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Novidade de Abril - Suma

3 de abril de 2024

Mesmo Sabendo Como Tudo Acaba (30/04/2024)
Helen Brandt perdeu tudo: o trabalho, a família e, em uma atitude desesperada para salvar o irmão, a própria alma. Graças a um pacto demoníaco, Teddy sobreviveu e, em troca, ela foi condenada a padecer no inferno por toda a eternidade.
Expulsa da ordem mágica à qual pertencia, a jovem passou a última década investigando mistérios sobrenaturais ao lado de Edith, seu grande amor. Agora, prestes a dar adeus à vida que dividia com a amada e cumprir sua sentença, ela recebe uma última oferta de trabalho: capturar o assassino em série mais temido da cidade.
Ao ter a proposta recusada, sua cliente lança mão da única recompensa que a detetive não pode negar: reverter o pacto e envelhecer ao lado da mulher que ama. Agora, ela terá três dias para descobrir quem está fazendo vítimas pela cidade ou perder para sempre a chance de ser feliz com Edith.

Novidade de Março - Suma

3 de março de 2024

Dolores Claiborne - #Biblioteca Stephen King - Stephen King (26/03/2024)
Faz décadas que Dolores Claiborne trabalha para Vera Donovan, milionária dona de uma mansão na ilha Little Tall, no Maine. Determinada, com três filhos para criar, Dolores enfrentou desde o início a personalidade tempestuosa da patroa e, diferente de incontáveis antecessoras, conquistou a confiança da mulher e a estabilidade no emprego.
Quando Vera morre em um acidente, porém, todas as suspeitas caem sobre a funcionária. Questionada pelas autoridades, Dolores faz uma confissão e revela, durante seu testemunho, algo inesperado pela polícia: uma história sobre um relacionamento abusivo e a misteriosa morte de seu marido, que ocorreu trinta anos antes, em Little Tall.
Publicado no Brasil com o título Eclipse total e adaptado para o cinema em 1995, com atuação de Kathy Bates, Dolores Claiborne é um suspense psicológico de tirar o fôlego. O relato comovente e inquietante da protagonista faz deste um dos romances mais originais de Stephen King.

Novidade de Fevereiro - Suma

4 de fevereiro de 2024

A Serpente e as Asas Feitas de Noite - Nascidos da Noite #1 - Carissa Broadbent (27/02/2024)
Oraya é a filha adotiva do rei dos vampiros Nascidos da Noite. Humana em meio a predadores naturais, ela passou a vida lutando em um mundo que desafia sua existência. A única chance que tem de sobreviver é vencendo o Kejari, um lendário torneio promovido pela própria deusa da morte. Mas derrotar seus adversários, vampiros das três casas do reino, não será um desafio simples e, para resistir à brutalidade das batalhas, Oraya será obrigada a se aliar a um rival misterioso.
Raihn é um vampiro atroz, inimigo do rei e o oponente mais poderoso que Oraya encontra. Ainda assim, o que mais a assusta é a inesperada afeição que sente por ele. Quando a Casa da Noite é ameaçada, Raihn parece ser o único capaz de entender e ajudá-la, mas, em um mundo em que nada é mais mortal que o amor, essa relação pode colocar tudo a perder.

Mestre dos Djinns - P. Djèlí Clark

27 de dezembro de 2023

Título:
 Mestre dos Djinns - Dead Djinn Universe #1
Autor: P. Djèlí Clark
Editora: Suma
Gênero: Fantasia Urbana/Steampunk
Ano: 2023
Páginas: 352
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Cairo, 1912. Fatma el-Sha’arawi é a mais jovem mulher a trabalhar para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. Mas ela certamente não é nenhuma novata, ainda mais depois de ter impedido a destruição do universo no último verão.
Após um assassinato envolvendo os membros da Sociedade Hermética de Al-Jahiz, irmandade secreta dedicada ao homem mais famoso da história, a agente é convocada para investigar o caso. Quarenta anos antes, al-Jahiz abriu o véu que isolava o mundo mágico ― trazendo os djinns, ou gênios, para a realidade humana ― e desapareceu sem deixar vestígios. Agora, o assassino alega ser o próprio al-Jahiz, que voltou para punir a sociedade moderna por suas injustiças sociais.
Na companhia de Hadia, sua nova assistente, e de Siti, sua namorada e devota dos antigos deuses egípcios, Fatma precisará desvendar a identidade do impostor ― se é que ele é mesmo um impostor ― para reestabelecer a paz.

Resenha: Mestre dos Djinns, escrito pelo autor P. Djèlí Clark, se passa na cidade de Cairo de 1912, num Egito alternativo e steampunk que se transformou numa superpotência política, a frente até mesmo de países europeus. Esse destaque do Egito ocorreu há quarenta anos, após o lendário al-Jahiz ter abrido o véu que separava o mundo real do sobrenatural e causado uma revolução mágica. Djinns e outras criaturas fantásticas adentraram o mundo real mas, logo em seguida, al-Jahiz desapareceu sem deixar rastros. Com a presença das criaturas, a magia se tornou parte da realidade e passou a ser algo comum.

Quando um assassinato misterioso envolvendo a aristocracia britânica e os membros da Sociedade Hermética de Al-Jahiz (uma irmandade secreta dedicada a al-Jahiz) acontece, Fatma el-Sha'arawi, uma detetive "bastante experiente" de vinte e poucos anos, entra em cena.
Numa época onde o sufrágio feminino está avançando pelo Egito, Fatma é a mulher mais jovem e uma das poucas a trabalhar no Ministério da Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. Agora ela foi designada a investigar esse assassinato que acaba a levando a uma pessoa que alega ser o próprio al-Jahiz. Fatma embarca nessa missão determinada a desmascarar o impostor com a ajuda de Hadia, sua assistente que é super comprometida com o trabalho.

O livro é narrado em terceira pessoa e a escrita do autor é relaticamente boa, porém com ressalvas. Algumas descrições e palavras são floreadas demais, outras carecem de O cenário e a construção de mundo em si é incrível e, apesar de bastante criativo, achei que o enredo e a construção dos personagens estavam com várias falhas que acabaram deixando a história dispersa e com pontos que pareciam só estarem alí pra desviar a atenção do leitor. Uma coisa que dificultou a leitura pra mim foi o excesso de palavras da cultura egípcia, como roupas, comidas ou objetos. Não tenho nada contra a cultura em si, mas pra quem não está acostumado ou não sabe o que são essas coisas descritas pelo autor, ou vai precisar interromper a leitura e ir pesquisar, ou vai ignorar e fingir que sabe, e seja o que Deus quiser. Alguns elementos foram inseridos na intenção de aumentar a tensão e os problemas pra se enfrentar, mas não havia a menor necessidade visto que deixou mais perguntas do que respostas e que, talvez, serão aprofundadas num próximo volume. Outra coisa é que num universo onde as pessoas já se habituaram ao sobrenatural, Fatma - que trabalha no Ministério - não parece enxergar o óbvio algumas vezes, e suas reações diante de algo que ela já deveria estar acostumada e tratar como algo rotineiro, não parecem ser reais.

Fatma, como aquela protagonista que dá a ideia de ser alguém super fodona, competente e habilidosa, não passa de uma abençoada totalmente superficial, arrogante e desatenta que se aproveita das conveniências do enredo e da boa vontade das testemunhas que aparecem em seu caminho pra lhe dizer exatamente o que fazer, e se não fosse isso, ela não chegaria a lugar nenhum, nunca. Sua falta de competencia em várias situações desencadeiam conflitos que, ao meu ver, não deveriam existir. Acho que sua assistente é muita mais profissional do que ela. Não sei se isso foi algo proposital feito pelo autor, mas a impressão que tive era que ele focou mais na sua obsessão por roupas estilosas e relacionamento amoroso pra dar um toque de bom humor (?) do que a missão investigativa que, ao meu ver, era o que importava alí.
Siti, a namorada de Fatma, é uma personagem cheia de camadas e foi uma pena que não foi tão explorada como eu gostaria. Ela tem sua importância no enredo, seja com relação ao mistério como também para o desenvolvimento de Fatma, além de abordagens bem adequadas que criticam temas delicados como racismo e intolerância religiosa.

Embora haja muita tensão em cenas mirabolantes e cheias de perigos, as coisas não parecem manter um ritmo padronizado, pois várias situações sofrem reviravoltas mas são resolvidas de formas relativamente simples pra todo o alvoroço apresentado, e a sensação é de desorientação e aleatoriedade. O vilão também é super caricato (e tenho certeza que foi feito assim de propósito) com suas motivações e discursos ridículos enquanto gira o próprio bigode.

Em meio à trama, achei interessante a forma como o autor abordou a questão do espaço e dos direitos que as mulheres começaram a ter numa época onde, embora houvesse um pouco de tolerância, a misoginia ainda tinha muita força, e não só isso, como também o racismo, a xenofobia e o elitismo dos quais ele aproveita pra fazer uma excelente crítica. Fatma representa um pouco desse progresso, principalmente por ela ser lésbica, mas fica evidente que tudo poderia ser melhor, ainda mais se formos considerar que é um universo alternativo e que não precisa seguir a risca a nossa realidade...

Mestre dos Djinns traz uma história com um estilo alternativo e engenhoso bastante interessante de um Egito que ascendeu com a ajuda do sobrenatural. Pra quem gosta de boas contruções de mundo, do estilo steampunk com aquela pegada de magia, suspense, caos e investigações em meio a cultura a mitologia egípcias, e ficou curioso pra acompanhar uma detetive com habilidades duvidosas mas com gosto requintado para ternos, é leitura mais do que indicada.

Para o Trono - Hannah Whitten

20 de dezembro de 2023

Título:
 Para o Trono - Wilderwood #2
Autora: Hannah Whitten
Editora: Suma
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2023
Páginas: 416
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Cumprindo seu destino como a Segunda Filha do reino de Valleyda, Red se entregou à floresta de Wilderwood, onde descobriu a verdade por trás das lendas. Com a ajuda do Lobo, ela conteve a ameaça dos Cinco Reis, mas o custo foi alto demais, e sua irmã Neve ficou presa na Terra das Sombras.
Perdida em um território desconhecido, Neve encontra um aliado improvável: Solmir, alguém com quem a Primeira Filha preferiria nunca mais ter contato. Juntos, os dois partem numa jornada perigosa em busca da Árvore do Coração, para enfim reivindicar os poderes sombrios dos deuses.

Resenha: Depois de cumprir com seu destino, Red, a Segunda Filha, descobriu a verdade por trás das lendas ao se entregar à floresta de Wilderwood. Com a ajuda do Lobo, ela conseguiu controlar e conter a ameada dos Cinco Reis, porém o custo foi sua irmã, Neve, ter ficado presa na Terra das Sombras.
Agora, presa, perdida e contra sua vontade, Neve precisa unir forças a Solmir, o vilão do livro anterior, para partirem numa jornada cheia de perigos numa tentativa de caçar deuses e reinvindicarem seus poderes sombrios para, enfim, impedirem o retorno dos Reis.

Enquanto isso, em Wilderwood, Red e o Lobo estão conectados com a floresta, e a Segunda Filha está determinada a salvar a irmã, mesmo que não saiba como fazer isso. De um lado Red tenta descobrir o que as visões que ela tem significam e como ela pode encontrar a irmã, e do outro lado, Neve, em companhia de Solmir, corre contra o tempo para reinvindicar os poderes dos deuses.

Diferente do volume anterior, mesmo que haja os capítulos intercalados com Red assumindo a narração, Para o Trono traz como questão principal a perspectiva do ponto de vista de Neverah, e isso mostra um aprofundamento maior com relação à personalidade, as decisões e a situação em que se encontra a Primeira Filha. Neve ainda é assombrada pelos erros que cometeu mas, mesmo sentido culpa, ela não cede de jeito nenhum, quer ter a última palavra sempre e não poderia ser mais irritante. Não digo que Neve é uma vilã pelas coisas que fez, ela me soa mais como uma anti-heroína que está numa jornada de aprendizado, auto conhecimento e descobertas. Ela teve um amadurecimento considerável e uma evolução boa se comparada a quem ela era no começo.
Solmir foi uma grata surpresa e arrisco a dizer que ele acabou sendo o personagem que mais gostei. Ao mesmo tempo que ele estava sempre melancólico ele demonstrava ironia, e os diálogos dele com Neve, onde eles viviam trocando farpas, foram os mais divertidos de se acompanhar. A convivência entre os dois também é responsável por uní-los cada vez mais, e é legal acompanhar o carinho que eles vão nutrindo um pelo outro, mas não nego que a construção gradual - e muito lenta -  desse "relacionamento" me soou forçada e acho que a história ficaria mais interessante e menos clichê se o romance não existisse.
Apesar de ter esse problema sério com o ritmo e com a fluidez, o livro entrega interações muito divertidas entre inimigos que se tornam aliados em nome de um bem maior enquanto rola tensão sexual, olhares sedutores e paixonites um tanto óbvias e debochadas.

A construção de mundo fica mais complexa com a inclusão da Terra das Sombras e da Árvore do Coração, e como a autora dá muitas voltas nos detalhes, senti que perdi muita coisa e deixei de entender (e me importar) com outras.

Embora tenha os momentos divertidos e os outros de pura tensão, a autora não mudou o estilo de escrita com muitos detalhes excessivos e capítulos que pareciam não ter fim. Tudo é descrito de forma tão lenta e demorada que a leitura acaba se tornando arrastada em alguns pontos e até repetitiva, e o que deveria ser uma experiência interessantíssima acaba se tornando cansativa. A forma como os capítulos destinados a Red cortam os de Neverah e ficam repetindo as mesmas informações e diálogos, dão a impressão de que há um espaço onde nada acontece e nada sái do lugar, e isso acabou quebrando o ritmo da leitura a ponto de me fazer abandonar o livro por diversas vezes enquanto eu lia outros no intervalo. A autora também destina alguns capítulos sob o ponto de vista de Raffe, mas é mais uma coisa que não acrescenta em nada e não tráz nada de interessante.
Como Red e Eammon já foram explorados à exaustão no livro anterior, achei que aqui eles não tinham quase nada a oferecer. Se a autora fosse direta, focasse exclusivamente no ponto de vista de Neve e não tivesse ficado repetindo as coisas e dando voltas e mais voltas, penso que a leitura teria fluído muito melhor.

Releituras de contos de fadas com essa pegada sombria sempre são interessantes e chamam a atenção, e acredito que aqui, com todos esses rodeios e detalhes infinitos, a autora quis promover um tipo de imersão obscura no leitor além de fazer esse contraste de luz e trevas quando comparamos as duas irmãs. Mesmo que não seja perfeita, ainda acho que a história é bastante interessante pelos elementos diferentes e pelos assuntos abordados que combinaram bem com todo esse universo. Magia, amor, perdas e sacrifícios são ingredientes que na maioria das vezes funcionam bem dentro do gênero, mas no caso da duologia Wilderwood, é preciso ter paciência e bastante tempo pra se dedicar à leitura e poder aproveitar. É aquele tipo de leitura demorada, mas que no final vale a pena.

Holly - Stephen King

15 de novembro de 2023

Título:
 Holly
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Gênero: Suspense/Mistério/Policial
Ano: 2023
Páginas: 448
Nota: ★★★★★
Sinopse: Holly Gibney surgiu tímida e reclusa em Mr. Mercedes e se tornou uma detetive particular talentosa. Neste romance inédito de Stephen King, ela retorna para enfrentar dois adversários perversos.
Penny Dahl está desesperada para encontrar a filha, Bonnie, que sumiu sem deixar vestígios. Em busca de ajuda profissional, ela liga para a agência Achados e Perdidos, sob o comando de Holly Gibney. A detetive reluta em aceitar o caso, porque deveria estar de licença, mas algo na voz de Penny faz com que Holly não consiga ignorar o pedido.
A poucos quarteirões de onde Bonnie foi vista pela última vez, moram Rodney e Emily Harris. Um casal de acadêmicos octogenários, dedicados um ao outro, eles simbolizam a banalidade da classe média suburbana. No entanto, no porão de sua casa bem cuidada e repleta de livros, os dois escondem um segredo terrível, que pode estar relacionado ao desaparecimento de Bonnie.
Descobrir a verdade se torna uma tarefa quase impossível, e Holly dependerá de seus talentos extraordinários para desmascarar os professores ― antes que eles ataquem novamente.

Resenha:
 Ambientado em plena pandemia de Covid 19 em 2021, a detetive particular Holly Gibney se depara com um caso de desaparecimento do qual ela não pôde recusar, mesmo que estivesse de licença. Bonnie sumiu sem deixar vestígios e sua mãe, desesperada, vai até a agência "Achados e Perdidos" pedir ajuda para Holly e convencê-la a encontrar a filha.
A poucos quarteirões de onde Bonnie foi vista pela última vez, há uma casa bem cuidada onde vive um casal de professores acadêmicos octogenários que, aparentemente, estão acima de qualquer suspeita. O que ninguém imagina é que há algo de sinistro acontecendo no porão dessa casa e que pode ter relação com o sumiço de Bonnie, logo cabe a Holly usar seu talento para descobrir a verdade, desmascarar os professores e impedir outro ataque.

Antes de dar minha opinião, vou dizer que não li a trilogia Bill Hodges, onde a protagonista aparece pela primeira vez. As resenhas disponíveis aqui no blog foram feitas pelo Lucas, na época em que ele ainda era colaborador, e eu acabei não tendo a oportunidade de ler esses livros (ainda). Talvez fizesse alguma diferença ou desse uma noção melhor do que esperar dela pois, pelo que pesquisei, há muita informação sobre Holly e seu passado na trilogia que não é abordada nessa obra. Claro que é possível ler este sem ter lido os outros livros e sem risco de se perder, mas com um conhecimento prévio talvez a experiência poderia ter sido diferente, não sei.

Diferente de histórias policiais onde o autor segura a identidade do vilão até a última página, aqui os maníacos já são revelados no começo. A expectativa é acompanhar pra saber quando vão ser descobertos e como (e se) isso vai acontecer. King já fez isso em outros de seus livros e é um formato que funciona muito bem pois ele consegue conduzir a história mantendo o suspense e o mistério para os personagens que estão envolvidos alí mas não sabem o que está acontecendo. Narrado em terceira pessoa, com capítulos que se alternam entre presente e passado dos personagens, vamos acompanhando Holly em meio às investigações, além dos detalhes dos crimes horrendos cometidos pelo casal de professores. As motivações para os crimes são expostas, assim como o modus operandi desses dois, que é usar a aparência inofensiva para atrair e capturar as vítimas até que sejam levadas ao porão. Várias cenas são desesperadoras, causam muito desconforto, são bizarras, e o nível de crueldade chega a revirar o estômago. É uma representação muito extrema do que é a maldade humana.

Eu realmente gostei muito da história, fiquei super envolvida e até agoniada em diversas cenas bizarras e apavorantes. A Covid 19 foi praticamente um personagem da história e fiquei com a impresão de que o autor estava um tanto indignado e quis politizar o tema, não só se posicionando contra o governo da época, mas mostrando o contraste enorme entre aqueles que levam o perigo da doença a sério e se protegem, e os birutas negacionistas que não estão nem aí ou recorrem a "tratamentos" que não existem. Essas questões políticas e sociais acabam trazendo muita realidade à trama, até mesmo porque também representa o que vivenciamos aqui no Brasil. O autor retrata os acontecimentos que o mundo inteiro passou, assim como incorpora o comportamento das pessoas em quarentena diante da insegurança, da confusão e do medo de não saberem o que estava por vir.

Holly é uma mulher madura e muito persistente que precisa lidar com os próprios desafios pessoais enquanto se dedica ao trabalho com bastante afinco. A história, que já é rica devido aos detalhes do mistério que gira em torno dos crimes, fica ainda mais interessante quando as camadas da vida de Holly começam a ser reveladas. E tudo isso em meio a pandemia onde todas as pessoas ou estão sem saber o que fazer por nunca terem tido uma experiência desse nível na vida, ou estão se comportando feito loucas por não acreditarem que aquilo é real.
Os demais personagens também são bem construídos e desempenham papeis relevantes e importantes para Holly no que diz respeito às investigasções e até a sua própria rotina.

Um ponto que achei genial é a dualidade criada por King ao retratar esse casal. Ao mesmo tempo em que eles representam a banalidade da classe média que vive no suburbio, eles representam o que há de pior no ser humano, mostrando que por trás de uma aparência inofensiva, algo de terrível pode estar escondido e não se pode confiar em ninguém.

No mais, pra quem é fã de Stephen King, já sabe o que esperar do mestre. Recomendo muito a leitura, principalmente pela ideia do autor de inserir o tema da pandemia à história de forma orgânica e imersiva, mostrando que o horror vai além do true crime, e que a vida de milhões esteve nas mãos de pessoas limitadas, imbecis, egocêntricas e só tomaram decisões horríveis que resultaram no que todos nós testemunhamos, não só nos EUA, mas por aqui também...

Está Tudo Bem - Vol.1 - Mike Birchall

13 de novembro de 2023

Título:
 Está Tudo Bem - Vol.1
Autor: Mike Birchall
Editora: Suma
Gênero: HQ/Distopia
Ano: 2023
Páginas: 272
Nota:★★★★★
Sinopse: Sam e Maggie são um casal perfeitamente normal, que mora em um bairro perfeitamente normal, com um cachorro, chamado Winston, perfeitamente normal. Todas as casas da vizinhança são iguais. As pessoas são parecidas e falam de maneira similar. Olhando de fora, está tudo bem. Mas… será que está mesmo?
Já faz algum tempo que o adorável Winston está morto. Sam e Maggie começam a ter dificuldades para manter a imagem da vida suburbana perfeita. O mistério continua e, apesar de estarem tão “bem” quanto possível, eles são vigiados por câmeras e passam a questionar as próprias decisões. Reprimindo sentimentos, ocultando lembranças e vivendo estranhamente desconectados, os dois estão a apenas um equívoco de algo muito mais sinistro.
Em uma sociedade controladora que pune rigorosamente os que questionam e se rebelam, o que acontece quando, na realidade, não está tudo bem?
O volume 1 de Está Tudo Bem reúne os episódios 1 a 16 do Webtoon Everything is Fine e inclui conteúdo extra inédito.

Resenha: Inspirada em 1984, de George Orwell, e indicada ao prêmio Harvey, Está Tudo Bem, criada por Mike Birchall e publicada pela Suma, é a série mais popular do Webtoon na categoria horror. 


Nela acompanhamos o casal Sam e Maggie, que vivem felizes com seu cachorro chamado Winston numa vizinhança aparentemente normal onde todos são educados e muito amigáveis. Eles convivem bem com seus vizinhos, Linda e Bob, e sempre comentam sobre suas rotinas. Há câmeras por todos os lados e todo mundo é vigiado, logo é preciso falar as coisas certas e na hora certa para que não haja a menor suspeita de que algo possa estar fora de ordem e controle.

Winston já está morto atrás do sofá há sabe-se lá quanto tempo, mas o casal faz de conta que tudo está bem pra manter as aparências, fazendo até questão de chamá-lo pra comer em alto e bom som. Eles também passam os dias reprimindo sentimentos, mantendo conversas desconexas, tentando se adaptar e tentando esquecer lembranças de acontecimentos passados, o que sugere que algo de muito errado deve estar acontecendo. Quando Charlie, o vizinho da casa a frente, chama Maggie para lhe mostrar algo no porão de sua casa, algo estranho e inesperado acontece, e Maggie toma uma decisão radical que mudaria todo o rumo de sua vida e do seu marido.



A HQ conta com ilustrações em tons pastéis e traços fofos e delicados que constrastam bastante com o mundo distópico e assombroso criado pelo autor. Os personagens vivem suas vidas perfeitas, numa sociedade modelo, mas pra se manter a ordem há um custo a se pagar. Todos eles usam essa enorme cabeça de gatinho que sempre esboça a mesma expressão de ternura independente da situação, escondendo suas reais feições, fazendo com que o leitor só possa imaginar pelo que estão passando e como estão reagindo a isso.

Essa áurea de mistério e suspense só atiça a nossa curiosidade pra saber por que eles se comportam assim, quem os vigia, por que suas conversas sempre são irreais e enigmáticas, por que sempre precisam fingir que tudo está bem, por que eles param o que estão fazendo e mudam de atitude quando um sinal de alerta é ativado num de seus olhos, e que diabo de vibe creepy é essa que ronda esse pessoal. Vê-los topando com cenas assustadoras e continuarem agindo com suas "carinhas felizes" como se não fosse nada demais chega a dar calafrios na espinha. A vontade de saber por que parecem tão atormentados, o que eles querem tanto esquecer, ou o que há no porão de Charlie também é enorme.




Eu não conhecia a websérie e confesso ter ficado interessada na leitura logo que vi a capa. Depois vi qual foi a inspiração do autor e fiquei ainda mais curiosa, mas não pesquisei a respeito pra ler na intenção de ser surpreendida e fiquei com as expectativas lá nas alturas. Por ter 1984 como inspiração já imaginava que pudesse ter algo relacionado a um governo totalitário, inclusive o nome do pobre do cachorro já faz uma homenagem ao protagonista do clássico de Orwell.

Durante a leitura, fiquei com aquela sensação de ameaça no ar, e senti um desconforto e um pavor real por perceber que existe algo de errado mas não saber o que é, mesmo quando Maggie toma a atitude mais drástica de sua vida. Nesse ponto, o livro simplesmente termina e resta ao leitor esperar pelo próximo volume pra continuar acompanhando e saber o que está acontecendo e quais serão os próximos desafios que Sam e Maggie vão precisar enfrentar agora que "acordaram".


No mais, eu gostei muito da leitura, fiquei presa até a última página e super indico. Apesar de ser só a introdução da história e dar quase nada de informações, realmente me surpreendeu porque aguçou minha curiosidade com um tema interessante e pesado sob um visual bonitinho. Não se enganem com os rostinhos felizes dos "gatinhos", há cenas bem cruéis que envolvem violência e sangue que chegam a arrepiar. Só espero que a continuação não demore muito pra sair porque a curiosidade bateu forte por aqui.

Novidade de Novembro - Suma

3 de novembro de 2023

Está Tudo Bem - Vol.1 - Mike Birchall (13/11/2023)
Inspirada em 1984, de George Orwell, e indicada ao prêmio Harvey, Está Tudo Bem é a série mais popular do Webtoon na categoria horror. Com ilustração em tons suaves e aparente ternura nos traços dos personagens, Mike Birchall cria um mundo distópico aterrorizante e desesperador, onde a ordem se mantém a um custo muito alto.

Sam e Maggie são um casal perfeitamente normal, que mora em um bairro perfeitamente normal, com um cachorro, chamado Winston, perfeitamente normal. Todas as casas da vizinhança são iguais. As pessoas são parecidas e falam de maneira similar. Olhando de fora, está tudo bem. Mas... será que está mesmo?
Já faz algum tempo que o adorável Winston está morto. Sam e Maggie começam a ter dificuldades para manter a imagem da vida suburbana perfeita. O mistério continua e, apesar de estarem tão "bem" quanto possível, eles são vigiados por câmeras e passam a questionar as próprias decisões. Reprimindo sentimentos, ocultando lembranças e vivendo estranhamente desconectados, os dois estão a apenas um equívoco de algo muito mais sinistro.
Em uma sociedade controladora que pune rigorosamente os que questionam e se rebelam, o que acontece quando, na realidade, não está tudo bem?

O volume 1 de Está Tudo Bem reúne os episódios 1 a 16 do Webtoon Everything is Fine e inclui conteúdo extra inédito.

Para o Lobo - Hannah Whitten

13 de outubro de 2023

Título:
 Para o Lobo - Wilderwood #1
Autora: Hannah Whitten
Editora: Suma
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2022
Páginas: 392
Nota:★★★☆☆
Sinopse: O reino de Valleyda não via o nascimento de uma Segunda Filha há cem anos – até a Rainha dar à luz Redarys, ou Red, irmã mais nova de Neverah. Seu propósito de vida é um só: o sacrifício.
Ao completar vinte anos, Red se entregará ao temido Lobo em Wilderwood – a floresta que faz fronteira com seu lar –, para cumprir o pacto selado há quatro séculos e garantir a segurança não só de Valleyda, mas também de todos os demais reinos.
Carregando o fardo de um poder que não consegue controlar, Red sempre soube de seu destino e está quase aliviada por cumpri-lo: na floresta, ela não pode machucar aqueles que ama.
No entanto, apesar do que dizem as lendas, o Lobo é apenas um homem, não um monstro. E os poderes de Red são um chamado, não uma maldição. Enquanto descobre a verdade por trás dos mitos, a Segunda Filha precisará aprender a controlar sua magia antes que as sombras tomem conta de seu mundo.

Resenha: Para o Lobo é o primeiro volume da duologia Wilderwood, uma Dark Fantasy escrita pela autora Hannah Whitten publicada no Brasil pela Suma.

Valleyda é um reino próximo a Wilderwood, uma floresta que, de acordo com as lendas, protege os reinos de criaturas malignas que vivem na Terra das Sombras. Há algumas centenas de anos, cinco reis adentraram a floresta para impedir que essas criaturas atacassem o reino mas nunca mais foram vistos. Desde então, segundo as lendas, um Lobo protege a floresta e caça essas criaturas mas, em troca, ele pede o sacrifício da Segunda Filha da governante de Valleyda.

Depois de algumas segundas filhas já terem sido enviadas à floresta como oferenda ao Lobo numa tentativa (em vão) dos reis aprisionados serem libertados, alguns séculos se passaram e a rainha atual teve duas filhas gêmeas. Neverah, que por ter nascido primeiro herdaria o trono, e Red, que como segunda filha seria oferecida para o Lobo quando chegasse a hora. Desde criança Red aceitou seu destino de sacrifício enquanto Neve tentava convencê-la do contrário. Agora que elas completaram vinte anos, às vésperas do ritual, Nevenão quer perder a irmã e tenta fazer com que Red fuja para não precisar enfrentar esse destino trágico mas Red, atormentada por um poder desconhecido e determinada a nunca mais machucar as pessoas ao seu redor, não dá ouvidos e permanece determinada a cumprir seu objetivo. Mas, ao entrar em Wilderwood, Red vai descobrir a verdade sobre o Lobo, que na verdade é apenas um homem, e também vai se deparar com um mistério um tanto sombrio que paira sobre a floresta.
"A Primeira Filha é para o Trono.
A Segunda Filha é para o Lobo.
E os Lobos são para Wilderwood."
- Pág. 8
Narrado em terceira pessoa com foco principal em Red, a autora mescla vários contos de fadas na intenção de construir uma fantasia sombria com toque de drama, romance, conspirações e magia regada a muito sangue. Também há alguns interlúdios com foco em Neve para que o leitor saiba o que anda acontecendo do lado de lá enquanto Red está na floresta, e isso dá um contraste bem interessante à história e seu desenvolvimento. 
O início da história já apresenta uma quantidade enorme de lendas e acontecimentos sem que haja uma introdução, como se o leitor já soubesse do que se trata quando na verdade não sabe nada e só fica perdido até que as informações venham picadas e de forma até misteriosa.
Talvez a questão do sangue na história possa inclusive ser gatilho pra algumas pessoas, pois há várias cenas onde os personagens se cortam para "ativarem" a magia. Não foi algo que me incomodou, mas acho que poderia haver um jeito menos sangrento e menos pesado na dependência do drama, e fiquei com aquela impressão de sangue e automutilação tão explorados quanto gratuitos. O problema é que, mesmo que a autora tenha sido realmente criativa ao misturar releituras, a história dá muitas voltas e tráz muitos detalhes desnecessários que deixam a escrita arrastada e pesada, e as coisas parecem não sair do lugar já que as informações e as explicações não são muito claras e vêm em migalhas, logo o leitor vai passando páginas e mais páginas mas não sabe muito bem o que está, de fato, acontecendo. E isso acabou me desgastando e prolongando a leitura além do que eu gostaria por pura falta de interesse de continuar lendo, por mais que a história seja diferente, tenha muitas referências e chamado minha atenção pelo que se propôs. Qualquer distração mínima já é o suficiente pra ter que voltar algumas páginas pra reler e não perder nada e isso acaba se tornando um tanto cansativo.

Antes de Red ir para Wilderwood ela era bastante obstinada, mas na companhia do Lobo, ou Eammon, ela se torna meio boba. Embora Red descubra que ele não tem nada a ver com os tais reis antigos e que ele é um reles descendente do antio "Lobo", Eammon ainda não faz muita questão de explicar as coisas para que tanto ela quanto o próprio leitor saibam o que está acontecendo. E Red, que não pode voltar pra casa, fica zanzando pelo castelo sem ter o que fazer, dando uma ajuda aqui e alí quando necessário e completamente limitada em suas ações. Como consequência disso, essa estadia praticamente se resume as descrições do que Red vê, que no caso são as feições do Eammon, as manias de Eammon, os olhos de Eammon, as mãos de Eammon, o cabelão desgrenhado de Eammon, o cheiro de "biblioteca" de Eammon, e por aí vai... Em alguns momentos ela entra na floresta, corre alguns perigos e realmente é bastante tenso - e sanguinolento - mas pouco depois lá está ela de novo fazendo o que lhe restou fazer: contemplar as coisas... E convenhamos, essas descrições cansam. Fora a ideia que a autora quis passar de que Eammon estava alí disposto a proteger Red, custe o que custar, como se ela fosse a pessoa mais ingênua e incapaz da face da Terra, quando ela sempre foi independente e corajosa a ponto de se dispor ao sacrifício por ter acreditado que faria um bem maior ao povo de Valleyda. Ela não precisa de ninguém pra salvá-la, só precisava de alguém que lhe contasse a verdade depois de sair de um lugar cheio de bitolados que acreditam num monte de bobagens e saem por aí falando mais bobagens ainda.

A relação entre as irmãs é muito explorada, evidenciando o quanto são ligadas e como o amor delas é forte, e não nego que essa parte familiar é super interessante e inclusive motivo de algumas reviravoltas e problemas. Não curti muito os demais personagens além das irmãs pois todos parecem genéricos, estereotipados e alguns até descartáveis.
O conceito de Wilderwood é super interessante e a floresta em si funciona como um personagem  interagindo e apresentando riscos a quem se aproxima, mas a carência de maiores explicaçoes acaba criando mais perguntas do que respostas na história, o que é um tanto frustrante. Não sei se eu deixei escapar tais informações, não sei se autora deixou isso pro próximo volume, ou se ela simplesmente queria inserir uma floresta mágica e sombria na trama pra dar esse toque dark e não soube como desenvolver bem e explicar esse sistema mágico/amaldiçoado em torno dessa floresta. Não sei por que o Lobo tem esse vínculo com Wilderwood, não entendi o lance com os cinco reis e porque cargas d'água o povo de Valleyda espera que eles voltem inteiros depois de séculos como se nada tivesse acontecido, enfim... não há explicação e fiquei boiando sem saber pra onde isso tudo estava indo. Ao chegar próximo do desfecho a autora ainda estava inserindo elementos mágicos desconhecidos na história, e pra mim isso me soou um tanto conveniente pra resolver alguns problemas que surgiram sem maiores explicações.

Para o Lobo, além de uma fantasia sombria, é um romance envolto por conflitos políticos e fanatismo com referências clássicas de contos de fadas, principalmente A Bela e a Fera. A história não é ruim, só acho que a autora foi por um caminho onde preferiu fazer mais mistério do que ser direta causando um pouco de confusão (o que torna a leitura mais demorada e arrastada do que devia ser), e talvez não seja pra pessoas que tenham problemas com as questões dos cortes e do sangue.

Novidades de Outubro - Suma

8 de outubro de 2023

Nós fazemos o Mundo - N. K. Jemisin (05/10/2023)
Na cidade que nunca dorme, as aparências enganam: à primeira vista, é até possível acreditar que tudo vai bem, mas essa não é a verdade.
Já faz três meses que Nova York ganhou vida, e os avatares conseguiram impedir que a Mulher de Branco destruísse seu território. Só que, agora, o inimigo tem poderes mais sutis à disposição: a retórica populista da gentrificação, da xenofobia e das medidas para "manter a lei e a ordem" pode destruir a cidade de dentro para fora. Para impedi-la, os avatares terão de se unir a outras Grandes Cidades para salvar o mundo da destruição iminente.
Em Nós somos a cidade, N. K. Jemisin apresentou uma narrativa original e dinâmica, mostrando como seus personagens se relacionam com as regiões que representam e interagem com os demais. Em Nós fazemos o mundo, volume que encerra a saga, as histórias de cada avatar são desenvolvidas e articuladas com maestria para que, juntos, eles possam lutar por um bem maior.

O Labirinto da Morte (18/10/2023)
Como parte de um projeto de colonização, catorze desconhecidos chegam ao planeta Delmak-O em uma viagem só de ida.
Vasto e amplamente inexplorado, Delmak-O é um território perigoso, ocupado por seres gelatinosos em formato de cubo que dão conselhos enigmáticos por meio de anagramas. É possível contatar divindades por uma série de amplificadores e transmissores de oração -- mas é provável que elas não fiquem felizes com o contato. À distância, os colonos são atraídos por um misterioso edifício, mas, ao se aproximar dele, cada pessoa enxerga na fachada um lema diferente.
Confinados em um planeta cuja própria atmosfera parece induzir a paranoia, os recém-chegados descobrirão que, em Delmak-O, Deus é um ser que está ausente ou disposto a destruir suas próprias criações.



Novidade de Setembro - Suma

6 de setembro de 2023

Holy - Stephen King (05/09/2023)
Penny Dahl está desesperada para encontrar a filha, Bonnie, que sumiu sem deixar vestígios. Em busca de ajuda profissional, ela liga para a agência Achados e Perdidos, sob o comando de Holly Gibney. A detetive reluta em aceitar o caso, porque deveria estar de licença, mas algo na voz de Penny faz com que Holly não consiga ignorar o pedido.
A poucos quarteirões de onde Bonnie foi vista pela última vez, moram Rodney e Emily Harris. Um casal de acadêmicos octogenários, dedicados um ao outro, eles simbolizam a banalidade da classe média suburbana. No entanto, no porão de sua casa bem cuidada e repleta de livros, os dois escondem um segredo terrível, que pode estar relacionado ao desaparecimento de Bonnie.
Descobrir a verdade se torna uma tarefa quase impossível, e Holly dependerá de seus talentos extraordinários para desmascarar os professores -- antes que eles ataquem novamente.

Novidades de Agosto - Suma

2 de agosto de 2023

Mestre dos Djinns - P. Djèlí Clark (22/08/2023)
Cairo, 1912. Fatma el-Sha'arawi é a mais jovem mulher a trabalhar para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. Mas ela certamente não é nenhuma novata, ainda mais depois de ter impedido a destruição do universo no último verão.
Após um assassinato envolvendo os membros da Sociedade Hermética de Al-Jahiz, irmandade secreta dedicada ao homem mais famoso da história, a agente é convocada para investigar o caso. Quarenta anos antes, al-Jahiz abriu o véu que isolava o mundo mágico -- trazendo os djinns, ou gênios, para a realidade humana -- e desapareceu sem deixar vestígios. Agora, o assassino alega ser o próprio al-Jahiz, que voltou para punir a sociedade moderna por suas injustiças sociais.
Na companhia de Hadia, sua nova assistente, e de Siti, sua namorada e devota dos antigos deuses egípcios, Fatma precisará desvendar a identidade do impostor -- se é que ele é mesmo um impostor -- para reestabelecer a paz.

Canções de um Sonhador Morto & Escriba-Sinistro - Thomas Ligotti (29/08/2023)
Influenciada pelos estranhamentos de H. P. Lovecraft e de Edgar Allan Poe, além dos absurdos brutais de Franz Kafka, a literatura de Thomas Ligotti desvia das meras imagens sangrentas, presentes nas narrativas de terror tradicionais, para chocar o leitor das formas mais profundas e existenciais com outro tipo de monstruosidade. Em uma prosa detalhista, objetiva e impassível, Ligotti narra histórias sobre cidades decadentes e paisagens oníricas e lúgubres para revelar a insignificância do mundo e da condição humana.
Os dois volumes aqui reunidos evidenciam o caráter sombrio, perturbador e filosófico da obra de Ligotti, que usou suas histórias para mostrar, como nunca se fez antes, a concepção de que a própria vida é um pesadelo.

Novidades de Julho - Suma

2 de julho de 2023

Uma Tragédia Familiar - M. T. Edvardsson (25/07/2023)
Steven e Regina Rytter são um casal abastado, vivem em uma mansão deslumbrante e aparentam uma vida perfeita. Mas há algo fora do comum: a esposa não sai de casa há meses, tomada por uma grave e misteriosa doença.
Depois de alguns desentendimentos com a funcionária anterior, Steven contrata uma nova faxineira, Karla, para cuidar da residência dos Rytter duas vezes por semana. A jovem chegou na cidade há pouco tempo, e trabalha para se manter no curso de direito. Ela aluga um quarto simples no apartamento de Bill Olsson, um homem gentil que, viúvo e desempregado, passa por maus bocados para sustentar a filha de oito anos.
Conforme a situação de Bill vai ficando cada vez mais crítica, Karla se vê obrigada a fazer uma escolha terrível. E quando os Rytter são encontrados mortos, tanto Karla quanto Bill precisarão revisitar um passado que preferiam evitar.
Todas as pessoas em Uma tragédia familiar escondem algum segredo, mas alguma delas seria capaz de cometer um assassinato? Um thriller eletrizante de um mestre do suspense que apresenta uma história sobre dependência, justiça e a linha tênue entre o certo e o errado.


Mariposa Vermelha - Fernanda Castro (18/07/2023)
Na cidade de Fragária, sob o domínio da República, a magia é proibida, e Amarílis conhece como ninguém o perigo de quebrar as regras. Para evitar o destino trágico que teve sua mãe, a jovem tecelã mantém a cabeça baixa e os fios de seus poderes bem amarrados.
Quando, por acaso, se vê diante do homem que causou a ruína de sua família, Amarílis decide convocar um demônio e fazer um pacto: ela quer a morte do general que destruiu sua mãe. Mas sua oferenda é muito simples, e Tolú, o Antigo que atende seu chamado, não pode tirar uma vida por um preço tão baixo. Ele pode, porém, ajudar Amarílis a enfrentar seus medos enquanto ela faz justiça com as próprias mãos.
Com uma narrativa delicada e, ao mesmo tempo, sombria, Fernanda Castro conduz o leitor por uma história repleta de personagens fascinantes, horrores mundanos e poderes ocultos.

M de Monstra - Talia Dutton (03/07/2023)
Depois de perder a irmã mais nova, Maura, em um trágico acidente de laboratório, a dra. Frances Ai promete trazê-la de volta à vida. Entretanto, quem reaparece nessa tentativa claramente não é Maura. A criatura, que decide se chamar M, não tem recordações da vida de Maura e só quer seguir seu próprio caminho.
Na esperança de retomar a rotina que tinham juntas, Frances quer que M seja como a irmã: uma cientista dedicada com quem dividia seus planos no laboratório. Buscando recuperar suas memórias, Frances cerca M de lembranças do passado de Maura -- porém, por mais que a doutora insista, M reluta em assumir uma identidade que não é a sua.

Porém Bruxa - Carol Chiovatto

14 de junho de 2023

Título:
Porém Bruxa
Autora: Carol Chiovatto
Editora: Suma
Gênero: Fantasia Urbana
Ano: 2023
Páginas: 320
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Isis Rossetti é uma bruxa. Como monitora responsável por atividades sobrenaturais na cidade de São Paulo, ela sabe que não pode intervir em questões humanas. Porém, no cotidiano urbano, as pessoas estão sempre em perigo e é impossível não tentar ajudar.
Quando Ísis recebe a missão de uma divindade, em meio a casos policiais estranhamente similares e investigações extraoficiais, ela precisará revisitar traumas do passado para proteger os comuns e enfrentar o temido Corregedor.

Resenha: Porém, Bruxa, escrito pela autora nacional Carol Chiovatto e publicado pela Suma, apresenta a protagonista Ísis Rosseti, uma jovem bruxa que trabalha monitorando e investigando atividades mágicas e sobrenaturais na cidade de São Paulo. Ísis não tem permissão para interferir nas questões da sociedade dos humanos comuns, mas acaba se envolvendo ilegalmente nessas situações, pois não consegue ignorar quando algum humano está em perigo devido à sua intuição e grande empatia. Um dia, Ísis recebe três tarefas fora de sua jurisdição, e agora ela precisa lidar com dois casos de desaparecimento e uma missão de uma divindade. Além disso, ela precisa enfrentar seus traumas do passado e confrontar o Corregedor, o chefe do departamento mágico, que não pode descobrir suas escapadas ao ajudar os humanos.

Livros de fantasia, principalmente aqueles com elementos de bruxaria, sempre despertam minha curiosidade, então criei altas expectativas para Porém, Bruxa. Mas, a história não conseguiu prender minha atenção. Levei uma eternidade para terminar a leitura, tive dificuldade para me acostumar com a voz narrativa da protagonista e, no final, achei tudo um tanto confuso e problemático.

O primeiro problema é a quantidade de temas e questões diferentes que a autora insere no universo mágico, dando a sensação de que estão dispersos e mal desenvolvidos. Parece que foi feita uma lista de temas para cumprir uma cota de representatividade, feminismo, críticas sociais e afins, mas não foi feito de forma natural. A leitura me deu a impressão de estar lendo um artigo informativo e resumido sobre esses temas. A autora quer falar sobre racismo, machismo, feminismo, intolerância religiosa, assédio, traumas, adoção, sistema prisional, pessoas em situação de rua, e muito mais, como se não pudesse deixar ninguém de fora.

Será mesmo necessário abordar todas essas problemáticas em uma história de investigação, que, aliás, tem muitas pontas soltas? São temas delicados que tentam ser inseridos em um universo mágico, mas nenhum deles é devidamente aprofundado. Entendo a importância de abordar esses temas relevantes na sociedade, mas quando isso não é feito de forma orgânica e parece deslocado, tudo parece forçado e desnecessário. A sensação é de que estão lá apenas para gerar engajamento. Talvez fosse melhor abordar poucos temas de cada vez e trabalhá-los bem, ao invés de tratar de tantos assuntos ao mesmo tempo e deixar o leitor confuso. Eu pessoalmente tive uma enorme dificuldade em me conectar com o que estava acontecendo e cheguei a reler os capítulos várias vezes por não entender o que estava acontecendo. Insistir em uma leitura que não me prendeu, esperando que ficasse interessante, foi bastante sofrível, e senti que perdi meu tempo.

Em relação aos personagens secundários e suas aparições, fica a pergunta: quem são eles? De onde vêm? O que comem? Parece que eles não têm nada mais para fazer em suas vidas além de aparecerem convenientemente quando a protagonista precisa de ajuda para resolver os problemas que surgem. Quanto ao empoderamento, o objetivo era apresentar uma personagem feminista, independente e poderosa, mas o que vi foi ela sendo constantemente salva por um homem com estereótipo de cara perfeito. Além disso, ela age de forma grosseira e desnecessária com os outros sem motivo nenhum. Isso não é ter uma personalidade forte, é falta de bom senso. A autora brinca com a ideia de um possível romance que nunca se concretiza, pois o foco de Ísis aparentemente é o trabalho. Não há problema em manter as relações no campo da amizade, mas a tensão romântica existe e queria saber qual finalidade. Fiquei com a sensação de que essa parte estava sendo guardada para um próximo volume. Quanto à narrativa em primeira pessoa, feita pelo ponto de vista de Ísis, não consegui identificar a voz da personagem e o tom me pareceu inconsistente. Às vezes ela fala usando gírias, às vezes usa uma linguagem mais formal e às vezes substitui palavras por outras que nem são sinônimas. Não há um padrão claro de fala e a construção dos diálogos e pensamentos pediu pelo amor de Deus por um polimento.

Talvez eu não estivesse no clima adequado para essa leitura, mesmo tentando por meses. Talvez eu não seja o público-alvo do livro, apesar de ser fã de fantasia urbana e thrillers (quando são bem estruturados e com finais de tirar o fôlego, claro). A magia também não parece desempenhar um papel significativo na história (talvez daí venha o título?), o que me deixou um tanto desanimada durante a leitura. Apesar de a autora ter criado uma estrutura de fantasia que parecia interessante e ter incorporado vários elementos da cultura brasileira, isso não foi suficiente para me fazer gostar da história ou prender minha atenção, pois o foco é outro. A teoria por trás da trama é interessante, mas a prática deixa a desejar. Porém, Bruxa é um thriller com toques de fantasia que, apesar de ter algumas reviravoltas interessantes, é uma leitura completamente esquecível.

Lore Olympus (vol.3) - Rachel Smythe

9 de junho de 2023

Título:
Lore Olympus - Histórias do Olimpo #3
Autora: Rachel Smythe
Editora: Suma
Gênero: HQ/Fantasia/Mitologia Grega
Ano: 2023
Páginas: 384
Nota:★★★★★
Sinopse: No Olimpo e no Submundo só se fala do que anda rolando entre o Deus dos Mortos e a vistosa filha de Deméter. Em meio a tanto fuxico, Hades e Perséfone têm muita coisa a resolver nas suas vidas.
Desde que chegou ao Olimpo, Perséfone se esforça para ser a jovem deusa e donzela perfeita. A atração que sente por Hades só deixou mais pesado o fardo que é cumprir as expectativas de todos. Depois do abuso que sofreu, ela teme não conseguir encobrir a mágoa e o amor intensos que tanto lutou para esconder.
Enquanto Perséfone reflete sobre o futuro, Hades luta contra seu passado e reata a relação tóxica que tinha com Minte. Conforme a pressão e o frenesi ― da família, dos amigos, dos inimigos ― aumentam, tanto Hades quanto Perséfone tentam calar seus desejos cada vez mais evidentes. Mas a tentação é forte e a atração é magnética. É destino.

Resenha: Dando continuidade ao livro anterior, o terceiro volume da série Lore Olympus traz os episódios 50 a 75 e, como nos volumes anteriores, mais um capítulo extra inédito e exclusivo.
Mantendo o mesmo ritmo envolvente na trama e aprofundando ainda mais os relacionamentos complexos e as intrigas do Olimpo, voltamos ao universo de deuses e deusas da mitologia, levando suas vidas em tempos modernos, para acompanhar Perséfone e Hades protagonizando uma narrativa onde as dinamicas de poder, amor proibido e até tramas políticas permeiam esse universo.



Esse terceiro volume mostra praticamente todo o Olimpo levantando suspeitas sobre a possível relação entre Hades e Perséfone, enquanto os dois tentam levar suas vidas passando por cima de seus sentimentos. Hades, então, decide retomar seu relacionamento (que costumava ser bastante tóxico) com a ninfa Minte, enquanto faz de tudo pra levar uma relação estritamente profissional com Perséfone. Obviamente a atração e a química com Perséfone é fortíssima, reatar com Minte é uma ideia péssima, mas Hades parece estar decidido a cumprir com seu dever de senhor do submundo sem deixar que nada nem ninguém o atrapalhe, mas sempre tem alguém invejoso pra atrapalhar, não é mesmo?

Do outro lado, quando Perséfone começa a refletir sobre seu futuro e que ela poderá sair da DEV, ela sabe que precisa dar um jeito de conseguir dinheiro pra se manter e, talvez, se seu estágio no Submundo pudesse ser remunerado, ela poderia continuar seus estudos e ser mais independente. Com um pouco mais de liberdade pra explorar o novo mundo e o submundo, ela não só passa a estreitar algumas relações de amizade com Ártemis, Hécate e Eros, como também faz alguns inimigos que a querem longe de Hades. Perséfone ainda é assombrada pelo abuso que sofreu e que lhe rendeu um trauma horrível, e isso rende algumas cenas bem desconfortáveis, mas finalmente ela se abre com Eros pra aliviar todo esse peso que ela vinha carregando sozinha e ele a apoia incondicionalmente fazendo com que ela entenda que não tem culpa nenhuma, e que Apollo é o culpado.



O desenvolvimento dos personagens continua sendo o segredo do sucesso dessa série. A autora apresenta um retrato humano e multifacetado dos deuses, dando-lhes profundidade e nuances que vão além dos estereótipos mitológicos. Os diálogos afiados e as interações entre os personagens são um dos pontos altos do livro, trazendo dinamismo e profundidade à narrativa. Perséfone, que embora seja ingênua por ter passado a vida inteira sob a superproteção da mãe, começa a emergir como uma personagem forte e determinada, enquanto Hades revela camadas de vulnerabilidade e compaixão diante de seus sentimentos que ele sabe que estão lá, mas que faz tanta questão de esconder.

É inegável que a conexão entre os protagonistas cresce cada vez mais, mesmo que esse relacionamento viva sendo testado, tanto por forças externas quanto pelo passado conturbado e cheio de traumas dos dois. A autora habilmente equilibra os momentos de tensão e drama com toques de humor e romance, mantendo os leitores ávidos por mais.

A arte dispensa maiores comentários. O estilo da ilustração combina com a atmosfera moderna e glamourosa onde a história se passa, as cores são vibrantes, os traços são marcantes e muito expressivos a ponto de transmitir as emoções mais sutis dos personagens, e os pequenos detalhes são responsáveis por darem vida a esse universo incrível e seus personagens peculiares.


Não posso negar que a evolução da história fica cada vez mais envolvente e bonita e o gancho no final é desesperador (e a vontade de correr pro Webtoons é quase incontrolável), mas vou me segurar aqui e aguardar o quarto volume pela Suma com paciência. No geral, Lore Olympus é uma série cuja leitura é envolvente e emocionante, que mergulha fundo na complexidade dos relacionamentos, que traz uma trama super interessante e diferente de qualquer outra releitura, e esse volume três consegue ser ainda melhor que os anteriores. Pra quem curte mitologia grega, romances cheios de reviravolta e fantasia, é série mais do que indicada.

Novidade de Junho - Suma

3 de junho de 2023

Para o Trono - Wilderwood #2 - Hannah Whitten (20/06/2023)
Cumprindo seu destino como a Segunda Filha do reino de Valleyda, Red se entregou à floresta de Wilderwood, onde descobriu a verdade por trás das lendas. Com a ajuda do Lobo, ela conteve a ameaça dos Cinco Reis, mas o custo foi alto demais, e sua irmã Neve ficou presa na Terra das Sombras.
Perdida em um território desconhecido, Neve encontra um aliado improvável: Solmir, alguém com quem a Primeira Filha preferiria nunca mais ter contato. Juntos, os dois partem numa jornada perigosa em busca da Árvore do Coração, para enfim reivindicar os poderes sombrios dos deuses.


Novidade de Abril - Suma

3 de abril de 2023

Lore Olympus - Histórias do Olimpo #3 - Rachel Smythe (27/04/2023)
No Olimpo e no Submundo só se fala do que anda rolando entre o Deus dos Mortos e a vistosa filha de Deméter. Em meio a tanto fuxico, Hades e Perséfone têm muita coisa a resolver nas suas vidas.
Desde que chegou ao Olimpo, Perséfone se esforça para ser a jovem deusa e donzela perfeita. A atração que sente por Hades só deixou mais pesado o fardo que é cumprir as expectativas de todos. Depois do abuso que sofreu, ela teme não conseguir encobrir a mágoa e o amor intensos que tanto lutou para esconder.
Enquanto Perséfone reflete sobre o futuro, Hades luta contra seu passado e reata a relação tóxica que tinha com Minte. Conforme a pressão e o frenesi – da família, dos amigos, dos inimigos – aumentam, tanto Hades quanto Perséfone tentam calar seus desejos cada vez mais evidentes. Mas a tentação é forte e a atração é magnética. É destino.

Ganhador dos prêmios Eisner e Harvey e finalista do prêmio Hugo, Lore Olympus é fenômeno absoluto na plataforma Webtoon e reúne fãs no mundo todo. O terceiro volume da série traz os episódios 50 a 75 do webcomic, além de um conto exclusivo e inédito.

Novidade de Março - Suma

12 de março de 2023

A Última Sessão de Gwendy - Stephen King e Richard Chizmar (29/03/2023)
Quando Gwendy Peterson tinha doze anos, um estranho homem chamado Richard Farris a encarregou dos cuidados de uma caixa misteriosa, que retribuía com pequenos presentes, mas também trazia perigos; apertar qualquer um de seus oito botões coloridos poderia levar à morte e à destruição. Anos mais tarde, o objeto voltou à vida de Gwendy. Romancista de sucesso e figura política em ascensão, ela se viu novamente obrigada a lidar com as tentações que a caixa representava.
Agora, forças malignas querem se apossar da caixa, e cabe à senadora Gwendy Peterson mantê-la a salvo das ameaças a qualquer custo. Mas onde seria possível esconder um objeto desses de entidades tão poderosas?

A Longa Marcha - Stephen King/Richard Bachman

21 de janeiro de 2023

Título:
A Longa Marcha
Autor: Stephen King/Richard Bachman (pseudônimo)
Editora: Suma
Gênero: Distopia/Terror/Thriler
Ano: 2023
Páginas: 296
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Contrariando a vontade da mãe, o jovem Ray Garraty está prestes a participar da famosa prova de resistência conhecida como A Longa Marcha, que presenteia o vencedor com “O Prêmio”; qualquer coisa que ele desejar, pelo resto da vida.
No percurso anual que reúne milhares de espectadores, cem garotos devem caminhar por rodovias e estradas dos Estados Unidos acima de uma velocidade mínima estabelecida. Para se manter na disputa, eles não podem diminuir o ritmo nem parar. Cada infração às regras do jogo lhes confere uma advertência. Ao acumular mais de três penalidades, o competidor é eliminado ― de forma “permanente”. E não há linha de chegada: o último a continuar de pé vence.

Resenha:
A Longa Marcha é um dos livros independentes de Stephen King escritos sob o pseudônimo Richard Bachman. O livro inaugura essa nova coleção que será relançada pela Suma.

Ray Garraty está prestes a participar de uma prova de resistência chamada "A Longa Marcha", onde cem competidores são escolhidos pra participar, porém somente um poderá chegar até o fim e ser o vencedor. Esse é um evento anual com um percurso longo que passa por várias cidades, e é um tanto famoso, tanto que reúne milhares de espectadores. O prêmio para quem ganhar é o que ele quiser, desde que ele seja o último a sobreviver...

Ray é o competidor 47, que resolveu participar dessa caminhada mesmo que sua mãe não tenha gostado nada da ideia. A competição vai colocar a resistência dos competidores a prova, e se não derem conta de manter um determinado ritmo de acordo com a distância percorrida ou cometerem erros, eles recebem advertências. O caminho é difícil e eles precisam superar a fome, o sono e o cansaço sem cogitar fracassar ou desistir, caso contrário são executados.

Mesmo que o livro tenha sido escrito no final da década de 70, a crítica social é super atual e relevante, pois vemos um grupo de competidores, cuja maioria sequer sabe o motivo real que os levou a decidir participar desse evento, que enquanto estão alí a beira da exaustão, surtando e desmoronando tanto física quanto psicologicamente, os espectadores vibram a medida que o sofrimento aumenta e as mortes acontecem cada vez mais.
A leitura é um pouco cansativa, não vou negar. O ritmo é lento com uma tensão que perdura do começo ao fim, e por ter sido escrito numa época diferente, os costumes e o comportamento da sociedade descritos é capaz de revirar o estômago (aquela história do machismo, da misoginia e afins que o King insistia em enfiar em suas histórias), tanto quanto a própria caminhada, que é tão angustiante quanto desesperadora.

É muito agonizante acompanhar o desmoronamento gradual dos participantes, ver que alguns que pareciam estar com a vantagem estão ficando pra trás, mas pior que isso é perceber que a medida que o evento progride, as pessoas vão ficando cada vez mais vazias de si, e isso levanta questionamentos sobre o valor da vida e o que significa o desejo de viver numa sociedade doentia.
A Longa Marcha é uma distopia sombria, que traz questões acerca de se atingir um objetivo quando as pessoas são movidas pelo desespero e pela dor.

Conto de Fadas - Stephen King

28 de dezembro de 2022

Título:
 Conto de Fadas
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Gênero: Fantasia
Ano: 2022
Páginas: 624
Nota:★★★★☆
Sinopse: Aos dezessete anos de idade, Charlie Reade parece ser um garoto comum: pratica esportes, é um filho atencioso e aluno de desempenho razoável. Suas lembranças, entretanto, não são feitas apenas de momentos felizes. Após perder a mãe em um grave acidente quando tinha apenas dez anos, Charlie precisou aprender a cuidar de si e do pai, que, enlutado com a perda da esposa, buscou refúgio na bebida.
Certo dia, ao pedalar pela rua de casa, Charlie atende um pedido de socorro vindo do quintal de um dos vizinhos: Howard Bowditch. O homem recluso e rabugento, que amedrontava as crianças do bairro, cai de uma escada e se machuca gravemente. O chamado por ajuda veio de Radar, a fiel pastor alemão, tão idosa quanto seu dono.
Enquanto Bowditch se recupera, Charlie passa a ajudar o vizinho com tarefas domésticas e com o cuidado de Radar, e assim o rapaz faz duas grandes amizades. Quando Howard morre, Charlie se depara com uma fita cassete que revela um segredo inimaginável: um portal para outro mundo.

Resenha: Charlie Reade é um jovem de dezessete anos que teve a infância e a adolescência bastante conturbada após perder a mãe num acidente de carro. Como se a morte da mãe já não fosse uma tragédia traumática o bastante, Charlie ainda teve que lidar com o pai que, desolado pela perda, acabou afogando as mágoas na bebida, se tornando alcóolatra. Toda a situação fez com que Charles amadurecesse muito cedo ao acabar sendo o responsável pelos cuidados com o pai passando por anos de muita luta.
Até que um dia Charlie escuta a cadela Radar uivando sem parar, numa tentativa de pedir ajuda para seu dono, o velho Howard Bowditch, que havia sofrido um acidente na escada de casa. Depois de ajudar Bowditch, Charlie se aproxima desse senhor recluso e rabugento para ajudá-lo nas tarefas de casa e com os cuidados de Radar enquanto ele se recuperava, e a amizade que surge entre eles vai mudar tudo na vida do garoto. Bowditch está rodeado de mistérios que desperta a curiosidade de Charlie, mas quando Bowditch morre é que o garoto descobre que o velho escondia um segredo que ninguém jamais poderia imaginar: um portal para outro mundo. 

A história pode ser dividida em três partes, onde a primeira tráz o contexto da relação do protagonista com o pai e as dificuldades pelas quais ele passou, e ainda assim mostrando o quanto Charlie não é um garoto perfeito, mesmo que seja bondoso, esforçado e leal aos seus valores; a segunda parte com o desenvolvimento da amizade entre ele, Bowditch e Radar; e a terceira parte onde ele entra no portal e embarca numa jornada cheia de aventuras e referências a diversos contos de fadas em suas versões mais sombrias.
O livro é narrado em primeira pessoa num ritmo bem lento, e vamos acompanhando o próprio Charlie contando essa história de vida, permitindo ao leitor ter uma experiência literária a la King, com descrições minuciosas a se perder de vista acerca dos mistérios da cidadezinha, da fantasia propriamente dita no mundo de Empis, e das camadas que envolvem os personagens, mostrando as questões referentes ao amadurecimento precoce de Charlie e seus dilemas, a amizade improvável com o velho implicante da vizinhança e com as responsabilidades que ele toma pra si mesmo.

Não vou negar que em diversos momentos eu não consegui enxergar Charlie como se fosse um garoto de dezessete anos, pois muitos de seus pensamentos e atitudes parecem não corresponder muito com a idade dele e ele parece ser bem mais velho (não sei se entra a questão do próprio autor parecer estar parado no tempo e não estar nada familiarizado com os "xóvens" de hoje em dia). Outra coisa é que, mesmo que haja uma explicação (que parece ter sido mais uma desculpa), não me soou muito convincente um adolescente como Charlie abrir mão de tudo pra cuidar de um velho chato que apavorava as crianças da rua, mas, tirando isso, acompanhá-lo nessa jornada do herói num mundo fantástico e cheio de perigos estando acompanhando de Radar foi até bem satisfatório. Tudo bem que nada tira da minha cabeça que o autor inseriu Radar na história pra atingir o ponto fraco dos leitores amantes de doguinhos, mas ainda assim ela é um ótimo exemplo de amizade leal e verdadeira que alguém pode ter na vida e fez toda a diferença aqui.

Acho que o livro tem partes um pouco cansativas e repetitivas, o que arrastou a leitura mais do que eu imaginei. Talvez, se fosse enxugado para que tivesse umas 400 páginas, a história poderia ser contada da mesma forma, porém com mais fluidez e agilidade. Eu gosto dos livros do King e, quando vejo algo que foge um pouco do seu terror clássico, fico animada e cheia de expectativas, porém, por mais interessante que tenha sido acompanhar Charlie nessa jornada e ter gostado muito da primeira parte do livro, a história não trouxe nada de inovador ou surpreendente, pelo menos pra mim.

Talvez pra quem ainda não conhece o estilo e a escrita de King, este não seja o melhor livro pra se começar, pois ele é bem diferente dos seus outros clássicos de terror e, mesmo que tenha toques de horror e suspense, está mais pra algo no estilo "contador de histórias", mas, pra quem gosta de fantasia com referências a se perder de vista, eu recomendo.