Autora: Madeleine Roux
Editora: Plataforma21/V&R
Gênero: Juvenil/Suspense
Ano: 2016
Páginas: 356
Nota: ★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O último ano de colégio enfim chegou. Depois de tanto tempo juntos, Dan, Abby e Jordan resolvem fazer uma viagem e o destino escolhido é a casa do tio de Jordan em New Orleans.
Abby está muito ansiosa e entusiasmado para a aventura, pois a viagem irá ajudá-la no projeto fotográfico de locais e monumentos históricos. Mas toda essa euforia diminui quando, no caminho, os três amigos percebem que estão sendo seguidos. E ainda começam a receber mensagens misteriosas, pelo celular de Dan, de um amigo que morreu no último Halloween.
Os três amigos vasculham pistas sobre acontecimentos do passado para obter respostas sobre as tais mensagens, sobre um fotógrafo não identificado e sobre a história familiar de Dan.
Neste incrível episódio da série Asylum, a única esperança que resta é sair vivo desta viagem.
Resenha: Catacomb é o terceiro volume da série Asylum, escrita pela autora Madeleine Roux e publicado no Brasil pelo selo Plataforma21, da V&R.
Depois de escaparem do incêndio no Brookline e de viverem momentos intensos e sombrios, enfim,o último ano de estudos chegou ao fim. Dan, apesar de estar feliz com a companhia dos amigos, não parou de procurar pistas sobre seus pais, mas os documentos que ele conseguiu resgatar antes que o incêndio destruísse tudo, não estão sendo de grande ajuda.
Para comemorar a formatura, o trio aproveita que Jordan está de mudança para Nova Orleans e embarca numa viagem para curtirem juntos, acamparem, e tentarem esquecer todos os traumas passados. Porém, no caminho, Dan recebe uma mensagem estranha em seu celular vinda de um amigo que já havia morrido além de perceberem que estão sendo seguidos e fotografados...
E a medida que o mistério se desenrola, o passado de Dan se desdobra gradualmente e ele terá que lidar com isso outra vez...
Catacomb, se comparado aos livros anteriores, mantém o mesmo ritmo e não tem nada que o torne diferente dos demais. O que não achei "justo" com os leitores foi o fato de que o livro extra "Artista dos Ossos" tem grande influência nesse volume, e fiquei e perguntando porque motivos um livro EXTRA, que só deveria acrescentar informações a título de curiosidade ou pra complementar algo que não faria diferença se soubéssemos ou não, acaba se tornando obrigatório, caso contrário algumas coisas ficarão incompreensíveis, vagas e confusas para o leitor. E isso vale para a própria escrita da autora, que parece ter buracos entre os acontecimentos, tornando algumas coisas bem confusas, enquanto outras são repetitivas e tornam a leitura cansativa.
A questão da história ter Nova Orleans como pano de fundo, apesar de ter uma definição bastante impressionante, me deu a impressão de que a autora só quis aproveitar a cultura famosa e cheia de lendas assustadoras do lugar, mas a trama poderia ter se passado em qualquer outro local que pudesse ter tal atmosfera descrita de forma tão sombria quanto, logo não vi tanta utilidade nesse fato.
O romance... Oh, Lord, o romance... Dan e Abby não tem química nenhuma e o que vai além da amizade entre esses dois não vai pra lugar nenhum. É algo desnecessário, enfadonho, triste, principalmente se levarmos em consideração que um romance adolescente como o deles foge do contexto das investigações, dos mistérios, do que deveria ser assustador, e de tudo o mais.
Apesar de ter alguns pontos não muito favoráveis, o que gostei na trama foi a busca de Dan por informações que o levassem aos seus pais, e como suas descobertas durante o percurso levantaram questões que não só fizesse com que ele acreditasse que criminosos pudessem estar envolvidos no sumiço deles, mas também colaborasse para que as habilidades dele soassem como algo real em vez de alucinações. A autora parece deixar no ar a questão sobrenatural, como sendo um verdadeiro ponto de interrogação para os próprios leitores se perguntarem se é algo que existe ou não na história.
A edição, como sempre, tem um visual super caprichado e é muito bonita. Percebi alguns erros na revisão mas nada que atrapalhasse a experiência com a leitura. Algumas fotos são ótimas, mas outras parecem não fazer muito sentido pois não combinam em nada com o conteúdo do capítulo. É como se tivessem sido escolhidas aleatoriamente numa galeria de fotos esquisitas e jogadas alí para impressionar o leitor, mas acabaram causando o efeito contrário.
Apesar de algumas perguntas levantadas nos livros anteriores serem respondidas e o livro fechar bem a série, algumas situações ficam em aberto (acho que de propósito, mesmo), mas nem por isso levantam aquela curiosidade para que haja mais aprofundamento sobre elas.
A ideia dos livros extras acrescentarem pontos que podem ser considerados peças chave às tramas principais acabam destoando a história, que começa a ter linhas temporais ou outros acontecimentos que parecem não se encaixar perfeitamente (como eu disse, a escrita parece incompleta) deixando algumas coisas fora do lugar e sem sentido.
De forma geral, eu gostei do desfecho, mesmo que a autora não tenha se preocupado em informar que fim teve a vida de cada um dos amigos. O que foi informado foi suficiente (e talvez eu não tenha me interessado por não ter me efeiçoado a ninguém) e fica a critério do leitor formar a própria opinião sobre o que ele acha que aconteceu.
Asylum não é de todo ruim, é uma série até divertida, mas acredito que funcionaria melhor para o público mais jovem pois não pode ser considerada realmente assustadora. Há suspense leve, fotos sinistras que podem causar algum impacto, mas continua sendo bastante infantil, seja devido ao comportamento dos personagens ou pela forma como a história é conduzida, muitas vezes de forma muito conveniente para forçar o enredo a continuar fluindo, mesmo que na marra.