Dorothy tem que Morrer - Danielle Paige

17 de agosto de 2016

Título: Dorothy tem que Morrer - Dorothy Must Die #1
Autora: Danielle Paige
Tradutora: Cláudia Mello Belhassof
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto/Releitura
Ano: 2016
Páginas: 384
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando toda a sua vida é levada por um tornado – incluindo você –, não há escolha a não ser continuar, certo? Claro que eu li os livros. Assisti aos filmes. Conheço a música sobre o arco-íris. Mas nunca imaginei que Oz fosse assim. Um lugar onde Bruxas Boas não são confiáveis, Bruxas Más talvez sejam boazinhas e macacos alados são executados por atos de rebelião. Ainda há uma estrada de tijolos amarelos, mas até isso está se desfazendo. O motivo? Dorothy. Dizem que ela retornou a Oz. Dizem que ela tomou o poder. E agora ninguém está seguro... Meu nome é Amy Gumm...Eu sou a outra garota do Kansas. Fui recrutada pela Ordem Revolucionária dos Malvados. Fui treinada para lutar.
Resenha: E se o mundo de O Mágico de Oz fosse totalmente transformado, não sendo mais aquele que todos previamente conhecem? Em Dorothy tem que morrer, estreia de Danielle Paige, há uma nova roupagem para a famosa história de L. Frank Baum. Amy, uma jovem garota do Kansas - assim como Dorothy -, vive uma vida normal até que um tornado suga ela  o trailer em que  vive com sua mãe, levando-a diretamente para Oz. Porém, o que ela encontra ali é diferente: toda a magia do lugar está sendo drenada por Dorothy, que deixou de ser aquela garota boa tornando-se má e sedenta por poder. Todos ali a temem e há pouca esperança de mudanças. Com a chegada de Amy, essa situação tende a mudar, já que é dada a ela a missão de assassinar a tirana. Em um reconto de um clássico americano infantil, o livro de estreia de Paige, que figurou nos mais vendidos do The New York Times, é uma verdadeira aventura pelo desconhecido e invertido mundo de Oz.

Antes de iniciar essa resenha, foi necessária uma breve pesquisa sobre a história original. Sim, eu pouco a conhecia. Assim como a autora, que nos agradecimentos deixa claro seu apoio de um editor que a ajudou muito com a construção da vilã Dorothy, precisei procurar informações suficientes para me ambientar na trama.

O início conta com uma rápida introdução a Amy e sua pacata vida que mudou drasticamente com o divórcio dos pais. A menina é jovem e não tem a situação mais feliz para alguém da idade dela. Com sua mudança abrupta para Oz, situações difíceis surgem e exigem uma nova Amy, e ela dá vida a essa outra parte de si mesma. A garota usa muito do raciocínio lógico e pensa muito antes de fazer algo. Ela é mais razão do que emoção. Só faltou um pouco mais de fibra e decisões próprias. Apesar de toda ação e técnicas que ela aprendeu com as bruxas, faltou mais questionamento e menos assentimento. É estranha a forma como dizem que ela vai ser responsável pela morte de Dorothy mas a jovem nem mesmo insiste em saber o motivo.

Os demais personagens, da Ordem dos Malvados, são tratados de maneira rasa. Sendo toda história narrada por Amy, Nox e as bruxas que tentam tirar Oz do poder de Dorothy são pontos de interrogação. Não foi possível criar um conceito profundo sobre nenhum deles, pois os mesmos não se mostraram para a garota. Amy se sentiu numa linha tênue entre o confiar e não confiar neles. Acho que isso, apesar de não ser o melhor jeito de iniciar uma série para mim, deixa no ar uma curiosidade. O mistério que envolve esse clã que quer trazer paz à Oz intriga e deixa a porta aberta para grandes revelações nos volumes sequentes.  Quanto a personagem que dá nome ao livro, ela é uma vilã diferente. Por não conhecer a obra de L. Frank Baum, não posso comparar a personalidade dela entre a original e esta releitura. A certeza é que aqui ela tem uma tirania implacável e é cruel com todos que atravessam seu caminho, mas tudo se revela meio inconclusivo porque há muita infantilidade em seu comportamento. Tudo é fundamentado apenas numa sede de magia, como se isso fosse viciante e ponto. E o que mais? Acredito que suas ações não a caracterizam como antagonista tão malvada como premeditei, mas como uma garota mimada que mata quem a incomoda. E juntamente dela, temos o Leão, o Espantalho, e o Homem de Lata. Eles, além novas características físicas, que são muito peculiares, tiveram suas essências invertidas em relação ao enredo original.

Dorothy tem que morrer é uma boa releitura para uma história tão conhecida. O livro cumpre seu papel: introdução. Há ação, magia, e mistério. Danielle Paige reuniu elementos que são atraentes para o publico juvenil e os colocou numa história já famosa, o que pode ter sido um bom gancho para o sucesso. Apesar de tudo, o desenvolvimento não foi dos mais fortes, mas mesmo assim satisfatório. O que deveria ser o frisson do livro, no final, não passa de uma cena comum sem grande emoção, o que faz surgir uma cobrança para algo melhor em sua continuação. A autora teve em mãos um enredo perfeito para a construção de uma aventura sem igual, mas houve algumas falhas. Com a ausência de um epílogo e um final totalmente aberto, fica a espera para continuar acompanhando a saga de Amy e descobrir o que The Wicked Will Rise trará.

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