Quando Você Estava na Minha Barriga - Thrity Umrigar

4 de agosto de 2017

Título: Quando Você Estava na Minha Barriga
Autora: Thrity Umrigar
Ilustrações: Ziyue Chen
Editora: Globinho
Gênero: Infantil
Ano: 2017
Páginas: 40
Nota:★★★★★
Sinopse: Uma jovem mãe conta a sua filha como ela já era cercada de amor, gentileza e divertimento mesmo antes de nascer. A risada da menina, seu amor por música, sua doçura e seu espírito protetor vêm do período em que estava em sua barriga, tempo em que sua mãe cantava e dançava com ela, comia bolo de chocolate e alimentava passarinhos e gatinhos de rua. Quando você estava na minha barriga é a canção da mãe para sua filha em formação, retratando o aconchego e a magia de uma época em que ela estava grávida. A história lírica da autora best-seller Thrity Umrigar e as encantadoras ilustrações de Ziyue Chen criam um livro cheio de sentimentos e sabedoria sobre a conexão especial entre pais e filhos.

Resenha: Quando Você Estava na Minha Barriga é uma homenagem muito bonita da autora indiana Thrity Umrigar à sua filha, onde uma mãe conta todos os motivos que levaram a criança a ser alguém tão especial, e que isso vem desde antes mesmo dela nascer, através de pequenos momentos e gestos amorosos, cheios de ternura e dedicação.


Por se tratar de um livro infantil, não há complexidade nas palavras, mas há muito significado, principalmente pelas ilustrações delicadas, mas muito expressivas. O livro é feito de pequenas frases, carregadas de doçura, que mostram o quanto cada momento da gravidez foi tão importante para o desenvolvimento da filha, que antes mesmo de nascer já era muito querida, amada e esperada, o que colaborou para que ela crescesse feliz e se tornasse tão doce, desde o seu sorriso bonito, o gosto pela dança e pela música, o respeito pelos animaizinhos, a gentileza com os amiguinhos, até o amor incondicional pela família.



Um ponto que achei super bacana, e que acaba desconstruindo estereótipos de gênero, é que na história quem cozinha é o avô, quem constrói o berço de madeira é a avó e o pai sonha com a filha brincando de bola. É como se houvesse uma "inversão" de papéis que acaba mostrando pra criança que qualquer um é dotado de alguma habilidade especial, e pode ser e fazer o que quiser.

O projeto gráfico do livro é a coisa mais fofa. As ilustrações são bem coloridas e conseguem transmitir o sentimento bonito que é o amor em família, os pequenos grandes momentos responsáveis por trazer alegria na vida de todos, e principalmente a ligação fortíssima, que vem desde a gravidez, entre mãe e filha.



É leiturinha super indicada para crianças a partir de 3 anos, que ensina sobre amor, gentileza, amizade e educação. Quando Você Estava na Minha Barriga é um daqueles livros que passam aquela sensação de aconchego e nostalgia para as mamães de plantão, e é mais do que recomendado pra se ler com o filho no colo e enchê-lo de beijinhos e abraços.

Novidades de Agosto - Globo Alt

3 de agosto de 2017

Mr. Romance - Leisa Rayven

Max Riley pode fazer com que as fantasias mais incríveis ganhem vida: sob o alter-ego de Mr. Romance, ele pode ser um bilionário dominador, um bad boy inocente, um geek sexy ou qualquer outro homem que satisfaça os desejos das mulheres solitárias da alta sociedade de Nova York. No entanto, nada disso envolve sexo: são apenas encontros inesquecíveis. Intrigada com a lenda urbana de Mr. Romance, a jornalista Eden Tate está determinada a publicar uma matéria revelando sua identidade e suas artimanhas. Desesperado para proteger seu anonimato, Max desafia Eden a ter com ele três encontros: se ela não se apaixonar por ele, poderá publicar a matéria. Caso contrário, deverá esquecer a história. Eden não tem dúvidas de que conseguirá resistir a todos os falsos personagens de Mr. Romance, mas será que é seguro entrar no jogo do maior mentiroso de todos?

Química Perfeita - Simone Elkeles

Brittany e Alex são de mundos opostos: ela é a menina perfeita com um futuro brilhante pela frente, ele o membro de uma gangue perigosa que não tem nada a perder. Os dois não teriam nenhum contato um com o outro, se não tivessem sido forçados a ser parceiros nas aulas de química do último ano. Alex sabe que qualquer relação que Brittany tenha com ele pode colocar em risco sua reputação impecável de boa aluna e namorada dedicada e, por orgulho e diversão, aposta com os amigos que consegue fazer com que ela saia com ele. No entanto, quanto mais se aproximam, mais fica evidente que eles têm algo em comum que ninguém parece perceber: nenhum dos dois é o que se esforça tanto para ser.

Contos de a Fúria e a Aurora - Renée Ahdieh

O que passava pela cabeça de Khalid antes dele conhecer Sherazade e qual foi a sua primeira impressão ao vê-la? O que ele sentiu, tempos depois, já completamente apaixonado por ela, ao ser forçado a se afastar e ver seu palácio destruído? E como Despina se envolveu e se apaixonou pelo capitão da guarda real Jalal al-Khoury? Nesses três contos, Renée Ahdieh retorna ao mundo de As mil e uma noites para dar voz a Khalid e Despina em pontos chave da história, nos envolvendo novamente nesse encantador universo de palácios, desertos e paixões avassaladoras.

Na Telinha - The Handsmaid's Tale (1ª Temporada)

2 de agosto de 2017

Baseada na obra de Margaret Atwood
Título: The Handsmaid's Tale
Temporada: 1 | Episódios: 10
Distribuidora: Hulu
Elenco: Elisabeth Moss, Joseph Fiennes, Yvonne Strahovski, Alexis Bledel, Madeline Brewer, Ann Dowd, O. T. Fagbenle, Max Minghella, Samira Wiley
Gênero: Drama/Distopia
Ano: 2017
Duração: 52min
Classificação: +16
Nota:
Sinopse: Depois que um atentado terrorista ceifa a vida do Presidente dos Estados Unidos e de grande parte dos outros políticos eleitos, uma facção catolica toma o poder com o intuito declarado de restaurar a paz. O grupo transforma o país na República de Gilead, instaurando um regime totalitário baseado nas leis do antigo testamento, retirando os direitos das minorias e das mulheres em especial. Em meio a isso tudo, Offred é uma "handmaid", ou seja, uma mulher cujo único fim é procriar para manter os níveis demográficos da população. Na sua terceira atribuição, ela é entregue ao Comandante, um oficial de alto escalão do regime, e a relação sai dos rumos planejados pelo sistema.
Exibida pelo serviço de streaming Hulu, The Handsmaid's Tale é uma série baseada no livro homônimo de Margaret Atwood lançado em 1985 (O Conto da Aia, publicado pela Editora Rocco no Brasil), que se passa num futuro distópico onde poluição e radiação não só degradaram o meio ambiente, como causaram danos que afetaram diretamente na fertilidade das pessoas. Os Estados Unidos foram dissolvidos após um golpe, a constituição foi suspensa, e agora o país se tornou a República de Gileade. Trata-se de um regime totalitário e fundamentalista, em que a bíblia, ou o livro sagrado, é interpretada de forma literal se transformando na base dessa sociedade, e qualquer um que faça ou fale qualquer coisa que tenha se tornado proibida, como ler, cantar, usar métodos contraceptivos ou até mesmo amar, é condenado à morte e pendurado em praça pública até apodrecerem para servir de exemplo.


Mulheres inférteis, feministas e outras que se rebelam ou não tem serventia são enviadas para trabalhos forçados nas Colônias, locais onde o lixo tóxico e os níveis de radiação são tantos que elas morrem em pouco tempo. Médicos a favor do aborto são enforcados, assim como padres que tentem ajudar alguém de alguma forma, e homossexuais por serem considerados traidores de gênero. Todos devem ser punidos, e Os Olhos, um tipo de exército que tomou as ruas, sempre está vigiando.
Escolas e faculdades foram destruídas, os empregos são pontuais de acordo com a necessidade e até o modo de vida de forma geral é tradicional e conservador, a ponto de aparatos tecnológicos como rádio, televisão, telefone e internet serem proibidos para que não influenciem ninguém, e nem propaguem o que não é mais permitido. Ninguém tem voz, ninguém tem vez.


Sem direitos, as mulheres foram divididas em castas, onde algumas delas são propriedades do governo. A fertilidade é uma dádiva divina, e se restaram algumas mulheres férteis, é devido a um propósito bíblico. Assim como Bila serviu Raquel (Gênesis 30:3-8), essas mulheres, agora chamadas de Aias, vão servir os Líderes dos Fiéis e suas esposas estéreis, gerando filhos para eles. As Aias são obrigadas a procriar, cumprindo, assim, suas "funções biológicas", deixando de ser donas dos próprios corpos. Depois de passarem por um treinamento dado pelas Tias, que envolve humilhação, castigos constantes e, dependendo do caso, até mutilação, elas são dolorosamente etiquetadas para identificação, obrigadas a se vestirem de vermelho e usarem uma touca branca com abas enormes em volta do rosto para impedir que elas olhem os redor, e depois são levadas para as casas dos comandantes casados para engravidarem num ritual bizarro chamado de estupro "cerimônia".
Elas devem abdicar de seus nomes reais e adotar patronímicos (uma junção de Of + primeiro nome do comandante), que indicam que elas pertencem a um determinado homem do alto escalão. Depois de engravidarem, devem entregar o filho aos seus "verdadeiros pais", e, então, irem para outra casa e servir outra família abastada com o mesmo propósito.


Nesse cenário, conhecemos June Osbourne, uma mulher que foi forçada a se separar de seu marido e filha pois a união de um segundo casamento passou a ser considerada inválida, e que agora vive como Aia na casa do comandante Fred Waterford, passando a se chamar Offred. Ela, assim como todas as Aias, são vigiadas de perto, seja pelas Marthas, a casta das governantas, ou até pelas outras Aias das casas vizinhas, o que as leva a nunca saber em quem podem confiar. Offred é forçada a sempre obedecer, e através dela vamos acompanhando a vida difícil nesse modelo de sociedade cujo poder masculino e patriarcal imperam, sem possibilidade de questionamentos, e onde a culpa pelos erros, ou até crimes, cometidos pelo homem sempre é da mulher... Acompanhamos todos os dramas e os horrores pelos quais Offred passa como Aia, assim como flashbacks de seu passado mostram como a liberdade foi sendo extinta de forma gradual enquanto uma guerra civil iminente desencadeou todas as mudanças.
Offred acredita que Luke, seu marido, está morto, mas ela ainda tem esperança de reencontrar a filha que fora levada, Hannah, e somente por esse motivo ela decide enfrentar esse destino terrível em meio aos Waterfords, principais figuras que colaboraram na elaboração do golpe, das novas leis, e no então surgimento da República de Gileade.


A série retrata de forma bastante assustadora e revoltante como a opressão, a intolerância e, principalmente, o fundamentalismo religioso na política são utilizadas como estratagema para extinguir direitos em prol da uma minoria que detém o poder. Minoria esta que não é apenas corrupta, mas também hipócrita, já que suas atitudes não condizem com o que eles impuseram ao povo e a si mesmos.
Uma aproximação ou envolvimento mais íntimo com a Aia, desde olhares ou toques que vão além da Cerimônia, é passível de severa punição caso sejam pegos ou denunciados, mas a maioria dos comandantes se deixa envolver com a desculpa de que "a carne é fraca", ou ainda culpam a esposa por colocá-los nessa situação, mesmo que sejam tementes a Deus e saibam mais do que ninguém o significado de pecado.


Além dos dramas de Offred, há também os conflitos que Fred e Serena Waterford enfrentam. Fred vive assombrado pelo suicídio da Aia anterior e tenta evitar que Offred tenha o mesmo destino sendo "gentil" com ela, e Serena, que, ao lado do marido, ajudou a fundar a República de Gileade, agora tem que se conformar em não passar de uma mera esposa vivendo à sombra do marido. Tudo isso a tornou uma mulher amargurada e frustrada por não poder ser mãe, de modo que a cada menstruação de Offred, ela não hesita em agradí-la e castigá-la, e não se importa em recorrer a meios proibidos para conseguir o que quer.


Obviamente com tamanha opressão, é de se esperar que haja conspirações e grupos de resistência que vão contra esse regime, mas pelo fato de tudo ser proibido e as condenações serem as piores possíveis, as coisas são muito sutis, discretas e vão evoluindo aos poucos sem que haja, de fato, uma resolução. Pelo menos não ainda nesta primeira temporada.

O uso das cores para identificar a função de cada um na sociedade combinou bem com a proposta de "limpar" o país da sujeira, organizando tudo de forma que qualquer um que olhe já saiba quem é quem. As Aias se vestem de vermelho, as Marthas de cinza, as Tias de marrom, as Esposas de azul-turqueza, e os membros d'Os Olhos de preto, sempre armados com metralhadoras. Esse elemento deixou a fotografia rica e cheia de constrastes, pois as cores são sempre bem vivas e se destacam em meio aos cenários.


Num país onde mal se tem o direito de falar, o que resta é expressar os sentimentos mais profundos através do olhar, e isso foi um fator essencial na atuação dos atores. As expressões lhes dão um ar de mistério, morbidez, constrangimento e sofrimento, mas nunca de felicidade, dando muito mais credibilidade para que a situação em que vivem se tornasse convincente e crível.

The Handsmaid's Tale é um convite à reflexão sobre o quão frágil a sociedade pode se tornar ao ser privada de direitos e liberdade quando sucumbida à opressão, o fanatismo e a intolerância religiosa.

O Hulu não está disponível no Brasil e não há confirmação de um possível canal que tenha comprado os direitos de exibição da série. A segunda temporada já foi confirmada e está prevista para estrear em 2018.

Resumo do Mês - Julho

1 de agosto de 2017


Ainda em ritmo de festa pós-parto, continuo um pouco enrolada com as pendências bloguísticas, mas até que já dei jeito em algumas na medida do possível.
Não ando entrando em Facebook pra não me distrair e nem perder o foco quando consigo sentar aqui pra poder escrever alguma coisa, então o tempo que fico longe do pc, quando não fico por conta do Ian, esse pacote gordo, estou pondo a leitura em dia ou me afundando em séries. Assisti The Handmaid's Tale semana passada e tô de ressaca até hoje. A crítica inclusive já foi programada e vai ao ar amanha, então não deixem de conferir porque é uma série super relevante nos dias de hoje e que realmente vale o tempo.

Lucas foi pros EUA a trabalho e vai ficar um bom tempo por lá. Posso falar que, mesmo super feliz pela conquista dele, já tô com saudades dele aqui nesse cantinho? Enquanto ainda não bolo um esquema para recrutar colaboradores (por falta de tempo e coragem), minha amiga Denise, do blog Eu Pratico Livroterapia, veio aqui pro LC me dar um help com as resenhas atrasadas, e até com as críticas de filmes/séries, e não poderia estar mais agradecida e feliz pela ajuda que ela anda me dando. Não tenho nem palavras pra agradecer.
Mas chega de ladainha e chororô, bora ver que que fizemos esse mês aqui no blogdoce:

♥ Resenhas
- O Bom do Amor - Chris Melo  e Laís Soares
- Mestre das Chamas - Joe Hill
- A Rosa e a Adaga - Renée Ahdieh
- A Ordem dos Clarividentes - Samantha Shannon
- Ninguém Nasce Herói - Eric Novello
- As Tumbas de Atuan - Ursula K. Le Guin
- Quinze Dias - Vítor Martins
- Graça Infinita - David Foster Wallace
- A Química que Há Entre Nós - Krystal Shuterland
- Três Coroas Negras - Kendare Blake

♥ Na Telinha
- Okja
- O Mínimo Para Viver
- O Estranho Mundo de Jack

♥ Caixa de Correio de Julho