Querida Kitty - Anne Frank

6 de novembro de 2021

Título:
Querida Kitty
Autora: Anne Frank
Editora: Zahar
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 320
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Em 1942, com a crescente perseguição aos judeus na Holanda ocupada pelos alemães, Anne Frank se escondeu com a família e alguns agregados em uma casa nos fundos do prédio onde funcionava a empresa do seu pai. Por dois anos o grupo conseguiu escapar do cerco nazista e, nesse período, Anne registrou sua vida no esconderijo em um diário hoje mundialmente conhecido.
Mas ela tinha um grande desejo: publicar um romance sobre essa experiência quando a guerra terminasse. Como trabalho preparatório para esse projeto, ela reelaborou minuciosamente seu diário. As cartas à amiga imaginária Kitty, apresentadas agora pela primeira vez como uma publicação em separado, dão prova do talento literário da jovem autora. Com grande sensibilidade e fino senso de humor, ela relata à sua amiga o cotidiano da vida na casa, as relações entre seus moradores e o clima de terror que aumentava progressivamente com a escalada da guerra.
Mais de setenta anos depois, e pela primeira vez em português (em tradução direta do holandês), o desejo de Anne Frank se concretiza com a publicação do romance epistolar que idealizou e escreveu a partir das páginas do seu caderno.

Resenha: Querida Kitty foi o nome dado por Anne Frank ao seu diário particular, o mesmo que ela usava pra registrar as experiências da época em que vivia escondida dos nazistas junto com sua família e outras pessoas que se juntaram a eles. Esse livro epistolar é uma edição desse diário, a própria editora incluiu uma explicação sobre a iniciativa de se traduzir e publicá-lo, e é algo que acrescenta bastante à obra em geral.

A leitura de Querida Kitty me causou um misto de sensações. Por ser um diário pessoal, a primeira impressão é de que eu estava invadindo a privacidade de outra pessoa, mas, sabendo de todos os fatos trágicos que se passaram, a própria Anne Frank gostaria que ele fosse publicado e já escreveu pensando nisso. Ela mesma fazia a revisão dos seus textos na intenção de que fossem publicados no pós guerra, a fim de relatar os horrores vividos na Segunda Guerra Mundial. Obviamente todos nós sabemos o destino de Anne, e é de uma tristeza sem tamanho a jovem ter tido o sonho realizado somente após a morte. Foi seu pai, o único sobrevivente da família, o responsável por levar o diário da filha ao conhecimento do mundo inteiro.

Acredito que não haja muitas palavras que descrevam a experiência com a leitura desse livro, pois é aquele tipo de livro escrito para fins de registro histórico, para que o leitor reconheça e tenha consciência da miséria e do sofrimento imensurável que as pessoas tiveram que passar durante o Holocausto. Anne tinha só 13, 14 anos de idade, era uma criança, seu sonho era ser jornalista e escritora, sonho este que foi interrompido, e a situação toda a colocou numa posição onde ela foi obrigada a amadurecer cedo demais, e passou a enxergar e descrever a situação como muitos jamais seriam capazes, inclusive tentando levar as coisas com bom humor. Sendo assim, não há o que se avaliar, não há o que se criticar num livro como esse, só posso falar sobre minha tristeza de saber que uma tragédia dessas faz parte da História. É o diário de uma menina, são as palavras honestas e verdadeiras sobre o que ela sentia ao viver escondida enquanto tinha que conviver com outras pessoas com costumes e hábitos diferentes, num misto de pavor e tédio, em tempos tão sombrios. Ainda assim, por mais terrível que tenha sido pra ela e pra tantas pessoas viverem na clandestinidade, é possível encontrar no diário frases de efeito atemporais, e pequenas coisas boas entre aquelas pessoas que se viram obrigadas a dividirem um espaço tão pequeno em segredo.

É através de livros assim que eu penso que podemos entender como a humanidade é um negócio que falhou, são livros assim que ajudam as pessoas a entender o significado de empatia. Ele dá ao leitor a melhor visão do pior que as pessoas já tiveram que enfrentar.

Ada ou Ardor - Vladimir Nabokov

4 de novembro de 2021

Título: Ada ou Ardor
Autor: Vladimir Nabokov
Editora: Alfaguara
Gênero: Romance/Clássico
Ano: 2021
Páginas: 608
Nota:★★★☆☆
Compre: Amazon
Sinopse: Ada ou ardor reconta a duradoura relação de amor entre dois primos, Ada e Van, desde o primeiro encontro na Mansão de Ardis, em uma “América de sonho”, e ao longo de oitenta anos de arrebatamento, viagens através de continentes, separações e recomeços.
Ao narrar essa história trágica e idílica, Nabokov reinventa a própria vida. Não estamos mais na Terra, mas na Antiterra, uma espécie de espelho distorcido de nossa realidade. No mundo nabokoviano, entre outras coisas, fala-se russo nos Estados Unidos, e os telefones são movidos a água, depois de o uso da eletricidade ter sido proibido. Nessa realidade recriada, Nabokov mescla uma série de referências e estilos para narrar uma história de amor interdita, emocional, que foge a todos os padrões convencionais.

Resenha: Tendo "Lolita", de 1955, como seu romance mais conhecido, dá pra ser ter uma boa ideia dos temas que Vladimir Nabokov costuma abordar, e Ada ou Ardor, publicado originalmente em 1969 é um romance tão complexo quando ambicioso, pois além de trazer uma história que se passa na "Antiterra", uma espécie de realidade distorcida do mundo em que vivemos, Nabokov nos apresenta um romance fora dos padrões onde fica explícito tanto o incesto quanto a pedofilia.

Ao iniciar a leitura já nos deparamos com as gêmeas Marina e Aqua, que logo irão se casar com seus primos Demon e Daniel. Também no início já sabemos que entre paixões e traições dessas famílias aristocráticas do século XIX, o parentesco dos seus filhos acaba desencadeando a famigerada polêmica que gira em torno do tema do livro e da árvore genealógica da família (que está incluída nessa edição e recomendo muito que seja conferida para um melhor entendimento das relações). A história, então, vai girar em torno dos filhos desses relacionamentos: Adelaida (ou Ada) e sua irmã Lucette, e Ivan Veen (ou Van), o "primo" delas. O romance começa quando eles ainda são crianças, Van tinha 14 anos e Ada tinha 12, e com o passar do tempo essa paixão avassaladora e irresponsável, que inclusive envolve Lucette e outras pessoas, caminha para um desfecho trágico. Ada é apresentada através das memórias do Dr. Ivan Veen, que faz uma narrativa sobre seu amor ilícito e que durou toda sua vida por ela.

A construção do universo onde a história se passa no período de 1868 a 1967 é bastante interessante e curiosa. A Antiterra é bem semelhante à Terra, porém há uma enorme mistura geopolítica onde os idiomas russo, francês e inglês são falados ao mesmo tempo, assim como parece não haver distância entre um lugar e outro visto que os personagens transitam pra lá e pra cá com um passo, e o tempo está em total falta de sincronia. Um evento denominado de "desastre L" foi o responsável pela proibição da eletricidade, logo foi desenvolvido mecanismos hidráulicos para substituir a energia.

A narrativa se alterna em primeira e em terceira pessoa, floreada e muito rica ao retratar as décadas, típica de literatura clássica, com descrições minuciosas, metáforas, anagramas, trocadilhos, jogos de palavras e comparações sem a explicação pra determinada situação do que realmente é. A história é contada simultaneamente em vários períodos de tempo, com um Van idoso contando sobre os vários períodos de tempo do passado, e às vezes na primeira pessoa, enquanto a Van e Ada do "presente" discutem a narrativa do passado onde ambos são referidos em terceira pessoa. O autor também traz referências e citações de outros escritores clássicos, mas o que fica explícito mesmo é a carga de perversão e imoralidade na história. É impossível ler sem sentir o estômago revirando diante do comportamento de Val que nos dias de hoje ainda representa tanto homem por aí, seja pela visão da mulher como um mero objeto, pelo abuso infantil, assédio, ou pela ideia de se sentirem superiores e donos de alguém só por serem homens.

Não sou muito de ler obras clássicas já que uma boa parte delas aborda temas polêmicos e delicados, mas as vezes acho válido investir em leituras que passam dos limites pra servir como aprendizado.
Ada ou Ardor é aquele tipo de livro que causa incômodo, sim, mas também é um livro que fala sobre memórias, tempo, sobre amor e paixões do passado e do presente que ignoram o futuro.

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1900

2 de novembro de 2021



O início da década:

Depois de passar a década com 5 filhos debaixo do braço e grávida do sexto, Matilde teve o Pablo, mais um hominho pra me fazer passar raiva feat. desespero. Mas, por enquanto, tava dando pra manter tudo sob controle.

A Casa:



Com os 9mil que consegui economizar ganhando dinheiro com a carpintaria e com a venda de legumes, a casa foi reformada mas não mudei muita coisa. Destruir a casinha do lado de fora foi a primeira coisa que fiz. Depois tirei todas as "rachaduras" das paredes, coloquei papel de parede nos cômodos e substitui portas e janelas pra ficar tudo branquinho e a casa ficar com um ar mais "limpo". Troquei a lareira, coloquei um sofá estofado, e, claro, também aumentei a casa construindo um terceiro quarto, senão não teria lugar pra acomodar todo mundo. Como os quartos são pequenos, o que salvou foram os beliches.

O Trabalho:

Como trabalhar fora passou a ser permitido pra homens, fiz Giancarlo entrar na carreira de Jardineiro, aproveitado que ele já tinha a habilidade alta nessa área depois de ter passado a década cuidando da horta, mas, como o salário é pouco, ele continuou mexendo com carpintaria porque é um trabalho que rende um dinheiro bem bom. Federico começou a aprender a mexer na mesa de carpintaria do pai pra já poder aprender a por a mão na massa desde cedo.

A vida e a saga da família:

Federico foi o primeiro a virar adolescente, o que significa que já estava na hora de procurar uma pretendente. Então, segui minha própria dica de ocupar as casas vazias com outras famílias e ele conheceu a Amélie. Amélie faz parte de uma família de imigrantes franceses, os Le Feur. Além dos pais, ela tem um irmão mais velho (Claude) e uma irmã mais nova (Delphine).
Agora com energia elétrica na iluminação e o banheiro dentro de casa, talvez as coisas fiquem menos caóticas... Talvez...



Outra coisa importante: Giancarlo e Federico foram passar uns momentos de pai e filho em Oasis Springs pescando. Numa dessas, Federico pescou a famigerada semente da Planta-Vaca e dei um jeito de plantar a bendita no fundão do lote. Já tenho que preparar a simulação da Guerra na próxima década mas é um saco ter que ficar alimentando essa planta toda hora pra não deixar ela morrer.

A gente sabe que nessa vida tem jeito pra tudo, menos pra morte, e a bendita chegou pro Giancarlo... O homem deixou a esposa com 6 filhos e partiu desta pra melhor. O chororô na casa durou dias e a tarefa de provedor da família ficou por conta de Federico.



Com todos os filhos indo pra escola juntos, Matilde acabou passando um bom tempo sozinha em casa. Ela aproveitou esse tempo pra fazer bordados, cuidar do jardim, fazer algumas pinturas pra se distrair e poder lidar com a morte de Giancarlo, além de aprender umas receitas novas e estudar livros de Herbologia para aprender a fazer remédios caseiros. Não sei se a falta de fazer exercícios somado a comilança desse povo tem alguma coisa a ver, mas quanto mais o tempo passa, mais gordos ficam. Daqui a pouco tão que nem eu.

Não consegui fazer o mod de casamento e gravidez na adolescência funcionar de jeito nenhum, configurei direitinho mas a opção com essas interações não apareciam. Então, Federico continuou o namoro com Amélie e tive que esperar que eles virassem jovens adultos pra se casarem.

E foi assim que Matilde e os filhos terminaram a década:

Federico entrou na carreira Militar, continuou o legado do pai trabalhando como carpinteiro, se casou com Amélie e ficou na casa pra ajudar a mãe e os irmãos mais novos. Eles tiveram duas filhinhas gêmeas que são a cara da mãe, a Amabella e a Isadore, e no final da década ela entrou em trabalho de parto e, antes da virada, nasceu o Bernard.





Paola virou jovem adulta, e num jantar em família pra se comemorar o casamento do irmão, ela conheceu Claude, médico e irmão mais velho de Amélie. Foi amor a primeira vista. Eles se casaram e foram morar numa casa modesta em Willow Creek, e não demorou muito pra que Giovane nascesse.



Bibiana também virou jovem adulta mas ainda não conheceu nenhum pretendente até o final da década, mas ela adora visitar a irmã mais velha e as duas são melhores amigas.
Dom, Giuseppe e Pablo cresceram e agora são adolescentes. Logo eles vão começar a aprender a mexer na mesa de carpintaria do pai ou cultivar legumes na horta da família, mas por enquanto andam estudando e lendo muito.
Matilde está beirando a terceira idade, ajuda Amélie a cuidar dos três netos, adora bordar e de vez em quando é visitada pelo espírito de Giancarlo que não para de possuir objetos pela casa e deixar todo mundo apavorado. Mas, o que importa, é que a família aumentou muito e por mais que a vida não seja muito fácil dentro de uma casa entupida de gente e um banheiro só, as coisas estão caminhando. Com a venda de todos os móveis fabricados por Federico e o pai antes da morte, o saldo da família foi de aproximadamente 14mil, e isso é mais do que o suficiente pra próxima reforma.





PS.: A Planta-Vaca cresceu, e vamo simbora pra 1910... E a primeira Guerra Mundial.


Resumo do Mês - Outubro

1 de novembro de 2021


Depois de nem sei quantos anos, voltei a jogar The Sims, e dessa vez, tô experimentando o TS4 fazendo o famigerado Desafio das Décadas. Talvez não devesse "perder tempo" jogando por agora, ainda mais sabendo que tenho muita coisa pra estudar e uma pequena grande pilha de livros pendentes pra serem lidos e resenhados, mas eu tenho uma história tão antiga com The Sims, e isso acaba sendo uma válvula de escape que me faz esquecer tantos problemas, que resolvi arriscar e ver no que vai dar. Inclusive tô reaprendendo a jogar e me acostumando com a jogabilidade que é um tanto diferente dos anteriores.

Enfim, mesmo assim, até que tive um saldo positivo de leituras e resenhas e acredito que se eu conseguir cumprir o "cronograma" que fiz, eu consigo colocar tudo que preciso em dia aqui no blog, terminar o bendito desafio, e continuar estudando meu tarôzinho pra começar o ano livre.

Caixa de Correio #116 - Outubro

31 de outubro de 2021

Mais um mês chegando ao fim, mais rápido do que pensei. Esse mês não teve popinho e eu confesso que ando bem desanimada em seguir com a coleção. Mais lançamento do que o bolso de qualquer um pode aguentar, preços altíssimos por causa da alta do dólar, então por enquanto só vou esperar chegar os popinhos de HP que encomendei há uns dois meses mais ou menos e em último caso focar somente nessa coleção. No mais, teve livros (o da Intrínseca eu ganhei naqueles sorteios do Skoob, nem acreditei!!) e teve decks e eu AMEI. Espiem:

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1890

29 de outubro de 2021


O início da década:

Como eu preferi usar as 4 estações como contagem de tempo pra década, e esse tempo não é suficiente pra que o primeiro herdeiro da família cresça e se case, a década passou com os filhos ainda crianças. Mas pelo menos a segunda geração já estava ali.
Recomendo não criar os Sims já adultos para que não se tornem idosos ao final desse tempo, e assim dá pra aproveitar mais. Outra recomendação é, mesmo que você não vá jogar com eles, criar outras famílias com filhos e distribuir pela vizinhança, assim os Sims da sua família podem ir visitá-los quando puder sair sozinho. Mais tarde, conhecer Sims adolescentes para um futuro casório vai ser uma saga (ainda mais se você for respeitar a regra sobre casamento da mesma etnia)... Então fica a dica.

A Casa:

Como disse no post de explicações do desafio, construí a casa inicial do casal "Gallo" inspirada na casa feita pelo Márcio, do MTSims. Fiz algumas pequenas alterações por questão de espaço e gosto, mas achei que pra começar ficou excelente. Saldo inicial foi de 20mil.



A Casa é toda de madeira, tem 2 andares, 2 quartos, sala, copa, cozinha, um cômodo 2x2 para a banheira, a casinha do lado de fora com o vaso, e uma hortinha.

O Trabalho:

Como o Seu Giancarlo não poderia trabalhar fora e a Matilde não pode trabalhar de jeito nenhum, ele teria que tirar o sustento da família da terra, trabalhando em casa, e a horta foi importantíssima pois ele colhia legumes pra ter alimento em casa e vendia pra ter um dinheirinho e poder pagar as contas. Na primeira oportunidade eles compraram uma mesa de carpintaria e, mesmo que ele ainda cuidasse das plantas (o que ajudou a subir a habilidade de jardinagem dele), ele começou a criar esculturas e móveis de madeira (a habilidade de mecânica dele foi subindo a medida que fazia mais e mais itens), e o valor desses itens que ele vendia também ia subindo a medida que ele se aperfeiçoava, o que ajudou bastante em juntar dinheiro (tinha mesas que ele vendia a mais de 600) e ao final da década a família ja estava com um saldo positivo de mais de 9mil pra poder fazer a reforma na casa de 1900.

A vida e a saga da família na "Terra da Liberdade":

Com falta de energia elétrica e usando um sistema de encanamento precário, a sujeira e a bagunça na casa era um troço de outro mundo. Era pratos sujos em todo canto, comida azeda na geladeira, vaso e banheira quebrando toda hora, pilhas de roupas espalhadas pelo chão inteiro, e como Seu Giancarlo não faz tarefas domésticas, sobrava pra Matilde.

Diversão também é um problema estratosférico nessa época, pois não tem nada permitido que pudesse ser comprado pra aumentar a diversão desses dois, e isso fazia com que eles sempre ficassem tensos, estressados, tristes e, no caso do Giancarlo, furioso. Oooo homem chato. Ele reclama de cheio ruim e bagunça, e queria gritar com a mulher a todo momento. Esses modificadores de "mau humor" e tristeza impedem que eles obedeçam aos comandos, e se o abençoado do Giancarlo estivesse puto da cara, ele não trabalhava, e se não trabalhava não dava pra ganhar dinheiro e nem comida. Foi um de-ses-pe-ro. De vez em quando Matilde até fazia uns bordados pra se distrair, não não adiantava muito. A única forma realmente eficiente de se aumentar a diversão era partindo pras intimidades, mas como o "oba-oba" não é permitido, eles só podiam "tentar ter um bebê". E nessa gracinha, Matilde teve 5 filhos e ao fim da década estava grávida do sexto.

Em meados da década eles compraram um galinheiro pois percebi que algumas refeições pediam ovo como ingrediente. De vez em quando Giancarlo ia até o mercado da cidade comprar carne e leite, ou pescava algum peixe no lago da cidade, mas basicamente a família Gallo viveu sobreviveu de sopa de cogumelos, pão e salada de frutas. Matilde ajudava na horta regando as plantas e colhendo o que nascia, e ela acabou tomando gosto por jardinagem.

Gente, é difícil demais cozinhar só com ingredientes cultivados, ainda mais porque é preciso esperar o tempo de nascerem, e quando não se tem produtos suficientes eles tinham que comer o pimentão cru pra não morrerem de fome. É difícil jogar e ver os Sims nesse sofrimento, mas sei que uma hora essa fase difícil e terrível de sobrevivência chega ao fim e eles vão ter uma qualidade de vida bem melhor lá na frente.

Os filhos foram nascendo e fazendo aquela escadinha: Primeiro nasceu o Federico, depois a Paola, em seguida veio a Bibiana, depois o Dom e o, até então caçulinha, Giuseppe. Matilde já estava no segundo trimestre da gravidez quando passamos pra 1900 e daqui a pouco vem mais uma criança pra descabelar a todos. O desespero de cuidar dessa tropa sem deixar ninguém morrer de fome enquanto não se podia nem dormir porque sempre tinha alguém esgoelando foi uma agonia. Essa quantidade de gente numa casa com um banheiro só foi surreal, e deparar com poças de xixi pelo chão de vez em quando e Sims exalando aquele cheirinho de podre pedindo um banho pelo amor de Cristo foi inevitável. Dá pra imaginar.

Quando criei o casal, Matilde era jovem adulta e Giancarlo era adulto. No final da década ele tinha se tornado idoso e vivia reclamando de dor nas costas ou cochilando na cadeira de balanço como o bom e velho ranzinza que ele é, mas Matilde ainda era jovem adulta, Federico, Paola e Bibiana eram crianças, e Dom e Giuseppe eram bebês. Como o Giuseppe não podia cuidar nem ensinar nada aos filhos, tudo ficava a cargo da Matilde, e as meninas ajudavam com as louças sujas e as roupas espalhadas pelo chão. Que antipatia desse homem, meudeus, que ódio.

Na foto abaixo a família está na mesa fabricada pelo próprio Giancarlo, e eu tinha acabado de reformar a casa porque a década tinha virado, por isso as portas brancas e o papel de parede.



No mais é isso. Foi um desafio enorme controlar e suprir as necessidades de todos esses Sims esfomeados, cansados e mijões ao mesmo tempo sem que eles morressem, mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Até 1900!