Caixa de Correio #51 - Maio

31 de maio de 2016


Hoje é dia de Caixinha e tem um monte de livros divos pra mostrar pra vocês!
Teve cortesia, teve um livro que comprei em promoção, teve livro de brinde no #MochilãoDaRecord, teve até Funko de GOT!
Bora espiar?

Jovens de Elite - Marie Lu

28 de maio de 2016

Título: Jovens de Elite - Jovens de Elite #1
Autora: Marie Lu
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: YA/Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 304
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Bestseller do The New York Times com excelente repercussão entre público e crítica, Jovens de Elite é o primeiro de uma série de fantasia ambientada na era medieval e protagonizada por jovens que desenvolvem estranhas cicatrizes e poderes especiais ao sobreviverem a uma febre que dizimou boa parte da humanidade. Entre eles está Adelina, que, após se rebelar contra o destino imposto a ela por seu pai, encontra um novo lar na sociedade secreta Jovens de Elite, vista por alguns como um grupo de heróis, por outros como seres com poderes demoníacos. Heroína ou vilã? Num mundo perigoso no qual magia e política se chocam, Adelina descobre o lado sombrio de seu coração. Da mesma autora da aclamada trilogia Legend, Marie Lu, Jovens de Elite é o início de uma saga arrebatadora. Perfeita para fãs de histórias de fantasia medieval como Game of Thrones, com vilões dignos de Star Wars e X-Men.

Resenha: Jovens de Elite é o primeiro volume da trilogia homônima escrita pela autora Marie Lu, a mesma de Legend, e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.

O ano é 1361. Uma terrível doença aniquilou grande parte da população. Os sobreviventes não conseguiram escapar totalmente ilesos da febre. Seus DNA's sofreram um tipo de mutação e, por terem tido suas características físicas modificadas que os marcaram e os diferenciavam dos normais, passaram a ser chamados de Malfettos.
Os Malfettos são jovens e têm em média a mesma idade e, além de serem diferentes no que diz respeito a aparência devido as sequelas da febre de sangue, também desenvolveram alguns poderes "mutantes", logo foram humilhados, marginalizados, perseguidos pela Inquisição e condenados a fogueira.
E em meio a esse cenário, somos apresentados a Adelina, uma jovem de dezesseis anos que também teve a febre e ficou marcada com as mudanças genéticas que sofreu. Ela perdeu um olho - arrancado a fogo pelos médicos - ganhando uma cicatriz no lugar, e seus cabelos, sobrancelhas e cílios ficaram prateados. Adelina é um Malfetto e assim como os demais, também é mal vista e discriminada. Em meio a miséria que assolava os Distritos, seu pai, precisando de dinheiro, a negocia com um comerciante, mas sem intenção nenhuma de pertencer a um velho que abusaria dela, Adelina decide fugir... Mas seu plano não foi bem sucedido. Ao ser pega pelo pai, seu odio desencadeia sua força interior, ele acaba morto e Adelina é capturada pelos inquisidores e presa. Condenada a morte, a garota acaba sendo resgatada pelos Jovens de Elite. Seus poderes são únicos e logo desperta o interesse de Enzo, o líder da Sociedade dos Punhais composta pelos mais habilidosos Jovens de Elite, e a partir daí, ela seria treinada para aprimorar seu dom, que a fará mostrar o que realmente existe dentro de si...

Adelina Amouteru
Narrado em primeira pessoa de forma muito fluida e direta, acompanhamos a saga de Adelina ao fazer parte dos Jovens de Elite e seu ingresso ao Punhais. Alguns capítulos são destinados a Teren, Rafaelle e Enzo, e esses são narrados em terceira pessoa. A trama em si é muito bem construída e seu desenvolvimento é lento, o que pode deixar a leitura um pouco arrastada em alguns pontos, mas acredito que por Adelina fugir de estereótipos e clichês de protagonistas, este ritmo foi necessário para que os leitores possam se acostumar com suas características peculiares, e como ela aprimora suas habilidades - que até então ela desconhecia - de forma progressiva.
Não considerei o livro como sendo distópico, pois a única parcela da população que é perseguida e vive em condições de extrema opressão e privação são os Malfettos. O restante do povo, apesar das dificuldades e da pobreza que os assola, ainda podem ser considerados livres.
Adelina é forte e determinada, mas por tudo o que passou, ela acabou nutrindo medo e raiva, se tornando muito imprevisível e até cruel, o que, de certa forma, a caracteriza como uma anti heroína. Mesmo que o medo e a insegurança possam atrapalhar um pouco, é do ódio que Adelina carrega dentro de si que ela tira suas forças, e, diante disto, seus poderes são muito perigosos ao ponto de não ser possível distinguir o que é ilusão e o que é realidade. A personagem acaba abandonando seu senso de moralidade e se precisar manipular os outros, usar seus poderes para se dar bem em diversas situações ou até trair alguém em nome do que acredita ou quer, ela não hesita. Ao meu ver foi uma das melhores personagens do gênero que já tive o prazer de acompanhar, pois da mesma forma como ela fica indignada e se rebela contra as injustiças que as pessoas como ela sofrem, ela também se preocupa com o bem estar da irmã mostrando que apesar de tanta raiva, ela também consegue amar e se importar com os outros.
Uma das coisas que mais me agradaram no livro, além da protagonista ser uma anti-heroína, foi o fato de que houve uma mescla com fatos históricos da era medieval a fim de que o enredo tenha ganhado toques de autenticidade, como por exemplo, a carta que inicia o livro falando a respeito da misteriosa doença que acometeu os Distritos do Sudeste de Dalia, na Kenettra, datada de 1348. Embora os locais sejam fictícios, esse foi o ano em que a Europa sofreu com a Peste Negra, e em consequência da doença, a população teve sequelas irreversíveis e muitos passaram a viver às margens da sociedade, sendo considerados como a escória. Então, a ideia de que esse fato histórico possa ter servido de base para a construção de Jovens de Elite foi algo simplesmente genial! As intrigas que cercam a monarquia também foram bem construídas, mas pelo fato de este livro ser mais introdutório, espero reviravoltas grandiosas no futuro.
A autora também não economiza personagens, então se apegar a alguém pode ser uma furada visto que qualquer um podem morrer a qualquer momento...

Mesmo que o destaque maior fique em Adelina, eu gostei dos demais personagens, pois todos têm algo a acrescentar e cada um deles têm sua própria história e particularidades que os tornam únicos. Eles não são perfeitos, alguns deles tem grandes ambições que podem torná-los perigosos, mas outros são muitos amáveis e carismáticos. Enzo é o líder dos Punhais, sabe que Adelina tem grande potencial e acredita na capacidade dela. Rafaelle é o braço direito de Enzo. Ele é sempre fiel, dedicado e atencioso, e a construção da amizade com Adelina é algo bastante convincente. Ele é um jovem com gostos particulares, e sua beleza e requinte acrescentam muito à história. É como se ele trouxesse um pouco de esperança e beleza a um mundo feio e cruel, e pela sua forma de agir e ver o mundo, ele acabou se tornando meu personagem favorito.
Teren é um personagem que me deixou com várias dúvidas e ainda não formei uma opinião muito concreta sobre o rapaz... Ele é o líder dos Inquisidores, é forte e corajoso, mas ao que parece sua ligação com a rainha é algo que beneficia somente ela, e me fez acreditar que ele nada mais é do que um capacho...

O trabalho gráfico, apesar de simples, é bastante significativo, e a espada remete bem à era medieval. As páginas são amarelas e não lembro de ter encontrado erros na revisão. Há trechos de obras fictícias do universo medieval e eles sempre antecedem os capítulos destinados a Adelina. Alguns capítulos são bem curtos, e outros são mais longos de acordo com o desenvolvimento da cena em questão.

No mais, Jovens de Elite superou bastante minhas espectativas por conseguir transformar um material que poderia ser batido e clichê em algo único e original. Pra quem procura por uma aventura que promete, com personagens de moral duvidosa e dotados de poderes assustadores, é uma ótima pedida.


Play - Kylie Scott

27 de maio de 2016

Título: Play - Stage Dive #2
Autora: Kylie Scott
Editora: Universo dos Livros
Gênero: New Adult
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Ele precisava de uma namorada de mentira. Ela precisava de ajuda financeira. Mas será que eles vão conseguir não misturar os sentimentos com os negócios? Mal Ericson, o baterista da mundialmente famosa banda de rock Stage Dive, precisa melhorar sua imagem, e rápido. Ter uma boa garota ao seu lado parece ser o suficiente. Mal não planejara que este artifício temporário se tornasse permanente; no entanto, ele não esperava encontrar o amor de sua vida. Anne Rollins jamais pensou que conheceria o rockstar que inundava as paredes de seu quarto na adolescência - especialmente não naquelas circunstâncias. Anne está com problemas financeiros, e dos grandes. Porém, ser paga para ser a namorada de mentira de um selvagem e festeiro baterista não poderia terminar bem, não importa se ele é muito gostoso. Será que um final feliz é possível nesse caso?

Resenha: Play é o segundo volume da série Stage Dive escrita pela autora Kylie Scott e publicado no Brasil pela Universo dos Livros.

Em Lick, primeiro volume da série, a história gira em torno de Evelyn e David, que se casam por impulso após uma noite de curtição em Las Vegas, ela uma jovem com a vida regrada e ele guitarrista e compositor da banda Stage Dive.
Play se passa no mesmo universo e, embora faça parte da série, traz a história de personagens diferentes mas que têm alguma ligação com os anteriores, como é o caso do protagonista Malcolm Ericson, ou Mal, baterista da Stage Dive e que já desperta a simpatia dos leitores quando é apresentado em Lick.
Por esse motivo, a resenha está livre de spoilers já que as histórias são independentes.

Um dia, ao chegar em casa, Anne se depara com a sala vazia e percebe que sua amiga com quem dividia o apartamento foi embora. Skye não ajudava nas despesas há alguns meses e lhe devia dinheiro e a forma que encontrou para fugir disso foi se mandar deixando a amiga ferrada. Sem ter condições de bancar o aluguel sozinha por estar quebrada, Anne só sabe que precisa dar um jeito, mas ainda não sabe como...
Enquanto Anne está desorientada com a situação, Lauren, sua vizinha, a convida para uma festa que iria rolar na casa de Ev e David (Ev morava no mesmo prédio que elas antes de se envolver com David, então elas eram conhecidas) para espairecer a cabeça e se divertir um pouco, e mesmo que um pouco relutante, Anne aceita o convite. Não é todo dia que ela tem a oportunidade de ir a uma festa de ricos e famosos e conhecer o guitarrista da Stage Dive. Não que ele fosse seu favorito... Por mais que ela tenha ficado empolgada em conhecer David, no fundo seu favorito era o baterista, Mal. Mas no fundo seu coração batia por Reece, por quem Anne é apaixonada mas que dela só queria amizade pra poder ficar disponível pras outras mulheres.
Durante a festa Anne conhece Mal, mas o encontro não é tão legal assim. Ele sempre foi impulsivo, brincalhão, sem papas na língua e quase sempre inconveniente, mas os caras da banda têm achado que ele está bem distante e começaram a se preocupar. Após uma briga, David expulsa Mal de sua casa e sabendo da situação de Anne, ele invade sua casa e lhe propõe um acordo: Ele pagaria o aluguel atrasado e mobiliaria o apartamento, desde que Anne fosse sua namorada fictícia, com intenção de que isso melhorasse sua imagem diante dos outros.
Mas, ambos guardam segredos, e isso parece que não vai acabar nada bem, principalmente por que agora que Anne está "namorando", Reece resolveu que gosta dela...

Antes de mais nada acho válido ressaltar sobre a incrível habilidade da autora para escrever. Assim como foi em Lick, percebemos que a autora foi fiel ao estilo, se aprofundando na medida certa e regando a história com toques bem humorados e cheios de sensualidade para que haja ritmo e fluidez. Enquanto lia, fiquei com aquela sensação gostosa de que as coisas se encaixam muito bem, logo temos personagens com problemas reais que nos fazem refletir e até repensarmos nossas próprias atitudes. E pela forma de narrar os acontecimentos, independente do conteúdo ou dos estereótipos que os personagens possuem, há uma facilidade muito grande em nos envolvermos e sentirmos que fazemos parte da história. Acredito que a autora poderia fazer com que o tema mais inútil e desinteressante se tornasse agradável de ler lido, e podemos ver isso através de seus livros, que embora não sejam originais no que diz respeito ao enredo, são empolgantes a ponto de ficarmos vidrados, sem vontade de largar o livro enquanto não se chega ao fim, e quando acabamos, a vontade é de ter mais e mais. São poucos os autores que me mantém interessada e presa à história devido a forma com que escrevem, e Kylie Scott se tornou uma dessas autoras, e por isso, se tornou também uma das minhas autoras favoritas.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Anne e vamos acompanhando seus pensamentos, sentimentos e suas emoções. Ela sempre teve muita responsabilidade sobre si mesma e as pessoas ainda se aproveitavam de sua boa vontade, mas as coisas vão mudando quando ela se envolve com Mal. Mesmo que o tema seja clichê, a escrita da autora continua uma delícia e por ser tão fácil e fluida nos envolvemos rapidinho com a história. Os diálogos são bem dinâmicos e a maioria deles muito engraçados. Mal fala o que pensa e o próprio jeito maluco dele de ser é cômico pois ele sempre está metido em alguma loucura ou falando alguma bobagem, mas no fundo ele é mais do que uma figura sarcástica e Anne enxerga isso por trás dessa fachada que ele tem.
Através desse namoro de mentira, mesmo que eles sejam o oposto um do outro, eles vão se envolvendo e trabalhando juntos na farsa e cultivando uma amizade que se torna verdadeira, até que sentimentos maiores, mais reais e mais intensos começam a surgir através da mais pura tensão sexual que é desencadeada dalí.
Anne e Mal foram personagens ótimos, que conseguem ser interessantes e divertidos, principalmente porque Anne passou a conhecê-lo como é de verdade em vez de vê-lo somente como um baterista famoso que sempre é o centro das atenções e é desejado por todas. E Mal percebeu como os outros sempre davam um jeito de tirar proveito de Anne e a ajudou a impor limites para que sua auto-estima fosse reconstruída.

A capa do livro é um arraso, né? Nem preciso comentar muito a respeito... A diagramação é simples, as páginas são amarelas, a fonte tem tamanho agradável e não lembro de ter encontrado erros na revisão... Só fiquei me questionando por que motivos a tradução para o apelido carinhoso que Mal dá a Anne, "Pumpkin", foi transformado em "Moranguinho". Ok, concordo que "Abóbora" seria uma marmota, mas acho que dava pra adaptar pra algo mais legal e menos cafona.

No mais, Play traz uma história rápida e despretensiosa, muito doce, romântica e sexy que com certeza vai mexer com nossas emoções. Os personagens são marcados e nem sempre podem ter seus problemas totalmente resolvidos, mas ainda assim deixa um sorriso no rosto e aquece nossos corações.

Chega de Açúcar - Sarah Wilson

26 de maio de 2016

Título: Chega de Açúcar
Autora: Sarah Wilson
Editora: Sextante
Gênero: Autoajuda/Alimentação/Saúde
Ano: 2016
Páginas: 214
Nota: ★★★☆☆
Compre: Saraiva | Submarino | Americanas | FNAC
Sinopse: Publicado pela primeira vez na Austrália, Chega de açúcar foi um fenômeno de vendas e alcançou grande sucesso também nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Sarah Wilson sempre achou que sua alimentação era relativamente saudável – até saber a quantidade de açúcar escondido na comida e quanto isso afetava a sua vida. Quando ela se deu conta de que o consumo de açúcar poderia estar associado a oscilações de humor, ganho de peso, problemas de sono e doenças relacionadas à tireoide, decidiu acabar com isso de vez.
O que começou como uma experiência logo se tornou uma missão: alertar sobre os perigos da substância e oferecer alternativas saudáveis e saborosas. Neste livro, a autora conta o que fez para conseguir se livrar da dependência, compartilhando ferramentas, truques e dicas inspiradoras.
Em Chega de Açúcar, você vai encontrar:

• Um programa de oito semanas para desintoxicar
• Ideias para substituir o açúcar sem comprometer a saúde
• Técnicas para superar o desejo por doce
• 108 receitas de pratos saudáveis, petiscos saborosos e doces guloseimas elaboradas pela autora e por seus colaboradores, incluindo a atriz Gwyneth Paltrow

Mesmo que você ainda não se sinta pronto para abandonar de vez o açúcar, este livro pode ajudá-lo a reduzir o consumo e até alcançar mudanças positivas para o seu bem-estar.

Resenha: A australiana Sarah Wilson acreditava que sua alimentação era saudável até descobrir o quão prejudicial é o açúcar contido na comida. O açúcar não está associado somente ao ganho de peso e a dificuldade de emagrecer, mas também a outros problemas de saúde que acabam interferindo em nossas vidas e, a ideia dela foi explicar através de textos simples como nosso corpo é afetado por ele.
Então, o livro apresenta um programa de 8 semanas em que, de forma gradual, vamos nos libertando do que faz tanto mal. A tarefa não é fácil já que o açúcar funciona em nosso corpo como uma verdadeira droga e inclusive a falta dele causa abstinência, mas Sarah conta o que fez para conseguir ficar livre e compartilha suas próprias experiências para ajudar os outros que também querem tentar se livrar de uma vez por todas, além de ensinar técnicas e compartilhar receitas para que as mudanças possam ser alcançadas.

Não é segredo que adoro doce, não vivo sem chocolate e confesso que a ideia de ficar sem açúcar me deixa deprimida (mesmo que eu esteja uns kilos acima do meu peso ideal), mas sabendo como ele faz mal logo fui pensando que não seria má ideia pelo menos ter maiores informações sobre o assunto e como uma dieta em que ele está totalmente fora funciona.
Só de pegar o livro nas mãos ficamos inspiradas, pois o capricho da Sextante com ele é algo admirável e de encher os olhos. O livro mais parece uma revista, o papel é brilhante e grosso e é totalmente colorido, cheio de fotos, ilustrações e tipografias que deixam a leitura dinâmica e divertida.
Sarah mostra que o açúcar está presente em quase tudo o que comemos, inclusive nas frutas, e por isso é tão difícil nos livrarmos dele, mas só pela ideia de levarmos uma vida mais saudável, nem que seja reduzindo-o do nosso cardápio, já é um enorme passo para uma alimentação e uma vida melhor. O que ela põe no livro é sua própria experiência, o que dá certo e o que não dá, e o que ela espera é que suas dicas realmente ajudem os leitores a se sentirem bem, de corpo e alma, tanto que o açúcar não é cortado de uma só vez, mas de forma gradual para que o corpo vá se adaptando ao nosso processo pelo qual está passando. Começamos diminuindo o consumo de carboidratos e até cortamos o consumo de frutas por completo (pelo menos nas 8 primeiras semanas do programa), pois a frutose que está contida nas frutas é responsável por nos fazer comer mais já que o organismo não reconhece esta substância como algo que satisfaz o corpo e ainda se transforma em gordura fazendo com que nosso sistema hormonal fique todo bagunçado e ganhemos peso. É por isso que conseguimos comer ou beber coisas doces sem ficarmos saciados e sem a sensação de estarmos cheios. Quanto mais açúcar você come, mais açúcar sente vontade de comer. Um exemplo simples que ela dá pra explicar isso é que conseguimos beber um copão de refrigerante, mas não conseguimos beber um copão de iogurte sem adição de açúcar sem ficarmos empanturrados, o que é verdade... Logo é mais interessante - e saudável - substituir o açúcar por gordura animal, inclusive bacon, pois a gordura sacia, e o açúcar não. E claro, tudo é bem explicado para que ninguém fique pensando que não existe emagrecer comendo gordura.


Antes de começarmos com o programa, ela deixa algumas informações sobre as receitas que sugere, falando que são receitas simples para o dia-a-dia e com poucos ingredientes, mas foi exatamente nos ingredientes que o livro parece ter me feito acreditar que seria impossível continuar com o programa, pois são itens que podem ser encontrados muito facilmente nos EUA, na Europa ou na Austrália onde ela mora, mas no Brasil, a maioria são coisas praticamente impossíveis de se achar, alguns ingredientes eu não faço ideia do que sejam, como queijo haloumi, feijão azuki e afins... E mesmo que eu encontre, nem que seja os mais fáceis como óleo de coco, nozes ou cream cheese, o preço é tão alto que é algo totalmente fora de cogitação arriscar fazer numa crise terrível dessas... Então, a partir disso, acabei considerando que o programa foi feito ou pra quem mora no exterior e tem facilidade para encontrar os produtos (com preços acessíveis inclusive), ou pra quem é rico pra ter condições de arcar com alimentos tão caros e difíceis de se encontrar, pois lojas especializadas em comidas árabes, asiáticas, mexicanas e afins não existem em qualquer esquina, convenhamos...
Muitos ingredientes podem ser feitos em casa e Sarah ensina como fazer, mas fiquei pensando que numa casa com crianças, por exemplo, seria impossível fazer cream cheese a partir de iogurte deixando ele coando num pedaço de pano em algum canto da casa sem que aquilo não vire "alvo" de alguma mãozinha curiosa, ou manteiga de coco usando um liquidificador de última geração pra dar conta de bater aquilo por uma hora sem que a casa cheire a borracha queimada, e sem contar os molhos que devem ficar no fogo por horas e horas e horas e mais horas a fio.


Então, por mais bonitos e gostosos que os pratos aparentam ser, e por mais que a ideia de ficar livre do açúcar não seja algo impossível, seguindo as dicas dela, pelo menos no Brasil, não é coisa pra "gente como a gente". Talvez em São Paulo o acesso (não o preço) seja mais fácil por ser uma grande metrópole, mas o resto, não sei não... Eu sinceramente gostaria que as receitas fossem adaptadas para a nossa realidade para que o processo fosse mais acessível a todos que realmente queiram seguir essas dicas. Se não encontrei o ingrediente x ou ele custa os olhos da minha cara, o que posso usar no lugar sem que eu tenha que viajar ou gastar todas as minhas economias pra conseguir? 1kg de nozes é fácil de achar, mas custa quase cem reais. Mas eu poderia usar amendoim no lugar? Não sei! Não me foi dada essa alternativa...
Então, pelas informações e explicações que ela dá, nem que tenham servido a título de curiosidade para me fazer diminuir o açúcar, o livro serviu muitíssimo bem e recomendo a leitura, pois por ele agora sei como os doces afetam o organismo. Mas se for pra seguir o programa, com os ingredientes exatos que são indicados, pelo menos por agora, é algo um pouco distante e impossível pra mim, e acredito que inacessível pra muita gente também...