A Ameaça Sombria - Melissa Grey

9 de setembro de 2018

Título: A Ameaça Sombria - Echo #2
Autora: Melissa Grey
Editora: Seguinte
Gênero: Urban Fantasy/Jovem Adulto
Ano: 2017
Páginas: 424
Nota:★★★★☆
Sinopse: O mundo de Echo mudou por completo quando a garota menos esperava. Até pouco tempo, ela era apenas uma espectadora da guerra milenar entre os Avicen e os Drakharin, dois povos mágicos que habitam a Terra em segredo. Agora, depois de encontrar e libertar o pássaro de fogo - uma figura mítica importante para os dois grupos - e de descobrir o poder que carrega dentro de si, Echo precisa entender qual papel deve desempenhar para colocar um fim definitivo nesse conflito.
Para complicar, a libertação do pássaro de fogo deu nova vida a um ser antagônico a ele, o kuçedra. Feito de trevas e sombras, o kuçedra espalha medo e morte por onde quer que passe - principalmente se controlado pelas pessoas erradas. Enquanto tenta encontrar uma solução para esse novo obstáculo, Echo vai perceber que a linha que separa a luz das trevas é bem mais tênue do que esperava...
Resenha: Há séculos os Avicen e os Drakharin travaram uma guerra, e, de acordo com uma profecia, só o pássaro de fogo seria capaz de por um fim nesse interminável conflito. Neste cenário, Echo é uma humana que, quando criança, foi acolhida no Ninho dos Avicen, e, dez anos depois, ficou encarregada de partir numa jornada em busca dessa entidade antes que os Drakharin a encontrasse. Ela parte acompanhada de seus amigos Jasper e Ivy, e em seguida une forças com Caius, o príncipe dos Drakharin juntamente com Dorian, seu escudeiro.

Echo fez grandes descobertas, libertou o pássaro de fogo e agora tem o grande poder da luz, e por enquanto ela e seus amigos precisam viver escondidos até que estejam recuperados da última batalha. Jasper foi ferido e o grupo acaba recorrendo a um feiticeiro, pois nada era capaz de curar a ferida, mas o preço deveria ser pago... Com a libertação do pássaro de fogo, um ser feito de trevas e escuridão ganhou vida, o kuçedra, e essa presença sinistra é uma ameaça para todos.
O Ninho, então, acaba sendo atacado por esse ser maligno, e entre várias mortes, muitos foram acometidos por uma doença que ninguém sabe como combater.
Mas Tanith, a usurpadora do trono Drakharin, também está atrás do kuçedra, mas obviamente suas intenções não são nada boas. Ela quer ser o recipiente da entidade maligna a fim de controlá-la e espalhar medo e causando ainda mais mortes por onde quer que passe para acabar com seus inimigos.
Assim, Echo e seus amigos precisam encontrar uma forma de combater esta terrível ameaça ao mesmo tempo em que buscam pela cura dos Avicen. Ela pode acabar sendo a salvação de seus entes queridos, ou sua destruição.

Narrado em terceira pessoa, o desenrolar da trama flui bem, seguindo de forma linear e sem grandes acontecimentos bombásticos. A impressão é que o livro veio pra apresentar novos obstáculos e dar um pouco mais de desenvolvimento para os personagens e para o fator mítico das duas raças rivais, mas sem grandes acréscimos que realmente façam tanta diferença na história.

Como o passado de Echo vem à tona, entendemos melhor suas motivações e seus medos. Embora passe a maior parte do tempo fugindo e se escondendo, é bem visível o quanto ela é inteligente, possui carisma e consegue tomar boas decisões em meio a tantos conflitos e em meio a culpa que atribuiu para si mesma. Ela acredita que o surgimento da entidade maligna foi causado por ela, e sente que ela é quem deve resolver esse problema sozinha.
Caius é um personagem ótimo. Sua presença fortalece Echo sem intenção de controlá-la, e seu poder de liderança é algo extremamente útil na tomada de grandes decisões em grupo.
O romance não é algo que me agrada 100%, principalmente por dar a ideia do dito triângulo amoroso. Na verdade o destaque romântico fica com Jasper e Dorian, e é algo super agradável de se acompanhar, mas não vou dar maiores detalhes pra não estragar a descoberta. No relacionamento de Echo, a "complicação" maior é pela presença de Rowan, o melhor amigo e ex namorado. Pra mim já está bem claro que Caius não vai ficar pra trás, mesmo que um relacionamento entre eles pareça ser algo impossível, então não vejo necessidade de inserir conflitos amorosos em plena guerra quando todo mundo já sabe como esse relacionamento vai acabar.

Acredito que, por mais que a história seja envolvente e traga vários fatores agradáveis durante a leitura, a proposta do universo criado pela autora acaba pecando pela falta de maiores detalhes e aprofundamento. Cheguei a fazer uma comparação com o universo de Harry Potter, onde bruxos coexistem em segredo em meio aos trouxas. A diferença é que a sociedade bruxa é bastante explorada, então quaisquer curiosidades que os leitores possam ter sobre seu funcionamento acabam sendo sanadas pelos detalhes fornecidos pela autora. Mas nesta trilogia as coisas não funcionam assim. A autora forneceu uma estrutura interessantíssima para essa sociedade paralela e a guerra entre as duas raças inimigas, mas não explora de forma satisfatória, tratando tudo com muita simplicidade, então senti muita falta de maiores informações sobre o desenvolvimento dessa sociedade secreta, seus impactos no mundo humano, cultura e afins.

No mais, assim como a maioria dos segundos volumes, penso que este serviu pra preparar o leitor pra algo bem grande que está por vir no terceiro e último livro da trilogia. Pra quem gosta de fantasias com toques de ação e romance, são livros super indicados.

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