Na Telinha - Procurando Dory

6 de julho de 2016

Título: Procurando Dory (Finding Dory)
Produção: Walt Disney/Pixar
Elenco: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Idris Elba, Kaitlin Olson, Ed O'Neill, Eugene Levy, Diane Keaton, Ty Burrell
Gênero: Animação
Ano: 2016
Duração: 1h 35min
Classificação: Livre
Nota:★★★★
Sinopse: Um ano após ajudar Marlin a reencontrar seu filho Nemo, Dory tem um insight e lembra de sua amada família. Com saudades, ela decide fazer de tudo para reencontrá-los e na desenfreada busca esbarra com amigos do passado e vai parar nas perigosas mãos de humanos.

Procurando Nemo foi um verdadeiro sucesso quando foi lançado em 2003, ganhou até um Oscar de melhor animação. Agora, longos treze anos depois, a Disney/Pixar trouxe a continuação colocando Dory, a peixinha distraída e desmemoriada que conquistou o coração de todo mundo, como a protagonista da vez.
Mesmo com a espera eterna pela sequência, Procurando Dory se passa apenas um ano após os acontecimentos de Procurando Nemo, quando Dory, repentinamente, se lembra de alguns momentos com seus pais e de como era amada, e decide sair pelo mar afora a procura deles com a ajuda de Marlin e Nemo, e essa busca acaba sendo uma grande aventura pois Dory é capturada por biólogos e levada a um instituto de preservação da vida marinha. Lá ela conhece Hank, um polvo antissocial que acaba ajudando-a nessa saga de encontrar sua família.


Para quem se questionou sobre as origens de Dory, de onde ela tirou seus lemas (continue a nadar, continue a nadar) ou como ela aprendeu a falar "baleiês", a animação vai apresentar respostas bem legais pra essas dúvidas, além de ser bastante nostálgica revivendo o primeiro encontro de Dory e Marlin até as famosas perseguições que os peixinhos sofrem por predadores gigantes.
Personagens conhecidos voltam a aparecer, mas não ganharam tanto destaque e nem tem tanto carisma quanto os novos. Nemo e seu pai estão atrás de Dory enquanto ela procura sua família, e vemos o desespero de Marlin em ter que reviver essa história outra vez, mas a participação dos dois acaba sendo ofuscada pela presença de Hank, o polvo. Ele é mal humorado e, a princípio, não parece ser muito legal, mas acabamos descobrindo que sua aversão a humanos tem fundamento e ele conquista nossa simpatia com sua vontade desenfreada de ser livre. Ele também começa a apoiar a causa de Dory quando se torna seu parceiro de aventura e vemos que ele se afeiçoa a ela de forma gradual e bem bacana.


Não digo que o roteiro é totalmente original e pra ser sincera não supera seu antecessor. Algumas cenas são dispensáveis e outras se arrastam ou são repetitivas, logo a impressão que fica é de que esses desenhos seguem um tipo de fórmula em que criaturas pequenas e "insignificantes" conseguem se superar vencendo obstáculos impossíveis, como perambular em meio a multidão sem ser vistos para chegarem aos seus destinos e até fugir dirigindo caminhões, então é comum nos depararmos com cenas de ação e aventura malucas e mirabolantes mas que fazem parte desse universo e acabam sendo até bem divertidas quando assistidas sem pretensões.


Um dos pontos altos - e muito fofos - da animação são os constantes flashbacks de Dory onde ela se vê ainda criança vivenciando alguns momentos passados com sua família, fazendo com que ela se lembre de sua história ao unir esses fragmentos e também servindo como um guia em sua jornada. Morremos de amores por sua versão mirím, mas também nos emocionamos com o amor incondicional da família e a preocupação e a paciência deles ao lidarem com problema de memória da filha de uma maneira bem delicada e bonita.
Dory conquista nossa simpatia e a ideia de como ela nunca deixa de ter esperanças de que tudo vai dar certo no final mesmo nos piores momentos é simplesmente admirável e inspiradora, mas confesso que em alguns momentos ela testa nossa paciência com as furadas recheadas de conveniências em que ela se mete. A perda de memória de Dory é explorada de forma que sua história tenha uma carga dramática mais intensa e delicada, mostrando o lado de como é viver enfrentando essas dificuldades, então, apesar de sem bem humorada, ela acaba deixando as características mais cômicas de lado ganhando um foco mais emocional.


Não assisti a versão dublada pois Ellen Degeneres dando voz à Dory é algo impagável, e achei muito engraçado Dory seguindo os conselhos e tentando interagir com a voz da própria Sigourney Weaver, que dá orientações e informações através de áudios aos visitantes do instituto. O lugar lembra bastante um parque aquático, mas a voz de Sigourney não deixa de repetir por diversas vezes que lá eles acreditam em "resgate, reabilitação e retorno ao mar" reforçando a ideia de cuidados e preservação das espécies, como se a captura não fosse algo ruim já que, posteriormente, os animais seriam devolvidos ao seu habitat natural.
O cenário, claro, é lindo de viver. Tudo é muito colorido e bem iluminado, as cores são vibrantes e até as cenas mostrando as profundezas do oceano são perfeitas. Ah, e tem uma cena pós crédito imperdível com personagens muito queridos! ♥

Este é um filme que traz mensagens de conscientização sobre a preservação dos animais, assim como outras reflexões sobre o valor da família e dos amigos, e a aceitação e o respeito por todos aqueles que tem diferenças que os impedem de levarem uma vida "normal", mostrando que embora tenham algumas limitações, com força de vontade, coragem e determinação é possível conseguir atingir objetivos e realizar sonhos. No final das contas, Procurando Dory não se trata de um resgate propriamente dito, mas sim de uma peixinha pateta e muito carismática que, depois de se conhecer melhor, consegue encontrar a si mesma...

Um comentário

  1. Oi, Flavia.

    Tudo bem? Adorei sua resenha! Além de apaixonada por livros e filmes, sou professora e seu texto me fez ter ótimas ideias de como trabalhar um filme leve e divertido abordando temas como conscientização e preservação. :)

    Beijos
    Gabi.

    www.entrepaginasesonhos.com.br

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