembro de 2013
Título: Tamanho 42 e Pronta para Arrasar - Mistérios de Heather Wells #4
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Mistério/Chick Lit
Ano: 2013
Páginas: 400
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Neste quarto volume da série de Heather Wells, a protagonista vai precisar resolver mais um dos mistérios que parecem a perseguir. Tania Trace, a mais nova celebridade teen, está noiva do ex-namorado de Heather, Jordan Cartwright, e os dois ganham um reality show só para eles. O problema é que Tania resolveu gravar o programa em um dos alojamentos da faculdade de Nova York, mais especificamente aquele onde Heather trabalha, e acidentes suspeitos começam a acontecer. Agora Heather vai precisar descobrir quem está por trás disso antes que algo pior aconteça.
Resenha: Tamanho 42 e Pronta para Arrasar é o 4º volume da série Mistérios de Heather Wells, escrita por Meg Cabot e lançada pela Galera Record.
Nos volumes anteriores, Heather descobriu que tem o dom da investigação, e aproveitando que seu local de trabalho se transformou no "alojamento da morte", ela poderia colocar esse dom em prática ao mesmo tempo que delirava por comida e alimentava uma paixão platônica por seu senhorio e ex futuro cunhado, Cooper.

Dessa vez, Jordan (o ex noivo de Heather e irmão de Cooper) e Tania (a bonitona com quem Jordan traiu Heather) estão juntos e esperando um bebê, e por serem o maior sucesso em meio às celebridades teen, ganharam um reality show, e o local escolhido para as gravações foi o alojamento da faculdade. O problema é que em meio aos funcionários, estudantes e a um grupo de dezenas de fãs adolescentes que estão ocupando os dormitórios para "povoar" o cenário, eventos estranhos e acidentes suspeitos que parecem estar em volta de Tania começam a acontecer e alguém acaba morrendo... E Heather, mais uma vez, embarca nesse mistério para tentar descobrir quem é o responsável antes que a possível vítima, Tania, sofra com o pior. E em meio a confusão, tenta encobrir seu noivado com Cooper para manter o assunto longe do olhar dos curiosos...

Apesar de não ser minha série favorita da Meg Cabot, Mistérios de Heather Wells me agrada por sempre ter uma narrativa fluída e uma protagonista que tem personalidade e atitude, mesmo que às vezes ela viaje na maionese quando o assunto é Cooper. Porém, neste 4º volume, senti que a história deu muito mais destaque para Tania do que para a própria Heather, principalmente porque agora ela, enfim, está noiva de Cooper. Não sei se é pelo tempo que se passou quando li os 3 primeiros livros, (e isso é um problema quando os livros de uma série demoram séculos para serem publicados em vez de terem um tempo menor de intervalo porque a impressão que dá é que o próprio autor se perde na história sem saber como dar a continuidade que os leitores esperam) mas até então pensei que Tania fosse só um tipo de "intrusa" que teve o papel de separar Heather do noivo para que ela pudesse dar um rumo em sua vida até que foi parar no alojamento, e depois acabou ficando na vida de Jordan, como se tivesse caído de paraquedas, mas é possível perceber que Tania tem muito mais segredos e importância do que imaginei. Antes Tania era uma modelo, agora já é cantora com um vozeirão que desbanca até Mariah Carey desde os primórdios e não lembro disso nos outros livros...

Enfim... descobrimos o motivo real de Tania ter se envolvido com Jordan e que apesar de ter sido "a outra" lá no primeiro livro, não fez nada com intenção de prejudicar Heather, mas, sim, buscando o que acreditava ser melhor para ela mesma, o que acaba não a colocando no papel de uma "vilã", mesmo que tenha sigo egoísta em não pensar nos envolvidos.
Jordan já não está hilário e impagável como nos livros anteriores, e parece que enfim tomou jeito agora que tem um relacionamento sério e que está na boca do povo.

E a história inteira praticamente se passa com Heather lidando com problemas que envolvem a fama de Tania e os mistérios em torno das coisas estranhas que acontecem no alojamento. Já seus delírios com comida, sacadas inteligentes e engraçadas, e até mesmo o relacionamento com Cooper que enfim alavancou, ficaram em segundo plano, e quando Tania revela seu maior segredo que tem tudo a ver com os acidentes que andam acontecendo, aí é que Heather perde sua vez mesmo.
Por um lado gostei de Jordan e Tania terem sido muito trabalhados pois antes eram personagens que apareciam vez ou outra, mas teria gostado mais se Heather e Cooper não tivessem perdido espaço para esses dois a essa altura do campeonato, depois de tantos obstáculos que enfrentaram até ficarem juntos e noivos, afinal, era o que Heather mais queria... O final não foi tão satisfatório pra mim, porque tudo foi descoberto e resolvido de uma vez só, então senti que a história toda se tornou um pouco enrolada pra ter um desfecho tão rápido.

A narrativa continua sendo em primeira pessoa e a leitura é bem divertida, fácil e fluída, só senti que devido ao destaque pro outro casal e a falta de uma morte exagerada e sanguinolenta para ser investigada, a história saiu do padrão dos livros anteriores. Os capítulos são curtos e sempre se iniciam com algum trecho de música composta por alguém, ou com avisos ou formulários da universidade orientando alunos ou quem quer que seja que queira entrar nas dependências.
A série terá ainda o 5º volume, "The Bride Wore Size 12", e provavelmente deve falar a respeito do noivado e os preparativos do casamento enquanto alguma morte medonha acontece, quem sabe, mas não faço ideia da previsão de lançamento dele aqui no Brasil. E pretendo ler pois é uma série bem bacana de se acompanhar.

Quando Você a Viu Pela Última Vez? - Lemony Snicket

8 de janeiro de 2014

Lido em: Janeiro de 2014
Título: Quando Você a Viu Pela Última Vez? - Só Perguntas Erradas #2
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2013
Páginas: 270
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Ainda na cidade de Manchado-pelo-mar, o jovem aprendiz Lemony Snicket terá mais um caso para resolver junto com sua tutora, S. Theodora Markson. Desta vez eles foram contratados pelos Knight para encontrar Cleo, a filha desaparecida do casal. A primeira hipótese é a de que ela teria fugido com o circo - mas, ao contrário do que Theodora pensa, não se trata de uma resposta inteligente e adequada para esse mistério, já que Cleo era uma química brilhante (e não uma artista) e com certeza teria deixado um bilhete.
Será que ela havia sido sequestrada? As versões das duas principais testemunhas que viram Cleo no dia de seu desaparecimento são divergentes. Ela foi vista pela última vez no mercado Comidas Incompletas ou no restaurante Faminto’s? E foi embora de táxi ou em seu carro novinho em folha?
Lemony Snicket contará novamente com a ajuda da jornalista-mirim Moxie Mallahan e dos irmãos taxistas Juca e Chico. Mas será que ele desvendará esse mistério? Ou só fará as perguntas erradas mais uma vez?
Resenha: Quando Você a Viu Pela Última Vez? é o segundo volume da série Só Perguntas Erradas lançado pela editora Seguinte em que Lemony Snicket, o autor, continua sendo protagonista de mais um caso a ser resolvido na cidade de Manchado-pelo-mar. Dessa vez, Lemony em companhia de sua tutora S. Theodora (continue sem querer saber o que o S. significa) foram contratados pelos donos da maior empresa de tintas da cidade (que alias já está a beira da falência devido a falta de tinta pois não existe mais mar e consequentemente, não existem mais polvos, de onde a tinta vem), para investigar o desaparecimento da filha, Cleo Knight, uma química muito inteligente envolvida com a fórmula da tinta invisível. S. Theodora acredita que Cleo fugiu com o circo, mas o que alguém que não tem nada a ver com esse mundo iria fazer lá? Algo de errado tem nessa história...
Lemony com suas perguntas erradas, sempre feitas nas horas mais inadequadas, conta com a ajuda de Juca e Chico, os taxistas malucos, e de Moxie, a jornalista mirim, para investigar e tentar desvendar esse caso de desaparecimento muito, muito estranho...

Levando em consideração que me diverti horrores com o primeiro livro, vou ser sincera em afirmar que este segundo, apesar de ter uma narrativa que segue o mesmo padrão e é bem peculiar, não superou tão bem minhas expectativas por não ter prendido minha atenção como eu achei que prenderia.
A trama é bacana e é bem divertido acompanhar Lemony embarcando nessa aventura, que desta vez está bem mais cheia de ação, dando tudo de si e sendo o responsável por juntar todas as pistas enquanto sua tutora incompetente parece nem saber o que está fazendo ali, como se adultos só servissem para atrapalhar mesmo. É como se houvesse uma inversão muito bem bolada onde crianças tomam o papel dos adultos, sendo mais maduras e inteligentes, tendo mais tato para poder lidar com todos os mistérios e problemas que se deparam, enquanto os adultos são todos caricatos e se comportam como malucos.
Talvez por ser mais voltado ao público infantil, tanto pela forma de ser narrado, e até as explicações para palavras "difíceis" que aparecem, fiquei com a impressão de que o foco do livro era descobrir o paradeiro de Cleo, e coisas tão importantes quanto, como prender o vilão, ficaram jogadas para escanteio. Devido aos mistérios que envolvem a cidade, que já surgiram no primeiro livro e continuam sendo mantidas nesse segundo, também acredito que apesar de cada volume trazer um mistério, a série em si guarda algo bem maior, pois a medida que perguntas vão sendo respondidas, outras não são, e outras surgem, o que acrescenta um certo tipo de profundidade um pouco obscura nas histórias que vai além de uma simples trama infantil. A cada livro vamos descobrindo um pouco mais sobre a organização secreta da qual Lemony faz parte e até mais um pouco de sua personalidade, como se fosse um segredo sendo revelado aos poucos.

A diagramação do livro é uma graça! Tem várias ilustrações e todas elas me fizeram observar a fim de saber se poderiam ter algum elemento que servisse como pista e Lemony sempre aparece com um boné que faz sombra nos olhos, dando um ar de mistério sobre ele, como se quisesse esconder alguma coisa. A capa, seguindo o mesmo padrão do primeiro livro além de ser linda ainda já demonstra que o livro tem uma história que se trata de algum mistério.
Quero continuar acompanhando a série pois acredito que há muito sobre a cidade de Manchado-pelo-mar a ser descoberto, assim como sobre Lemony e suas particularidades.

Tamanho Não Importa - Meg Cabot

29 de dezembro de 2013

Lido em: Dezembro de 2011
Título: Tamanho Não Importa - Mistérios de Heather Wells #3
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Mistério/Chick Lit
Ano: 2011
Páginas: 334
Nota: ★★★★☆
Sinopse: A ex estrela do pop Heather Wells não tem do que reclamar: seu pai finalmente vai se mudar do apartamento que ela divide com Cooper; ela arrumou um namorado que quer ajudá-la a emagrecer e as coisas no emprego de inspetora de alojamento na Universidade de Nova York vão... Bem, as coisas por lá continuam esquisitas como sempre. O Dr. Owen Broucho, diretor interino do alojamento Fischer Hall e seu terceiro chefe em menos de um ano, acaba de ser assassinado. Mais uma vez, Heather precisará usar seus excepcionais talentos de investigação se quiser livrar Sebastian Blumenthal, líder estudantil e principal suspeito do assassinato, de uma acusação aparentemente falsa.
Resenha: Tamanho Não Importa é o terceiro volume da série Mistérios de Heather Wells, escrita por Meg Cabot e lançado no Brasil pela Galera Record. Dessa vez, apesar de começar um relacionamento com o professor que aparece no livro anterior, Tad Tocco, Heather ainda nutre aquela paixão eterna e secreta por Cooper, seu senhorio lindo, galante e irmão de seu ex noivo.
Tad e Heather não parecem ser feitos um para o outro, pois o cara além de vegetariano, é um atleta nato, e está disposto a ajudar Heather a "tonificar seus músculos" com exercícios físicos, coisa que para ela é o fim. Mas, apesar de não combinarem, Heather se recusa a enxergar o que está diante de seu nariz e vai levando o namoro como dá.

Alan, o pai dela, está disposto a deixar o apartamento e se mudar, mas quer que Heather volte a cantar suas músicas pop para um público mais infantil.
E como o livro se trata de mistérios, mortes, sangue e essas coisas horrorosas das quais Heather não se vê livre mais, enquanto ela quase morria de cansaço pela rua afora numa corrida matinal com Tad, seu chefe odioso e diretor interino do "Alojamento da Morte", Owen Broucho, foi assassinado com um tiro que atravessou sua cabeça em sua sala no alojamento, e mesmo que todos a proíbam de se envolver, até mesmo Cooper, nossa heroína comilona apesar de considerar as orientações dele, não poderia ficar de fora dessa, claro... O principal suspeito de ter cometido esse crime foi Sebastian, um aluno que estava organizando uma manifestação reclamando por mais direitos aos funcionários que estudam na universidade. Heather decide provar sua inocência depois que Sarah, sua assistente e apaixonada por Sebastian, e Gavin a convencem a investigar, pois o rapaz jamais seria capaz de cometer tal atrocidade...

Primeiro uma estudante foi encontrada morta no poço do elevador em Tamanho 42 Não é Gorda, depois a cabeça de uma líder de torcida foi encontrada dentro de uma panela em Tamanho 44 Também Não é Gorda. Nos dois primeiros casos, Heather estava lá, pronta para investigar e descobrir tudo. Agora o chefe de Heather foi assassinado, e claro, ela está lá pra meter o bedelho onde não foi chamada mais uma vez e descobrir o que anda acontecendo, quem, quando e porquê. Apesar da história ser muito bem escrita e fluir bem, acaba se tornando algo bem repetitivo: morte + personagens engraçados + investigação para desvendar o caso + questões amorosas e "alimentícias". Apesar da história ser muito boa, talvez se os livros não forem lidos um atrás do outro, como eu li, não dê essa impressão tão clara de repetição. Heather continua hilária e Tad como seu namorado, acaba despertando um ciúme "involuntário" em Cooper, que havia sido bem cruel com Heather no livro anterior mesmo sabendo dos sentimentos dela (ódio que fiquei desse cara).

No mais, é uma história bem divertida que foi conduzida de forma bem leve e engraçada apesar do tema, e mesmo com um motivo maluco para a morte, assim como nos outros livros anteriores, recomendo muito, principalmente para provar que as pessoas (nesse caso o próprio Cooper) só dão valor e correm atrás do prejuízo quando existe a ideia da perda, ou da substituição... Talvez levando essa ideia em consideração, fiquei meio decepcionada com o final apesar de ser algo que muitas torceram para acontecer...

Para quem curte o gênero chick lit com personagens engraçados e cativantes, com uma boa dose de mistério e não se preocupa com as calorias das guloseimas, a leitura vale super a pena.
E que venha o quarto livro da série, Tamanho 42 e Pronta para Arrasar.

Tamanho 44 Também Não é Gorda - Meg Cabot

23 de dezembro de 2013

Lido em: Dezembro de 2011
Título: Tamanho 44 Também Não é Gorda - Mistérios de Heather Wells #2
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Mistério/Chick Lit
Ano: 2009
Páginas: 415
Nota: ★★★★☆
Sinopse: A ex-estrela pop Heather Wells está de volta, e como de costume vai se envolver em uma perigosa investigação. Ela é inspetora de um dormitório feminino da Universidade de Nova York, e está acostumada com festas e brincadeiras estranhas das estudantes.
Quando uma jovem aparece morta na cozinha do alojamento, Heather acha que pode ajudar, como já fez no passado. Mas quem está por trás desses assassinatos fará de tudo para se proteger e uma ex-celebridade gordinha não ficará no caminho do criminoso.
Resenha: Tamanho 44 Também Não é Gorda é o segundo volume da série Mistérios de Heather Wells, escrita por Meg Cabot, que dá continuidade ao Tamanho 42 Não é Gorda e à história de Heather Wells, a ex cantora de música pop, agora beirando os 29 anos, que após perder tudo, teve ajuda do seu ex futuro cunhado, Cooper, e foi trabalhar num alojamento estudantil, até que algumas estudantes começaram a aparecer mortas e ela resolveu dar uma de detetive para descobrir quem era o responsável pelos crimes pavorosos.

Heather não sente falta da vida de celebridade que tinha quando era adolescente e está super focada no trabalho, principalmente agora que descobriu que possui um incrível talento para a investigação, e, por "sorte", o alojamento onde trabalha parece atrair malucos interessados na criminalidade e assassinos, o que lhe dá muito o que fazer além de se preocupar com bagels, pizzas, cappuccinos e outras gostosuras, incluindo seus pensamentos que envolvem Cooper... Tom Snelling é seu novo chefe e Heather terá que se acostumar com ele, que chegou já num momento ruim, pois dessa vez a cabeça decepada de Lindsay Combs, uma líder de torcida super popular, foi encontrada dentro de uma panela na cozinha do alojamento, agora conhecido como "Dormitório da Morte", e o resto do corpo está desaparecido. E adivinhem quem irá entrar em cena para tentar descobrir quem é o assassino da vez?

Além da investigação, Heather se envolve em várias confusões, que vão desde sua recuperação em matemática onde ela precisa estudar para se formar (porque forjou o próprio currículo) até a abordagem sobre tráfico de drogas e rituais perversos entre membros das fraternidades do campus, que inclusive são filhos de pessoas influentes em Nova York.

A narrativa continua sendo em primeira pessoa e flui muito bem, e apesar de abordar alguns temas delicados e até pesados, é feita de forma como se não fosse algo a ser levado a sério, mas sim como algo cômico que faz parte de uma história divertida. Os capítulos se iniciam com trechos de músicas compostas por Heather durante a noite, algumas super malucas, outras bem "profundas", então dá pra perceber a diferença de pensamento entre as que ela cantava antigamente quando tinha o contrato com a gravadora que eram escritas por outras pessoas se comparado ao que ela escreve agora.

Meu pobre coração se despedaça
Como vidro quebrado
Respirar é difícil
Começo a tossir
Isto precisa acabar
Tem que chegar ao fim
Por acaso alguém sabe
Como desligar esta esteira?
"Na Academia"
Composta por Heather Wells
- pág. 75
A capa faz o mesmo estilo das capas de toda a série, são simples e de muito bom gosto. As páginas são brancas e a diagramação é simples. Encontrei alguns erros na revisão, mas nada que prejudicasse muito a leitura. E apesar do subtítulo, continuo considerando os títulos dos livros super nada a ver, pois passam outra ideia sobre a história.

Em Tamanho 44 Também Não é Gorda, Heather continua sendo uma heróina super inteligente, esperta e dedicada, sem deixar de lado seus devaneios por comida e sua paixonite pelo sedutor Cooper, que enfim agora sabe que a moça nutre sentimentos por ele. Porém acho que qualquer relacionamento, mesmo que demore volumes e mais volumes pra acontecer e engatar, tem que ter um interesse recíproco desde o início, e não vejo como Heather pode ter algo com Cooper mesmo que eles tivessem se aproximado mais dando a entender que ficariam juntos de uma vez por todas. E não, ainda não foi dessa vez e espero que não seja nunca... Pra ser sincera, torço pra que Heather encontre um outro tipo de cara, principalmente devido ao que acontece num diálogo entre os dois no final da história... Leiam pra tirar as próprias conclusões. Nem sempre o galã lindo, charmosão e irresistível obrigatoriamente tem que ser "O Cara".

Jordan, o ex noivo de Heather, é um personagem que por mais cafajeste que seja é um dos ingredientes para o sucesso da série. Neste volume o maluco está mais engraçado do que nunca, e apesar de estar de casamento marcado com a modelo com quem Heather o flagrou, parece estar sofrendo de algum tipo de crise existencial, então ele simplesmente não cansa de continuar insistindo em assediar a ex.

Já Gavin McGoren, é um personagem que apareceu no primeiro livro e era famoso por praticar surfe de elevador, e ele me agradou muito mais. Além de ter tido um espaço bem considerável na história, demonstrou ser um cara muito legal, ainda mais por demonstrar interesse em Heather. Sou "do contra" e torci pelo rapazinho ter uma chance com ela em vez de Cooper, assumo... Até que Tad Tocco surge na história e já me deixou com um ponto de interrogação pairando sobre minha cabeça pensando qual o motivo desse professor assistente ter aparecido assim, de mansinho...

Uma presença inesperada também aparece nesse volume: o pai de Heather, Alan, que estava preso desde o livro anterior por ter sigo pego sonegando impostos. De início parece que o cara é um oportunista folgado que quer se aproveitar da filha lhe pedindo um teto, mas depois vemos que não é bem assim... O relacionamento dele com a filha é muito bacana e deu um up na história. E por falar em personagens inesperados, é muito legal acompanhar o relacionamento que Heather desenvolve com Regie, o traficante. O cara é um marginal mas Heather sendo tão boa pessoa consegue se aproximar e conseguimos tirar proveito das conversas deles...

Enfim... apesar de o mistério não ter sido muito trabalhado a ponto de se arrastar até o final sendo possível prever quem é o assassino antes mesmo da revelação, e o toque de romantismo não ter muito enfoque, gostei mais do segundo volume devido ao comportamento dos personagens e o desenvolvimento deles na história que fluiu muito melhor e foi bem mais interessante, atrativa e menos enrolada.

Tamanho 42 Não é Gorda - Meg Cabot

Lido em: Dezembro de 2011
Título: Tamanho 42 Não é Gorda - Mistérios de Heather Wells #1
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Gênero: Mistério/Chick Lit
Ano: 2006
Páginas: 412
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Heather Wells é uma cantora pop que chegou a um ponto nada desejado da carreira: o fundo do poço.
Nenhuma gravadora se interessa por suas músicas, ganhou peso e só entra em roupas tamanho 42, o pai está atrás das grades e a mãe fugiu para Buenos Aires com suas economias - e seu agente! Mas quando Heather arruma um trabalho de inspetora em uma faculdade, tudo muda... ou, pelo menos, é o que parece. Um crime inesperado leva-a a uma vida de aventuras e altas doses de adrenalina. Mas a vida de detetive é potencialmente perigosa e alguns riscos podem ser fatais.
Resenha: Tamanho 42 Não é Gorda é o primeiro volume da série Mistérios de Heather Wells, escrita pela diva Meg Cabot e lançado no Brasil pela Galera Record.

Heather Wells é uma loira de 28 anos que foi parar no fundo do poço. Ela fez um mega sucesso como cantora pop quando tinha seus 15 anos de idade, fazendo shows em shoppings e arrasando por onde ia com suas músicas descoladas, porém, perdeu seu contrato quando resolveu cantar suas próprias músicas em vez das compostas pela gravadora, e quando sua mãe decidiu meter a mão em todas as suas economias fugindo para Buenos Aires junto com seu agente. Como se isso não bastasse, seu noivo, Jordan, com quem namorava desde a adolescência, ainda foi pego no pulão a traindo.

Heather, sozinha, sem um tostão, com uns quilinhos a mais e sem ter para onde ir, consegue um emprego como "diretora-assistente" no alojamento Fisher, ou melhor, no conjunto residencial estudantil da Faculdade de Nova York, e lá está bem satisfeita, pois mora há dois minutos a pé do trabalho e tem benefícios, como comer de graça! E ela só tem onde morar por causa de Cooper, um detetive particular super gato, misterioso e só tendo como defeito ser irmão de Jordan, o traidor, que, por pena da garota, lhe ofereceu um quarto em troca de ela trabalhar pra ele como contadora.


Até que que num belo dia, Heather chega no trabalho e é surpreendida com a terrível notícia de que uma estudante, Elizabeth Kellogg, foi encontrada estirada no poço do elevador, toda quebrada e morta. De acordo com as investigações, a pobre Elizabeth sofreu um acidente quando estava brincando de surfe de elevador, mas Heather logo discorda, afinal, ela conhece as meninas do alojamento e além de elas não terem esse costume, esse é um esporte masculino. Ninguém dá ouvidos às teorias de Heather, nem quando outras mortes igualmente estranhas começam a serem descobertas, e ela não tem outra opção a não ser investigar por conta própria a fim de descobrir quem está por trás dessas mortes e porquê. E ela nem imagina que meter o nariz onde não foi chamada poderá colocá-la em perigo também...

Narrado em primeira pessoa, Tamanho 42 Não é Gorda é um livro bem leve e divertido, cheio de personagens super bem construídos e hilários que realmente conquistam o leitor. Heather é determinada, super engraçada com suas tiradas e seus pensamentos e devaneios envolvendo comida ou seu senhorio, Cooper, ou quando fica indignada, soltando comentários ácidos quando tem que lidar com os assédios de seu ex noivo. É o tipo de personagem forte, adulta (que realmente se comporta como tal), que sabe sair de qualquer situação com classe e estilo, e prova que quando se tem talento e determinação, se chega em qualquer lugar, até mesmo porque aparência ou peso não significam nada quando existe inteligência, desde que não falte as queridas e deliciosas guloseimas ♥.
Cooper faz o estilo galã, ovelha negra da família, e favorito do avô por ter sido o único a desejar a felicidade do velho que se assumiu como gay e apresentou seu namorado Jorge.

Jordan também fez sucesso como artista da boy band "Easy Street", e ao mesmo tempo em que o odiamos pelas desculpas esfarrapadas que dá por ter sido pego traindo Heather, como se ele não tivesse tido culpa nenhuma em estar com a cabeça de uma garota no meio de suas pernas, morremos de rir porque ele vive sendo confundido pelo investigador do caso como sendo um dos integrantes dos Backstreet Boys!

A leitura, assim como os outros livros da autora, flui muito bem e é super rápido de se ler, porém o romance acaba ganhando o mínimo de destaque devido ao mistério das mortes juntamente com as questões femininas de Heather que são os pontos mais aprofundados.

Uma das coisas que não me agrada muito nesse livro, e nos outros da série em si, é o título, pois pra quem não conhece, a primeira impressão é a de que se trata de autoajuda ou qualquer outra coisa que não tem a menor ligação com o tema "mistério e mortes". Algumas partes são repetitivas, então achei que a mesma história poderia ser contada mas com bem menos páginas, sem nenhuma interferência. E levando em consideração o desfecho, achei o motivo das mortes bem fútil, então não foi algo que me agradou 100%.

Sobre a parte física, eu acho a capa linda pela simplicidade. As folhas são brancas e as letras tem um tamanho ótimo. Cada início de capítulo trás um trecho de alguma música interpretada por Heather na época em que cantava, algumas super sensíveis, outras hilárias e absurdas. Diagramação simples mas muito bem feita.

Como se trata de série, o primeiro livro tem esse papel mais introdutório, mas ainda assim foi uma leitura super bacana apesar de alguns pontos negativos. Uma leitura leve e divertida que recomendo para os fãs do gênero e da autora.

Quem Poderia Ser a Uma Hora Dessas? - Lemony Snicket

19 de abril de 2013

Título: Quem Poderia Ser a Uma Hora Dessas? - Só Perguntas Erradas #1
Autor: Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler)
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil/Aventura/Mistério
Ano: 2012
Páginas: 240
Nota: ★★★★★
Sinopse: Em uma cidade decadente, onde se criam polvos para a produção de tinta, onde há uma floresta de algas marinhas e onde um dia funcionou uma redação de jornal em um farol, um jovem Lemony Snicket começa o seu aprendizado em uma organização misteriosa. Ele vai atender seu primeiro cliente e tentar solucionar o seu primeiro crime, aos comandos de uma tutora que chama carro de “esportivo” e assina bilhetes secretos. Lá, ele vai cair na árvore errada, vai entrar no portão errado, destruir a biblioteca errada, e encontrar as respostas erradas para as perguntas erradas - que nunca deveriam ter passado pela cabeça dele. Ele escreveu um relato sobre tudo o que se passou, que não deveria ser publicado, em quatro volumes que não deveriam ser lidos. Este é o primeiro deles. 

Resenha: Lemony Snicket em Quem poderia ser a uma hora dessas?, primeiro volume da série composta por quatro livros, Só Perguntas Erradas, é o protagonista de sua própria história, e narra os acontecimentos após ter se tornado aprendiz em uma organização secreta e misteriosa, cuja tutora escolhida por ele, S. Theodora Markson, é a pior entre os mais de 50 tutores disponíveis, com a pior e mais indomável cabeleira já vista na face da Terra. E a ideia de escolher a pior de todos, foi proposital, pois assim, Lemony poderia tratar de seus assuntos particulares em paz.
Snicket e S. Theodora (não pergunte o que o S. significa, é uma pergunta muito errada) acabaram sendo designados para investigarem o roubo da Fera Ressonante, uma estatueta que não foi roubada na cidade a beira-mar e decadente de Manchado-pelo-Mar, que já não está mais a beira-mar. A cidade sobrevivia da renda proveniente da tinta produzida pelos polvos, inclusive o jornal que funcionava no Farol usava a tinta dos polvos em suas impressões, porém, o mar sumiu, escafedeu-se, foi drenado, ou sabe-se lá o quê, acabando com os polvos e com a localização da cidade. E é durante as investigações que Snicket irá se surpreender com as suas descobertas e revelações que eram muito maiores do que imaginava, sempre com seu toque de humor, fazendo suas perguntas inocentes e erradas na hora errada.

A facilidade que o autor tem pra escrever e descrever cenários geniais com tanta originalidade, e sendo narrado em primeira pessoa de forma hilária, ágil, fluída e dinâmica, de um jeito que fica evidente que ele está contando algo proibido, o leitor consegue se aproximar e entender os motivos que levam Snicket a tomar certas atitudes e decisões, ou fazer suas ótimas perguntas, por mais erradas que sejam.
Somos apresentados a personagens interessantíssimos, como os irmãos Juca e Chico taxistas que fazem suas corridas em troca de "dicas" em vez de dinheiro, Próspero Perdido, o dono do hotel da cidade super atencioso, Moxie, a aspirante a jornalista mui misteriosa, dentre outros que são essenciais para o desenrolar da história.
Os capítulos contam com ilustrações que colaboram para que possamos imaginar os cenários e até termos noção de todo o mistério que envolve a trama, onde se destaca sombras e coisas do tipo.
É um livro bastante introdutório, que deixa várias perguntas no ar e um gancho bem bacana para a continuação, mas nem por isso deixa de ser uma ótima pedida.
A diagramação do livro é super caprichada, a capa é aveludada e sua parte interna com ilustrações dos polvos tem tudo a ver com a história, as páginas amareladas e o tamanho da fonte colaboram bastante pra uma leitura rápida e a revisão está impecável.
"Quem poderia ser a uma hora dessas?" é uma história que, por trás de toda a maluquice, tanto de personagens quanto dos cenários, nos mostra que muitas vezes os adultos se acham espertos só por serem adultos, mas mal vêem a verdade diante dos próprios olhos, e que as crianças, por mais inocentes que sejam, são puras e verdadeiras. Nem tudo que parece é, e nem tudo que já foi continuará sendo. Tudo está em constante mudança e ler essas pequenas lições nas entrelinhas em meio a uma narrativa tão bacana, foi divertidíssimo! Super recomendo!