Na Telinha - Origin (1ª temporada)

2 de março de 2019

Título: Origin (Origin)
Temporada: 1 | Episódios: 10
Elenco: Natalia Tena, Tom Felton, Sen Mitsuji, Nora Arnezeder, Fraser James, Philipp Christopher, Madalyn Horcher, Siobhán Cullen, Adelayo Adedayo, Nina Wadia, Johannes Johannesson
Gênero: Suspense/Sci-Fi
Ano: 2018
Duração: 60min
Classificação: +14
Nota★★
Sinopse: Um grupo de estranhos descobre que se encontra abandonado em uma espaçonave a caminho de um planeta distante. Agora eles precisam trabalhar juntos para sobreviver, mas percebem que um deles não é quem diz ser.

O YouTube entrou na onda dos serviços de streaming e, para os usuários pagantes, como Youtube Originals, passou a oferecer algumas produções bem chamativas, principalmente devido ao elenco escolhido na primeira série que disponibilizaram, Origin.

A série conta a história de um grupo de estranhos que estão em busca de uma segunda chance para recomeçarem suas vidas. Eles participam de um programa da Siren Corporation e, assim, embarcam na nave Origin rumo ao planeta Thea. Porém, algo dá errado no caminho, alguma coisa invadiu a nave, os passageiros não estão mais sozinhos e agora precisam lidar com uma presença alienígena e perigosa que pode matar quem estiver em seu caminho. Agora, como sobreviventes dessa tragédia em pleno espaço, eles devem se unir para não só descobrir o que está acontecendo, mas como sair dessa enrascada, e identificar - e eliminar - quem se tornou o hospedeiro do alienígena.


Assim, os passageiros de uma das alas da nave "acordam" antes do tempo pré-determinado e se encontram sozinhos numa situação desconhecida e perigosa onde todos são suspeitos e nada confiáveis. Desde o início também podemos acompanhar os vários flashbacks da vida de cada um deles para mostrar o que eles faziam antes do embarque, e como foram parar naquela nave, e isso ajudou no aprofundamento dos personagens para que possamos conhecê-los melhor. Todos eles tinham algum problema ou trauma que não conseguiram superar e, na intenção de apagarem o passado, só queriam uma chance de recomeçar num lugar novo e bem longe.
E sim, é impossível não associar a premissa de Origin ao seriado Lost, porém a diferença é que os personagens, em vez de estarem numa ilha com direito a mistérios e fumaça preta, estão perdidos no espaço com um alienígena a solta que pode ser qualquer um dos passageiros.


Alguns personagens tem uma história bem trabalhada e complexa, com uma carga dramática intensa e bem construída, e isso os torna pessoas bem interessantes, mas outros nem tanto. Alguns nem chegam a viver muito para que suas histórias sejam contadas.
Logan, interpretado por Tom Felton, é um personagem que, inicialmente, parece ser um imbecil, mas quando acompanhamos sua história, entendemos que ele é um ótimo personagem. E isso também se aplica em Lana (Natalia Tena), que também tem uma história de vida interessante mas ao mesmo tempo triste, e a todos os outros que tem suas histórias contadas. Todos tem um passado doloroso e traumático em comum, porém, eles não compartilham isso entre si pois querem esconder e apagar o que viveram, e a qualquer sinal de que alguma informação possa vir à tona, eles ficam desesperados tentando impedir que algo sobre eles seja descoberto pelos outros. Cada um deles tem personalidade própria e características físicas ou psicológicas singulares, dando não só uma diversidade étnica aos personagens, como também levanta seus conflitos pessoais, envolvendo suas crenças, sexualidade, moralidade, problemas de comportamento, sentimentos inesperados e afins. Apresentar os personagens através de flashbacks foi uma maneira muito inteligente de mudar ou reforçar as primeiras impressões que eles passaram, pois se não vamos com a cara de alguém do começo, lá na frente sabemos o que ele passou na vida, e isso acaba despertando nossa simpatia (ou não).


O cenário escuro, com tons envelhecidos de verde e azul, dá um ar sombrio e misterioso à série, rendendo alguns bons momentos de tensão. As luzes e os efeitos especiais que remetem à tecnologia avançada reforçam o gênero sci-fi. Logo no primeiro episódio isso fica bem evidente, principalmente por mostrar cenas com muito sangue, feridas abertas, e outras bizarrices repulsivas e cheias de violentas. O começo tem um ritmo muito bom, mas a tentativa de manter isso até o final não foi tão bem sucedida como eu imaginei. Alguns episódios se arrastaram demais focando em personagens em busca de algo que nunca aparece, e na maioria das vezes há uma tentativa de criar uma expectativa pra nada, porque ficamos esperando algo acontecer e não acontece. A todo momento vem um "BAM", um barulhão alto e repentino pra intensificar uma situação onde nada está acontecendo, ou só pra tentar assustar o espectador a toa. Esse tipo de recurso sonoro, quando utilizado nos momentos certos, causam o efeito esperado, mas se utilizado da forma gratuita como foi feito aqui, só me fez revirar os olhos. Somado isso a atitudes exageradas, comportamentos e escolhas previsíveis, e repetição de erros toscos, o resultado não foi algo muito agradável de se acompanhar. Chegou num ponto que eu não esperava pelo próximo movimento ou ataque de alguém, eu esperava pelo "BAM". Tem muito mais ação nos flashbacks do que na corrida pela sobrevivência dentro da nave. Fazendo um contraste com o momento presente, as cenas dos flashbacks são bem coloridas e com tons mais vibrantes do que na nave.


Outro ponto problemático é que muita coisa acontece fora de cena, e isso foi um problema pois quando algumas coisas começam a se encaixar na tentativa de dar algumas poucas explicações, a sensação é de que tudo foi forçado a seguir por um caminho inesperado, porém desconexo, cujo único objetivo era surpreender o espectador. No final você pensa "WTF??". Muita coisa fica em aberto, inclusive o próprio final, então pra quem quiser saber o que diabos vai acontecer, vai mofar um pouquinho na espera da segunda temporada.


No mais, apesar de não ter sido uma série que tenha me surpreendido no quesito ação e suspense, valeu ter assistido só pelas mensagens passadas nas entrelinhas através dos dramas dos personagens, pois elas, sim, me fizeram refletir sobre algumas questões da própria humanidade e seus conflitos pessoais: Como podemos usar a tecnologia e a inteligência artificial a nosso favor, mantendo a moral e a ética? Como seria se tivéssemos uma segunda chance para recomeçar a vida? Até onde somos capazes de ir para reparar nossos piores erros?

Eu não curti a ponto de indicar. Achei que a série teve mais pontos negativos do que positivos, mesmo que tenha alguns méritos. O Youtube disponibilizou os primeiros episódios de graça para "degustação", e acho que dá pra ter noção do que esperar assistindo a esses, e tirando as próprias conclusões.

Resumo do Mês - Fevereiro

1 de março de 2019


Depois de pensar bastante sobre o que eu faria com o blog, decidi que não vou largar esse cantinho e que vou continuar me esforçando pra manter as coisas por aqui. Ainda não vai ser com a frequência que eu gostaria, afinal, eu ando saturada demais com essa rotina de ser mãe e dona de casa em tempo integral, fora outros problemas da vida, e acredito que enquanto o Ian não tiver seus três, quatro anos, é bem provável que as coisas continuem bem apertadas. Quem tem filho, sabe como é...

Sinto falta de quando o blog era super movimentado, crescia sem parar, tinha vários sorteios, tinha parceria com um monte de editoras legais, de receber vinte/trinta livros no mês, mas os tempos são outros e, hoje, não tenho como manter algo desse tamanho sozinha. Quando eu criei o blog eu tinha "só" duas filhas, mas tinha ajuda em casa, não ficava com tudo nas costas e tinha tempo pra fazer o que eu precisava sem problemas. Hoje, seis anos depois, são quatro filhos, três pequenos que me consomem 24hs por dia, não tenho ajuda em casa e se eu não me virar nos trinta, tudo desaba e vira um caos. Não é a toa que ando estressada, deprimida e com vontade de desistir, mas não quero desistir. Ainda não. Tanto que resolvi voltar com o Instagram do blog (que ficou um tempão largado e esquecido) e tô tentando me acostumar com essa rede social de fotos, mesmo que eu seja uma negação absoluta pra tirar fotos, nunca vi pior. Só preciso investir em alguns perequetês de enfeites fofos pra pelo menos tentar tirar umas fotos um pouco mais decentes com a câmera chula do meu J6, já que não tenho uma câmera profissional e super chiquenúrtima #apobre.

Enfim, aos poucos, as coisas vão melhorando e se encaixando. No final, vai dar tudo certo.

Bora ver o que teve no bloguito esse mês:

♥ Resenhas
- A Mecânica do Coração - Mathias Malzieu
- Os Tambores do Outono - Diana Gabaldon
- A Herdeira da Morte - Melinda Salisbury

♥ Games
- Don't Starve

♥ Wishlist
- Funkos de Chaves e Chapolin
- Funkos de Kubo and the Two Strings
- Funkos de Don't Starve

♥ Na Telinha
- Você (1ª Temporada)

♥ Top 10
- Filmes baseados em Livros na Netflix

♥ Anota aí
- Como enviar livros pelos Correios

♥ Caixa de Correio de Fevereiro


Caixa de Correio #84 - Fevereiro

28 de fevereiro de 2019

Esse mês, depois de séculos, comprei dois livritchos! Eu aqui doida pra vender meus livros encalhados e compro mais. Só Jesus pra ter misericórdia, viu... Mas valeu a pena, pois tô gostando bastante do Sem Coração, e o outro comprei com 50% de desconto e, claro, compensou. Falou em HP e o universo de J.K. já tô interessada.
Além dos livros, também teve os popíneos que não poderiam faltar. Consegui completar a coleção das princesas da Disney, até que enfim, e os outros eu aproveitei o precinho em conta e o frete grátis pelo site do Submarino. Agora eu tô assim... Se o preço for equivalente ou menor do que se eu mesma importasse, eu compro. Se tiver muito mais caro, eu importo. Essa semana mesmo eu andei pesquisando alguns pops que estão na minha wishlist eterna e descobri que o Gru e a Agnes, de Meu Malvado Favorito, não custam menos do que R$300,00 por aqui, e esse preço é pra cada um! Cheguei a ver um Gru no Mercado Livre onde o vendedor tava pedindo mais de R$600,00 nele! Quando achei os dois num leilão no Ebay não pensei duas vezes em dar um lance e arrematei os dois por U$20,50! Gente! Dá em média uns R$80,00! Os dois juntos!! Tudo bem que a caixa não tá intacta e tinha algumas poucas avarias, mas e a economia? Nunca na minha vida que vou pagar essa fortuna se posso pagar muito menos. Até pagando frete, serviço de redirecionamento, e a maldita taxa da Receita sai muito mais barato, então valeu a pena. Tô super feliz aqui com minha coleção crescendo <3. Quem coleciona sabe como é.

Mas enfim, vamo ver o que chegou pra mim esse mês! Como disse o Olaf, "só coisa boa!"

Na Telinha - Você (1ª temporada)

27 de fevereiro de 2019

Título: Você (You)
Temporada: 1 | Episódios: 10
Elenco: Penn Badgley, Elizabeth Lail, Ambyr Childers
Gênero: Suspense/Drama
Ano: 2018
Duração: 42min
Classificação: +16
Nota★★
Sinopse: Guinevere Beck (Elizabeth Lail) é uma aspirante a escritora, que vê sua vida mudar completamente ao entrar em uma livraria no East Village, onde conhece o charmoso gerente, Joe Goldberg (Penn Badgley). Assim que a conhece, Joe tem certeza de que ela é a garota dos seus sonhos, e fará de tudo para conquistá-la — usando a internet e as redes sociais para descobrir tudo sobre Beck. O que poderia ser visto como paixão se transforma em uma obsessão perigosa, uma vez que Joe não vai medir esforços para tirar de seu caminho tudo e todos que podem ameaçar seus objetivos.

Você é uma série de suspense/thriller exibida pela Netflix e baseada no livro homônimo de Caroline Kepnes.

Joe é gerente de uma livraria no East Village e, aparentemente, leva uma vida normal. Mas, quando conhece Beck, uma jovem aspirante a escritora, ele fica obcecado por ela, passa a persegui-la, espioná-la, planeja uma aproximação por acaso para conquistá-la e, enfim, firmar um relacionamento que ele tanto quer. E o que deveria ser uma paixão avassaladora, se transforma num jogo perigoso em que Joe não vai medir esforços para afastar, de forma bem sorrateira, qualquer um que esteja em seu caminho ou que possa ameaçar seus objetivos.


A ideia da série ser narrada pelo próprio Joe permite que quem assista tenha acesso aos pensamentos dele e enxergue as coisas pelo seu ponto de vista mui deturpado, diga-se de passagem, e ao mesmo tempo que conseguimos compreender suas motivações, também sentimos repulsa por tudo o que ele tem coragem de fazer da forma mais fria e calculista que já se viu, como um típico psicopata. Assim, tudo o que ele faz no intuito de conquistar Beck acaba sendo tão assustador quanto dinâmico, principalmente quando algo não sai como o esperado e ele precisa improvisar. O suspense se sustenta e mantém o espectador fisgado, ansioso pelo que está por vir.


Talvez o problema maior que a série trouxe foi a ideia de que muita gente romantizou a questão da obsessão, da possessividade e da psicopatia, como se o embuste estivesse fazendo as coisas mais lindas e românticas do mundo em nome do amor, como se ele fosse um bom moço, digno de um final feliz com direito a pombas brancas voando rumo ao horizonte, mas acredito que o brilhantismo da série está aí, nesse terror psicológico, mostrando que alguém como ele é capaz de "ler" e descrever o íntimo das pessoas só de observá-las, consegue chegar de mansinho, usando as palavras e seu jeito amável para manipular e enganar os outros, e quando a pessoa se dá conta (se é que vai se dar conta) que se deixou levar por um completo maníaco, já está num caminho praticamente sem volta, com mínimas condições de se ver livre dessa enorme cilada.


Por outro lado, temos Beck, que é uma personagem um tanto problemática no que diz respeito à própria personalidade. Ela é uma moça bonita e é até compreensível que Joe tenha ficado atraído por ela, mas ela é vazia, egoísta, dependente, precisa constantemente de gente ao seu redor alimentando seu ego para se autoafirmar e, no geral, é totalmente odiosa. Aquele sorriso bonito também esconde muita podridão. Talvez tenha sido por isso que tanta gente gostou muito mais de Joe do que dela, mesmo ela sendo a vítima. E mesmo Joe descobrindo tudo sobre ela, ele se nega a aceitar que ela é um fracasso ambulante e continua insistindo e dando desculpas para todos os erros que ela comete para justificar seu interesse doentio.


No mais, os cenários onde a história se passa dão um ar de aconchego e charme, e funcionam como um convite. Quem poderia imaginar que alguém que trabalha numa livraria, que entende de livros e adore ler, seja um lunático de carteirinha? Tudo é muito convidativo para o perigo, e isso colabora para fisgar o espectador, assim como Beck foi fisgada.

Os personagens coadjuvantes também são bem interessantes e colaboram muito no desenrolar da trama, sejam motivando ou atrapalhando os planos de alguém. Nota especial para Peach, a melhor amiga de Beck, e Paco, o vizinho de Joe. Através de Peach conseguimos ver um outro lado da obsessão, como a manipulação pode vir de onde menos de espera e que nem sempre podemos confiar em quem sempre esteve por perto. E Paco, por ser um garotinho que passa por vários problemas em casa com a mãe e o padrasto, acaba amenizando a personalidade de Joe, pois ele faz com que o lado bom de Joe venha a tona, e talvez por causa dele, o delinquente não seja encarado como alguém inteiramente detestável. Seria algo como "ele ajuda crianças, logo não pode ser tão mau". Parece que tudo está ali colaborando de propósito para que Joe não seja visto como vilão.


A série também toca bastante em questões que envolvem as redes sociais e a forma como as pessoas expõe suas vidas de forma tão gratuita, a ponto de qualquer um saber tudo sobre elas, basta uma rápida pesquisa, e ainda traz reflexões relevantes sobre a geração da atualidade, que sente necessidade de mostrar uma vida de aparências em função de "likes".
O único problema que tive com a série foi com a falta de cuidado com determinadas coisas que envolvem alguns crimes pavorosos, como sequestros e assassinatos. Se alguém morre, basta que o assassino envie uma mensagem pelo celular da vítima avisando que ele estará fora por sabe-se lá quanto tempo e pronto, ninguém se preocupa nunca mais e, de forma bem fácil, lá se foi um obstáculo. Esse tipo de artifício é utilizado com frequência a fim de facilitar a vida de Joe e o desenvolvimento da trama, e por mais que eu tenha ficado presa à ela devido a curiosidade do que estava por vir, não foi algo muito agradável de se acompanhar. No final das contas, muitas coisas ficam sem resposta ou resolução, e espero que na segunda temporada tudo se esclareça, e que haja as devidas punições para quem acha que está impune depois de ter feito tanta merda.


Você é uma série cheia de reviravoltas, que não fala apenas do comportamento doentio de um psicopata/stalker e do que ele é capaz de fazer quando tem alguém na mira, mas se aprofunda com maestria na linha tênue que separa amor de obsessão.