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A Coroa da Vingança - Colleen Houck

26 de maio de 2018

Título: A Coroa da Vingança - Deuses do Egito #3
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 416
Nota:★☆☆☆☆
Sinopse: Meses após sua pacata vida como herdeira milionária sofrer uma reviravolta e ela embarcar numa vertiginosa jornada pelo Egito, Liliana Young está praticamente de volta à estaca zero.
Suas lembranças das aventuras egípcias e, especialmente, de Amon, o príncipe do sol, foram apagadas, e só resta a Lily atribuir os vestígios de estranhos acontecimentos a um sonho exótico. A não ser por um detalhe: duas estranhas vozes em sua mente, que pertencem a uma leoa e uma fada, a convencem de que ela não é mais a mesma e que seu corpo está se preparando para se transformar em outro ser.
Enquanto tenta dar sentido a tudo isso, Lily descobre que as forças do mal almejam destruir muito mais que sua sanidade mental – o que está em jogo é o futuro da humanidade.
Seth, o obscuro deus do caos, está prestes a se libertar da prisão onde se encontra confinado há milhares de anos, decidido a destruir o mundo e todos os deuses. Para enfrentá-lo de uma vez por todas, Lily se une a Amon e seus dois irmãos nesta terceira e última aventura da série Deuses do Egito.

Resenha: A Coroa da Vingança é o livro que, enfim, encerra a trilogia Deuses do Egito, da autora Colleen Houck.
A trilogia, num geral e de forma bem resumida, conta a história de Lily Young, uma jovem que tinha a vida controlada pelos pais até conhecer um antigo príncipe egípcio milenar que sofria de uma terrível maldição. Ele a leva numa jornada cheia de aventuras, descobertas e grandes perigos.

Nesse terceiro volume, Lily não se lembra de nada do que enfrentou no livro anterior, muito menos de Amon, o príncipe. O que ela não entende é que, embora ela não tenha lembranças, ela sempre escuta duas vozes misteriosas dentro de sua cabeça que falam sobre o Egito, múmias, esfinges e tudo o que ela, aparentemente, desconhece. Mas tudo muda quando ela recebe a visita do grão-vizir Hassan, que vem pra orientá-la de uma nova missão. Missão em que ela é a grande responsável por acordar os filhos do Egito, salvar Amon e Asten e impedir que Seth se liberte, mesmo que pra isso ela precise fazer um grande sacrifício.

Sei que tinha dito na resenha do segundo livro da série que iria desistir dessa trilogia, mas às vezes parece que gosto de ser feita de trouxa. Decidi, cheia de coragem, que iria fechar as resenhas desses livros aqui no blog, independente do resultado, e a única coisa que posso adiantar desde já é que esse volume deveria se chamar "Manual de como testar a paciência do leitor", ou "Manual de como estragar uma história, vol. 2" (pq o vol. 1 já foi com o livro anterior).

Os pontos negativos desse livro são tão infinitamente maiores do que os positivos, que tenho até vergonha de falar sobre minha sensação ao final. Nem a escrita, dessa vez, foi capaz de salvar minhas impressões.
Começando pela ideia estrambólica do Wasret. Lily convive com mais duas "entidades" dentro de si, que não só tem personalidade, sentimentos, vontades, desejos íntimos, voz própria e, claro, fuego, como também são capazes de controlar o seu corpo. Então, uma quarta mente que estava prestes a "eclodir" só para causar confusão, desde que sacrifícios fossem necessários, não faz muito sentido, principalmente porque o auê todo sobre o tal sacrifício, que parecia ser algo "obrigatório", caiu por terra...

Enquanto eu lia, não conseguia parar de lembrar da Saga do Tigre e como fica evidente que existe uma "fórmula" utilizada pela autora sobre como conduzir uma jornada, um romance, um mistério envolvendo alguma mitologia e até como fazer descrições que, por mais que transporte o leitor para o exato lugar onde a história se passa e veja tudo com os olhos dos personagens, acabam sendo desnecessárias por não acrescentarem bulhufas na trama, muito pelo contrário. Só faz o livro ter mais páginas, demorar mais pra ser lido, e os olhos se revirarem cada vez mais. E mesclar mitologia egípcia com elementos fantásticos nada a ver com a história, tipos fadas e unicórnios (???) só me deixaram com a cara na poeira pensando "WTF??!!"

Descrições de como os boys são lindos, maravilhosos, seus olhos claros penetrantes e seus corpos deliciosamente sarados, o que os personagens estão vestindo, o que estão comendo, o que estão cheirando ou como toda aquela areia do deserto gruda, só me fizeram querer tacar o livro janela afora.
Lily é uma protagonista detestável. Ao longo da história ela vai se transformando em uma pessoa totalmente diferente de quem ela se mostrou no começo, e a impressão que ela passa é que, mesmo que possa evitar confusão, ela não sossega enquanto não arruma problemas horripilantes, ou está tentando morrer, ou sei lá.
As personalidades/entidades quando eram trabalhadas separadamente foram um problema pois o que acontecia não tinha consistência, além de tudo ser muito absurdo. Três/Quatro "pessoas" em um único corpo onde cada uma delas ama/quer outras três pessoas diferentes.. Argh! Me perguntei um milhão de vezes se algum desses personagens já ouviu falar em monogamia, Lord. Se eu já detesto triângulos amorosos, nem preciso falar quando um triângulo vira um quarteto, um hexágono, uma suruba mui louca, e por mais ridículo que isso seja, eu ainda ficava pensando que tudo isso ainda poderia piorar... E não me enganei. O desfecho absurdo desses romances, vividos por personagens que parecem ser adolescentes psicologicamente perturbados, foi exatamente o que previ, mesmo que desde o início eu tenha ficado pensando que se isso realmente acontecesse, eu morreria de desgosto. E morri, mesmo.
Muitas coisas apresentadas pela autora que, inicialmente, pareciam ser importantes e que fariam alguma diferença na história, parecem ser esquecidas no meio do caminho, e ninguém sabe o que se passou, quando, onde e porquê, sem falar nas incontáveis conveniências irritantes que aparecem do além para tirar Lily de alguma enrascada e ajudá-la a resolver tudo facilmente como se fosse mágica.

Juntando tudo isso, a impressão que tive foi de um enredo louco que foi se desenvolvendo de forma desarticulada onde várias coisas não faziam o menor sentido, e o final tão previsível, absurdo e odioso que penso que se arrependimento matasse, eu já estaria caída dura nesse chão.
Infelizmente finalizei a leitura considerando que tudo que aconteceu não fez sentido e não teve um propósito plausível que me convencesse e me fizesse acreditar na história, independente de ser fantasiosa ou não. A capa salva, algumas descrições, mesmo inúteis, salvam, mas a trilogia como um todo é a maior perda de tempo que tive.

O Coração da Esfinge - Colleen Houck

17 de março de 2017

Título: O Coração da Esfinge - Deuses do Egito #2
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Aventura/YA
Ano: 2016
Páginas: 368
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas | Amazon
Sinopse: Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar.
Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez.
Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos.
Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso.
Nesta sequência de O Despertar do Príncipe, o lado mais sombrio e secreto da mitologia egípcia é explorado com um romance apaixonante, cenas de tirar o fôlego e reviravoltas assombrosas.

Resenha: O Coração da Esfinge é o segundo volume da série Deuses do Egito escrita pela autora Colleen Houck e publicado no Brasil pela Editora Arqueiro.

Em O Despertar do Príncipe, primeiro volume da série, conhecemos Lily Young, uma jovem infeliz de dezessete anos que tem a vida totalmente controlada pelos pais até ter a oportunidade de se libertar ao embarcar numa viagem louca rumo ao Egito com uma múmia de milhares de anos que despertou num museu e passou a usar a energia vital dela para cumprir com sua missão de impedir Seth, o deus do caos, de destruir a Terra.
Então, dando continuidade a esses acontecimentos, e sem dar spoilers gritantes, Amon se rebelou contra os deuses egípcios e decidiu se transportar para o mundo dos mortos, e, com isso, Lily, arrasada, foi passar um tempo na fazenda da avó. Mas além de sofrer com a ausência do seu amado, ela ainda tem pesadelos tumultuados onde o vê lutando frequentemente contra várias criaturas monstruosas, e nem sempre levando a melhor. O que restou a ela foi um artefato que Amon havia lhe entregado antes de partir e que representa seu coração. Esse artefato criou um elo entre os dois, fazendo com que Lily seja capaz de encontrar - e salvar - Amon onde quer que ele estivesse, já que eles estão conectados independente do mundo em que estejam. E quando Anúbis faz uma visita a ela lhe dando a missão de ajudar Amon, ela não hesita em aceitar. Mas Lily não poderia ir até o mundo dos mortos como uma simples humana, ela deveria se transformar num esfinge, desde que provasse seu valor ao encarar provas difíceis e convencesse os deuses de que é digna de adentrar outro mundo.

Quem leu minha resenha de O Despertar do Príncipe percebeu que o livro foi uma completa decepção pra mim. Mas a culpa é toda minha, afinal, quem mandou insistir em ler todos os livros da autora sabendo que apenas um único mísero me agradou em meio a todos que desgraçaram a série inteira?
Narrado em primeira pessoa, lá vamos nós acompanhar Lily em mais uma tarefa impossível cheia de aventuras, perigos, reviravoltas loucas, e muitos detalhes sobre a mitologia egípcia, que dessa vez está bem mais sombria do que antes. A parte da mitologia é ótima, não nego, mas não salva a história...

Colleen Houck tem uma habilidade ótima de fazer o leitor viajar pra longe e imaginar tudo com muita perfeição através de sua narrativa fluída, detalhada e rica, isso eu posso afirmar com toda a certeza do mundo, mas é só. Não adianta ler uma história se a única coisa que pode ser aproveitada é esse fator, e só posso dizer que o que essa autora escreve não deve ser pra mim, mesmo. Penso seriamente em parar por aqui já que não consigo mais engolir tanta patifaria. Pena que descobri isso tarde...
Apesar de eu não ir muito com a cara de Amon, tenho que confessar que, no primeiro livro, com o passar do tempo o romance ele entre e Lily começou a ficar mais aceitável, ele demonstrando ser fofo e tudo mais, mas aí decidir que fugir de suas obrigações e largar sua amada pra trás pra ir pro meio no inferno seria uma boa ideia é demais. Mais egoísta impossível. A impressão que tive é que ele não considerou uma vez sequer o que essa escolha infeliz traria como consequência para a vida dele, de Lily, dos seus irmãos, de quem o cerca e do mundo inteiro que continuava sendo alvo de Seth.

E Lily? Meu Deus do céu... Há tentativas inúteis para justificar o novo comportamento que a protagonista passa a ter, que é questionável e nada confiável se levarmos em consideração que ela agora está dividindo o próprio corpo com a leoa Tia, mas saber que o amor que sente por Amon ainda é muito forte pra querer salvá-lo da situação trágica em que ele se encontra colocando a própria vida em risco e usando toda a sua coragem e força, e ainda assim achar que está tudo certo se ela se sentir atraída por outros homens, flertar com eles, beijar, deixar ser beijada e sabe-se lá mais o quê... É, no mínimo, desleal e vergonhoso. Não importa que Tia também tenha algum controle sobre ela e às vezes algumas atitudes se "confudam" devido a alguma influência que Lily possa estar sofrendo, mas a partir do momento em que ela mesma se questiona sobre o que sente, não tive mais dúvidas do caráter péssimo dessa personagem. E o respeito, cadê? E nem vou falar sobre o artefato que Amon lhe deu que faz com que ela se torne irresistível, sedutora, gostosona, pra qualquer um que cruze seu caminho...

Não sei que ideia estrambólica é essa de criar um clima romântico (e doentio) entre Lily e Amon no primeiro livro e no segundo já inventar um monte de besteiras pra enfiar os irmãos dele no meio do romance pra "movimentar" as coisas criando triângulos, quartetos ou um verdadeiro "bacanal amoroso", tornando a protagonista, que antes era um símbolo de fragilidade, em uma criatura fácil e que atira pra todos os lados, como se isso fosse algum tipo de "empoderamento", girlpower ou que nome tenha, como se o sentimento fosse uma brincadeira ou qualquer coisa a ser jogada no lixo. E o pior de tudo é que a coisa toda é inútil, encheção de linguiça pura, afinal, todos nós estamos cansados de saber com quem a mocinha vai ficar no final, né? Então pra que perder tempo irritando os leitores com tanta babaquice? O nome desse livro deveria ser "Manual de Como Destruir uma História".
E o pior é que mesmo assim, eu, idiota, continuei insistindo na leitura sabendo que nada poderia salvar essa palhaçada toda já que a autora parece insistir na mesmíssima fórmula da Saga do Tigre (que pra mim foi miserável de tão ruim) e ainda deixar o final aberto de um jeito que a interpretação possa ser considerada ambígua, para meu desgosto eterno. Argh... Pra mim já chega.


O Despertar do Príncipe - Colleen Houck

Título: O Despertar do Príncipe - Deuses do Egito #1
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Aventura/YA
Ano: 2015
Páginas: 384
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas | Amazon
Sinopse: Aos 17 anos, Liliana Young tem uma vida aparentemente invejável. Ela mora em um luxuoso hotel de Nova York com os pais ricos e bem-sucedidos, só usa roupas de grife, recebe uma generosa mesada e tem liberdade para explorar a cidade.
Mas para isso ela precisa seguir algumas regras: só tirar notas altas no colégio, apresentar-se adequadamente nas festas com os pais e fazer amizade apenas com quem eles aprovarem.
Um dia, na seção egípcia do Metropolitan Museum of Art, Lily está pensando numa maneira de convencer os pais a deixá-la escolher a própria carreira, quando uma figura espantosa cruza o seu caminho: uma múmia — na verdade, um príncipe egípcio com poderes divinos que acaba de despertar de um sono de mil anos.
A partir daí, a vida solitária e super-regrada de Lily sofre uma reviravolta. Uma força irresistível a leva a seguir o príncipe Amon até o lendário Vale dos Reis, no Egito, em busca dos outros dois irmãos adormecidos, numa luta contra o tempo para realizar a cerimônia que é a última esperança para salvar a humanidade do maligno deus Seth.

Resenha: O Despertar do Príncipe é o primeiro volume da série Deuses do Egito (Reawakened) escrita pela autora Colleen Houck (a mesma da Saga do Tigre) e publicado pela Editora Arqueiro no Brasil.

Liliana Young é uma jovem de dezessete anos que não anda muito satisfeita com sua vida, embora possa ter tudo o que o dinheiro pode comprar. Seus pais são influentes, ricos e bem sucedidos, moram numa cobertura em Nova York, mas controlam a filha com rigor. Em troca de um pouco de "liberdade", Lily tem que viver de forma regrada, seus pais controlam seus horários, o que come, onde vai, o que estuda e tudo mais, para que ela seja um exemplo de filha, mas estão sempre ausentes e ocupados com o trabalho. Lily queria muito ter um pouco de atenção por parte deles, queria poder escolher o prório curso na universidade e seguir uma carreira que esteja ligada ao que ela realmente gosta, mas isso parece impossível já que seus sonhos não correspondem com aquilo que seus pais querem pra ela.
Por gostar muito de arte, um dos hobbies que ela tem é visitar o Metropolitan Museum of Art, pois lá além de apreciar as obras, ainda pode refletir sobre a situação pela qual está passando sem maiores interferências, mas o que ela não esperava era passar por uma experiência "sobrenatural" alí. Na sessão egípcia, Lily se depara com uma múmia milenar perambulando pelo museu! E não se trata de uma múmia qualquer, mas sim de Amon, um dos príncipes do Egito que fora amaldiçoado a despertar a cada mil anos para se unir aos seus irmãos e impedir o retorno de Seth, o deus do caos, que devastaria a Terra. Mas o sucesso do despertar total de Amon para que ele cumpra sua missão depende muito de seus vasos canópicos, relíquias que guardavam seus órgãos no processo de mumificação e que são a fonte de sua energia vital e habilidades divinas, e esses objetos se encontravam no Egito, muito, muito longe dalí... Sem os vasos Amon ficaria vulnerável e fraco, e ele precisaria de algo pra substituir o que estava fora de seu alcance. Com Lily tão próxima, Amon não tem outra alternativa a não ser usá-la como sua fonte de energia até que possa retornar ao Egito, mas ele precisaria dela ao seu lado para se manter forte o bastante até encontrar o que precisa para continuar sozinho.
Mesmo asssustada e incrédula com o ocorrido, Lily aceita partir numa viagem rumo ao Egito para ajudar Amon com sua importante tarefa de salvar o mundo da destruição, e acaba não só vivendo a maior aventura de sua vida, mas um amor completamente improvável e impossível...

A princípio a premissa da história soa muito interessante, mesmo que clichê: Garota bonita, rica, esclarecida, diferente das outras meninas da sua idade, que pode ter tudo o que quer e ainda assim é humilde, mas vive deprimida por ter o emocional abalado devido a família, e que, por ironia do destino, se depara com alguém - um homem lindo e maravilhoso - que a tiraria de sua zona de conforto e mudaria sua vida da água pro vinho, da noite pro dia.

A escrita da autora é muito boa, cheia de detalhes sobre a aparência dos personagens e os locais por onde passam, evidenciando culturas distintas (mas não retratadas com a fidelidade que deveriam), comidas exóticas (vindo de Colleen Houck é algo que jamais poderia faltar, claro) e despertando o interesse do leitor para uma mitologia fantástica e cheia de particularidades (e mesmo cheia de buracos e inconsistências preferi relevar já que se trata de ficção).
Porém, uma evidente pesquisa sobre a mitologia egípcia (a mitologia, não a cultura propriamente dita), os detalhes e a fluidez da escrita (que mescla refinamento com casualidade), não são fatores suficientes para que a história seja realmente boa se o pano de fundo e os personagens não forem bem construídos, se vivem sendo beneficiados com inúmeras conveniências, se são estereotipados ou se não forem convincentes em seus propósitos a fim de tornar a trama plausível, e O Despertar do Príncipe acabou se tornando uma decepção pra mim.

Entendo que Lily é aquela típica adolescente que se sentia infeliz devido aos pais serem opressores e controladores, mas, levando em consideração seu grau de instrução e inteligência, não consigo enxergar uma atitude "rebelde" desse nível partindo dela, principalmente porque ela demonstra estar fragilizada a todo e qualquer momento, por mais que tenha tido coragem de fazer alguma coisa nova em sua vida. A experiência foi emocionante, serviu para que ela pudesse se arriscar, pra que se sentisse livre e amadurecesse suas ideias, pra que deixasse de ser tão insegura e submissa tornando-a dona de si mesma e do próprio destino, como se tudo o que estava reprimido por causa do domínio dos seus pais, enfim, pudesse ser libertado, mas ainda assim não consegui engolir, principalmente por que o que deu a entender é que em meio ao possível fim do mundo a única coisa com o que ela passa a se preocupar é com o beijo de amor verdadeiro do príncipe lindo dos olhos verdes estonteantes e ainda está inteirasso mesmo tendo milhares e milhares de anos.

Amon pode ser o príncipe mais bonito e encantador ever, e pode possuir um dialeto poético vindo de outra era que desperta a atenção da mulherada (e é super cafona, convenhamos), mas a ideia de que a criatura é capaz de manipular as pessoas com o poder da mente já mostra o quanto ele pode ser perigoso. O que ele fez com Lily, ao meu ver, não foi nada respeitoso. Ele se conecta a ela feito um parasita e essa ligação louca é responsável pelos sentimentos mais esquisitos e controversos que já pude acompanhar na história do YA. Aquilo foi abusivo e praticamente um sequestro, e a tonta simplesmente se deixou levar pela ideia de ter uma oportunidade única de viajar pra longe com um completo maluco desconhecido e fugir do que tanto a afligia (o controle dos pais, no caso). Ver aquele sujeito se sentindo perdido no meio da selva de pedras que é Nova York depois de mil anos, vagando praticamente pelado, tentando aprender as coisas na marra ou fazendo perguntas idiotas, e sem entender como as coisas evoluíram tanto ao mesmo tempo que "invade" a tecnologia de câmeras de segurança, aparelhos celulares e a própria mente das pessoas com quem ele cruza para controlar, manipular, conseguir e fazer o que quiser, foi, no mínimo, triste. Eles vão pra onde querem, de táxi ou avião, e sequer gastam um centavo porque Amon faz as pessoas acreditarem que ele é alguém que simplesmente não tem que pagar por nada. Oi? Lily tem dinheiro de sobra que não lhe faria falta. Ela poderia bancar tudo e ser recompensada depois já que quis participar dessa furada, mas não...
E outra.. Porque diabos todos os "príncipes" da autora tem que ter os olhos claros? Primeiro foi o indiano dos olhos azuis, agora o egípcio dos olhos verdes (ou que cor clara seja já que o homem parece um metamorfo e faz até crescer cabelo na própria cabeça careca com intuito de chamar menos atenção por onde passa)... Qual o problema com os olhos castanhos, que é o que deveria ser mais comum no povo desses lugares? Por que fazer alterações desnecessárias pra encaixar os personagens num padrão de beleza que não condiz com a realidade de onde vieram?

Só posso dizer que, com excessão de poucas passagens que realmente considerei válidas, relevantes e interessantes, o melhor do livro é a capa. Ela tem um efeito metalizado, o título é destacado em alto-relevo e o trabalho gráfico da obra de forma geral é maravilhoso.

Enfim, sei que muitos leitores adoraram a história, os detalhes, a mitologia, o romance e a viagem única que a autora proporcionou (assim como foi com a Saga do Tigre), conseguindo tirar do livro algo totalmente diferente do que eu, mas pra mim não funcionou tão bem assim, infelizmente. A sensação final que tive é que tudo foi enfadonho e se resumiu a uma grande viagem turística com direito a hotel 5 estrelas, boates animadas e areia, muita areia, e a verdadeira condição do Egito da atualidade e suas verdadeiras características foram totalmente ignoradas. Não acho que ninguém deva elevar as expectativas como eu fiz antes de ler esse livro, pois o resultado pode ser o contrário do esperado...

O Destino do Tigre - Colleen Houck

17 de fevereiro de 2014

Lido em: Fevereiro de 2014
Título: O Destino do Tigre - Saga do Tigre #4
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Fantasia/Aventura/Jovem adulto
Ano: 2013
Páginas: 400
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Com três profecias da deusa Durga solucionadas, agora resta apenas uma no caminho de Kelsey, Ren e Kishan para que a maldição seja quebrada. Mas o maior desafio do trio os aguarda: A busca pelo último presente de Durga – A corda de fogo – na Ilha Barren situadas na Baía de Bengala. Uma busca que ameaçará suas vidas. É uma corrida contra o tempo e o malvado feiticeiro Lokesh – neste ansiosamente aguardado quarto livro da série A Maldição do Tigre – colocará o bem contra o mal, testará laços de amor e lealdade, e, finalmente, revelará o verdadeiro destino do Tigre, de uma vez por todas.

Resenha: Esta resenha pode ter spoilers dos livros anteriores!
O Destino do Tigre é o quarto volume da saga “A Maldição do Tigre”, escrita por Colleen Houk e lançada no Brasil pela Editora Arqueiro.
Depois de ser capturada por Lokesh, Kelsey finge estar interessada num casamento com ele a fim de ganhar tempo para que Ren e Kishan a salvem das garras desse vilão odioso. Depois do resgate que não demora muito pra acontecer, eles precisam ir em busca da última tarefa nas ilhas vulcânicas: encontrar a corda de fogo para a deusa Durga, para que a maldição seja quebrada e os irmãos possam permanecer humanos para sempre. E claro, em meio a toda essa aventura, correndo risco de vida e passando pelas piores provações que nem imaginavam existir, Kelsey, agora noiva de Kishan, continua dividida entre os irmãos, e o triângulo amoroso que tanto repudio está lá, como se fosse algo lindo...

Ok, como já havia afirmado anteriormente, A Maldição do Tigre foi um livro que gostei bastante, aproveitei muito a leitura a ponto de devorar e ler super rápido na maior empolgação. Mas isso acabou com o Resgate do Tigre, não pelos detalhes culturais e algumas partes da aventura que a autora insere na história, mas pelo romance e pelas atitudes do "trio maravilha" que não me descem, infelizmente. Nem mesmo as missões perigosas da série num geral me prenderam e no final das contas as considerei todas um tanto ridículas e forçadas demais, como se para enxergar o verdadeiro amor fosse necessário ter algumas experiências imbecis ou passar por maus bocados que envolvem desde pensamentos completamente esdrúxulos, como é o caso de Kelsey se enxergar como um "rabanete indigno" enquanto Ren é um "bolo de chocolate recheado e com cobertura" (sim, não estou inventando essa descrição e comparação), até se verem em situações onde a memória é perdida, ou são engolidos por krakens repugnantes, mordidos por tubarões perdendo pedaços do corpo, adentrando labaredas virando churrasco e sendo praticamente virados do avesso, mas, obviamente, sempre tendo algo em mãos ou bem próximo e de fácil acesso que vão curá-los e/ou ajudá-los e sair dos piores perigos, o que pra mim foi um completo absurdo. É o tipo de perigo previsível: a gente sabe que é uma baita encheção de linguiça pois eles irão sair daquilo sãos e salvos, como se nada tivesse acontecido. Milhões de coisas acontecendo ao mesmo tempo e pra quê? Pra história se alongar e pra aturar Kelsey entre dois irmãos que ela julga serem "seus" mas ao mesmo tempo se considera alguém indigna do amor dos dois...

Uma coisa que me agradou foi a autora não ter muita pena de tirar personagens de cena os matando, por mais importantes e queridos que fossem, mas ao mesmo tempo fazendo com que lembranças ou instruções deixadas fizessem com que quem se foi permanecesse vivo. O que prende minha atenção nessa história toda são as lendas dos deuses que são contadas para que os personagens entendam alguma situação, ou mesmo que sirvam de exemplo para alguma coisa da qual eles estão vivendo, porque o resto... Morri de preguiça.

Eu sinceramente não concordo com triângulos, principalmente quando há mudanças escrachadas na personalidade de algum dos personagens, como se a intenção fosse afastá-lo na marra para que o casal inseparável possa viver feliz e eternamente. Acho que quando o casal já está definido desde o princípio, criar obstáculos, triângulos e outras ladainhas para atrapalhar até que possam ficar juntos outra vez é uma grande enrolação e perda de tempo. E o pior: essa situação se estende até os últimos capítulos pra me matar de desgosto, principalmente porque é ÓBVIO que todos que começam a ler a saga já sabem quem vai ficar com quem, só resta saber como... E eu só li pra saber isso! É mole? Maldita curiosidade que nos mata...

Pra ser bem sincera, são poucos os elementos que realmente me fizeram terminar de ler a saga, um deles foi a capa (ela conta?), e lia esperando em vão que Kelsey morresse ou ficasse sozinha e encalhada pra sempre para aprender a deixar de ser tão sonsa, egoísta, imatura, desagradável, estúpida e pra finalizar, a pior personagem que já me deparei na literatura na minha vida... Pena que romances do tipo são escritos para "agradar" os leitores, dando o final que eles querem e esperam a fim de manter a "magia".

Acredito que quem realmente vá gostar da saga é o tipo de público que curte Crepúsculo, ou pelo menos a grande maioria, pois a história, de um modo geral, traz o triângulo amoroso e cenas de ação pra dar aquele ar de tensão no ar ao mesmo tempo em que enfeita, floreia e engrossa o livro, mas no final das contas é uma grande baboseira pois não acrescentam em nada... Pra mim, só valeu a pena pelo gostinho de poder "pisar" na Índia e conhecer um pouco mais da cultura de lá, que confesso serem bastante interessantes, porque de resto... Os fãs que me perdoem, mas não curti...

A Viagem do Tigre - Colleen Houck

26 de janeiro de 2014

Lido em: Agosto de 2013
Título: A Viagem do Tigre - Saga do Tigre #3
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Fantasia/Aventura/YA
Ano: 2012
Páginas: 496
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Perigo. Desolação. Escolhas. A eternidade é tempo demais para esperar pelo verdadeiro amor? Em sua terceira busca, a jovem Kelsey Hayes e seus tigres precisam vencer desafios incríveis propostos por cinco dragões míticos. O elemento comum é a água, e o cenário de mar aberto obriga Kelsey a enfrentar seus piores temores. Dessa vez, sua missão é encontrar o Colar de Pérolas Negras de Durga e tentar libertar seu amado Ren tanto da maldição do tigre quanto de sua repentina amnésia. No entanto o irmão dele, Kishan, tem outros planos, e os dois competem por sua afeição, além de afastarem aqueles que planejam frustrar seus objetivos.
Em A viagem do Tigre, terceiro volume da série A Saga do Tigre, Kelsey, Ren e Kishan retomam a jornada em direção ao seu verdadeiro destino numa história com muito suspense, criaturas encantadas, corações partidos e ação de primeira.

Resenha: Esta resenha pode ter spoilers dos livros anteriores!
A Viagem do Tigre é o terceiro volume da saga “A Maldição do Tigre”, escrita por Colleen Houk e lançada no Brasil pela Editora Arqueiro.
A história parte de onde terminou em O Resgate do Tigre, em que Kelsey precisa lidar com as dificuldades de um amor agora não correspondido, pois Ren não se lembra de que ela é sua metade após ter sido capturado e torturado por Lokesh, que criou um tipo de bloqueio proposital para que ele a esquecesse. Mas em companhia de Kishan, irmão de Ren, Kelsey se sente segura e protegida e continua se deixando levar por seus encantos. Como os irmãos ainda estão sob efeito da maldição em que eles são obrigados a permanecerem em forma de tigre por 12 horas por dia, eles partem numa viagem fantástica num iate em companhia do Sr. Kadam, Nilima e Kelsey para continuarem com a missão e caso forem bem sucedidos, ganharem mais 6 horas para ficarem na forma humana, viagem esta que envolve navegações pelos mares em busca de vários dragões mágicos, poderosos e traiçoeiros que irão colocar o trio em perigo a troco de alguma informação ou ajuda para encontrarem o Colar de Durga e seguirem para a tarefa árdua que é quebrar essa terceira parte da maldição.

Seguindo o mesmo ritmo dos dois primeiros volumes e narrada em primeira pessoa por Kelsey, A Viagem o Tigre está recheada de ação no que diz respeito à busca pela quebra da maldição ao mesmo tempo em que trata da questão amorosa desse triângulo amoroso que considero tão absurdo e irritante. O famoso triângulo amoroso é algo que considero como algo desnecessário e infeliz nas histórias em que o casal já está destinado um ao outro desde o princípio. Acredito que pode haver dificuldades e obstáculos para que haja tensão até que tudo se resolva, mas se o amor é algo realmente verdadeiro como parece, jamais existirá espaço para uma terceira pessoa, principalmente se elas convivem juntas e dependem uma da outra como acontece nessa saga. E Kelsey é egoísta, continua tirando conclusões precipitadas sobre tudo, às vezes não considera os sentimentos alheios e ainda se refere aos irmãos como sendo “seus tigres”, mesmo sabendo que é impossível manter um relacionamento com os dois... Queria muito que os dois simplesmente a mandassem pastar pois pra mim ela está longe de estar com essa bola toda, se fazendo de boa moça quando no fundo é uma completa cretina... Mas ainda assim, ela meio que tranca seus sentimentos por Ren já que ele se esqueceu de tudo o que passaram juntos e resolve investir em Kishan depois de ele insistir muito... Afinal, se não dá pra ficar com um por motivo de força maior, nada como usar o irmão do coitado como estepe já que ele se demonstrou tão interessado... Até que, claro, Ren recupera a memória e resolve lutar por sua amada outra vez, depois de despachá-la, humilhá-la, partir seu coração e desfilar com vadias em sua frente, se achando o tal, cheio de confiança, pra não perder o costume. E Kishan que tinha todo aquele jeitão bad boy descolado sumiu pra dar lugar a um Kishan babão e puxa saco. Ai... Sério que essa situação não me desce, não mesmo... Entre Team Ren e Team Kishan, fico com o Team Forever Alone, obrigada.

Pela parte da aventura é uma história bacana de se ler, pois as descrições dos cenários que a autora faz são cheia de detalhes e que trazem informações acerca da cultura local carregada de referências que são muito interessantes, ainda mais quando mescladas com fantasia que gosto bastante, mas ao mesmo tempo, uma coisa que não entendo como pode caber nessa história são as descrições dos diversos pratos de comida que se estendem por muitas e muita páginas e como os personagens aproveitam dessa fartura infinita sem engordarem uma grama sequer. Imagino o sofrimento de alguém que está fazendo um regime evitando todo tipo de gostosuras imagináveis ou não deve passar ao ler tantos detalhes sobre tantos tipos de comida exótica para todos os gostos. Acho muito exagerado e desnecessário dar tanto enfoque para essa questão da comida e acho que a história poderia ser mais curta se fôssemos poupados desses detalhes que, pra mim, são inúteis... Então por mais que a leitura tenha uma linguagem fácil, se tornou bem arrastada, levando em consideração esse triangulo odioso, e situações que, por mais perigosas, impossíveis e de tirar o fôlego que pareciam ser, sempre ficava óbvio que eles iriam conseguir sair da tal enrascada, mesmo que alguém saísse ferido ou com alguma seqüela qualquer pois seria curado posteriormente com algum elemento mágico que sempre está disponível quando necessário. Eu lia os capítulos no limite da paciência, desesperada pra essa agonia acabar.

Fico até um pouco chateada, meio em cima do muro, pois quando começo uma série que pelo primeiro livro parece que vai ser muito boa (sim, eu gostei do primeiro livro, A Maldição do Tigre, mas parou por ai), por mais que eu não goste de seu desenvolvimento e elementos presentes, não consigo simplesmente abandonar sem saber que fim tudo aquilo vai levar, então, que venha o Destino do Tigre.

A Viagem do Tigre, pra mim, mereceu duas estrelas por que levei em consideração os detalhes das viagens e seus cenários, e também as histórias dos dragões com suas ambições e descrições perfeitas. E também pela parte física do livro, cuja revisão é impecável e a capa maravilhosa...



O Resgate do Tigre - Colleen Houck

12 de junho de 2012

Lido em: Junho de 2012
Título: O Resgate do Tigre - Saga do Tigre #2
Autor: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Fantasia/Aventura/YA
Ano: 2012
Páginas: 432
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Kelsey Hayes nunca imaginou que seus 18 anos lhe reservassem experiências tão loucas. Além de lutar contra macacos d'água imortais e se embrenhar pelas selvas indianas, ela se apaixonou por Ren, um príncipe indiano amaldiçoado que já viveu 300 anos. Agora que ameaças terríveis obrigam Kelsey a encarar uma nova busca – dessa vez com Kishan, o irmão bad boy de Ren –, a dupla improvável começa a questionar seu destino. A vida de Ren está por um fio, assim como a verdade no coração de Kelsey. Em O Resgate do Tigre, a aguardada sequência de A Maldição do Tigre, os três personagens dão mais um passo para quebrar a antiga profecia que os une. Com o dobro de ação, aventura e romance, este livro oferece a seus leitores uma experiência arrebatadora da primeira à última página.

Resenha: AVISO: Se você ainda não leu o primeiro livro, leia! Logo! Pois caso ainda não tenha lido, já aviso que nessa resenha vou soltar um spoiler básico do final do livro, do contrário, não tenho por onde começar a falar desse segundo volume. Aproveite pra ler a resenha que fiz dele clicando AQUI.

Pois bem... Kelsey, depois de ter enfiado em sua cabeça oca que ela não passa de um reles rabanete para Ren, resolve pegar suas tralhas e voltar pra casa, abandonando seu amor... É aquela história: "Eu te amo, você me ama, não podemos viver sem o outro, mas como sou uma completa estúpida por achar que você é demais pra mim, adeus!".
Chegando lá, ela se depara com uma mansão, um carro de nem sei quantos milhares de dólares na garagem, a faculdade paga, todas as despesas de tudo que for precisar na vida pagas, e uma conta bancária gorda. Adeus, vida de pobre. É mole ou quer mais? Tudo isso como pagamento por ter ajudado Ren e Kishan a quebrar parte da maldição, onde agora, eles podem ficar na forma humana por 6 horas por dia. Kelsey acha isso um absurdo (sei...), um completo exagero (claaaro) e de início se recusa a aceitar o presente, mas depois de ser convencida pelo Sr. Kadam, acaba aceitando (quem não aceitaria, né?).
Kelsey, então, começa a frequentar a faculdade e quer esquecer Ren de qualquer jeito, assim sendo, resolve sair com outros carinhas pra ver no que vai dar...

Artie é um dos pretendentes... um completo mocorongo. O cara é daquele tipo intragável, ridículo e que se acha. Ele deu um toque de humor nessa história que juro que me escangalhei de rir. Sua atitudes são tão absurdas que me deixou incrédula!
Li é o professor de artes marciais de Kells. O cara é decente e sabe se comportar e está decidido a lutar pelo amor de Kelsey. Os dois até que combinam. E ainda tem Jason...
Enquanto Kelsey fica nessa indecisão disfarçada de frescura de não saber quem vai escolher por que ainda se sente presa a Ren, seu grande e inesquecível amor, ela continua tendo seus encontros com eles até que um belo dia, Ren bate à sua porta. Kelsey fica sem saber o que fazer e acaba deixando claro pra ele que antes de tomar qualquer decisão, precisa ver se outro cara também poderá fazê-la feliz... e o que Ren faz? ACEITA! Posso xingar um palavrão agora? Meu!!!! Como assim???
Ele tem tanta confiança em seu poder de sedução infalível que acredita que esses namoricos xuletas da Kelsey com quem quer que seja vão logo acabar e ela enfim verá e aceitará que ele é o cara que ela vai naturalmente escolher... E como todo romance juvenil previsível e cheio de clichês absurdos, foi dito e feito...

Kishan ainda aparece com todo seu jeitão cafajeste dando de cima de Kelsey descaradamente, irritando Ren. Então, eles acabam voltando pra Índia e Ren é sequestrado pelo maligno vilão da história: Lokesh.

Kelsey e Kishan partem na maior aventura do mundo, comendo cada grama de comida indiana com o maior prazer do mundo, enfrentando perigos e a morte,  para resgatarem Ren das garras desse maníaco, e de quebra ainda desfazerem outra parte da maldição.

Durante toda a jornada em busca de Ren, Kishan não esconde que se sente atraído por Kelsey e dá de cima dela na maior cara de pau do mundo, e Kelsey, muitas vezes se perguntando por que Kishan desperta seu interesse se Ren pra ela está acima de tudo, começa a se deixar levar...

Enfim... Apesar dos capítulos serem gigantescos (o que não me agrada muito), o ritmo de leitura é o mesmo do primeiro livro, viciante, mas não posso dizer o mesmo com o que senti e as impressões que tive enquanto lia O Resgate do Tigre. O surgimento desse tipo de "triangulo amoroso" é uma coisa que não concordo, não aceito, detesto, acho um porre de tão ridículo. Parece a história de um certo vampiro que brilha e é desgosto puro.
E Kelsey continua com aquela mesma teimosia, que dá nos nervos de qualquer um, de achar que o que ela pensa ou supõe é a verdade absoluta. Parece minha mãe. Poxa... se duas pessoas se gostam e está mais do que na cara de que o destino delas é ficarem juntas, pra quê tanto obstáculo imposto por causa de nada? Quando uma pessoa ama a outra de verdade, não se deixa levar por ninguém, por mais companheiro e encantador que seja. Se isso acontece, pra mim não é amor coisa nenhuma. E esses pontos, na minha opinião, são coisas que me irritam, me deixam sem paciência com o rumo que a história foi levando.

Apesar de eu ter ficado um pouco indignada, graças a Deus no final do livro Kelsey aprende uma lição, ou um castigo melhor dizendo, pra aprender a deixar de ser idiota... Quem sabe assim, no próximo livro ela tome vergonha na cara, crie juízo e vire gente.

Por que dei 3 estrelas se não gostei tanto assim do rumo da história? Porque essa capa vale uma estrela só pra ela!

A Maldição do Tigre – Colleen Houck

9 de junho de 2012

Lido em: Abril de 2012
Título: A Maldição do Tigre - Saga do Tigre #1
Autor: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Aventura/Romance/YA
Ano: 2011
Páginas: 352
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Kelsey Hayes perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco. Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele. O que a jovem órfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço. Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, tentando decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem.

Resenha: A Maldição do Tigre é o primeiro volume da Saga do Tigre (que acredito ser de 5 livros, mas ainda preciso confirmar isso).

Kelsey é uma adolescente órfã, que adora música, literatura e sonha em fazer faculdade, mas pra isso, precisa trabalhar para ganhar seu dinheiro e custear os estudos. Ela acaba conseguindo um emprego temporário no circo onde passa a ter um interesse especial por Dhiren, o tigre branco. Ela sente que o tigre, também conhecido por Ren, é solitário, sente que ele carrega uma enorme tristeza e acredita que ele seria mais feliz se fosse livre. Até que um belo dia, um senhor aparece no circo e acaba comprando Ren, alegando que seu patrão tem interesse nele e que ele seria levado para a Índia.

Kelsey fica muito chateada com a notícia pois ela passava a maior parte do tempo cuidando dele, contando histórias e acabou se apegando a ele de certa forma. Mas surpreendentemente, o Sr. Kadam, o homem que levaria Ren para a Índia, acaba oferecendo a ela um emprego, onde poderia ir para a Índia, com tudo pago, para acompanhar Ren durante a viagem, sendo responsável pelo seu conforto. E Kelsey, claro, aceita...

O que Kelsey não sabia, era que a viagem fazia parte de um esquema onde Ren iria revelar que na verdade é um príncipe indiano, que tem 24 minutos por dia pra tomar a forma humana e que aproveita esse tempinho pra se comunicar com ela, rico, lindo, gato, sarado, gostoso, sedutor, sexy, charmoso, galante e mais uma série de outras qualidades irresistíveis, mas amaldiçoado há mais de 300 anos, o que o deixa preso no corpo de tigre, e devido a isso, e por ter sentido uma enorme ligação com ela, precisa dela para ajudá-lo a quebrar essa maldição, embarcando numa aventura de tirar o fôlego com a Índia como pano de fundo e todos os detalhes culturais, gastronômicos e geográficos detalhados de forma fantástica.
Kelsey acaba descobrindo que ela é uma peça fundamental para ajudar a quebrar a maldição, e acaba se apaixonando louca e irritantemente por Ren. Explicarei o porquê do "irritantemente" logo abaixo...

Fiquei super empolgada ao ler esse livro, a leitura é leve, fácil, flúi e dá pra sentir as emoções dos personagens em qualquer situação que estejam. É viciante, sério. Só que Kelsey deixou a desejar no quesito “senso”. Depois que ela conhece melhor esse deus indiano, vulgo Ren, e se apaixonar por ele, começa a encher a massa cinzenta de caraminholas, achando que por mais que o ame e tenha desenvolvido uma certa dependência dele, ele é areia demais para seu caminhãozinho e teima nisso de um jeito que chega a ser insuportável. Dá vontade de estapear a cara dela 5 vezes de cada lado. Kelsey, minha filha, vira gente!

Todos os personagens foram bem construídos, exceto por Kelsey, que pra mim passou a impressão de não ter uma personalidade definida, pois ao mesmo tempo que se mostra inteligente e madura em algumas situações, em outras, é a pessoa mais infantil e idiota do mundo com seus pensamentos e atitudes completamente sem nexo. Ela põe uma minhoca na cabeça, acha que está certa e pronto.
Ainda contamos com Kishan, o irmão “ácido” de Ren, que também faz parte da trama, foi igualmente amaldiçoado e que também precisa da ajuda de Kelsey mais do que nunca.

Outra coisa que me deixou meio abismada é que mesmo sabendo que se o emprego oferecido pelo Sr. Kadam à Kelsey não fosse aceito, não teríamos história, mas acho que foi tudo muito fácil. Um cara desconhecido aparece do nada querendo carregar a menina pra outro país, SOZINHA, com tudo pago, para voltar quando e se quiser... Opa! Mas e aquela velha história de que não devemos confiar em estranhos? E o alerta de "é cilada, Bino"? Quem em sã consciência e que se diz inteligente e culta, como Kelsey aparenta ser, aceitaria uma oferta dessas? Santo exemplo!

Mas enfim... Tirando esse pequeno detalhe irritante (talvez eu que seja um pouco chata com romances desse tipo), a história é muito, mas muito boa mesmo, tanto pela ideia, quanto pelos detalhes, a forma como foi escrita que prende o leitor do começo ao fim, e a capa, que nem preciso dizer, é maravilhosa.