Amor Letal - Robin LaFevers

29 de abril de 2017

Título: Amor Letal - O Clã das Freiras Assassinas #3
Autora: Robin LaFevers
Editora: Plataforma21/V&R
Gênero: Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 442
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Annith passou sua vida no convento de Saint Mortain aguardando ser enviada em missão, para lutar em nome do Deus da Morte. Por medo de ser punida ou rejeitada, durante seus anos de reclusão ela tentou ser sempre bondosa e obediente. Cobrava-se para ser a melhor, porém, em seu coração pairava a incerteza sobre seus dons e seu real valor como serva da Morte.
Suas habilidades com arco e flecha e como lutadora sempre superaram a de todas as outras. Então, por que nunca a escolheram? Eis que Annith chega à conclusão de que existe algo errado no convento: a abadessa.
Ao perceber isso, Annith decide ser dona de seu próprio destino e, num momento de extrema rebeldia, resolve fugir – ainda que isso signifique desafiar Mortain. Incerta e com medo sobre qual caminho seguir, ela aceita a ajuda de Baltazaar, uma das almas condenadas pelas irmãs do convento. Mesmo assim, Annith decide seguir seu caminho ao lado dele. No entanto, essa escolha pode ameaçar sua vida e seu grande amor.

Resenha: Amor Letal é o terceiro volume da trilogia O Clã das Freiras Assassinas, escrita pela autora Robin LaFevers e publicado pelo selo Plataforma21 da V&R Editoras.

Annith foi entregue ao convento de Saint Mortain ainda recém nascida e era frequentemente castigada pela já falecida madre superiora do lugar, Dragonnete, que não aceitava erros ou demonstrações de fraqueza por parte da menina. As punições eram muito severas, Annith sempre teve muito medo desses castigos, e a única solução que via para tentar amenizar a situação era obedecendo e se submetendo a todas as ordens que recebia, mesmo que vivesse se questionando sobre sua real função no convento como assassina. Suas habilidades sempre foram superiores se comparadas as das outras garotas que treinaram no convento, mas ela jamais fora enviada a nenhuma missão. Vivia presa e, mesmo sendo filha de Mortain, se sentia perseguida pela abadessa por sempre ser deixada de lado. Quando ela é obrigada a aceitar um destino do qual não tinha a menor intenção de seguir, ela passa a acreditar que a abadessa está tramando algo em segredo, então, num momento de rebeldia, Annith decide fugir do convento para tentar a própria sorte e ser dona de seu destino, mesmo que isso signifique desafiar o Deus da Morte e ter hellequins, almas condenadas pelas irmãs do convento, em seu encalço. O que ela não esperava era ser encontrada por Balthazaar, um desses hellequins, e ter ajuda dele em seus propósitos. Annith descobre que as histórias que os cercam não são verdadeiras, que eles possuem outras funções no mundo que remetem às vontades de Mortain e que em companhia de Balthazaar, ela vai aprender coisas das quais desconhecia além de ir atrás da verdade que, com certeza, mudará sua vida.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista e notei uma evolução no ritmo de leitura desse volume. Ainda percebi uma certa lentidão na escrita, o que não é um ponto negativo pra ser sincera nesse caso, mas talvez por ser um livro onde o elemento sobrenatural se destaca mais do que nos livros anteriores, a abordagem é maior sobre os deuses de forma geral, e este possuir mais revelações e reviravoltas também, ele tenha me intrigado mais.
A mescla de fatos históricos com ficção fantástica continua presente no enredo e a ideia de usar a duquesa Anne, que existiu, e suas tentativas de salvar a Bretanha da França como pano de fundo para o desenrolar da história foi algo bastante impressionante de se acompanhar. O envolvimento de Annith com Balthazaar é algo gradual e que cresce aos poucos de acordo com a aproximação e confiança que eles vão adquirindo ao longo do caminho que percorrem, e isso acaba fazendo com que Annith se revele alguém diferente do que costumava ser quando era reprimida em Saint Mortain. A busca pela verdade dá lugar a descoberta para o autoconhecimento, assim como as revelações sobre os mistérios que cercam Balthazaar, logo o livro traz várias respostas, mesmo que também deixe alguns pontos fechados, talvez para que o leitor imagine por si só o que poderia ser.
Ismae e Sybella também marcam presença e suas participações, mesmo que pequenas, são importantes para a história como um todo e ainda é possível sabermos o que o futuro reserva a elas.

Sobre a parte física, assim como os outros, só tenho elogios. A capa tem o mesmo padrão dos livros anteriores, seja com relação a foto da personagem, tipografia e maiores detalhes, as páginas são amarelas e a diagramação também é muito boa.

O Clã das Freiras Assassinas é uma trilogia com toques obscuros e até mesmo estranhos, mas ainda assim consegue envolver e despertar o interesse e a curiosidade do leitor devido a autora se manter fiel aos fatos e construir algo concreto sobre eles. As protagonistas são diferentes entre si e em alguns pontos cheguei até a pensar que Annith não teve um destaque tão grande quanto as duas primeiras, mas elas amadurecem e evoluem com o devido impulso sem que as coisas pareçam forçadas ou convenientes demais.
Pra quem gosta de fantasias medievais que trazem fatos históricos para tornar a história rica e convincente, é leitura mais do que obrigatória.

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