O Sol é Para Todos - Harper Lee

25 de julho de 2015

Lido em: Julho de 2015
Título: O Sol é Para Todos - To Kill a Mockingbird #1
Autora: Harper Lee
Editora: José Olympio
Gênero: Romance/Clássico
Ano: 2015
Páginas: 350
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto forte, melodramático, sutil, cômico (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.

Resenha: O Sol é Para Todos é um clássico da literatura norte-americana escrito em 1960 pela renomada autora Harper Lee. Esta é a nova edição lançada pelo selo José Olympio do Grupo Editorial Record e conta com nova tradução e novo projeto gráfico.
A história se passa nos anos 30, na época da Depressão, no vilarejo de Maycomb, Alabama.
Enquanto os estados no norte do país defendiam a ideia de que todos são iguais, os estados do sul mantinham a postura firme ao apoiarem a escravidão e praticavam a discriminação racial de forma praticamente livre.

Jean Louise, ou "Scout", é uma garotinha de oito anos, órfã de mãe desde os dois. Ela e o irmão mais velho, Jem, são criados pelo pai e por Calpúrnia, uma governanta negra, desde então.
Durante as férias de verão, as crianças conheceram Dill e viviam brincando juntas, mas a casa de um vizinho em particular chamava atenção delas. Boo Radley era um garoto recluso e não era visto por ninguém da cidade por nunca sair de casa. As crianças brincavam que sua casa era assombrada e procuravam maneiras de descobrir o que Boo estava fazendo.
Mas tudo começa quando o operário Tom Robinson, um homem negro, é acusado injustamente de estuprar uma mulher branca, e Atticus Finch, o pai das crianças e advogado, é indicado para defendê-lo no tribunal. O problema é que, por serem racistas, grande parte dos habitantes ficou revoltada com a ideia de Atticus defender um negro e tal revolta acabou afetando seus filhos.
O desenrolar da história segue pelos olhos de Scout, que diferente dos adultos, ainda consegue enxergar as coisas com extrema inocência e pureza e não entende porque as pessoas que parecem ser tão boas são capazes de terem atitudes tão horríveis.

Com uma escrita simples e fluída, o livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Scout e posso dizer que foi uma experiência muito agradável acompanhá-la em sua busca pela compreensão do mundo, mesmo que revoltante em vários pontos. Por ela ser criança, a história é contada da forma como ela enxerga as coisas com uma clareza sem tamanho, e por mais que os temas abordados sejam delicados, já que se trata de preconceito, o jeito doce e inocente de Scout em contar a história, mesmo que de forma limitada, só colabora para que a leitura seja admirável por sabermos que nem tudo está perdido e que existem, sim, pessoas boas em meio a escória.

Acredito que o principal tema do qual o livro trata é a moral humana, pois vemos Atticus, um homem com incrível disposição em fazer o bem sem se ver a quem, que educa os filhos para serem pessoas de bom caráter assim como ele é, permitindo que eles formem a própria opinião, mesmo que ele próprio passe a sofrer represálias por estar do lado de um negro e se torne alvo do preconceito ao ter seus valores postos a prova devido a ignorância alheia. Ele quer ensinar aos filhos que não se deve desistir mesmo que tudo pareça estar acabado e perdido. Sempre há esperança quando as intenções são boas. Ele com certeza marcou a história pois, além de dar bons exemplos para Scout e Jem, acaba dando lições para o próprio leitor.
Scout é uma das protagonistas mais incríveis que já tive o prazer de conhecer e acho que a forma como foi criada pelo pai foi o maior motivo de ela ser fiel a si mesma a partir do que entende e do que vê, pois ele a encoraja a ser quem é em vez de seguir os estereótipos femininos da época.

A história de Boo que se passa de forma paralela também é muito interessante visto que, às vezes, as pessoas preferem se esconder a fim de manterem um tipo de segurança pessoal ou ainda se juntarem a quem não podem vencer. Não que isso seja o correto, mas é a forma como muitas pessoas usam para lidarem com o que não entendem ou não aceitam, como se virar as costas fosse a solução. A autora foi genial em fazer críticas através dessas situações e personagens que ela criou (ou talvez tenha se inspirado em pessoas da própria família) sobre tudo o que há de errado.

O livro não mostra apenas os resquícios da crise econômica que afetou os EUA naquela época ou as referências as demais crueldades que o homem é capaz de cometer, mas evidencia também a crise pela qual a própria consciência humana passou, e que ainda passa em vários casos que podemos acompanhar hoje em dia. É triste saber que a sociedade foi - e ainda é - hipócrita o suficiente para culpar quem julga ser alguém "inferior" em vez de assumir a incapacidade de lidar com os próprios problemas.
O Sol é Para Todos é aquele tipo de livro que deve ser lido e relido. É uma leitura obrigatória para todos e ao ler senti que a autora quis mostrar que suas palavras podem funcionar como um tipo de luz, um guia que permite que as pessoas vejam que permanecer no caminho da bondade, sendo honestas e tratando o outro como igual é o que não só faz com que sejamos melhores como pessoas, mas que o mundo também seja um lugar melhor de se viver. 

Jardim dos Corais - Editora Escala

24 de julho de 2015

Colorido em: Julho de 2015
Título: Jardim dos Corais
Editora: Escala
Gênero: Arterapia/Livro de Colorir
Ano: 2015
Páginas: 100
Nota: ★★★★★
Sinopse: Este livro para colorir reproduz o mistério, a graça e a harmonia de todas as formas naturais do ambiente marítimo.
No horizonte, o mar é uma linha azul que sempre intrigou e fascinou os homens. E desde a antiguidade a água é considerada a fonte que dá origem à vida. Na literatura cristã, passando pela mitologia hindu e até no Alcorão, este elemento simboliza a origem de todas as criaturas do universo.
Faça uma pausa na correria do dia a dia e estimule sua criatividade mesclando todas as cores e tons de um verdadeiro jardim de corais. Além de aliviar o estresse, esta prática lúdica pode ser uma ponte entre o corpo e a alma, nutrindo seu inconsciente com matizes que acalmam e equilibram.
Mergulhe nessa ideia!

Resenha: Jardim dos Corais, lançado pela Editora Escala é um livro de colorir para adultos com propósito de estimular a criatividade e combater o estresse.
O livro traz elementos e formas encontradas no oceano e, ao combinar as cores ideais que representam o fundo do mar, o efeito é bastante relaxante.


Antes de começar a colorir, o livro traz algumas páginas com informações muito interessantes sobre o efeito que a água causa nas pessoas e ao quê este elemento está ligado, além de falar um pouquinho sobre a cultura havaiana e como os nativos estão ligados ao ambiente, tanto física quanto espiritualmente. Outros povos das mais diversas épocas também utilizavam a água com finalidade terapêutica, seja antes ou depois de Cristo e a prática se estende até os dias atuais.



A atmosfera marítima é algo que, só de observar, seja ao vivo ou através de imagens, desperta sensações bem tranquilizantes nas pessoas, e a ideia de poder colorir algo que já faz bem só de estar alí, de forma natural, é incrível. O livro ainda oferece um guia exclusivo sobre as cores, mostrando que além de elas terem significado, funcionam melhor quando são combinadas de forma harmônica.


Os elementos encontrados no mar formam um cenário exuberante quando estão juntos e ter a oportunidade de colorir corais e outros elementos e animais marítimos é uma terapia mais do que indicada.
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Promoção - A Rainha Vermelha

23 de julho de 2015


Oie, gente!!
Como não suspirar por uma capa tão linda e ao abrir o livro descobrir que a leitura é tão maravilhosa e empolgante quanto?
Em parceria com a Editora Seguinte o blog Livros e Chocolate irá sortear um exemplar de um dos livros mais incríveis que já li ever: A Rainha Vermelha!
E pra participar e concorrer é super fácil, espiem:
Termos e Condições:
- Ter endereço de entrega em território nacional;
- Curtir a Fanpage do blog Livros e Chocolate;
- Curtir a Fanpage da Editora Seguinte;
- Comentar esta postagem deixando email válido pra contato (é por ele que vou avisar o ganhador do resultado da promo);
- Perfis fakes ou exclusivos pra promoções não serão aceitos. Caso constatado, o ganhador será desclassificado sem aviso prévio;
- Não nos responsabilizamos por danos ou extravios por parte dos correios, nem por um segundo envio em caso de devolução por erro nos dados informados ou entrega sem sucesso;
- Após o resultado o ganhador será comunicado por email. O prazo para responder com os dados é de até 48 horas, caso contrário um novo sorteio será realizado. Em caso de falta de resposta por parte do ganhador, o sorteio será refeito por no máximo 3 vezes. Caso ninguém responda em tempo hábil, o sorteio será cancelado e o livro será utilizado em uma futura promoção;
- Caso o ganhador seja sorteado com uma entrada extra que não tenha sido cumprida, este será desclassificado e será feito novo sorteio;
- Caso o participante cometa plágio ao comentar a resenha (retirando trechos de outras resenhas ou copiando comentários alheios feitos na resenha do mesmo livro em outros blogs), este será desclassificado do sorteio assim que constatado a irregularidade.
- O envio do livro será feito em até 30 dias úteis pela Editora Seguinte após recebimento dos dados do ganhador;


a Rafflecopter giveaway
Boa sorte!

Novidades de Julho - Novo Século

Homem Formiga - Inimigo Natural - Jason Starr
Em “Homem-Formiga: inimigo natural”, o leitor conhecerá a história de Scott Lang, ex-vigarista, pai solteiro e Homem-Formiga nas horas vagas. Ao lado de sua filha, Cassie, Scott encara uma nova vida em Nova York e está determinado a fazer com que tudo dê certo: Cassie estuda numa boa escola, ele tem um emprego estável e, finalmente, sente-se pronto para engatar um novo relacionamento.
Apesar de ter as melhores intenções, o herói não consegue manter-se longe dos holofotes – ou das lentes de aumento –, e não vai demorar muito para que sua nova vida desmorone. Quando um antigo cúmplice da época de crimes vai a julgamento, pai e filha veem-se às voltas com guarda-costas enviados pelo governo a fim de protegê-los. Scott acha isso desnecessário, mas ele desconsidera algo de fundamental importância: o fator adolescência. Quando a situação aperta para o lado de Cassie, Scott não hesita em trazer à tona o poderoso Homem-Formiga. Mas o que esse vilão realmente deseja? Scott e Cassie talvez estejam lutando contra algo muito maior do que eles imaginam.

Novos Talentos da Literatura Brasileira
Mistério de Elêusis: O Mestre do Crime - Márcio Sidney
Em sua primeira obra Mistério de Elêusis: O Mestre do Crime, publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira|Novo Século Editora, Sidney nos leva a percorrer um caminho misterioso e obscuro. Na Europa de 2035, um grupo de ladrões age de maneira pouco ortodoxa, avisando com antecedência o dia e horário em que fará seus roubos. Assim, todos os lugares que não possuem um sistema de segurança excepcional, poderão ser o alvo. Mas por que avisar? Qual a motivação por trás desta atitude estranha? E, principalmente, por que furtar apenas o item posto como alvo, em detrimento de um grande roubo? Para responder estas questões, um grupo de especialistas parte em busca de aprisioná-los e por um fim aos crimes. No entanto, é preciso ficar atento, pois nada é o que parece, e a verdade revelada ofusca um mistério ainda maior.

A Revolta do Inquisidor - Raphael Prats
Ambientado na era medieval, o livro conta a história do inquisidor italiano Tommaso Tirabosco que, em meio a uma verdadeira caça às bruxas, decide salvar documentos científicos e filosóficos da fogueira, visando preservar o conhecimento para as futuras gerações. Com este pensamento, Tommaso busca recuperar estes estudos e conta com a ajuda de seu assistente Giancarlo que, juntos, correm contra o tempo a fim de recuperá-los. No entanto, suspeitando das atitudes de rebeldia de seu inquisidor, o bispo Aleixo e o cardeal Agostino lutam para impedir Tommaso e, assim, garantir que estes documentos nunca sejam recuperados, protegendo os dogmas da igreja. Em meio a cidades europeias, no século XVII, Tommaso e seu assistente precisam da ajuda de alguns amigos para cumprir sua missão, antes que sejam eles próprios condenados às chamas da Inquisição.

O Primeiro Vampiro - Ewerton Carvalho
A obra de ficção conduz o leitor a vivenciar a trajetória do pequeno Ohrí, que aos cinco anos é criado pela feiticeira Baba, que o ensina sobre poções que curam e – também – matam. Levado por uma caravana cigana, Ohrí é escravizado por um duque em seu castelo, sendo tomado em seguida como o protegido do Conde Wladimir, que o ensina tudo sobre vingança, em sua forma mais fria. Após ser libertado, Ohrí cresce em um povoado repleto de druidas e celtas, tornando-se adulto e recebendo o nome de Alkahest.  A partir daí, ele parte em busca de paz e acaba em meio à Guerra das Cruzadas, ao lado do Rei Ricardo Coração de Leão. Agraciado com uma dádiva enviada das estrelas, Ohrí encontra a tão procurada paz. No entanto, ela não dura muito e um chamado irrecusável o leva a uma armadilha que o faz se considerar o culpado por uma tragédia. Acreditando ser detentor de alguma maldição, parte em busca de respostas.

Nação - A flor do espírito - Ricardo Stumpf
Em Nação – a flor do espírito, o leitor mergulha na história da formação do Brasil, começando pelas suas origens indígenas e a miscigenação causada pelos imigrantes latinos – oriundos do Império Romano -, europeus e africanos. Em formato de saga, o elo de todas as épocas é o amuleto oroboro, símbolo fenício que significa a evolução e o eterno retorno, representado por uma cobra engolindo seu próprio rabo. Ligadas por esse objeto, as gerações se sucedem, desde o século II, até o ano de 1998, no Rio de Janeiro, atravessando, assim, significativos períodos da História.




Sete dias de Lázaro - Luana Minéia
Neste livro, Luana desafia o leitor em suas crenças, pois une várias entidades fantásticas, populares e religiosas para uma batalha moral que poderá exterminar toda a humanidade. Logo no início, temos as perguntas: Você acredita em destino ou acredita que, no dia em que nasceu, toda sua vida já tinha sido escrita com fios de ouro por algum anjo? Ou ainda, acredita em acaso? Que pode mudar seu destino, alterar a rota do seu futuro e enganar a morte? Assim, unindo um espírito maligno foragido das prisões celestiais, um bruxo treinado para enfrentá-lo, um jovem misterioso com magia poderosa e inexplicável e um anjo da guarda em busca da alma perdida de seu protegido, a história se desenrola em uma guerra que pode mudar para sempre a trajetória de toda a humanidade. Lobisomens, elfos, vampiros, anões, centauros... Escolha seu lado, pois, em apenas sete dias, a batalha final será travada.

Espelho dos Olhos - Nicolas Catalano
Em Espelho dos olhos, o jovem autor transita em um mundo de pré-conceitos, em que a cor dos olhos, as Elites e as Classes de Talento são o que importa e faz a diferença.
Neste país vive Evangellyne Allins, que tenta sobreviver a uma escola tirana, enquanto a vida de seu querido pai está em risco. Enquanto se pergunta por que as pessoas a julgam por ser quem é, Evangellyne terá que decidir se valerá a pena enfrentar todos os seus reflexos mais profundos e íntimos pela pessoa mais amada. Tortura. Medo. Aversão. Evangellyne será forçada a descobrir-se e obrigada a arcar com as consequências desoladoras de sua revelação; e seu Espelho dos olhos a transformará inconscientemente.

Kitsune - Livro 1 - Fernanda Wolf
Aficionada por literatura fantástica, a ilustradora e estudante de Artes Visuais Fernanda Wolf, lança sua primeira obra, Kitsune – livro 1, uma mistura de narrativas de diversos personagens em constante evolução, que lutam para atingir objetivos distintos que são – na verdade - um único propósito, revelando uma visão interessante das criaturas de um novo mundo fantasioso.
Inspirada pelos autores J.R.R Tolkien, Raymond E. Feist, Erin Hunter, George R.R. Martin, Alfer Medeiros e Bento de Luca, Fernanda conta a história da jovem estudante Mary Knight Walker que, sentindo-se diferente da maioria das pessoas, é confrontada por um lado desconhecido de sua vida, sendo levada a conhecer um novo mundo e rever suas prioridades para o futuro, sendo constantemente testada durante a jornada. Com ilustrações da própria autora, Kitsune – livro 1, vai encantar todos os leitores ávidos por fantasia e aventura.

Lobas da Lua - Mariana Bermudez
Após sofrer um acidente, Melanie Richards descobre um mundo repleto de criaturas ignoradas pela humanidade, que espreitam e aguardam o momento exato de surgir e, muitas vezes, causar o caos. Nesta nova fase de sua vida, Melanie passa a conhecer a si mesma – durante uma viagem escolar – visualiza lados sobrenaturais de sua amiga Alice e de Mario, seu namorado. Ambos mostram a Melanie mais sobre ela mesma e acabam por abrir uma passagem que lhe permitirá reconhecer que sua vida não mais lhe pertence, mas, na verdade, existe apenas para proteger a humanidade das Trevas.




100 Dias na Ilha - Victor Gonçalves
100 Dias na Ilha conta as aventuras e desventuras de Vicente, durante um período de intercâmbio na Ilha de Manhattan, em Nova York.
Durante 100 dias, Vicente busca respostas a questões interiores, após sofrer uma desilusão amorosa. Na companhia de Robert, o host que o recebe em Nova York, e de Clara, a amiga venezuelana, o brasileiro reflete sobre sua vida, se envolve com algumas pessoas e torna-se adulto. Com uma narrativa leve e honesta, Victor Gonçalves leva o leitor a refletir sobre os aspectos contemporâneos e os dilemas de um jovem da geração X, evidenciando a eterna busca por mudanças, o papel do livre-arbítrio, as relações de amizade, os dogmas religiosos e as questões sobre a homossexualidade.


Novidades de Julho - Companhia das Letras

22 de julho de 2015

Só por Hoje e para Sempre - Diário do recomeço - Renato Russo
“Perdi vinte em vinte e nove amizades/ por conta de uma pedra em minhas mãos”, rezam os versos iniciais do álbum O descobrimento do Brasil, lançado pela Legião Urbana em novembro de 1993. Menos de seis meses antes, em abril do mesmo ano, Renato Russo dava entrada na clínica de reabilitação Vila Serena, no Rio de Janeiro, não só para se desvencilhar do álcool e das drogas, como também para mergulhar numa reflexão profunda sobre sua vida.
Os vinte e nove dias que o músico passou ali internado o marcariam profundamente, tanto em sua trajetória pessoal quanto em sua produção artística, conforme revelam as várias letras subsequentes que, a exemplo de “Vinte e nove”, se referem a essa experiência radical de reclusão.
“Passei vinte e nove meses num navio/ e vinte e nove dias na prisão”, segue a canção, “e aos vinte e nove, com o retorno de Saturno,/ decidi começar a viver.” Perfeccionista e exigente em todas as etapas de seu processo criativo, da composição à execução diante do público, o homem que estava à frente da Legião Urbana - uma das bandas de maior sucesso na história da música brasileira - encarou com a mesma obstinação o Programa dos Doze Passos oferecido pela clínica, seguindo à risca os exercícios terapêuticos de escrita propostos.
É esse material inédito que vem à tona depois de mais de vinte anos em Só por hoje e para sempre, atendendo ao desejo do autor de ter sua obra publicada postumamente. Entremeando as memórias de Renato com passagens de autoanálise e um olhar esperançoso para o futuro, esse relato oferece a seus fãs, além de valioso documento histórico, um contato íntimo com o artista e um exemplo decisivo de superação.
“E vinte e nove anjos me saudaram/ E tive vinte e nove amigos outra vez.”Passados mais de vinte anos, vem à tona relato inédito dos dias que o líder da Legião Urbana passou numa clínica de reabilitação para combater a dependência química e reencontrar o equilíbrio.

Mate Minha Mãe - Jules Feiffer
Somando-se a uma carreira lendária que inclui um Pulitzer, um Oscar, um Obie e outras homenagens da National Cartoonist Society e do Writers Guild of America, Jules Feiffer apresenta agora sua primeira graphic novel.
Mate minha mãe é uma vibrante celebração do cinema noir e dos quadrinhos que embalaram sua juventude. Bebendo de Spirit - HQ em que Will Eisner trabalhou nos anos 1940 -, nas obras de Hammett, Chandler, Cain, John Huston e Billy Wilder, e ainda repleto do humor rápido de Feiffer, o livro conta a história de cinco mulheres formidáveis ligadas fatalmente por um detetive decadente e beberrão.
Nesta sua primeira graphic novel, Feiffer injeta energia e vitalidade no gênero.

Gêmeos - Memórias - Allen Shawn
Quando Allen e sua irmã gêmea, Mary, tinham dois anos, os Shawn começaram a perceber sinais de que havia algo errado com a filha do casal. Aos oito anos, ela foi enviada para passar o verão em uma escola especial. O que era para ser uma ausência temporária acabou se transformando em uma internação permanente sem mais explicações, e Mary nunca voltou a viver no seio familiar. Posteriormente, sua condição seria diagnosticada como autismo acrescido de deficiência intelectual.
Décadas mais tarde, ao investigar as origens de sua agorafobia em seu primeiro livro de memórias, Bem que eu queria ir, o compositor Allen Shawn compreendeu que sua angústia estava inextricavelmente ligada à história de sua família. Nesse relato, ele refaz o percurso de sua relação com Mary, desde o berço partilhado nos primeiros meses de vida até a separação abrupta e radical, a fim de entender o papel que a condição de gêmeo e a perda traumatizante da irmã representaram em sua existência e em sua forma de perceber o mundo. Allen perscruta os segredos e a intimidade de seus progenitores - o pai, William Shawn, era o lendário editor da revista The New Yorker e manteve durante décadas, e com anuência da esposa, um caso extraconjugal com a jornalista Lilian Ross - e analisa que impacto tiveram na dinâmica familiar. Revisita autores e textos clássicos sobre o autismo, expõe de maneira clara as diversas formas de tratamento e ainda apresenta a compreensão sobre a doença na década de 1950, quando Mary foi internada, e hoje.
Franco, emocionante, vívido e delicado, o relato de Shawn vai além daquilo a que se propõe: ao término dessa jornada em busca de um afeto perdido, o leitor partilha com o autor a dor de uma perda tão importante, mas também uma “certa ideia expandida do espectro humano”.

Ai! Que Preguiça!... - O Brasil em 39 poemas fabulosos & alegóricos - Rodolfo W. Guttilla
De Cabral aos protestos de junho de 2013, do Marechal Deodoro à Tropicália, de Getúlio Vargas ao Golpe de 1964: os mais variados aspectos e capítulos da vida brasileira são capturados com leveza pela poesia de Rodolfo Guttilla. Seu livro é uma jornada lírica e graciosa por nossa história. Leitores de todas as idades irão se cativar por essa mistura muito bem-feita de poesia e comentário social.
Tomando de empréstimo como título a famosa frase de Macunaíma, de Mário de Andrade, o livro de Guttilla tem como principais inspirações a obra do autor modernista e os poemas de José Paulo Paes (1926-1998), que tratava de assuntos brasileiros com uma graça que influencia os autores mais jovens até hoje.

O Diário de Guantánamo - Mohamedou Ould Slahi
Desde 2002, Mohamedou Slahi está preso no campo de detenção da Baía de Guantánamo, em Cuba. No entanto, os Estados Unidos nunca o acusaram formalmente de um crime. Um juiz federal ordenou sua libertação em março de 2010, mas o governo americano resistiu à decisão e não há perspectiva de libertá-lo.
Três anos depois de sua prisão, Slahi deu início a um diário em que conta sua vida antes de desaparecer sob a custódia americana, o processo interminável de interrogatório e seu cotidiano como prisioneiro em Guantánamo.
Seu diário não é apenas um registro vívido de um erro da Justiça, mas um livro de memórias denso, multifacetado, aterrorizante, sombrio e autoirônico.

Um Holograma para o Rei - Dave Eggers
Em uma próspera cidade da Arábia Saudita, longe da complicada realidade da recessão que assola os Estados Unidos, um empresário em apuros financeiros realiza uma última e desesperada tentativa de evitar a falência completa, pagar a caríssima faculdadeda filha e, talvez, fazer algo de bom e surpreendente com sua vida.
Em Um holograma para o rei, Dave Eggers nos conduz por uma viagem pelo outro lado do mundo e pela comovente e por vezes cômica jornada de um homem para manter a família unida e a vida nos eixos diante da crise que devasta todos como uma tempestade. Nesse deserto insólito, ele irá se deparar com uma estranha e fascinante galeria de personagens, gente vinda do mundo inteiro para cumprir todo tipo de ambição, como se convergissem para lá os pontos de uma realidade que parece se esfacelar. É nesse espelho quebrado de nacionalidades e aspirações que o protagonista tentará juntar os cacos de sua própria vida e recriar sua existência.
Não por acaso a prestigiosa crítica Michiko Kakutani chamou o romance de “A morte de um caixeiro-viajante globalizado”: a ideia de um povo construindo a imagem de um país, central ao grande romance americano, é invertida aqui pela noção de que este país está agora sendo reconstruído de fora. O protagonista que busca um contrato no deserto saudita para vencer os chineses é um símbolo poderoso dessa mudança, e ninguém mais hábil do que Eggers, um dos grandes prosadores contem-porâneos, para esmiuçar literariamente as ondas de choque que vêm transformando o mundo num ritmo tão vertiginoso.
Num romance carregado de tensão, Eggers realiza uma poderosa elegia aos tempos modernos, uma história não apenas sobre tempos atuais, mas um retrato tocante e sensível de como chegamos até aqui.

Sempre em Movimento - Uma vida - Oliver Sacks
Quando Oliver Sacks tinha doze anos, um professor bastante sagaz escreveu num relatório: “Sacks vai longe, se não for longe demais”. Hoje está absolutamente claro que Sacks jamais parou de ir. Desde as primeiras páginas deste comovente livro de memórias, em que relata sua paixão de juventude pelas motos e pela velocidade, Sempre em movimento parece estar carregado dessa energia. Conforme fala de sua experiência como jovem neurologista no início dos anos 1960 - primeiro na Califórnia, onde lutou contra o vício em drogas, e depois em Nova York, onde começa a despontar como pesquisador -, vemos como sua relação com os pacientes veio a definir sua vida.
A ideia de estar sempre em movimento alimentou não apenas suas pesquisas, mas também sua vida. Quando revelou à família que era homossexual, ouviu de volta da mãe que ele era “uma abominação”. A mãe foi eventualmente perdoada, mas a sentença o fez abandonar a Inglaterra e o colocou na estrada. Nessas viagens, cruzando de ponta a ponta um país tão familiar quanto estrangeiro, surge o médico que viemos a conhecer: apaixonado, obstinado e perpetuamente curioso com o mundo.
Com a honestidade e o humor que lhe são característicos, Sacks nos mostra como a mesma energia que motiva suas paixões “físicas” - levantamento de peso e natação - alimenta suas paixões cerebrais. Ele escreve a respeito de seus casos de amor, tanto os românticos quanto os intelectuais, sobre a culpa de abandonar a família para ir aos Estados Unidos, sua ligação com o irmão esquizofrênico e os escritores e cientistas que o influenciaram - Thom Gunn, A. R. Lúria, W. H. Auden, Gerald M. Edelman, Francis Crick. Sempre em movimento é a história de um pensador brilhante e nada convencional, o homem que iluminou as muitas formas com que o cérebro nos faz humanos.

O Poder Ultrajovem - E mais 79 textos em prosa e verso - Carlos Drummond de Andrade
O poder ultrajovem reúne textos publicados por Carlos Drummond de Andrade na imprensa entre o final da década de 1960 e o início da década de 1970. Trata-se de um poderoso conjunto de prosa e verso - sempre pendendo para os domínios da crônica, gênero que o grande escritor mineiro praticou como poucos -, em que o olhar maduro e algo desencantado (mas com muita ironia) do autor se debruça sobre os mais diversos aspectos da vida e da sociedade daquela época.
Temas como a amizade, a história do Brasil, a vida no Rio de Janeiro, as artes, o Carnaval, o futebol e até mesmo a ecologia aparecem no estilo leve e sempre afiado de Drummond. As crianças e os jovens ocupam um espaço à parte no livro, pois são agudos os apontamentos a respeito das transformações pelas quais meninos e meninas atravessavam naqueles tempos conturbados em que conviviam, ao menos no Brasil, os hippies e um regime antidemocrático instaurado em 1964 (tendo ficado ainda mais duro e violento justamente na passagem para os anos 1970), a pobreza e a exuberância econômica e cultural da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Também do ponto de vista da língua portuguesa, os textos de O poder ultrajovem demonstram a riqueza de vozes e estilos captados por Drummond. A gíria e a língua camoniana convivem lado a lado nos textos, a expressão mais solta e viva da fala carioca conversa em pé de igualdade com a dicção mais culta. Prova de que o poeta mineiro tinha ouvido apurado para entender a vida.
Com posfácio do crítico Alcir Pécora, esta nova edição de um dos mais cativantes livros de Drummond é um brinde à vivacidade e à inteligência sutil de um dos nossos mais estimados escritores.

Seis Meses em 1945 - Roosevelt, Stálin, Churchill e Truman - Da Segunda Guerra à Guerra Fria - Michael Dobbs
Poucos pontos de inflexão na história apresentam tantos aspectos dramáticos como os meses entre fevereiro e agosto de 1945, o período entre a Conferência de Yalta e o bombardeio de Hiroshima.
Os Estados Unidos e a União Soviética se tornaram as duas nações mais poderosas do mundo; a Alemanha nazista e o Japão imperial foram derrotados; o Império britânico estava à beira de um colapso econômico. Um presidente morreu; um ditador doentio que quase conquistou o mundo suicidou-se; um primeiro-ministro que havia inspirado seu povo durante os dias mais sombrios de sua história foi derrotado em eleições livres. Golpes de Estado e revoluções tornaram-se corriqueiros; milhões de pessoas foram enterradas em valas comuns; antigas cidades reduziram-se a pilhas de escombros. Um tsar vermelho redesenhou o mapa da Europa, erguendo uma “cortina de ferro” metafórica entre Oriente e Ocidente.
Reunidos na capital do derrotado Terceiro Reich, os vencedores disputavam os despojos da vitória. De maneira inexorável, o fim da Segunda Guerra Mundial conduziu ao início da Guerra Fria. Os meses que separam Yalta de Hiroshima são um ponto de articulação entre duas guerras muito diferentes - e também dois mundos muito diversos. Eles unem a era da artilharia à da bomba atômica, os estertores do império às dores do parto das superpotências.
Celebram também o encontro inevitavelmente fatal, no coração da Europa, entre os exércitos de duas grandes nações oficialmente aliadas porém guiadas por ideologias opostas. Mais de um século antes, Alexis de Tocqueville havia previsto que americanos e russos deixariam as outras nações para trás. “Seus pontos de partida são diferentes, assim como seus percursos não são os mesmos; contudo, cada um deles parece destinado pela vontade dos céus a conduzir o destino de metade do globo.” Essa é a história das pessoas - presidentes e comissários, generais e soldados rasos, vencedores e derrotados - que deram origem à corrida de gigantes que redefiniria os rumos do mundo.

Lançamentos de Julho - Paralela

Como Ser Feliz (Ou, no Mínimo, Menos Triste) - Lee Crutchley
Com perguntas divertidas e instruções surpreendentes, Como ser feliz (ou, no mínimo, menos triste) ajuda os leitores a verem a vida com novos olhos e redescobrir os prazeres simples que trazem alegria.










Cidade Mágica - Lizzie Mary Cullen
Viaje ao redor do mundo na ponta do lápis! Agora é possível pintar Londres, Paris e Rio de Janeiro. Vistas com o olhar único e divertido de Lizzie Mary Cullen.










Casa em Cores - Durell H. Godfrey
Para todos os fãs de livros de colorir, chega uma novidade para todas as idades. As ilustrações de Durell Godfrey do montante de coisas das nossas vidas ocupadas - mesas cobertas, salas caóticas e pilhas de papéis - estão preparadas para ganharem vida com o ato de colorir. Arrumar pode ser terapêutico, mas colorir é muito mais. Um sossego que funciona tanto para arrumadinhos quanto bagunceiros. É só adicionar cores!






De Todas as Mulheres que Amei (e-book) - Renato de Souza
Pedro já passou por momentos melhores na vida, disso não há dúvida. Diante de um grande mistério, ele precisa rever seu passado para encontrar respostas e tentar reconstruir o futuro com a mulher de seus sonhos. Mas será que é tarde demais?