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A Mulher que Roubou a Minha Vida - Marian Keyes

10 de março de 2016

Título: A Mulher que Roubou a Minha Vida
Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand
Gênero: Romance/Chick-lit
Ano: 2015
Páginas: 476
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um dia, andando de carro em meio ao tráfego pesado de Dublin, Stella Sweeney, mãe e esposa dedicada, resolve fazer uma boa ação. O acidente de carro que resulta disso muda sua vida. Porque ela conhece um homem que lhe pede o número do seu celular para o seguro, plantando a semente de algo que levará Stella muitos quilômetros para longe de sua antiga rotina, transformando-a em uma superestrela e também, nesse processo, virando a sua vida e a de sua família de cabeça para baixo. Em seu novo e divertido romance, Marian Keyes narra a história de uma mudança de vida. É tudo muito bom quando se passa de um cotidiano banal para dias cheios de eventos glamorosos - mas, quando essa vida de sonhos é ameaçada, pode-se (ou deve-se) voltar a ser a pessoa que se costumava ser?

Resenha: A Mulher que Roubou a Minha Vida é o mais novo chick-lit escrito pela autora irlandesa Marian Keys. O livro foi publicado no Brasil pela Bertrand.

Stella Sweeney é mãe e esposa dedicada, já passou dos quarenta anos e está tentando vencer um bloqueio criativo a fim de escrever seu segundo livro. "Uma piscada de cada vez", seu primeiro livro de autoajuda, teve seus momentos de auge e se tornou best-seller, mas acabou não tendo todo o sucesso que era esperado e caiu no esquecimento... Stella quer dar a volta por cima depois de ter passados por maus bocados, mas as coisas não são tão fáceis quando há problemas na vida que parecem se sobrepor a todo o resto.

Depois de ter lido outros livros da autora, cheguei a conclusão que apesar do desenvolvimento e dos acontecimentos seres distintos, existe uma "fórmula" para os enredos criados por ela. Não que a fórmula seja algo ruim, muito pelo contrário, o que acontece é que o desfecho ou certos tipos de acontecimentos se tornam um pouco previsíveis pra quem conhece o estilo de Marian Keyes então algumas coisas perdem o fator surpresa que esperamos encontrar: Histórias ambientadas em Dublin, Irlanda, com protagonistas mais velhas, na casa dos trinta ou quarenta anos, que estão enfrentando algum problema ou crise séria enquanto tentam, na maioria das vezes, levar, firmar ou até se livrar de um relacionamento amoroso. Logo, acompanhamos a saga da personagem para superar todas as adversidades que a vida lhe impôs de uma forma leve e até descontraída, e mesmo que durante esse percurso nos deparemos com pitadas de bom humor ou situações malucas e engraçadas, há uma mistura com problemas delicados e difíceis, proporcionando também momentos de tensão ou tristeza ao leitor. A Mulher que Roubou a Minha Vida não foge muito dessa fórmula mas, claro, possui alguns diferenciais.

O que inicialmente move a trama é um pequeno acidente de carro, e logo depois uma doença grave que acomete Stella e faz com que ela fique internada por vários meses, a Síndrome Guillain-Barré. Ela fica totalmente paralizada mas sua consciência se mantém intacta, o que a faz prisioneira do próprio corpo. Ambos os acontecimentos a ligam a Mannix Taylor, o médico neurologista que passa a acompanhá-la em busca da cura. O problema é que com a ausência de Stella em casa devido a doença, as coisas com seu marido e filhos começam a sair do controle pois eles simplesmente não sabem se virar sem a presença dela. E mesmo incapacitada ela ainda se sente culpada por ter ficado doente e deixado a família na mão. Nos momentos que se extendem sobre sua condição no hospital, a leitura é inevitavelmente angustiante, pois além de ela se sentir sozinha e desconfortável, a única forma de Stella se comunicar é através de piscadas (que serve de inspiração para o título do livro) que somente Mannix consegue decifrar, os demais não entendem ou simplesmente não tem paciência, inclusive Ryan, o marido dela.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Stella, e a história se revela aos poucos sem respeitar uma ordem cronológica, mesclando flashbacks e momentos presentes, o que pode deixar a história muito, mas muito confusa no início. Ficamos limitados ao ponto de vista dela para tudo o que acontece. Todas as interpretações para determinados acontecimentos e pela forma que ela tem de pensar e enxergar as coisas são unicamente dela, e por ela se submeter a coisas que muitos julgam inadimissíveis, ela acaba sendo uma protagonista que não vai necessariamente despertar a simpatia de qualquer um de forma fácil e, mesmo que sua condição seja difícil, também não desperta nossa compaixão, mas ainda assim fica a curiosidade para desvendarmos o que realmente lhe aconteceu. A demora para as coisas acontecerem é algo que torna a história um pouco cansativa de se acompanhar e mesmo que ela tenha seus picos de fluidez, empolgação e momentos em que não conseguimos parar de ler, na maioria das vezes o ritmo é lento e cheio de informações que não fazem tanta diferença assim e poderiam ser descartados sem que fizessem falta na trama. Há vários personagens secundários que são importantes e suas personalidades e motivações despertam nossa curiosidade, mas ganham pouco aprofundamento e espaço.

Stella é uma personagem que possui características que irritam. Mesmo que ela seja a responsável por manter sua casa em pleno funcionamento, ela não é respeitada como mãe ou mulher e podemos ver isso quando seu marido, que não tem o menor senso de noção, a culpa por tudo, inclusive pelo fracasso do casamento por ela ter ficado doente, ou quando a recrimina por coisas que, na teoria, ele deveria apoiá-la. Seus filhos são ingratos, exigentes, mal educados e mal acostumados e também a condenam por coisas que eles nem ao menos deveriam se intrometer. E o que Stella faz diante de tudo isso? Se desculpa e se conforma, pois ela realmente acredita que a falha é dela. Então quando sua situação muda e a vida de todos vira de pernas pro ar, ela se vê obrigada a encarar uma outra realidade, saindo de sua zona de conforto e submissão a fim de por a vida nos eixos e colher alguns louros. Com a publicação de seu livro ela se muda pra Nova York, se envolve com pessoas ambiciosas e gananciosas do meio literário que a obriga a fazer coisas das quais ela não está acostumada, desconhece e nem mesmo concorda, e aí que as coisas saem fora de controle mesmo. Ela só tem uma pessoa com quem contar, mas diante da situação em que se encontra, passa a duvidar de sua própria capacidade, seja pessoal ou profissional.
Passei o livro inteiro querendo estapear Stella na cara, torcendo para ela dar um basta naquilo tudo para tomar as rédeas da própria vida, mas essa mudança não ocorre da forma que esperei. Talvez porque na vida as coisas não aconteçam da forma como gostaríamos, mas sim como se deve ser... Devagar, ao seu tempo, tendo surpresas agradáveis mas também passando por decepções, infortúnios e até mesmo traições, mas basta ter esperança e correr atrás do prejuízo para que tudo se encaixe. Por esse motivo, apesar de toda a frustração que senti com Stella, entendi que a autora criou uma história real e humana, que poderia ser vivida por pessoas comuns, principalmente no que diz respeito a parte romântica da história. É mais fácil do que parece encontrarmos pessoas tão complacentes como Stella por aí e não podemos julgar se não conhecemos sua verdadeira história.

É uma boa história, apesar de eu não ter mexido comigo, mas ficou a mensagem de que além de ser importante correr atrás daquilo que nos faz feliz, é preciso deixar de se submeter aos caprichos alheios ao ponto de esquecermos de nós mesmos.
Em suma, A Mulher que Roubou a Minha Vida não tem foco na superação dos problemas, mas sim em como a protagonista tenta lidar e se adaptar às mudanças que surgem em sua vida e acredito que isso é algo que todos nós estamos passíveis em algum momento.
Então, mesmo que não seja o melhor livro da autora que li, recomendo.

Mamãe Walsh: Pequeno Dicionário da Família Walsh - Marian Keyes

12 de fevereiro de 2015

Lido em: Novembro de 2014
Título: Mamãe Walsh: Pequeno Dicionário da Família Walsh - Livro Extra
Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Chick lit
Ano: 2014
Páginas: 160
Nota: ★★★★★
Sinopse: Cheio de humor, cheio de lágrimas, cheio de emoção e de vida. Depois de histórias que envolviam suas cinco filhas Claire, Margaret, Rachel, Anna e Helen , faltava um livro que trouxesse as palavras da matriarca de uma das famílias mais divertidas da literatura. Em Mamãe Walsh - Pequeno Dicionário da Família Walsh, Marian Keyes apresenta mais um exemplo que explica porque ela se tornou a maior escritora de chick-lit do planeta. A obra traz uma compilação de expressões que fazem o leitor compreender ainda melhor essa inusitada família. Em cada uma delas, a chefe do clã narra acontecimentos que ilustram o tema, como H de Homens de verdade, em que ela conta as aventuras com grandes exemplares do sexo masculino; ou C de Cozinha, com histórias sobre o dom culinário dos Walsh. Mamãe Walsh produzirá no leitor lembranças de cada um dos títulos anteriores de Marian, de Melancia a Chá de sumiço, causando identificação instantânea: quem nunca passou por situações loucas na vida? Um livro que convida todos a se divertirem mais uma vez com esses incríveis personagens. São páginas repletas de humor e sagacidade, como somente Marian Keyes é capaz de escrever.

Resenha: Para os fãs da família mais maluca da literatura estrangeira, eis que Marian Keys presenteou suas leitoras com um "pequeno dicionário" que serve como um extra para a série da Família Walsh, mas dessa vez pelos olhos da matriarca da família. Trata-se de uma série de termos conhecidos na família que vão de A a Z seguidos por uma breve explicação do que se trata em que mamãe Walsh descreve situações cômicas e muito hilárias com o famoso bom humor e sacadas engraçadas e bastante rotineiras que a autora usa e abusa em seus livros.

Acredito que pela quantidade de páginas, o livro não segue o mesmo padrão de tamanho dos livros anteriores, talvez por ser um bônus para a série. As páginas são brancas e a diagramação é simples e não encontrei erros na revisão. Mesmo com poucas páginas, mamãe Walsh consegue passar com uma naturalidade super peculiar um pouco mais de quem ela é, de onde veio, como conheceu o marido, como lidou com a adolescência das filhas - afinal, não é nada fácil ter cinco filhas mulheres com personalidades diferentes -, por que em sua casa só se encontra comida congelada e por aí vai. É possível relembrar das situações malucas mencionadas nos demais livros da série envolvendo suas filhas, porém, pelo ponto de vista de mamãe Walsh, e de quebra ainda saber como estão e por onde andam as personagens tão queridas que emocionaram e arrancaram gargalhadas das fãs da série.
O que me fez gostar muito mais desse livro é que, além de rir muito das situações em que a protagonista da vez se mete ou das impressões que tem sobre alguma coisa, Marian Keys retrata com realidade uma família tradicional, mesmo que muito maluca, fazendo com que as personagens estejam tão próximas a ponto de nós, leitoras, conseguirmos nos identificar com alguma delas, com um pensamento que tiveram ou com uma situação das quais se encontraram, mas no caso de mamãe Walsh, fica bem mais evidente de como uma "senhora de idade" ainda pode conservar seu espírito jovem intacto, mantendo o bom humor, a praticidade, a sagacidade e, além de tudo, a esperteza para saber lidar com qualquer tipo de situação que a vida - junto com o marido e suas filhas malucas - lhe impõe.

Para os fãs da série, é um livro de leitura obrigatória. A nostalgia que ele causa é imensa, e a vontade de reler os livros anteriores é praticamente inevitável!

Chá de Sumiço - Marian Keyes

3 de janeiro de 2014

Lido em: Dezembro de 2013
Título: Chá de Sumiço - Família Walsh #5
Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand
Gênero: Chick Lit
Ano: 2013
Páginas: 644
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Helen Walsh não vive um bom momento. O trabalho como detetive particular não vai bem, o apartamento foi tomado por falta de pagamento e um ex- namorado surge com uma proposta de trabalho: encontrar o desaparecido músico da Laddz, a boy band do momento. Precisando do dinheiro, ela se vê forçada a aceitar, o que causa uma confusão em sua cabeça ao conviver com o ex e precisar acalmar o atual namorado. Ao tentar seguir suas próprias regras, Helen será arrastada para o mundo complexo, perigoso e glamoroso do showbiz, percebendo que seu pior inimigo ainda está por surgir. Irresistível, comovente e muito engraçado, Chá de sumiço é diferente de todos os romances do gênero, e a protagonista – corajosa, vulnerável e dona de uma língua afiadíssima – é a heroína perfeita para os novos tempos.
Resenha: Chá de Sumiço é o 5º e último livro escrito por Marian Keyes acerca das irmãs da Família Walsh que começou com Melancia (contando a história de Claire), seguido por Férias (contando a história de Rachel), Los Angeles (Maggie) e Tem Alguém Aí? (Anna), todos lançados pela Bertrand. Em Chá de Sumiço temos Helen, a irmã caçula, como protagonista. No quarto livro da série, Tem Alguém Aí?, apesar de a história ser focada em Anna, Helen tem um papel super bacana onde inicia sua carreira no meio das investigações se tornando uma detetive particular hilária e que sempre se metia em confusões, e dessa vez, mesmo que alguns anos tenham se passado, ela continua trabalhando nesse ramo. Porém, a vida de Helen já não é mais toda aquela festa cheia de brincadeiras e curtições em que quase nada era levado a sério, e ela não está vivendo em nenhum mar de rosas. Problemas financeiros e dificuldades no trabalho são fatores que fizeram com que ela deixasse de ter condições de pagar o financiamento de seu apartamento e Helen teve que recorrer a casa dos pais para seu desgosto. Até que seu ex namorado, Jay Parker, aparece cheio de dinheiro lhe oferecendo um novo trabalho em que Helen teria que investigar o desaparecimento de Wayne Diffney, um dos integrantes da popular banda Laddz, e descobrir seu paradeiro. Helen apesar de relutar e achar que o trabalho seria a maior furada pois não confia nada em Jay, principalmente pela forma como o namoro deles terminou, acaba aceitando por causa da grana.

Helen já está num relacionamento ótimo com Artie, um cara mais maduro que também trabalha com investigações e já é pai de três filhos, mas o reaparecimento de Jay abala suas emoções, principalmente quando ela adentra pelo mundo da fama e se vê cercada de sujeira, e quando se dá conta de que está afundando na obscuridade da própria mente...

Vou ser sincera em assumir que depois de ter lido os quatro livros da família Walsh, a personagem que mais gostava era a Helen, então um livro só para ela era o que eu mais esperava e ansiava. Sarcástica, teimosa, maluca, sem educação, engraçada, bonita e despreocupada com a vida eram algumas das características que definiam Helen em suas aparições nos livros anteriores, mas em Chá de Sumiço, essa Helen não existe mais. Aqui nos deparamos com uma mulher que passou dos 30, bem mais madura e com problemas sérios de depressão e tendências suicidas super graves, que faz tratamento com psiquiatras e é dependente de remédios e mais remédios, além da Coca zero...

Quando me dei conta de que aquela Helen de quem eu era super fã, a ponto de colocá-la em primeiro lugar no hall dos meus personagens literários favoritos devido a sua personalidade e atitudes marcantes, tinha simplesmente sumido e sido substituída por outra totalmente diferente, me bateu aquela tristeza, e apesar de continuar lendo a história para saber como ela iria lidar com sua depressão ao mesmo tempo que investigava um desaparecimento, Chá de Sumiço não superou minhas expectativas como imaginei. O livro é bem escrito, a leitura flui maravilhosamente bem, apesar das mais de 600 páginas com capítulos curtos (71 capítulos + prólogo), a história poderia ter a mesma qualidade se contada de forma mais rápida, com menos detalhes e pensamentos repetitivos, como por exemplo, a insistência, que pra mim foi super irritante, de Helen sempre achar que está sendo aproveitadora usufruindo do conforto, da luz, da água e etc, e que deve repor todas as Cocas zero geladinhas que toma enquanto está na casa de Wayne investigando, como se estivesse roubando do cara.

A questão que envolve a resolução de um mistério chega a ser clichê, pois a investigação, como sempre, se arrasta por todo o livro em que todas as explicações são guardadas pro final. Juro que fiquei com vontade de pular as páginas pra saber logo o fim de tudo, o que raios tinha acontecido com Wayne e como ela daria jeito em todos os obstáculos que se deparou, mas me contive, e por um bom motivo: Marian Keyes é o tipo de autora que sabe lidar com temas fortes e ao mesmo tempo delicados, como é o caso do vício em drogas, o abandono, a morte, com a violência e afins, de uma forma muito natural e que não deixa o leitor abismado e em choque. Às vezes ela se estende além da conta deixando o livro mais grosso do que nunca, mas acredito que seja para poder frisar nos mínimos detalhes os pensamentos dos personagens que sofrem com algum dos problemas abordados de forma exaustiva, com intenção de passar para o leitor toda a emoção sentida no momento, como se quisesse que ele sentisse tudo aquilo na pele. E como pra mim "depressão" é um assunto delicado, mesmo que tenha alguns toques de humor e por mais natural que a história tenha sido narrada, ficar relembrando situações e pensamentos ruins através de um personagem fictício foi algo que me incomodou, principalmente porque nos livros anteriores Helen esbanjava alegria e maluquices por onde passava.

No mais, é um bom livro para quem quiser se aventurar num mistério sobre um sumiço bastante complexo que envolve muito mais coisas do que se pode imaginar, e principalmente, pra aqueles que querem saber mais sobre a depressão e como quem sofre com ela se vê um mundo sem cor e sem graça.

A Estrela Mais Brilhante do Céu - Marian Keyes

30 de junho de 2012

Lido em: Dezembro de 2011
Título: A Estrela Mais Brilhante do Céu
Autor: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Chi Lit
Ano: 2011
Páginas: 598
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Existe um misterioso espírito que paira sobre o edifício número 66 da Star Street, em Dublin, Irlanda. Ele está em uma missão para mudar a vida de alguém. Em A Estrela Mais Brilhante do Céu, Marian Keyes demonstra mais uma vez sua técnica como uma dos grandes contadores de histórias da atualidade e sua vontade de ultrapassar limites na literatura. Os inquilinos do prédio 66 formam certamente um grupo excêntrico. Na cobertura mora Katie, uma mulher de 39 anos que trabalha como relações públicas de cantores e que só se preocupa com o tamanho de suas coxas e se seu namorado irá propor casamento. No apartamento abaixo, dividem o espaço dois poloneses mais a engraçada Lydia. No primeiro andar está Jéssica, a octogenária que vive com seu malvado cachorro e o filho adotivo. Já no térreo estão os recém-casados Maeve e Matt, que por mais que tentem esquecer o passado, não conseguirão.

Resenha:  O tal espírito misterioso citado na sinopse, é o narrador dessa história, e chega de mansinho no prédio 66 passando a observar a vida dos moradores. Cada personagem tem sua própria história, que em forma de contagem regressiva feita por ele, tem a vida analisada. A ideia que eu tive sobre isso é que se alguém está sendo analisado ou avaliado é porque, após ser escolhido, está prestes a receber alguma coisa, seja ela boa ou má.
A vida desses vizinhos vão se cruzando de forma muito bacana, onde após anos de desinteresse e indiferença um para com o outro, eles começam a se enxergar de outra maneira com ajuda desse "espírito".

Os personagens dessa história são mais adultos, mais maduros, e acho que a história de vida e propósito de cada um foram os elementos que tornaram o livro menos engraçadinho.

Katie já está chegando aos 40 e tem um complexo enorme por ainda estar encalhada. Ela e seu chefe acabam se envolvendo, mas ela continua desacreditada e infeliz pois o cara é completamente viciado em trabalho, e tudo indica que ele sempre vai colocar a carreira em primeiro lugar, mesmo que isso signifique sacrificar um relacionamento que poderia dar certo e magoar os sentimentos alheios sem a menor consideração.

Lydia trabalha como taxista e divide o apartamento do terceiro andar com dois poloneses, Andrei e Janco (e não, eles não são gays). Ela vive se aventurando com um deles por mais antipatia que ela sinta. Ela é super arrogante, mandona, debochada, daquele tipo que fala tudo que lhe vem a cabeça sem medir as consequências, e de início tomei uma certa raiva da moça, mas depois que conhecemos sua história e descobrimos porque ela é do jeito que é e o que ela fez por sua mãe doente, ela se tornou minha personagem preferida, pois no fundo, ela é uma boa pessoa e só quer ser feliz. Só achei que ela passou por muita coisa injusta na vida... Mas quem disse que a vida é justa, né? :/

Jemima, é uma senhora que vive com seu cachorro rabugento e que odeia gente estranha, Rancor, e espera por seu filho adotivo, Fionn, que está pra gravar um programa sobre jardinagem na TV. Ela é a personagem mais sem graça da história na minha opinião, talvez por viver naquela mesmice de sempre, mas não deixa de ter sua importância e função na história, claro...

Já o casal Maeve e Matt, são os personagens que foram mais trabalhados com relação aos detalhes de suas vidas, e o mistério maior gira em torno deles e de uma coisa horrível que aconteceu no passado. Só que Maeve é fresca, fica se fazendo de vítima a todo momento e isso chega a ser irritante. Ela tem seus motivos pra se comportar assim, mas beira o exagero. Já Matt, é um exemplo de bom marido na minha opinião, mas acho meio difícil, pra não dizer impossível, existir um homem com a "paciência" que ele tem, por mais que tenha sofrido junto com a esposa.

Apesar de ter, ainda não tive chance de ler todos os livros de Marian Keyes, mas dentre os que já li, A Estrela Mais Brilhante do Céu é mais "sério" e não faz o mesmo estilo cômico dos outros, que mesmo abordando temas sensíveis, sempre vêm cheio de humor e maluquices.
Quem narra a história do livro, nos faz imaginar que ele seja qualquer coisa, menos quem ou o que realmente é...

O livro é muito bacana, mas confesso que além de ter achado o começo um pouco arrastado e a empolgação não vir de imediato, me perdi em algumas partes pois a leitura não me prendeu justamente pela enrolação do começo. Mas depois fica bom! Não percam as esperanças! Eu demorei quatro dias pra acabar de ler esse bendito! Talvez porque alguns personagens foram menos trabalhados do que outros e alguns acontecimentos deixaram um pouco a desejar também. Outra coisa que me incomodou um pouco, é a famosa "falação" desnecessária de MK pra engrossar o livro. Tinha muita coisa alí que poderia ter sido bem menos detalhada ou simplesmente cortada da história, pois, ao meu ver, não acrescentou nada. Mas de forma geral, apesar de não ser o melhor, é um livro muito bom pra ser lido, principalmente quando se tem tempo pra isso! Confesso que me emocionei muito com a história do casal do primeiro andar e cheguei a ficar com os olhos cheios de lagriminhas. É o tipo de livro que você fecha e fica com aquela sensação de paz, com aquele sorriso no canto da boca, refletindo sobre as coisas boas da vida e percebendo que a leitura valeu muito a pena...

Férias - Marian Keyes

16 de março de 2012

Lido em: Setembro de 2011
Título: Férias - Família Walsh #2
Autor: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Chick Lit
Ano: 2007
Páginas: 559
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Rachel Walsh tem 27 anos e a grande mágoa de calçar 40. Ela namora Luke Costello, um homem que usa calças de couro justas. E é amiga - pode-se mesmo dizer muy amiga - de drogas. Até que a sua vida vai para o Claustro - a versão irlandesa da Clínica Betty Ford. Ela fica uma fera. Afinal, não é magra o bastante para ser uma toxicômana, certo? Mas, olhando para o lado positivo das coisas, esses centros de reabilitação são cheios de banheiras de hidromassagem, academia e artistas semifissurados (ao menos ela assim ouviu dizer). De mais a mais, bem que já está mesmo na hora de tirar umas feriazinhas. Rachel encontra mais homens de meia-idade usando suéteres marrons e sessões de terapia em grupo do que poderia supor a sua vã filosofia. E o pior é que parecem esperar que ela entre no esquema! Mas quem quer abrir as janelas da alma, quando a vista está longe de ser espetacular? Cheia de dor-de-cotovelo (o nome do cotovelo é Luke), ela busca salvação em Chris, um Homem com um Passado. Um homem que pode dar mais trabalho do que vale... Rachel é levada da dependência química para o terreno desconhecido da maturidade, passando por uma ou duas histórias de amor, neste romance que é, a um tempo, comovente, forte e muito, muito engraçado.

Resenha: Em Férias, segundo livro destinado a família Walsh escrito por Marian Keys e publicado no Brasil pela Bertrand, a protagonista é Rachel Walsh, a história se passa alguns anos depois do que aconteceu em Melancia.

Rachel é a "ovelha negra" da família Walsh e por ser usuária de drogas, acaba tendo uma overdose, vai parar no hospital e deixa sua família maluca de preocupação.
Rachel, assim como todos os dependentes químicos, não entende e nem aceita que é viciada e precisa de ajuda e tratamento para essa "doença".
Diante disso, Rachel vai passar "férias" no Claustro, um centro de recuperação para dependentes.
No começo ela não concorda em ir, mas acaba indo acreditando que o lugar se tratava de um spa desregrado, cheio de loosho, gente hyka e famo$a, e que lá poderia continuar fazendo o que bem entendesse de sua vida medíocre...

Mas quando Rachel chega lá, vê que as coisas são bem diferentes do que pensou... Ela conhece gente nova, cada um com sua personalidade e problemas distintos, começa a entender que a vida não é só sexo, drogas e rock'n roll e passa a avaliar sua vida e tudo o que já fez até então de outra forma e com outros olhos...

O livro, apesar de tratar de um assunto um pouco "delicado", também traz muito humor (é sério, ri alto várias vezes rsrsrs), romance, questões sobre autoestima, problemas familiares, e sobre coisas na vida que devemos avaliar se valem a pena ou não...

E ao contrário das lembranças de Claire em Melancia, os flashbacks de Rachel acrescentam alguma coisa à história que, na maioria das vezes, são importantes pra entendermos o que se passa.

Confesso que fiquei mais de um ano com esse livro parado na estante por causa da minha decepção com Melancia, mas depois que li, relevei e Marian Keyes subiu no meu conceito, graças a Deus! :)
Só achei o livro um pouco grosso pra contar algo que poderia ter sido contado em menos páginas... Mas vindo de Marian Keys, a encheção de linguiça é marca registrada, mas nesse caso não foi de todo ruim.

Melancia - Marian Keyes

24 de fevereiro de 2012

Lido em: Fevereiro de 2009
Título: Melancia - Família Walsh #1
Autor: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Chic Lit
Ano: 2004
Páginas: 489
Nota: ★☆☆☆☆☠
Sinopse: Foi demais da conta para Claire o dia do nascimento da sua filha. Ao acordar no quarto do hospital depara com o marido olhando-a na cama. Deduzindo tratar-se de algum tipo de sinal de respeito, ela nem suspeita de que ele soltará a notícia da sua iminente separação: “Ouça, Claire, lamento muito, mas encontrei outra pessoa e vou ficar com ela. Desculpe quanto ao bebê e todo o resto, deixar você desse jeito...” Em seguida, dá meia-volta e deixa rapidamente o quarto. De fato, ele sai quase correndo. Com 29 anos, uma filha recém-nascida nos braços e um marido que acabou de confessar um caso de mais de seis meses com a vizinha também casada, Claire se resume a um coração partido, um corpo inteiramente redondo, aparentando uma melancia, e os efeitos colaterais da gravidez, como, digamos, um canal de nascimento dez vezes maior que seu tamanho normal! Não tendo nada melhor em vista, Claire volta a morar com sua excêntrica família: duas irmãs, uma delas obcecada pelo oculto, e a outra, uma demolidora de corações; uma mãe viciada em telenovelas e com fobia de cozinha; e um pai à beira de um ataque de nervos. Depois de muitos dias em depressão, bebedeira e choro, Claire decide avaliar os prós e contras de um casamento de três anos. E começa a se sentir melhor. Aliás, bem melhor. É justamente nesse momento que James, seu ex-marido, reaparece, para convencê-la a assumir a culpa por tê-lo jogado nos braços de outra mulher. Claire irá recebê-lo, mas lhe reservará uma bela surpresa...

Resenha: Outro dia, conversando sobre livros ruins com um amigo do trabalho, o primeiro que me veio a mente foi Melancia.

Caraca... é o tipo de livro que a gente dá tudo, só de ver a capa, mas quando abre, dá vontade de chorar de desgosto...
Claire foi largada pelo marido poucos minutos após dar a luz com a chocante notícia de que ele tinha arrumado outra. Depois disso, a pobre coitada voltou pra casa dos pais e suas irmãs malucas, acabada, flácida e deprimida e passa por maus bocados pra tentar se recompor e seguir com a vida adiante. Claire conhece Adam, etilo gostosão, super lindo e mais novo do que ela, e embarca numa "aventura amorosa" buscando recuperar o tempo que perdeu com o ex-marido traste, mesmo com um bebê na bagagem.

Só que, a protagonista é boba, fraquíssima, sem a menor graça, tenta ser engraçada mas passa muito longe disso, e viaja na maionese com força. Por mais que algumas pessoas se identifiquem com a situação e a história de Claire, a encheção de linguiça da autora com bobagens só pra engrossar o livro é gigantesca e o final é super previsível. É tanta asneira, que dá preguiça! Aaaaahhhhh!

Uma hora está acontecendo uma coisa, de repente a personagem começa a pensar/lembrar de alguma outra coisa simplesmente nada a ver com a situação e que não acrescenta nada de útil ou interessante na história, e a enrolação é tanta, o devaneio é tão eterno, que quando se volta ao assunto inicial, você até esquece do que raios a autora falava antes, e fica com aquele ponto de interrogação no ar se perguntando "mas o que tem a ver o c* com as calças, Jesus Cristo?" Detesto livros que fogem do assunto no meio do assunto e depois obriga o leitor a voltar no início pra lembrar o que estava acontecendo.

As situações envolvendo os familiares da protagonista são engraçadas, mas nem isso é capaz de salvar essa história...
Deprimente, odioso... Nem quero me estender pra não passar ainda mais raiva do que já passei. Esse eu não recomendo, mesmo.

Los Angeles - Marian Keyes

5 de janeiro de 2012

Lido em: Novembro de 2011
Título: Los Angeles - Família Walsh #3
Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Chick Lit
Ano: 2007
Páginas: 484
Nota: ★★★★★
Sinopse: Maggie sempre foi uma anjinha, a cria mais certinha da complicada (e engraçadíssima) família Walsh... até se cansar de andar na linha e mandar todas as regras que a prendiam a um dia-a-dia em sal (e muito menos açúcar) às favas - a começar pelo casamento (que, para o bem da verdade, nunca havia realmente engrenado) e o trabalho bitolante numa firma de advocacia. Ao largar essa vida em preto e branco no passado, Maggie decide se mandar para o lugar onde a realidade promete ser em Technicolor: Hollywood, claro! Terra do glamour, da liberdade, da beleza (até as palmeiras das calçadas são magras), da luxúria e, obviamente, da diversão! Em Los Angeles, o sexto romance de Marian Keyes, a consagrada autora de "Melancia" e "É Agora... Ou Nunca", acompanhamos Maggie Walsh em sua busca por um sentido na vida em meio às calçadas estreladas de Hollywood, os subúrbios sofisticados de L.A., o bronzeado deslumbrante que só se consegue nas praias da Califórnia, vários martínis, algumas decepções... e muitas risadas, claro. Ao se hospedar com sua melhor amiga, Emily, uma pretendente a roteirista, Maggie começa a fazer coisas que jamais fizera antes: se infiltra em grupinhos de estrelas de Hollywood (mesmo que do segundo escalão), usa meias-calças na cabeça para firmar o penteado, se especializa em ser cara-de- pau profissional para realizar apresentações de roteiros a grandes (ou nem tanto) produtores... Mas será que em meio a tanta aventura, drama e comédia pastelão haverá espaço para um romance - daqueles bem cafonas e açucarados (ou seja, os melhores de todos)? Para o Daily Mail, "ler um romance de Marian Keyes é como estar à mesa com um grande amigo, aquele a quem você faz confidências, enquanto ele coloca você a par das novidades e das suas paqueras".

Resenha: Na minha opinião, achei o livro um pouco enrolado  e grosso demais para uma história que poderia ter sido contada de forma mais rápida, mas acho que por ter me identificado com a Maggie, engatei na leitura e não consegui parar mais até saber que final essa história ia ter e gostei muito. É muito engraçado, os personagens foram muito bem elaborados, a família Walsh é uma loucura só

O livro conta a história de uma separação onde Maggie, está em um casamento falido e após ser traída pelo marido Garv, o que foi a gota d'água, vai para casa de Emily, em Los Angeles, espairecer as ideias.

Emily, já acostumada com a vida super corrida e agitada da cidade, tenta fazer com que Maggie se encaixe e tenta também ajudá-la a superar a crise da separação com o marido colocando a amiga pra frente, nem que seja na marra.

O que acontece, é que Maggie é uma pessoa muito certinha (muito diferente das irmãs que tem), acostumada a vidinha água com açúcar do casamento e, apesar de ir ficar com Emily, não está muito preparada para levar o tipo de vida maluca que a amiga leva, que envolve a indústria do cinema, roupas caríssimas, viver de aparência (física e financeira), se enturmar com pessoas ricas e famosas e etc e tal...

Mas depois de aproveitar o que ela pode considerar o máximo de sua vida de solteira, ela avalia a situação, coloca tudo na balança, reconhece que se o casamento afundou ela também teve uma parcela de culpa e acaba sentindo falta do marido, que apesar de ter feito a grande besteira de se envolver com outra por ter se sentido rejeitado devido a vários fatores que eles enfrentam (deve ser mal dos homens quando o casamento entra em crise rsrs) é o único que cuida dela de verdade, pois no fundo, é isso o que ela quer, e sempre quis: uma vidinha a dois, tranquila e feliz para sempre.

Obviamente nem todos tomariam a mesma decisão que a Maggie tomou, mas eu não esparava outra coisa devido a personalidade, aos objetivos de vida e aos valores que ela tem.

Quem ama perdoa, quem ama cuida, e se a pessoa tiver que ficar com a outra, independente do que aconteça, ela vai ficar, não tem jeito... E no final das contas, num relacionamento, há males que vem para o bem.
Errar, todo mundo erra, mas dar uma chance para que o erro possa ser reparado, se esforçando para que tudo possa se ajeitar, é coisa que poucos fazem. Jogar tudo pro alto parece mais fácil, mas nem sempre é isso o que vai trazer a felicidade que a pessoa tanto procura e quer pra si mesma...

Super recomendo e já está nos meus favoritos.