Achados e Perdidos - Stephen King

12 de agosto de 2016

Título: Achados e Perdidos - Bill Hodges #2
Autora: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Gênero: Suspense/Policial
Ano: 2016
Páginas: 350
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: “- Acorde, gênio.”
Assim King começa a história de Morris Bellamy. O gênio é John Rothstein, um autor consagrado que há muito abandonou o mundo literário. Bellamy é seu maior fã e seu maior crítico. Inconformado com o fim que o autor deu a seu personagem favorito, ele invade a casa de Rothstein e rouba os cadernos com produções inéditas do escritor, antes de matá-lo. Morris esconde os cadernos pouco antes de ser preso por outro crime. Décadas depois, é Peter Saubers, um garoto de treze anos, quem encontra o tesouro enterrado. Quando Morris é solto da prisão, depois de trinta e cinco anos, toda a família Saubers fica em perigo. Cabe ao ex-detetive Bill Hodges e a seus ajudantes, Holly e Jerome, protegê-los de um assassino agora ainda mais perigoso e vingativo.

Resenha: Um fã maluco. Um escritor assassinado. Uma trama atemporal envolvendo uma pacata família americana após a crise de 2009. Na sequência de Mr Mercedes, Stephen King apresenta aos leitores a história de Bellamy, um fanático que matou um escritor famoso na década de setenta. Já no século XXI, conhecemos Peter Saubers, que de uma forma inesperada acaba tendo sua vida ligada aos fatos que ocorreram no passado. É ai que entra o detetive Bill Hodges, juntamente com Jerome e Holly, para resolver esse mistério. Achados e Perdidos é uma continuação inusitada e cheia de tensão, que me fisgou do começo ao fim.

A primeira parte do livro, exatamente cento e trinta e duas páginas, conta todo o decorrer dos fatos que envolvem Morris Bellamy, o assassino de John Rothstein, o gênio. Ao mesmo tempo, em capítulos intercalados, conhecemos Peter Saubers, um garoto de apenas 13 anos que descobre o tesouro enterrado pelo assassino do escritor da famosa trilogia O Corredor. Neste começo da trama, há uma introdução do que virá na segunda parte, e diga-se de passagem, foi tudo feito de maneira excelente. A narrativa de Stephen, mais uma vez belíssima, transcorre de forma natural ao apresentar os personagens. Ambos, o menino e o assassino, são trabalhados de forma a entregar somente um pouco da personalidade, deixando o melhor para depois. É como se o autor estivesse fazendo uma breve apresentação, inclusive à família de Peter. É dessa maneira que descobrimos também que Tom, o chefe da família Saubers, estava no massacre do City Center e que há uma relação. Sim, o incidente que tirou a vida de algumas pessoas, deixou uma dezena de feridos e do qual Bill Hodges foi responsável por prender o criminoso. Em um primeiro momento, pude jurar que o segundo livro traria uma história independente, mas me enganei.

A segunda parte começa com a aparição do ex-detetive aposentado, Bill. Junto com ele surgem Holly e Jerome. O dissabor começa aí, com uma trama que corre feito um foguete e não tem tempo hábil para mostrar um pouco mais do lado bom desses três personagens. Tudo transcorre de uma maneira acelerada, os mistérios são solucionados de forma fácil, como somar um mais um. É como se Holly, a mulher de meia idade que acompanha Hodges em suas investigações, tivesse uma intuição capaz de desvendar qualquer mistério. Desse modo, o que poderia se tornar uma boa charada e um quebra-cabeça, se dissolve totalmente. Jerome, o garoto negro, gosta de fazer umas piadas que não se encaixam no contexto. O trio por si só não consegue capturar totalmente a atenção para eles, e todos os holofotes são voltados para o vilão. Ele foi o responsável por me fazer ficar sentado na beira da cadeira, de fazer meu coração bater muito rápido com a sucessão de acontecimentos e de sua insanidade, tal como Brady, o vilão de Mr. Mercedes. Quem dá nome a trilogia, Bill Hodges, se mostra muito apático e sem brilho. É como se ele fosse um mero coadjuvante, deixando o espaço para Morris e Peter brilharem.

As motivações que levam Morris a matar o escritor e roubar os manuscritos não ficaram tão claras para mim. Acredito que aqui, é possível fazer uma comparação com casos conhecidos como John Lennon, que foi assassinado a tiros por um fã, ou a cantora Selena, que foi morta pela presidente de seu fã-clube oficial. Nessas situações a maior pergunta que nos fica é como funciona a mente de quem comete tais ações. Os demais acontecimentos que resultam no ato final são um pouco contraditórios, e Peter, que no começo me ganhou pelas atitudes nobres, acabou se mostrando completamente incapaz de pensar racionalmente, em vista da situação de perigo em que sua família estava.

Achados e Perdidos é uma ótima continuação para uma trilogia que se iniciou com Mr Mercedes. Aqui, infelizmente, não há um personagem principal louvável: Bill cumpre seu papel, mas está longe de ser o melhor mocinho que já conheci. Em compensação, King trouxe o melhor que há em termos de vilões e que me faz torcer desesperadamente por eles (será que tem algum mal nisso?). O primeiro volume foi o pontapé inicial de Stephen no gênero policial, que para mim parece mais um thriller, e a expectativa era grande sobre isso. Neste segundo, posso dizer que é um livro de altos e baixos. O autor pode não ter tido êxito na criação do detetive, mas ele com certeza é um bom contador de histórias e sabe como prender a atenção do leitor. O final, que com certeza me deu um bom susto, traz uma pitada do sobrenatural (característica marcante de King) e reforça a ideia que O Último Turno, o encerramento da trilogia, será o mais inusitado de todos.

Renascida - C.C. Hunter

11 de agosto de 2016

Título: Renascida - Ao Anoitecer #1
Autora: C.C. Hunter
Editora: Jangada
Gênero: YA/Sobrenatural
Ano: 2015
Páginas: 392
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Della Tsang tinha uma vida perfeita, até ser transformada em vampiro e abandonada por todos que ama. Ela se refugia em Shadow Falls, um acampamento para adolescentes com poderes paranormais. Della está treinando para ser uma agente de investigação paranormal – e ela não vai deixar nada nem ninguém desviar sua atenção desse objetivo! Isso significa que não tem tempo para investir no romance com Steve, um metamorfo apaixonante cujos beijos a deixam de pernas bambas. Quando um novo vampiro chamado Chase aparece no acampamento, a vida de Della fica mais confusa do que nunca. Della terá de enfrentar assombrações fantasmagóricas, uma teia de segredos de família e um novo caso que põe a vida dos seus amigos em perigo. Mas será que ela vai conseguir ser uma investigadora paranormal sem deixar que isso afete sua vida pessoal e seu desejo de viver uma história de amor?
Resenha: Renascida é o primeiro volume da série Ao Anoitecer, spin-off da série Acampamento Shadow Falls escrita pela autora Christie Craig sob pseudônimo de C.C. Hunter. O livro foi publicado no Brasil pelo selo Jangada, do Grupo editorial Pensamento.
Sendo um spin-off, não é obrigatório ler a série principal pois é possível entender perfeitamente a trama. Apesar de ter a coleção, eu ainda não li a saga anterior e em momento algum fiquei perdida. Talvez a leitura fique mais completa se já conhecermos o funcionamento deste universo de antemão, mas sendo sincera, não tive dificuldades em acompanhar a história de Della.

Shadow Falls é um acampamento para jovens com dons sobrenaturais. Sendo considerados problemáticos pela sociedade, esses jovens vampiros, lobisomens, bruxas, fantasmas e afins vão para esse internato para estudarem e se dedicarem a algo relacionado ao mundo sobrenatural.
O maior desejo de Della é se tornar uma investigadora paranormal, mas antes precisa impressionar o coordenador do acampamento, Burnett, se mostrando capaz disso. Focando em seu sonho, nem mesmo Steve (um metamorfo por quem Della é apaixonada e que a ajudou em sua primeira missão), a faz se desviar de seus objetivos.
O relacionamento de Della com os pais não é fácil. Ela demonstra uma tristeza muito grande pois seus pais não sabem que ela é uma vampira e pensam que ela está diferente por andar envolvida com o que não deveria, o que não é verdade. Della se tornou muito fechada, carregando esse fardo por "desapontar" o pai, não sendo mais a filha exemplar que ele gostaria, e isso a corrói por dentro. Ela só confia em Kylie, Miranda, e Steve, e só se sente em casa quado está no acampamento.
Depois de descobrir que tinha parentes vampiros, Della decide encontrar o tio, mas ela acaba tendo que investigar um assassinato cujo principal suspeito é um vampiro. Esta seria a oportunidade perfeita para mostrar sua aptidão e conseguir entrar na UPF (Unidade de Pesquisa de Fallen). Com a ajuda de um recém chegado muito convencido ao acampamento, Chase, a garota adentra os mistérios que rondam o crime e se vê envolvida numa trama bastante sombria e ao mesmo tempo, começa a descobrir mais sobre seu passado e a se surpreender com tais descobertas que podem, inclusive, ser a chave pra muitos dos mistérios com os quais ela se deparou.

Acredito que os fãs da saga Acampamento Shadow Falls devam considerar Ao Anoitecer como leitura obrigatória, pois pra quem gostava de Della, a vampira amiga de Kylie, agora terá a oportunidade de saber muito mais desta adolescente teimosa, cheia de ferocidade, destemida e bastante simpática. Por este livro já fiquei curiosa pra poder começar a acompanhar a primeira série, e ter mais detalhes desse universo de forma geral.

A narrativa é feita em terceira pessoa, o que permite uma visão bem ampla sobre os fatos mas, ainda assim, dando ênfase nos intermináveis dilemas e questionamentos internos de Della. Dessa forma também ficamos próximos do que ela pensa e sente. A escrita é bastante descritiva e fluída, e o ritmo da história é bastante envolvente.
A capa tem um efeito metalizado que dá um toque bem especial ao livro, mas confesso não ter gostado muito da modelo ao canto pois ela não combina muito bem com o cenário dando a impressão que foi recortada e colada alí aleatoriamente, como uma montagem meio mal-feita. A capa estrangeira é bem mais bonita e chamativa. A diagramação é simples e sem detalhes, as páginas são amarelas e a fonte tem um tamanho agradável.

Eu até que gostei de Della. Ela entende que a atração que ela sente é inevitável e, de certa forma, um problema, mas ela sabe que há coisas mais importantes e mais sérias com o que se preocupar. Ela tem missões a qual liderar, metas a cumprir, várias coisas pra descobrir, mistérios pra resolver, assassinos pra encontrar e tudo é jogado sobre ela de uma única vez. A impressão é que ela não sabe como começar pra resolver tudo.
Talvez a família de Della, sempre complicada e rigorosa, tenha sido uma forma da autora incluir dilemas adolescentes com os quais é possível haver quem se identifique, principalmente quando o filho não atende as expectativas dos pais, e quando os pais não compreendem ou aceitam as condições de seus filhos.
Eu gostei bastante de Steve. Ele é realmente um encanto de garoto. Mesmo com as dúvidas e os conflitos de Della ele sempre está alí ao seu lado, querendo só que ela seja feliz mesmo que isso signifique perdê-la.

Eu sei que livros YA possuem essa característica de relacionamentos amorosos conflitantes, mas como sempre digo, não sou fã de triângulos amorosos, e pensar que algo assim é "importante" para o desenrolar da história não me anima muito. Acredito que outros elementos possam servir de ponto de conflito para causar reviravoltas e/ou colocar os personagens em dilemas complicados sem que o tal triângulo precise mesmo estar alí.

Apesar de alguns clichês, Renascida é indicado pra quem procura por uma história que oferece mistério, bom humor e um toque de romance.

As Crônicas de Della Tsang - C.C. Hunter

10 de agosto de 2016

Título: As Crônicas de Della Tsang - Ao Anoitecer #0,5
Autora: C.C. Hunter
Editora: Jangada
Gênero: YA/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 144
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Esta é uma "introdução" à história de Della Tsang, uma das melhores amigas sobrenaturais de Kylie. Independente e destemida, Della não acredita em fantasmas até que vê seu falecido primo atravessando um beco escuro. Ela também não acredita em vampiros, até que se transforma em um deles! Agora Shadow Falls está enfrentando um problema que pode finalmente expor os sobrenaturais ao resto do mundo! Seres humanos estão sendo assassinados e vampiros criminosos podem ser os culpados. Della é então designada para ajudar a encontrar os responsáveis pelos assassinatos, junto com Steve, um metaformo supergato, e que ela acha atraente demais para ser confiável. Mas ela precisará de sua ajuda, pois se tiver êxito em sua missão, Della talvez até consiga o emprego dos seus sonhos: trabalhar para a UPF - o FBI do governo sobrenatural.
Resenha: As Crônicas de Della Tsgang é uma introdução à série Ao Anoitecer, spin off da saga Acampamento Shadow Falls.
O livro é composto por duas crônicas: Transformada na Calada da Noite, que conta como ela se tornou uma vampira, como foi transformada e como ela lidou com essa nova condição dalí pra frente; e Salva ao Nascer do Sol, que narra a missão que Della recebe da UPF, o instituto que investiga os crimes cometidos pelos seres sobrenaturais. Nessa segunda crônica (mais completa e com quatro capítulos), ela já está em Shadow Falls e a história se passa logo quando Kylie sai do acampamento em busca do avô. Della e Steve se unem para investigar alguns vampiros suspeitos de matar humanos em rituais de iniciação, e essa investigação pode ser uma oportunidade para que ela mostre que é capaz se fazer parte da unidade.

Della tem dezesseis anos, levava uma vida feliz e tranquila, era a filha exemplar, a irmã modelo, e namorada de Lee. Até avistar um primo que ela acreditava estar morto, e ao segui-lo, se envolveu numa confusão onde acabou sendo transformada em vampira. Então, acompanhamos seu processo de aceitação e transformação, não só física, mas psicológica e até de comportamento. Por ter mudado, mesmo que a família não soubesse que ela havia se tornado vampira, passou a ser tratada com indiferença e sentiu que todos começaram a se afastar. Logo ela foi para o acampamento Shadow Falls, um lugar onde ela poderia lidar melhor com sua nova condição e aprender mais sobre si mesma.
Então nos deparamos com uma Della habituada à sua nova vida, já firmou algumas poucas amizades e parte numa missão junto com Steve. E a partir dessa missão é que podemos acompanhar como surgiu seu envolvimento com o rapaz.

Apesar e bem curtinhos, os contos já mostram muito da personalidade de Della, e o quanto ela ainda nutre um sentimento de mágoa e amargura por Lee e a família por terem a abandonado e que grande parte de sua mudança foram devido a estes fatores, logo a dor e a decepção fizeram com que ela desenvolvesse uma grande dificuldade em deixar que se alguém se aproxime dela, de confiar nas pessoas e de se apaixonar, com medo de se ferir outra vez. Até conhecer Steve...

O livro tem um formato pequeno, é bem curtinho e rápido de ser lido, mas já fornece informações importantes e que vão situar o leitor muito melhor ao iniciar a série Ao Anoitecer. A capa tem um efeito metalizado bem bacana

Não acho que ele seja de leitura obrigatória, mas com certeza irá situar o leitor em algumas partes importantes e outros detalhes da vida de Della que farão com que o leitor fique por dentro de suas origens, mas que ainda vão precisar de maiores explicações nos futuros livros para que quaisquer dúvidas possam ser esclarecidas.


Na Telinha - Esquadrão Suicida

9 de agosto de 2016

Título: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)
Produção: DC Entertainment e Warner Bros
Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Viola Davis, Jared Leto, Jay Hernandez, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, Karen Fukuhara, Adam Beach, Scott Eastwood, Jai Courtney, Adewale Akinnuoye-Agbaje
Gênero: Ação
Ano: 2016
Duração: 2h 10min
Classificação: 12 anos
Nota:★★★
Sinopse: Reúna um time dos super vilões mais perigosos já encarcerados, dê a eles o arsenal mais poderoso do qual o governo dispõe e os envie a uma missão para derrotar uma entidade enigmática e insuperável que a agente governamental Amanda Waller (Viola Davis) decidiu que só pode ser vencida por indivíduos desprezíveis e com nada a perder. No então, assim que o improvável time percebe que eles não foram escolhidos para vencerem, e sim para falharem inevitavelmente, será que o Esquadrão Suicida vai morrer tentando concluir a missão ou decidem que é cada um por si?

Após os eventos de Batman vs Superman - A Origem da Justiça, o governo americano decide apostar no plano arriscado e ambicioso de Amanda Waller (Vila Davis): Sua ideia é formar uma equipe controlada pelo governo com os piores super vilões que os super heróis já ajudaram a capturar a fim de combater forças malignas e sobre-humanas.
Waller escolhe a dedo vilões com pontos fracos que os tornariam vulneráveis a ela, e seu time fica composto por Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Bumerangue (Jai Courtney), El Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e, até certo ponto, Magia (Cara Delevingne). A equipe, muito individualista em que cada um possui seus próprios interesses, se une às forças do governo e junto com o oficial Rick Flag (Joel Kinnaman) e Katana (Karen Fukuhara), partem numa missão suicida. Caso o plano desse errado, os vilões serviriam de bode expiatório e o governo poderia jogar a culpa toda sobre eles; caso eles quebrassem as regras, morreriam; e caso conseguissem cumprir com o acordo, teriam as penas reduzidas em dez anos.

O filme começa muito bem, a apresentação dos personagens é breve mas convence mostrando um pouco da vida de cada um deles, o que faziam como vilões e como foram capturados. O problema maior é que o foco fica sobre Pistoleiro e Arlequina, e o restante dos personagens não ganham o devido destaque causando um enorme desequilíbrio no que deveria ser uma equipe, por mais desunida que fosse. A ideia de reunir os piores dos piores é uma coisa bem bacana, principalmente uma em que os vilões seriam os responsáveis por fazer algum bem, mostrando que por mais impiedosos e cruéis que possam ser, lá no fundo ainda é possível encontrar alguma coisa, mesmo que mínima, de bom. Mas o filme inteiro eles são retratados como badasses que estão dando a mínima pra todo mundo, e chegar num ponto onde eles simplesmente decidem se importar um com o outro se tornando mais do que amigos, mas sim uma família, foi terrível e inexplicável, pois nada acontece pra justificar tais considerações.


É comum que sejam exibidas cenas que ilustrem explicações e fiquem sobre outras cenas, por exemplo, quando Waller está apresentando seu projeto e começa a falar sobre os vilões que ela quer recrutar. Ela pega a ficha de cada um deles e as cenas do passado de suas vidas vão passando enquanto ela fala sobre quem são e o que fazem, mas outros eventos entram em cena totalmente fora de cronologia e sem aviso de que são eventos de um passado recente, não sendo possível distinguir que aquilo foi algo que já aconteceu, logo fica aquela sensação de remendo, de coisa desconexa e mal explicada pois a impressão que tive é que ela recrutou os vilões antes mesmo de saber que haveria um outro vilão que iria ameaçar a cidade, e essa falta de cronologia acabou deixando tudo muito confuso. Uma indicação simples de que aquilo era um evento passado resolveria isso.

Deadshot

Somente três personagens realmente ganham as cenas nesse filme: Pistoleiro, Arlequina e Waller. Os demais parecem meros figurantes irrelevantes, sem peso e sem um arco bem trabalhado.
Amanda Waller é uma líder que marca presença com sua personalidade forte, enfrentando qualquer um que entre em seu caminho sem se deixar intimidar por ninguém. Ela se impõe entre um time de vilões perigosos sem medo e não hesita em tomar decisões drásticas em nome de um bem maior.
Pistoleiro é um mercenário. Ele é o assassino mais habilidoso que já existiu e faz o que faz por dinheiro, porém, sua filha é seu maior ponto fraco e isso faz com que sua construção e desenvolvimento sejam interessantes a ponto de torcermos por ele. A atuação de Will Smith é ótima pois ele demonstra claramento uma desenvoltura perfeita quando o assunto é empunhar armas, dar tiros certeiros pra todos os lados e se impor em meio aos demais vilões.


Arlequina é quem dá vida ao Esquadrão. Ela é linda, sexy e divertida, mas completamente perturbada e sem noção. Sua personagem é complexa e seu arco é o mais desenvolvido entre os demais mostrando que ela teve uma história trágica envolvendo abusos e transformações psicológicas irreversíveis, porém, em alguns pontos senti que a loucura dela ficou limitada a momentos de histeria irritante e uma coragem inexplicável para enfrentar e destruir criaturas das trevas com seu taco de baseball.
Já o Coringa (Jared Leto) só faz uma "participação especial". Além de ter pouquíssimas cenas, ele não faz parte do Esquadrão e sua função é, além de tentar resgatar Arlequina da prisão a qualquer custo, é ajudar a trazer a história dela à tona através de flashbacks da própria, mostrando que ela só se tornou quem é devido aos abusos e manipulações que sofreu nas mãos dele. Mesmo que fique óbvio que Arlequina foi uma vítima, não há muitos detalhes sobre esse relacionamento doentio onde ele fazia o que bem queria sem se importar em nada com ela ou com a destruição que causou em sua vida, mas ao mesmo tempo não consegue viver sem a mulher ao seu lado. No final das contas, ele é um lunático e sádico mas que não ganhou espaço suficiente para ser melhor desenvolvido e/ou comparado a outros Coringas... Logo, o papel de vilão não fica exatamente com ele, mas sim com uma criatura totalmente genérica sem um propósito realmente decente e plausível que está alí só pra reunir os vilões em missão.


Magia no começo tem uma história muito envolvente, os efeitos quando ela se transforma são muito legais e sombrios. Ela passa uma sensação de perigo que chega a arrepiar, mas é justamente quando ela decide agir por conta própria em nome de uma vingança injustificável que a coisa vira um caos.

Enchantress

Posso dizer que seus propósitos são completamente imbecis e a atuação de Cara Delevigne se resume a movimentos flutuantes com olhares enigmáticos. Parece um fantasma sujo de fuligem. Seu relacionamento com o oficial Rick Flag (enquanto Dra. June) é o mais sem sal e sem química que já vi na face da Terra e não transpassa em momento algum um amor tão grande assim a ponto de ele se juntar à missão em nome dele...
El Diablo é aquele que carrega a culpa por ter perdido a família quando perdeu o controle de seus poderes infernais, mas sua forma de redenção foi um fiasco completo. O tempo inteiro ele demonstra ser um cara reservado, que não quer se envolver em nada, que desistiu de usar seus poderes, então fica super previsível que mais cedo ou mais tarde ele vai explodir mostrando o quão poderoso é. Super clichê, coitado.


Aparições "ilustres" de outros personagens no universo DC e que estão diretamente ligados a esses eventos estão presentes, e quando eles aparecem é impossível não vibrar, mas cheguei num ponto em que me perguntei porque diabos Waller não foi atrás da Mulher Maravilha para dar um jeito no desastre que acometeu a cidade em vez de recorrer a vilões. Era só pra dar um gostinho ao público?

O tom do filme é bastante dark e se constrasta com iluminações retrô em neon que acabam deixando as coisas mais coloridas e dinâmicas em meio a escuridão. A apresentação dos personagens é feita em forma de flashbacks com suas devidas fichas técnicas animadas e muito divertidas, com uma tipografia cheia de cores vibrantes e em movimento que se sobrepõe ao fundo escuro e que dá ao filme um estilo único e descolado, porém, peca em excesso de CGI.
Eu assisti o filme em 3D, mas confesso que é totalmente dispensável visto que não há aquela sensação de estarmos mais próximos dos acontecimentos. A legenda ainda não se concentra somente no centro da tela, fazendo com que pareça que se trata de alguma descrição qualquer em vez de diálogo. Não assistam em 3D, sério! As coisas não voam nas nossas caras quando explodem, os socos nem passam perto, e é essa a sensação que espero ter num filme 3D...

A trilha sonora conta com músicas ótimas de artistas de peso, mas não são todas que se encaixam às situações do filme. A impressão que tive foi que se a ideia da Warner/DC era fazer algo bacana como foi feito em Guardiões da Galáxia, da Marvel, falhou miseravelmente, pois a coisa em conjunto não funciona. É como se várias músicas de sucesso e que agradam a maioria fossem jogadas alí só para agradar as pessoas, mas que na verdade estão totalmente fora de contexto.


Enfim... Esquadrão Suicida não é completamente um fracasso se você não for com as expectativas nas alturas e nem se basear no marketing de peso que o filme ganhou... É um filme que entretém apesar das falhas, dos buracos e das típicas conveniências que tornam a vida dos personagens mais fácil (ou não). Will Smith, Viola Davis e Margot Robbie carregam o filme inteiro nas costas e por causa deles a ida no cinema vale a pena.

A Voz do Arqueiro - Mia Sheridan

8 de agosto de 2016

Título: A Voz do Arqueiro - Signos do Amor #1
Autora: Mia Sheridan
Editora: Arqueiro
Gênero: NA/Romance
Ano: 2015
Páginas: 336
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zodíaco. Baseado na mitologia de Sagitário, A voz do arqueiro é uma história sobre o poder transformador do amor.
Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.
Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.
Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.
Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.
Resenha: E se existisse um romance que falasse sobre seu signo? Essa é a premissa da série Signos do Amor, da autora Mia Sheridan. Em seu primeiro volume, conhecemos Archer e Bree. Ele é mudo e passou por um grande trauma na infância. Ela, uma garota que veio de Ohio até a pequena Pelion, para se reestruturar após uma grande perda. Ambos lutam juntos para abandonar seus fantasmas no passado e seguir em frente. A Voz do Arqueiro tem como base o signo de Sagitário. Com a proposta de trazer um amor que incendeia, o livro não me acendeu nem mesmo uma fagulha, mas consegue cumprir seu papel.

Eu, que raramente pego algo do gênero para ler, decidi me arriscar na leitura que envolve os signos do horóscopo, mesmo não sendo fã de ascendências, previsões e afins. Um romance é uma construção de muitos elementos envolvendo somente dois personagens que precisam se complementar e trazer toda veracidade do que vivem para o leitor. Mia Sheridan criou em Bree e Archer um casal que vive um romance ardente e sem limites, mas que consegue ser muito raso e superficial.

O primeiro aspecto estranho do livro se dá logo no início, quando ambos se conhecem. Para mim, um amor não consegue nascer tão rapidamente e explodir como um vulcão daquele jeito. Há quem diga que A Voz do Arqueiro não é somente sobre sexo; mas é. O mercado editorial está sendo movido por esse gênero literário, então Mia Sheridan veio saciar mais leitoras com uma trama hot e cheia de paixão. O problema é que, em primeiro lugar, o rapaz é apenas mudo. Não é compreensível que uma relação venha tão carregada de pura pena. Ninguém é digno disso. Em segundo lugar, Bree tem umas crises de ansiedade que são colocadas de uma forma tão "ãh?" que ficou difícil engolir. A garota é a rainha do drama. Os dois, com seus 21 e 23 anos, poderiam facilmente ser confundidos com um casal de 15 anos no colegial. O sexo, como é esperado, está muito presente. A narrativa traz um requinte nessa parte, é bem colocada, mas nada surpreendente. Em mim, provocou apenas risos, o que foi bom e tornou a leitura mais divertida.

Alternando pontos de vistas entre Bree e Archer, as passagens de um para o outro ficaram muito mal colocadas. Os personagens secundários simplesmente apareciam e sumiam da história sem mais nem menos. Victoria Hale, a tia de Archer, teve um desfecho que deixa claro a pressa em terminar o livro. Assim como Anne e Natalie, que tiveram uma participação considerável e foram descartadas da trama. A Bree teve todo um problema psicológico que foi deixado sem uma boa explicação. Archer, felizmente, foi o único que teve uma evolução gradativa e algum aproveitamento.

Um aspecto muito interessante e também controverso é o fato da comunicação em libras feita entre o casal. Em uma breve pesquisa e conversa com uma amiga, pude entender basicamente o funcionamento desse meio de comunicação. Há regionalismos, ou seja, em cada lugar o deficiente tem uma forma de se expressar. Um surdo americano, por exemplo, não conseguiria se comunicar com um britânico, tendo em vista a regionalidade. Os surdos e mudos se comunicam através de conceitos, e não de palavras. Os diálogos entre Bree e Archer são muito extensos e trabalhados; seria impossível traduzir toda narrativa de Mia para libras do mesmo modo que está escrito, ou seja, um tradutor teria encontrar significados similares. E o mais estranho é que o rapaz passou a vida inteira sozinho e isolado e, de repente, com a chegada de uma forasteira, ele consegue desenvolver um vocabulário extenso e em duas semanas se expressar perfeitamente. Incrível, não é?

A Voz do Arqueiro é cheio de pontas soltas e algumas coisas ficaram a desejar. O romance é pouco convincente, cheio de pena e um sentimento que não se mostra real. A proposta do gênero New Adult, pelo que vivenciei, é de trazer amores avassaladores que, supostamente, devem arrebatar os leitores. A história de Bree e Archer é uma leitura que flui, mas foi incapaz de me fazer criar vínculos com o enredo. É imatura e por vezes subestima quem lê. Apesar de abordar um bom tema, que é o estresse pós-traumático, a autora pecou em vários aspectos, o que acabou apagando o brilho que o casal poderia ter. Ler esse livro não é uma total perda de tempo, mas cuidado: não vá com muita sede ao pote.

Novidades de Agosto - Grupo Pensamento

7 de agosto de 2016

Jangada

Cabeças de Ferro - Carol Sabar
Malu foi aprovada no vestibular e prepara-se para encarar o temido trote da Engenharia. Afinal Artur, seu arqui-inimigo de infância, será seu veterano. No dia, ele despeja uma gosma na cabeça de outra caloura, que sofre um choque anafilático e todos fogem. Malu e Artur, apesar de se odiarem, não têm outra saída a não ser se unir para desvendar este mistério. Por que a gosma da garrafa despejada na caloura era a única de cor diferente? E por que as outras garrafas desapareceram? Alguém estaria tentando ocultar provas? Será que os estudantes estão na mira de um assassino?





Armadilha - Melanie Raabe e Karina Jannini
Linda, uma escritora best-seller, vive reclusa em sua casa à beira de um lago desde o assassinato de sua irmã mais nova há doze anos. O assassino nunca foi pego, mas Linda o viu de relance, e agora ela acaba de reconhecer seu rosto na TV. Ele é Victor, um brilhante jornalista. Pensando numa saída para pegá-lo, ela escreve um best-seller baseado no assassinato da sua irmã e concorda em conceder uma única entrevista à imprensa, em sua casa, para Victor. A partir daí tem início um embate perturbador. Cheio de reviravoltas, tensão e terror psicológico.





Seoman

Amor Roxo - Rafael Vitti
Rafael Vitti, ator, poeta, músico e "arteiro" (como ele mesmo se define), autor do best-seller de poesias “Quer se ver no meu olho?”, está de volta em Amor Roxo. Agora ele encontrou o amor, ou melhor, Julia Oristanio, sua namorada, musa inspiradora e parceira neste segundo livro. Uma história de amor em poesia ou uma poesia que é uma história de amor, escrita a quatro mãos, onde cada um dos autores conta em poemas sua visão do "antes" e do "durante" de um relacionamento. Coração aberto, intimidades reveladas, estas poesias vão arrancar suspiros das fãs mais apaixonadas.





Suástica Yankee - Christian Picciolini
Christian Picciolini conta nesta obra a sua trajetória de um líder skinhead neonazista até sua redenção ao abandonar o extremismo violento e criar uma fundação para combater o preconceito. Aos 14 anos ele foi recrutado pelo movimento skinhead white power neonazista dos EUA e aos 18 estava no comando de algumas das células extremistas mais perigosas do país. As situações em que Christian se envolve chocam o leitor, mas sua libertação e transformação são inspiradoras. A impressionante mudança de atitude é um testemunho de nosso potencial inesgotável de transformação pessoal.





Pensamento

A Arte da Magia Para Arrumar e Proteger a Sua Casa - Tess Whitehurst
Tess Whitehurst nos mostra que a arrumação da casa vai muito além da realidade física e pode ser um poderoso catalizador para a transformação pessoal. Aprenda a ir além da simples arrumação da bagunça e identificar as coisas que estão gerando energia negativa, mantendo apenas o que atrai boas vibrações. Com técnicas práticas de organização de ambientes combinadas com outras, de feng shui e magia natural, você vai transformar o seu lar num refúgio aconchegante e num portal mágico para impulsionar todas as áreas da sua vida.





Guia de Tai Chi da Faculdade de Medicina de Harvard - Peter Wayne e Mark L. Fuerst
O Dr. Peter M. Wayne, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina de Harvard, traz um programa básico de Tai Chi, ilustrado com mais de 50 fotografias e dicas práticas para aplicá-lo às atividades diárias. Esta obra traz ainda resumos atualizados de pesquisas sobre os benefícios do Tai Chi para a saúde e explicações de como a sua prática pode melhorar a sua produtividade no trabalho, sua criatividade e o seu desempenho em todos os esportes.