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Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

14 de dezembro de 2022

Título:
Destruidor de Espadas - Realm Breaker #2
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Alta Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2022
Páginas: 560
Nota:★★★★☆
Sinopse: No segundo volume dessa fantasia épica viciante, Corayne chega mais perto de se tornar uma heroína ― mas uma nova ameaça está à espreita.
Corayne não imaginava o que vinha pela frente quando um imortal e uma assassina bateram à sua porta. Eles anunciaram que ela era a única capaz de deter Taristan, um homem sedento por poder que estava abrindo portais para outros mundos, lares de criaturas aterrorizantes. Desesperada por uma aventura, ela partiu determinada a cumprir essa missão, com a ajuda de uma espada especial e de um grupo improvável de aliados.
Depois de uma batalha que quase lhes custou a vida, Corayne e os Companheiros conseguiram fechar um dos portais. Mas eles sabem que essa guerra está longe de acabar… Afinal, Taristan avança ao lado da rainha Erida, conquistando mais e mais territórios pelo caminho.
Quando percebem que o cerco está se fechando, resta aos Companheiros formar seu próprio exército. Num esforço de unir reinos há muito tempo divididos, eles vão enfrentar assassinos ardilosos, feras terríveis e mares tempestuosos. Tudo isso enquanto descobrem da pior forma que Taristan libertou um perigo ancestral, capaz de colocar em risco até a vida dos guerreiros mais poderosos.

Resenha: Destruidor de Espadas, de Victoria Aveyard, é o segundo volume da trilogia Realm Breaker que dá continuidade aos acontecimentos de Destruidor de Mundos.

Essa resenha pode ter spoilers do primeiro livro.

Depois de vários portais que dão acesso a outros mundos perigosos terem sido abertos pelo rei Taristan para espalhar o caos, Corayne, portando a espada que pertenceu a seu pai, conseguiu fechar um dos Fusos por ser a única capaz de realizar tal feito. O Fuzo que fora fechado deixa de ser uma ameaça, mas há outros espalhados que precisam ser fechados também. Assim, Corayne e a guilda de heróis composta por Sorasa, Andry, Dom, Valtik, Sigil e Charlie, que passou a ser chamada de "Os Companheiros", precisam correr contra o tempo para impedir que o pior aconteça, o problema é que eles não precisam lidar apenas com as ambições e os planos terríveis de Taristan, mas também com a rainha Erida. Ela quer se tornar imperatriz de Todala e que todos se curvem aos seus pés, mesmo que pra isso ela precise derramar sangue de inocentes e o povo que lute.

Levando em consideração a escrita do primeiro livro e dos outros livros da autora, eu já esperava que esse seguiria o mesmo padrão, mas confesso que fiquei exausta com a leitura deste. Capítulos gigantescos, arrastados e intermináveis, com descrições minuciosas pra cada grão de poeira que aparece e que poderiam ser retiradas sem afetar a história tornando a leitura muito mais fluída e rápida, economizando pelo menos metade das páginas. Admito que talvez ela compense essa enrolação com cenas de ação e aventura bem emocionantes, mas não achei que o equilíbrio foi justo. Também fiquei com aquela sensação meio amarga de que a autora cria aquela tensão em uma situação desesperadora ou que envolva algum romance para ficarmos na expectativa mas nada de terrível acontece, então num certo ponto, quando aparece outra cena desesperadora, já não há mais espaço pra preocupações, pois já sabemos que não passa de mais um susto e que daqui a pouco passa. A reviravolta é legal, mas é previsível. A tensão "amorosa" (entre aspas mesmo, porque aquilo tá mais pra alguma doença) entre Taristan e Erida é sofrível, e o tempo que a autora enrola pra eles darem um beijo chega a dar vontade de desistir.
Outra coisa que não me desce de jeito nenhum é a forma como Taristan é um vilão caricato e genérico, e as motivações que ele tem pra atingir seus objetivos são ridículas. E tenho que ser sincera em dizer que odiei com todas as minhas forças a tirania de Erida e como foi forçada a ideia dela ser odiada pelos nobres só por ser mulher. Ah, vá... Ela é odiada porque é uma maníaca que sai despejando atrocidades por onde passa, mas ainda assim não consegui engolir essa figura de rainha má que ela faz tanta questão de mostrar pros outros porque me soou tudo muito gratuito, e a ideia dela ter uma dependência emocional do rei também não combina muito bem com essa opressão que ela sai espalhando e com a liberdade que ela sempre afirma ter.

O ponto alto pra mim, assim como no primeiro volume, foi a construção das relações entre os personagens. Os Companheiros, mesmo que em maioria sejam super estereotipados dentro de suas funções, são leais uns aos outros e se tornaram uma verdadeira família, e os momentos que eles passam juntos, seja enfrentando perigos e passando por provações, ou em momentos de pequenas descontrações e descanso, é muito legal de acompanhar, principalmente pelos diálogos bem humorados e inteligentes.
Há um contraste bem interessante entre os relacionamentos entre Corayne e Andry, e Sorasa e Dom, mas sem partir para o romance descarado e meloso. Enquanto o primeiro mostra o papel da juventude e como eles terão as vidas marcadas numa guerra enquanto mantém a esperança de que tudo vai dar certo no final, o segundo foca no peso das escolhas que são feitas a partir de uma vasta experiência de vida, logo há esse equilíbrio em vez de só focar num drama adolescente que ninguém aguenta mais, e muitas cenas são bem sensíveis e emocionantes. As coisas são bem sutis pois o que está em jogo é a vida das pessoas, e o romance eles resolvem depois. Prioridades... O que acho o máximo é que por mais que Dom e Sorasa vivam brigando, no fundo a gente sabe que eles se importam um com o outro e que mais cedo ou mais tarde eles vão ceder.

Enfim, não achei que esse segundo volume superou o primeiro em qualidade e emoção, mas foi uma boa continuação que só atiçou ainda mais minha curiosidade pelo desfecho que deve sair em 2023. Pra quem gosta de alta fantasia, RPG, guildas, campanhas e muitas reviravoltas de tirar o fôlego, são livros mais do que recomendados. Os pontos que, pra mim, foram negativos são super contornáveis quando pensamos na grandiosidade da história e do que aparentemente está por vir.

Destruidor de Mundos - Victoria Aveyard

22 de dezembro de 2021

Título: Destruidor de Mundos - Realm Breaker #1
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Alta Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2021
Páginas: 560
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Ano após ano, Corayne assiste sua mãe, uma célebre pirata, partir para o alto-mar e desbravar todos os reinos de Todala, sem jamais poder acompanhá-la. Quando um misterioso imortal e uma assassina de aluguel aparecem dizendo que ela é a última descendente viva de uma poderosa linhagem ― e a única pessoa capaz de salvar o mundo de um perigo iminente ―, ela aproveita a chance para ir em busca de sua própria aventura.
O problema é que o perigo é muito maior do que ela imaginava: um homem sedento por poder, determinado a reabrir os portais que, no passado, levavam para outros mundos, povoados por criaturas sinistras. Com a ajuda de um grupo de bandidos e maltrapilhos, Corayne terá de provar que o heroísmo pode surgir até nos lugares mais inesperados.

Resenha: Destruidor de Mundos é o primeiro volume da trilogia Realm Breaker, escrita pela autora Victoria Aveyard e publicado no Brasil pela Editora Seguinte.

Todala é um reino vasto que está na mira de Taristan. Ele é um homem sedento por poder que está numa missão que envolve abrir os Fusos adormecidos, que são portais para outros reinos. Na batalha épica que inicia a história, Taristan abre um desses Fusos utilizando uma espada especial e liberta criaturas terríveis que acabam aniquilando todos os heróis que tentavam defender Todala. Agora, sem heróis e com o risco de Taristan continuar abrindo os Fusos para desencadear o caos, quem serão os novos heróis que terão que proteger o mundo desse perigo?

Partindo dessa premissa, somos apresentados a Corayne an-Amarat, uma jovem que aparentemente, não tem nenhuma habilidade especial. Desde sempre ela assiste sua mãe, uma mulher forte e destemida, capitã de um navio pirata, partir para desbravar os reinos de Todala contrabandeando tudo que o reino proibe. Sua maior vontade era sair navegando pra viver uma grande aventura, mas sua mãe nunca permitiu que ela a acompanhasse em suas navegações criminosas.

Até que Domacridhan (ou Dom, ou Vedere, ou Ancião), um misterioso imortal de 500 anos, e Sorasa, uma assassina, aparecem dizendo que Corayne é a última descendente de uma linhagem ancestral e poderosa, e que ela é a única pessoa capaz de salvar o mundo do grande perigo que se aproxima. Porém, Corayne não poderia imaginar que essa aventura seria muito mais perigosa do que parece, pois ela não tinha ideia do poder de Taristan e o que ele é capaz de libertar ao abrir os Fusos. Outros personagens também vão aparecendo ao longo da aventura para formar essa guilda, como Andry Trelland, o escudeiro; Valtik, uma bruxa que fala em enigmas chamados; Charlton, um falsificador com um passado secreto; e Sigil, um caçador de recompensas com contas a acertar. Assim, Corayne, com ajuda de seu grupo peculiar, precisa lidar com esse perigo e mostrar que é possível se tornar uma heroína, mesmo que em lugares desconhecidos e de formas inesperadas. 

A narrativa é feita em terceira pessoa e os capítulos são divididos pelo ponto de vista de seis personagens. Às vezes o capítulo termina e pula pra um personagem que não está presente naquela cena anterior, e isso acaba cortando a fluidez da situação, principalmente quando é uma cena cheia de ação.
Por ter gostado bastante da série da Rainha Vermelha, eu fui com as expectativas lá nas alturas pra ler Destruidor de Mundos, e me surpreendi pois são estilos totalmente diferentes. Enquanto a primeira série tem aquela pegada distópica juvenil com direito a triângulo amoroso, Realm Breaker é uma alta fantasia que foi inspirada em Senhor dos Anéis e a jornada da Sociedade do Anel. Ela é voltada a um público mais adulto devido ao estilo narrativo, aos personagens e à construção de mundo. A escrita da autora dispensa comentários, mas aqui ela parece ter pecado pelo excesso de detalhes que só enchem a história mas não contribuem muito para o entendimento, e senti que a leitura foi um tanto maçante e difícil em alguns pontos. Entendo que o primeiro volume de uma saga desse tipo costuma ser introdutório para que os leitores tenham o máximo de informações pra compreender esse novo universo, mas quando não há informações "didáticas", ou quando essas informações soam confusas a ponto de deixar o leitor perdido, acaba sendo um problema. É aquele tipo de história que começa e você não entende quase nada (recomendo inclusive a reler o prólogo lá pela metade do livro), fica esperando explicações sobre lá na frente, mas as respostas não vem e você fica a ver navios. Então, se você é aquele tipo de leitor que gosta de devorar livros num único dia, talvez com esse, a coisa não vá funcionar. O mundo é apresentado devagar, e as conexões entre os personagens também, afinal, não se pode confiar em qualquer um que acabou de aparecer, e é preciso construir essa relação de confiança aos poucos. Um ponto legal é que os supostos heróis não são invencíveis, logo eles também precisam de proteção, e isso rende várias cenas bem humoradas na história.

Este também não é um livro sobre o desenvolvimento dos personagens, ele foca mais na construção de suas relações até que se torne algo mais sólido. Apesar de sabermos como os personagens são e como agem, o livro aborda muito mais o funcionamento desse universo, mostrando basicamente qual o papel de cada personagem e o que eles vão fazendo ou aprendendo durante a jornada. Então, é impossível não sentir falta de um maior aprofundamento, principalmente quando um personagem é interessante, então já fiquei ansiosa pelo segundo volume para ter um gostinho a mais de cada um deles..

Embora Corayne seja a protagonista, ela não tem um maior destaque no grupo, pois todos tem sua importância alí. Corayne parece estar deslumbrada com sua primeira viagem e os locais que ela visita, mostrando que ela ainda é bem ingênua, mas ela é inteligente, pensa rápido e tem talento pra ler mapas. Porém, ela ainda não tem a experiência que os outros da guilda tem, então ficamos esperando que ela se torne tão interessante quanto eles.

Há um mapa no livro e eu me vi consultando o bendito a cada minuto, pois são muitas cidades, os personagens ficam num vai-e-vem sem fim, são muitas viagens de navio, e sem um mapa é quase impossível se situar. Mas ainda assim a geografia é impressionante e super bem feita. Alguns termos no início podem ser difíceis de se acostumar, são muitos nomes esquisitos pra memorizar, mas chega num ponto onde você já nem percebe mais essa "dificuldade".



A autora também não romantiza tragédias e situações horripilantes. Enquanto em outras histórias sangrentas e cheias de ação acompanhamos os personagens rindo na cara do perigo, aqui podemos ver como situações de crise extremas deixam os personagens abalados e posteriormente necessitados de cuidados e uma boa recuperação. Eles hesitam, sentem medo e raiva, ficam traumatizados e fragilizados, e isso mostram o quanto são humanos e verdadeiros independente de terem poderes mágicos ou não. Aqui, a preocupação em salvar o mundo da destruição é muito maior do que qualquer coisa, afinal de contas, não tem como fazer nada na vida se o mundo acabar e todos estiverem mortos, embora isso não anule as pequenas expressões de afeto que estão alí, mesmo que bem discretas, mostrando que é impossível se privar de todo e qualquer sentimento, independente das circunstâncias. Então, fiquei muito feliz em não ter romance nesse livro, principalmente considerando o gênero, e acho que mais autores deviam seguir esse exemplo. Não é preciso existir um romance pra se criar boas histórias.

No mais, apesar de ter um tanto arrastado, Destruidor de Mundos é uma fantasia épica incrível e cheia de ação que vai conquistar os fãs do gênero. Recomendo e já estou na expectativa do volume 2.

Trono Destruído - Victoria Aveyard

7 de agosto de 2019

Título: Trono Destruído - A Rainha Vermelha #4,5
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2019
Páginas: 504
Nota:★★★★★
Sinopse: Nesta coletânea, que encerra a série A Rainha Vermelha, você vai descobrir mais sobre o universo avassalador da saga que já vendeu mais de meio milhão de exemplares no Brasil.
Trono Destruído é uma coletânea especial para todos os leitores da série best-seller de Victoria Aveyard que ficaram com vontade de passar mais tempo com os personagens depois do fim de Tempestade Guerra.
Com design especial, o livro traz os dois contos já publicados ("Canção da Rainha" e "Cicatrizes de Aço"), além de quatro histórias inéditas que darão aos leitores mais um vislumbre de seus personagens favoritos e a chance de conhecer caras novas. O volume conta ainda com mapas exclusivos, bandeiras, registros sobre a história de Norta e muito mais!

Resenha: Quem acompanhou a série A Rainha Vermelha e ficou com aquele vazio no coração após finalizar a leitura de Tempestade de Guerra, com certeza precisa ler essa coletânea definitiva de seis contos que darão um desfecho digno para série.

Embora dois desses contos já sejam conhecidos e ocupem quase 200 páginas, e por mais que eu acredite que esse livro poderia ter sido facilmente encaixado no anterior para evitar que vários corações se partissem com aquele final, confesso que eu me surpreendi e fiquei com a sensação de dever cumprido, de final merecido, de coração quentinho e acalentado.

Os contos abordam acontecimentos dos personagens que fizeram parte dessa saga e tiveram grande importância e influência em todo o desenrolar da história. O acesso ao diário da falecida mãe de Cal, o início da rebelião vermelha, a inserção de novos personagens que nos mostram uma perspectiva diferente de uma visão fora da batalha, a adaptação de Evangeline ao novo mundo, o relacionamento delicado de Mare e Cal, e o tão esperado desfecho de Maven.
Não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa que a leitura desse livro nos reserva, mas posso afirmar que a autora soube dosar muito bem ação e drama em contos que fluem e nos deixam bastante empolgados e satisfeitos.

Não posso dispensar comentários acerca da edição e diagramação desse livro maravilhoso. Desde a impressão do texto em roxo, até mapas e documentos que não só enchem os olhos, como colaboram para uma melhor compreensão e visualização dos locais por onde a trama se passa, árvores genealógicas, linha temporal, anotações e outras informações, detalhes e curiosidades relevantes sobre prateados e vermelhos para a história.

No final, fica em aberto se os novos personagens introduzidos poderão ou não resultar num spin-off escrito pela autora, mas independente dos planos dela, posso dizer que esse livro trouxe a paz que o anterior me tirou aquela final aberto. Pra quem é fã da série (principalmente aqueles que ficaram insatisfeitos com o desfecho do quarto livro), é leitura mais do que recomendada para fechar e entender tudo o que se passou.

Tempestade de Guerra - Victoria Aveyard

15 de outubro de 2018

Título: Tempestade de Guerra - A Rainha Vermelha #4
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 702
Nota:★★★★☆
Sinopse: Mare Barrow aprendeu rápido que, para vencer, é preciso pagar um preço muito alto. Depois da traição de Cal, ela se esforça para proteger seu coração e continuar a lutar junto aos rebeldes pela liberdade de todos os vermelhos e sanguenovos de Norta. A jovem fará de tudo para derrubar o governo de uma vez por todas — começando pela coroa de Maven.
Mas nenhuma guerra pode ser vencida sem ajuda, e logo Mare se vê obrigada a se unir ao garoto que partiu seu coração para derrotar aquele que quase a destruiu. Cal tem aliados prateados poderosos que, somados à Guarda Escarlate, se tornam uma força imbatível. Por outro lado, Maven é guiado por uma obsessão profunda e fará qualquer coisa para ter Mare de volta, nem que tenha que passar por cima de tudo — e todos — no caminho.

Resenha: Depois de ter sido traída por Cal, Mare quer continuar sua luta junto aos rebeldes em busca da tão sonhada liberdade para os vermelhos e os sanguenovos de Morta. Ao mesmo tempo em que tenta endurecer emocionalmente a fim de resguardar seu coração partido, ela não hesitará para derrubar o governo dos prateados. O problema é que é impossível vencer uma guerra sozinha, assim, Mare não vê outra alternativa a não ser, junto com a Guarda Escarlate, se unir novamente a Cal e seus aliados. Mas, como nem tudo são flores, Maven, como um bom e velho e doentio vilão, não abriria mão de sua obsessão por Mare e passaria por cima de tudo e de todos para tê-la por perto.

Seguindo o mesmo estilo dos livros anteriores, este realmente cumpre o que promete no quesito batalhas, guerra e sangue. Por um lado isso foi muito bom, principalmente por descrever uma batalha da forma terrível e real como ela é, mas, por outro lado, quebrou boa parte do ritmo com acontecimentos que se arrastaram mais do que deveriam se unindo a intermináveis jogos políticos que variavam de acordo com a conveniência. As situações, assim como as alianças, mudavam a cada instante, e as traições e os inimigos não ficavam de fora, mesmo que se reduzissem com o passar do tempo. Então, por mais que eu tenha ficado envolvida e gostado bastante, foi uma leitura que demorei muito pra finalizar. O livro é longo, ponto. Não acho que seria realmente necessário que algumas partes fossem enxugadas a fim de economizar páginas, pois entendo que numa guerra as coisas não se resolvem de forma instantânea e muita coisa precisa acontecer para ser convincente até que tudo se resolva, se é que vai mesmo se resolver. Eu só precisei de mais tempo pra poder absorver a complexidade da história e as incontáveis reviravoltas da trama. Então fico agradecida pela autora ter uma escrita fluída e ter criado um universo interessante o bastante para nos manter interessados no que está acontecendo, e, claro, curiosos pelo que está por vir. Mas confesso ter sido uma pena que ela não deu respostas pra todas as perguntas que fez surgir.
No meio de toda a confusão não poderia faltar os elementos relacionados aos personagens que, obviamente, faziam com que suas decisões ganhassem um peso extra, de tão grandiosas: Honra, obrigações, deveres, e o trágico - porém necessário - sacrifício. São fatores que fazem parte do processo e que são utilizados de forma inteligente para sustentar o enredo e seu desenvolvimento.

É impossível não nos impressionarmos com a construção de mundo e com a forma como a autora detalha os acontecimentos e os cenários ao mesmo tempo que insere tensão e emoção. A narrativa intercalada entre os personagens também foi necessária para acompanharmos e entendermos o desenvolvimento da história de forma mais ampla

Sobre os personagens, é incrível como cada um deles causa um sentimento diferente na gente.
Eu gostei demais da forma como Mare foi retratada (e não só ela, mas as outras personagens femininas também), pois soa como alguém muito real e humana, digna de admiração. Ela coloca seus princípios acima dela mesma, e dá valor ao que acredita, sempre com muita força e coragem, e ao mesmo tempo em que se mostra uma pessoa bem resolvida e decidida, ela também se mostra vulnerável em algumas situações e apenas seguia o coração.
E por falar em coração, assim como os livros anteriores, lá estava o triângulo amoroso entre Cal, Mare e Maven. No final das contas nem consigo considerar que seja mesmo um triângulo pois a coisa pende mais pro lado psicológico do que o físico. Maven, de forma bem direta, só serve para assombrar a relação de Cal e Mare (não que essa relação seja o principal fator da história, afinal, há uma guerra terrível rolando lá fora pra se preocupar), mas não consigo sequer culpá-lo pois qualquer um em seu lugar já teria cedido e perdido o que restou de sua sanidade e instabilidade mental, mesmo que ele ainda tenha sido capaz de manter a ambição.

Também gostei do desenvolvimento de Evangeline e, devido a todas as experiências que teve, seja sobre as escolhas que precisou tomar, ou o que precisou enfrentar com relação aos seus deveres, família e amor, acho que ela foi a personagem que mais se destacou. Ela começa como uma rival ardilosa de Mare, mas acaba se transformando totalmente quando se liberta do que lhe foi imposto pelos seus pais, dessa forma ela pôde ir em busca do que queria: ficar ao lado de Elane. No final, fica bem evidente que a maior batalha de Evangeline era por ela mesma, e embora o seu final tenha sido de acordo com sua jornada, eu gostei do que aconteceu de forma geral.

Não vou me aprofundar em todos os personagens, caso contrário a resenha vai ficar mais extensa do que já está, mas posso dizer que eles tem suas virtudes, mas também tem seus defeitos, alguns aprendem com os erros, outros não, e todos trazem essas características de maneiras diferentes e únicas.

Enfim, ainda não consigo acreditar que Tempestade de Guerra é o último volume da série. A autora nos deu um desfecho que ainda fica aberto à imaginação e à várias interpretações, mas, mesmo não sendo perfeito, o que acredito ter sido a intenção dela, não deixa de ser sólido e satisfatório. Muitas pontas soltas foram amarradas e a trama principal foi resolvida. E talvez a ideia seja mesmo deixar o resto com a gente.

A Prisão do Rei - Victoria Aveyard

14 de dezembro de 2017

Título: A Prisão do Rei - A Rainha Vermelha #3
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2017
Páginas: 552
Nota:★★★★☆
Sinopse: Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.

Resenha: Depois dos acontecimentos bombásticos que se passaram em Espada de Vidro, temos Mare submissa, constantemente humilhada e à mercê de Maven, que enfim, se tornou rei. Atormentada pelas decisões que tomou, sem esperanças de escapar e sem seu poder de eletricidade, ela passa os dias presa e agoniada por saber que Maven quer continuar mantendo Norta sob controle, exatamente como Elara queria.
Enquanto isso, a Guarda Escarlate espera, treina e expande seu exército para se preparar para a guerra que está por vir, e entre eles está Cal, o prateado exilado que vai fazer de tudo para trazer Mare de volta.

Eu já não sei mais como lidar com as reviravoltas e com os conflitos que a autora cria para acabar com o coração dos fãs. O sofrimento de Mare é uma dessas coisas, e o que ela é obrigada a fazer enquanto é prisioneira é arrasador. Estar rodeada de prateados que anulam seu poder parece o fim, mas causar intrigas foi a única ideia que ela teve para tentar mudar as coisas. Assim, onde havia lealdade agora há dúvidas, e, nesse jogo de poderes, com alianças comprometidas, o rei fica enfraquecido.
E é disso que todos precisavam para que algo de bom acontecesse com essa gente oprimida. Por mais que as batalhas sejam alucinantes e pessoas morram, elas são necessárias para um bem maior no futuro.
Os personagens passam por transformações pessoais incríveis e tem pontos delicados revelados de forma que o leitor possa tentar compreender suas atitudes e decisões, mostrando o quanto são complexos e bem construídos, sejam mocinhos ou vilões. E a ideia de, dessa vez, dar voz a outros personagens enriqueceu a história dando novos pontos de vistas ao leitor para os acontecimentos. E destaque especial para Evangeline, que também dá a sua visão dos fatos para a narrativa e mostra que tudo é bem diferente do que imaginamos, por mais odiosa que seja.

Apesar das cenas pontuais que quase deixam o leitor sem fôlego, tamanha a adrenalina e ação, basicamente a autora mostra Mare e sua rotina de prisioneira, focando em questões psicológicas, e isso acaba quebrando um pouco daquele ritmo intenso que eu já estava acostumada pelos volumes anteriores. A política entre os reinos é bem trabalhada e isso explica bastante como as coisas funcionam para que o leitor fique por dentro do significado da bendita coroa, mas muita coisa acaba se tornando repetitiva e se arrasta sem necessidade, com detalhes desinteressantes em excesso, e a impressão que tive, por mais que eu seja fã da série, é que este volume poderia seguir por um caminho diferente para não levar a um final envolvendo romance.

Enfim, o livro é bom, mas não tanto como os outros. Talvez se a autora fosse mais direta e economizasse metade das páginas poupando os leitores de informações repetidas sobre descrições e sobre a vida de prisioneira de Mare as coisas seriam muito melhores e menos maçantes.
A Rainha Vermelha ainda é uma das minhas séries preferidas e estou ansiosa pelo próximo livro, e com aquele final aberto e com a sensação de algumas coisas terem ficado pela metade, eu seria louca se não quisesse saber o que mais a autora nos reserva
.

Espada de Vidro - Victoria Aveyard

13 de novembro de 2017

Título: Espada de Vidro - A Rainha Vermelha #2
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Jovem Adulto
Ano: 2016
Páginas: 496
Nota:★★★★★
Sinopse: O sangue de Mare Barrow é vermelho, da mesma cor da população comum, mas sua habilidade de controlar a eletricidade a torna tão poderosa quanto os membros da elite de sangue prateado. Depois que essa revelação foi feita em rede nacional, Mare se transformou numa arma perigosa que a corte real quer esconder e controlar. Quando finalmente consegue escapar do palácio e do príncipe Maven, Mare descobre algo surpreendente: ela não era a única vermelha com poderes. Agora, enquanto foge do vingativo Maven, a garota elétrica tenta encontrar e recrutar outros sanguenovos como ela, para formar um exército contra a nobreza opressora. Essa é uma jornada perigosa, e Mare precisará tomar cuidado para não se tornar exatamente o tipo de monstro que ela está tentando deter.

Resenha: Depois de quase terem sido massacrados por prateados a mando de Maven, Mare e Cal conseguem fugir da prisão do palácio e são levados pela Guarda Escarlate para um local onde ela poderia não só se sentir em casa, mas também reencontrar sua família. Se sentindo traído pelo sangue, Cal se torna aliado de Mare e decide ajudá-la em sua jornada, mesmo que inicialmente seja tratado como prisioneiro pelos vermelhos.
E nessa sociedade dividida pelo sangue, onde vermelhos são explorados pelos prateados que detém poderes e fazem parte da elite, Mare descobriu que possui a habilidade de controlar a eletricidade, e isso a torna uma ameaça para Mavem e sua mãe, Elara. A novidade é que Mare não é a única vermelha a ter um dom especial e estes passaram a se chamar sanguenovos. Ela vai tentar, então, encontrar e recrutar esses sanguenovos a fim de formar uma exército e lutar contra a opressão da elite prateada.

Embora o ritmo de Espada de Vidro seja mais lento do que seu antecessor, principalmente por Mare não parar de pensar que todos podem ser traidores e não saber em quem pode confiar ou não, o que irrita bastante em alguns momentos, a história continua sendo muito bem construída e empolgante.
A impressão que fica é que antes da tempestade sempre vem a calmaria. Depois de alguns capítulos a protagonista parece levar um choque de realidade, literalmente falando, e amadurece bastante, e isso dá um ritmo diferente para a história, que se torna mais fluída e com acontecimentos frenéticos.
Como se esse universo já não fosse intrigante o bastante, os conflitos políticos presentes na trama elevam a história a um outro patamar, e os elementos voltados para as questões românticas saem de cena para darem espaço a batalhas sangrentas entre pessoas dotadas dos mais diversos e fenomenais poderes.
E nesse cenário acompanhamos Mare num tipo de transformação pessoal, onde ela precisa tomar decisões grandiosas e que a afetam de forma muito negativa. Ela quer salvar os seus, quer acabar com a tirania e a opressão, mas será que vai conseguir quando internamente está tão fragilizada? É como se ela precisasse cumprir com um papel para o qual não foi preparada, mas isso não a impede de pelo menos tentar e é justamente com os erros que ela aprende.
Os outros personagens também são bem trabalhados, apresentando pontos relevantes sobre suas histórias e como lidam com isso no momento presente, como é o caso de Cal, que foi traído e agora faz de tudo para superar.
Basicamente o livro fala sobre a busca pelos sanguenovos e os dilemas de Mare para persuadi-los a lutarem pela causa, enquanto os demais acontecimentos acabam interferindo nesse objetivo principal dela e de seus aliados.

A autora conduz a trama de uma forma inesperada, dando a ela um desfecho arrebatador. Não importa o que esteja acontecendo, desde simples diálogos até os piores momentos de tensão, é impossível não se envolver. O único porém aqui é sobre o dito romance que não faz muito sentido existir. Como eu costumo dizer em livros que trazem conflitos do tipo, há coisas mais urgentes para se preocupar do que forçar a barra tentando enfiar paixonites, até então inúteis, goela abaixo dos leitores, mas fora isso a história é maravilhosa e imperdível.

Coroa Cruel - Victoria Aveyard

13 de fevereiro de 2016

Título: Coroa Cruel - Um conto d'A Rainha Vermelha #1.5
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/YA
Ano: 2015
Páginas: 232
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Duas mulheres - uma vermelha e uma prateada - contam sua história e revelam seus segredos.
Em Canção da Rainha, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal - tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte.
Já em Cicatrizes de Aço, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta - e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho.
Esta edição traz, ainda, um mapa de Norta e um trecho exclusivo de Espada de Vidro, o aguardado segundo volume da série A Rainha Vermelha. 

Resenha: Coroa Cruel reúne dois contos do universo de A Rainha Vermelha escritos pela autora Victoria Aveyard e publicado pela Seguinte no Brasil. Canção da Rainha dá aos leitores acesso ao diário secreto de Coriane Jacos, a nobre prateada que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e logo depois dá a luz a Cal, o príncipe herdeiro. Cicatrizes de Aço é narrado por uma das líderes da rebelião vermelha, Diana Farley, dando ao leitor uma visão vinda de quem faz parte da Guarda Escarlate.
Ambos os contos podem ser baixados gratuitamente em e-book. Clique nas capas abaixo para maiores informações sobre o download.

Enquanto ainda era muito jovem, Coriane teve que se mudar para o palácio real pois sua casa, Jacos, estava falida e vivendo de aparências. Após a morte de seu tio, seu pai se torna líder da Jacos e ela acabou sendo obrigada a adentrar esse mundo da realeza e conviver com as outras Grandes Casas na corte, mesmo que sua intenção passasse longe de se tornar rainha. Mas aproximação com o príncipe herdeiro, Tiberias, acabou indo além da amizade e isso despertou a inveja das outras nobres, principalmente de Elara Merandus, uma prateada com o poder de invadir - e fritar - a mente das pessoas. Quebrando o protocolo que dizia que para que um príncipe se casasse deveria haver a Prova Real para que ele pudesse escolher uma esposa, Tiberias anulou a prova e, apaixonado, se casou com Coriane, mas essa decisão teria um preço... As Casas não aprovaram a anulação da prova e, enquanto rainha, Coriane não pôde viver o seu "felizes para sempre" já que a coroa que ela passou a usar já era visada fazia tempo por outra canditada a esposa que desde então passou a infernizá-la ainda mais...
O diário de Coriane foi presente de seu irmão, Julius, e ela o usava como refúgio para fazer seus desabafos sobre seus pensamentos e emoções, e através dele podemos ver como uma pessoa pode ter seu emocional abalado e destruído.
Quem leu A Rainha Vermelha sabe qual foi o destino de Coriane e que ele refletiu diretamente nos acontecimentos desse primeiro volume, e não vou entrar em detalhes pra não dar spoilers, e em Canção da Rainha é possível ter um aprofundamento maior sobre a vida e a personalidade dessa personagem sensível, delicada e bastante fragilizada, seja pela vida difícil que tinha enquanto morava com a família que passava por várias dificuldades, ou por tudo o que passou nas mãos de Elara, a louca sedenta por poder.
O conto é narrado em terceira pessoa num ritmo mais morno, como se a escrita fosse mais sensível para se diferenciar dos acontecimentos frenéticos vividos por Mare Barrow, a protagonista de A Rainha Vermelha. A narrativa se intercala com o diário, em primeira pessoa, e é bastante envolvente e esclarecedor já que mostra a realidade das Casas e da vida dos nobres de forma geral na corte. Através de Coriane é possível percebermos que a ambição não é algo que está entranhado em todos os prateados, alguns nem ao menos se importam com os poderes que possuem, mas em compensação, temos a prova de que Elara já era cruel e ambiciosa desde sempre, e ela não mede esforços para tirar o que - ou quem - quer que seja do seu caminho...
Apesas de curto e com poucos detalhes sobre alguns fatos ocorridos, o conto não deixou a desejar e mostra a história da rainha de forma bastante interessante e satisfatória.

Em Cicatrizes de Aço acompanhamos Diana Farley, uma jovem vermelha bastante determinada e corajosa que faz parte da Guarda Escarlate e está disposta a lutar contra a opressão dos prateados e a forma injusta e decadente da qual os vermelhos estão submetidos a viver. Os fatos que se passam aqui antecedem os acontecimentos que ocorrem em A Rainha Vermelha e acompanhamos o crescimento da Guarda Escarlate ao sermos inseridos em missões e recrutamentos de aliados à causa.
O conto dá uma visão maior sobre os Reinos mesmo que gire em torno de Diana, mostrando como ela passou de soldado a líder e como ela lidou psicologicamente com tais progressos.
Não gostei taaanto assim de Diana e dos infinitos relatórios da guarda que tornaram a história mais longa do que gostaria, mas posso dizer que o que mais me agradou nesse conto foi a presença de Shade Barrow, que por ser corajoso e inteligente, sempre agindo a tempo e a hora, conquista a simpatia do leitor (a minha simpatia ♥). Pela personalidade e pelo modo de agir de Shade é fácil perceber que ele e Mare são parentes...
O ponto bacana do conto é quando Diana se dirige para Norta, fazendo com que sua história acabe se cruzando com a de Mare. E é esta a importância da história pois a partir daí entendemos os motivos que levaram Diana a ajudar a protagonista fazendo uma sincronia perfeita com o final do primeiro livro que envolve a Guarda Escarlate.

Embora seja possível ter acesso aos contos de forma gratuita, o livro traz um mapa do reino de Norta e seus arredores além dos 4 primeiros capítulos do mais que esperado segundo volume da série, Espada de Vidro!
A capa é metalizada combinando com a capa de A Rainha Vermelha e a água que forma a coroa está em alto relevo com aplicação de verniz. Na contracapa podemos recortar o marcador do livro. As páginas são amarelas e não há erros na revisão.

Em suma, Coroa Cruel é um complemento fundamental para a saga, e mesmo que traga histórias cujos finais já são conhecidos, ainda carrega o elemento surpresa devido a forma como as coisas se desenrolam até chegar onde chegaram, em que cada conto vai trazendo elementos próprios e distintos de forma a tornar cada um deles único e com suas particularidades, se aprofundando em personalidades únicas, com grande importância no desenvolvimento da trama principal e que vão, com certeza, agradar aos fãs da série.


A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard

19 de junho de 2015

Título: A Rainha Vermelha - A Rainha Vermelha #1
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2015
Páginas: 422
Nota: ★★★★★
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Sinopse: O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.
Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?
Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare contra seu próprio coração. 

Resenha: A Rainha Vermelha é o primeiro livro de uma trilogia de mesmo nome escrito pela autora Victoria Aveyard e publicado no Brasil pela Editora Seguinte.

O mundo já não é mais o mesmo. O ano é 320 da Nova Era e a sociedade é dividida pelo sangue que corre nas veias dos cidadãos. De um lado estão os vermelhos, que nasceram em condições precárias, miseráveis e vivem para servir. Do outro lado, estão os prateados, que são a elite e se destacam por terem desenvolvido poderes especiais (e algumas vezes terríveis) de manipulação ou controle e, assim, detém o poder sobre os primeiros sendo superiores em todos os sentidos.
Há um sistema político onde a monarquia de Norta dita as leis e o reino vive em uma guerra constante. Por mais que existam soldados prateados ou gladiadores que lutem exibindo seus poderes nas arenas de Efemérides, os vermelhos são os enviados à linha de frente para serem usados como iscas e escudo humano na guerra.

Em meio a este cenário, conhecemos Mare Barrow, uma vermelha que mora no vilarejo de Palafitas e que está prestes a atingir a maioridade e ser enviada ao front. Ela vem de uma família simples e é a quarta de cinco irmãos. Seus três irmãos mais velhos já foram enviados à guerra por não terem conseguido arranjar um emprego fixo antes de completar dezoito anos, e a mais nova, Gisa, tem um emprego como aprendiz de costureira no castelo e é um exemplo do que os pais gostariam que Mare seguisse. Ela odeia os prateados por tudo o que são e por tudo o que fazem contra os vermelhos e não pode fazer nada pra mudar isso. O que Mare faz frequentemente pra ajudar no sustento da família é cometer roubos, e isso é uma vergonha para os seus pais.

Mare cultiva uma amizade fiel com Kilorn desde a infância. Ele também está pra completar dezoito anos e é aprendiz de pescador. A vida dele parece estar garantida longe da guerra, mas as circunstâncias tomam outro rumo quando a situação muda de cenário após uma reviravolta do destino e Mare se encontra com um trabalho no palácio real e descobre ser dona de um poder que jamais imaginou que pudesse ter...

Devido ao grande sucesso da obra seguido pela sua adaptação cinematográfica, as expectativas estavam nas alturas, e tive um pouco de receio ao saber que a história tinha elementos já conhecidos e que, de certa forma, lembravam outras, como X-Men, Jogos Vorazes, As Crônicas de Gelo e Fogo e até A Seleção. Meu medo era me deparar com uma história nada original e que poderia cair em clichês, mas a autora conseguiu construir um enredo super convincente num cenário fantástico e presenteou os leitores com algo incrível e surpreendente, mesmo que já visto. O livro, com certeza, superou as expectativas e se tornou um dos melhores que já li.

Com uma escrita fluída, fácil e completamente viciante, A Rainha Vermelha é uma fantasia épica - e até escura - com um leve toque de distopia contemporânea voltado ao público jovem adulto. Não acredito que possa ser classificado inteiramente como uma distopia pois há uma monarquia e, obviamente, os súditos devem obedecer as leis impostas pelo rei. Inclusive são os prateados que, até então, disputam o poder entre si e buscam por alianças a fim de fortalecer a si próprios através de casamentos arranjados e combinações de poderes.

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista, acompanhamos a saga de Mare, que se encontra numa situação difícil envolvendo questões políticas e pessoas poderosas cujas intenções, além de não serem muito claras, nunca são confiáveis. Mare descobre ser mais especial do que pensa quando, na Prova Real, um evento no palácio onde jovens se apresentam para o príncipe herdeiro em busca de se tornarem a futura rainha, ela descobre possuir poderes, e isso a coloca numa posição delicada e muito perigosa pois é algo jamais visto e que poderá por abaixo o sistema de controle do reino. A rainha quer mantê-la sob vigilância constante para descobrir mais sobre o que houve.

Paralelamente a isso, um grupo rebelde intitulado Guarda Escarlate composto por vermelhos luta por liberdade usando de violência contra os prateados. Mas atacar a elite é um ato imperdoável e eles não irão deixar isso barato tornando a ação da trama frenética e um enorme clima de tensão no ar.
Sobre o romance, não vou negar que não exista, mas o foco não é este e fiquei super agradecida em não encontrar nada que pudesse considerar meloso ou que desviasse a atenção dos personagens que estão num conflito de uma complexidade sem tamanho e não poderiam perder tempo com isso. A questão envolve muito mais confiança do que preocupações com quem ficar ou não ficar, principalmente por Mare estar num lugar onde qualquer um pode trair qualquer um.

Mare vive uma mentira num mundo que pra ela era desconhecido, em meio a pessoas que nunca são quem parecem ser, mas ainda assim precisa continuar com isso a fim de proteger sua família além de ajudar os vermelhos a serem tratados como iguais enquanto luta para derrubar a desigualdade.

A autora caracterizou os personagens de forma genial. Os prateados, por possuírem o sangue desta cor, tem a aparência fria, e combinando isso com a posição hierárquica em que eles se encontram além das Casas que ocupam, tudo fez muito mais sentido e se tornou bastante crível. Seus superpoderes tem classificações de acordo com o que podem fazer, então nos deparamos com "Murmuradores" (telepatas que podem controlar e ler mentes alheias), "Ninfoides" (manipulam a água), "Verdes" (controlam a vegetação), "Clonadores" (se multiplicam), "Magnetrons" (controlam e manipulam metais), "Curandeiros" e etc... Podemos perceber uma enorme referência a X-Men e não pude deixar de "identificar" poderes de alguns personagens já conhecidos e bem famosos nesta história mas que, considerando personalidade e objetivos, seguem por um caminho totalmente diferente usando seus poderes para outros propósitos.

Já os vermelhos são a escória, são escravizados, desumanizados, e representam o povo oprimido e sofredor que está em busca da liberdade que parece impossível ter.

A capa dá ideia do que a história nos reserva e, mesmo que seja aparentemente simples, é cheia de significado e nos permite supor onde a protagonista poderá chegar em sua trajetória...

A Rainha Vermelha é uma história recheada de violência e conspirações, que faz o leitor refletir sobre a inversão de valores, o preconceito e a opressão que alguns enfrentam, mas retrata uma verdadeira luta pelo autoconhecimento e pela superação a fim de atingir objetivos importantes e realmente dignos de se alcançar.
Já entrou para os favoritos e resta aguardar os próximos livros ansiosa...