Mostrando postagens com marcador John Green. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador John Green. Mostrar todas as postagens

Deixe a Neve Cair - John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle

27 de janeiro de 2014

Lido em: Janeiro de 2014
Título: Deixe a Neve Cair
Autores: John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Juvenil/Contos
Ano: 2013
Páginas: 336
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Na noite de Natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio romântico, do tipo que se vê apenas em filmes. Bem, mais ou menos. Porque ficar presa à noite dentro de um trem retido pela nevasca no meio do nada, apostar corrida com os amigos no frio congelante até a lanchonete mais próxima ou lidar sozinha com a tristeza da perda do namorado ideal não seriam momentos considerados românticos para quem espera encontrar o verdadeiro amor.  Mas os autores bestsellers John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle revelam a surpreendente magia do Natal nestes três hilários e encantadores contos de amor, interligados, com direito a romances, aventuras e beijos de tirar o fôlego.
Resenha: Deixe a Neve Cair é um livro que reúne três contos juvenis que tem como pano de fundo uma grande e inesperada nevasca que ocorre na cidadezinha de Gracetown, contos estes que mesmo tendo sido escrito por autores diferentes, se entrelaçam de forma bem bacana.

O primeiro conto, O Expresso Jubileu, escrito por Maureen Johnson, conta a história de Jubileu, que morre de vergonha de seu nome tirado de um prédio de uma maquete de brinquedo dos seus pais. Ela acredita ter tido a sorte grande por ter um namorado inteligente, perfeito e popular, o Noah, e está contando os minutos pra ir passar o Natal na casa dele, porém, seus pais se envolvem num tumulto que aconteceu em uma loja e acabam sendo presos, o que faz Jubileu ser forçada a mudar seus planos e embarcar num trem em direção a casa dos avós, na Florida, para passar o Natal lá. O problema é que devido a nevasca, o trem fica impedido de continuar com a viagem e Jubileu, desesperada para ficar longe do grupo intragável de líderes de torcida que estavam no mesmo trem que ela, corre para uma Waffle House. Lá ela conhece Stuart e além de ficar bem próxima dele, vai percebendo que seu namorado sempre está ocupado demais para se preocupar com os problemas dela...

O segundo conto, O Milagre da Torcida de Natal, escrito por John Green, nos apresenta um grupo de adolescentes, JP, Duke e Tobin, que resolveram ficar em casa por causa da nevasca assistindo a uma maratona de filmes do James Bond, até que recebem uma ligação de Keun em que são intimados a irem até a Waffle House, onde ele trabalha, aproveitarem a noite com um grupo de líderes de torcida que se reuniram alí por terem ficados presas num trem encalhado. Agora eles terão que enfrentar toda a nevasca para chegarem ao paraíso antes que outros convidados apareçam para lotar o lugar... Mesmo Duke sendo uma garota, ela resolve participar da "aventura" em busca das líderes de torcida, pois diversão assim, no meio da neve, não aparece todos os dias...

O terceiro e último conto, O Santo Padroeiro dos Porcos, escrito por Lauren Myracle, conta a história de Addie, uma garota que anda muito depressiva por seu namoro com Jeb (que aparece no primeiro conto) ter chegado ao fim depois de ela o ter traído com Charlie. Acreditando pensar somente em si mesma, ela acha que precisa mudar para ser uma pessoa melhor, inclusive pintado o cabelo de rosa, e junto com Dorrie, resolve ajudar sua outra amiga, Tegan, que sonha em ter um porco de estimação. E por esta boa ação, que é ir buscar no pet shop o bichinho recém comprado, minúsculo e fofo, ja apelidado de "Gabriel",  tenta provar que se importa com outras pessoas e com o que querem, ao mesmo tempo em que tenta se encontrar e reatar o namoro com seu ex.

Minha opinião: Quando optei pela leitura de Deixe a Neve Cair, lançado pela Editora Rocco, acreditei se tratar de contos que fossem falar sobre o amor verdadeiro levando a sinopse em consideração. Mas o livro fala de amores e conflitos, e atitudes de adolescentes que muitas vezes são consideradas malucas, sem sentido, idiotas, absurdas e etc... Não que eu tenha algo contra livros com histórias infanto juvenis ou só juvenis, mas imaginei que fosse algo um pouco mais maduro tendo esse clima natalino que pressupõe união, paz e essas coisas típicas da época misturado com a descoberta do amor em meio a uma nevasca enorme. Talvez o livro chame atenção dos leitores por ter o nome "John Green" como um dos autores que colaboraram para a obra, mas acredito que o livro só se tornou bom pra mim pelo primeiro conto, o de Maureen Johnson. Mesmo que a narrativa seja fácil e bastante fluída, o começo é meio monótono, pois Jubileu insiste em explicar sua insatisfação com seu nome e o quanto idolatra seu namorado de forma repetitiva demais. Talvez faça parte da própria personalidade da personagem, que a medida que vai sendo trabalhada no decorrer da história, tendo outras visões sobre o que anda acontecendo, se torna bem simpática e cativante. Gostei muito da forma como a autora escreve e cria personagens cada um com sua personalidade única. Por menor que seja a participação de algum deles, são marcantes e lembrados, seja por alguma característica física ou na forma como se comporta.

Já o segundo conto, de John Green, considerei forçado, bobo demais. Ainda bem que não criei expectativas, até mesmo pelos outros livros dele que nunca me conquistaram por completo. Três amigos saindo no meio da nevasca atrás de líderes de torcida que nunca viram na vida achando que se dariam bem ao mesmo tempo que precisariam competir com outras pessoas que também estavam tentando chegar lá pelo mesmo motivo?

Se a intenção era colocar humor, numa mistura de enrascadas em meio a diálogos bobos, não funcionou pra mim, pois em vez de rir, fiquei impaciente com tanto azar e frustração que eles passaram. Não consegui perceber que a história foi escrita por John Green porque simplesmente não se parece com a escrita dele. Dos personagens, só gostei mesmo de Duke, uma garota que por ter só amigos homens, acaba por fazer parte do "time". Os garotos parecem que não a enxergam como uma menina, pois ela não se preocupa com estereótipos de beleza, como as lideres de torcida. Ela simplesmente aproveita o momento sendo quem é e o que importa é se sentir bem.
Já o terceiro conto foi o que menos me conquistou, pois apesar de ele ser a chave pra fechar os três contos e tendo a maior mensagem natalina sobre "fazer o bem", foi algo que não me prendeu devido as atitudes de sua protagonista e a própria narrativa da autora que achei um pouco arrastada demais. Por se tratar de contos, acho que se deve ir direto ao ponto em vez de ficar arrastando dando a impressão de enrolação. E Addie se propor a ir buscar um porco pra provar que não pensa em si mesma enquanto se lamenta por ter traído o namorado ao longo da história foi algo que não me agradou... Francamente...

Acho que cada conto poderá marcar o leitor de forma diferente, dependendo de como quem lê encara a situação ou se se identifica com algum dos personagens. Talvez tenha gostado mais do primeiro justamente por ter me identificado um pouco mais com Jubileu e a forma como ela vê as coisas.
No mais, é um bom livro pra passar o tempo e acredito que os mais jovens devam curtir mais.

Cidades de Papel - John Green

14 de dezembro de 2013

Lido em: Dezembro de 2013
Título: Cidades de Papel
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/YA
Ano: 2013
Páginas: 368
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.

Resenha: Cidades de Papel foi o 3º livro escrito por John Green. Foi publicado em 2008 lá fora, mas só agora em 2013 foi publicado no Brasil pela Editora Intrínseca.
O livro conta a história de Quentin Jacobsen (ou Q), um garoto nerd que está no ensino médio e que durante a infância foi amigo de Margo Roth Spiegelman, uma garota por quem ele mantinha uma paixão platônica por achá-la divertida e irreverente. O tempo passou e os dois se distanciaram, mas Q nunca esqueceu Margo por mais que ela tivesse o ignorado. Na escola, Margo faz aquele estilo super popular, e Q é aquele menino nerd e "invisível" que segue uma rotina chata junto com seus amigos, Ben e Radar.

Até que de repente, numa noite qualquer, Margo invade o quarto de Q e o arrasta para uma aventura maluca para por em prática um plano de vingança seguindo um roteiro maluco e após algumas invasões, Q acredita que enfim terá sua grande chance de ser feliz com Margo em seus braços, mas no dia seguinte, a menina desaparece, e no outro, e no outro... Então Q, preocupado, resolve seguir pistas que acreditou terem sido deixadas por Margo e vai procurar a garota, mesmo que pra isso tivesse que cair na estrada por centenas e centenas de quilômetros junto com seus amigos.

O livro é narrado em primeira pessoa e é dividido em três partes. A aventura inesquecível de Q e Margo, a busca por pistas e a viagem atrás da garota com as últimas horas restantes até chegar ao destino.
Os capítulos são curtos, a narrativa é fácil e com sacadas bem bacanas, então é possível tirar várias frases de impacto dele e, de quebra dar algumas risadas em algumas partes, principalmente quando Ben com seu "problema urinário" aparece. Não vou mentir, John Green não é meu autor favorito pois seus livros parecem seguir uma fórmula: protagonista nerd + problema amoroso. E aqui o que encontramos é basicamente isso.

Q sofre de um amor obsessivo por uma garota que é totalmente seu oposto, e em nome disso, renuncia de coisas que são consideradas importantes pra adolescentes da idade dele, como a própria formatura para ir procurar por ela! É uma aventura adolescente completamente fictícia e surreal, pois por mais que existam mensagens nas entrelinhas para que possamos refletir sobre o comportamento de Q e Margo, não consigo imaginar uma situação dessas como sendo algo verdadeiro, principalmente se for pra levar em consideração os diálogos de todos eles que, apesar de muitas vezes serem engraçados e descontraídos, sempre são maduros demais pra idade dos personagens.

E Margo? Para Q ela é a garota ideal, ele enxerga nela alguém perfeita, engraçada, inteligente, bonita, mas no fundo não passa de uma mimada, egoísta e completamente maluca que não se importa com ninguém a sua volta, e talvez nem com ela própria, mas ele não consegue ver esse lado "negro" porque está completamente cego. É algo a se considerar, pois adolescentes (e até alguns adultos) geralmente acham que o 1º amor é o último e único da vida, mas é um comportamento muito mais típico de mulheres, principalmente aquelas que não tem lá muito amor próprio nem atenção dos pais e veem um tipo de deus em quem amam. E Q é homem, adolescente, nerd e a obsessão amorosa simplesmente não combina com ele, e ainda chegar ao ponto de arrastar os amigos nessa furada de ir em busca da desaparecida foi um completo exagero.

Já o conceito "cidades de papel" é o que realmente faz com que a gente reflita e é a única mensagem válida que consegui ver na história apesar de não ter certeza absoluta de que se trata realmente da impressão que tive sobre ela. John Green explica o termo numa nota ao final do livro e se trata de cidades que não existem inseridas em mapas para que os criadores pudessem comprovar que esses mapas estivessem sendo plagiados por outros, cidades estas que posteriormente acabaram sendo procuradas por aventureiros. Porém, a cidade sendo falsa, acaba por ilustrar o comportamento que algumas pessoas têm, como se elas quisessem mostrar aquilo que não são, ou que não existe, talvez com a intenção de atrair coisas ou pessoas pra si mesmas, quem sabe... Margo seria uma garota de papel? E quanto a Q? Então leia e chegue as suas próprias conclusões...

No mais, achei que o livro, apesar de ter uma leitura bem fácil e agradável, foi enrolado pois é uma história simples que poderia ser contada em muito menos páginas. Vale como passatempo, mas nada que tenha me marcado.

Will & Will - John Green e David Levithan

25 de julho de 2013

Lido em: Julho de 2013
Título: Will & Will: Um nome, um destino
Autores: John Green e David Levithan
Editora: Galera Record
Gênero: Romance/YA
Ano: 2013
Páginas: 352
Nota: ★★★★★
Sinopse: Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Um Will é amigo do mais expansivo gay de sua escola. O outro precisa explicar à própria mãe sua orientação sexual. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de proporções épicas: O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos - e tediosos - do ensino médio. Uma produção que promete ser tão cult como este romance.

Resenha: Will & Will é o mais recente lançamento de John Green em parceria com o autor David Levithan e lançado pela Galera Record aqui no Brasil.
Dois personagens e um nome: Will Grayson.

O primeiro Will Grayson, cuja narrativa é feita por John Green, é um garoto tímido, de poucos amigos e que está pouco se lixando pras questões alheias. Após um episódio em que um membro do conselho escolar se irritou pela presença de gays no vestiario, Will defende publicamente seu amigo ofendido, Tiny Cooper, enviando uma carta ao jornal da escola. Após isso, ele meio que ficou desprovido de companhia social. Agora seu lema é ser invisível, ficar calado, não se importar nem se envolver em nada, pois se essas regras não forem seguidas, o resultado só pode ser trágico. Ele é hetero e ainda nutre um sentimento um tanto questionável por Jane, já que nem ele mesmo sabe se é isso o que quer.

David Levithan narra a história do segundo will grayson (reparem, mas não estranhem a letra minúscula), um garoto sozinho, que faz o estilo emo, depressivo, vive pensando em se matar e claro, é gay. A família, que se resume apenas em sua mãe, não é muito bem estruturada, e isso com certeza foi um fator que colaborou para que will se enfiasse em um buraco sem ter vontade de sair. Ele só não teve coragem de assumir sua real "condição" pra ninguém e ainda está apaixonado por Isaac, alguém que conheceu online cujo relacionamento não sai dali há um ano. Tem uma "amiga" que se chama Maura, mas é alguém que não desperta a simpatia de ninguém, e dois colegas esquisitos e nerds, Simon e Derek.

E é claro que não posso deixar de falar do fabuloso Tiny Cooper, que é puro glitter e glamour, cujo apelido é bem sugestivo já que ele é enorme, tanto na altura quanto na circunferência, e que tem um grande, senão o maior, destaque nessa história. Ele é grande, tem um coração maior ainda, irradia alegria por onde passa e resolveu falar sobre amor numa peça musical que ele está escrevendo, dirigindo e estrelando em homenagem a si próprio. Quase sempre mete o primeiro Will em enrascadas, mas nem por isso eles deixam de ser melhores amigos um do outro.
Até que devido à circunstâncias distintas, o destino dos dois Will's se cruza quando eles se encontram num sex shop (não, não é nada do que vocês e suas mentes sujas estão pensando, acreditem rsrsrs), muito decepcionados e chateados com os acontecimentos que os fizeram ir parar naquele lugar e, posteriormente, will acaba conhecendo Tiny através de Will...

Como cada autor é responsável por um Will, obviamente os capítulos são alternados entre eles, e a diferença de um pro outro, é exatamente a não utilização de letras maiúsculas nos capítulos destinados ao segundo will. De início soa estranho, como se fosse um erro na revisão e é até meio chato de ler, mas considerei uma ideia genial em utilizar esse tipo de formatação no texto e depois da estranhez dá pra levar numa boa. will é depressivo, pra baixo e o texto todo escrito em letras minúsculas é uma forma de refletir essa tristeza e desleixo. As duas narrativas são ótimas, fluem muito bem, ao mesmo tempo que têm drama também tem humor criando um equilíbrio perfeito, e é bem difícil não se envolver. Acho que até quem não tem nenhuma experiência com a escrita de John Green vai conseguir perceber a diferença de uma narrativa pra outra.

Vou ser sincera em afirmar que não esperava nada desse livro, pois os dois livros de John Green que já li (ACEDE e OTK) não superaram minhas expectativas. Considerei bons livros, mas esperava muito mais devido a serem tão idolatrados, indicados e falados... Eu sempre encontrava algum floreio desnecessário ou alguma coisa que me incomodava ou sei lá... Talvez seja questão de gosto, não sei... Cheguei a ficar com aquela sensação de que John Green é um autor estrela, da moda, já que suas histórias, apesar de agradar e emocionar a maioria, tem a mesma fórmula: Personagens nerds com algum dilema/problema/crise, com humor negro e vocabulário rico. Não sei se a participação de um segundo autor teve alguma influência na escrita um do outro, mas definitivamente, o que encontrei em Will & Will foi algo um pouco diferente, e bem melhor, do que eu esperava...

Temas delicados como a depressão, a falta de amor próprio, conflitos familiares e outros assuntos "ruins" são abordados, sim, mas nada de forma agressiva e exagerada, e em contrapartida, há a necessidade de explorar e expor o amor de uma forma muito bonita e natural, sem todos aqueles floreios irritantes e desnecessários dos quais desgostei tanto em outros livros.
A forma como a proximidade e o relacionamento que surge entre os personagens são tratados chega a ser tão intensa, sincera e verdadeira, que foge à ficção. A questão da homossexualidade chega a perder o foco principal e o que importa é o sentimento real e sólido entre pessoas, sentimento este que o sexo não é capaz de definir.
A homossexualidade não é uma opção, não é uma escolha, não é nenhuma doença que precisa de cura...
"- É só uma coisa, tipo, algumas pessoas são gays, assim como outras têm olhos azuis."
- pág. 323
E foi exatamente por esses fatores e pela forma como foram descritos e abordados (principalmente porque é uma história livre de floreios antipáticos, que por mais triste que seja tem uma pureza que supera esse detalhe tornando-a muito bonita), é que me senti na obrigação de fazer John Green subir um degrau no meu humilde conceito e afirmar que Will & Will não só superou minhas expectativas, como se tornou um dos melhores livros que já li, seja com relação a premissa, ao desenvolvimento da trama e da construção dos personagens. É tudo muito próximo da nossa realidade e tenho certeza que muitas pessoas vão se identificar, não só pela parte homossexual e alguns problemas de aceitação com a sociedade, mas com relação a sentimentos ligados a desejos, a amizade verdadeira e coisas que sonhamos e queremos para nós mesmos.
Apesar de o final ser forçado e exagerado, como se tivesse sido feito pra despertar emoções no leitor, achei muito adequado, afinal, uma bicha do estilo de Tiny sempre brilha, emociona com seu jeito contagiante, arranca sorrisos e muitos aplausos, pois sua vida já é um show, literalmente. #pokerface

Pra finalizar, é um livro que recomendo muito, principalmente pra quem tem a mente aberta e livre de qualquer tipo de preconceitos, e sabe enxergar a felicidade e o amor como algo que existe entre pessoas que se gostam, e fim... É só amor... Simples assim... e o resto é consequência, ou meros detalhes a parte...

O Teorema Katherine - John Green

17 de julho de 2013

Lido em: Julho de 2013
Título: O Teorema Katherine
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/Literatura Estrangeira
Ano: 2013
Páginas: 304
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Colin conhece Katherine. Katherine gosta de Colin. Colin e Katherine namoram. Katherine termina com Colin. É sempre assim.
Após seu mais recente e traumático pé na bunda, o Colin que só namora Katherines resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-garoto prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, com pura matemática, o desfecho de qualquer relacionamento.
Uma descoberta que vai entrar para a história, elevando Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. E também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Resenha: O Teorema Katherine foi o segundo livro escrito pelo autor John Green no ano de 2006, e lançado esse ano no Brasil pela Editora Intrínseca. É o segundo livro que leio do autor (o primeiro foi A Culpa é das Estrelas) e como gostei bastante, criei expectativas para continuar lendo seus livros.
Ele conta a história de Colin Singleton, um prodígio, super nerd e viciado em anagramas que já começa na pior. Sua namorada, Katherine, acabou de terminar o namoro com ele, e o pobrezinho ficou arrasado. Términos de namoro são situações chatas, mas comuns na vida das pessoas, porém, na vida de Colin, isso é um pouco "diferente". Esta Katherine em especial foi a namorada de quem ele mais gostou e ficou apegado, de todas as outras 18 Katherines que ele já namorou na vida! Sim! Colin já teve a experiência impossível de ter namorado 19 garotas, e todas elas se chamam Katherine, e o pior: todas elas lhe deram um pé na bunda!

Colin fica inconformado com a situação, e é aí que entra Hassan, seu melhor amigo. Os dois então caem na estrada, dirigindo o Rabecão de Satã, e chegam em Gutshot, e lá conhecem uma caipirona com quem eles fazem amizade, Lindsey. Então, Colin resolve aproveitar toda sua genialidade para criar gráficos e elaborar uma equação matemática a fim de comprovar que, através dos números, é possível prever o fim de todos os relacionamentos. Dessa forma, além de, quem sabe, conseguir ganhar um prêmio importante, ainda poderia reconquistar sua tão amada 19ª Katherine. Mas será que realmente é possível realizar esse feito?

Feita em terceira pessoa, o que abrange o ponto de vista do leitor para as mais diversas situações, a narrativa é bem leve e o texto muito bem escrito. John Green consegue mesclar diálogos simples, inteligentes e engraçados, e ao mesmo tempo inserir uma linguagem mais culta junto com gírias adolescentes e locais, e com várias referências histórias relacionadas à Ciência e algumas descobertas que complementam a história. O livro ainda é cheio de notas de rodapé hilárias que explicam brincadeiras e diálogos entre os dois amigos, entre outras maluquices que acontecem, e a própria capa já demonstra essa característica com o nº 1 acima do nome dele, o que dá um toque na diagramação. Tradução e revisão também foram ótimas, e a capa me agradou bastante, pois adoro capas "limpas".

Os personagens são típicos do autor... Todos muito inteligentes, que, através de atitudes e comentários, sempre colocam humor até onde não se deve, e com alguma "mania" estranha que os tornam diferentes e/ou "especiais". Collin se formou no colégio e sempre foi muito sozinho. Por ser o nerd da turma, sempre era sacaneado pelos outros. Hassan é muçulmano, tem suas próprias crenças, mas pra mim foi o melhor personagem da história. Lindsey também não fica atrás, pois, com todo seu jeitão e sotaque caipira, consegue despertar a simpatia do leitor.

Porém, o livro não me surpreendeu, nem me prendeu como achei que fosse acontecer. Muitas vezes senti que houve enrolação e a história não saia do lugar, como se perdesse um pouco do foco, e a medida que vai avançando, se torna um pouco entediante, principalmente com as explicações e fórmulas matemáticas, que sinceramente, não perdi tempo tentando decifrar, talvez até porque eu tenha uma certa antipatia de matemática (viva o Português e a História). Cheguei num ponto em que passei a considerar o humor forçado, e todas as notas de rodapé prejudiciais, pois acabam interrompendo o texto... Sério, são mais de 80 notas de rodapé!

No final das contas, é possível captar a mensagem sobre nossos valores, aceitação e busca pela felicidade, o que acho válido, mas pra mim, houve muito floreio desnecessário. Acho que quem realmente gosta da utilização da matemática dessa forma, deva se interessar, aproveitar e gostar bem mais. No geral, é um bom livro para passar o tempo, mas totalmente esquecível...

A Culpa é das Estrelas - John Green

28 de agosto de 2012

Lido em: Agosto de 2012
Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Gênero: Drama/Romance
Ano: 2012
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Em A Culpa é das Estrelas, Hazel é uma paciente terminal de 16 anos que tem câncer desde os 13. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante - o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos -, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.
Resenha: Hazel Grace é uma adolescente de 16 anos que foi diagnosticada com câncer aos 13, e desde então vem lutando para adiar o inevitável, tomando seus remédios e andando por aí com seus cilindros e seu tubo de oxigênio. Hazel sabe de sua condição e tenta levar uma vida o mais normal possível. Ela é engraçada, irônica e até faz piada da própria desgraça.

Por insistência da mãe, ela passa a frenquentar um grupo de apoio para jovens que estão enfrentando a luta contra o câncer e lá conhece Augustus Waters, ou Gus, que tem 17 anos e acabou tendo uma perna amputada por conta da doença, mas aparenta ser uma pessoa saudável apesar disso. Ela também faz amizade com Isaac, que acabou ficando cego.

Hazel é super inteligente e ama ler, especialmente o livro "Uma Aflição Imperial" cujo autor, Peter Van Houten, se "aposentou" e deixou os personagens sem um rumo, sem um final. Por conta disso, o maior desejo e desespero de Hazel é descobrir o que raios aconteceu com os personagens e quer se encontrar com o autor para que ele lhe conte o fim da história antes que ela morra sem saber. Só que o autor de seu livro preferido mora do outro lado do mundo e Hazel precisa de acompanhamento médico constante.

Hazel e Augustus passam a se conhecer melhor e encontram um no outro o amor e a força para seguirem adiante da melhor forma possível, mas nunca deixando de lado ou esquecendo que a doença faz parte de suas vidas. Augustus também é muito inteligente e sonhador, e vive tentando encontrar um sentido na vida. Seu maior sonho é fazer alguma coisa importante e deixar sua marca no mundo.
Até que ele decide provar seu amor por Hazel, ajudando-a a realizar seu sonho...

Confesso que só peguei esse livro pra ler porque queria saber como era essa história emocionante e linda da adolescente doente de que todos andam falando sem parar. O começo foi uma monotonia pra mim. Não acontecia nada de interessante e emocionante, mas não desisti. Continuei lendo e fiquei muito surpresa com o resultado final.
Os personagens tem personalidades super marcantes, foram muito bem construídos e acredito que o autor quis mostrar o outro lado de quem tem câncer, que quer viver como qualquer outra pessoa normal e não só aquele sofrimento e luta eterna pra sobreviver.

Mas o que não me agradou no livro foi que muitas vezes o autor, em meio a diálogos simples e debochados de adolescente que xingam e usam gírias, apareceu com palavras como "senciente", "insidioso", "opulento" e etc. Acho que um personagem adolescente que fala coisas como "tipo assim, cara, que merda!", que mesmo com o pé na cova tenta ser irreverente e descontraído, usar palavras "difíceis" assim, deu a entender que foi o autor que quis mostrar sua própria intelectualidade. A narrativa tem que seguir um padrão, e isso, pelo menos pra mim, saiu do padrão.
Não costumo citar frases de livro, mas quando vi a frase "... Quem é o Peter Van Houten para afirmar como verdade a conjectura de que nossa labuta é temporária?..." aí é que morri de desgosto. Pensei na hora: "WTF?? Por que diabos esse cara tá falando desse jeito?? o_O"
Qual a dificuldade em falar isso com palavras simples? Pela narrativa e por se tratar de adolescentes da atualidade, era o que cairia melhor e não soaria tão antipático. Pra mim isso foi florear e aparecer.... A história em si já é bonita, eu mesma me emocionei no final e fiquei com vontade de chorar pois a Hazel é uma guerreira, um exemplo de força, fé e coragem, O Augustos é um menino de ouro que me deixou arrepiada de emoção, mas não precisa exagerar enfeitando com palavras que quase ninguém nunca ouviu falar na vida, pois parece que essas partes da narrativa são direcionadas a quem decorou o dicionário ou vive no século XV.

Mas enfim. Tirando essa parte que não gostei por achar muito nada a ver e desnecessária, recomendo muitíssimo a leitura desse livro. A história é linda, emocionante e a frase de Markus Zusak na capa que diz "Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais" é a mais pura verdade.