A Missão - Lena Valenti

8 de junho de 2017

Título: A Missão - Amos e Masmorras #3
Autora: Lena Valenti
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Romance/Erótico/Policial
Ano: 2017
Páginas: 272
Nota:★★★★★
Sinopse: Desde o momento em que os agentes Markus Lébedev, da SVR, e Leslie Connelly, do FBI, se conheceram nas Ilhas Virgens, durante a missão Amos e Masmorras, algo tinha ficado bem claro: a tensão sexual e o desejo iam acabar com os dois. Agora, eles terão que trabalhar juntos para tentar desarticular uma das principais redes de tráfico humano da Rússia. Essa nova missão, nos Reinos Esquecidos, vai pôr à prova o profissionalismo, a ética e os valores de cada um. Nesse caso, dividido em duas partes, colocar o coração em risco pode significar perdê-lo para sempre.

Resenha: Nos livros anteriores, Cleo e Lion estavam infiltrados no torneio BDSM Dragões e Masmorras numa missão para resgatarem Les, agente do FBI e irmã de Cleo que fora sequestrada durante sua missão, além de desmantelarem uma rede de tráfico de mulheres e de drogas controlada pela máfia russa. Embora o foco tenha ficado sobre Cleo e Lion, o leitor teve maiores informações sobre o motivo do sequestro de Leslie além de mostrar que ela e Markus já começaram a desenvolver uma quimica explosiva desde quando se conheceram nas Ilhas Virgens. Agora, ao trabalharem juntos numa nova missão, eles terão que enfrentar vários perigos ao se envolverem com a máfia para tentar acabar de uma vez por todas com suas práticas criminosas, além de precisarem lidar com os próprios sentimentos quando só tem um ao outro com quem contar.

Narrado em terceira pessoa, a autora inicia a obra com um resumo sobre os acontecimentos dos primeiros livros para refrescar a memória das leitoras, seja em forma do relatório feito pela agente Cleo sobre a missão Amos e Masmorras, ou através da própria narrativa sobre os feitos de Leslie e algumas das situações que ela passou. Então, por mais que houvesse informações sobre seu envolvimentos com Markus, só agora é que essa relação ganha profundidade a ponto de podermos conhecê-los melhor.

Embora os dois primeiros livros tenham a temática BDSM como principal fator erótico, neste volume, mesmo que haja alguns poucos momentos esporádicos com conteúdo erótico explícito, a autora abre mão do BSDM e concentra a história no jogo de sedução e a tensão sexual entre Leslie e Markus e também no universo policial com mais seriedade, além de se aprofundar nas investigações sobre os crimes cometidos pela máfia russa e como os agentes pretendem acabar com isso.
Um dos pontos mais favoráveis do livro, além da escrita e narrativa super viciantes da autora, é sua habilidade invejável de mesclar temas distintos (e que aparentemente não tem nada a ver um com o outro) de forma orgânica, onde um é complemento do outro sem que nada pareça forçado ou absurdo já que é algo que impulsiona os personagens em suas decisões.

Leslie, agora com mais espaço para ser trabalhada como protagonista, se mostra uma personagem bastante humana e que diferente daquela Les que pareceu bastante fria e calculista, tem sentimentos apesar de ser resistente. Leslie é o oposto de Cleo se formos comparar. Obviamente tal resistência é uma característica esperada já que ela é uma agente da polícia e é comum que ela pareça uma fortaleza, mas é possível enxergar por trás disso quando a autora trabalha suas camadas, principalmente quando Markus entra em cena.
Markus é misterioso e tem seus segredos e diferente de Les, ele não demonstra muito o que sente, logo fica no ar a dúvida sobre ele realmente ser quem diz que é.
O casal não evidencia somente aquela química, principalmente por precisarem colocar de lado a atração que sentem um pelo outro por diversas vezes em nome da missão que se envolveram, mas também que é preciso ter confiança ao trabalharem em equipe.
Esse livro também tem muito mais ação do que os outros, o que é ideal pra quem prefere enredos voltados para investigações em vez de desenvolvimento de relacionamento, mas ainda assim mostra que não importa que aparência alguém tenha, ou o que faça para parecer forte e dominante, há pessoas que tem um coração enorme e só é possível perceber isso com muita convivência a ponto da pessoa sentir confiança e segurança para demonstrar e revelar o que há por trás daquela fachada.

O livro é dividido em 18 capítulos que fluem muito bem. A capa tráz esse homão maravilhoso e a tipografia de costume que combina com as capas dos outros livros da série. As páginas são amarelas e a diagramação está ótima.
O final me deixou clamando pelo próximo livro e foi totalmente inesperado, me deixou com a cara na poeira sem acreditar.

Pra quem já era fã da série, A Missão é leitura obrigatória. Pra quem ainda não conhece e procura por uma história que oferece romance, erotismo e um mergulho no mundo sombrio da máfia russa para que o gênero policial possa ser embutido em meio à trama e esta ter bastante adrenalina, é livro mais do que indicado e que entrou na lista dos favoritos.

Novidades de Junho - Plataforma21

7 de junho de 2017

Nevernight: A Sombra do Corvo - Crônicas da Quasinoite #1 - Jay Kristoff

Há histórias sobre Mia Corvere, nem todas verdadeiras. Alguns a chamam de Moça Branca. Ou a Faz-Rei. Ou o Corvo. A matadora de matadores. Mas, uma coisa é certa, você deveria temê-la.
Quando ela era criança, Darius Corvere – seu pai – foi acusado de insurreição contra a República de Itreya. Mia estava presente quando o carrasco puxou a alavanca, viu o rosto do pai se arroxeando e seus pés dançando à procura do chão, enquanto os cidadãos de Godsgrave gritavam “traidor, traidor, traidor”...
No mesmo dia, viu a mãe e o irmão caçula serem presos em nome de Aa, o Deus da Luz. E, embora os três sóis daquela terra não permitam que anoiteça por completo, uma escuridão digna de trevas tomou conta da menina. As sombras nunca mais a largaram.
Mia, agora com dezesseis anos, não se esqueceu daqueles que destruíram sua família. Deseja tirar a vida de todos eles. É por isso que ela quer se tornar uma serva da Igreja Vermelha – o mais mortal rebanho de assassinos de toda a República. O treinamento será árduo. Os professores não terão misericórdia. Não há espaço para amor ou amizade. Seus colegas e as provas poderão matá-la. Mas, se sobreviver até a iniciação, se for escolhida por Nossa Senhora do Bendito Assassinato… O maior massacre do qual se terá notícia poderá acontecer. Mia vai se vingar.

Notas Suicidas de Belas Garotas - Lynn Weingarten

June sempre foi solitária. Até conhecer Delia Cole no sexto ano do colégio. Elas se tornaram inseparáveis, compartilhando a perda da inocência e o florescer da malícia na adolescência.
Para June, não havia ninguém como sua melhor amiga. Delia era a garota mais bela do mundo quando sorria, e incendiava aqueles que a rodeavam. Embora, às vezes, se tornasse fria e sombria. As duas acreditavam que nada poderia separá-las… até aquela estranha noite que as afastou por um ano – e depois para sempre.
Quando o vice-diretor da escola North Orchard anuncia que Delia está morta, uma onda de angústia toma conta de June. Dois dias antes, a amiga havia ligado para ela, mas June ignorou as chamadas.
Todos dizem que Delia ateara fogo no próprio corpo. Sua melhor amiga havia se matado. June não consegue aceitar. Delia não seria capaz disso. Ou seria? Então, quando bilhetes póstumos da amiga começam a chegar, June se convence de que ela fora assassinada. Alguém estava mentindo nessa história, e a lista de suspeitos é perturbadora.
O que June fará quando toda a verdade vier à tona?

Um Menino Em Um Milhão - Monica Wood

Título: Um Menino Em Um Milhão
Autora: Monica Wood
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★★
Sinopse: Quinn Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções.
Quando o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante lituana.
Quinn assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta ajudar Ona a obter o recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para viver.

Resenha: Ona Viktus é uma senhora de cento e quatro anos de idade que acredita já ter vivido tudo o que há pra se viver. Sem maiores expectativas para o tempo que lhe resta, ela acaba sendo surpreendida por um menino de onze anos, obcecado pelo Livro dos Recordes e que adora colecionar objetos, que logo desperta sua simpatia e amizade através de um trabalho de escola. Ele deveria contar a história de uma pessoa idosa, e Ona não hesitou e nem se incomodou em contar detalhes de sua longa vida enquanto o menino usava um gravador para registrar todas as suas respostas. E essa entrevista os aproximou criando um elo de amizade improvável, mas muito verdadeiro.
Até que um dia o menino não apareceu, e em seu lugar Ona recebeu um músico fracassado de meia idade chamado Quinn Porter. Quinn mal o conhecia, mas devido ao pior ter acontecido de forma tão inesperada, ele, como seu pai, estava alí, pronto para cumprir a promessa que fez a Belle, sua ex-esposa e mãe do menino, para terminar a tarefa que o pequeno escoteiro jamais poderia terminar. Depois de ser um pai tão ausente na vida do filho, terminar a tarefa seria o mínimo que ele poderia fazer, e Ona se sente frustrada em ter que viver mais um luto, depois de ter vivido tantos outros ao longo de sua vida, por um garotinho tão adorável.
E assim, no decorrer da história, nos deparamos com Ona tentando permanecer firme para dar continuidade à tarefa do menino, Belle lidando com a dor irreparável por ter perdido seu filho, e Quinn, que mesmo tarde demais, tem a chance de, enfim, conhecer o garoto, e aprender muito com ele...

Dividido em cinco partes e narrado em terceira pessoa, o livro levanta a questão do luto e as formas de enfrentá-lo, vindas de diferentes pessoas, com percepções distintas. A autora aborda as relações familiares e os laços de amizades que são construídos ao longo da vida, principalmente aqueles que acontecem de forma inesperada e que se estreitam e se fortalecem com um convívio rotineiro, e o quanto isso é valioso e importante.

O nome do menino não foi mencionado e esporadicamente nos deparamos com alguma fala dele, mas sua presença sempre é constante do início ao fim, desde as entrevistas/gravações feitas (onde supomos suas perguntas que não estão evidentes, de acordo com as respostas de Ona), até a forma como ele, ao fazer uma conexão entre Belle, Ona e Quinn, proporciona aprendizados, reflexões e mudanças significativas em suas vidas.
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O projeto gráfico do livro é muito bacana. A capa com a silhueta do menino numa bicicleta em meio às árvores o representa bem como escoteiro. As páginas destinadas a indicar as partes e os capítulos tem detalhes de galhos como na capa, e não percebi erros de revisão.

Um Menino Em Um Milhão emociona e levanta alguns questionamentos relevantes no que diz respeito a forma como levamos a vida e como lidamos com as outras pessoas que nos cercam, trazendo importantes reflexões sobre o quão valiosa é a nossa presença na vida daqueles que são importantes para nós, e o que estamos dispostos a fazer a fim de levar um pouco de alegria a eles. Às vezes é na tentativa de se reparar um erro que encontramos paz e alívio para ficarmos livres da culpa.

Novidades de Junho - Novo Conceito

6 de junho de 2017

Caraval - Caraval #1 - Stephanie Garber

Scarlett nunca saiu da pequena ilha onde ela e sua irmã, Donatella, vivem com seu cruel e poderoso pai, o Governador Dragna. Desde criança, Scarlett sonha em conhecer o Mestre Lenda do Caraval, e por isso chegou a escrever cartas a ele, mas nunca obtivera resposta. Agora, já crescida e temerosa do pai, ela está de casamento marcado com um misterioso conde, e certamente não terá mais a chance de encontrar Lenda e sua trupe, mas isso não a impede de escrever uma carta de despedida a ele.
Dessa vez o convite para participar do Caraval finalmente chega à Scarlett. No entanto, aceitá-los está fora de cogitação, Scarlett não pretende desobedecer ao pai. Sendo assim, Donattela, com a ajuda de um misterioso marinheiro, sequestra e leva Scarlett para o espetáculo. Mas, assim que chegam, Donattela desaparece, e Scarlett precisa encontrá-la o mais rápido possível.
O Caraval é um jogo elaborado, que precisa de toda a astúcia dos participantes. Será que Scarlett saberá jogar? Ela tem apenas cinco dias para encontrar sua irmã e vencer esta jornada.

América do Sul Sobre Rodas - Relatos, Guias e Dicas - Max Fercondini e Amanda Richter

Max Fercondini e Amanda Richter trazem para este livro relatos inéditos e divertidos sobre a incrível jornada pela América do Sul a bordo de uma casa rodante. Após seis meses na estrada e 21 mil quilômetros percorridos, o resultado impressiona pelas fotos produzidas pelos autores, que contaram até com o auxílio de um drone. Cada capítulo detalha situações que foram vividas pelo casal ao longo da expedição com dicas para viajantes, informações úteis, relatos pessoais, receitas deliciosas e bastidores da aventura, tudo em um conteúdo colorido, repleto de fotos, mapas e ilustrações. O prefácio foi especialmente escrito pela Família Glink e também são disponibilizados QR Codes (códigos de acesso) que direcionam para vídeos exclusivos dos programas exibidos na televisão, cenas inéditas e bastidores da série homônima. América do Sul Sobre Rodas é um livro que o deixará com vontade de desbravar o quanto antes as terras de nossos queridos hermanos. Max e Amanda darão uma mãozinha a partir de agora!

Tempestade de Cristal - Morgan Rhodes

5 de junho de 2017

Título: Tempestade de Cristal - Queda dos Reinos #5
Autora: Morgan Rhodes
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Juvenil
Ano: 2017
Páginas: 408
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Magnus e Cleo são forçados a testar a força de seu amor quando Gaius retorna à Mítica dizendo não mais ser o Rei Sanguinário, mas, sim, um homem mudado buscando rendenção.
Lucia, grávida do filho de um Vigilante, escapou das garras do Deus do Fogo. Seus poderes estão enfraquecendo enquanto ela segue em frente para completar a profecia que manterá seu bebê a salvo...
Jonas volta para Mítica com um plano para tirar Amara do poder, mas o destino toma às rédeas quando ele vai em direção à bela princesa Lucia e se junta a ela em sua perigosa jornada.
Amara tomou o trono de Mítica, mas sem uma forma de liberar a magia da água presa em seu cristal roubado, ela nunca será capaz de encontrar glória e conseguir sua doce vingança.
E qual tipo de escuridão cairá - e quem estará salvo - depois que o Príncipe Ashur revelar o perigoso preço que ele pagou para enganar a morte?
Contém spoilers dos livros anteriores.

Resenha: Há quatro anos, a editora Seguinte lançava o primeiro volume da série A Queda dos Reinos. Com muita magia, mortes e aventura, a jornada pela busca dos cristais da Tétrade está quase no fim. Com o lançamento do quinto e penúltimo livro, o questionamento é: será que o rumo da história foi perdido?

Tempestade de Cristal começa de Maré Congelada terminou. Para quem acompanhou a série até o quarto volume, sabe que o enredo já passou por altos e baixos. Personagens são presos, e então soltos. Os lados entre o bem e o mal mudam. O poder, que é almejado por todos, sai das mãos de um e passa para outro, como se fosse uma batata quente. Reviravoltas são ótimas quando bem usadas, pois dão uma guinada na história. No entanto, para a saga criada por Morgan Rhodes, tantas mudanças de direção parecem ter tirado um pouco o rumo da trama e a essência sentida lá no início.

Seguindo esse argumento, é necessário falar sobre os personagens. A série é voltada para o público juvenil, mas os diálogos conseguem ser bem rasos e por vezes irritantes. O humor é essencial, mas ele não pode ultrapassar o aceitável, deixando de ser condizente com o enredo. O livro conta com conversas que soam muito infantis e tiram o foco do que realmente interessa em momentos importantes. Jonas é aquele que não consegue angariar empatia e dificilmente fará isso no último volume. Ele é insosso, inconsequente e por sua causa muito dos planos dão errado. Os outros, entretanto não podem se safar sem sua parcela de culpa. É evidente, só agora no quinto volume, que nem Cleo, Magnus ou qualquer um realmente tenha uma pitada de astúcia. Eles estão no mesmo time, lutam pela mesma causa, mas conseguem usar do egoísmo e "esperteza" para ir atrás de algo por conta própria e fazer tudo errado. Em suma, a história está girando num circulo vicioso de fatos repetitivos. Amara, que se revelou ser sanguinária e se tornou imperatriz, consegue ganhar pontos pela sua inteligência e está (quase) sempre um passo a frente de todos...

Como nem tudo está perdido (ainda), a história tem momentos bons que são, quase em sua totalidade, protagonizados por Cleo e Magnus. A dupla, que pode ser considerada um casal, é responsável por momentos tanto tensos quanto mais sensuais ao decorrer do livro. Graças aos dois, e a mudança de status que obtiveram no volume anterior, já temos mais um casal para shippar na série. Muito antes deles, Nic e Ashur já tinham se beijado em A Primavera Rebelde, e a notícia da morte do príncipe deve ter pegado todo mundo de surpresa. Mas, como Rhodes evidenciou que a série é composta de muitas reviravoltas, Ashur retornou das cinzas e podemos torcer por ele e Nicolo. A bandeira LGBT está sendo levantada não só aqui, mas em outras histórias e isso é muito bacana de se ver.

O problema da série é o porquê da autora tentar contar uma história tão boa com tantos floreios. Um produto, quando bem vendido, sempre será prolongado para que renda muito mais. No caso da série A Queda dos Reinos, o prolongamento já parece demais e Tempestade de Cristal, que é melhor que Maré Congelada, não acrescenta tanto à trama e não dá aquela sensação necessária de pontapé para o desfecho de tudo. As quatrocentas e oito páginas são fáceis de serem lidas, trazem mais fatos do passado e futuro e finaliza tudo com o ressurgimento de um personagem sem nenhuma importância que dará outro rumo para a aventura, que se encerrará com Reino Imortal. Em suma, quem ler os primeiros livros e se afeiçoar pelo universo de Mítica com certeza terá vontade de chegar até o final. Resta agora, esperar pelo melhor para o destino de todos os personagens que por vezes amamos e por vezes odiamos.

Novidades de Junho - Intrínseca

4 de junho de 2017

Até Que a Culpa Nos Separe - Liane Moriarty

Amigas de infância, Erika e Clementine não poderiam ser mais diferentes. Erika é obsessivo-compulsiva. Ela e o marido são contadores e não têm filhos. Já a completamente desorganizada Clementine é violoncelista, casada e mãe de duas adoráveis meninas. Certo dia, as duas famílias são inesperadamente convidadas para um churrasco de domingo na casa dos vizinhos de Erika, que são ricos e extravagantes.
Durante o que deveria ser uma tarde comum, com bebidas, comidas e uma animada conversa, um acontecimento assustador vai afetar profundamente a vida de todos, forçando-os a examinar de perto suas escolhas - não daquele dia, mas da vida inteira.
Em Até Que a Culpa Nos Separe, Liane Moriarty mostra como a culpa é capaz de expor as fragilidades que existem mesmo nos relacionamentos estáveis, como as palavras podem ser mais poderosas que as ações e como dificilmente percebemos, antes que seja tarde demais, que nossa vida comum era, na realidade, extraordinária.

Apenas Uma Garota - Meredith Russo

Prestes a entrar na vida adulta, Amanda Hardy acabou de mudar de cidade, mas a verdadeira mudança de sua vida vai ser encarar algo muito mais importante: a afirmação de sua identidade. Tudo que ela mais quer é viver como qualquer outra garota. E, embora acredite firmemente que toda mudança traz a promessa de um recomeço, ainda não se sente livre para criar laços afetivos. Até que ela conhece Grant, um garoto diferente de todos os outros. Ela não consegue evitar: aos poucos, vai permitindo que Grant entre em sua vida. Quanto mais eles convivem, mais ela se sente impelida a se abrir e revelar seu passado, mas ao mesmo tempo tem muito medo do que pode acontecer se ele souber toda a verdade. Porque o segredo que Amanda esconde é que ela era um menino.
Em seu romance de estreia, Meredith Russo retrata o processo de transição de uma adolescente transexual, parcialmente inspirada em suas próprias experiências. Enquanto traz à tona questões difíceis como dilemas existenciais, preconceito e bullying, o livro também fala de forma esperançosa e leve sobre amizade, descobertas e autoaceitação.

Geekerela - Ashley Poston

Um divertido romance que traz a clássica história de Cinderela para os dias de hoje.
Quando Elle Wittimer, nerd de carteirinha, descobre que sua série favorita vai ganhar uma refilmagem hollywoodiana, ela fica dividida. Antes de seu pai morrer, ele transmitiu à filha sua paixão pelo clássico de ficção científica, e agora ela não quer que suas lembranças sejam arruinadas por astros pop e fãs que nunca tinham ouvido falar da série. Mas a produção do filme anunciou um concurso de cosplay numa famosa convenção valendo um convite para um baile com o ator principal, e Elle não consegue resistir. Na Abóbora Mágica, o food truck vegano onde trabalha, ela encontra a ajuda de uma amiga cheia de talentos para moda que vai criar o traje perfeito para a ocasião. Afinal, o concurso é a chance de Elle se livrar das tarefas domésticas impostas pela terrível madrasta e das irmãs postiças malvadas.
Já Darien Freeman, o astro adolescente escalado para ser o protagonista do filme, não está nada ansioso para o evento, embora o papel seja seu grande sonho. Visto como só mais um rostinho bonito, o próprio Darien também está começando a achar que se tornou uma farsa. Até que, no baile, ele conhece uma menina que vai provar o contrário.
Esta releitura de Cinderela transporta para o universo nerd os principais elementos do clássico conto de fadas, fazendo uma verdadeira homenagem a todos aqueles que sabem o que é ser fã e se dedicar de coração àquilo que amam.

Robô Selvagem - Robô Selvagem #1 - Peter Brown

Um robô é capaz de sobreviver na natureza selvagem?
Peter Brown sempre foi fascinado por robôs e pela natureza, e depois de anos imaginando, escrevendo e desenhando, ele deu vida a Roz, uma robô que, ao abrir os olhos pela primeira vez, se vê sozinha numa ilha.
Ela não tem a menor ideia de como foi parar ali, mas foi programada para sobreviver. Depois de suportar uma tempestade intensa e escapar de ursos furiosos, ela se dá conta de que sua única esperança é se adaptar ao ambiente, e vai ter que aprender isso com os nada simpáticos animais que habitam a ilha.
Tudo parece melhorar quando Roz consegue, aos poucos, se aproximar dos bichos e criar um laço inquebrável com um filhote de ganso abandonado. Mas sua natureza é diferente, e o misterioso passado da robô, que a levou àquele ambiente selvagem, está prestes a retornar para assombrá-la.
Robô selvagem é uma história comovente e cheia de aventuras sobre o que acontece quando a natureza e a tecnologia colidem inesperadamente, como os humanos afetam o mundo ao nosso redor e o que significa estar vivo.

As Mães - Brit Bennett

Tudo começa com um segredo. As ramificações que se seguem vão acompanhar três personagens desde o fim da adolescência até o início da vida adulta, exercendo um impacto capaz de influenciar suas trajetórias por muito tempo depois de seus anos de juventude. Em uma comunidade negra e cristã no sul da Califórnia, Nadia Turner, uma garota bonita, obstinada e ainda marcada pelo recente suicídio da mãe, será a primeira da família a cursar uma universidade, mas, antes de deixar sua cidade natal, ela se envolve com o filho do pastor da igreja, Luke Sheppard. Aos vinte e um anos, Luke é um ex-atleta que trabalha como garçom depois que uma grave lesão o afastou dos campos. Os dois são jovens e não oficializam o relacionamento, mas o segredo que resulta desse romance terá consequências maiores do que eles imaginam.
Anos depois, eles ainda vivem à sombra das escolhas da juventude e da insistente dúvida: e se tivessem feito diferente? As possibilidades do caminho não tomado se tornam uma sombra implacável.
Romance de estreia de Brit Bennett, As Mães chamou atenção dos críticos antes mesmo de ser lançado nos Estados Unidos. Com um estilo sofisticado e atual, a autora demonstra uma ampla compreensão da alma humana e de como as traições e perdas podem moldar comunidades inteiras. Uma obra necessária, que questiona até que ponto devemos servidão às decisões da juventude e às comunidades que nos criaram.

Eu Sei Onde Você Está - Claire Kendal

Rafe está em todos os lugares. E Clarissa vai encontrá-lo, mesmo sendo a última coisa que gostaria que acontecesse. Vai encontrá-lo na universidade onde ambos trabalham, na estação de trem, no portão do prédio onde mora. As mensagens do homem lotam a secretária eletrônica de Clarissa, os presentes dele abarrotam sua caixa de correio. Desde a noite traumática que passaram juntos alguns meses antes, ela se vê em uma armadilha da qual não consegue escapar. E ele se recusa a aceitar um não como resposta. A única saída de Clarissa para esse pesadelo angustiante são as sete semanas que passará em um tribunal, onde foi escalada para compor um júri popular. A vítima em questão viveu experiências que revelam uma similaridade macabra com a vida da jurada. Conforme o julgamento se desenrola, Clarissa percebe que, para sobreviver às investidas obcecadas de Rafe, será necessário se arriscar. Começa então a reunir evidências da insanidade do perseguidor para usá-las contra ele e relata todo o terror psicológico e físico a que é submetida, o que a obriga a reviver cada momento doloroso que vem tentando desesperadamente esquecer. Escrito de forma primorosa, "Eu sei onde você está" explora a tênue fronteira entre amor e compulsão, fantasia e realidade. Um retrato perturbador de uma mulher perseguida, determinada a sobreviver.

Dias Bárbaros - William Finnegan

O surfe é um esporte, mas só para os que apenas assistem. Para quem surfa, trata-se de muito mais: um vício, uma arte, um estilo de vida. William Finnegan viveu a infância na Califórnia e no Havaí, e aprendeu cedo a surfar. Ao longo da vida, viajou o mundo em busca das melhores ondas. Amante de livros e de aventuras, tornou-se um escritor e correspondente de guerra de grande prestígio. Mas sua mais perfeita narrativa está em "Dias bárbaros", a autobiografia vencedora do Pulitzer na qual ele compartilha, através de sua trajetória no surfe, as histórias da época em que pertencia a uma gangue de meninos brancos em Honolulu, a loucura que impregnou jovens e adultos na década de 1960, sua vivência das ondas mais famosas do mundo e tudo o que aprendeu com elas - do pesar de ter usado LSD para desbravar a baía de Honolua, em Maui, à satisfação intensa de atravessar os recifes da Polinésia de mapa em punho para descobrir uma das maiores ondas que existem.
À medida que as viagens de Finnegan o levam cada vez mais longe, suas memórias ganham um viés deliciosamente improvável, quase antropológico, que explora da simplicidade pitoresca de uma aldeia de pescadores em Samoa às excêntricas regras tonganesas para o sexo com estrangeiros. Mais do que um livro de aventura, "Dias bárbaros" é uma autobiografia inteligente, uma história social e um road movie literário. Apresenta de modo surpreendente o domínio gradual de uma arte tão exigente quanto magnífica, narrado com uma voz que transporta o leitor até as águas, as ondas, os povos e os países que Finnegan conheceu, extrapolando tempo e espaço em uma das melhores viagens que um livro será capaz de proporcionar.