A Maldição da Pedra - Cornelia Funke

21 de dezembro de 2013

Lido em: Maio de 2012
Título: A Maldição da Pedra - Reckless #1
Autora: Cornelia Funke
Editora: Cia das Letras
Gênero: Fantasia/Juvenil
Ano: 2011
Páginas: 248
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Jacob Reckless descobriu um mundo mágico, escondido atrás de um espelho do escritório do pai, um lugar em que fadas, bruxas, unicórnios e tritões convivem com seres humanos e no qual os aspectos mais sombrios dos contos de fadas se tornam realidade. É lá que Jacob vai passar a maior parte do tempo, longe do seu irmão mais novo, Will.
Muitos anos depois, Will descobre a passagem e segue o irmão. Mas lá, no Mundo do Espelho, acaba sendo atingido por uma maldição: aos poucos se transformará numa criatura terrível, com pele de jade.
Nessa terra cheia de perigos, Jacob finalmente percebe o quanto o irmão caçula significa para ele, e vai precisar usar toda a sua esperteza, coragem e espírito de aventura para reverter o feitiço, antes que seja tarde demais.
Resenha: A Maldição da Pedra é o primeiro volume da série Reckless, escrito pela autora Cornelia Funke (autora da trilogia Coração de Tinta) e lançado no Brasil pela Companhia das Letras.
Jacob vivia buscando pistas após um ano que seu pai desapareceu, e ao vasculhar o escritório, descobre um espelho que serve como um tipo de portal que o leva a um mundo repleto de magia e maldições, habitado por seres fantásticos e misteriosos. Doze anos se passaram, e Jacob continuava fazendo visitas regulares ao Mundo do Espelho onde se tornou um caçador de tesouros, porém, por um descuido, seu irmão caçula, Will, descobriu esse segredo e resolveu segui-lo, porém, lá acabou sendo atingido por uma maldição e se transformaria em Goyl, uma criatura cuja pele é de pedra. Agora Jacob irá correr contra o tempo a fim de ajudar seu irmão junto com a namorada dele, fazendo de tudo para que a maldição seja quebrada, correndo perigo num mundo onde há uma clara disputa entre os governantes em busca de mais e mais poder.

Já faz tempo que li A Maldição da Pedra. O que me chamou atenção, a princípio, foi a capa que logo me lembrou "A Bela Adormecida": um castelo rodeado por uma floresta de espinhos enormes. Além de simples é bem chamativa, bonita e tem um efeito metalizado. A diagramação é muito caprichada e o livro tem várias ilustrações da autora a cada início de capítulo e algumas ao final. Os capítulos são bem curtinhos, tendo em média 4 páginas, que são amareladas com a fonte pequena.


Pelo trabalho de diagramação bem caprichado, o livro merece uma estrela exclusiva, porém, ao analisar a história juntamente com os personagens, não posso afirmar que gostei tanto assim e ao final das contas considerei A Maldição da Pedra como um livro bem razoável, pois apesar da premissa ser atrativa, achei que faltou química entre os personagens e maiores explicações sobre vários acontecimentos que acabaram por se tornarem superficiais. Talvez por ser o primeiro livro da série, este seja mais introdutório, mas ainda assim achei que Will por não ter uma apresentação sobre quem é direito e logo no início já ser amaldiçoado, acabei não me afeiçoando ao garoto e muito menos me importando se ele seria salvo ou não apesar de esta ser a missão principal de Jacob e Clara. Will ainda parece gostar de se comportar feito criança, como se fosse o centro das atenções e isso é algo que me irrita muito. Clara é a namorada de Will, e mesmo que a garota fique preocupada em ajudar Jacob a salvar o irmão, é o relacionamento com o menor nível de carinho e afeição que já vi, o que não me fez acreditar em momento algum que eles pudessem ser mesmo namorados um do outro. Jacob, mesmo sendo irmão de Will, parece só se preocupar em salvá-lo por existir um grau de parentesco entre eles. O distanciamento é visível mas não muito aprofundado. É como se Jacob tivesse tirado a sorte grande ao descobrir o Mundo dos Espelhos, aproveitando a vida curtindo os dois mundos, até que Will foi lá e estragou tudo, então senti que ele se irritou com isso e se tornou um personagem irritante da mesma forma. Fux, é a melhor amiga de Jacob, ela é uma garota, porém passa a maior parte do tempo transformada em raposa. Ela é fiel e fica do lado de Jacob para tudo. É bem perceptível que os sentimentos dela vão além da amizade e ela foi sem dúvida minha personagem preferida nessa história.

Como falta maiores descrições para os personagens, pra mim, as ilustrações acabaram tendo a "tarefa" de mostrar algumas características físicas deles, nos poupando a imaginação... Gosto de ilustrações, mas não com esse propósito.
O cenário é super bacana, e mesmo não sendo muito original, pois é como se vários contos de fadas clássicos se unissem para existir em um só lugar, se encaixa perfeitamente como pano de fundo para a aventura dos irmãos.

No mais, acredito que pela aventura e pela ideia de encontrarmos elementos como a casinha de doces de João e Maria, o castelo da Bela Adormecida e etc, é uma história que vale a pena ser lida apesar do desenvolvimento ser meio lento e às vezes até tedioso. Quem curte histórias que envolvem fantasia, daqueles que sejam mais objetivas e sem maiores explicações, deva aproveitar mais. Já quem gosta de detalhes minuciosos deva sentir falta de algo mais... Não me agradou tanto quanto eu gostaria, mas ainda assim é uma história bem promissora levando em consideração quem escreveu. Acho que a autora reservou o melhor pros próximos livros, quem sabe... O final deixa um gancho para o segundo livro, Sombras Vivas, que em breve irei ler para confirmar ou não minhas expectativas.

Cade Você, Bernadette? - Maria Semple

16 de dezembro de 2013

Lido em: Dezembro de 2013
Título: Cade Você, Bernadette?
Autora: Maria Semple
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Ficção
Ano: 2013
Páginas: 372
Nota: ★★★★★
Sinopse: Bee concluiu os estudos na Galer Street, uma escola liberal de Seattle, com as melhores notas, e tudo o que ela quer como presente de formatura é uma viagem à Antártida na companhia dos pais.
Elgin é um pai ausente, mas genial: programador da Microsoft, tornou-se um rock star no mundo nerd por ter dado a quarta palestra mais vista do TED, e está prestes a lançar o Samantha 2, o projeto de sua vida. O momento não poderia ser pior para se isolar no extremo sul do planeta.
A mãe, Bernadette, já não aguenta a vida em Seattle e está a beira de um ataque de nervos. Poucos dias antes da viagem, ela desaparece, com medo do convívio social e de sentir enjoo durante a travessia da passagem de Drake.
Agora Bee fará tudo para encontrar a mãe. Mas antes ela terá de descobrir quem é essa mulher que ela acredita conhecer tão bem.
Resenha: Escrito pela autora Maria Semple e lançado no Brasil pela Companhia das LetrasCadê Você, Bernadette? é um livro de ficção que inicialmente nos apresenta a personagem adolescente Bee, que após receber seu boletim recheado de notas "S" (de "Supera a excelência") resolve reclamar seu prêmio que lhe foi prometido caso tirasse boas notas e ser aceita num importante internato: uma viagem com os pais para a Antártida!

Sua mãe, Bernadette, foi uma renomada arquiteta que fez muito sucesso nos anos 80, mas depois de ter casado, se mudado para Seattle para uma casa que parecia querer "voltar à natureza", e tido Bee, se transforma em outra pessoa. Vive reclusa, não é bem vista pelas outras mães dos alunos de Galer Street, é dependente de um mundaréu de remédios e tem pavor do convívio social, principalmente com sua vizinha, Audrey, que é uma das mães mais influentes da escola e através de vários emails tenta infernizar a vida de Bernadette (imagino Audrey como uma daquelas vizinhas bisbilhoteiras e intragáveis do seriado Desperate Housewives).

Já Elgin, o pai de Bee, é um gênio da Microsoft, mas talvez por ter sido excluído pela própria esposa quando Bee nasceu com problemas cardíacos, se tornou bastante ausente, pois só tinha como meta bancar a família financeiramente enquanto obedecia Bernadette dar as ordens sem questionar, não importando quais. O casamento acabou por cair numa rotina sem graça mas Elgie vive preocupado com as paranoias da esposa e acha que devia intervir para que ela se tratasse, e Bee, visando melhorar o relacionamento familiar, pede a viagem de presente.
Bernadette contrata uma assistente indiana com quem se comunica e passa ordens sobre o que planeja por email, Manjula, dando a entender que estaria se preparando para a viagem, mas só de pensar que ficaria presa num navio, se misturando com pessoas estranhas e desconhecidas e sem a menor chance de fugir, a quarentona estilosa simplesmente desaparece! E Bee está determinada a encontrar a mãe.

A história faz um misto de narrativas bem dinâmicas, que, apesar de ser um pouco confusa no inicio até nos acostumarmos, flui muito bem e quando percebemos já passamos muitas e muitas páginas, curiosos pelo próximo acontecimento ou pista sobre o paradeiro da peculiar Bernadette. A narrativa varia do ponto de vista de Bee - que é feito em primeira pessoa - , da troca de emails ou bilhetes entre alguns personagens, artigos de revistas, documentos secretos do FBI, arquivos em .pdf, conversas transcritas e etc, dá a entender que são um conjunto de pistas que podem ajudar na busca por Bernadette e talvez tentar entender o que a levou a sumir sem dar satisfações.

Bernadette é super complexa, mas ao mesmo tempo adorável: Ela detesta a cidade onde mora, tem um estilo super espalhafatoso e fashion de se vestir, detesta as "moscas" (nome que dá às mães da escola), não curte a companhia do marido, odeia gente, mas ama a filha acima de tudo e quer fazer de tudo para que ela seja feliz.

O livro é dividido em 7 partes e achei demasiadamente grandes visto que não há divisão de capítulos. Os diálogos são identificados por aspas em vez de travessão e até hoje não me acostumei com essa forma de conversa entre personagens e nem com a narrativa epistolar, que por mais que sirvam como pistas, dá acesso aos emails com conversas entre vários personagens em vez de somente ao que o protagonista envia ou recebe. O começo parece ser chato, confuso e arrastado, mas é só persistir um pouco para se acostumar com a narrativa diferente e se deparar com uma história super divertida e gostosa de se ler.
A capa é linda e ilustra bem o estilo de Bernadette, e até mesmo a aflição que ela tem ao morder o lábio.

Cadê Você Bernadette? tem um enredo maluco, mas é hilário, super descontraído, cativante e muito inteligente. Uma história que dá enfoque ao relacionamento abalado de uma família, ao amor incondicional de uma filha pela mãe, e vice versa. E também, é uma história sobre auto-aceitação, que nos faz refletir e buscar o equilíbrio entre a descoberta do que nos faz feliz ao mesmo tempo em que aprendemos a equilibrar relacionamentos com pessoas que fazem parte das nossas vidas, sejam elas boas ou simplesmente intragáveis.

Passarinha - Kathryn Erskine

15 de dezembro de 2013

Lido em: Dezembro de 2013
Título: Passarinha
Autora: Kathryn Erskine
Editora: Valentina
Gênero: Drama/Didático
Ano: 2013
Páginas: 234
Nota: ★★★★☆
Sinopse: No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.
Resenha: Passarinha, da autora Kathryn Erskine e publicado no Brasil pela Editora Valentina, é um drama de teor didático que conta a história de Caitlin, uma menina de 10 anos de idade (quase 11), órfã de mãe e que está tentando se adaptar a nova condição em que se encontra desde "O Dia Em Que A Nossa Vida Desmoronou", em que seu irmão mais velho e seu protetor, Devon, foi morto numa tragédia envolvendo um atirador na escola onde ele estudava. Toda a cidade está de luto pelo ocorrido e Caitlin agora só tem seu pai e sua orientadora na escola com quem contar, a Sra. Brook. Porém, Caitlin não é uma menina como qualquer outra, ela tem a Síndrome de Asperger, um grau bem leve de autismo que acaba fazendo com que ela tenha dificuldades para "Captar O Sentido". Caitlin não entende alguns conceitos, metáforas ou algumas atitudes que os outros têm e só consegue enxergar a vida em preto e branco, principalmente quando põe seu lado artístico em prática, e o que sai da sua zona de conforto lhe causa "Recreio no Estômago". Apesar de ser inteligente e ter bastante facilidade para aprender tarefas atribuídas a ela, Caitlin sente necessidade de esclarecimentos para o que não consegue entender ou fazer, e quase sempre é incompreendida, por isso a importância da Sra. Brook em sua vida já que o pai parece não saber lidar muito bem com a própria filha devido a tragédia recente da morte de Devon que o deixou arrasado.

A história é narrada com bastante naturalidade e se passa principalmente num cenário escolar, mostrando como Caitlin, uma criança portadora da síndrome, encara o aprendizado e os amigos que a cercam ao mesmo tempo que enfrenta a morte de seu irmão, o único que parecia lhe entender realmente, e também as dificuldades que envolvem a aceitação por parte dos outros com alguém "diferente". Cada passo dado, a primeira amizade feita, cada significado para uma nova palavra descoberta, cada barreira ultrapassada... tudo é uma conquista em busca do "Desfecho".
Muitas vezes quem é autista não é compreendido em suas atitudes e tem dificuldade na socialização, e aqui a autora aborda o tema de uma forma intensa, porém delicada e leve, pelos olhos da própria personagem, que por ser criança, dá um ar comovente e bastante especial no desenrolar na história, além da crítica explícita contra atos cruéis de violência que afetam toda uma comunidade pacífica. A própria autora, na nota final do livro, diz ter se inspirado num caso trágico e que chocou toda a cidade em que um atirador invadiu uma universidade e se matou após ter atirado em 32 pessoas.

A Editora Valentina caprichou na capa (que é linda e tem um efeito metalizado no título super caprichado), na tradução (inclusive é bom ler a nota da tradutora com explicações sobre algumas palavras a fim de que o leitor possa entender o significado ou o duplo sentido presente) e na revisão da obra.
Só estranhei os diálogos, que não possuem travessão e são em itálico, mas não é nada que interfira na leitura, que é bem fácil e fluída. Vou assumir que não é meu estilo literário favorito, mas foi bem difícil não me comover com Caitlin e as situações em que ela se encontrava, tentando compreendê-la em seus momentos de alegria, tristeza ou crises.

Passarinha é um livro curto e simples, mas tocante, daquele tipo que passa uma mensagem muito bonita e uma lição de vida enorme, que fica para sempre...

Cidades de Papel - John Green

14 de dezembro de 2013

Lido em: Dezembro de 2013
Título: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/YA
Ano: 2013
Páginas: 368
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.

Resenha: Cidades de Papel foi o 3º livro escrito por John Green. Foi publicado em 2008 lá fora, mas só agora em 2013 foi publicado no Brasil pela Editora Intrínseca.
O livro conta a história de Quentin Jacobsen (ou Q), um garoto nerd que está no ensino médio e que durante a infância foi amigo de Margo Roth Spiegelman, uma garota por quem ele mantinha uma paixão platônica por achá-la divertida e irreverente. O tempo passou e os dois se distanciaram, mas Q nunca esqueceu Margo por mais que ela tivesse o ignorado. Na escola, Margo faz aquele estilo super popular, e Q é aquele menino nerd e "invisível" que segue uma rotina chata junto com seus amigos, Ben e Radar.

Até que de repente, numa noite qualquer, Margo invade o quarto de Q e o arrasta para uma aventura maluca para por em prática um plano de vingança seguindo um roteiro maluco e após algumas invasões, Q acredita que enfim terá sua grande chance de ser feliz com Margo em seus braços, mas no dia seguinte, a menina desaparece, e no outro, e no outro... Então Q, preocupado, resolve seguir pistas que acreditou terem sido deixadas por Margo e vai procurar a garota, mesmo que pra isso tivesse que cair na estrada por centenas e centenas de quilômetros junto com seus amigos.

O livro é narrado em primeira pessoa e é dividido em três partes. A aventura inesquecível de Q e Margo, a busca por pistas e a viagem atrás da garota com as últimas horas restantes até chegar ao destino.
Os capítulos são curtos, a narrativa é fácil e com sacadas bem bacanas, então é possível tirar várias frases de impacto dele e, de quebra dar algumas risadas em algumas partes, principalmente quando Ben com seu "problema urinário" aparece. Não vou mentir, John Green não é meu autor favorito pois seus livros parecem seguir uma fórmula: protagonista nerd + problema amoroso. E aqui o que encontramos é basicamente isso.

Q sofre de um amor obsessivo por uma garota que é totalmente seu oposto, e em nome disso, renuncia de coisas que são consideradas importantes pra adolescentes da idade dele, como a própria formatura para ir procurar por ela! É uma aventura adolescente completamente fictícia e surreal, pois por mais que existam mensagens nas entrelinhas para que possamos refletir sobre o comportamento de Q e Margo, não consigo imaginar uma situação dessas como sendo algo verdadeiro, principalmente se for pra levar em consideração os diálogos de todos eles que, apesar de muitas vezes serem engraçados e descontraídos, sempre são maduros demais pra idade dos personagens.

E Margo? Para Q ela é a garota ideal, ele enxerga nela alguém perfeita, engraçada, inteligente, bonita, mas no fundo não passa de uma mimada, egoísta e completamente maluca que não se importa com ninguém a sua volta, e talvez nem com ela própria, mas ele não consegue ver esse lado "negro" porque está completamente cego. É algo a se considerar, pois adolescentes (e até alguns adultos) geralmente acham que o 1º amor é o último e único da vida, mas é um comportamento muito mais típico de mulheres, principalmente aquelas que não tem lá muito amor próprio nem atenção dos pais e veem um tipo de deus em quem amam. E Q é homem, adolescente, nerd e a obsessão amorosa simplesmente não combina com ele, e ainda chegar ao ponto de arrastar os amigos nessa furada de ir em busca da desaparecida foi um completo exagero.

Já o conceito "cidades de papel" é o que realmente faz com que a gente reflita e é a única mensagem válida que consegui ver na história apesar de não ter certeza absoluta de que se trata realmente da impressão que tive sobre ela. John Green explica o termo numa nota ao final do livro e se trata de cidades que não existem inseridas em mapas para que os criadores pudessem comprovar que esses mapas estivessem sendo plagiados por outros, cidades estas que posteriormente acabaram sendo procuradas por aventureiros. Porém, a cidade sendo falsa, acaba por ilustrar o comportamento que algumas pessoas têm, como se elas quisessem mostrar aquilo que não são, ou que não existe, talvez com a intenção de atrair coisas ou pessoas pra si mesmas, quem sabe... Margo seria uma garota de papel? E quanto a Q? Então leia e chegue as suas próprias conclusões...

No mais, achei que o livro, apesar de ter uma leitura bem fácil e agradável, foi enrolado pois é uma história simples que poderia ser contada em muito menos páginas. Vale como passatempo, mas nada que tenha me marcado.

O Lírio Dourado - Richelle Mead

11 de dezembro de 2013

Lido em: Novembro de 2013
Título: O Lírio Dourado - Bloodlines #2
Autora: Richelle Mead
Editora: Seguinte
Gênero: Ficção/Literatura Juvenil
Ano: 2013
Páginas: 448
Nota: ★★★★★
Sinopse: Em sua última missão, a alquimista Sydney Sage foi enviada a um colégio interno na Califórnia para proteger a princesa Moroi Jill Dragomir, e assim evitar uma guerra civil entre os vampiros que certamente afetaria a humanidade. Porém, a convivência com Jill, Eddie e principalmente Adrian leva Sydney a perceber que talvez os Moroi não sejam criaturas tão terríveis assim - e ela passa a questionar os dogmas que lhe foram ensinados desde a infância. Tudo se torna ainda mais complicado quando Sydney descobre que talvez tenha a chave para evitar a transformação em Strigoi, vampiros malignos e imortais, mas esse poder mágico a assusta. Igualmente difícil é seu novo romance com Brayden, um cara bonito e inteligente que parece combinar com Sydney em todos os sentidos. Porém, por mais perfeito que ele seja, Sydney se sente atraída por outra pessoa - alguém proibido para ela. E quando um segredo chocante ameaça deixar o mundo dos vampiros em pedaços, a lealdade de Sydney será colocada mais uma vez à prova. Ela confiará nos alquimistas ou em seu coração?

Resenha: Depois de descobrir quem estava por trás das tatuagens que davam algumas habilidades para humanos, Sidney está de volta para continuar sua aventura no mundo dos vampiros. A garota alquimista parece ter finalmente a chave para evitar a transformação dos Moroi em Strigoi e isso vai despertar a ambição de muita gente. Enquanto várias coisas acontecem na vida de Sidney, Brayden, um garoto muito interessante aos olhos dela, aparece para fazer um pouco de amor brotar em seu coração, sentimento ainda não experimentado pela jovem. O Lírio Dourado dá continuidade a série Bloodlines com muito mistério e divide o coração da protagonista entre fazer o que é preciso ou colocar seus sentimentos em primeiro lugar.

Quando li Laços de Sangue fiquei surpreso, pois não achava que seria fisgado por Richelle Mead. A narrativa fluiu muito, a história foi envolvente e me senti apaixonado pelo mundo dos alquimistas e vampiros. Ao ler O Lírio Dourado percebi que Bloodlines se tornou uma das minhas séries queridinhas.

A narrativa continua fluida e passando pelos meus olhos quase como se eu nem notasse. É meio clichê dizer isso, mas Richelle Mead escreve muito bem e sabe como fazer cada página do livro valer a pena. Toda a história passa tão rápido da primeira até a última página que ao chegar no fim fiquei triste por saber que terei que esperar até abril de 2014 para ler a continuação.

Sidney foi uma personagem que não me cativou em Laços de Sangue e ainda não conseguiu mudar sua imagem. A garota está longe de ser odiável, pelo contrário, é muito sensata e toma decisões bem coerentes o tempo todo. O problema é que as atitudes de Sidney visam sempre o bem alheio antes do próprio, o que acabou deixando a personagem muito mecânica. Nessa sequência a alquimista está mais sentimental (sem mimimi,claro) e pude acompanhar um lado um pouco mais pessoal dela. E o melhor disso é que os sentimentos da garota nunca ultrapassam a barreira da coerência.

Adrian Ivashkov, o Moroi que todos amam, também mudou meu conceito. O cara continua sendo egocêntrico na medida certa, fazendo com que eu goste ainda mais dele. A personalidade dele evoluiu e agora é notável que Adrian é um ser pensante por trás de todo aquele cigarro e cachaça, o que contribuiu para meu apreço crescer. Ok, a personalidade, falas e atitudes do vampiro beiram o clichê, mas e daí? Quem não gosta de algumas coisas clichês de vez em quando? (risos)

Diferente do primeiro livro, O Lírio Dourado tem um ritmo mais acelerado. Quem leu Laços de Sangue pôde notar que a história demora pra engrenar, mas quando isso acontece, não para. Foi muito bom ter nessa sequência um ritmo melhor com a adição de um novo mistério envolvendo o mundo dos Moroi, Strigoi, Dampiros e humanos. Sim, leitores, Richelle trouxe ainda mais questões para deixar a série Bloodlines melhor. A única ressalva é o ressurgimento de Dimitri. Sinto que o dono de um sex appeal incrível não vai deixar a série até seu fim, mas e se cansarem dele por ele ser um conhecido de longa data? Vou arrastar essa dúvida comigo até o final.

Quem ainda não leu Academia de Vampiros e não quer ler essa série com medo de spoilers tem que ficar ciente que em Laços de Sangue não dá pra notar se algum fato foi revelado, mas em O Lírio Dourado alguns spoilers básicos sobre a série anterior foram dados. Eu sou teimoso, comecei Bloodlines e só agora, depois do segundo livro, vou começar Academia de Vampiros e creio que irei amar igualmente.

Tag 7 Coisas

A Michelle do blog As Leituras da Mila me indicou pra responder essa tag. Faz mil anos que não faço nenhuma que sou indicada, por falta de tempo ou porque esqueço! Que vergonha....
Mas bora conferir minhas respostas:

♥ 7 coisas que quero fazer antes de morrer
  1. Viajar pra europa
  2. Fazer faculdade de Letras
  3. Ter minha casa própria
  4. Escrever um livro
  5. Casar
  6. Perder o medo de dirigir e tirar a carteira
  7. Completar minha coleção das temporadas dos Simpsons XD

♥ 7 coisas que falo
  1. Me poupe
  2. Ah, menino!!
  3. Uai!
  4. Recolha-se a sua insignificância!
  5. Ô marmota
  6. P*ta que pariu!
  7. C*ralho!

♥ 7 coisas que faço bem
  1. Cozinhar
  2. Desenhar
  3. Escrever
  4. Reclamar
  5. Bagunça
  6. Dormir
  7. Gastar

♥ 7 coisas que não faço bem
  1. Exercícios físicos
  2. Cantar
  3. Prestar atenção em mais de uma coisa ao mesmo tempo
  4. Juntar dinheiro
  5. Usar mais de duas redes sociais
  6. Cálculos mirabolantes
  7. Ter paciência com o que me tira do sério

♥ 7 coisas que me encantam
  1. Amizade verdadeira
  2. Respeito
  3. Lua
  4. Gente que me faz rir
  5. Histórias românticas com finais felizes
  6. Inteligência
  7. Músicas com letras que falam de algo que passei ou passo

♥ 7 coisas que eu não gosto
  1. Gente
  2. Falta de compromisso e responsabilidade
  3. Mentira
  4. Calor
  5. Falsidade
  6. Insetos
  7. Novelas

Eu devia indicar 7 blogs pra fazer, mas deixo em aberto pra quem achar legal poder responder.
:)