Caixa de Correio #64 - Junho Magrinho

30 de junho de 2017

Útimo dia do mês = dia de caixinha!
Essa tem o diferencial de que ATÉ QUE ENFIM consegui achar o DVD que eu tanto estava na captura: Mary & Max (que ja até escrevi crítica sobre). Fiquei tão feliz por ter achado esse desenho num preço acessível e ainda lacrado que mal pude acreditar (Obrigada, Mercado Livre). Não comprei livros porque não tô podendo, mas fico de olho em vários lançamentos que estão na minha wishlist e espero poder comprar quando eu tiver melhor de grana (porque agora a coisa tá feia e horrorosa).
Mas enfim, bora ver o que chegou pra mim nesse mês que passou?

Uma Noite Como Esta - Julia Quinn

27 de junho de 2017

Título: Uma Noite Como Esta - Quarteto Smythe-Smith #2
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de época
Ano: 2017
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Sinopse: Anne Wynter pode não ser quem diz que é…
Mas está se saindo muito bem como governanta de três jovenzinhas bem-nascidas. Seu trabalho é bastante desafiador: em uma única semana ela precisa se esconder em um depósito de instrumentos musicais, interpretar uma rainha má em uma peça que pode ser uma tragédia ou, talvez, uma comédia – ninguém sabe ao certo – e cuidar dos ferimentos do irresistível conde de Winstead. Após anos se esquivando de avanços masculinos indesejados, ele é o primeiro homem que a deixa verdadeiramente tentada, e está cada vez mais difícil para ela lembrar que uma governanta não tem o direito de flertar com um nobre.
Daniel Smythe-Smith pode estar em perigo…
Mas isso não impede o jovem conde de se apaixonar. Quando ele vê uma misteriosa mulher no concerto anual na casa de sua família, promete fazer de tudo para conhecê-la melhor, mesmo que isso signifique passar os dias na companhia de uma menina de 10 anos que pensa que é um unicórnio.
O problema é que Daniel tem um inimigo que prometeu matá-lo. Mesmo assim, no momento em que vê Anne ser ameaçada, ele não mede esforços para salvá-la e garantir seu final feliz com ela.

Resenha:  Uma Noite Como Esta é o segundo volume da série Quarteto Smythe-Smith. Daniel, irmão de Honoria, que foi a protagonista do primeiro livro, acabou de retornar de seu exílio e agora está de volta à sociedade londrina. No concerto (desastroso) de sua família, o Conde encontra no piano Anne Wynter, e não uma de suas primas, como era de se esperar. O encontro inesperado entre os dois é o começo de uma grande história de amor, mas o passado de Anne e um segredo jamais revelado podem atrapalhar tal união.

Diferente de Simplesmente o Paraíso, o casal protagonista e a trama que os envolve é muito apaixonante e divertida. No primeiro livro, a história de Honoria ficou muito aquém do desejado e nem parecia ser escrita por Quinn. Já no romance de Daniel e Anne o toque "Julia de ser" parece ter voltado e o resultado é uma leitura deliciosa e até um pouco tensa, algo diferente do que a autora já propôs.

O casal protagonista parece um pouco deslocado no começo, mas no desenvolver da trama é impossível não suspirar e torcer muito pelos dois. O amor é à primeira vista, como sempre, mas o passado dos dois trás um toque diferente e original a história. Ambos tiveram dificuldades no passado e se apoiam um no outro para seguir em frente. Toda expectativa do leitor não fica somente no romance, mas nos fatos revelados pela autora e o que o futuro de cada um trará.

Nos demais detalhes, o amor e as cenas mais picantes são como de costume. O legal é que Daniel é um bobo apaixonado, como se fosse um adolescente. Apesar de já ser um homem, essa personalidade deixou os momentos entre ele e Anne muito tenros e bonitos.

Os outros personagens são adoráveis em seus papéis. Muito do tempo gasto entre Anne e Daniel é juntamente da companhia das primas do Conde. Elas são apenas crianças, mas tiveram um papel significativo e os diálogos em que participam são cômicos e divertidos.

Uma Noite Como Esta é delicioso do começo ao fim. Diferente do primeiro livro, que foi regado de sofrimento e pouco amor, a história de Daniel e Anne é daquele tipo de arrancar sorrisos a cada página lida, o que é mais característico de Julia. O enredo é bem conduzido e traz um bom desenvolvimento com um final "diferente". O segundo volume da série Quarteto Smythe-Smith mostra que não importa o que há no passado; todos merecem uma chance no amor.

Boneco de Pano - Daniel Cole

26 de junho de 2017

Título: Boneco de Pano - Detetive William Fawkes #1
Autor: Daniel Cole
Editora: Arqueiro
Gênero: Thriller/Policial
Ano: 2017
Páginas: 336
Nota:★★★★☆
Sinopse: O polêmico detetive William Fawkes, conhecido como Wolf, acaba de voltar à ativa depois de meses em tratamento psicológico por conta de uma tentativa de agressão. Ansioso por um caso importante, ele acredita que está diante da grande chance de sua carreira quando Emily Baxter, sua amiga e ex-parceira de trabalho, pede a sua ajuda na investigação de um assassinato. O cadáver é composto por partes do corpo de seis pessoas, costuradas de forma a imitar um boneco de pano.
Enquanto Wolf tenta identificar as vítimas, sua ex-mulher, a repórter Andrea Hall, recebe de uma fonte anônima fotografias da cena do crime, além de uma lista com o nome de seis pessoas – e as datas em que o assassino pretende matar cada uma delas para montar o próximo boneco. O último nome na lista é o de Wolf.
Agora, para salvar a vida do amigo, Emily precisa lutar contra o tempo para descobrir o que conecta as vítimas antes que o criminoso ataque novamente. Ao mesmo tempo, a sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf, e o detetive teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com seu passado – do que qualquer um possa imaginar.

Resenha: William Oliver Layton-Fawkes, mais conhecido como Wolf , é um detetive excepcional. Em 2010 ele foi responsável pela captura de um serial killer que matou vinte e sete adolescentes. Naguib Khalid, o "suposto" assassino, ficou conhecido como Cremador, pois além de dopar as vítimas, ainda ateava fogo nas jovens ainda vivas. O julgamento durou exaustivos quarenta e seis dias, e todas as provas resultantes da investigação de Wolf incriminavam o réu. Mas, numa reviravolta onde alguns fatos a favor de Khalid e contra a conduta de Wolf foram apresentados, os membros do júri, em sua grande maioria, determinaram sua inocência. Wolf se revoltou com a decisão e num acesso de fúria partiu para a agressão contra o réu inocentado promovendo uma enorme confusão no tribunal. Devido a sua reação violenta e o seu comportamento obsessivo durante as investigações, Wolf foi afastado da polícia e submetido a um tratamento psicológico e quatro anos depois foi convocado novamente quando um novo crime brutal foi descoberto: um corpo formado por partes de outros seis corpos, como um boneco de pano macabro, é encontrado num apartamento. E como se isso não fosse o bastante, a repórter e ex-mulher de Wolf, Andrea Hall, recebe fotos da cena do crime e uma lista com os nomes de seis pessoas seguidos por datas em que seriam assassinadas, e o nome de Wolf era o último da lista.
Wolf, então, se junta a sua ex-parceira, Emily Baxter, a fim de encontrar ligações entre as vítimas e impedir o assassino, que sempre está um passo a frente da policia, de matar mais pessoas. E em meio a tudo isso, Wolf não deixa de considerar que há algo de pessoal nessa história ligado ao seu passado...

A história é narrada em terceira pessoa e a escrita é muito fluída. O ritmo dos acontecimentos é bom, tem toques de humor, algumas referências sobre séries, música, literatura e afins, e descrições que detalham muito bem os cenários e as características de forma que o leitor possa visualizar cada momento como se estivesse lá. A trama é convincente e intrincada o bastante para trazer o devido mistério enquanto tentamos ligar vários pontos em meio ao turbilhão de acontecimentos que estão alí, mas há algumas pequenas ressalvas.
Em alguns momentos fiquei com a impressão de que em determinado ponto houve um outro personagem que teve mais destaque que o próprio protagonista, além do foco maior ter recaído sobre salvar as vítimas da lista. Dessa forma, a investigação sobre a identidade do assassino parece ter perdido a devida importância, e só voltou a ganhar espaço no final da trama, quando as pistas começaram a ser fornecidas até o confronto final. Eu não costumo ter muita paciência para aquelas cenas finais e bem clichês onde vilão começa a falar de seus planos e faz confissões sobre seus crimes acreditando que sairá impune por estar "por cima", enquanto o mocinho ainda perde tempo fazendo observações que prolongam ainda mais a situação de risco em vez de por logo um fim na história, e esse livro não é muito diferente disso. Mas ainda assim, apesar desses fatores terem deixado a história um pouco arrastada, ela é envolvente o bastante para prender nossa atenção, principalmente devido aos bons diálogos e a interação entre os personagens ao longo da trama.

Wolf é o detetive em conflito com seu senso de justiça, e isso trouxe consequências em sua vida. Seu apelido não se remete apenas às iniciais do seu nome, mas também define bem sua personalidade e sua forma de lidar com as coisas. Ele é o lobo solitário e comprometido com o que faz, sempre pensando que suas atitudes e escolhas devem ser em prol de um bem maior.
De forma geral, os personagens são bem desenvolvidos, pois possuem falhas, defeitos e complexidades particulares que os distinguem bem um do outro, assim como suas histórias de vida. Todos eles tem um papel de destaque e são importantes para o desenrolar da história.

O ponto que realmente me fez refletir sobre o livro foi o papel da mídia no caso, que, de certa forma, acaba ilustrando perfeitamente bem a realidade e a forma como os crimes são expostos para a população de forma sensacionalista e colaborando para que o pânico seja disseminado. Não importa a gravidade do que está acontecendo ou como a notícia é repassada, desde que haja audiência.

A capa é a mesma da original e condiz bastante com a história. A parte interna da capa segue o padrão da parte externa, com linhas e respingos de sangue. A diagramação é simples, os capítulos são curtos e seguem na mesma página onde o anterior termina.

Boneco de Pano é livro de estreia do autor inglês Daniel Cole, que inicialmente foi escrito como piloto de uma série de TV. É previsto que este seja o primeiro livro de uma série e acho que há material o bastante para tal, principalmente pelo final que me surpreendeu e me deixou bastante curiosa por ser totalmente comprometedor. Pra quem gosta do gênero, é leitura recomendada.

Quando a Bela Domou a Fera - Eloisa James

22 de junho de 2017

Título: Quando a Bela Domou a Fera - Fairy Tales #2
Autora: Eloisa James
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance de época/Releitura
Ano: 2017
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Sinopse: Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher.
Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas.
No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?

Resenha: Quando a Bela Domou a Fera é o segundo livro da série Fairy Tales escrita pela autora americana Eloisa James. O conto no qual foi inspirado é A Bela e a Fera. A série tráz releituras dos contos de fadas mais famosos da literatura, e pelas histórias serem independentes e distintas, não é necessário ler na ordem. Os demais livros da série ainda serão lançados pela Editora Arqueiro: A Duqueza Feia (livro #4) e Um Beijo à Meia-Noite (livro #1).

Linnet Berry Thrynne é uma das jovens mais bonitas de toda a Londres. Os rapazes fazem filas imensas para cortejá-la e sua beleza é tanta que nem mesmo o príncipe Augustus resistiu aos seus encantos. Porém, depois de ter sido flagrada aos beijos com o moço, que não tinha intenção alguma de se casar com ela, a reputação de Linnet foi arruinada e, como se isso não bastasse, ela ainda se envolveu num escândalo em que todos na sociedade acreditam piamente que ela está grávida, mesmo que ela tenha negado todas as fofocas e acusações falsas das quais foi vítima. Mas o estrago já estava feito, Linnet já não servia mais para se casar e para não desonrar ainda mais a família, seu pai, o Visconde de Sundon, resolve arranjar-lhe um casamento com o filho do duque de Windebank, que mora bem longe dalí.
Piers Yelverton, o conde de Marchant, é um médico genial que ficou conhecido como "Fera" por ter alguns defeitos físicos e por não ter sido agraciado com o dom do bom humor e da paciência. Seu pequeno problema também não permitia que ele tivesse filhos, e ele não se importava com isso desde que pudesse cuidar de seus assuntos profissionais em paz. Mas o duque, com sua obsessão pela realeza, ansiava por casar o filho já que esta seria a única forma dele ter herdeiros para perpetuar o nome da família, e a "gravidez" de Linnet poderia resolver todos esses problemas. E mesmo que ela insistisse em afirmar que a gravidez não existia, ninguém lhe dava ouvidos. Assim, Linnet parte rumo ao País de Gales para conhecer o futuro noivo em seu castelo.
Tendo personalidades tão diferentes, o desafio para se aproximarem se tornou ainda maior. Enquanto Piers estava determinado a não ceder aos encantos de Linnet por não concordar com a ideia de se casar, mesmo sabendo que ela não estava grávida e que o "problema" do herdeiro não eria resolvido, a jovem se sente curiosa e atraída por ele, e mesmo que esconda seus sentimentos, ela não aceita que esteja sendo rejeitada pela primeira vez.

Narrado em terceira pessoa com capítulos que se alternam sobre os pontos de vista de Linnet e Piers, o leitor acompanha uma aventura romântica em meio a uma escrita bem humorada e maravilhosamente fluída, com toques de ironia, sarcasmo e cenas picantes para movimentar as coisas.

Pela história se basear em uma tão conhecida, sabemos que fim a trama terá, mas são as mudanças e adaptações que se desenrolam que nos fazem querer saber o que viria a seguir. Num contexto diferenciado, me peguei pensando por diversas vezes se o próximo capítulo traria algo que me surpreendesse ou não, e posso afirmar que o livro superou minhas expectativas.

Foi divertido acompanhar um casal tão diferente, mas que ao mesmo tempo era tão parecido em suas convicções. Donos de personalidades fortes, a primeira vista eles sabem que um casamento estaria fadado ao fracasso, mas a curiosidade que surge entre a forma como se comportam frente ao outro faz com que um relacionamento baseado na amizade se desenvolva. Tal relacionamento permite com que eles se aproximem e passem a ter outros conceitos que vão evoluindo a medida que o tempo passa, mesmo que vivam trocando farpas e se alfinetando tanto que é até possível desconsideramos que algo além da amizade poderia surgir dalí. Os diálogos são dinâmicos e divertidos, principalmente quando há provocações envolvidas.

Eu gostei bastante da construção dos personagens, pois eles são únicos e cativam a própria maneira. Piers é um bronco desbocado, que carrega muita mágoa no coração, principalmente depois do acidente, mas acaba se revelando um enorme cavalheiro, dono de um coração de ouro. Sua dedicação como médico e a forma como cuida dos enfermos sem lhes cobrar nada nas alas médicas do castelo que construiu somente para esta finalidade são dignas de admiração.
Não consegui enxergar muito da Bela original em Linnet. Mesmo que seja inteligente, ela é vaidosa ao extremo, fútil e muito cheia de si. Entendo que na época tais atributos não eram problemas visto que a função das donzelas era serem recatadas e arrumarem um bom marido, e por causa das intrigas feitas contra ela, sua única opção era sumir dalí e tentar encontrar o que precisava para amenizar sua situação em outro lugar.
Sendo assim, de um lado estava Linnet com a reputação arruinada, e de outro, Piers que se mantinha isolado e era mal visto. Ambos rejeitados pela sociedade, mas que encontram um no outro a receptividade e a aceitação.

Mesmo a capa não sendo tão atrativa, ela representa bem a personagem clássica com o tecido amarelo ao fundo e a rosa vermelha em destaque. A diagramação é simples, as páginas são amarelas, os capítulos são numerados e precedem uma pequena rosa como detalhe, e o texto se inicia com letra capitular.

De forma geral, pra quem gosta de releituras e romances de época, é leitura mais do que recomendada. A roupagem nova e a criatividade da autora em trazer personagens com características próprias, mas ainda levantando a questão da importância da beleza interior, cativa e diverte o leitor de forma única.