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Novidades de Outubro - Globo Alt

10 de outubro de 2017

Um Trono Negro - Três Coroas Negras #2 - Kendare Blake

A batalha pela coroa já começou, mas qual das três irmãs triunfará? Após os inesquecíveis acontecimentos da Cerimônia da Aceleração e com o Ano da Ascenção em andamento, as apostas mudaram Katharine, outrora a irmã mais fraca, agora está mais forte do que nunca. Arsinoe, após descobrir a verdade sobre seus poderes, deve aprender a usar seu talento secreto a seu favor, sem que ninguém descubra. E Mirabella, antes a favorita para o trono, enfrenta uma série de ataques enquanto vê a fragilidade de sua posição. Em meio ao perigo constante, alianças serão formadas e desfeitas na fantástica continuação de Três coroas negras. As rainhas de Fennbirn terão que combater a única coisa no caminho entre elas e a coroa umas às outras.

Histórias de Meu Romeu - Leisa Rayven

Os casais mais sexy, hilários e apaixonantes de Leisa Rayven estão de volta em três contos inesquecíveis:
Cassie e Ethan estão noivos e apaixonados como nunca. Eles estão indo passar o Natal na casa dos Holt e, apesar de Cassie insistir em cozinhar para a ocasião, todo o resto parece perfeito. Isso até que um fantasma do passado regressa para fazê-los questionar: o amor deles é mesmo maior do que tudo?
Elissa e Liam estão há meses sem se ver, cada um trabalhando em um canto do mundo. Mas Liam está preparando uma surpresa incrível (e sexy!) para sua noiva. Eles vão partir em uma viagem de férias, mas Elissa ainda não sabe o destino. Chegando lá, os dois terão muito mais surpresas do que esperavam...
Josh e Angel também estão longe um do outro por causa do trabalho, e ele não sabe lidar com o ciúme de vê-la contracenando com outro homem. Sua insegurança faz com que Josh invista mais em seu corpo, e ele exibirá sua nova aparência na épica festa à fantasia de Ano-Novo de Marco, onde estará todo o pessoal da Grove. Até a meia-noite chegar, ele perceberá, vestido de super-herói, que tem superpoderes que nem imaginava.

Moletom - Julio Azevedo

Em 'Moletom', Julio Azevedo — o jovem autor da página de mesmo nome do Facebook — mostra, por meio de uma narrativa envolvente e ilustrações poéticas, que não adianta tentar fugir dos problemas: eles nos perseguem até que os encaremos de frente. Seu protagonista, Pedro, está fugindo de algo. Ele acaba de chegar em uma nova cidade, onde ficará hospedado na casa da tia por algum tempo, e essa mudança representa para ele um recomeço, um escape de algo que está causando uma grande angústia. Assim que chega a esse novo ambiente, no entanto, ele conhece Lucas, um garoto que despertará exatamente os sentimentos que ele estava tentando evitar.

Novidades de Agosto - Globo Alt

3 de agosto de 2017

Mr. Romance - Leisa Rayven

Max Riley pode fazer com que as fantasias mais incríveis ganhem vida: sob o alter-ego de Mr. Romance, ele pode ser um bilionário dominador, um bad boy inocente, um geek sexy ou qualquer outro homem que satisfaça os desejos das mulheres solitárias da alta sociedade de Nova York. No entanto, nada disso envolve sexo: são apenas encontros inesquecíveis. Intrigada com a lenda urbana de Mr. Romance, a jornalista Eden Tate está determinada a publicar uma matéria revelando sua identidade e suas artimanhas. Desesperado para proteger seu anonimato, Max desafia Eden a ter com ele três encontros: se ela não se apaixonar por ele, poderá publicar a matéria. Caso contrário, deverá esquecer a história. Eden não tem dúvidas de que conseguirá resistir a todos os falsos personagens de Mr. Romance, mas será que é seguro entrar no jogo do maior mentiroso de todos?

Química Perfeita - Simone Elkeles

Brittany e Alex são de mundos opostos: ela é a menina perfeita com um futuro brilhante pela frente, ele o membro de uma gangue perigosa que não tem nada a perder. Os dois não teriam nenhum contato um com o outro, se não tivessem sido forçados a ser parceiros nas aulas de química do último ano. Alex sabe que qualquer relação que Brittany tenha com ele pode colocar em risco sua reputação impecável de boa aluna e namorada dedicada e, por orgulho e diversão, aposta com os amigos que consegue fazer com que ela saia com ele. No entanto, quanto mais se aproximam, mais fica evidente que eles têm algo em comum que ninguém parece perceber: nenhum dos dois é o que se esforça tanto para ser.

Contos de a Fúria e a Aurora - Renée Ahdieh

O que passava pela cabeça de Khalid antes dele conhecer Sherazade e qual foi a sua primeira impressão ao vê-la? O que ele sentiu, tempos depois, já completamente apaixonado por ela, ao ser forçado a se afastar e ver seu palácio destruído? E como Despina se envolveu e se apaixonou pelo capitão da guarda real Jalal al-Khoury? Nesses três contos, Renée Ahdieh retorna ao mundo de As mil e uma noites para dar voz a Khalid e Despina em pontos chave da história, nos envolvendo novamente nesse encantador universo de palácios, desertos e paixões avassaladoras.

Três Coroas Negras - Kendare Blake

25 de julho de 2017

Título: Três Coroas Negras - Três Coroas Negras #1
Autora: Kendare Blake
Editora: Globo Alt
Gênero: Fantasia/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 304
Nota:★★★★☆
Sinopse: Três herdeiras da coroa, cada uma com um poder mágico especial. Mirabella é uma elemental, capaz de produzir chamas e tempestades com um estalar de dedos. Katharine é uma envenenadora, com o poder de manipular os venenos mais mortais. E Arsinoe é uma naturalista, que tem a capacidade de fazer florescer a rosa mais vermelha e também controlar o mais feroz dos leões.
Mas para coroar-se rainha, não basta ter nascido na família real. Cada irmã deve lutar por esse posto, no que não é apenas um jogo de ganhar ou perder: é uma batalha de vida ou morte. Na noite em que completam dezesseis anos, a batalha começa.

Resenha: Comecei a ler o livro Três Coroas Negras, escrito por Kendare Blake e publicado pela Globo Alt, sem grandes pretensões. Meio que sabia do que se tratava: três irmãs que competiam pela coroa. Era isso! Que nada, tem muito mais!

Uma Rainha gera trigêmeas, cada uma com uma dádiva. Elas vivem juntas até os seis anos de idade, quando são separadas e criadas em outros lugares, com outras famílias.
Katherine vai viver em Greavesdrake Manor, com Natalia e sua irmã Genevieve. Ela é uma envenenadora. Consegue envenenar e consumir vários venenos sem morrer.
Arsinoe, uma naturalista que vai viver com Jules e sua mãe em Wolf Spring. Sua dádiva faz com ela faça florescer, amadurecer frutos e controlar animais.
E Mirabella, uma elemental que consegue controlar os elementos. Pode criar tempestades incríveis, controlar o fogo, a água e a terra. Foi viver em Rolanth com Luca, outra elemental.

Cada uma das irmãs vai viver no lugar onde o povo local tem a mesma dádiva, para poder treinar as meninas de maneira adequada. Neste treinamento, elas aprendem, inclusive, a odiar as irmãs, porque não podem ter bons sentimentos por elas pois a irmã que se revelar mais forte será a que de fato se tornará A Rainha, que tem como primeiro, e mais importante, objetivo, assassinar as duas irmãs mais fracas.

Elas estão com dezesseis anos, têm um ano para o prazo final, para, finalmente, uma delas ser coroada. Sem contato e sem mais se reconhecerem, as trigêmeas treinam suas dádivas e seu ódio. A mais forte até então é Mirabella. Porém, por três gerações, os envenenadores estão no poder e é assim que todos querem que continue. Todos os envenenadores, claro!

Tempos antes, há uma espécie de reunião onde cada uma vai mostrar seus poderes, e quem ainda não os conquistou, vai ter que dar um jeito de enganar as outras. Por causa de uma manobra política muito bem feita, cada uma pensa o pior da outra, cada uma delas pensa que a outra é mais forte e cada uma delas vai fazer de tudo, tudo mesmo, para superar as irmãs!
Na tal reunião, tudo desanda. Traidores surgem, tentativas de assassinato acontecem, e quem a gente acha que está de um lado, está de outro. Uma confusão acontece, e se o ódio que elas sentiam entre si era grande, tudo mudou. Nesta reunião, máscaras caem e outras surgem, uma trama muito bem arquitetada se consolida, e me parece que tudo ruiu mais por sorte do que por arquitetação política.

Mas gente, que livro é esse??? Ainda não sei se amei ou odiei. Não, não odiei, fiquei surpresa isso sim, porque agora eu quero ler a sequência e... cadê ela???  Uma coisa que me incomodou foi que essas meninas são tomadas por rainhas, tratadas como tal e ao mesmo tempo, maltratadas por suas tutoras pois a única coisa que interessa é o poder. É o objetivo de que a sua rainha seja a mais forte sem medir consequências é o que importa.

Há uma trama política maior do que parece. Eu fiquei com a impressão de que o jogo nem começou e daqui pra frente a coisa vai piorar. Queria que essas meninas se unissem e espero mesmo que isso aconteça, apesar de não ver sinal nenhum disso aqui.

A leitura não é leve, é tudo bem intrincado, bem emaranhado e quando achamos que a história está tomando um rumo, ela vira para outro lado, porém é fluída e prende a gente. O início é bastante explicativo para que o leitor possa ser introduzido a este universo e isso pode ser um pouco cansativo, mas no decorrer da leitura o ritmo melhora bastante. A autora soube trazer um tema pesado de uma forma agradável de ler e a cada hora nos vemos torcendo para uma das irmãs. Sinceramente, terminei o livro sem saber por qual delas torcer.

Cada capítulo traz o ponto de vista de uma das irmãs e isso nos deixa a vontade para conhecê-las, amar ou odiar cada uma delas e suas tutoras!
Achei a capa muito bonita e condizente com o conteúdo do livro. A diagramação é ótima, as páginas são amarelas e não percebi erros durante a leitura.

A leitura é indicada não somente para os fãs de fantasia, mas também para aqueles que procuram por livros que trazem críticas sociais, religiosas e políticas, assim como levanta a questão do amor fraternal dissolvido em prol da busca pelo poder.

A Química que Há Entre Nós - Krystal Sutherland

24 de julho de 2017

Título: A Química que Há Entre Nós
Autora: Krystal Sutherland
Editora: Globo Alt
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Sinopse: Grace Town é esquisita. E não é apenas por suas roupas masculinas, seu desleixo e a bengala que usa para andar. Ela também age de modo estranho: não quer se enturmar com ninguém e faz perguntas nada comuns.
Mas, por algum motivo inexplicável, Henry Page gosta muito dela. E cada vez mais ele quer estar por perto e viver esse sentimento que não sabe definir. Só que quanto mais próximos eles ficam, mais os segredos de Grace parecem obscuros.
Mesmo que pareça um romance fadado ao fracasso, Henry insiste em mergulhar nesse universo misterioso, do qual nunca poderia sair o mesmo. Com o tempo, fica claro para ele que o amor é uma grande confusão, mas uma confusão que ele quer desesperadamente viver.

Resenha: A Química que Há Entre Nós é o primeiro romance da escritora australiana Krystal Sutherland.
O livro conta a história de Henry Isaac Page, um adolescente de dezessete anos que está no último ano do ensino médio. Ele tem o dom para a gramática e está interessado no cargo de editor do jornal da escola há anos. Quando ele finalmente consegue, não contava que teria que dividir a responsabilidade com outra pessoa, mas que nega a oferta... Grace Town. Grace é muito diferente das outras meninas da escola. Ela tem um comportamento estranho e até sombrio, sempre está desleixada aparentando estar doente, usa roupas masculinas folgadas que não lhe servem, manca e ainda usa uma begala pra andar. E mesmo assim, inexplicavelmente, Henry se sentiu atraído pela menina cuja aparência encobre vários mistérios. Grace é uma incógnita e isso só faz com que Henry queira saber o que a levou a ficar assim, e a medida que ele se envolve e começa a conhecê-la melhor com intuito de desvendá-la, seus sentimentos só aumentam e, quando menos espera, ele se vê apaixonado. Mas será que quando a verdade vier à tona as coisas vão melhorar?
"Então esta, com certeza, não é uma história de amor à primeira vista.
Mas esta é uma história de amor.
Bom.
Mais ou menos."
- Pág. 8
Esse é aquele tipo de livro que se ama ou se odeia. É difícil ficar no meio termo, seja pelo desenvolvimento da história no que diz respeito às motivações dos personagens, quanto pelo estilo orgânico de escrita cheia de expressividade da autora e que lembra muito John Green (e olha que não sou fã de John Green, mas virei fã de Krystal Sutherland).

Narrado em primeira pessoa, Henry conversa com o leitor ao descrever os acontecimentos e revelar o que está sentindo de forma bastante dinâmica. Há inúmeras frases de impacto, do tipo que é possível fazer um apanhado e dedicar uma postagem só pra elas, e através delas podemos refletir sobre nossa forma de enxergar o mundo, as pessoas que nos rodeiam, como levamos nossa vida, e claro, o amor.

A trama foge de clichês e é até bastante imprevisível. O próprio relacionamento de Henry e Grace não é trabalhado de forma que faça com que alguém pense que tudo vai ficar bem. É uma relação complicada e pouco saudável, onde somente um dos lados está disposto a fazer a coisa dar certo enquanto o outro está quebrado demais pra conseguir retribuir e tornar o sentimento recíproco. E quando o mistério sobre Grace, enfim, é revelado, a sensação é de choque e incredulidade. Não que o conceito de amor tenha sido deturpado, mas, nessas circunstâncias, o sentimento veio pra pessoa certa, só que da forma errada, e desde o princípio Henry sabia disso...
Parece uma história desgraçada de infeliz, mas não se enganem. Da mesma forma que ela é triste, também nos arranca risadas com diálogos e situações carregados de sarcasmo e muito engraçados. Henry é impagável e, mesmo que prove que quando tudo parece estar perdido ainda pode piorar, ele consegue ter humor o bastante para continuar levando as coisas da melhor forma possível, mesmo que isso seja incrivelmente doloroso.

Eu gostei dos personagens secundários, da mensagem bacana sobre amizade verdadeira e do conceito de família unida para que houvesse outros pontos da vida dos personagens a serem explorarados de forma mais ampla. Assim, houve um equilíbro com os temas abordados, mostrando que, apesar de estarem vivendo um momento único e difícil, os personagens possuem raízes, uma história e uma vida que não se concentra em um lugar ou uma pessoa só, o que permite que novas subtramas possam ser desenvolvidas.

Um ponto que achei mais do que válido ressaltar é a respeito do título do livro, que talvez possa ser interpretado como a química entre um casal de personagens e etc, mas ao meu ver, depois de tudo que li e pude absorver, acho que seria só um termo para descrever o amor como uma reação química que acontece com alguém, mas não necessariamente ao mesmo tempo que acontece com outra pessoa, ou com a mesma intensidade. E como toda reação, ela pode ter forças para crescer, desde que haja o devido impulso, ou simplesmente se extinguir.

Pra quem procura por uma história sobre amor, o que é diferente de uma história de amor, seja para refletir, questionar ou apenas saber o quanto é difícil conseguir se libertar, principalmente quando há conformidade e a vida se torna vazia e estagnada, é recomendado, mesmo que isso possa soar um tanto mórbido... A Química que Há Entre Nós é um livro que aborda perdas inesperadas, corações partidos e a incapacidade de superação, mas acima disso, a vontade de se tentar consertar uma alma em pedaços em busca de libertação.

Quinze Dias - Vitor Martins

14 de julho de 2017

Título: Quinze Dias
Autor: Vitor Martins
Editora: Globo Alt
Gênero: Young Adult/Literatura Nacional
Ano: 2017
Páginas: 208
Nota:★★★★★
Sinopse: Felipe está esperando por esse momento desde que as aulas começaram: o início das férias de julho. Finalmente ele vai poder passar alguns dias longe da escola e dos colegas que o maltratam. Os planos envolvem se afundar nos episódios atrasados de suas séries favoritas, colocar a leitura em dia e aprender com tutoriais no Youtube coisas novas que ele nunca vai colocar em prática.
Mas as coisas fogem um pouco do controle quando a mãe de Felipe informa que concordou em hospedar Caio, o vizinho do 57, por longos quinze dias, enquanto os pais dele estão viajando. Felipe entra em desespero porque a) Caio foi sua primeira paixãozinha na infância (e existe uma grande possibilidade dessa paixão não ter passado até hoje) e b) Felipe coleciona uma lista infinita de inseguranças e não tem a menor ideia de como interagir com o vizinho.
Os dias que prometiam paz, tranquilidade e maratonas épicas de Netflix acabam trazendo um turbilhão de sentimentos, que obrigarão Felipe a mergulhar em todas as questões mal resolvidas que ele tem consigo mesmo.

Resenha: Felipe é um jovem de dezessete anos, gordo, gay, que adora boy bands e está terminando o ensino médio. Desde o primeiro dia de aula ele já vinha fazendo uma contagem regressiva para as férias de julho para ficar livre da escola e dos outros estudantes, que sequer poderiam ser chamados de colegas, já que insistiam em fazer piadinhas de mau gosto com ele.
Maratonar séries na Netflix, colocar a leitura em dia e assistir videos no Youtube eram seus planos para os exatos vinte e dois dias de férias, mas tudo desanda quando sua mãe o avisa de que Caio, o vizinho do 57, ficaria hospedado em sua casa enquanto seus pais estivessem viajando.
Os planos de Felipe vão por água abaixo já que agora ele não vai poder ter paz e sossego, mas pior do que isso, vai ser lidar com seus conflitos internos. Felipe não sabe nem como interagir com Caio, e tudo fica ainda mais difícil porque o garoto foi seu crush desde a infância e ainda mexe com seu coração.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Felipe, o que nos permite participar de suas experiências e ficar por dentro de seus pensamentos mais íntimos. A escrita do autor também é bem fluída e descomplicada, bem estruturada e bem gostosa de se acompanhar. Há referências da cultura pop e uma abordagem mais do que relevante para os conflitos enfrentados pelo protagonista.
Felipe é um personagem que representa com bastante realidade os jovens em condições parecidas com as dele. Ele tem dificuldades para se socializar, é ansioso, inseguro e tem problemas de autoestima e confiança. A presença de Caio mexe com ele de tal forma que ele começa a ter novas percepções pra própria vida, e a mensagem de amor e amizade que fica é memorável.

Embora a temática LGBT da trama seja tratada com a devida naturalidade, o foco maior fica sobre seu problema de autoestima por estar acima do peso, e como grande parte da sociedade ainda é gordofóbica. Através de Felipe, o autor consegue mostrar com uma produndidade e delicadeza a realidade das pessoas que se sentem desconfortáveis com seus corpos por não conseguirem deixar de considerar o que os outros pensam sobre elas, e isso faz com que o leitor reflita sobre esse tipo de preconceito, que sempre vem disfarçado de piadinhas cruéis e brincadeiras de mau gosto, como forma de amenizar sua gravidade, e sem pensar que os alvos dessas palhaçadas tem sentimentos.

Recomendo muito a leitura de Quinze Dias. O romance é fofo e divertido, a história de superação é inspiradora, e a ideia da reflexão sobre inseguranças e aceitação é muito importante. As pessoas querem ser aceitam como são, sem se preocupar com o que os outros vão pensar sobre elas...

A Rosa e a Adaga - Renée Ahdieh

9 de julho de 2017

Título: A Rosa e a Adaga - A Fúria e a Aurora #2
Autora: Renée Ahdieh
Editora: Globo Alt
Gênero: Romance/Releitura
Ano: 2017
Páginas: 364
Nota:★★★★☆
Sinopse: Inspirada nos clássicos contos do livro As mil e uma noites, produzidos entre os séculos XII e XVI, Renée Ahdieh criou uma história que conquistou leitores e chegou ao topo da lista de best-sellers do New York Times. A rosa e a adaga conclui o enredo de romantismo, traição, intrigas e mistério iniciado em A fúria e a aurora.
A jovem Sherazade chegou a acreditar que seu marido, Khalid, o califa de Khorasan, fosse um monstro. Mas por trás de seus segredos, ela descobriu um homem amável, atormentado pela culpa e por uma terrível maldição, que agora pode mantê-los separados para sempre. Refugiada no deserto com sua família e seu antigo amor, Tariq, ela concentra forças para quebrar a maldição e voltar a viver com seu verdadeiro amor.
Com uma narrativa envolvente e repleta de referências à cultura árabe, a autora desenvolve um universo de intriga política, magia negra e relações complexas. Os personagens, que em A fúria e a aurora já haviam conquistado o coração dos leitores, tornam-se ainda mais marcantes, profundos e sedutores.

Resenha: O segundo e último volume da duologia de Renée Ahdieh fecha com excelência a história de Sherazade. A Fúria e a Aurora foi um bom livro, mas a história pareceu carecer de algum ingrediente. A Rosa e a Adaga traz, em pouco mais de trezentas e cinquenta páginas, uma escrita muito bem feita, mostrando uma marca da autora e exemplificando como é possível elevar o nível para encerrar a trama com maestria. Um conteúdo onde não é preciso tirar nem pôr.

Enquanto no primeiro livro a trama se passou praticamente no castelo, em A Rosa e a Adaga Sherazade está num acampamento no deserto, juntamente de sua irmã Irsa, e seus amigos Rahim e Tariq. Agora a personalidade da protagonista está muito mais acentuada e as intenções dela são bem mais definidas. Ela é tipo de mulher decidida e em muitas passagens ela se mostra bad ass e nada submissa aos homens. Houve um desenvolvimento visível nela em relação ao passado. Além do tapete voador (sim! ele existe), ela merece um tapete vermelho por onde passa.

O amor de Khalid e Shazi está mais forte do que nunca e agora ele é mais crível do que no livro antecessor. Renée demorou um pouco para desenvolver a relação dos dois anteriormente e isso deixou o amor meio raso, mas nesta sequência é tudo intenso e mais bonito. A história é recheada de frases de efeito (para suspirar), juras de amor eterno e momentos de ternura. Envolto em tudo isso também há muito drama e lágrimas. É interessante ver como a autora cria paralelos na trama para trabalhar cada tema separadamente. Os capítulos soam como contos sendo contados separadamente, mas que se encaixam de alguma forma. Cada personagem recebeu sua devida atenção e suas importâncias são mostradas pela autora.

Um pequeno triângulo amoroso existe entre Khalid, Sherazade e Tariq. Mesmo com um amor tão reafirmado por Khalid, o jovem Tariq não desiste de ir atrás do amor de sua amada. Graças a este sentimento, há uma cena carregada de pura emoção que se tornou um dos pontos altos da história. Irsa também ganhou destaque na história e protagonizou um dos momentos mais bonitos de A Rosa e a Adaga. A maturidade dos personagens é além do esperado e isso torna a história muito mais agradável.

Foi formidável que Ahdieh trabalhou o desfecho da duologia, sem deixar pontos abertos e não floreando tudo ao ponto de se perder. Tem misticismo, um amor quase impossível, aventura com mulheres a frente de tudo, e outros elementos interessantes para atrair o leitor. O melhor, sem dúvida, foi guardado para o final. Muitos fatos acontecem e Renée surpreendeu com um acontecimento digna da história de Shazi. Ao fechar a última página, a sensação é de ter despertado de um verdadeiro contos de fadas. Leitura mais que recomendada.


Adeus, Tóquio! - Cecilia Vinesse

9 de maio de 2017

Título: Adeus, Tóquio!
Autora: Cecilia Vinesse
Editora: Globo Alt
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2017
Páginas: 264
Nota:★★★★☆
Sinopse: Sophia tem apenas uma semana em Tóquio antes de voltar a morar nos Estados Unidos. Sete dias para dizer adeus à cidade que a acolheu e que lhe deu seus únicos amigos: Mika, uma menina completamente louca e inquieta, e David, por quem ela mantém uma semi secreta atração.
Para tornar a situação ainda mais difícil, Jamie Foster-Collins, um garoto com quem Sophia teve um grande mal entendido no passado, está de volta ao Japão, atrapalhando todos os seus planos para os últimos dias antes da despedida.
Entre caraoquês, comidas exóticas e cabelos coloridos, Sophia inicia a contagem regressiva do tempo que ainda resta para resolver todas as questões emocionais que a mantém ligada a essa cidade viva, elétrica e tão apaixonante.

Resenha: Sophia Wachowski é uma garota de dezessete anos que está de mudança. Ela mora em Tóquio há alguns anos e foi lá que, pela primeira vez, fez dois amigos inseparáveis, David e Mika. Sophia nutre uma paixão secreta por David, mas sabe que ele só quer saber mesmo de curtição. Depois de, finalmente, ter se acostumado com a vida lá, vai ter que voltar com a mãe e a irmã para Nova Jersey, nos Estados Unidos. A mudança será daqui a sete dias, e com esse pequeno prazo em mente, ela percebe que deve aproveitar ao máximo cada momento que Tóquio poderia lhe oferecer.
De outro lado, Jamie Foster-Collins, que também costumava ser parte do grupinho de amigos, está de volta a cidade após ter sido mandado para um colégio interno em outro país e, sabendo disso, Sophia não só decide sair com os amigos e turistar pela cidade para curtir seus últimos dias, mas também resolver algumas pendências, tanto com relação a mágoa deixada por Jamie antes dele ter ido embora, quanto ao seus sentimentos que se tornaram um turbilhão após o retorno inesperado do ex-amigo...
E nessa contagem regressiva, Sophia poderá descobrir que o que dá sentido a vida talvez seja exatamente aquilo que tentamos evitar.

Narrado em primeira pessoa, a história é bem simples, leve e divertida, levantando questões e dramas típicos da adolescência em meio a uma escrita descomplicada e bastante fluída.
Os personagens foram bem construídos de acordo com seus propósitos e representam com bastante fidelidade as questões e os conflitos dos adolescentes que estão nessa transição pra fase adulta, logo é comum serem irritantes, imaturos, se acharem donos da razão mesmo quando estão errados e afins, e o caso de Sophia é delicado, principalmente por ela ter que lidar com a ideia de dar adeus a tudo o que ela é tão apegada pra partir rumo ao desconhecido.
Aqui vemos de tudo, desde personagens imbecis que se aproveitam do que tem para tirar vantagem dos outros, até aquelas que sabem o real significado da palavra sororidade, mas pra mim o melhor foi o desenvolvimento do relacionamento entre Sophia e sua irmã, Alison. Através de suas interações e a forma como lidam com as próprias crises, acompanhamos seus dilemas sobre o significado de lar e de como é importante ter o apoio da família para superar os problemas ao se depararem com alguma situação difícil e que tráz ansiedade.

Talvez a autora tenha se inspirado na própria experiência ao ter criado essa história (vide orelha do livro), retratando uma garota que, embora tenha nascido no japão, não se considera japonesa por seu pai ser francês e sua mãe polonesa, mas se considera americana por ter sido criada lá desde bebê até se mudar outra vez, falando inglês e tudo mais, o que já indica um conflito acerca da origem da protagonista. Somando isso a questão de se ter poucos amigos, estar sempre viajando a ponto de não ter sido capaz de identificar o que ela poderia chamar de lar, e ainda precisar abrir mão do que faz parte de sua rotina, faz com que Sophia seja obrigada a sair de sua zona de conforto, criando um arco que traz uma abordagem bem relevante sobre aceitação e desapego, mas também trabalhando temas como despedidas, desentendimentos, reencontros e perdão.

Então, apesar de Sophia ter seus defeitos, o que a torna uma personagem bem próxima da nossa realidade, eu senti uma empatia pela garota. Ela tem seus momentos de ingenuidade, egoísmo, receio, determinação e outros tão diferentes entre si, mostrando sua forma de lidar com as mudanças que vieram e são inevitáveis, e pelo tempo ser curto, o tempo acaba sendo um momento que ela tem pra refletir e aprender muto de si mesma.

O que mais me surpreendeu no livro foi o fato de ele ser relativamente curto, se passar em apenas sete dias e ainda ter uma enorme quantidade de acontecimentos que são responsáveis por mudar totalmente a vida de Sophia.
A única coisa que não entendi muito bem foi a ambientação da história, pois há casos em outros livros que o cenário funciona como um personagem propriamente dito, fazendo da leitura uma grande viagem, mas isso não acontece aqui. Ter Tóquio como pano de fundo e me deparar com menções de alguns locais famosos sem que haja um aprofundamento em detalhes ou na cultura do Japão, fez com que o lugar não tenha a devida importância para o desenvolvimento do enredo, e digo isso no sentido de que a mesma história poderia se passar em qualquer outro lugar sem comprometer os acontecimentos. Outra coisa é que os personagens são todos americanizados, sem que haja nenhuma representação sequer de alguém que seja japonês, o que reforça ainda mais a falta de importância da cidade.

Enfim, pra quem procura por uma leitura descomplicada que tráz uma mensagem fofa sobre se encontrar, é super indicado.

#Fui - Viviane Maurey

15 de abril de 2017

Título: #Fui
Autora: Viviane Maurey
Editora: Globo Alt
Gênero: Young Adult/Literatura Nacional
Ano: 2017
Páginas: 360
Nota:★★★★☆
Sinopse: Lully vai viajar!
E não é uma viagem qualquer: ela vai passar quatro meses em um intercâmbio nos Estados Unidos e mal pode aguentar tanta ansiedade. Vai ser a primeira vez que ela vai passar tanto tempo longe de casa, ver neve e aproveitar todas as maravilhas que o País do Cheesebúrguer pode oferecer… A única parte difícil é esconder toda essa animação de seu namorado, Eric, que está compreensivelmente enciumado e nada satisfeito com o fato de a namorada ir viver tanta coisa nova longe dele.
Logo nos primeiros dias em Lake Tahoe, Lully já descobre qual será sua rotina: MUITA neve no hotel onde vai morar, MUITA neve na estação de ski onde vai trabalhar e MUITA neve para gelar as cervejas das festas que os novos amigos não cansam de organizar. É tudo muito diferente da vida que levava no Brasil, mas, apesar de às vezes parecer difícil se adaptar, Lully está se dando muito bem.
Mas isso é só até ela se ver obrigada a fazer uma escolha determinante para o resto de sua vida. A viagem acaba revelando o quanto suas certezas e seguranças podem ser frágeis, e que quem parte em uma grande jornada, dificilmente voltará a ser a mesma pessoa de antes…

Resenha: Lully tem vinte e dois anos e está prestar a partir para os Estados Unidos para fazer um intercâmbio com duração de quatro meses. Ela agarra a oportunidade que tem, mas pra isso precisa deixar sua família e seu namorado no Brasil. E através da viagem, Lully vai passar por vários momentos de adaptação, fazer novos amigos, aprender muitas coisas novas, ter contato com a neve, e se ver diante de escolhas que não esperava ter que fazer. Lully abre mão uma vida tranquila e segura para encarar uma jornada cheia de aventuras e desafios, mas também de crescimento pessoal e autoconhecimento.

Narrado em primeira pessoa, Lully vai descrevendo seu dia-a-dia de forma espontânea, mostrando que ela é gente como a gente. A escrita da autora tem um ritmo agradável e flui muito bem.
Um dos pontos altos do livro é a ambientação e os cenários, pois são importantes no desenvolvimento da história. Tudo é muito bem descrito e detalhado, e isso enriqueceu muito a trama ao mostrar uma personagem tendo uma experiência nova e diferente com o clima gelado e a neve, fazendo o leitor sentir o gostinho do que Lully está vivendo e sentindo.
A parte do intercâmbio também foi muito bem trabalhada, com explicações de como funciona e como é a vida de alguém que faz uma viagem desse tipo, desde o procedimento para se conseguir um visto até os dramas que envolvem a saudade de casa.

Não posso deixar de falar sobre o projeto gráfico desse livro. A capa em aquarela fazendo um degradê de azul, roxo e rosa representa o cabelo de Lully, que é tingido nessas cores, e forma um fundo lindo pros floquinhos de neve que estão espalhados por ela. A diagramação também é super caprichada. Cada início de capítulo é datado e tem um símbolo de sol ou de neve de acordo com a temperatura. O livro também é dividido em partes, com páginas pretas e letra branca, que indica as fases da vida da protagonista.

Eu gostei de Lully, mas tive algumas ressalvas com relação a personalidade dela. Ela é espontânea e bem humorada, gosta da cultura nerd e geek, reclama das coisas que odeia (tipo o calor infernal), divaga sobre assuntos nonsense (daqueles que imaginamos que ninguém mais pensa) e, por causa do intercâmbio, precisa se adaptar às pessoas e a nova vida, e embora ela tenha todo esse estilo gente boa, senti que houve uma tentativa de forçar a barra ao torná-la uma personagem engraçada, o que é diferente de ser bem humorada, e descolada em alguns pontos. Talvez um público mais adolescente goste, mas eu particularmente não achei graça nenhuma em grande parte das suas piadinhas ou cenas "cômicas" que, supostamente, deveriam ser engraçadas, e nem achei necessário ela usar termos com hashtags (o próprio título do livro já é um exemplo) ou frases em inglês com tanta frequência em seus diálogos ou pensamentos como se isso fizesse dela alguém mais "cool" (e "sorry" pelo trocadilho infame). A medida que a história progride isso vai mudando e comecei a achar a personagem mais divertida, principalmente quando ela deixa de tentar ser engraçada. Fora isso, eu até que me identifiquei com ela em algumas situações e até com algumas de suas atitudes, e fiquei admirada pela sua coragem de viajar sozinha pra outro país, aproveitando a chance que teve, saindo de sua zona de conforto sem medo e pronta para viver uma experiência incrível, seguindo seus sonhos.

E acho que #Fui é um livro que fala exatamente disso, sobre arriscar quando a oportunidade bate a porta, sem se deixar levar pelo comodismo de uma vida que proporciona segurança, mesmo que estejamos apegadas a isso, pois tudo vai funcionar como um aprendizado a mais em nossas vidas, nos fazendo ter outras percepções das coisas, e nos tornando pessoas cada vez melhores. E tudo isso vale a pena. É um livro fofo, que levanta questões consideráveis sobre aceitar mudanças, fazer decisões e arriscar, trazendo reflexões sobre como estamos levando nossas vidas ao ficarmos diante de grandes oportunidades, e mostrando que são as nossas escolhas que nos definem.

Ao finalizar a leitura me peguei pensando sobre minha situação de sempre ficar em casa sem sair ou fazer nada além de me dedicar a rotina tediosa da casa e aos filhos. E confesso que soltar um #Fui me faz muita falta e não seria má ideia... ;)

Boston Boys - Giulia Paim

19 de março de 2017

Título: Boston Boys - Boston Boys #1
Autora: Giulia Paim
Editora: Globo Alt
Gênero: Juvenil/Literatura Nacional
Ano: 2017
Páginas: 360
Nota:★☆☆☆☆
Sinopse: O sonho de toda adolescente se realizou para Ronnie Adams: o maior astro pop da TV foi morar na casa dela. Ela deveria estar vibrando, como qualquer garota normal, mas na verdade está odiando a ideia. Ela não vê a menor graça em Boston Boys, programa sobre a vida de três integrantes de uma boyband, e acha os garotos uns babacas.
De fato, Mason McDougal se acha o máximo e está acostumado a ser recebido sempre por meninas histéricas, por isso não faz o menor esforço para ser simpático. Tendo que lidar com o egocentrismo do garoto, além da perseguição de fãs ciumentas, a vida de Ronnie vira de cabeça para baixo.
Agora ela terá que se acostumar com a stalker nº 1 dos garotos plantada em seu gramado, frequentar festas glamorosas e lidar com paparazzis, resolver uma guerra de fofocas on-line e até fazer uma viagem internacional. Em meio a tantas novas aventuras, Ronnie se envolve cada vez mais com os Boston Boys e percebe aos poucos que, no mundo da fama, nem tudo é o que parece ser...

Resenha: Henry, Ryan e Mason formam o Boston Boys, uma boyband que ganhou um programa de televisão estilo reality show e é o sonho de consumo de várias fãs. Veronica Adams, ou Ronnie, é uma adolescente de quinze anos que odeia boybands, odeia os meninos e acha todos eles uns completos babacas, mesmo que sua irmã, Mary, seja apaixonada por eles.
Até que um belo dia, numa situação mais do que improvável e inusitada, Ronnie vê seu mundo revirado de cabeça pra baixo quando Mason, o "conquistador" do grupo, vira hóspede em sua casa durante as gravações do programa. Além de aturar o garoto, que é super mimado, ela ainda vai se meter em várias confusões.

Pra ser bem sincera, talvez essa resenha possa ser interpretada mais como um desabafo do que como uma crítica, principalmente por eu ainda estar meio abismada, mesmo que tenham se passado nem sei quantos dias depois de ter finalizado a leitura. Então, vamos lá.

A história é narrada em primeira pessoa e a escrita, mesmo que com alguns furos, é bem fluída, mas receio que essa fluidez - assim como o projeto gráfico muito caprichado - seja a única coisa boa do livro.
Ronnie já começa o livro falando que é taurina, e nunca me senti tão mal representada, astrologicamente falando, na minha vida. Generalizando, prefiro ser reconhecida como "esfomeada que come até o chapisco do muro" do que "nascida pra ser feita de trouxa".
Ela está numa situação mega desconfortável, mas em vez de se "rebelar contra o sistema" e pelo menos tentar mostrar o quanto está insatisfeita, só sabe reclamar, dando a impressão de que passa 24hrs de mau humor, gritando, histérica mas, ainda assim, incompreendida por não saber e nem conseguir se expressar. No final das contas, ela se conforma e faz o que foi obrigada a fazer.

Mason é um caso sério. O sujeito parece ser um tipo de discípulo de Justin Bieber. A imbecilidade e falta de bom senso conseguem superar a beleza da criatura. Claro que há motivos e tentativas de se explicar o comportamento odioso desse moleque boçal, mas nada que tenha me convencido...

A confiança é a base da família, mas a própria mãe escondeu que saiu do emprego de analista de sistemas para ser produtora do programa Boston Boys, e só cinco longos meses depois, quando foi conveniente, ela resolveu comunicar as filhas que Mason seria hóspede na casa por "falta de lugar pra ficar". Rico e famoso, mas sem teto. Ok. E, a partir daí, a mãe que sempre foi legal, se transformou numa carrasca sem consideração que obrigava Ronnie a fazer coisas contra a sua vontade e a se submeter às situações mais ridículas que já vi, incluindo envolver um ex namorado idiota na história. E não digo mandar a filha arrumar a cama ou lavar a louça, coisas que os filhos detestam mas são mais do que a obrigação, mas aturar um desconhecido folgado e prepotente que, além de infernizá-la, ainda a faz de empregada e acha que humilhá-la é engraçado.
E isso o que a mãe faz (ou deixa de fazer) é só um pequeno exemplo que mostra que os adultos da história são completamente desprovidos de maturidade e senso, além de serem uns cretinos irresponsáveis. Se houvesse justiça no mundo, o conselho tutelar já teria entrado em ação há séculos.

Mary, a irmã de Ronnie, tem onze anos mas já é uma maníaca em potencial. Ela começa como uma fã engraçadinha e fofa, mas depois se revela uma menina tão desequilibrada e psicótica que não entendi nada. Onze anos!

Ah, e não posso deixar de falar da Piper Longshock, a fã nº 1 e obcecada pelos meninos. Ela sempre fica na espreita e nos arredores de onde eles estiverem e descobre tudo que quer, sabe-se lá Deus como. Ela inclusive se muda de cidade pra seguí-los, e começa a ameaçar Ronnie sem que ninguém perceba, e sem que haja consequências. É algo como "tem uma delinquente a solta por aí tentando me matar, mas ok". A menina é adolescente, e como assim ela se muda de cidade como se estivesse indo na padaria da esquina? E os pais dela? [insira um emoji de facepalm aqui]

Ver o trio super famoso sair andando por aí de boas, frequentando a escola comum do bairro ou dando um rolé no shopping sem terem um pedaço da roupa arrancada, ou sem saírem carregados nas costas das fãs enlouquecidas, não me pareceu muito "natural". É impossível aceitar e entender como eles saem "ilesos" da multidão enfurecida, usufruindo do direito de ir e vir como qualquer cidadão comum.

A ideia de mostrar as confusões e as mudanças na vida de uma adolescente decorrentes de uma convivência forçada com aquilo que ela mais odeia é interessante, eu admito, e poderia servir de reflexão pra várias meninas aprenderem a lidar melhor com pessoas que detestam, mas são obrigadas a aturar, seja pelo motivo que for, mas quando o desenvolvimento da história é absurdo e impossível, sem que o contexto faça qualquer jus à realidade, é um pouco difícil de engolir. Uma coisa é um livro cujo enredo sem nexo e impossível está alí de forma proposital (e eu poderia citar vários livros absurdos envolvendo o universo infantil ou adolescente que li, morri de rir e adorei), outra coisa é quando o impossível é vendido como tentativa de ser crível mas, na verdade, não é. E eu não fui capaz de comprar essa história. Sabem aquele ditado que diz que a primeira impressão é a que fica? Pois serviu direitinho nesse caso. E mesmo quando a história, que não deixou de ser incoerente em momento algum, começou a dar indícios de que melhoraria, eu já estava tão tomada pela antipatia e total falta de credibilidade da trama, que nada mais seria suficiente pra me fazer gostar. Quando li um comentário sobre o livro parecer ser uma fanfic, não imaginei que poderia levar aquilo pelo lado literal da coisa. Parece mesmo uma fanfic, e escrita sem que haja preocupação em fazer parecer verossímil. Talvez, se os personagens fossem mais velhos, muita coisa poderia ser mais aceitável, até o comportamento absurdo e doentio de Piper, mas sendo adolescentes - e dependentes dos pais -, não teve nada a ver.

Penso que houve uma tentativa de fazer dessas situações algo muito cômico e inusitado, mas não funcionou, não pra mim. Não consegui achar nada divertido ou engraçado. É como se o livro fosse feito pra não ser levado a sério, porque não é possível tanta coisa errada e de mau gosto numa história só. Diante de tantos absurdos, não consegui relevar, só consegui achar tudo muito irreal e irritante, e meu envolvimento foi zero. Olhos revirando num looping infinito.
E como se todos esses pontos negativos não fossem o bastante, ainda tem mais: A história se passa nos EUA e, teoricamente, os personagens são americanos, mas nunca vi um grupo tão abrasileirado como esse.

O fato de que não houve um romance propriamente dito me surpreendeu (pelo menos não nesse volume), mas, como esperado desde o início, existe todo aquele clichê de mocinho babaca que acaba tendo uma queda secreta pela mocinha ingênua, e ela, claro, acaba conseguindo enxergar por trás do que ele aparenta ser, e todos vivem felizes para sempre. Se esse é o fim eu não sei, mas, no meio disso tudo, muita confusão - sem cabimento - vai rolar...

Infelizmente, esta não foi uma leitura que eu tenha gostado a ponto de recomendar, mas como gosto é algo bastante subjetivo, e cada um tem o seu, talvez valha a pena investir pra se tirar as próprias conclusões...

O Garoto dos Meus Sonhos - Lucy Keating

12 de fevereiro de 2017

Título: O Garoto dos Meus Sonhos
Autor: Lucy Keating
Editora: Globo Alt
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2015
Páginas: 336
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Desde quando consegue se lembrar, Alice tem sonhado com Max. Juntos eles viajaram o mundo, passearam em elefantes cor-de-rosa, fizeram guerra de biscoitos no Metropolitan Museum of Art... e acabaram se apaixonando. Max é o garoto dos sonhos – e somente dos sonhos – até o dia em que Alice o vê, surpreendentemente, na vida real. Mas ele não faz ideia de quem ela é... Ou faz? Enquanto começam a se conhecer, Alice percebe que o Max dos Sonhos em nada se parece com o Max Real. Ele é complicado e teimoso, além de ter uma namorada e uma vida inteira da qual Alice não faz parte. Quando coisas fantásticas dos sonhos começam estranhamente a aparecer na vida real – como pavões gigantes que falam, folhas de outono cor-de-rosa incandescente, e constelações de estrelas coloridas –, Alice e Max precisam tomar a difícil decisão de fazer isso tudo parar. Mesmo que os sonhos sejam mais encantadores que a realidade, seria realmente bom viver neles para sempre?
Resenha: Sonhos são parte da vida do ser humano diariamente. Alguns deles significam muito, outros são esquecidos ao acordar. Em O Garoto dos Meus Sonhos, Alice sempre sonhou com Max. Desde que se entende por gente, ela vê o garoto em seu subconsciente enquanto dorme, mesmo sem o conhecer. Tudo isso muda quando os dois se encontram e, infelizmente, Al descobre que seu Max dos Sonhos tem uma vida, uma namorada e amigos dos quais ela não tinha ideia. Cabe agora aos dois descobrirem como, e se querem, separar o real e o fictício.

Lucy Keating, que vive em São Francisco, nos Estados Unidos, sempre teve sonhos muito vívidos. Dreamlogy (sonhologia, traduzindo quase ao pé da letra) é seu primeiro livro e é nele que conhecemos a história de um quase-casal adolescente e suas aventuras no mundo dos sonhos,

Alice, que narra a trama, é uma personagem que aos poucos conquista o leitor. Ela é divertida, atrapalhada e traz sempre algo engraçado em algum momento do livro. Com um pai coruja, que apesar de aparecer pouco faz jus em cada momento, a garota teve que lidar com a perda da mãe quando ainda era criança. Mas essa perda não foi em decorrência de morte, mas sim da partida da mulher, que decidiu viver uma vida em função do trabalho. O modo como Al lida com isso é maduro demais, Ela escolheu não se lamentar e viver sua vida da melhor maneira possível. E isso envolve diretamente o Max dos Sonhos.

O casal protagonista é fofo e apaixonante. Alice e Max, de início, ficam receosos quando se conhecem, mas de forma natural a relação dos dois cria uma base numa amizade, mesmo que os sentimentos de Al existam e ultrapassem o que amigos podem sentir. Max, como já dito anteriormente, tem sua vida e até uma namorada. Todos os empecilhos que existem entre os dois vão sendo colocados de lado pouco a pouco, e por incrível que pareça, sendo este um livro Young Adult, todos os personagens jovens são bem maduros para as idades e não se fixam em situações fúteis.

O propósito dos dois é bem definido: descobrir o por quê eles sonham um com o outro sem ao menos terem se conhecido. Em meio ao romance que vai aparecendo pouco a pouco, situações engraçadas envolvendo o casal e seus amigos, Al e Max desvendam pouco a pouco o que originou essa reação que faz ambos sonharem um com o outro. Claro que, em meio a tudo, surge o dilema: eles querem viver o real ou continuar com tudo na mente deles?

O Garoto dos Meus Sonhos é um passei por lugares exóticos, irreais e muito vívidos. O livro podia ser mais um YA entre tantos, mas traz um enredo interessante e que agrega muito com personagens cativantes. Os capítulos alternam entre a realidade e o que Alice vê em seus sonhos. No mundo fictício, são garantidos os cenários psicodélicos e muito detalhados. Na vida real, dilemas adolescentes são mostrados e relações de amor e amizade são construídas. Nesse equilíbrio entre o mundo dos sonhos e o que se vive de verdade, Lucy Keating mostrou que é possível, sim, sonharmos com àquilo que queremos e esperar que isso se torne uma verdade concreta.

Novidade de Fevereiro - Globo Alt

10 de fevereiro de 2017

A Rosa e a Adaga - A Fúria e a Aurora #2 - Renée Ahdieh

Inspirada nos clássicos contos do livro As mil e uma noites, produzidos entre os séculos XII e XVI, Renée Ahdieh criou uma história que conquistou leitores e chegou ao topo da lista de best-sellers do New York Times. A rosa e a adaga conclui o enredo de romantismo, traição, intrigas e mistério iniciado em A fúria e a aurora.
A jovem Sherazade chegou a acreditar que seu marido, Khalid, o califa de Khorasan, fosse um monstro. Mas por trás de seus segredos, ela descobriu um homem amável, atormentado pela culpa e por uma terrível maldição, que agora pode mantê-los separados para sempre. Refugiada no deserto com sua família e seu antigo amor, Tariq, ela concentra forças para quebrar a maldição e voltar a viver com seu verdadeiro amor.
Com uma narrativa envolvente e repleta de referências à cultura árabe, a autora desenvolve um universo de intriga política, magia negra e relações complexas. Os personagens, que em A fúria e a aurora já haviam conquistado o coração dos leitores, tornam-se ainda mais marcantes, profundos e sedutores.

Sway - Kat Spears

8 de fevereiro de 2017

Título: Sway
Autora: Kat Spears
Editora: Globo Alt
Gênero: Young Adult
Ano: 2016
Páginas: 256
Nota:★★★★☆
Sinopse: Sway é o apelido de Jesse Alderman, por causa de seu talento para conseguir qualquer coisa para qualquer pessoa, como providenciar trabalhos escolares, fazer com que pessoas sejam expulsas da escola, arrumar cerveja para as festas, entre outras coisas, legais ou ilegais... É sabendo dessa fama que Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, pede a ele um trabalho controverso: Ken quer que Bridget Smalley saia com ele. Com seu humor ácido e seu jeito politicamente incorreto de ver a vida, Sway terá que encarar o trabalho mais difícil que já teve: sufocar todos os sentimentos que Bridget desperta nele, a única menina verdadeiramente boa que ele conheceu em toda a sua vida.

Resenha: Jesse Alderman, mais conhecido como "Sway", é um adolescente no último ano do ensino médio. Ele é o tipo de cara que consegue qualquer coisa, pra qualquer um, dentro ou fora do colégio, desde que paguem o preço necessário por isso. Assim, Sway construiu uma certa fama e sempre está rodeado por pessoas precisando de seus serviços, ou chamando sua atenção de alguma forma.
Sabendo o quanto Sway facilita a vida dos outros, Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, o procura para um serviço diferente: ele quer que Sway saia com Bridget Smalley, a garota que ele está de olho, a fim de conseguir informações sobre ela. Aparentemente seria algo simples de se fazer, mas quando Bridget, com seu jeitinho gentil e doce, desperta sentimentos no coração insensível de Jesse, ele se pega num dilema onde não sabe se cumpre o que foi pago para fazer, ou se deixa levar pelas novas emoções, afinal, como abrir mão da coisa mais especial que já lhe aconteceu?

Não é muito comum que livros para jovens adultos tragam um protagonista do sexo masculino e que faz o tipo bad boy, e por mais que a premissa dê a entender que haverá um belo romance entre um casal improvável, a autora conseguiu ir além e construiu uma história que é bem mais do que isso.

Narrado em primeira pessoa, a história se desenrola num ritmo constante, mostrando as mudanças na vida de um garoto que cresceu numa família desestruturada e disfuncional - o que, obviamente, colaborou para moldar sua personalidade difícil -, que fez escolhas erradas e se tornou um tipo de anti-herói, preferindo seguir pelo caminho mais fácil e sem pensar nas consequências ao seguir um lema que diz que as coisas só são boas ou ruins dependendo de sua finalidade. Temos a visão do protagonista, ficamos por dentro dos seus pensamentos, por mais absurdos que sejam, e da forma como ele leva seu "negócio", e isso, inicialmente, dificulta para termos alguma simpatia por ele, já que o sujeito é indiferente a sentimentos alheios e só pensa em si. Jesse/Sway é muito sarcástico e engenhoso, e usa isso ao seu favor, mesmo que muitas vezes manipule ou prejudique os outros. Ele não se importa com o que os outros pensam ou sentem e sua visão sobre o mundo é carregada de um cinismo sem tamanho. Jesse usa várias estratégias para conseguir o que quer, dando a ilusão de que está ajudando, mas se esquecendo de que existe a lei do retorno, o que o torna cômico se sua situaçao não fosse trágica, o que dá um toque de humor negro à trama.
O relacionamento de Jesse com Bridget existe, claro, mas não tem tanto espaço quanto parece. O foco maior fica sobre mostrar um cara inconsequente, egoísta e de caráter duvidoso confrontando seus demônios e tomando atitudes em prol de uma mudança interior, e assim, o papel de Bridget é, principalmente, estar alí para causar uma influência positiva na vida dele, o tornando uma pessoa melhor e mostrando que é possível extrair algo de bom em quem parece ter sucumbido à escuridão.

A forma como a autora abordou a rotina de Jesse é crua e até dolorosa, mostrando com bastante realidade como é perigoso se envolver com coisas ilícitas para ganhar dinheiro, assim como as consequências desses atos, mas necessária para evidenciar esse tipo de vida que ele escolheu levar. Jesse é um personagem peculiar, que desperta as melhores e as piores reações nos leitores por ser tão inconstante, e talvez isso já seja o suficiente para tornar a história interessante e envolvente, mesmo que não concordemos com as situações.
Os demais personagens enriquecem o enredo e não aparecem por acaso. Eles contribuem no drama, no humor, nas reviravoltas e no próprio amadurecimento de Jesse. De longe o personagem secundário que mais me apaguei foi ao irmão de Bridget, Pete, até mesmo pelo espaço que ele ganha na história que supera o da irmã. Ele tem alguns problemas decorrentes de uma paralisia cerebral mas isso não o torna incapaz, muito pelo contrário. Jesse inclusive não o trata de forma diferenciada por causa de sua deficiência, o que também é importante para o garoto.
No mais, Sway é um livro que, basicamente, aborda a questão da segunda chance, do recomeço e das mudanças positivas, desde que haja disposição para mudar e coragem para enfrentar as consequências pelo que foi feito.

O Gene - A.G. Riddle

6 de fevereiro de 2017

Título: O Gene - Atlântida #1
Autor: A.G. Riddle
Editora: Globo Alt
Gênero: Sci-Fi/Ação
Ano: 2016
Páginas: 568
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em uma expedição na costa da Antártida, pesquisadores encontram uma misteriosa estrutura enterrada em um iceberg. A milhares de quilômetros dali, na Indonésia, a Dra. Kate Warner pesquisa a cura para o autismo em crianças através de experiências genéticas. Quando essas crianças são sequestradas, um agente de segurança altamente habilitado acredita ter encontrado uma ligação entre esses dois fatos e busca desvendar uma conspiração global que ameaça toda a humanidade.

Resenha: O Gene é o primeiro volume da trilogia Atlândida escrita pelo autor A.G. Riddle e publicado pelo selo Globo Alt.

A história começa com uma expedição na costa da Antárdida onde uma misteriosa estrutura é encontrada sob um iceberg por alguns pesquisadores.
A milhares de quilômetros dalí, em Jacarta, na Indonésia, a geneticista Kate Warner está trabalhando incansavelmente num projeto envolvendo experiências genéticas em busca da cura para o autismo, mas ela acaba descobrindo algo tão grande que seria perigoso caso fosse revelado. Por mais que sua descoberta fosse um grande passo para o próximo estágio da evoluçao genética, ela também pode ser o motivo da extinção da maior parte da humanidade. Devido a isso, Kate é levada à organização Imari International e lá conhece David Vale, um agente da Clocktower que combate o terrorismo mas que é suspeita de ter ligações com aqueles a quem ele deve combater, principalmente quando duas crianças são sequestradas e tudo leva a crer que a Imari está envolvida. Assim, os dois se unem e partem numa jornada frenética em busca de respostas.

A história se inicia de forma um pouco confusa, apresentando alguns fatos desconexos e aparentemente sem muito sentido, o que é comum para o gênero. A narrativa é feita em terceira pessoa e a trama vai se desenrolando gradualmente e de forma bem fluida, abordando fatos - a maioria relacionados a História e a Ciência -, e apresentando personagens que, inicialmente, parecem não possuir conexão, mas que acabam fazendo parte de uma enorme e complexa teia de conspirações globais que possuem um ar de realismo tão grande que parece ir além da ficção. Inclusive a escrita do autor faz com que as cenas sejam visualizadas como se estivéssemos assistindo um filme.
Embora a história seja complexa e com um alto nível de informações que requerem bastante atenção, não há dificuldade no entendimento, e o ritmo constante dos acontecimentos colaboram para uma leitura rápida, fazendo com que suas quase 600 páginas, que podem assustar de início, passem voando.
Há muitos momentos de tensão que nos tiram o fôlego, os diálogos são inteligentes, os personagens para se amar e odiar estão alí e são bem construídos, e o dinamismo da trama fazem da história algo impossível de se largar.
Como todo bom enredo que envolve ação, aqui o leitor se depara com protagonistas que, embora ainda não tenham plena ciência da gravidade do que está acontecendo e pareçam estar perdidos até certo ponto, eles estão em busca de respostas e acabam se metendo em situações muito perigosas dignas de produções de Hollywood (e sim, os direitos do livro já foram adquiridos para uma adaptação cinematográfica).

Pra quem é fã de Dan Brown (Ponto de Impacto é a obra mais parecida) ou curte livros de ficção científica com aquela pegada de ação, mistério e suspense, e que convidam o leitor a descobrir as respostas para as questões levantadas junto com os personagens, O Gene é leitura que surpreende e é mais do que recomendada.
Ansiosa pelo próximo volume, A Praga.

Top 10 #3 - Dez Motivos Para Ler A Fúria e a Aurora

Na expectativa do lançamento do livro A Rosa e a Adaga, continuação de A Fùria e a Aurora da autora Renée Ahdieh, bora fazer uma semana mais do que especial?
De hoje, dia 06/02, até o dia 10/02, vamos ter postagens referentes à obra para atiçar a curiosidade daqueles que ainda não tiveram o prazer de ler!
Então vem comigo e confira 10 motivos pra ler A Fúria e a Aurora!

1 - O livro foi baseado no clássico As Mil e Uma Noites

O Livro das Mil e Uma Noites é uma coletânea de contos narrados por Xerazade, esposa do rei Xariar. Este rei tirano desposa uma noiva diferente a cada noite e na manhã seguinte ordena que seja executada. Ele age dessa forma depois de ter descoberto que sua esposa o traía. Depois de anos executando milhares de esposas, eis que Xariar se casa com Xerazade. Porém, diferente das demais, Xerazade consegue escapar desse terrível destino contando histórias fantásticas e maravilhosas que despertam a curiosidade do rei. Assim, ao amanhecer, Xerazade interrompe cada conto para continuá-lo na noite seguinte, fazendo com que o rei não mande matá-la e fique esperando, ansioso, pela continuação da história. E isso é o que a mantém viva.

2 - O cenário é deslumbrante


A trama de passa no oriente médio, e ter o deserto como pano de fundo em meio a sultões, guardas e palácios já é motivo para ficar curioso, afinal, são poucos os livros que utilizam desse cenário.

3 - A cultura


A autora evidencia a beleza da cultura árabe ao descrever não só os detalhes do palácio, mas também as vestes, tanto dos homens quanto das mulheres, as joias que utilizam e até as comidas exóticas que são servidas, mas tais descrições são embutidas em meio ao texto de forma que nada fique forçado ou que pareça estar alí por floreio. São detalhes que acrescentam e enriquecem a trama com intuito de mostrar tal cultura, e não dar "aulas de conhecimento" para o leitor.

4 - A vingança como ponto de partida

Sherazade se canditada para ser a próxima esposa do rei depois de Shiva, melhor amiga dela, ter sido morta por Khalid. Mas claro, ela não se deixaria vencer tão fácil e tinha um plano para se manter viva.

5 - Um amor que existe desde a infância

Sherazade e Tariq são amigos desde a infância, e ele sempre gostou dela. Porém, a partir do momento em que Sherazade deixa uma carta pedindo perdão e falando que se tornará esposa do rei, Tariq decide ir atrás dela.

6 - O feminismo e o empoderamento


Sherazade é uma personagem inteligente e que sabe quando e onde se impor. Ela é decidida, confianta, tem uma língua afiada e não se deixa intimidar por ninguém. Logo de cara o leitor já desenvolve uma grande simpatia por essa heroína que, embora viva num lugar onde as mulheres são submissas e mal tem direitos, demonstra ser perspicaz o bastante para contornar o que poderia impedir seus planos.

7 - Um vilão nem sempre é tão maligno assim

Uma carapuça impiedosa pode mascarar uma alma em pedaços, e Khalid, o rei de Khorasan, com o passar do tempo, releva suas facetas e ainda consegue despertar a admiração alheia.

8 - Prepare-se para o inesperado

A relação entre Sherazade e Khalid é curiosa. Ela tem como início o ódio por parte de Shazi mas com o passar do tempo eles se tornam companheiros relutantes. Sherazade consegue enxergar além e percebe que o rei não é aquele monstro que ela imaginou, e que, por trás de toda aquela tirania e crueldade, há um homem atormentado por um segredo que acaba justificando suas atitudes tão terríveis.

9 - As histórias maravilhosas de Sherazade


É interessante quando nos deparamos com histórias dentro de outras histórias, logo é preciso dar destaque às histórias que Sherazade conta para o rei a fim de manter sua curiosidade e poupar a própria vida. São histórias que apresentam mensagens interessantes e até reflexivas, e que despertaram a curiosidade não só do rei, mas de nós, leitores, também.


10 - As subtramas são um ótimo complemento para a história

A Fúria e a Aurora não se desenvolve apenas partindo da premissa de que Sherazade quer se vingar pela morte da amiga. Há a questão envolvendo o segredo do rei e o que o leva a mandar executar suas esposas a cada aurora, os laços de amizade que Sharazade cria com personagens do palácio e o plano de Tariq para resgatar sua amada das garrar de Khalid. Logo o enredo apresenta romance, mistério, aventura e ainda tem toques de bom humor que fazem do livro uma ótima pedida!


Então, aproveitando o lançamento de A Rosa e a Adaga que está bem próximo, se você ainda não leu A Fúria e a Aurora, corre pra ler!



O Amor nos Tempos do Ouro - Marina Carvalho

18 de janeiro de 2017

Título: O Amor nos Tempos do Ouro - O Amor nos Tempos do Ouro #1
Autora: Marina Carvalho
Editora: Globo Alt
Gênero: Romance de época
Ano: 2016
Páginas: 328
Nota:★★★★☆
Sinopse: Cécile Lavigne perdeu todos os que amava e agora está sozinha no mundo. Ela, uma franco-portuguesa que ainda não completou vinte anos, está sendo trazida ao Brasil pelo único parente que lhe restou, o ambicioso tio Euzébio, para casar-se com o mais poderoso dono de terras de Minas Gerais, homem por quem Cécile sente profundo desprezo. Após desembarcar no Rio de Janeiro, Cécile ainda precisará fazer mais uma difícil viagem. O trajeto até Minas Gerais lhe reserva provações e surpresas que ela jamais imaginaria. O explorador Fernão, contratado por seu futuro marido para guiá-la na jornada, despertará nela sentimentos contraditórios de repulsa e de desejo. Antes de enfim consolidar o temido casamento, Cécile descobrirá todos os encantos e perigos que existem nessa nova terra, assim como os que habitam o coração de todos nós. Com o passar dos dias, crescerá dentro dela a coragem para confrontar todas as imposições da sociedade e também o seu próprio destino.

Resenha: O Amor nos Tempos do Ouro é um romance de época maravilhoso escrito por Marina Carvalho e publicado pela Editora Globo Alt.
A história é ambientada no Brasil Colonial, uma época difícil e complicada onde as mulheres não tinham voz e os negros nem eram considerados gente. O desrespeito e a desumanização eram evidentes e, mesmo que sejam elementos delicados e difíceis de lidar, a trama foi muito bem conduzida pela autora.

Começamos com Cécile escrevendo uma carta para os pais. Eles e seus irmãos morreram num trágico acidente deixando a menina sozinha. Precisando de um tutor, ela embarca em um navio rumo ao Brasil, onde seu único parente vivo mora. Ele, vendo uma oportunidade de aumentar sua riqueza, negocia o casamento da sobrinha com um fazendeiro velho, oportunista, "temente a Deus" e muito, muito ruim.
Ele mora no Rio de Janeiro e o noivo de Cécile em Minas Gerais. Uma viagem de duas semanas a espera até que Fernão entra em cena, um "bronco" nascido em Portugal que veio para o Brasil na infância. Seus pais faleceram há muito tempo, e o rapaz acabou crescendo sozinho, como dava. Se tornou meio rude e sobreviveu fazendo serviços não muito escusos para vários homens poderosos. Logo, sua reputação era de um homem perigoso.

Foi solicitado que ele fosse buscar Cécile. Era só um trabalho, e aquela dama oportunista que só queria dar o golpe do baú no velho não passava de mercadoria que ele buscaria e entregaria nas mesmas condições que recebeu. A viagem, dentro do possível, transcorreu tranquila, seja a cavalo ou a pé pela mata nativa brasileira.
Fernão começa a imaginar que estava pensando errado da francesa quando viu a maneira carinhosa que ela tratava a todos ao seu redor, inclusive os escravos que estavam viajando com eles. Ela não distinguia os brancos dos negros, para ela todos são seres humanos que devem ser tratados com respeito. Uma amizade meio às avessas começa a surgir, ele já não pensa tão mal dela, e ela já não o acha tão rude. Bem, acha rude mas agora começa a perceber que o cara é lindo... E tinha que ser, né!
Mas como o destino não está sendo nada generoso com Cécile, ela chega à fazenda e conhece seu futuro marido, mas olhaaaa, que homem viu....fiquei com pena dela nas mãos dele. O tal velho é realmente mau, daqueles que fazem as piores coisas e justificam em nome de Deus, maltrata todos a sua volta, inclusive sua futura esposa.

Enfim, o nome do livro é O Amor nos Tempos do Ouro, claro que uma menina de dezenove anos não vai encontrar o amor nos braços de um homem de idade tão avançada, que não gosta de ninguém e maltrata todo mundo, né? Imaginem se o grande amor da vida dela não deveria ser, justamente, o homem que a entregou para o seu noivo? Pois é! A luta deles para poderem ficar juntos e da maneira certa é tão intensa, tem tantas dificuldades como já deveria ter imaginado que seria, e tem pontos tão bonitos, assim como outros tão difíceis, que me surpreenderam.

Mas é claro que eu não vou contar mais nada porque as surpresas que as páginas trazem merecem ser lidas sem saber com antecedência. Um quê de Escrava Isaura estava sempre presente na leitura. Não que a autora tenha copiado ou sequer se baseado na estória de Bernardo Guimarães, não pensem isso porque não é o caso, penso que foi o contexto, a época, e o jeito intrépido de Cécile que me fez lembrar da obra.

Durante a leitura, que aliás fluiu de maneira tão gostosa como a muito não acontecia, não encontrei erros, nenhum. A linguagem formal usada foi algo que eu estranhei bastante pois não costumo ler obras desse gênero, mas fui pesquisar e vi que cabe perfeitamente bem à época tratada. Enfim, uma leitura doce, cativante, fluída e extremamente romântica onde vê-se claramente o trabalho de pesquisa cheio de cuidados da autora.

Novidades de Janeiro - Globo Alt

11 de janeiro de 2017

Boston Boys - Boston Boys #1 - Giulia Paim

O sonho de toda adolescente se realizou para Ronnie Adams: o maior astro pop da TV foi morar na casa dela. Ela deveria estar vibrando, como qualquer garota normal, mas na verdade está odiando a ideia. Ela não vê a menor graça em Boston Boys, programa sobre a vida de três integrantes de uma boyband, e acha os garotos uns babacas.
De fato, Mason McDougal se acha o máximo e está acostumado a ser recebido sempre por meninas histéricas, por isso não faz o menor esforço para ser simpático. Tendo que lidar com o egocentrismo do garoto, além da perseguição de fãs ciumentas, a vida de Ronnie vira de cabeça para baixo.
Agora ela terá que se acostumar com a stalker no 1 dos garotos plantada em seu gramado, frequentar festas glamorosas e lidar com paparazzis, resolver uma guerra de fofocas on-line e até fazer uma viagem internacional. Em meio a tantas novas aventuras, Ronnie se envolve cada vez mais com os Boston Boys e percebe aos poucos que, no mundo da fama, nem tudo é o que parece ser...

Boston Boys: Descendo do Palco - Boston Boys #2 - Giulia Paim

Depois de quase se separarem, os Boston Boys estão de volta, mais unidos do que nunca. Quer dizer... Isso até descobrirem que em breve um novo membro irá ingressar na banda e no programa de TV: Daniel Young, um garoto talentoso e fã de Green Day que, além de discórdia, provocará muito ciúme, especialmente em Mason, já que agora os holofotes estão apontados para ele, e uma conexão especial com Ronnie começa a surgir…
Mas este não é o único problema dos garotos. Em breve estreará um programa adolescente concorrente descarado de Boston Boys: o Boston Academy, cuja atriz principal despertará um novo lado — não tão bom — em algumas pessoas. Os elencos das duas séries travarão uma disputa desonesta para ver qual é a melhor, o que obviamente não tem como terminar bem.
E em meio a gravações, novas festas, uma nova viagem e, como sempre, novos mal-entendidos, vários climas de romance vão fl orescer, mas nada garante que eles estarão imunes às desventuras dessa vida glamorosa. Entre dúvidas, esperanças e corações partidos, todos terão que rever suas atitudes e aprender que muitas vezes é preciso descer do palco...

A Garota Dele - Simone Elkeles

17 de dezembro de 2016

Título: A Garota Dele - Wild Cards #2
Autora: Simone Elkeles
Editora: Globo Livros
Gênero: YA
Ano: 2016
Páginas: 304
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino
Sinopse: Vic Salazar é conhecido por quebrar todas a regras. Ele não se importa com as normas sociais e vive causando problemas. Existe apenas um princípio que ele não é capaz de infringir: mesmo que esteja apaixonado por Monika Fox há anos, ele sufoca esse sentimento porque ela é a namorada do seu melhor amigo, Trey.
Mas o relacionamento de Monika e Trey não está em boa fase. Ele está estressado com a pressão para ser o melhor da escola e vencer o campeonato estadual de futebol, e Monika descobriu um segredo terrível que ele a fez jurar nunca revelar.
Quando uma desgraça acontece, Vic e Monika serão obrigados a romper a distância que mantêm um do outro e será cada vez mais difícil esconder a conexão que existe entre eles. Tentar fazer a coisa certa nem sempre é fácil, ainda mais quando tantos segredos estão sendo escondidos...

Resenha: A garota dele é o segundo volume da série Wild Cards escrita pela autora Simone Elkeles. Diferente do primeiro, este volume foi lançado pelo selo Globo Alt, da Globo Livros.
Apesar dos personagens do primeiro livro aparecerem (Derek e Ashtyn), o foco fica em outro casal que também é apresentado anteriormente (mas sem o devido aprofundamente, claro), logo a leitura de Amor em Jogo não é obrigatória para que este seja compreendido e a resenha está livre de spoilers.

A má fama que Victor Salazar tem no colégio impede que as pessoas exerguem o bom coração que há por trás daquele comportamento digno de um deliquente. Ele se envolve em brigas, tira notas baixíssimas e só arruma problemas, mas, em contrapartida, está sempre tentando proteger as pessoas com quem se importa.

Sua vida não é muito fácil, pois além de ter um relacionamento muito difícil com o pai, Vic vive o dilema de gostar de Monika, a namorada de seu melhor amigo. E ele não pode fazer nada, ainda mais por acreditar que Trey, tão doce e gentil, parece ser o melhor para Monika.
Mas as coisas começam a mudar no último ano do colégio, quando Trey passa a se dedicar mais aos estudos e ao campeonato de futebol para se tornar o melhor aluno e jogador, e isso faz com que o relacionamento dele com Monika esfrie e fique bastante frágil. Trey começa a demonstrar quem é na realidade, e o isso não é nada parecido com quem ele costumava ser... E como se isso já não fosse ruim o bastante, alguns acontecimentos que se desenrolam faz com que Monika e Vic se aproximem...

Assim como no primeiro volume, a narrativa é feita e primeira pessoa e se alterna entre Monika e Victor. A escrita da autora é muito boa e possui um equilíbrio perfeito entre dramas adolescentes e temas mais pesados e delicados para se tratar.

A Garota Dele não trata somente do desenvolvimento do amor entre dois jovens, a história vai além desse tipo de drama adolescente. Segredos, mentiras e suas consequências, problemas com drogas, abusos familiares, problemas de saúde e a fragilidade que a pessoa se encontra, amadurecimento, valores e princípios são alguns dos temas mais sérios trabalhados aqui, e de certa forma, a leitura serviu como uma grande reflexão, mostrando que por trás de fachadas é possível ter coisas mais graves e sinistras acontecendo e sendo mascaradas para, talvez, serem amenizadas.
Há profundidade no enredo, não é só mais uma historinha em meio a tantas, e esse é um ponto bastante positivo no livro.

O que mais curti nessa história foi o fato de que a vida de Vic e Monika mudaram bastante após o tal evento trágico ter acontecido. Tentar fazer a coisa certa nem sempre é o jeito mais fácil de resolver as pendências, principalmente quando há segredos não revelados que podem interferir em escolhas e decições. Vic, mantendo as aparências, tenta afastar todo mundo que se aproxima, mas Monika passa a ter uma enorme necessidade de estar mais perto daquele que sempre esteve alí pra ela e por ela. Tem coisa mais fofa?

Vic, assim como tantos outros, é o típico bad-boy. É característica do gênero, é clichê, mas quando um elemento batido é trabalhado da forma certa e sem muitas firulas, é certeza que a coisa funciona, e com Victor é exatamente assim. Por fora ele é um garoto explosivo, de mal com a vida e vive causando encrenca por onde passa, mas por dentro é um amor de pessoa, e só quem sabe o que ele vive em casa vai conseguir compreender o que o leva a se comportar feito um maluco. Com o desenrolar da trama, vamos acompanhando o quanto é difícil pra ele ser apaixonado pela namorada do amigo, quais os conflitos que surgem com essa situação, como funciona a relação dele com o pai e como isso colabora para que ele seja tão rebelde, mas ao mesmo tempo tão amável e admirável.

Monika é líder de torcida, tem um futuro promissor, mas seus problemas pessoais começam a interferir em sua vida. Não só devido ao seu relacionamento com Trey que se transforma pra pior, mas por estar cansada de ser superprotegida pelos pais e pelos conflitos que começa a ter quando ela e Vic se aproximam e a garota descobre que também pode estar apaixonada por ele. E o que começa com uma amizade cheia de bons momentos e sutilezas, avança para algo mais intenso. Mesmo passando por uma situação envolvendo sua saúde, ela não se deixa abater e não desiste de tentar provar para si mesma que ela não é tão frágil como todos pensam. O problema de Monika é que, por vezes, ela é ingênua demais, e isso acaba dificultando que o leitor tenha uma simpatia maior por ela e até perca a paciência. O segredo que ela guarda e a forma como ela se deixa levar pelas manipulações de Trey acabaram arrastando a história, aumentando o suspense sobre esse assunto e, ao ser revelado, não causou tanto impacto quanto esperei.

O final, apesar de ser um pouco corrido, foi satisfatório, e de forma geral eu aproveitei a leitura mesmo tendo gostado mais do primeiro livro.
Pra quem curte história com um misto de elementos YA e NA, vai curtir.