A Submissão - Lena Valenti

8 de dezembro de 2016

Título: A Submissão - Amos e Masmorras #1
Autora: Lena Valenti
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Romance/Erótico
Ano: 2015
Páginas: 416
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A agente Cleo Connelly, integrante do corpo de polícia em Nova Orleans, é uma mulher atraente e destemida, que não mede esforços e impulsos na resolução dos casos que assume. Certo dia, entretanto, ela é designada para investigar, junto ao FBI, uma lucrativa rede de tráfico humano. Para cumprir a missão, ela precisará se inserir em um contexto inusitado: visitar a cena BDSM do país e participar das práticas de sodomia e dominação instituídas no torneio Dragões e Masmorras DS. Agindo como agente infiltrada, Cleo terá de pesar os limites de sua própria luxúria nesta implacável caçada, considerando também a arrebatadora atração que sente por Lion Romano, seu parceiro no caso. Mas será que, no meio do caminho, ela vai gostar de ser submissa? Renda-se aos deleites desta intrigante e sensual narrativa!

Resenha: A Submissão é o primeiro volume da série Amos e Masmorras da autora espanhola Lena Valenti, publicado pela Universo dos Livros no Brasil.

Cleo Connelly é uma ruiva estonteante, cheia de personalidade e dona da língua mais ferina que já existiu. Ela faz parte da polícia de Nova Orleans, e seu objetivo é entrar para o FBI, assim como sua irmã mais velha, Leslie, e o amigo lindo de infância de Les, Lion Romano, entraram. Porém, uma quadrilha de tráfico humano estava tirando o sono da polícia, e, quando Leslie desaparece em serviço, Cleo é designada a se infiltrar e a fazer as investigações para o FBI sob disfarce, substituindo a irmã para resgatá-la. O que ela não esperava era o cenário no qual a quadrilha atua: um torneio chamado Dragões e Masmorras DS (Dominação/Submissão) onde os casais alí inseridos devem cumprir tarefas envolvendo as práticas BDSM. E sim, o torneio foi inspirado no RPG Dungeons & Dragons e em suas regras.

Então, Cleo precisa fazer um treinamento intensivo com duração de cinco dias a fim de ser iniciada no universo BDSM para ser inserida no torneio, portando-se como a "submissa", e seu parceiro - e "amo" - nesse caso, é Lion, por quem ela sente uma atração arrabatadora desde a adolescência. O que Cleo não sabe é que Lion também se sente atraído por ela desde os primórdios e pediu pra ser o encarregado chefe do caso logo quando ele soube que ela seria a agente infiltrada. Se sentindo atraído por ela, ele não deixaria que outro homem assumisse seu treinamento, e Lion não precisava fingir ser um personagem, visto que ele já conhecia e praticava o BDSM...

O livro é narrado em primeira pessoa pelos pontos de vista de Cleo e Lion, e alguns trechos são narrados em terceira pessoa. Não há indicação nos capítulos de quem é a voz da vez, logo é um pouco confuso saber quem é o personagem, ainda mais se levarmos em consideração que eles são até bem parecidos já que Lion é um dominador e Cleo não tem nada de submissa e é muito competitiva.
Por mais que os dois juntos peguem fogo, o cenário intrigante baseado em RPG e o sarcasmo de Cleo equilibram bem o enredo de forma que, mesmo tendo conteúdo erótico, não fique focado somente em sexo. Quando Cleo abre a boca pra soltar as verdades dela ou representar um papel do qual ela não se encaixa é impossível não morrer de rir.
O desenvolvimento dos personagens e da história é feito de maneira rápida, mas já adianto que esse primeiro volume é dedicado ao treinamento de Cleo e o ingresso dela no torneio propriamente dito só acontece no segundo livro.
O que me chamou atenção nessa história foi o fato de que Cleo teve um motivo que justificasse sua inserção nesse mundo, e não foi por idolatrar alguém a ponto de submeter a qualquer coisa em nome do sentimento pelo macho, longe disso. Ela não tem a menor vocação para ser uma submissa mas teve que ceder para ser disciplinada, mesmo que tenha precisado extrapolar alguns limites em certos momentos. Para solucionar o caso de tráfico humano e resgatar a irmã, ela não tem outro caminho a não ser vencer o torneio junto com Lion, então precisou entrar de corpo e alma nesse universo, mas sem engolir desaforos, claro.

A autora dá uma perspectiva totalmente nova sobre o BDSM, principalmente ao inserir elementos bem criativos, que tornam a história mais convidativa por ter algum conteúdo relevante abordando preconceitos e críticas que as pessoas sofrem por ingressarem nesse universo. Então, em momento algum a trama fica focada num romance doentio e melação que não acaba mais. Os personagens são bem construídos e tem características marcantes que são dignas de admiração, e as cenas de sexo não são tão frequentes assim a ponto de saturar a leitura.

Resumindo, A Submissão foi o melhor livro erótico que li até então, mesmo que não seja meu gênero literário preferido. Não que eu vá praticar BSDM por aí pois não me interesso nem um pouco por tais práticas, mas super recomendo a leitura pra quem gosta do tema, pra quem quer conhecer, ou ainda pra quem formou um conceito baseado em uma certa trilogia cinza que precisa ser desconstruído urgentemente.

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