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Nick e Charlie: Uma novela de Heartstopper - Alice Oseman (Audiolivro)

26 de junho de 2023

Título:
Nick e Charlie: Uma novela de Heartstopper
Autora: Alice Oseman
Narração: João Victor Granja e Vitor Mello
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Romance
Ano: 2023
Duração: 1h 50min (168 páginas)
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Nesta novela da série best-seller Hearstopper, Nick e Charlie vão precisar superar um dos maiores desafios de seu relacionamento.
Todo mundo sabe que Nick e Charlie são inseparáveis. Entre tardes jogando videogame, noites de filmes e conversas infinitas, não há nada que possa abalar o sentimento que um tem pelo outro.
Com a partida de Nick para a universidade se aproximando, Charlie fica cada vez mais inseguro, afinal todos dizem que o primeiro amor quase nunca dura para sempre… Será que o relacionamento deles é capaz de sobreviver à distância? Ou os garotos só estão adiando o inevitável?

Resenha: Nick e Charlie é uma novelinha do universo Heartstopper, da autora Alice Oseman e publicado pela Seguinte aqui no Brasil. Diferente dos outros livros da série, Charlie e Nick não é uma HQ, e me arrisco a dizer que a leitura extra não é obrigatória, a não ser que a pessoa realmente goste de Heartstopper e tenha ficado com curiosidade em saber como os personagens estão dois anos depois do desfecho do último volume, De Mãos Dadas. Aqui vamos acompanhar uma situação específica entre o casal que estava super bem, até a ideia de um namoro a distância surgir, já que Nick está prestes a ir para a universidade. Charlie passa a ter crises de insegurança e não sabe como lidar com a situação. Por mais que se amem e sejam inseparáveis, como pode um relacionamento sobreviver à distância?

O livro é narrado em primeira pessoa e é dividido em seis partes que se alternam entre os pontos de vista dos dois. Minha experiência foi com o audiobook, então antes de falar sobre a história, vou falar sobre a narração, da qual eu só tenho elogios. As vozes dos narradores João Victor Granja (Nick) e Vitor Mello (Charlie) são fluídas e gostosas de ouvir, combinam bem com os personagens e suas personalidades, eles variam a intensidade da voz de acordo com a emoção dos personagens e tornam a experiência de ouvir a história muito mais imersiva e interessante. Eles são os mesmos que dublaram os atores no seriado na Netflix e a escolha para a narração do audiobook não poderia ser mais acertada. O trabalho de narração em si já merece 10 estrelas, mas é uma pena que não possa avaliar a história como um todo da mesma forma.

O problema pra mim foi eu simplesmente não conseguir acreditar que as discussões dos personagens fossem algo vindo de adolescentes, tanto pela complexidade dos diálogos quanto pela forma como os sentimentos foram expostos. Fiquei com a sensação de que todo o surto de Charlie por não ficar feliz com a ida de Nick pra longe foi algo que a autora quis inserir pra tentar mostrar um ponto que parece ter a ver com a forma leve dela lidar com assuntos mais delicados e como passa isso pro papel, mas, levando em consideração o que aconteceu nos outros livros, aquilo não me parecia legítimo, não senti que era algo que os personagens diriam.
Digo isso porque a rotina deles como casal é bastante detalhada, com informações do que fazem, como fazem, e como ficam felizes por estarem juntos, logo eu imaginei que uma situação que os tirasse dessa zona de conforto pudesse ser resolvida de outra forma que não envolvesse pensamentos reprimidos e um surto com direito a tratamento de silêncio e tudo. Talvez pra leitores mais jovens essa questão da imaturidade devido a idade possa ser algo normal, mas sabe quando a única reação para um xilique gratuito é revirar os olhos? Foi exatamente isso que fiz quando me dei conta que o problema central era esse.
Obs.: Cheguei a lembrar do meu primeiro namoradinho e da vez que eu precisei viajar sem ele: a viagem ia durar uma semana e eu chorei o tempo inteiro, morta de saudade, como se fosse morrer. Eu tinha 13 anos.



Sei que Charlie é mais frágil, as questões de saúde mental que ele enfrentou ainda são motivo de preocupação pra Nick, ele continua sendo bem novo pra ter certos tipos de entendimento, a exposição na internet e os comentários maldosos dos outros acabam com a alegria e a autoestima de qualquer um, ter uma crise de insegurança não é algo que se possa controlar, mas acho que 2 anos de convivência e total cumplicidade é tempo mais que suficiente pra lidar com algo que já era esperado pra qualquer estudante terminando o ensino médio, no caso a ida pra universidade. Enquanto Nick estava super confiante e bem resolvido com seu namoro e com os estudos, Charlie estava lá, com a cabeça cheia de caraminholas, com medo do namoro não resistir e sofrendo por algo que nem aconteceu.

A sensação que tive no final foi a de ter ouvido uma fanfic bem fraquinha, pois por mais que a autora fale como ninguém sobre os dilemas e as frustrações na adolescência, seus medos e inseguranças e a forma deles lidarem com alguns traumas. A situação aqui só existiu por não ter havido um simples diálogo, principalmente quando os personagens expõe sentimentos e conversam entre si como adultos com bastante frequência. Não faz muito sentido pra mim.

A experiência de acompanhar esse casal fofo por mais um tempinho através de um conto curto é animadora e desperta a curiosidade, e como gostei muito de Heartstopper eu queria saber mais sobre os protagonistas, mas ao final achei que não acrescentou nada de relevante à história original e é tudo muito bobo e desnecessário. Ainda quero acompanhar a série, mas não sei se vou ter a mesma animações para esses extras.

Novidade de Junho - Seguinte

3 de junho de 2023

A Queda do Patriarcado - Marta Breen e Jenny Jordahl (13/06/2023)
Desde a Antiguidade, nossa sociedade se organiza de forma patriarcal -- ou seja, o homem tem mais poder, ganha mais dinheiro e desfruta de mais privilégios. Aristóteles, Rousseau, Darwin, Freud... foram tantas as figuras célebres que reforçaram a desigualdade de gênero que fica até difícil eleger o maior machista de todos os tempos. Mas qual a origem desse sistema? Como ele se manteve? Quais estratégias já foram usadas para combatê-lo? E o que aconteceu com as mulheres que tentaram destruí-lo?
Com linguagem acessível e ilustrações bem-humoradas, as autoras revelam as formas que o machismo tomou ao longo dos séculos, o significado de conceitos como "olhar masculino" e "slut-shaming", e a importância das feministas -- de ontem e de hoje -- para derrubar, de uma vez por todas, o patriarcado.

O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder (Audiolivro)

12 de maio de 2023

Título:
O Mundo de Sofia (Audiolivro)
Autor: Jostein Gaarder
Narração: Paulo Vinicius Justo Fernandes
Editora: Seguinte
Gênero: Infanto Juvenil
Ano: 2012
Duração: 21h 50min (568 páginas)
Nota:★★★★★
Sinopse: Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões-postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo. Os postais são enviados do Líbano, por um major desconhecido, para uma certa Hilde Møller Knag, garota a quem Sofia também não conhece. O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste romance fascinante, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países e já vendeu mais de 1 milhão de exemplares só no Brasil. De capítulo em capítulo, de “lição” em “lição”, o leitor é convidado a percorrer toda a história da filosofia ocidental, ao mesmo tempo que se vê envolvido por um thriller que toma um rumo surpreendente.
Resenha: Publicado originalmente em 1995, O Mundo de Sofia, do autor norueguês Jostein Gaarder, é o maior best-seller da Companhia das Letras, e já teve mais de 1 milhão de exemplares vendidos só no Brasil.

Sofia Amundsen é uma adolescente que está prestes a completar quinze anos. Ela mora com sua mãe (que sempre chega muito tarde em casa e vive reclamando da quantidade de animais que a filha tem), seu pai (que trabalha como capitão num petroleiro e fica fora de casa praticamente o ano inteiro) e com seus animais de estimação (peixinhos ornamentais, periquitos, uma tartaruga e o gato Sherekan) como uma forma de compensação pela ausência dos pais. Ela sempre se pega pensando em diversas questões da vida, não fica satisfeita com as respostas que encontra por aí, fica procurando sentindo nas coisas e está sempre curiosa pela origem de tudo.
Um dia, enquanto voltava da escola, Sofia pega uma correspondência em seu nome que estava na caixa de correio, e fica intrigada com a única pergunta no papel dentro de um envelope sem remetente: "Quem é você?". Em seguida ela recebe outra carta anônima com a pergunta "De onde vem o mundo?", e depois recebe um cartão postal endereçado a alguém chamada Hilde Møller Knag, porém aos seus cuidados. Agora Sofia tinha alguns enigmas a serem resolvidos, pois queria saber quem enviou as cartas, qual o significado daquelas perguntas, quem era Hilde e por que alguém estava tentando se comunicar com ela através da própria Sofia. E quando ela menos esperava, um envelope amarelo e maior chegou, e nele estava escrito "Curso de Filosofia, Manuseie com muito cuidado". O texto de apresentação do curso gratuito trouxe uma variedade de questões filosóficas que fez Sofia perder o fôlego, pois alí ela soube que poderia ter todas as respostas para todas as suas perguntas, e tudo isso através de um remetente misterioso que, por incrível que pareça, a resgatou da apatia do cotidiano.
Eu já disse que a única coisa de que necessitamos para ser filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas? Se não, digo agora: A ÚNICA COISA DE QUE NECESSITAMOS PARA SER FILÓSOFOS É A CAPACIDADE DE NOS ADMIRARMOS COM AS COISAS.
A partir daí, Sofia inicia seu curso e mergulha num universo onde as ideias dos principais pensadores conhecidos pela humanidade são apresentadas e abordadas de uma forma bastante simples e didática, passando pela mitologia nórdica, mitologia grega, até a filosofia socrática e a filosofia contemporânea, e a garota passa a questionar não só sua relação com o mundo, mas também sua própria existência.

O livro tem uma narrativa em terceira pessoa com foco em Sofia e sua rotina, e essa narrativa se mescla com as cartas do curso que conversam com a garota e com o próprio leitor. Toda a história é de fácil compreensão e na maioria das vezes flui muito bem. Embora o livro tenha uma quantidade considerável de páginas (e no audiolivro uma quantidade mais considerável ainda de horas), os temas de cada parte do curso são bastante resumidos e limitados, mas não deixam de fazem com que tanto Sofia quanto o leitor reflitam sobre a importância da busca incessante pelo conhecimento e da compreensão do mundo. Tudo isso ainda fica ainda mais interessante enquanto a história avança, pois ao mesmo tempo em que Sofia aprende sobre filosofia, ainda existe a questão do mistério relacionado a Hilde e como a história das duas se entrelaça de uma forma super envolvente.

Embora ache o tema interessante e necessário, não sou tão ligada e nem leio muitas coisas sobre esse tipo de conteúdo, e acredito que O Mundo de Sofia seja uma excelente introdução pra quem tem interesse em começar a estudar sobre a humanidade, a história da filosofia e os principais pensadores por trás dela. Pra mim foi uma leitura muito proveitosa que realmente me tirou da zona de conforto e que me fez pensar em questões que eu nunca havia considerado antes.

Como acompanhei a história pelo audiolivro, fiquei com a sensação de que a imersão foi muito maior e melhor, pois o narrador expressa as devidas emoções e intensidade das frases tornando tudo muito mais empolgante de se acompanhar. Posso dizer ainda que a narração de Paulo Vinícius Justo Fernandes lembra muito a dublagem de filmes dos anos 90, e a sensação é de estar assistindo um filme fofo na sessão da tarde, e é impossível não sentir aquela nostalgia gostosa da infância, mesmo quando ele imita vozes mais fininhas. A combinação foi simplesmente perfeita e certeira. Eu adorei e posso afirmar que foi umas das melhores narrações de livros que já tive o prazer de ouvir, e até as passagens aparentemente mais cansativas ficaram interessantes na voz dele.

Não acho que seja o tipo de livro pra se ler ou ouvir sem pausas, pois por se tratar de temas para pensar e refletir, deve ser digerido aos poucos para um melhor aproveitamento. Fui ouvindo devagarinho, cheguei a discutir alguns pontos com meu marido, e depois retornava sem pressa. Assim, o livro acaba fazendo com que o leitor, assim como Sofia, tenha uma visão de mundo mais aberta e diferente se comparada ao pensamento anterior as questões colocadas e aos conceitos da realidade em que vivemos.

Pra quem gosta de filosofia ou quer ter uma boa noção do que é abordado, é livro tão indicado quanto necessário.

Novidade de Maio - Seguinte

2 de maio de 2023

A Rainha Traidora - A Ponte Entre Reinos #2 - Danielle L. Jensen (23/05/2023)
Lara é uma rainha traidora. Ao compartilhar informações secretas sobre a defesa de Ithicana, a jovem não só quebrou a confiança de seu povo como possibilitou que a ponte fosse dominada pelo rei de Maridrina, seu pai. Em exílio, Lara se sente impotente diante de tanta morte e destruição, mas quando descobre que seu marido, Aren, foi capturado em batalha, ela decide fazer de tudo para se redimir – e salvar o homem por quem se apaixonou perdidamente.
Arriscando a vida em mares revoltos, Lara volta para Ithicana com planos não só para libertar Aren, mas todo o Reino da Ponte. Para isso, ela pretende usar as armas mais letais que seu pai já criou: suas irmãs. Contudo, o palácio de Maridrina é praticamente impossível de invadir, e há peças demais nesse jogo em que inimigos e aliados trocam de lugar a todo momento. Para piorar, talvez seu maior adversário seja justamente o homem que ela está tentando libertar.

Novidade de Abril - Seguinte

2 de abril de 2023

Nick e Charlie: Uma Novela de Heartstopper - Alice Oseman (25/04/2023)
Todo mundo sabe que Nick e Charlie são inseparáveis. Entre tardes jogando videogame, noites de filmes e conversas infinitas, não há nada que possa abalar o sentimento que um tem pelo outro.
Com a partida de Nick para a universidade se aproximando, Charlie fica cada vez mais inseguro, afinal todos dizem que o primeiro amor quase nunca dura para sempre... Será que o relacionamento deles é capaz de sobreviver à distância? Ou os garotos só estão adiando o inevitável?

Enquanto Eu Não te Encontro - Pedro Rhuas (Audiolivro)

13 de março de 2023

Título:
Enquanto Eu Não te Encontro (Audiolivro)
Autor: Pedro Rhuas
Narração: Pedro Rhuas
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Romance
Ano: 2021
Duração: 7h 43min (272 páginas)
Nota:★☆☆☆☆
Sinopse: Nenhum encontro é por acaso.
A vida tem sido boa para Lucas. Ele passou no Enem para estudar publicidade; se mudou com Eric, seu melhor amigo, do interior do Rio Grande do Norte para a capital; e conseguiu sua tão aguardada liberdade. Mas, no amor, Lucas é um desastre. O maior fã de Katy Perry no Nordeste tem certeza de que nem toda a sorte do mundo poderia fazer com que ele finalmente se apaixonasse pela primeira vez.
Até que, em uma despretensiosa noite de sábado em 2015, tudo muda. Quando Lucas e Eric vão na inauguração do Titanic, a mais nova balada da cidade, Lucas esbarra (literalmente!) em Pierre, um lindo garoto francês que parece ter saído dos seus sonhos. Em meio a drinques, segredos e sonhos partilhados, Lucas e Pierre se conectam instantaneamente. Eles vivem o encontro mais especial de suas vidas, mas o Universo tem outros planos para o futuro... Até a noite acabar, o que será que vai acontecer com eles?
Com uma voz original e divertida, repleta de referências pop e à cultura do Rio Grande do Norte, o livro de estreia de Pedro Rhuas vai te fazer rir alto e se apaixonar.

Resenha: Em busca de sua liberdade, Lucas, um jovem de 20 anos que estuda publicidade e o maior fã de Katy Perry que existe, decidiu sair da cidadezinha de Luna do Norte pra ir morar em Natal, no Rio Grande do Norte, junto com o melhor amigo de infância, Eric. Os dois estão na faculdade, dividem um apartamento aconchegante e têm uma amizade super legal e sincera, até Eric arrumar um namorado da noite pro dia, o Raul, e deixar Lucas de lado com a sensação de ter sido abandonado. Quando o assunto é relacionamento, Lucas se considera um desastre e parece ter perdido as esperanças de encontrar alguém.
Mas tudo muda quando chega o dia da inauguração da balada mais top da cidade, o Titanic. Lucas, Eric e Raul saem pra curtir a tão esperada noite, e Lucas conhece Pierre, um francês que parece ter saído de um sonho mais lindo que eu já vi. Talvez o universo e o destino reservam algo de especial para Lucas, nem que seja pelo menos até o fim da noite...

Já ouvi vários audiolivros nessa minha vida de leitora, desde os narrados por narradores profissionais, os narrados por amadores e leitores comuns, e até os por narração sintética no Youtube, mas essa foi a primeira experiência com um audiolivro narrado pelo próprio autor que tive. Já adianto que não curti e que eu poderia escrever uma resenha enorme falando sobre todos os pontos que não gostei nesse livro, e é isso mesmo que vou fazer pra tentar mostrar meu ponto sobre não entender e nem concordar com esse hype todo.

Eu levaria no máximo 3 horas pra finalizar um livro de 270 páginas dando várias pausas, mas alongar essa leitura numa narração de quase 8 horas foi difícil, principalmente porque o tom da narração muitas vezes não combinava com o ambiente ou com a situação e ficava super forçada e exagerada, e chegou num ponto onde eu larguei o audiolivro por falta de paciência, e 2 meses depois que é tive coragem de retomar.
O audiolivro tem a trilha sonora embutida (composta pelo autor e disponível no Spotify), e acho até legal essa iniciativa de escrever um livro e criar toda uma ambientação em volta da história pra se criar aquela experiência completa e imersiva para o leitor aproveitar, mas pra mim não funcionou, deixou tudo mais cansativo, me distraía, e não caiu no meu gosto pessoal.

A história se passa em 2015 e é dividida em Primeiro Encontro, Desencontro e Segundo Encontro e cada parte tem os próprios capítulos bem curtinhos com títulos chamativos sobre as várias situações que estão dentro desses acontecimentos, mas em vez de eu me deparar com uma história sobre primeiro amor, representatividade e cultura nordestina como eu esperava, a única coisa que ficou evidente, com pouquíssimas ressalvas, foi a insistência em falar de memes ultrapassados, o lacre, soltar frases motivacionais ou de efeito aleatórias em meio à divagações, militância, questões políticas inseridas fora de contexto, mais lacre, e fazer referências a todos os ícones da cultura pop do mundo em meio a diálogos ruins e nada naturais. No primeiro capítulo já encontramos menções à Lady Gaga, Katy Perry, Os Simpsons, The Sims, Grey's Anatomy e o Gato de Botas, e a enxurrada de referências continua sem parar ao longo da história. Senti como se o autor quisesse mostrar todas as coisas legais e bafônicas que ele conhece e decidiu espalhar pelo livro porque sim, a ponto de eu ficar confusa e sem saber se ele falava dos interesses do personagem ou de si mesmo. Na maioria das vezes eu sentia que estava perdida na sessão de comentários de algum portal de fofoca qualquer, ou numa trend ruim sobre celebridades no Twitter. Há também a quebra da quarta parede onde o protagonista faz comentários sobre alguma situação ou fala descrita, e confesso que esse recurso num livro não me agrada muito, principalmente quando não consigo me conectar com o personagem. O tempo perdido com toda essa encheção de linguiça ou meras pinceladas sobre temas importantes poderia ser investido em construir e desenvolver melhor os personagens, tornar as coisas mais plausíveis, e quem sabe assim a história não ficasse a cara das fanfics de qualidade questionável do Wattpad.

Como o primeiro encontro desses dois acontece nessa boate Titanic, que inclusive serve de metáfora pra algumas situações descritas, fiquei imaginando aquela ambientação de balada top, muvuca, gente dançando e bebendo, música alta, glitter voando pra todo lado, então pra mim, por mais que eles pudessem estar um pouco mais afastados da bagunça no tal "convés", não fazia sentido Lucas e Pierre conseguirem conversar e se abrirem um pro outro durante 3 horas de uma forma tão profunda como eles fizeram, como se estivessem em total privacidade numa praia deserta, no silêncio e tranquilos, só esperando o nascer do sol. Não consegui acreditar que aquela conversa, naquele tom, durante esse tempo estava acontecendo naquele lugar.

Alguns personagens que pareciam ter um potencial grande de serem interessantes na história, como o casal de garotas de cabelo colorido ou a drag queen jovem mística e escandalosa, só estão alí pra se aparecer mesmo, e depois nunca mais ouvi falar. Se a ideia era criar um leque de personagens LGBTQIAP+ em prol da representatividade, não acho que funcionou quando o foco ficou somente em descrever Lucas, seus faniquitos, suas gírias e palavreados, e o surto por ter conhecido seu príncipe. Eu juro que achei o máximo o autor trazer um protagonista com essa característica afeminada porque é difícil encontramos personagens assim na literatura, mas ele é chato e tudo parece plástico, de tão artificial. E Pierre é tão perfeito, maravilhoso e sem nenhum defeito que deixa qualquer príncipe encantado da Disney recolhido à própria insignificância.

Algumas lembranças de infância ou situações difíceis que Lucas e Eric viveram, e como eles se uniram pra passar por isso, talvez tenham sido a única e melhor mensagem do livro, como a descoberta de sua sexualidade e a preferência pelas "coisas de menina", a decepção e o estado de negação da família por saber que o filho é gay, o bulliyng sofrido na escola por outras crianças maldosas, a pressão sobre eles por uma expectativa criada que não pode ser superada e afins, e até a rápida tentativa de se relacionar com meninas pra se certificar de que não existe "nada de errado" com eles, e tenho certeza que muitas pessoas que tiveram uma experiência parecida puderam se identificar com esse padrão de acontecimentos até poderem assumir a própria sexualidade e, infelizmente, alguns sequer conseguem fazer isso. O próprio Eric passou muito tempo dentro do armário e só agora está se permitindo ser feliz, sendo quem é. Penso que o #orgulho é um dos movimentos mais importantes e necessários que existem, pois em meio a tanta luta, ele também é capaz de simbolizar a vitória que é conseguir passar por tudo isso sem se perder, e seguir em frente de cabeça erguida, ainda que todas essas experiências deixem marcas que talvez nunca poderão ser apagadas. E tenho que ser sincera em dizer que o autor acertou pelo menos nessa abordagem, pois Lucas, apesar de ser insuportável, é muito sincero quando descreve como aconteceu, o que sentiu e como lidou com isso. Foi a única coisa que senti ser realmente real.
"Fiz uma promessa que, se um dia contasse a minha história, gritaria logo nas primeiras páginas sobre o viado orgulhoso e nordestino que sou."
Infelizmente nem essa questão que mencionei acima, nem os textões disfarçados de diálogos e pensamentos filosóficos foram capazes de salvar a história, porque parecem palestras de coachs de internet tentando vender curso. Talvez se isso fosse integrado à história de outra forma pra fluir de um jeito mais natural, onde o autor quisesse causar a reflexão com base nas experiências dos personagens em vez de querer ensinar alguma coisa com essas lições prontas, funcionaria melhor. Separei um trecho de uma cena onde Lucas cai no chão que deve explicar o que quero dizer sobre o exagero e como esse tipo de coisa é inserida de qualquer jeito, em qualquer brecha, do nada:
"Na hora, nem percebo que meus joelhos ficam ralados. Minha maior preocupação é manter o celular intacto. E não me envergonho disso, tá? É um comportamento absolutamente aceitável quando nos enxergamos como meros produtos de uma sociedade regida pelo capitalismo brutal, onde as elites controlam os meios de produção e, pros pobres coitados como você e eu, resta a eterna desventura de tentar preservar os bens de consumo adquiridos com tanto esforço."
Por mais que a informação acima seja um fato, não vejo como isso cabe nessa história. Se eu quisesse ler sobre o capitalismo e como ele é o maior vilão da sociedade, o último lugar que eu ia procurar informações sobre seria num livro jovem adulto com romance de conto de fadas gay. É meio desanimador pegar um livro esperando ler uma história divertida, achar que vamos dar um rolê pelo nordeste afora, e ter que ficar se deparando com esses discursos gratuitos a todo momento vindo de um personagem que só tem como característica marcante ser gay, dar chilique e ficar militando sem parar. Lucas, meu filho, descansa.

Talvez eu apenas não seja o público alvo desse tipo de história pra simplesmente ignorar todos esses pontos como se não fossem problemáticos pra mim, e acho que outros leitores mais jovens e que se identifiquem mais tirem um maior proveito, então nada melhor do que ler e tirar as próprias conclusões. Os fãs que me perdoem, mas o problema maior foi a necessidade de eu ter que espremer a história até conseguir extrair alguma mínima coisa que fosse boa, e quando chega ao ponto do leitor precisar fazer todo esse esforço, acho que a coisa já desandou e não vale a pena.

Novidades de Fevereiro - Seguinte e Paralela

6 de fevereiro de 2023

Seguinte

Contos e Lendas Afro-brasileiros - Reginaldo Prandi (16/02/2023)
Adetutu, uma jovem mãe africana, é aprisionada por caçadores de escravos e transportada ao Brasil em um navio negreiro. Durante a viagem, ela sonha com a origem do mundo, criado pelos orixás, deuses de seu povo. Em seu sonho, ela torce por Oxalá, ganha a cumplicidade de Exu, vibra com a atuação de Xangô, emociona-se com Iemanjá.
Numa sacolinha que leva pendurada no pescoço, Adetutu guarda em segredo pequenas lembranças, presentes recebidos dos orixás. Ela usará a sabedoria desses segredos trinta anos depois, já no Brasil.
Os contos e lendas apresentados nesse livro fazem parte do patrimônio mitológico iorubá que o Brasil herdou da África e que aqui se preservou ao longo de mais de um século, contado de boca em boca, transmitido de geração a geração. E que hoje é parte constitutiva da nossa cultura.

Indicado para leitores a partir de 9 anos.
Boletinhos - Alan Soares (28/02/2023)
O primeiro emprego, os boletos que não param de chegar, as contas que não fecham, a vida social atribulada... Pois é, ninguém falou que ser adulto era fácil, mas você não precisa passar por esse momento sozinho.
Boletinhos é o guia perfeito para te acompanhar nessa jornada. O livro explica de forma clara e descontraída como organizar as suas finanças, economizar um pouquinho todo mês e criar hábitos financeiros mais saudáveis. E, como a vida vai muito além do dinheiro, você também vai encontrar orientações sobre assuntos que sempre causam confusão: como montar o currículo perfeitoC Como declarar o imposto de rendaD Dá para começar a investir já no início da carreirab
Alan Soares criou o @boletinhos para levar aos jovens informações mais acessíveis sobre finanças. Agora a página no Instagram virou este guia que mostra como a vida adulta, apesar de complicada, também pode ser a nossa melhor fase – com independência e liberdade para trilharmos o nosso caminho.

Paralela

Um Pouco de Aventura - Christina Lauren (14/02/2023)
Ser filha do famoso caçador de tesouros Duke Wilder deixou Lily sem paciência para essa profissão – e sem dinheiro no banco. Mas ela é sagaz e agora usa os mapas do pai para guiar turistas que buscam "deixar o conforto para trás" e caçar um tesouro de mentirinha no interior de Utah. Tudo vai bem até que o homem que ela amou um dia retorna à sua vida, pronto para explorar o deserto.
Quando Leo Grady vê seu primeiro e único amor aparecer diante dele, pensa que pode ser uma miragem, apesar de mal ter saído da cidade. Mas Lily é real, e Leo está disposto a esquecer o passado e se reconectar com ela. Lily, entretanto, deixa bem claro que isso não vai acontecer.
Porém, quando a viagem dá errado, o grupo é forçado a se perguntar se os mapas de Duke de fato indicam o caminho para um tesouro. Só Leo e Lily podem descobrir a verdade. Sozinhos sob as estrelas nos perigosos labirintos das Canyonlands, eles devem decidir se querem arriscar a vida e o coração para viver uma aventura inesquecível.

Almanaque Heartstopper - Alice Oseman

17 de janeiro de 2023

Título:
 Almanaque Heartstopper
Autora: Alice Oseman
Editora: Seguinte
Gênero: HQ/Romance/Juvenil
Ano: 2022
Páginas: 160
Nota:★★★★☆
Sinopse: Você já parou para pensar se tem mais a ver com Nick ou com Charlie? E o que a Turma de Paris faz em cada estação do ano? Ou mesmo como nossos personagens favoritos eram nos primeiros rascunhos de Alice Oseman? Este livro contém todas as respostas – e muito mais!
Este almanaque é a leitura ideal para todo leitor apaixonado pelo universo de Heartstopper. Entre ilustrações divertidas – já imaginou o Nick com asas? –, textos inéditos e atividades interativas, Alice Oseman nos conduz pelo universo apaixonante desta história que já conquistou milhões de leitores ao redor do mundo.

Resenha: Almanaque Heartsopper é um copilado de informações sobre o processo criativo de Alice Oseman ao criar esse universo tão queridinho pelos leitores.

Ele funciona mais como um guia onde a autora conta quando começou a ilustrar os personagens lá em 2013 até 2021 (quando os quadrinhos viraram série na Netflix), assim como as mudanças e aperfeiçoamentos que fez ao longo do tempo pra deixá-los com essas carinhas fofas e carismáticas que conhecemos. Além disso, ela também deixa uma ficha de perfil pra cada um, mostrando curiosidades sobre as coisas que gostam e não gostam, incluindo uma ilustração de um player com o nome da música preferida deles, além de um resumo sobre o papel desse personagem na história e um pouquinho sobre sua personalidade e comportamento.
A autora fala sobre a importância de ter feito ilustrações e personagens que representem o orgulho LGBTQIAPN+, como ainda existe um caminho longo a ser percorrido em busca dos direitos trans e a necessidade de se fazer reformas nas leis para que haja o reconhecimento de gênero dessas pessoas para que sejam tratadas de forma igualitária na sociedade.
O almanaque não traz uma história como nos outros livros porque a ideia é realmente mostrar o processo criativo desse universo, mas traz dois mini contos bem curtinhos sobre os professores Farouk e Ajayi, de Tara e Darcy e, claro, de Nick e Charlie, que complementam um pouquinho aquilo que os fãs já conhecem e dão aquele quentinho no coração.
O livro é todo colorido e o uso de cores em tons pastel só deixa a coisa ainda mais fofa do que já é. Tem até um pequeno teste pra descobrirmos se somos mais parecidos com Nick ou Charlis de acordo com suas preferências. A autora capricha nas ilustrações temáticas das estações do ano ou de algum evento, como Natal e Halloween, e ainda mostra outros cenários de universos alternativos que já deixa o leitor imaginando um milhão de possibilidades onde a história poderia se passar. A criação dos cômodos das casas e suas inspirações que servem de cenário para a história também é super legal, a ideia de trazer mais sobre a composição familiar e a árvore genealógica dos meninos é muito interessante, e de bônus a autora ainda traz um pequeno tutorial de como desenhar os personagens.
No final a vontade de reler a série é inevitável, assim como conhecer os outros livros da autora que tem esses outros personagens como protagonistas.

Não digo que seja um livro essencial porque ele realmente funciona como uma apresentação dos livros de Heartstopper (ou pra matar a saudade de quem já leu tudo), tanto que pode ser lido em coisa de meia hora, mas pra quem tem curiosidade sobre os livros da autora e quer saber sobre os personagens e a criação deles de uma forma mais resumida antes de sair comprando tudo, talvez seja uma boa dar uma lida pra ter certeza de que é algo do seu estilo.
Agora, pra quem realmente é fã da autora e desse universo tão inclusivo e cheio de representatividade que ela criou, acho que a leitura não é só recomendada, como é um item pra se colecionar e guardar no coração.

Eu Beijei Shara Wheeler - Casey McQuiston

15 de dezembro de 2022

Título:
Eu Beijei Shara Wheeler
Autora: Casey McQuiston
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem adulto/Romance
Ano: 2022
Páginas: 352
Nota:★★★★☆
Sinopse: Chloe Green está a um passo de terminar o ensino médio e deixar False Beach, a cidadezinha ultraconservadora onde vive, para trás. Mas, antes disso, ela tem um último objetivo a cumprir: ser eleita a melhor aluna do colégio e a oradora da turma. Seu único obstáculo? Shara Wheeler, a garota mais popular da cidade, que arranca suspiros por onde passa.
Só que, faltando pouco mais de um mês para a formatura, Shara simplesmente desaparece. Todos são pegos de surpresa, mas Chloe tem um motivo a mais para ficar chocada: um dia antes, Shara a tinha beijado na boca sem maiores explicações.
Decidida a encontrá-la para tirar a história a limpo, Chloe logo se vê em uma busca bastante inusitada: Shara espalhou vários cartões pela cidade, dando pistas sobre o seu paradeiro e revelando uma personalidade até então desconhecida ― e que pode mudar completamente os planos de Chloe.

Resenha: Faz quatro anos que Chloe e suas mães saíram do sul da Califórnia para irem viver em False Beach, Alabama, uma cidadezinha ultraconservadora que não aceita muito bem nada que foge do tradicional. Agora, Chloe não vê a hora de se formar no ensino médio e dar no pé rumo a faculdade. Frequentar a Escola Cristã Willowgroove, uma escola conservadora, ainda mais dada sua composição familiar, não é nada fácil, mas o que mais preocupa e desperta o espírito de competição em Chloe, é a rivalidade entre ela e Shara Wheeler, a it-girl da escola e garota mais popular da cidade. Chloe está muito perto de vencer Shara se tornando a oradora da turma e terminar o ano com chave de ouro, mas faltando pouco mais de um mês pra formatura, Shara simplesmente desaparece. Como se isso já não fosse suspeito o bastante, Shara ainda lascou um beijo em Chloe sem maiores explicações antes de sumir no mundo, deixando a garota a beira de um ataque de nervos, chocada.

Depois de descobrir que Shara também beijou Rory, o vizinho, Chloe se junta a ele e invadem a casa da desaparecida em busca de pistas, e após isso eles tem a ideia de procurar o namorado de Shara para tentar decifrar as cartas que receberam. A partir daí, os três se juntam para formar uma aliança improvável numa tentativa de descobrir mais pistas sobre o paradeiro de Shara e solucionar esse verdadeiro mistério, e pra isso eles vão sair por aí invadindo todos os lugares possíveis e inesperados em busca de qualquer informação. Até que Chloe começa a perceber que Shara, através de pequenos detalhes encontrados, é bem diferente e parece ter mais camadas do que ela pensou, e que talvez ela devesse dar uma chance pra si mesma de permanecer em False Beach.

Narrado em terceira pessoa, os capítulos são curtos e bem fluídos, bem no estilo divertido, queer, atraente e emocionante da autora. Os capítulos vem em forma de uma contagem, mostrando quantos dias Shara está sumida e quantos dias faltam para a formatura.
Quem gosta da autora e acompanha seus livros já deve ter percebido que a construção dos personagens é a alma do negócio. São todos adoráveis, humanos, às vezes irritantes, e longes da perfeição. Mesmo que muito jovens, eles possuem camadas, são complexos em suas individualidades mas muito interessantes, cada um a sua maneira. Acompanhar o desenvolvimento da amizade, até então inimaginável, entre Chloe, Rory e Smith foi muito satisfatório, principalmente quando se trata de adolescentes que aprendem alguma coisa de útil com a experiência e demonstram inteligência. Chloe é sarcástica e as piadinhas em meio aos diálogos não abrem nenhuma brecha pra qualquer tédio durante a leitura, e achei que o bom humor ajudou bastante a trazer uma leveza para a trama de uma forma bem natural, mesmo quando alguns temas mais delicados, como racismo, homofibia e fanatismo religioso, eram abordados. A questão da cidade e a própria escola serem conservadoras acabam pesando nesses temas, pois vemos a influência da religião na educação e na maneira como os moradores se enxergam, logo também entramos na questão da criação da pessoa. A autora tem um cuidado muito grande em abordar o que a religião significa para os demais personagens que não são cristãos ou conservadores sem passar a ideia de que tudo é errado, ou de que tudo é preconceito, como se só existisse um lado da história, e isso acaba fazendo o leitor refletir sobre julgamentos. Há uma quantidade significativa de personagens queer, onde muito deles estavam em diferentes estágios de descoberta ou jornada sobre quem são e onde querem chegar dentro da comunidade.

Os momentos que a autora promove entre os amigos são engraçados, são sensíveis, há partes onde um apoia o outros em situações bem difíceis, e é impossível não torcer por eles a medida que eles vão sendo mais explorados e trazendo à tona as características de suas identidades e personalidades.

Confesso que Chloe não é uma personagem muito fácil de lidar, porque em alguns pontos a obsessão dela por Shara chega a ser meio esquisita e, às vezes, ela parece se achar superior aos outros por ter vindo da Califórnia a ponto de eu ficar a fim de dar um sacode nela. Outra coisa que me incomodou um pouco foi a questão da busca pelas pistas, que começa muito legal, mas vai chegando num ponto que se torna meio cansativa.

No mais, é um livro excelente sobre ser adolescente em processo de amadurecimento e descobertas num momento de incertezas e dilemas, em meio a sentimentos conflitantes que vão se desencadeando a partir de novas experiências. É uma história sensível e emocionante sobre ser você mesmo, sobre ir atrás do que se quer, e, inesperadamente, encontrar no meio do caminho.

Destruidor de Espadas - Victoria Aveyard

14 de dezembro de 2022

Título:
Destruidor de Espadas - Realm Breaker #2
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Alta Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2022
Páginas: 560
Nota:★★★★☆
Sinopse: No segundo volume dessa fantasia épica viciante, Corayne chega mais perto de se tornar uma heroína ― mas uma nova ameaça está à espreita.
Corayne não imaginava o que vinha pela frente quando um imortal e uma assassina bateram à sua porta. Eles anunciaram que ela era a única capaz de deter Taristan, um homem sedento por poder que estava abrindo portais para outros mundos, lares de criaturas aterrorizantes. Desesperada por uma aventura, ela partiu determinada a cumprir essa missão, com a ajuda de uma espada especial e de um grupo improvável de aliados.
Depois de uma batalha que quase lhes custou a vida, Corayne e os Companheiros conseguiram fechar um dos portais. Mas eles sabem que essa guerra está longe de acabar… Afinal, Taristan avança ao lado da rainha Erida, conquistando mais e mais territórios pelo caminho.
Quando percebem que o cerco está se fechando, resta aos Companheiros formar seu próprio exército. Num esforço de unir reinos há muito tempo divididos, eles vão enfrentar assassinos ardilosos, feras terríveis e mares tempestuosos. Tudo isso enquanto descobrem da pior forma que Taristan libertou um perigo ancestral, capaz de colocar em risco até a vida dos guerreiros mais poderosos.

Resenha: Destruidor de Espadas, de Victoria Aveyard, é o segundo volume da trilogia Realm Breaker que dá continuidade aos acontecimentos de Destruidor de Mundos.

Essa resenha pode ter spoilers do primeiro livro.

Depois de vários portais que dão acesso a outros mundos perigosos terem sido abertos pelo rei Taristan para espalhar o caos, Corayne, portando a espada que pertenceu a seu pai, conseguiu fechar um dos Fusos por ser a única capaz de realizar tal feito. O Fuzo que fora fechado deixa de ser uma ameaça, mas há outros espalhados que precisam ser fechados também. Assim, Corayne e a guilda de heróis composta por Sorasa, Andry, Dom, Valtik, Sigil e Charlie, que passou a ser chamada de "Os Companheiros", precisam correr contra o tempo para impedir que o pior aconteça, o problema é que eles não precisam lidar apenas com as ambições e os planos terríveis de Taristan, mas também com a rainha Erida. Ela quer se tornar imperatriz de Todala e que todos se curvem aos seus pés, mesmo que pra isso ela precise derramar sangue de inocentes e o povo que lute.

Levando em consideração a escrita do primeiro livro e dos outros livros da autora, eu já esperava que esse seguiria o mesmo padrão, mas confesso que fiquei exausta com a leitura deste. Capítulos gigantescos, arrastados e intermináveis, com descrições minuciosas pra cada grão de poeira que aparece e que poderiam ser retiradas sem afetar a história tornando a leitura muito mais fluída e rápida, economizando pelo menos metade das páginas. Admito que talvez ela compense essa enrolação com cenas de ação e aventura bem emocionantes, mas não achei que o equilíbrio foi justo. Também fiquei com aquela sensação meio amarga de que a autora cria aquela tensão em uma situação desesperadora ou que envolva algum romance para ficarmos na expectativa mas nada de terrível acontece, então num certo ponto, quando aparece outra cena desesperadora, já não há mais espaço pra preocupações, pois já sabemos que não passa de mais um susto e que daqui a pouco passa. A reviravolta é legal, mas é previsível. A tensão "amorosa" (entre aspas mesmo, porque aquilo tá mais pra alguma doença) entre Taristan e Erida é sofrível, e o tempo que a autora enrola pra eles darem um beijo chega a dar vontade de desistir.
Outra coisa que não me desce de jeito nenhum é a forma como Taristan é um vilão caricato e genérico, e as motivações que ele tem pra atingir seus objetivos são ridículas. E tenho que ser sincera em dizer que odiei com todas as minhas forças a tirania de Erida e como foi forçada a ideia dela ser odiada pelos nobres só por ser mulher. Ah, vá... Ela é odiada porque é uma maníaca que sai despejando atrocidades por onde passa, mas ainda assim não consegui engolir essa figura de rainha má que ela faz tanta questão de mostrar pros outros porque me soou tudo muito gratuito, e a ideia dela ter uma dependência emocional do rei também não combina muito bem com essa opressão que ela sai espalhando e com a liberdade que ela sempre afirma ter.

O ponto alto pra mim, assim como no primeiro volume, foi a construção das relações entre os personagens. Os Companheiros, mesmo que em maioria sejam super estereotipados dentro de suas funções, são leais uns aos outros e se tornaram uma verdadeira família, e os momentos que eles passam juntos, seja enfrentando perigos e passando por provações, ou em momentos de pequenas descontrações e descanso, é muito legal de acompanhar, principalmente pelos diálogos bem humorados e inteligentes.
Há um contraste bem interessante entre os relacionamentos entre Corayne e Andry, e Sorasa e Dom, mas sem partir para o romance descarado e meloso. Enquanto o primeiro mostra o papel da juventude e como eles terão as vidas marcadas numa guerra enquanto mantém a esperança de que tudo vai dar certo no final, o segundo foca no peso das escolhas que são feitas a partir de uma vasta experiência de vida, logo há esse equilíbrio em vez de só focar num drama adolescente que ninguém aguenta mais, e muitas cenas são bem sensíveis e emocionantes. As coisas são bem sutis pois o que está em jogo é a vida das pessoas, e o romance eles resolvem depois. Prioridades... O que acho o máximo é que por mais que Dom e Sorasa vivam brigando, no fundo a gente sabe que eles se importam um com o outro e que mais cedo ou mais tarde eles vão ceder.

Enfim, não achei que esse segundo volume superou o primeiro em qualidade e emoção, mas foi uma boa continuação que só atiçou ainda mais minha curiosidade pelo desfecho que deve sair em 2023. Pra quem gosta de alta fantasia, RPG, guildas, campanhas e muitas reviravoltas de tirar o fôlego, são livros mais do que recomendados. Os pontos que, pra mim, foram negativos são super contornáveis quando pensamos na grandiosidade da história e do que aparentemente está por vir.

Fumaça Branca - Tiffany D. Jackson

13 de dezembro de 2022

Título:
Fumaça Branca
Autora: Tiffany D. Jackson
Editora: Seguinte
Gênero: Suspense/Terrror
Ano: 2022
Páginas: 320
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Mari não vê a hora de recomeçar. Prestes a se mudar com a família para uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos, tudo o que a garota quer é esquecer dos traumas e acreditar que o futuro lhe reserva algo melhor.
Porém, assim que chega a Cedarville, Mari nota que o lugar é um pouco estranho. Os vizinhos aparentam esconder algum segredo, e a casa onde a família vai morar ― uma construção antiga, enorme e suntuosa ― parece não receber bem os novos habitantes. Quando coisas incomuns começam a acontecer, como luzes que se apagam do nada e objetos que desaparecem, Mari se vê envolvida em uma perigosa teia de mistérios.
Mas talvez seja tudo fruto da sua imaginação. Afinal, se o pior já ficou para trás, nada mais pode dar errado…
Ou pode ?

Resenha: Marigold Anderson é uma adolescente que precisa de um novo rumo pra sua vida depois de sofrer uma overdose. Ela desenvolveu um trauma após uma infestação de percevejos e além de ter compulsão por limpeza, ela sofre de alguns transtornos psicológicos e, mesmo que tenha vontade de ficar limpa de qualquer tipo de droga depois daquele episódio, ela acredita que fumar maconha é o melhor remédio para tratar seu alto grau de ansiedade. Mari se muda com a família (sua mãe, seus irmãos, seu padrastro e a filha dele) para Cedarville, uma cidadezinha interiorana, para esse recomeço.
A fundação Sterling, num processo de gentrificação urbana, oferece uma casa histórica em reforma para a família de Mari desde que um membro da família contribua para a cidade de forma artística (a mãe de Mari é escritora), mas algo parece estar bem errado com a casa e com o bairro em si. As coisas somem, as luzes se apagam sozinhas, o porão trancado (onde eles são proibidos de ir) exala um cheiro de morte, os pedreiros fogem a partir de um determinado horário, os vizinhos são super desconfiados e estranhos, a cidade tem um histórico de violência assustador, e tudo isso deixa Mari muito intrigada. Mas a mudança era necessária, ou pelo menos é o que Marigold vem repetindo pra si mesma como parte do seu processo de cura. O que importa é que a família está confiante de que agora as coisas irão dar certo, e ignoram as coisas estranham que cercam o lugar. 

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Marigold, Fumaça Branca é um livro de suspense com cenas que causam desconforto e até revolta, pois além das cenas que deveriam ser assustadoras que se passam dentro da casa, os acontecimentos fora dela são absurdos e abordam temas pesados como uso de drogas, fanatismo religioso, racismo e outros mistérios que demonstram claramente que algo de muito errado vem acontecendo alí.

A escrita da autora é boa no que diz respeito aos mistérios e acontecimentos, mas além de não conseguir visualizar os detalhes do cenário e da casa propriamente dita por falta de melhores descrições, não consegui me conectar muito com a leitura pois todas as coisas estranhas que acontecem parecem ter o propósito de afastar o leitor em vez de manter a curiosidade dele, mesmo que haja temas importantes a serem discutidos sobre a sociedade num geral. Achei que o ritmo da história oscila bastante e não mantém um padrão de acontecimentos, principalmente porque termina de forma abrupta e deixa o leitor sem respostas (e sem acreditar). Eu não sei se a experiência com livros de terror mais assustadores pode ter comprometido minha experiência com a leitura deste, mas fiquei com aquela sensação de que, apesar da história trazer aquela atmosfera sobrenatural, não era realmente assustadora o suficiente, só desconfortável. É como se a autora quisesse misturar os traumas da protagonista com o uso de drogas a ponto dela não saber o que é realidade e fantasia, e como a narrativa é em primeira pessoa, não sabemos se podemos confiar na palavra dela. Por um lado isso é muito interessante pois ficamos tentando decifrar as coisas junto com Mari, mas a quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo acaba trazendo mais confusão do que entendimento.

Mari é totalmente paranoica com a questão dos percevejos e de limpeza, o que é doentio, e em meio a narrativa sempre há uma nota dela fazendo alguma observação sobre eles, mostrando o quanto esse "tique" causa incômodo e pavor tanto nela quanto no leitor.

A dinâmica da família de Mari era interessante, pelo menos inicialmente quando eles se mudam com um propósito, mas depois as coisas começam a ficar estranhas, os problemas vão aparecendo e o único sentimento que tive foi uma grande antipatia por todos eles, mesmo que a vontade deles fosse de recomeçar.

A autora fala muito sobre a questão da revitalização e habitação do bairro, a criminalização de drogas e a prisão em massa das pessoas, e como as pessoas podem ser cruéis quando são beneficiadas de alguma forma, e de outro lado ela fala sobre esse lado sombrio dos fantasmas que tornam a casa "mal-assombrada", e fiquei com aquela sensação de que a autora quis abordar mais temas do que a história comporta, e no final nenhum deles teve o devido aprofundamento. Não achei que o aspecto sobrenatural combinou com as questões sociais levantadas aqui. Imagino que possa ser um livro pra quem tem curiosidade pelo gênero de terror e suspense, que incomode, mas não queira nada muito apavorante ou cheio de reviravoltas.

Vermelho, Branco e Sangue Azul (Ed. de colecionador) - Casey McQuiston

10 de dezembro de 2022

Título:
Vermelho, Branco e Sangue Azul (Ed. de colecionador)
Autora: Casey McQuiston
Editora: Seguinte
Gênero: New Adult/Romance
Ano: 2022
Páginas: 416
Nota:★★★★★
Sinopse: O que pode acontecer quando o filho da presidente dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra?
Quando sua mãe foi eleita presidente dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja.
Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado - e que ele não suporta.
O encontro entre os dois sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois.
Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar - e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?

Resenha: Neste mês de dezembro de 2022, a Seguinte lançou uma nova edição de Vermelho, Branco e Sangue Azul, da autora Casey McQuiston. A história conquistou milhares de leitores no Brasil e agora chega com capa dura, novo design, guardas ilustradas, laterais coloridas, páginas amarelas, e ainda tráz um capítulo inédito narrado pelo ponto de vista de Henry.

Alex é o filho da presidente dos Estados Unidos. Queridinho pela mídia, bonito, talentoso e carismático, o jovem já faz parte do meio político e tem tudo para se dar bem se seguir os passos da mãe. Quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, ele não esperava ter que lidar com Henry, irmão do príncipe e que é sempre comparado a Alex, o que ele ODEIA e faz com que ele o considere uma enorme pedra em seu sapato. Até que uma situação inusitada faz com que eles pareçam inimigos frente à mídia, causando ameaças aos acordos entre os governos dos países. A fim de evitar maiores problemas, eles são obrigados a se comportar como se fossem melhores amigos para manter as aparências e afastar qualquer fofoca, mas esse lance vai acabar fazendo com que os dois se aproximem mais do que pensaram ser possível...

Já trouxe a resenha do livro no blog em 2020, clique aqui pra conferir, mas não resisti a essa edição lindíssima e tive que incluí-la na coleção. Então, vim deixar fotos pra vocês ficarem babando como eu fiquei, espiem:











Realmente a edição está uma riqueza só. Capa dura, gramatura das páginas excelente, ilustrações super fofas nas guardas (a parte interna da capa), laterais coloridas fazendo um degradê entre o vermelho e o azul, enfim... É aquela edição que não pode faltar na estante de quem é fã.

Novidade de Dezembro - Seguinte

3 de dezembro de 2022

Vermelho, Branco e Sangue Azul - (Edição de Colecionador) - Casey McQuiston (12/12/2022)
O que pode acontecer quando o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra?
Quando sua mãe foi eleita presidenta dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja. Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado – e que ele não suporta.
O encontro sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois. Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos, e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar – e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?

Novidades de Novembro - Seguinte

3 de novembro de 2022

Um Sonho em Tóquio - Uma Princesa em Tóquio #2 - Emiko Jean (08/11/2022)
Quando Izumi Tanaka descobriu que seu pai era o príncipe herdeiro do Japão, ela precisou se adaptar depressa à vida em outro país – e em meio à realeza. Não foi nada fácil, mas depois de enfrentar primos antipáticos (e interesseiros), uma imprensa fofoqueira e alguns escândalos imperiais, parece que Izzy finalmente encontrou seu lugar como princesa em Tóquio.
Para melhorar, sua mãe e Tamagotchi, seu cachorro, estão passando uma temporada no país. E seu namoro não poderia estar melhor! Aliás, o clima de romance está no ar no palácio, já que seus pais retomaram o relacionamento. Mas, quando o casal começa a falar em se casar, o conselho imperial não parece nada animado com a ideia...
Na tentativa de ajudar os pais a conquistarem o "felizes para sempre" que merecem, Izumi bola um plano de se tornar a princesa perfeita. Mas será que vai conseguir segui-lo sem sacrificar quem ela é de verdade.

Fumaça Branca - Tiffany D. Jackson (10/11/2022)
Mari não vê a hora de recomeçar. Prestes a se mudar com a família para uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos, tudo o que a garota quer é esquecer dos traumas e acreditar que o futuro lhe reserva algo melhor.
Porém, assim que chega a Cedarville, Mari nota que o lugar é um pouco estranho. Os vizinhos aparentam esconder algum segredo, e a casa onde a família vai morar – uma construção antiga, enorme e suntuosa – parece não receber bem os novos habitantes. Quando coisas incomuns começam a acontecer, como luzes que se apagam do nada e objetos que desaparecem, Mari se vê envolvida em uma perigosa teia de mistérios.
Mas talvez seja tudo fruto da sua imaginação. Afinal, se o pior já ficou para trás, nada mais pode dar errado...
Ou pode...

Um Passo de Cada Vez - Iris Figueiredo (18/11/2022)
Mari mal se lembra da última vez que se sentiu bem dentro da escola. Desde que seus colegas começaram a espalhar boatos horríveis a seu respeito, ela está mais sozinha do que nunca. E, para aguentar os meses que restam até o fim das aulas, ela só pode contar com as músicas do Tempest, que não saem dos seus fones de ouvido.
Quando a banda anuncia um show na sua cidade, Mari decide fazer de tudo para viver esse momento – e compartilhá-lo com outros fãs. A partir daí, os vídeos que posta despretensiosamente na internet passam a ter mais e mais alcance, ela conhece um garoto que faz seu coração acelerar como uma batida de rock, e novas possibilidades surgem para seu futuro. Mas será que Mari conseguirá dar esses novos passos enquanto guarda tantas feridas de seu passado?

Novidade de Outubro - Seguinte

5 de outubro de 2022

Almanaque Heartstopper - Alice Oseman (28/10/2022)
Você já parou para pensar se tem mais a ver com Nick ou com Charlie? E o que a Turma de Paris faz em cada estação do ano? Ou mesmo como nossos personagens favoritos eram nos primeiros rascunhos de Alice Oseman? Este livro contém todas as respostas – e muito mais!
Este almanaque é a leitura ideal para todo leitor apaixonado pelo universo de Heartstopper. Entre ilustrações divertidas – já imaginou o Nick com asas? –, textos inéditos e atividades interativas, Alice Oseman nos conduz pelo universo apaixonante desta história que já conquistou milhões de leitores ao redor do mundo.

O que Dizem as Estrelas - Luly Trigo

19 de setembro de 2022

Título:
 O que Dizem as Estrelas: Contos Astrológicos
Autora: Luly Trigo
Editora: Seguinte
Gênero: Contos/Juvenil/Astrologia
Ano: 2022
Páginas: 384
Nota:★★★★☆
Sinopse: Todo mundo já ouviu falar que as pessoas do signo de câncer são choronas; as de touro, comilonas; as de libra, indecisas… Mas será que é apenas isso que os signos representam?
Nesta antologia, você vai encontrar doze histórias, cada uma acompanhando um protagonista de um signo solar diferente ― todos eles moradores do mesmo prédio, o edifício Cosmos. Ali, os conflitos são vários: mudança de casa, problemas na escola, desentendimentos com os amigos, romances surgindo e chegando ao fim… Enquanto mergulha nos dramas de cada personagem, você vai perceber que os signos do zodíaco são repletos de nuances, luzes e sombras, que podem nos ajudar a entender quem realmente somos.
Ao final de cada astroconto, você ainda encontra um texto explicativo sobre como a energia daquele signo pode afetar determinada área da sua vida ― afinal, todos temos um pouco de cada signo no nosso mapa.

Resenha: Publicado pela Editora Seguinte, O que Dizem as Estrelas é um complilado de doze contos, um pra cada signo do zodíaco, escrito pela autora Luly Trigo.

Aqui os personagens são moradores do edifício Cosmos. Cada um deles vai enfrentar uma situação diferente e lidar com elas de acordo com sua personalidade, cujo signo tem a devida influência. O conto em si abordar questões referentes à astrologia propriamente dita, nem dará informações estereotipadas sobre o assuntro, mas vai narrar alguma situação específica onde o personagem vai mostrar quem ele é a partir de suas atitudes, com suas qualidades e defeitos, vai se encaixando nas características do signo em questão enquanto surge alguma lição que o faça enxergar e tentar aprender com os próprios erros. Somente ao final do conto a autora inclui um texto se aprofundando um pouco mais nas características do tal signo e, aí sim, o leitor pode tirar as próprias conclusões e perceber como o comportamento e a personalidade da personagem fazem mais sentido considerando o zodíaco.

Logo no início a autora já deixa a observação sobre o livro não ser um estudo aprofundado dos signos e suas características, pois a ideia é oferecer uma história leve e divertida aos leitores, mas vou ser sincera em dizer que a pegada adolescente dos contos não me envolveu muito, principalmente pela maioria dos personagens serem um tanto imaturos e com dilemas que, pra mim, são bem fúteis. Mas isso também se dá pelo fato de eu ter nascido lá em meados da década de 80 e não fazer parte do público alvo do livro. Talvez, se eu ainda estivesse naquela fase de ler as Todateens e as Caprichos da vida, eu teria gostado muito mais.

Mas fora isso, como boa taurina que sou, paciente, zen e jovem mística que acredita nesse rolê todo, eu gostei muito da forma como a autora combinou as características dos signos com seus personagens e suas personalidades sem forçar nada, e tudo ser o mais natural possível. Fiquei imaginando a quantidade de livros que já li na minha vida e nunca pensei que um personagem se comporta de tal forma ou toma determinadas decisões por ter alguma influência astrológica. Acho que vou começar a reparar nisso agora e tentar fazer esse tipo de identificação XD

A leitura é leve e tem uma linguagem super fácil, os contos são curtos e eles trazem todo tipo de representatividade. Logo no primeiro conto, Áries, conhecemos Vivi e sua namorada Irena, que estão se desentendendo por Vivi ser muito mandona, querer controlar tudo e ficar irritada e emburrada quando um trabalho de escola feito em grupo não sai como ela gostaria.
No conto de Touro, Eloá é uma garota de quinze anos que anda chateada por ter saído do aconchego da casa onde morava no interior e ter se mudado com a mãe pra um apartamento na loucura da cidade, e agora anda sofrendo horrores por ter saído de sua zona de conforto e ainda ter que se desfazer de parte de sua coleção de livros que ela é tão apegada por falta de espaço. Eu te entendo, Eloá... Essa também sou eu.
Não vou me aprofundar em todos os contos pra resenha não ficar enorme, mas, basicamente, cada conto traz uma historinha onde a personalidade e comportamento dos protagonistas se encaixam com as características do signo em questão.

Uma observação é que no edifício há um personagem em comum que aparece nos contos, seu Gabriel, o porteiro do prédio. Esse "seu" de início me fez imaginar um senhor de uns 60 ou 70 anos, mas fiquei em choque que ele tem míseros 30.

O que Dizem as Estrelas é um livro juvenil, mas que pode muito bem ser indicado pra sair daquela ressaca literária, ou quando procuramos por algo leve e descontraído pra ler sem muitas pretensões. Independente do leitor acreditar ou não em signos, os contos são simples e esses detalhes astrológicos só vão servir como um elemento a mais pra quem gosta do tema e identifica essas características.

Novidade de Setembro - Seguinte

7 de setembro de 2022

Destruidor de Espadas - Destruidor de Mundos #2 - Victoria Aveyard (05/09/2022)
Corayne não imaginava o que vinha pela frente quando um imortal e uma assassina bateram à sua porta. Eles anunciaram que ela era a única capaz de deter Taristan, um homem sedento por poder que estava abrindo portais para outros mundos, lares de criaturas aterrorizantes. Desesperada por uma aventura, ela partiu determinada a cumprir essa missão, com a ajuda de uma espada especial e de um grupo improvável de aliados.
Depois de uma batalha que quase lhes custou a vida, Corayne e os Companheiros conseguiram fechar um dos portais. Mas eles sabem que essa guerra está longe de acabar... Afinal, Taristan avança ao lado da rainha Erida, conquistando mais e mais territórios pelo caminho.
Quando percebem que o cerco está se fechando, resta aos Companheiros formar seu próprio exército. Num esforço de unir reinos há muito tempo divididos, eles vão enfrentar assassinos ardilosos, feras terríveis e mares tempestuosos. Tudo isso enquanto descobrem da pior forma que Taristan libertou um perigo ancestral, capaz de colocar em risco até a vida dos guerreiros mais poderosos.

A Ponte Entre Reinos - Danielle L. Jensen

11 de agosto de 2022

Título:
A Ponte Entre Reinos - 
A Ponte Entre Reinos #1
Autora: Danielle L. Jensen
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Fantasia/New Adult
Ano: 2022
Páginas: 416
Nota:★★★★☆
Sinopse: Lara é uma princesa treinada para ser uma espiã letal. Ela tem duas certezas: 1) o rei Aren de Ithicana é seu maior inimigo; 2) ela será a responsável por destruí-lo.
Por ser a única rota possível num mundo assolado por tempestades, a ponte de Ithicana gera poder e riqueza — e a miséria dos territórios vizinhos, entre eles a terra natal de Lara. Então, quando é enviada para cumprir um acordo de paz e se casar com Aren, Lara está decidida a descobrir todas as fraquezas desse reino impenetrável.
Mas, conforme se infiltra em seu novo lar e entende o preço que Ithicana paga para manter o controle da ponte, Lara começa a questionar suas convicções. E, quando seus sentimentos por Aren passam da hostilidade para uma paixão intensa, ela terá de escolher qual reino vai salvar — e qual vai destruir.

Resenha: Localizado ao sul, Maridrina é um reino de miséria, onde a fome e a escassez assolam a população. Em contrapartida, os reinos do norte possuem muita fartura, e as pessoas vivem com o mínimo de dignidade. Porém, por serem reinos continentais, Maridrina e Harendell estão divididos por mares muito extensos, que na maior parte do ano são tempestuosos e mortais, o que invibializa a navegação para realizar rotas comerciais para que o reino do sul receba os suprimentos necessários para a sobrevivência do povo. Entre os continentes, existe o reino de Ithicana, ou o Reino da Ponte, formado por pequenas ilhas compostas por áreas selvagens, perigosas e infestadas por cobras. Essas ilhas cortam o oceano, o que possibilitou a criação de uma ponte imensa que faz a ligação entre os dois continentes. Mas, supostamente, não é isso o que acontece por causa do rei de Ithicana, que tem controle sobre o único meio de acesso que existe, impedindo a prosperidade em Maridrina. A ponte permite o comércio entre reinos vizinhos, e quem controla a ponte controla o comércio.

O rei de Maridrina, Silas, teve vinte filhas com suas concubinas. Desde crianças todas elas viveram reclusas no Deserto Vermelho, sendo submetidas a um treinamento intenso para se tornar espiãs e assassinas letais. Elas passaram a vida inteira acreditando que a miséria que assola Maridrina era culpa do rei tirano e cruel de Ithicana, e que a única forma de salvar seu povo era forjar uma aliança entre os reinos. Assim, por meio de um tratado de paz feito com o reino inimigo, uma das princesas foi prometida em casamento com Aren Kertell, o 37º rei de Ithicana, sem que ele soubesse qual das filhas seria, mas a verdadeira missão por trás desse casamento arranjado era que a princesa escolhida se infiltrasse, usasse suas habilidades secretas de espiã para descobrir as fraquezas do reino, e assassinar Aren para que a ponte fosse invadida e tomada. Após um evento único, Lara Veliant, aos vinte anos, foi a princesa escolhida para cumprir as ordens do pai.

Quando Lara chega a Ithicana com ódio no coração, ela espera viver os piores dias de sua vida até que acabasse com a vida do marido mas, com o passar do tempo, ela percebe que o rei não é nada parecido com quem ela pensava. Aren é leal, corajoso, inteligente e honrado, muito diferente do monstro que ela foi levada a acreditar que ele seria, e que havia algo muito maior por trás do controle da ponte que ela não fazia a menor ideia. O misto de sentimentos que ela passou a ter diante de sua nova condição e das descobertas que fez muda, fazendo com que ela passe a questionar as próprias convicções. A medida que a verdade dolorosa sobre o conflito político dos reinos vem à tona, Lara percebe que as consequências do plano de seu pai serão inevitáveis, e ela vai precisar decidir de que lado irá ficar e por quem lutará.

Antes de mais nada, por mais que a autora tenha classificado o livro como uma "fantasia realista", não acho que A Ponte Entre Reinos seja um livro de fantasia. Magia, elementos sobrenaturais, seres mágicos e afins passam longe daqui. O único elemento de "fantasia" no livro é o mundo alternativo (e bem interessante) que a autora criou pra servir como pano de fundo para o romance entre Lara e Aren em meio a uma trama política cheia de segredos obscuros e absurdos.

Narrado em terceira pessoa e com capítulos que se alternam entre Lara e Aren, o livro instiga o leitor, seja pela curiosidade pela criação do universo de Maridrina e a Ponte que conecta os reinos, assim como o desenvolvimento do romance, aparentemente improvável, entre dois inimigos declarados.
Lara é uma personagem que claramente foi criada para ser forte, fodona e admirável, assim como Aren está alí pra arrancar suspiros com sua bravura feat. gostosura, mas me incomodou um pouco o fato da autora colocar várias conveniências no meio dos acontecimentos pra evidenciar algumas características ou facilitar algumas situações. Lara, mesmo que seja inteligente e sagaz, passa muuuito tempo se fingindo de boba pra não levantar suspeitas, então sobra pouco espaço pra vermos ela demonstrar suas habilidades mortais, e eu senti falta de ver ela em ação pra mostrar o quanto é destemida como a autora apresentou. Por mais que os diálogos e a interação entre o casal fossem dinâmicas e interessantes, a desconfiança entre eles seja genuína, e a alternância das narrativas mostre o ponto de vista de um sobre o outro para sabermos o que se passa na cabeça de cada um, Aren percebeu que estava apaixonado do nada, sem que houvesse um desenvolvimento sólido que justificasse ele ter chegado a essa conclusão. As cenas calientes entre os dois começam a surgir de repente, e cheguei a me perguntar o que eu perdi por não ter entendido como aquilo aconteceu, e por isso achei o romance meio superficial.

Os pequenos momentos de alívio cômico ficam com a avó de Aren, uma velha obcecada com os dentes alheios e que passa horas no banheiro sentada no "trono". Os personagens secundários são bem construidos e tem uma boa presença, principalmente Ahnna, a irmã de Aren que faz parte da guarda do reino e parece esconder muitas coisas. A ambientação, às vezes, é um pouco confusa e em alguns pontos eu não sabia se os personagens estavam em terra firme ou se estavam navegando por aí, só sei que eles enfrentavam bichos e perigos onde estivessem.

A escrita flui bem e é descomplicada, e a história, mesmo que tenha suas falhas, é interessante, e por mais que o clichê do enemies to lovers, casamento arranjado e traições necessárias para um bem maior sejam fatores que estejam presentes, é uma leitura que vale a pena e envolve do começo ao fim. Nas últimas páginas eu comecei a suspeitar da índole de uma personagem em específico, mas as reviravoltas acabaram com minhas suspeitas e percebi que o livro não é nada previsível.

O final fica totalmente em aberto deixando os leitores com a cara na poeira, desesperados pela continuação, loucos pra saber o que vai acontecer, e como Lara vai meter a cara pra conseguir resolver o problema estratosférico envolvendo Aren, Silas e o futuro dos reinos. Sendo assim, pra quem gostou e se empolgou com a história, só resta pedir pelamordedeus pra Seguinte não demorar a publicar o segundo volume, The Traitor Queen. E eu estou bem curiosa.


A Ponte Entre Reinos é o primeiro volume da série (ainda não finalizada) de mesmo nome, escrita pela autora Danielle L. Jensen. Embora a história se passe no mesmo universo, os dois primeiros volumes (A Ponte Entre Reinos e The Traitor Queen), assim como o volume extra (#3.5 The Calm Before the Storm), são dedicados a contar a história de Lara e Aren. The Inadequate Heir, o terceiro livro, traz a história das personagens Keris e Zarrah, até então. Atualmente a autora está escrevendo o quarto volume, que dá continuidade à história das mesmas personagens do terceiro livro, mas ele ainda não possui título definido.