Novidades de Junho e Julho - Leya

15 de julho de 2015

Clímax - Chuck Palahniuk
O mesmo autor de Clube da Luta apresenta um retrato afiado do feminismo, do prazer sexual e do apocalipse do marketing em uma nova narrativa sobre as psiques desconjuntadas de homens e mulheres contemporâneos. Penny Harrigan é uma jovem recém-formada em Direito que trabalha no maior escritório de advocacia de Manhattan. Vinda do meio-oeste, ela mora em um apartamentinho no Queens com duas colegas e há tempos não tem nem sinal de vida amorosa. Por isso, imagine o choque que leva quando C. Linus Maxwell – ou “ClíMax”, o megabilionário famoso por casos com as mulheres mais lindas e cobiçadas do planeta – a convida para jantar? Pois ele não só a leva ao restaurante mais badalado de Nova York, como também a uma cobertura em Paris onde, caderneta à mão, começa a conduzi-la por dias e dias de ápices insonháveis de prazer orgásmico. Vai reclamar? Sim: Penny descobre que é a cobaia na etapa final de pesquisa e desenvolvimento da Beautiful You, uma linha de apetrechos sexuais que serão vendidos às mulheres do mundo todo numa cadeia multinacional de lojas. Milhões de mulheres fazem fila para abastecer-se do catálogo de aparelhinhos, tão potentes e eficazes que, por todo o globo, elas chegam em casa, trancam-se no quarto e não saem mais – a não ser quando precisam de pilhas. Alguém precisa deter o plano de Maxwell de dominar o mundo usando o prazer erótico. Mas como?

No Sufoco - Chuck Palahniuk
Victor Mancini concebeu um golpe complexo para pagar as contas na casa de repouso da mãe: vá a um restaurante grã-fino, finja que se engasga comendo e deixe uma pessoa “salvá-lo”; ela vai sentir-se responsável por você, até financeiramente, pelo resto da vida. Multiplique isso umas cem vezes que os cheques vão chegar pelo correio em fluxo constante. Victor também trabalha num parque temático com um bando de figuras medíocres, ronda grupos de viciados em sexo para curtir as viciadas e visita a mãe convalescente, cujo Alzheimer esconde um segredo fantástico sobre sua concepção.



A Guerra Dos Tronos #4 - Daniel Abraham e George R.R. Martin
A morte do rei Robert Baratheon e a prisão da Mão do Rei, lorde Eddard Stark de Winterfell, pôs as grandes casas de Westeros em guerra. Em Winterfell, o filho mais velho e herdeiro de Eddard, Robb Stark, reuniu um exército e está avançando para o Sul, determinado a libertar seu pai.
No caminho ele se oferece para casar-se com a filha do lorde Walder Frey em troca de uma vantagem militar que lhe permita capturar Jaime Lanniester , poderosa moeda de troca para assegurar a libertação em segurança de lorde Eddard. Mas uma coisa é capturar o Regicida, e outra bem diferente é mantê-lo capturado.
Enquanto isso, em Porto Real, o jovem rei Joffrey tem ideias distintas de uma troca de prisioneiros. Ignorando o conselho de sua mãe, rainha Cersei, ele incita o conflito e inicia uma conflagração que tem tudo para consumir não apenas os Starks, mas toda Westeros, a menos que Tyrion Lannister consiga trazer o jovem rei de volta à razão.
Além da Muralha, perigos ainda maiores estão nascendo, à medida que um inverno tão brutal quanto nunca visto se aproxima, trazendo consigo criaturas monstruosas. Lá, o bastardo de Eddard, Jon Snow, precisa decidir de uma vez por todas a quem é fiel.
E, do outro lado do Mar Estreito, Daenerys Targaryen vai conhecer os limites do luto, e imergir de suas profundezas transformada, endurecida, e pronta para reivindicar o que é seu por direito: o Trono de Ferro.

O Pequeno Príncipe para colorir - Antoine de Saint-Exupéry
O livro que já foi lido por milhões agora em versão para colorir! A história, o mundo inteiro conhece... Com o avião em pane, um homem perdido no deserto encontra um garotinho que diz vir de outro planeta. Ele conta suas histórias e fala da saudade de sua querida rosa. E em cada conversa é como se ele estivesse se dirigindo à criança que vive em cada um de nós. É por isso que O Pequeno Príncipe atravessa gerações sem perder seu encanto. Uma obra-prima da literatura mundial chega agora às suas mãos em uma versão editada que privilegia a filosofia por trás da história e estimula a leitura por crianças de todas as idades. Deixe-se conquistar você também!

Os Casos De Amor De Nathaniel P - Adelle Waldman
Em seu primeiro romance, a americana Adelle Waldman surpreende os leitores e a crítica com uma história de rara maturidade e elegância sobre as relações do homem moderno com as mulheres, a cidade e consigo mesmo, e sobre como esse homem enxerga o amor e o sexo. Mostrando um talento extraordinário para se colocar na pele de um protagonista masculino, ela traça os altos e baixos da vida contemporânea através dos olhos de Nate, um escritor aspirante do Brooklyn em busca de felicidade e status, sempre atraído para novos casos amorosos, e quase sempre inclinado a abandoná-los. Encontrando nos sentimentos, dúvidas e pensamentos do protagonista um incrível reflexo do que se passa diariamente na vida de todos nós, a autora dá vida a um dos personagens masculinos mais realistas da literatura americana recente.

Novidades de Julho - Galera Record

14 de julho de 2015

Herdeira do Fogo - Trono de Vidro #3 - Sarah J. Maas
Celaena ressurge das cinzas ainda mais forte e letal. E parte em uma jornada em busca de uma obscura verdade: uma informação sobre sua herança e seus antepassados que pode mudar sua vida e o futuro de dois reinos para sempre. Enquanto isso, forças sinistras começam a despontar no horizonte e têm planos malignos para dominar o seu mundo. Agora, depende de Celaena encontrar coragem para enfrentar tais perigos, além de seus próprios demônios, e fazer a escolha mais difícil da sua vida.




A Vingança de Mara Dyer - Mara Dyer #3 - Michelle Hodkin
A série mescla paranormalidade, conspiração e romance para contar a história de uma adolescente com poderes especiais. Elogiada pelas autoras das séries Divergente e Instrumentos Mortais, Michelle Hodkin cria aqui uma trama surpreendente, onde nada é o que parece. Depois de descobrir que consegue matar apenas com o pensamento, assim como seu namorado é capaz de curar com a mesma facilidade, Mara Dyer é capturada por uma inescrupulosa médica, que a faz passar por uma série de testes e experimentos. Mas Mara não está sozinha. Outros jovens com poderes igualmente extraordinários são usados como cobaia. Com a ajuda deles, e de um velho inimigo, ela consegue fugir e parte em busca de vingança.


Brilhantes - Brilhantes #1 - Marcus Sakey
A partir de 1980, um por cento das crianças começou a apresentar sinais de inteligência avançada. Essa parcela da população, chamada de “brilhantes”, é vista com muita desconfiança pelo restante da humanidade, que teme a forma como esse dom será usado. Nick Cooper é um deles, um agente brilhante, treinado para identificar e capturar terroristas superdotados e levá-los para a custódia do governo. Seu último alvo está entre os mais perigosos que já enfrentou, um líder responsável pelo maior ataque terrorista dos últimos tempos e que pretende começar uma guerra civil. Mas para capturá-lo, Cooper precisa se infiltrar em seu mundo e ir contra a tudo o que acredita. Denominado pelo Chicago Sun-Times como o mestre do suspense moderno, Markus Sakey criou um universo ao mesmo tempo perturbador e incrivelmente semelhante ao nosso, onde um dom pode se tornar uma maldição.

Em Busca de Cinderela - Hopeless #2.5 - Colleen Hoover
Neste conto da  bem-sucedida e adorada série Hopeless, o leitor conhecerá melhor dois personagens secundários de "Um caso perdido". Daniel está no breu do armário de vassouras da escola – o perfeito esconderijo para quem quer fugir do mundo real –, quando uma garota literalmente cai em cima dele. Às cegas, os dois vivem um curto romance, mesmo sem acreditar muito no amor. No fim a garota foge, como se realmente fosse a Cinderela e tivesse uma carruagem prestes a virar abóbora. Um ano depois, Daniel e sua princesa se reencontram, e percebem que é possível nutrir um amor de conto de fadas por alguém completamente real. Juntos, os dois irão perceber que fora do faz de conta, ficar juntos é bem mais difícil e os problemas de um casal são muito reais.

No Início Não Havia Bob - Meg Rosoff
E se Deus fosse um adolescente? Após ganhar a Terra num jogo de pôquer, a deusa Mona resolve delegar a seu filho, um insolente e mimado adolescente, o novo planeta. Bob, preguiçoso demais para gastar muito tempo com isso, cria tudo em seis dias e a partir daí joga todo o trabalho para cima de seu assistente, o frustrado Sr. B. Quando os problemas começam a aparecer, sobra para ele limpar a bagunça. E o fato de Bob ter criado os humanos à sua imagem e semelhança também não ajuda. Como um planeta cheio de criaturas tão gananciosas e intolerantes pode sobreviver? Como não bastasse, Deus está obcecado por uma garota mortal: Lucy, assistente em um zoológico. E a cada encontro a Terra é afetada pelos sentimentos de seu criador. Dominado por desejos intensos, Bob começa a causar verdadeiras catástrofes em seu planeta. Desesperado, conseguirá o Sr. B. salvar a Terra de seu próprio Deus?

Meninos, Eu Conto - Antônio Torres
O livro retrata um Brasil ainda atual, repleto de gente simples e personagens inesquecíveis. Para os fãs de Auto da compadecida e outros clássicos. Os contos reunidos neste livro contam as dores do crescimento, os conflitos e os sonhos de adolescentes muito parecidos com o menino que o próprio Antônio Torres foi um dia, quando morava no interior da Bahia, na cidade de Junco.

Escola Noturna: O Legado - C.J. Daugherty

13 de julho de 2015

Lido em: Junho de 2015
Título: Escola Noturna: O Legado -  Escola Noturna #2
Autora: C.J. Daugherty
Editora: Suma de Letras
Gênero: YA/Suspense
Ano: 2015
Páginas: 232
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: No ano anterior, Allie Sheridan viu sua família se dissolver e foi presa três vezes. Ir para um colégio interno parecia um pesadelo, mas a Academia Cimmeria acabou se tornando um lar — o primeiro lugar onde ela se sentiu realmente bem-vinda. No entanto, os salões da escola eram mais sombrios do que Allie poderia imaginar, e um ataque brutal quase lhe tirou a vida.
Um grupo misterioso está disposto a destruir a Escola Noturna e tudo que ela representa. Agora, os estudantes correm perigos que ainda não compreendem. E, para piorar, a família de Allie — especialmente sua poderosa avó e seu irmão desaparecido — está bem no meio de tudo isso.
Allie precisa de respostas. Mas, para consegui-las, terá que escolher se confia na família ou nos amigos. Porque segredos podem ser mortais e destruir até o mais forte dos relacionamentos. E, dessa vez, Allie está sozinha. 

Resenha: O Legado é o segundo volume da série Escola Noturna, escrita pela autora C.J. Daugherty e lançado no Brasil pela Suma de Letras.
Por se tratar do segundo volume, esta resenha pode ter spoilers do livro anterior!
No livro anterior acompanhamos Allie, uma adolescente que viu sua família desmoronar após o irmão dela ter desaparecido. Ela passou a se comportar como uma adolescente rebelde causando problemas, dando dor de cabeça para os pais e se metendo em confusões. Até que seus pais decidem mandá-la para Cimmeria, uma escola estilo colégio interno que teria a finalidade de corrigir a garota.
Lá ela se mete em situações complexas e perigosas envolvendo assassinatos enquanto precisa lidar com pessoas das quais não se pode confiar. E partindo dessa premissa, a história se desenrola girando em torno do mistério que envolve a Escola Noturna, um tipo de "sociedade secreta" de que é proibido falar, enquanto Allie tenta descobrir o que está acontecendo.

Neste segundo volume um incêndio desestruturou a escola e, devido a tudo o que sofreu, Allie precisa voltar para casa cercada de seguranças, o que não impediu que ela fosse perseguida pelos agentes de Nathaniel... Mas o pai de Rachel, sua melhor amiga, acaba salvando Allie e depois de um tempo hospedada na casa deles, percebe que Cimmeria é o lugar onde deveria estar pois lá se sente segura, acredita ser sua verdadeira casa. Mesmo que Cimmeria esteja em ruínas após o desastre, Allie e seus amigos decidem ficar lá durante as férias para ajudarem na reconstrução.
Mas um grupo oculto e misterioso quer destruir Cimmeria, inclusive o que ela representa, e, para piorar, a família de Allie, incluindo seu irmão desaparecido, Christopher, estão envolvidos. Allie continua em busca de respostas mas deve escolher em quem deve confiar, amigos ou família, pois os segredos são arrebatadores, podem destruir tudo o que já foi construído e colocar a vida de Allie em risco como nunca.

Narrada em terceira pessoa de forma bem direta, O Legado não é um livro que traz respostas. Se o primeiro livro foi introdutório, o segundo parece ter se mantido no mesmo ritmo já que nada de novo aconteceu. Em vez de seguir em frente, senti que a história deu um passo pra trás pois não houve sequer menções ao que havia ficado em aberto. O que senti foi que a autora preferiu trabalhar o sentimento dos personagens abordando a mágoa que ficou e a história sobre a escola em si não evoluiu e meu interesse pela série diminuiu consideravelmente. A ideia de ler mais um volume vazio não me agrada. Passei o livro inteiro andando em círculos, sentindo que não sai do lugar, para só no último instante a autora jogar um acontecimento bombástico - que ainda corre o risco de não ser solucionado no volume seguinte - e a sensação é de uma completa enganação. No início as coisas parecem fluir bem. Allie e Carter são adoráveis até que tudo começa a sair do controle. Mal entendidos, segredos não revelados e a completa falta de comunicação permeiam o livro todo...

Por mais que o volume anterior tenha sugerido o famoso triângulo amoroso, neste livro ele continua de forma rasa, mostrando personagens imaturos que tomam decisões impensadas sem considerar as consequências de suas escolhas e atos. Não gosto de triângulos, muito menos quando os envolvidos são colocados contra a parede quando dão outra chance para atitudes covardes que qualquer pessoa normal consideraria imperdoável. Allie se tornou uma personagem um pouco mais forte devido a tudo o que aprendeu e passou, incluindo os atentados contra sua vida, coitada. Ela se mostra alguém esforçada mas ainda é imatura, principalmente nas questões sentimentais. Personagens que vivem em constante indecisão diante do óbvio tendem a me irritar. Carter, cauteloso com o que houve entre Allie e Sylvain (prefiro não mencionar para evitar spoiler), se transforma em alguém super protetor, controlando todos os passos da garota e até proibindo que ela veja Sylvain. É como se os problemas amorosos fossem mais importantes do que a vida do povo em perigo. Talvez até seja se levarmos em consideração que Nathaniel por mais perigoso que pareça me soou um tanto caricato.

O único ponto que posso ressaltar que não envolve essas questões adolescentes é sobre Allie ter sido aceita na Escola Noturna e que lá dentro tudo aponta para a ideia de que há um espião. Mas o aprofundamento nisso foi tanto que não despertou nada da minha curiosidade. A sensação que tive foi até cômica, pois sabem quando o ator Ryan Reynolds faz umas aparições que não duram nem 3 segundos em alguns filmes aleatórios e ninguém entende o que diabos é aquilo e se pergunta "o que que esse cara tá fazendo aí, gente"? Pois foi exatamente essa a minha reação. A coisa aparece, não faz diferença nenhuma e pronto, fica por isso mesmo. Posso dizer isso até da morte da menina no primeiro livro.
A capa segue o mesmo padrão da anterior no que diz respeito aos traços e silhuetas, as páginas são amarelas, a diagramação é simples e a fonte é pequena. A revisão está ótima e gostei do trabalho gráfico de forma geral.

É uma leitura que vale a pena pela escrita e pelas descrições, o que eu já havia mencionado na outra resenha sobre o primeiro livro, mas em suma, O Legado é um livro que parece apostar mais no aprofundamento dos sentimentos dos personagens, e na personalidade de outros para que possamos conhecê-los um pouco mais, enquanto o suspense e a tensão acerca dos perigos mortais que rondam a academia mantém um ritmo lento e até desgastante. A história traz mais perguntas do que respostas, dá pistas muito pequenas e sutis e não posso afirmar que há um desenvolvimento maior. Parece que o leitor que quiser saber algo mais será obrigado a ler o próximo livro porque não há aquele enredo fechado. Simplesmente não me agrada muito a ideia de finalizar uma leitura e ficar com sentimento que de foi tudo em vão e que nada de mais foi acrescentado.

Na Era do Amor e do Chocolate - Gabrielle Zevin

12 de julho de 2015

Lido em: Junho de 2015
Título: Na Era do Amor e do Chocolate - Birthright #3
Autora: Gabrielle Zevin
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Cláudia Mello Belhassof
Gênero: Juvenil/Distopia (?)
Ano: 2015
Páginas: 304
Nota: ★★★★★
Sinopse: No terceiro e último livro da trilogia Birthright, o romântico e inesperadamente redentor Na era do amor e do chocolate, Anya completou dezoito anos e sua vida até agora foi muito mais amarga do que doce. Ela perdeu os pais e a avó e passou a melhor parte dos anos escolares sendo castigada pela lei. Talvez o mais difícil de tudo, no entanto, tenha sido abrir mão do namorado e melhor amigo, Win, após sua decisão de inaugurar uma boate com o pai dele, o antes inimigo Charles Delacroix.
Contra todas as expectativas, a boate foi um sucesso gigantesco, e Anya finalmente sentiu que estava no caminho certo e que nunca mais as coisas dariam errado outra vez. Porém, um terrível equívoco faz Anya precisar lutar pela própria vida. Será que ela enfim vai rever suas escolhas e, pela primeira vez, aceitar a ajuda de outras pessoas?

Resenha: Na Era do Amor e do Chocolate é o terceiro e último volume da trilogia Birthright escrita pela americana Gabrielle Zevin e lançado pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco no Brasil.

Recaptulando: a história da trilogia Birthright se passa num futuro onde o mundo passou por várias crises, tanto naturais quanto políticas e as pessoas foram forçadas a racionarem água e alimentos. Café e chocolate foram proibidos, mas, quando algo se torna ilegal, sempre há quem mexa com contrabando...
Anya Balanchine, indiretamente, fazia parte desse mundo da máfia, pois seu pai, quando ainda era vivo, era traficante de chocolate. As pessoas que a conheciam acabavam associando a garota ao mundo do crime sem que ela não tivesse nada a ver com isso e, a partir dessa premissa, a história se desenrola. Anya tenta fazer com que a ilegalidade do chocolate seja revertida, precisa lidar com seus sentimentos com os garotos com quem se envolve, se preocupa em manter seus irmãos seguros, além de precisar fazer escolhas que irão defini-la.

Nesse terceiro volume, Anya acaba de completar dezoito anos e tudo o que viveu para se salvar e ajudar quem ama serviu como uma verdadeira provação. Ela perdeu os pais e a avó, está vivendo longe dos irmãos, já foi presa, já fugiu para o México mas nunca deixou de lado seu sentimento por Win, seu namorado e filho do promotor que dedicava a vida no combate a corrupção. Mas quando Anya resolveu se associar a Charles para abrirem uma boate, Win vai contra essa sociedade e parte pra Boston. Anya sacrifica praticamente tudo em nome do seu novo negócio, incluindo seu romance com Win, mas apesar da saudade, ela fica envolvida nos preparativos para a inauguração da boate, supervisiona os funcionários, testa bebidas preparadas a base de cacau e decide nomear a boate de Quarto Escuro. Por mais que haja sociedade, ela é quem comanda o negócio. Theo, o amigo que fez durante sua "estadia" no México cuja família plantava cacau, ainda vem ajudá-la nos negócios.
Com tudo pronto e contra todas as expectativas, quando a boate é inaugurada se transforma num enorme sucesso e, enfim, Anya acredita que tudo em sua vida está fluindo e dando certo, mesmo que tenha precisado abrir mão de várias coisas em sua vida.

Narrada em primeira pessoa, a história se desenrola de uma forma que sempre segue em frente pois não há quebras de acontecimentos e nem enrolação para se chegar a algum lugar. As escolhas que Anya toma interferem nos acontecimentos seguintes e a história não fica estagnada, sempre há algo novo acontecendo.
Durante a narrativa o leitor ainda se depara com trechos destacados em itálico e entre parenteses para evidenciar que Anya tem uma opinião sobre determinada descrição/situação o que colabora para que seja mais crível que a história está, de fato, sendo contada por ela. O legal é que o livro não é muito grande, mas existem muitos elementos que fazem ligação um com o outro de forma a enriquecer o enredo. A escrita da autora é enxuta, muita coisa acontece com descrições na medida certa, o que é perfeito.

Anya é teimosa mas consegue equilibrar essa teimosia perfeitamente de forma que se mantém leal às pessoas com quem se importa, e mesmo que tenha que abrir mão do que gosta, não hesita quando o assunto é ajudar sua irmã mais nova, Natty, seu irmão mais velho, Leo, ou sua melhor amiga, Scarlet que neste volume já foi agraciada com o dom da maternidade. Inclusive seu filhinho, Felix, é afilhado de Anya. Anya sempre pensa no que será bom para todos, e não pensa só em si mesma e perceber esse amadurecimento ao longo da trilogia foi algo muito bacana pois mostra o progresso da protagonista como pessoa. Ela é aquele tipo de personagem que usa o cérebro e age com a razão mas está com o pé no coração pois o que a move, no fundo, são os sentimentos que nutre por seus entes queridos. Às vezes foi difícil acompanhar a luta interna dela para que as melhores escolhas fossem tomadas, mas Anya é altruísta e coloca os outros em primeiro lugar.
Um ponto bacana é que, por mais que Anya tenha se metido em problemas com a lei anteriormente, ela quer trabalhar com chocolate pois não entra em sua cabeça que possa ser algo ruim, como drogas ou coisa do tipo, mas ela quer estar do lado legal e correto da coisa.
Mesmo que ela e Win estejam separados pela distância, eles ainda estão emocionalmente conectados e os trechos onde eles trocam mensagens de texto mostram como nada pode simplesmente ser esquecido.
Gostei do desenvolvimento dos demais personagens e como eles foram essenciais para o crescimento pessoal de Anya.

A capa segue o padrão e o tom marrom chocolate tem tudo a ver com o tema. As páginas são brancas, a diagramação é simples e a revisão está ótima.
Ao fim do livro a autora fala que nunca considerou sua trilogia como sendo distópica, mas acredito que mesmo não sendo totalmente, há elementos que lembram bastante o gênero. O fato de existir tráfico de café e chocolate, toque de recolher e outras proibições só sugere uma situação que poderia acontecer futuramente no mundo. Penso que outros elementos poderiam se tornar escassos a ponto de causar um tipo de guerra real, fora da ficção, mas aqui a autora optou por trabalhar com vícios "benéficos" que fazem falta na vida de quem gosta e as fazem felizes.
Num mundo onde as pessoas são privadas de terem o que gostam, e que coisas simples como comer chocolate podem caracterizar crimes, a autora consegue evidenciar algo maior quando se trata de sentimentos e amor. Anya descobre que antes de amar outra pessoa, deve amar a si mesma primeiro, e essa lição além de importante, é válida para qualquer qualquer um, principalmente quando esse amor dá forças para que se possa recuperar a força que acreditávamos não ter mais e, no fim, sermos felizes.

Acompanhar a protagonista, que iniciou sua jornada aos dezesseis anos até se tornar adulta madura foi incrível. Pra quem quer acompanhar uma história honesta e realista sobre luta por sobrevivência até que o sucesso seja atingido, com certeza vai gostar dessa trilogia.
Posso afirmar que Na Era do Amor e do Chocolate foi um desfecho incrível, uma das melhores leituras que já tive oportunidade de acompanhar, que superou minhas expectativas e ainda me fez querer reler toda a série para relembrar toda a saga de Anya até seu final feliz.

Timmy Fiasco: Errar é humano - Stephan Pastis

11 de julho de 2015

Lido em: Junho de 2015
Título: Timmy Fiasco: Errar é humano - Timmy Fiasco #1
Autor: Stephan Pastis
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Infanto juvenil
Ano: 2015
Páginas: 304
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Timmy Fiasco acredita que é o melhor detetive de sua cidade. Junto de seu inseparável amigo Total, o urso polar, Timmy funda a Fiasco Total, uma empresa de investigações baseada no closet de sua mãe! Timmy Fiasco – Errar é humano é o primeiro livro para jovens do cartunista Stephan Pastis, autor de tirinhas premiadas nos EUA como Pérolas aos porcos e Larry in Wonderland. Repleta de humor e ironia, a série de Pastis é comparada ao bestseller Diário de um Banana, de Jeff Kinney, e alcançou a lista dos mais vendidos do The New York Times. Com uma imaginação fértil e uma lógica peculiar, o pequeno Timmy vai conquistar os leitores com suas hilárias desventuras ao investigar casos como o misterioso sumiço dos doces de seu colega Gunnar e seguir sua caminhada rumo ao sucesso. 

Resenha: Timmy Fiasco é o primeiro volume da série infanto-juvenil de mesmo nome escrita pelo autor e cartunista americano Stephan Pastis e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.

Conheça Timmy Fiasco, que apesar do sobrenome, não é nenhum fracassado (ou pelo menos ele acredita piamente que não). Timmy é fundador, presidente e diretor executivo da agência de detetives Fiasco Ltda, a melhor agência de investigação da cidade, ou do mundo! O livro nada mais é do que seu registro histórico sobre seus feitos grandiosos e como Timmy conseguiu chegar ao sucesso vencendo obstáculos: sua mãe, sua escola e seus amigos imprestáveis ou idiotas.
A história basicamente gira em torno do sumiço do Fiascomóvel, o patinete da mãe de Timmy, que ele pegou sem pedir. Ele usou o "veículo" para atender um cliente que o contratou para investigar um roubo de doces e quando estava voltando percebeu que o Fiascomóvel havia desaparecido. Sua mãe não pode saber de jeito nenhum que o patinete sumiu, e Timmy precisa descobrir quem foi e recuperar o que acredita ter sido roubado.

Timmy é um garotinho normal que mora com a mãe e tem um urso polar de 700kg chamado Total como animal de estimação. O urso parecia ser muito confiável quando apareceu em sua casa vindo do Ártico, só para comer a ração do gato, que Deus o tenha, e acabou se tornando sócio na agência de detetives de Timmy, que, claro, mudou de nome: Fiasco Total Ltda. Sua empresa funciona no closet da mãe, mas o local é temporário até ele poder alugar o prédio mais caro da cidade.
Timmy, em companhia de Total, passa os dias resolvendo "crimes" para as crianças de sua turma, mas devido a sua completa inocência não consegue enxergar o óbvio e acaba não sendo tão bom no que faz. Ele prioriza sua agência e acha que a escola só existe para atrapalhar e fazer com que perca seu precioso tempo, principalmente porque seu professor é um completo rabugento que não para de pegar em seu pé. Mas ele acredita em seu talento e que isso fará com que ele se torne alguém realmente grandioso, cheio de fama e fortuna, ele só precisa se livrar de sua inimiga e concorrente, Corrina Corrina, mais conhecida como Maligna (uma detetive que tem patrocínio de seu pai rico, logo, sempre está a frente de Timmy ou sendo contratada em seu lugar), fazer com que sua mãe pare de reclamar sobre dinheiro e pare de interferir em seus assuntos, além de descobrir um meio de manter Total fora do zoológico.

No decorrer da história conhecemos os colegas malucos de Timmy que dão um ar mais cômico à história, entre eles, Rollo Tookus, um dos garotos mais inteligentes da turma mas que vive se metendo em confusão graças aos rolos de Timmy e Molly Moskins, apaixonada pelo garoto e que cheira a tangerina, fora os professores que só atrapalham a vida dele.

Narrada pelo próprio Timmy, por mais que o livro seja voltado ao público infanto juvenil (em média 9 a 13 anos), não deixa de ser uma leitura válida para adultos também, pois além de divertida, ainda traz nas entrelinhas alguns temas dignos de reflexão.

Talvez um leitor mais jovem possa não perceber a situação de Timmy e achar super engraçada a história de um garoto azarado cujo trabalho de detetive é um completo fiasco, principalmente porque o livro é todo ilustrado com traços toscos e rabiscados para lembrar algo bem inocente e infantil, mas pra mim ficou claro que a vida de Timmy não é nada fantasiosa e mostra a realidade de uma mãe solteira com dificuldades para se virar e sustentar a casa já que tem um emprego ruim e de salário baixo, e seu filho que, mesmo que de forma inconsciente, quer ter sucesso para ajudar a mãe. Até mesmo Total que, pra mim, por mais que seja engraçado e atrapalhe a carreira do garoto, representou algo em quem Timmy pode jogar a culpa por seus fracassos mas que possa até ser fruto de sua imaginação. E isso fica ainda mais perceptível quando vemos Timmy ao ficar num canto completamente sozinho na hora do recreio enquanto as outras crianças brincam, dando a desculpa de que está fazendo companhia para Total que não pode entrar na escola e precisa esperá-lo por fora da cerca. Mas, deixando análises mais profundas de lado, o livro foi comparado a Diário de um Banana, do autor Jeff Kinney, e concordo plenamente pois trata da história de um garoto inocente que quer vencer obstáculos, e somando essa característica aos sonhos e a esperança que ele tem de que será alguém muito importante na vida um dia, posso afirmar que é uma leitura intrigante e divertida que com certeza irá conquistar a simpatia de leitores de toda as idades.

Uma História de Amor e TOC - Corey Ann Haydu

9 de julho de 2015

Lido em: Junho de 2015
Título: Uma História de Amor e TOC
Autora: Corey Ann Haydu
Editora: Galera Record
Gênero: YA/Sick-lit/Romance
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Bea foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo. De uns tempos pra cá, desenvolveu algumas manias que podem se tornar bem graves quando se trata de... garotos! Ela jura que está melhorando, que está tudo sob controle. Até começar a se apaixonar por Beck, um menino que também tem TOC. Enquanto ele lava as mãos oito vezes depois de beijá-la, ela persegue outro cara nos intervalos dos encontros. Mas eles sabem que são a única esperança um do outro. Afinal, se existem tantos casais complicados por aí, por que as coisas não dariam certo para um casal obsessivo-compulsivo? No fundo, esta é só mais uma história de amor... e TOC.

Resenha: Uma História de Amor e TOC, escrito pela autora Corey Ann Haydu e lançado no Brasil pela Galera Record conta a história de Bea, uma adolescente diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo e que, segundo a definição dela própria, é alguém muito peculiar. Devido ao seu problema, ela perseguiu e acabou afastando o primeiro namorado que teve de sua vida, Kurt. Sua obsessão saiu fora de controle após ter sido dispensada por ele e Bea começou a fazer sessões de terapia.

Há um tempo atrás, enquanto esperava mais uma de suas sessões com a Dra. Pat, Bea, sem querer, ouve a conversa conturbada do casal Sylvia e Austin. Isso despertou o interesse da garota e, de certa forma, acaba ajudando-a a controlar sua ansiedade a mantendo calma, principalmente porque tudo parecia uma grande novela... Traição, mágoa, sentimento de culpa, falta de amor próprio e outros problemas de relacionamento do tipo são abordados pelo casal em conversas sórdidas, pesadas e carregadas de rancor, mas eles ainda tinham esperanças de fazer o casamento dar certo com ajuda da terapia. Mas a partir daí, Bea não consegue mais viver se não puder chegar mais cedo na sessão só para ouvir a conversa do casal, pois só assim ela pode ter certeza que tudo ficará bem e o mundo não vai se autodestruir matando a todos. Ela ainda precisa registrar tudo que ouve num diário cor-de-rosa com uma estrela enorme super cafona que ganhou do pai, para poder eternizar aqueles momentos e jamais esquecer do caso deles. E, além de ser uma completa stalker, Bea ainda tem outras "manias"...

Ela vive beliscando as próprias pernas em momentos de nervosismo, fala o que pensa pra estranhos mesmo que aquilo soe ofensivo, não consegue dirigir a mais de 50km/h, sente uma necessidade enorme de passar na mesma rua duas vezes para se certificar de que não atropelou nenhuma criança, e garantir a segurança ficando sempre alerta para que não haja nada pontiagudo e perigoso por perto que a faça acabar matando alguém... E Bea vai levando sua vida aprendendo a lidar com essa neura até que numa festa ela consegue acalmar um garoto desconhecido que teve um ataque de pânico após todos ficarem no escuro devido a uma queda de energia, mas, o que ela não esperava era que após a Dra. Pat sugerir que ela participasse de terapia em grupo, reencontraria Beck, o garoto que ajudou na festa, e tão problemático quanto. Beck tem compulsão por malhar e é obcecado por limpeza e pelo número 8. TUDO que ele faz se repete por exatas 8 vezes ou tem duração de 8 minutos.
E essa aproximação vai render alguns momentos tão loucos quanto adoráveis quando ao mesmo tempo em que encaram o tratamento, descobrem que se entendem e que irão encontrar um no outro a única esperança de terem algum progresso.

Ao iniciar a leitura desse livro, a primeira coisa que me chamou atenção foi a capa linda linda. A frase "não vou stalker esse cara" parece algo engraçado e dá ideia de alguém tentando controlar seu comportamento mostrando bem a questão da obsessão. Antes de ler, levei a sinopse em consideração e acreditei se tratar de um livro cômico que fizesse algum tipo de piada com a ideia de um casal com transtorno obsessivo-compulsivo manterem um relacionamento fofo mas maluco, com manias mais malucas ainda, mas não foi bem isso o que encontrei aqui...

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Bea acompanhamos de forma lenta e gradual uma garota muito problemática, e, a medida que o tempo passa, só se torna pior no que diz respeito às compulsões e obsessões que tem. Bea enxerga problemas nos colegas de terapia e acredita que, mesmo sendo louca, ou melhor, peculiar, não há nada de errado com ela e que tudo está sob controle. Foi fundamental que a narrativa seguisse sob os olhos da protagonista, pois assim o leitor acaba sentindo na própria pele todas as sensações de Bea, mesmo que sejam incômodas.
Na terapia, Bea convive com outros adolescentes, cada um com seu próprio TOC, e saber um pouco mais sobre esses personagens foi algo que me causou agonia e gastura extrema, mas, ainda que tenha sido um sofrimento acompanhá-los, a autora consegue descrever com maestria a obsessão bizarra de cada um deles. Isso foi algo que me deixou agoniada por saber que mesmo fora da ficção, existem pessoas tão problemáticas quanto, ou até piores, e como deve ser terrível viver dessa forma. Imagine alguém como a personagem Jenny, que simplesmente arranca tufos do próprio cabelo!

O que mais me chamou atenção nessa história foi o fato de que fica claro que as pessoas que têm TOC acreditam que seus comportamentos lhes trarão a sensação de segurança, ordem e tranquilidade quando na verdade estão muito distantes de alcançarem isso... Outro ponto que percebi foi a ideia das pessoas serem capazes de reparar os erros alheios ou apontar o dedo para os outros em forma de julgamento, sem enxergar os próprios defeitos, ou não levar em consideração a ideia de que ninguém é perfeito. Não que Bea seja hipócrita, afinal, ela sofre de um transtorno que teve início a partir de um grande trauma e, teoricamente, ela não percebe essa compulsão e obsessão justamente por não ter conseguido superar seus problemas. Apesar de ela, aparentemente, ser alguém normal, ela é uma pessoa doente e que precisa de muita ajuda por pensar e fazer coisas completamente absurdas. E justamente por isso alguns leitores podem não aceitar bem sua construção e acabarem não sentindo a menor simpatia por ela. Mas pelo exemplo dela é possível perceber que nem sempre é necessário que alguém sofra de TOC, ou tenha sido diagnosticado com qualquer outro problema psicológico ou ainda que tenha vivenciado algum trauma para deixar que a hipocrisia reine criticando os outros sem olhar pra si mesmo e para os próprios erros.

Talvez a intenção da autora tenha sido mostrar de forma crua e verdadeira como é a vida de uma pessoa obsessiva para vermos esse lado complexo de quem sofre desses transtornos. Talvez a ideia seja mostrar como isso interfere na vida de quem a cerca de forma que seja possível entender um pouco sobre como é difícil pra todos os envolvidos lidar com esse problema. Bea persegue o casal e acha isso algo normal e que faz bem a ela... mas como deve ser a sensação de descobrir que alguém que você nunca viu sabe seus segredos mais íntimos?

Uma História de Amor e TOC é um daqueles livros que beiram o brilhantismo e que só ao final paramos pra analisar se realmente gostamos ou não. Com ele é possível aprender sobre TOC quase de forma didática. Ele retrata de forma real, honesta e sensível como funciona a cabeça de uma pessoa obsessiva e do que ela, de forma consciente ou não, é capaz de fazer só para tentar seguir em frente, ou dar passos cada vez maiores pra trás...

Antes eu pensava que tinha algum TOC por ter mania de organização, mas essa leitura me pôs no meu devido lugar... Meu caso é frescura perto do que encontrei aqui...
Pra mim o livro não mostra necessariamente uma história de amor feliz, pois por mais que Bea e Beck se entendam e consigam, do jeito deles, ajudar um ao outro, não acredito que nada de bom, pelo menos a longo prazo, possa vir de um romance entre duas pessoas cujas mentes não estão sãs. Entendo que mesmo na dificuldade eles descobrem a paixão e se completam de acordo com seus problemas e necessidades emocionais, mas isso ainda é diferente de amor. O amor é um sentimento que vai além do que eles são capazes de administrar no momento...

Talvez a história de amor em questão não seja necessariamente a de Bea e Beck, mas de Austin e Sylvia, que mesmo sendo personagens secundários tendo a vida explorada por quem os está perseguindo, buscam ajuda para reascender a chama de um relacionamento que foi estragado por alguns erros cometidos, afinal, é válido tentar consertar as coisas antes de desistir de vez...
Não acho que seja um livro indicado a todos pois só quem é dotado de muita sensibilidade e paciência vai conseguir aceitar, entender ou ter afeição por Bea pela forma como ela é, mesmo que não concorde ou se assuste com suas atitudes desagradáveis... O tema abordado é sério pois a obsessão não é algo saudável. É uma leitura que causa desconforto e pode ser emocionalmente dolorosa, confesso, mas posso dizer que, a partir do que absorvi, vai trazer reflexões profundas e intensas sobre a tentativa de compreensão do comportamento das pessoas ao nosso redor.