O Destino de Tearling - Erika Johansen

12 de novembro de 2018

Título: O Destino de Tearling - A Rainha de Tearling #3
Autora: Erika Johansen
Editora: Suma de Letras
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 360
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Desde que assumiu o trono de Tearling, Kelsea Glynn passou de princesa inexperiente a rainha destemida. Sua busca por justiça fez com que todo o reino mudasse com ela, mas quando os inimigos que fez ao longo do caminho ameaçam destruir seu povo, ela toma uma decisão inimaginável: se rende à Rainha Vermelha em troca de salvar Tearling. Sem as safiras, sem seus homens de confiança e trancafiada em Mortmesne, Kelsea precisa de novo recorrer ao passado, às experiências de mulheres que viveram antes dela, buscando em suas histórias a saída para uma situação impossível. O jogo está para terminar, e o futuro de Tearling será revelado de uma vez por todas.

Resenha: Numa tentativa de salvar o reino de Tearling, Kelsea se entrega à Rainha Vermelha e deixa Clava como governante do seu povo. Kelsea agora é prisioneira em Mortmesne, e, mesmo sem as joias, continua desenvolvendo seus poderes. Os reinos estão se enfrentando e todos estão sobre diversas conspirações que podem por tudo em risco. Agora ela precisa recorrer ao passado para buscar nas histórias das mulheres que viveram antes delas respostas que possam ajudá-la a salvar todo o reino.

Confesso que eu andava numa vibe tão boa com as minhas últimas leituras, e, considerando que eu gostei demais dos livros anteriores a este, eu esperava um final totalmente destruidor, daqueles que deixam uma ressaca tão braba que só uma dose cavalar de Meg Cabot pode curar, mas, embora o livro tenha, sim, alguns pontos muito positivos, o que a autora decidiu fazer aqui foi a coisa mais WTF que eu já me deparei em toda minha vida literária. Vamos primeiro aos pontos positivos, porque tenho que reconhecer que, apesar da minha reação, o livro não foi um fracasso total e teve seus méritos. Poucos, mas teve.

O feminismo e a forma como ele foi trabalhado na trama é algo super válido e importante, principalmente nos dias de hoje quando o assunto, querendo ou não, ainda é um tabu nessa sociedade lixo que vivemos. A representação feminina é tão forte quanto admirável, e os tópicos que a história levanta sobre abuso, cultura do estupro, controle de natalidade, autoaceitação da própria imagem, corrupção e afins são responsáveis por várias reflexões relevantes. Por mais que as mulheres tenham uma vida difícil, sejam abusadas, sofram humilhações de todo tipo e ainda sejam dominadas, elas conseguem  demonstrar o quanto podem ser fortes e corajosas.

Outra coisa é que a trama em si, embora seja uma fantasia, tem muitas semelhanças com a realidade e em alguns pontos a coisa chega a ser bem assustadora. A autora não poupa esforços em fazer críticas sociais, religiosas e políticas, mostrando que algumas ideologias e crenças simplesmente não dão certo quando quem está no poder quer continuar no poder. Não vou me aprofundar nessas questões pois minha visão política e religiosa não vem ao caso, mas basicamente a igualdade é pro povo, geralmente estando bem miserável, e quem está no poder sempre estará se aproveitando e tendo muito mais privilégios.

Acho que o ponto que salvou boa parte da história pra mim, pela mensagem que passa, foi a ideia de que embora pais e filhos estejam ligados pelo sangue, isso não significa que seja obrigatório existir uma conexão entre eles. Não é por que mãe ou pai são uns trastes que fazem coisas horrendas e condenáveis, que o filho também vai seguir os mesmos passos, por "herança". Há toda uma luta pessoal de Kelsea contra isso e isso, sim, me marcou bastante pois ela é uma personagem ótima, e tem tantas qualidades quanto defeitos. Isso é um ponto positivo, pois ninguém pode ser tão bom ou tão ruim, mesmo que tenha sido mal utilizada dessa vez. As pessoas sempre são motivadas por alguma coisa, e isso depende de uma formação pessoal ou de uma concepção bem íntima que não cabe a ninguém julgar. A forma como ela foi construída e desenvolvida ao longo da história, sua moral cheia de ambiguidades, tudo isso só provou o quanto ela é humana, e o quanto aprendeu com os próprios erros. Talvez o final, se analisado de uma forma mais abrangente, possa ser encarado como bom, pois ela não pensava duas vezes em abrir mão do que fosse pensando num bem maior, mas não foi suficiente para reparar os buracos e tudo que a autora desprezou sem mais nem menos. Foram tantos elementos tão bons criados pra no final das contas nada ter ligação com nada.

Não sei se foi só comigo, mas eu fiquei com uma mega impressão de que esse livro foi escrito sem o devido cuidado, com situações avulsas que simplesmente não se encaixam em lugar nenhum, e outras que nem deveriam estar alí. A sensação é de que a autora tinha tudo nas mãos pra dar um desfecho perfeito, bastava trabalhar um pouquinho pra amarrar as pontas soltas, mas preferiu ir pelo caminho mais fácil, entregando uma peruca colorida e uma bolota vermelha pra todos nós usarmos no nariz. E sabemos que o caminho mais fácil nem sempre é o melhor, convenhamos...
Muitas das questões que haviam sido levantadas anteriormente e que pareciam ser cruciais para uma futura resolução satisfatória, ou tiveram respostas irrisórias, ou simplesmente foram descartadas e esquecidas como se não fossem nada.

Minha decepção maior se deu por ter acreditado na história, que anteriormente havia dado a entender que esta trilogia seria uma das melhores que já tive o prazer de ler, independente se fosse feliz ou trágico, e me enchi de expectativas e esperanças pra algo realmente grandioso e memorável. Não vou entrar em detalhes sobre cada personagem pra não deixar a resenha muito extensa, mas a sensação foi a de que algo estava errado, eles estavam muito distantes do que foram, e até mesmo a própria Kelsea serviu de muleta em várias situações de forma bem conveniente.
Eu depois de terminar esse livro
Enfim, a sensação que ficou no final dessa leitura foi de eu ter caído numa cilada, Bino. Recomendei os outros livros, feliz da vida, crente que a coisa toda só iria melhorar porque realmente tudo que a autora tinha feito era genial, mas agora preciso abrir meu coração e ser muito sincera em dizer: não percam tempo. Acho que seria um pouco arriscado, e até hipócrita, recomendar uma trilogia que nos deixa envolvidos de corpo e alma nos dois primeiros volumes, mas que no final não nos dá nenhuma recompensa, e tudo acaba tendo sido em vão... Me desculpem, mas não...

Os Números do Amor - Helen Hoang

11 de novembro de 2018

Título: Os Números do Amor - The Kiss Quotient #1
Autora:  Helen Hoang
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Chick-lit
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★★
Sinopse: Já passou da hora de Stella se casar e constituir família — pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar com o sexo oposto não é nada fácil para ela: talentosa e bem-sucedida, a econometrista é portadora de Asperger, um transtorno do espectro autista caracterizado por dificuldades nas relações sociais. Se para ela a análise de dados é uma tarefa simples, lidar com os embaraços que uma interação cara a cara podem trazer parece uma missão impossível. Diante desse impasse, Stella bola um plano bem inusitado: contratar um acompanhante para ensiná-la a ser uma boa namorada.
Enfrentando uma pilha cada vez maior de contas, Michael Phan usa seu charme e sua aparência para conseguir um dinheiro extra. O acompanhante de luxo tem uma regra que segue à risca: nada de clientes reincidentes. Mas ele se rende à tentação de quebrá-la quando Stella entra em sua vida com uma proposta nada convencional.
Quanto mais tempo passam juntos, mais Michael se encanta com a mente brilhante de Stella. E ela, pela primeira vez, vai se sentir impelida a sair de sua zona de conforto para descobrir a equação do amor.

Resenha: Stella Lane é uma mulher de trinta anos, talentosa, super inteligente e bem sucedida em todos os aspectos da sua vida, menos no amor... Sua mãe não pára de pressioná-la pois já passou da hora dela arranjar um marido pra que ela possa constituir uma família e lhe dar netos. Stella é uma mulher solitária e, muitas vezes, acaba sendo incompreendida. Ela é portadora da síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista, e isso faz com que ela tenha uma enorme dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Ele se constrange com muita facilidade e é cheia de excentricidades que, segundo ela, são um enorme obstáculo para um futuro relacionamento. O que ela queria era passar a vida com alguém que a aceite do jeitinho como ela é, mas ela acha que seu autismo é um grande impedimento, não só no âmbito da interação social em si, mas também numa possível intimidade mais "caliente", onde ela não sabe se será boa no assunto, ou que pelo menos vá tomar gosto pela coisa... E é aí que ela tem a ideia genial de contratar Michael Phan, super entendido no assunto, para poder ensiná-la tudo sobre ser uma boa namorada, e também o que deve ser feito entre quatro paredes.
Michael é um cara lindo e trabalha como designer de moda. Ele preza muito por sua família, principalmente depois do seu pai ter os abandonado. Sua mãe está lutando contra o câncer, as despesas médicas não param de crescer, e as contas não se pagam sozinhas, então ele usa todo o seu charme e poder de sedução para ganhar uma graninha extra como acompanhante. Mas ele tem uma condição: Não faz mais do que uma sessão por cliente. Porém, depois da sua primeira noite com Stella, ele pode estar disposto a abrir uma pequena exceção.

São poucos os livros/filmes que trazem personagens com algum transtorno do tipo, acho que o que me vem a mente agora é o livro O Projeto Rosie, e a animação Mary & Max. Não posso dizer que há um estereótipo nesses personagens, pois o comportamento de quem tem a Síndrome de Asperger é ser basicamente alguém muito inteligente e habilidoso com números, ter várias fobias e manias "esquisitas", e ter bastante dificuldade na socialização. Claro que há variáveis, mas não tem como fugir muito dessas características principais. E considerando que dessa vez a portadora do Asperger é uma personagem feminina, e que a história envolve muito do lado da sexualidade dela, achei que a autora foi bem feliz na escolha do que escrever, mesmo que alguns clichês tenham sido invertidos.
A visão que a autora deu desse espectro foi maravilhosa, mostrando o dia-a-dia de Stella desde como ela enxerga a mundo à sua volta, qual a importância que ela dá pra listas, horários e afins, até a forma como ela reage a sons, luzes, sons e toques... A forma como a autoaceitação é explorada também é incrível, pois Stella sabe de sua condição, aceita a si mesma com todas as suas diferenças, e não tem intenção nenhuma de mudar por causa de ninguém.

As cenas de sexo são ótimas, e mesmo que sejam bem explícitas, são muito bem descritas, naturais e nada exageradas. Mas além do sexo fumegante, o romance que vai surgindo aos poucos e as ​​mensagens adoráveis que estão dentro deste livro acabam dando aquele quentinho no coração e arrancando aquele sorriso no canto da boca, principalmente quando evidencia a importância do consentimento e dos limites. Michael é sempre muito atencioso e paciente, e nunca pensa duas vezes ao colocar as necessidades dela em primeiro lugar, sem avançar nenhuma linha que Stella não queira ou não esteja pronta para ultrapassar.

A capa do livro foi o que me chamou atenção inicialmente. Adoro capas com silhuetas, e aqui elas ainda são estampadas com flores, borboletas e fórmulas matemáticas estrambólicas que ilustram perfeitamente um pedacinho de quem é a protagonista. A diagramação segue o padrão da Paralela: é simples, capítulos {numerados} entre chaves, com diálogos indicados por aspas e páginas amarelas.

Enfim, nessa época onde a representatividade é tão importante, acho mais do que válido destacar aqueles que fazem parte de uma minoria, mesmo que eles não tenham nada de "inferiores" frente aos outros, muito pelo contrário. A história, no geral, é muito bacana, e mesmo que seja previsível, penso que deve ser exatamente este o tipo de leitura que foge um pouco da mesmice e que veio para atingir um público maior no gênero de romance. Basta dar uma chance para se apaixonar por esse casal super improvável mas que combinam perfeitamente bem.

Anota Aí! #5 - Prequel, Sequel, Companion, Spin-off, Crossover, Cliffhanger, Reboot, Remake, MacGuffin

10 de novembro de 2018


O universo geek e pop é cheio de termos que servem para definir as variações do que é lançado por aí, incluindo quadrinhos, cinema e, claro, livros.
É difícil que as pessoas usem os nomes traduzidos, até mesmo porque alguns nem possuem tradução, e muitas gente fica confusa ou não sabe o que esses termos significam. Assim, fiz um apanhado dos termos mais utilizados, e que tenham a ver com o tema, para poder explicar o que são e onde se aplicam. Eu também já boiei por um bom tempo sem saber o que significavam, e não custa tentar ajudar um pouquinho a vida de quem ainda esta meio perdido. XD

Confira abaixo:


• Prequel 

Prequel é o termo utilizado para definir uma história que antecede a obra principal, com finalidade de fornecer ao leitor/expectador detalhes e explicações sobre as origens da mesma.
  • La Bele Sauvage, de Phillip Pulman, é prequel da Trilogia Fronteiras do Universo
  • O Duelo dos Imortais, de Colleen Houck, da trilogia Deuses do Egito
  • Como Num Filme, de Lauren Layne, da série Recomeços
  • Fogo e Sangue, de George R.R. Martin, de Crônicas de Gelo e Fogo
  • Dragão Vermelho, é prequel de O Silêncio dos Inocentes
  • Saga Escorpião Rei, é prequel de O Retorno da Múmia
  • O Hobbit, é prequel de O Senhor dos Anéis
  • Minios, é prequel de Meu Malvado Favorito


• Sequel 

Sequel é a continuação em ordem cronológica de livros, filmes e séries de alguma determinada franquia, onde, mesmo que haja a inserção ou exclusão de personagens, os protagonistas são mantidos.
  • Harry Potter, de J.K. Rowling
  • Desventuras em Série, de Lemony Snicket
  • A Mediadora, de Meg Cabot
  • Velozes e Furiosos
  • Toy Story
  • Lost
  • Gilmore Girls
  • Breaking Bad
  • Game of Thrones/As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin


• Companion 

Um companion faz parte de uma franquia mas pode ser lido/assistido fora de ordem pois embora se passe no mesmo universo da trama central, não mantém obrigatoriamente os mesmos personagens e a história é independente das demais. Você não precisa ter lido ou assistido nada que tenha sido lançado primeiro para entender o que acontece nos seguintes.
  • Stage Dive, de Kylie Scott
  • Big Rock, de Lauren Blakely
  • Jogos Mortais
  • American Horror Story


• Spin-off 

Um spin-off é uma obra derivada de outra que já existe. Se passa no mesmo universo da série, mas foca em outros personagens para uma nova história ser construída.
  • Bloodlines/Vampire Academy de Richelle Mead
  • Ao Anoitecer/Acampamento Shadow Falls, de C.C. Hunter
  • Better Call Saul/Breaking Bad
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam/Harry Potter
  • Private Practice/Grey's Anatomy
  • Gato de Botas/Shrek


• Crossover 

Quando universos de franquias diferentes se misturam, proporcionando o encontro dos seus personagens distintos.
  • Uma Cilada Para Roger Rabbit
  • Mistérios de Heather Wells/Rainha da Fofoca, de Meg Cabot
  • Once Upon a Time
  • Friends e Mad About You
  • Liga da Justiça
  • Vingadores
  • Alien vs Predador
  • Freddy vs. Jason
  • Os Padrinhos Mágicos e Jimmy Neutron
  • Os Jetsons e Os Flinstones
  • Power Ranger e Tartarugas Ninja
  • Scooby Doo e Johnny Bravo


• Cliffhanger 

Cliffhanger é quando o final da história fica completamente em aberto, e o autor/diretor deixa um enorme gancho para a continuação que só teremos num próximo livro/filme (e até lá ficamos com a cara na poeira).


• MacGuffin 

O termo McGuffin foi cunhado pelo diretor Alfred Hitchcock e passou a ser difundido fortemente na indústria do cinema. Na ficção, MacGuffin é um artifício utilizado em roteiros e enredos, na forma de algum objeto, pessoa, animal, lugar ou objetivo que serve como fio condutor da trama. É o motivo pelo qual os personagens se movem para o desenrolar da história.
  • O Anel, de o Senhor dos Anéis
  • Marley, de Marley & Eu
  • Ryan, de O Resgate do Soldado Ryan
  • A maleta, de Pulp Fiction
  • O Coração do Oceano, de Titanic
  • A Manopla de Thanos, de Os Vingadores: Guerra Infinita
  • O Livro de Poções, de Harry Potter e o Enigma do Príncipe


• Remake 

O remake é uma nova versão de um material já existente, que pode ser mais, ou menos, fiel ao original. Pode haver acréscimo de elementos, personagens e até um novo cenário, desde que mantenha sua essência.
  • Carrie, a Estranha
  • Live Actions das animações da Disney (A Bela e a Fera, Mogli...)
  • It, a Coisa
  • Poltergeist
  • Desejo de matar
  • O Vingador do Futuro
  • Intocáveis
  • Mad Max: A Estrada da Fúria
  • A Fantástica Fábrica de Chocolates
  • O Massacre da Serra Elétrica


• Reboot 

Enquanto o remake praticamente refaz/repete o que já foi feito com poucas modificações, o reboot oferece uma nova narrativa para algo já "desgastado", apresenta uma outra história (no caso do cinema, geralmente com atores diferentes para um mesmo personagem) que nem sempre tem relação com as anteriores. Não há preocupação em dar continuidade ao que já foi lançado pois a ideia é oferecer um enredo diferente, e em alguns casos nem há explicações sobre as situações, visto que pressupõe-se que o expectador já esteja familiarizado com aquele universo.
  • Homem-Aranha
  • Batman
  • Tomb Raider: A Origem
  • Trilogia Planeta dos Macacos
  • Quarteto Fantástico
  • Hulk
  • Star Trek


Wishlist #58 - Funko Pop - The Jetsons

9 de novembro de 2018


Mais uma vez a Funko vem trazendo a falência para os pobres colecionadores... Os Jetsons fez parte da minha infância, e seria meio injusto deixar eles de fora da listinha, né?
Eu achava um barato os criadores terem feito um desenho futurístico, se baseando no que eles imaginaram que seria o mundo e a sociedade nos anos 2000! E quem não imaginava algo do tipo?
Os três primeiros, George, Astro e Rosie, já foram lançados e, por serem regulares, podem ser encontrados numa faixa de R$70,00. Os demais ainda não foram lançados, mas já foram anunciados e por isso esperei um pouco pra fazer essa wishlist, assim ficaria completa com todos os personagens disponíveis. O único aí que vai ser um pouco difícil de se conseguir vai ser o Mr. Spacely, pois vai ser um lançamento exclusivo da Funko Shop. Esses são limitados a poucas unidades e costumam esgotar nos primeiros 5 minutos depois de liberados no site. Prevejo gente vendendo por no mínimo R$300,00 por aqui....

A Garota do Lago - Charlie Donlea

8 de novembro de 2018

Título: A Garota do Lago
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense/Policial
Ano: 2017
Páginas: 296
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Alguns lugares parecem belos demais para serem tocados pelo horror...
Summit Lake, uma pequena cidade entre montanhas, é esse tipo de lugar, bucólico e com encantadoras casas dispostas à beira de um longo trecho de água intocada.
Duas semanas atrás, a estudante de direito Becca Eckersley foi brutalmente assassinada em uma dessas casas. Filha de um poderoso advogado, Becca estava no auge de sua vida. Atraída instintivamente pela notícia, a repórter Kelsey Castle vai até a cidade para investigar o caso.
E logo se estabelece uma conexão íntima quando um vivo caminha nas mesmas pegadas dos mortos...
E enquanto descobre sobre as amizades de Becca, sua vida amorosa e os segredos que ela guardava, a repórter fica cada vez mais convencida de que a verdade sobre o que aconteceu com Becca pode ser a chave para superar as marcas sombrias de seu próprio passado...

Resenha: Becca Eckersley é uma estudante de direito, filha de um advogado poderoso, no auge da vida. Ela é jovem, bonita e com um futuro promissor, mas, há algumas semanas, Becca foi assassinada. Embora o crime tenha chocado os moradores da cidadezinha de Summit Lake, a polícia decidiu manter o caso em sigilo, e isso acaba despertando a atenção da jornalista Kesley Castle, que quer descobrir quem matou Becca, e o porquê.
Enquanto Kelsey começa sua investigação, ela, inevitavelmente, se identifica com Becca. As duas sofreram e tiveram momentos dolorosos em comum, e isso serviu como um gatilho para que a jornalista vá a fundo nessa história, sem descanso. Porém, a medida que a investigação de desenrola, várias pessoas se tornam suspeitas, e Kelsey se vê cercada de informações cruciais e segredos sombrios que não só iriam ajudá-la a resolver o caso, mas ajudá-la a superar as cicatrizes de um passado bem parecido com o de Becca.

Assim como nos outros livros do autor, este tem uma narrativa bem fluída, feita em terceira pessoa, carregada de detalhes, e o leitor praticamente participa da investigação feita pela protagonista. Fatos do passado e do presente se alternam de forma dinâmica e intensa, conectando os pontos dentro da investigação.
Os capítulos são curtos e vão mostrando os últimos momentos da vida de Becca, e como eles se encaixam para Kelsey solucionar este caso trágico, e, através disso, podemos perceber o quanto as duas são parecidas e por que Kelsey faz tanta questão de resolver tudo. Ela acredita que resolver o caso ajudaria ela superar um trauma sofrido no passado.

No decorrer da história, é possível que o leitor bole teorias a fim de tentar descobrir quem é o assassino de Becca, e as reviravoltas que a trama oferece acabam nos levando para outro lado várias vezes, porém, desde os primeiros capítulos, eu já desconfiei de um personagem em particular, e por mais que o autor tenha dado voltas e tentando nos fazer pensar que fosse outra pessoa dentre os suspeitos, e inserindo toques de suspense que não me deixaram nada apreensiva, eu não acreditei que o assassino pudesse ser outro. Assim, por mais que a trama prenda e traga situações inesperadas, não foi algo que me surpreendeu tanto como esperei. Não achei que título também tenha muito a ver com a história em si, e talvez fosse melhor que o título original, que é o nome da cidadezinha, fosse mantido, e nem achei que a própria Kelsey teve o devido aprofundamento que merecia para torná-la no mínimo uma personagem interessante. Por mais que ela tenha ficado envolvida emocionalmente com o caso, o que poderia justificar uma suposta fragilidade, Kelsey é uma jornalista experiente e com algum renome, mas o que percebi foi uma enorme falta de tato e percepção. As informações que ela precisava para seguir em frente eram obtidas de forma muito fácil e conveniente, com ajuda dedicada de pessoas improváveis que sequer a viram alguma vez na vida, logo a investigação em si não me soou tão convincente, e nem que ela, como escritora e jornalista, fosse tão competente como fizeram parecer que fosse.

A capa é muito bonita e chamativa, as página amarelas são grossas e de qualidade superior, a diagramação da Faro é ótima, como sempre, e nesta parte só tenho elogios a fazer.

A Garota do Lago, apesar de ter algumas falhas estruturais, é um bom livro policial para quem quer ler de forma despretensiosa e não se liga muito em clichês. Os personagens, embora sem muito aprofundamento, são interessantes e muitas vezes acabam sustentando a trama nas costas, mas não acho que seja um livro totalmente imperdível para os fãs do gênero. É bom, mas esperava mais.


Graça e Fúria - Tracy Banghart

7 de novembro de 2018

Título: Graça e Fúria - Graça e Fúria #1
Autora: Tracy Banghart
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia/Distopia
Ano: 2018
Páginas: 304
Nota:★★★★★
Sinopse: Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro. Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes. Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar.

Resenha: Serina e Nomi Tessaro são irmãs que vivem em Viridia, governada pelo Superior através de uma monarquia, onde as mulheres não têm direitos e estão destinadas à completa submissão. As mulheres vivem para seus maridos e filhos, são proibidas de ler, de estudar, só podem trabalhar em indústrias, não podem cortar os cabelos e, principalmente, nunca podem ir contra essa realidade que foi imposta a elas. Elas não têm voz.
Serina é a irmã mais velha, tem dezessete anos, e foi treinada desde que se entende por gente para ser uma Graça, uma das várias mulheres do Superior de Viridia. Ele mantém algo bem semelhante a um harém, cheio de Graças para o servir como e quando ele quiser. Agora, pela primeira vez, o herdeiro do trono irá escolher três Graças, e o maior sonho de Serina é ser uma das escolhidas. Pra ela, ser uma Graça é uma benção, uma chance de fugir da vida miserável que tem pra viver no luxo do palácio, e uma forma de dar uma vida digna e confortável à sua família.
Por outro lado, Nomi, de quinze anos, é mais rebelde, não aceita a ideia de um mundo onde as mulheres devem se calar, e muito menos aceita a possibilidade de ver sua irmã presa a uma vida onde será submissa, subjugada, e escrava de um homem pra sempre.

Assim, quando Serina foi escolhida como representante de sua cidade para ir até o castelo na capital a fim de participar do baile do herdeiro, ela leva Nomi como sua aia, mas ao chegar lá, a irmã mais nova, sem querer, acaba enfrentando Malachi, o dito herdeiro. Com isso, Nomi foi notada, e o herdeiro a escolhe como uma de suas Graças em vez de Serina. A escolha dele foi totalmente inesperada. Nomi, que odiava a ideia da irmã se tornar uma Graça, ficou louca da vida ao se tornar uma, e Serina, além de preocupada com a irmã, se sentiu magoada por ter sido rejeitada depois de se dedicar a vida toda para ser uma das Graças do Superior. E como se não bastasse que tudo tivesse saído fora de controle, as irmãs ainda são pegas com um livro, e por desrespeitarem as regras, afinal, as mulheres são proibidas de ler, seriam castigadas. Serina, que nem sabia ler, numa tentativa de proteger Nomi, assume a culpa, e então é enviada para uma prisão numa ilha controlada por homens. A partir daí, as duas protagonistas, agora separadas pela distância, tentam lidar com os problemas para se adaptarem a uma vida que elas nunca desejaram para si mesmas.

O livro é narrado em terceira pessoa com alternância entre os pontos de vista de Serina e Nomi. A sensação é a de estar lendo dois livros com histórias diferentes que se passam no mesmo universo. A capa do livro inclusive combina muito bem com essa ideia de duas histórias num único livro ao trazer uma irmã na frente e a outra atrás.



Embora a história tenha seus clichês e traga elementos bem parecidos com os de outros livros, a forma como a autora conduz a trama é muito interessante. No começo ficamos com aquela ideia de um sistema machista e opressor que inferioriza as mulheres, que Serina, sendo submissa, já tinha se conformado com a situação e que passaria seus dias se lamentando pela chance perdida, e que Nomi seria o estopim para uma grande revolução, mas as coisas não seguem esse rumo. Quando Serina é presa, ela começa a abrir mão de tudo aquilo que aprendeu a ser e acreditar, e passa por uma enorme transformação envolvendo coragem, empoderamento e feminismo, e seu desenvolvimento e amadurecimento é um dos melhores que pude acompanhar. Literalmente ela passa de Graça para fúria. Ao contrário de Nomi, que começa a aprender a se tornar uma Graça, e embora rebelde, é impulsiva e nunca, nunca mesmo, pensa nas consequências de seus atos ou como as pessoas poderão ser afetadas com isso. Lá no fundo ela até pode acreditar que as besteiras que faz são certas, mas, num determinado ponto, as coisas passam tanto do limite que a vontade é de entrar na história pra dar um basta naquilo.

Como nem tudo pode ser um mar de rosas, eu tive, sim, um problema com as protagonistas. Mesmo que elas tenham sido apresentadas como sendo opostos uma da outra, e a narrativa seja alternada entre elas, senti que suas "vozes" e suas atitudes eram muito, muito parecidas. A pegada feminista da história é clara, e acho muito importante que o tema seja abordado, principalmente nos dias de hoje, para mostrar que as mulheres podem lutar contra os absurdos e os abusos do machismo e do patriarcado, mas sempre que elas precisam fazer alguma escolha ou tomar uma decisão importante, tomam as piores possíveis, prejudicando elas mesmas e quem está ao redor delas, sem de importar com as consequências, desde que a ideia de estarem se "rebelando" se fortalecesse, principalmente do que diz respeito a Nomi.
O romance que surge não me convenceu e não poderia ser mais óbvio que não é algo que vai prestar. Acho que romance deve ser algo meio que obrigatório nessas histórias, mesmo que não faça muito sentido estar alí.

Mas, tirando esse fato, achei muito importante a forma como a autora abordou as questões que envolvem esse universo, e a ideia de como os homens detém o poder e subjugam as mulheres por MEDO do que elas são capazes de fazer e que podem ter a mesma força que qualquer um deles. E mesmo que eles tentem oprimir todas elas, fica bem claro que as mulheres ainda têm poder, têm força, basta que se unam pra isso. O foco da autora é a luta pela liberdade e a resistência contra esse sistema terrível.

Acho que já deu pra perceber que o tema é interessante, não deixa de ser atual, e a leitura é bem gostosa e flui num piscar de olhos. Muitos temas são até bem pesados, e a forma como a autora escreveu tudo com bastante sutileza acabou amenizando a situação, o que foi um ponto positivo levando em consideração que se trata de um jovem adulto. Em muitos momentos fiquei revoltada com algumas cenas, e o ritmo cheio de reviravoltas, ação e muita intriga é responsável por manter o leitor preso à leitura como se não houvesse amanhã.

Acho que, mesmo com algumas pequenas inconsistências, a leitura de Graça e Fúria deveria ser obrigatória para servir de porta de entrada para esse tema. As mulheres são fortes e precisam, sim, lutar por espaço.