Vidas Muito Boas - J.K. Rowling

9 de dezembro de 2017

Título: Vidas Muito Boas - As vantagens do fracasso e a importância da imaginação
Autora: J.K. Rowling
Editora: Rocco
Gênero: Não ficção/Autoajuda
Ano: 2017
Páginas: 80
Nota:★★★★☆
Sinopse: "Como podemos aproveitar o fracasso?", "Como podemos usar nossa imaginação para melhorar a nós e os outros?". J.K. Rowling responde essas e outras perguntas provocadoras em Vidas Muito Boas, versão em livro do famoso discurso de paraninfa da autora da série Harry Potter na Universidade de Harvard, que chega às livrarias brasileiras no dia 7 de outubro. Baseado em histórias de seus próprios anos como estudante universitária, a autora mundialmente famosa aborda algumas das mais importantes questões da vida com perspicácia, seriedade e força emocional. Um texto cheio de valor para os fãs da escritora e surpreendente para todos que buscam palavras inspiradoras.

Resenha: Vidas Muito Boas é uma transcrição do discurso inspirador que J.K. Rowling fez na Universidade de Harvard, em 2008.
De forma resumida, ela fala das próprias experiências e de como sua trajetória não foi feita apenas de sucesso e de vitórias. Antes da fama ela teve muitas dificuldades, inclusive financeiras, mas consegue mostrar que foi preciso fracassar pra chegar onde chegou. O fracasso não só faz parte da vida, como pode servir de impulso para se melhorar ou dar valor às boas coisas, para crescimento pessoal, para autoconhecimento, para que nossos medos possam ser enfrentados e superados em vez de desistirmos.
"É impossível viver sem fracassar em alguma coisa, a não ser que vocês vivam com tanto cuidado que acabem não vivendo de verdade - e, neste caso, vocês fracassam por omissão."
- Pág. 34
As lições são poucas, mas o que fica é a ideia de que devemos acreditar em nós mesmos, na nossa capacidade de conquistar o que almejamos, de realizar nossos sonhos e de enfrentarmos os obstáculos, independente do que - ou de quem - sejam.
É claro que J.K. não poderia deixar de lado seu toque de bom humor e a grande razão do seu sucesso, logo ela faz pequenas referências ao universo de Harry Potter e à magia que cada um carrega dentro de si.
O discurso é tocante por evidenciar os ideais da autora, que embora tenha se tornado umas das mulheres mais ricas do mundo, é humilde, não esqueceu suas origens e se preocupa em ajudar crianças tentando fazer do mundo um lugar melhor, e isso acaba trazendo uma reflexão sobre nossos próprios atos, sobre o que queremos para o futuro, sobre valorizar nossa capacidade e sobre concentrar nossos esforços no que acreditamos.
"Não precisamos de magia para transformar nosso mundo; todos já temos dentro de nós o poder de que precisamos: o poder de imaginar melhor."
- Pág. 67
O projeto gráfico do livro é uma graça. Apesar de ser pequeno e ter poucas páginas, a edição é um hard cover com ilustrações em tons de vermelho e preto de Joel Holland, o que torna a obra mais descolada e enche os olhos de qualquer fã da autora.

Vidas Muito Boas é um discurso que traz palavras que inspiram, que motivam e que dão força para que possamos investir na imaginação, e não só entender, mas aceitar que não devemos temer o fracasso e nem desistir do que acreditamos por causa dele.

Sorteio - O Conto da Aia


Já faz um tempinho que não participo de sorteios e nem organizo um pra liberar aqui no blog por milhões de motivos, mas sabe quando um livro mexe com a gente a ponto de querermos espalhar sua história por aí por considerá-la não só impactante, como também necessária?
Pois é... Pensando nisso, cá estou eu pra sortear O Conto da Aia, da autora Margaret Atwood.
Quem leu a crítica da série ou a resenha do livro sabe que gostei muito, por mais indignada que tenha ficado, então nada mais justo do que dar uma chance para alguém poder ler também.

Confira os termos e condições abaixo e preencha o formulário para participar:
Termos e condições:
- Ter endereço de entrega em território nacional;
- Comentar este post deixando email válido para contato;
- Perfis fakes ou exclusivos pra promoções não serão aceitos. Caso constatado, o ganhador será desclassificado sem aviso prévio;
- Comentar a resenha é uma entrada opcional. Caso o comentário não seja pertinente ou seja reaproveitado de outro blog, o mesmo não será considerado como entrada válida e a mesma poderá ser removida e/ou o participante poderá ser desclassificado;
- Não nos responsabilizamos por danos ou extravios por parte dos correios, nem por um segundo envio em caso de devolução por erro nos dados informados ou entrega sem sucesso;
- Após o resultado o ganhador será comunicado por email (o mesmo deixado nos comentários). O prazo para responder com os dados é de até 48 horas, caso contrário um novo sorteio será realizado. Em caso de falta de resposta por parte do ganhador, o sorteio será refeito por no máximo 3 vezes. Caso ninguém responda em tempo hábil, o sorteio será cancelado;
- Caso o ganhador seja sorteado com uma entrada extra que não tenha sido cumprida, este será desclassificado e será feito novo sorteio;
- O envio do livro será feito em até 30 dias úteis após o recebimento dos dados do ganhador;
a Rafflecopter giveaway

Boa sorte!!


Games - Limbo

8 de dezembro de 2017

Título: Limbo
Desenvolvedora: Playdead
Plataforma: Xbox, PS3, PC, Android, iOS
Categoria: Estratégia/Puzzle/Aventura
Ano: 2010
Classificação Indicativa: 14+
Nota: 
Sinopse: Sem ter certeza sobre o destino de sua irmã, um garoto entra no LIMBO. 
Limbo é um jogo 2D de múltiplas plataformas onde o jogador controlará um menino que acorda sozinho no meio de uma floresta sombria e parte em busca da irmã enfrentando armadilhas e criaturas perigosas.

O menino é guiado através de ambientes e armadilhas perigosas, e a ideia principal do jogo é resolver o quebra-cabeça/fase esperando que o jogador descubra a solução somente depois de falhar, onde o menino sempre terá uma morte trágica, assustadora e muito cruel. Assim podemos analisar o cenário e seus elementos para descobrir uma melhor forma de passar pelas armadilhas ou enfrentar os inimigos.



O jogo é escuro, monocromático e tem pouca iluminação, assim as armadilhas se camuflam no cenário forçando o jogador a ter surpresas nada agradáveis quando o menino é surpreendido por criaturas medonhas que surgem das sombras para matá-lo, ou quando ele cai em alguma armadilha que o parte no meio ou que o esmaga instantaneamente, mas os efeitos da animação, por mais pavorosos que sejam, são perfeitos. Os sons colaboram para que o ambiente tenha uma atmosfera misteriosa e que remeta ao gênero do terror.

Apesar de simples, a mecânica do jogo se resume a explorar o cenário andando ou correndo pros lados, pulando buracos, subindo e descendo escadas ou cordas, e puxando ou empurrando objetos que estão no caminho para auxiliá-lo na resolução da fase. Memorizar os locais ou os elementos que causam a morte do menino também é importante para tentar escapar e fazer com que ele obtenha êxito na fase. Como joguei a versão pra Android, os controles funcionam com o toque nos lados direito e esquerdo da tela para que ele caminhe por aí e, a princípio, pode haver um pouco de dificuldade para se acostumar com isso.



Como a maioria das armadilhas não são perceptíveis até que sejam acionadas, as mortes são mais comuns do que se imagina, assim, no caso dele morrer, o jogador recomeça a fase a partir do último checkpoint que é salvo automaticamente. O problema é que não há como saber exatamente fica esse save. Isso pode ser frustrante por as vezes ele fica logo depois de alguma armadilha difícil de passar e é preciso percorrer um caminho relativamente longo até chegar novamente no local. A vantagem é que não existe vidas a se perder. Não há limite de mortes.

Muitas mortes são animadas de forma bastante bizarra, o que envolve esmagamento, decapitação, desmembramento e até empalamento do menino, e é esse tipo de horror que nos choca, tanto por ser macabro, quanto pelo personagem ser uma criança. Porém são essas mortes macabras que alertam o jogador, que sempre é pego desprevenido, sobre escolhas erradas para que possamos optar por novas e seguir adiante. A cada novo cenário o medo de não querer sair do lugar para que o pobre menino não se lasque é inevitável, e a medida que o jogo progride, as coisas ficam mais difíceis de serem solucionadas.


Limbo é um jogo pago que custa por volta de R$20,00. Não há uma introdução propriamente dita, e o final fica totalmente em aberto para as mais diversas interpretações e teorias. Eu, particularmente, acredito que, nesse contexto e até pelo final que chega a emocionar, o Limbo é um lugar entre o Céu e o Inferno onde as pessoas ficam presas num looping infinito de ações...

O jogo é envolvente ao propôr desafios cada vez mais complexos, e é tão perturbador quanto genial. Pra quem gosta do gênero, vale a pena.

Por um Toque de Magia - Carolina Munhóz

6 de dezembro de 2017

Título: Por um Toque de Magia - Trindade Leprechaun #3
Autora: Carolina Munhóz
Editora: Fantástica/Rocco
Gênero: Fantasia Urbana
Ano: 2017
Páginas: 272
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Emily O'Connell finalmente chega ao final do arco-íris mais desejado. Sem saber o que irá encontrar, ela vai precisar mais do que nunca de toda sorte existente.
No final dessa jornada, ela se vê caminhando ao lado de seu inimigo e de todas as suas vítimas. De Los Angeles a Praga, de Amsterdã a São Francisco, ela percorrerá o mundo juntando as peças finais para seu último ato de volta à sua amada Dublin, onde tudo começou.
Como sobreviverá reencontrando o homem que tanto a machucou e finalmente descobrindo o assassino de seus pais, ela não sabe, mas aquela é a hora de terminar sua busca. É hora de encontrar a sua magia. E pagar o preço por isso.

Resenha: Emily O'Connell já passou por poucas e boas desde que descobriu ser dotada do toque de ouro, e depois de ter a vida virada de cabeça pra baixo, vamos, enfim, descobrir o que há no final do arco-íris.
Levando uma vida sem glamour algum, Emily está focada em descobrir mais, tanto sobre a morte dos pais, como recuperar seu toque de ouro que fora roubado, mesmo que pra isso tenha que seguir ao lado de Aaron, que a enganou e partiu seu coração em mil pedaços e agora lhe deve muitas respostas. Ela viajará pelo mundo a fim de montar um enorme quebra-cabeças para conseguir justiça e para retomar a própria vida, e, talvez, o fim dessa jornada seja exatamente onde tudo começou: em Dublin, na Irlanda.

Seguindo o padrão dos volumes anteriores, a narrativa é feita em terceira pessoa e mostra todas as reviravoltas no novo rumo que Emily deu à sua vida. Seus objetivos lhe renderam inimigos perigosos, inclusive se aliar a aquele que lhe traiu de forma tão cruel, mas descobrir as verdades que ele esconde, vai trazer à tona detalhes de sua história e de como sua vida foi uma mentira desde que se entende por gente.
Emily é movida pelo desejo de justiça, mas também pensa em vingança, mas, sem ajuda, ela sabe que jamais conseguirá chegar muito longe. Se antes Emily tinha dinheiro e amigos, agora ela não tem nada e está sozinha, mas talvez isso tenha sido fundamental para que ela pudesse ver um outro lado da moeda e dar valor ao que realmente importava, coisa que a criatura não fazia quando era egoísta, imatura, esbanjava dinheiro e curtia como ninguém sem sequer pensar nos outros.

Talvez eu tenha sido muito dura na resenha do livro anterior, que me tirou a paciência e quase me fez desistir, mas este, apesar de ter sido levemente mais interessante, não é tão diferente assim. Os diálogos não me agradaram pois sempre me soam fúteis e desnecessários, e as descrições, que nem sempre fazem alguma diferença na história, acabam sendo exageradas. Não lembro de ter um personagem sequer que eu realmente tenha admirado, e fazer uma combinação amorosa entre Emily, Aaron e Liam foi a pior coisa que já acompanhei na minha vida. Detesto personagens que se deixam levar pela atração, principalmente quando essa atração é por alguém nada a ver, quando há coisas muito mais graves e urgentes acontecendo lá fora para se preocupar. Sei que as pessoas não são perfeitas e aprendem com os erros, mas embora Emily perceba que precisa se tornar alguém melhor, o que é uma prova de amadurecimento, pra mim não foi o bastante. Ela também entende que estar ao lado de alguém não significa não estar sozinha, pois ela está mais sozinha do que nunca, e o passado nem sempre deve ser enterrado e esquecido, pois foi por causa do que aconteceu no passado que ela ganhou experiências que a moldaram e a tornaram quem ela é hoje, por pior que tenha sido.

Enfim, olhando a história desse último livro e a trilogia como um todo, a ideia da trama em si não é ruim, não. O problema é a narrativa, a forma como as coisas se desenrolam, é o revirar de olhos eterno pra tantas bobagens. São detalhes que não me convenceram, que são superficiais demais ou que estão ali só pra enfeitar sem um propósito maior, e nem as descrições das cidades que fazem com que o leitor viaje e experimente um pouco dos costumes locais junto com a protagonista, e nem o progresso e a evolução de Emily como pessoa, não foram o bastante pra me agradar... Eu realmente já tinha ficado saturada do restante.

Acredito que seja um livro que deva agradar leitores que gostem de fantasia urbana, que valorizem detalhes sobre viagens e descrições acerca de pontos turísticos, e curtam personagens que aprendem e amadurecem com as experiências trágicas da vida, desde que não se importem com as asneiras, claro, mas sem esperar por grandes lições ou mensagens mais relevantes.