O Feiticeiro de Terramar - Ursula K. Le Guin

8 de janeiro de 2017

Título: O Feiticeiro de Terramar - Ciclo Terramar #1
Autora: Ursula K. Le Guin
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 176
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda.
Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários.
Publicado originalmente em 1968, O Feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.

Resenha: Originalmente publicado em 1968, O Feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura fantástica e a autora, Ursula K. Le Guin, serviu de referência para alguns escritores de renome que pertencem ao gênero. A Editora Arqueiro republicou a obra em 2016 aqui no Brasil.

Gavião é o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos, mas pra ter chegado a este ponto, ele precisou percorrer um longo caminho, e esta história vai narrar suas aventuras quando ainda era criança, sua fase de aprendizade a amadurecimento, até ter se tornado esse mago lendário.

Duny é um garoto que perdeu a mãe ainda muito pequeno e foi criado pelo pai, mas por não ter tanta atenção, se tornou um garoto bastante teimoso e de gênio difícil. Aos sete anos ele descobriu ter o dom da magia e por conseguir usar seus poderes para chamar aves de rapina, ficou conhecido como Gavião. Ao aprender a usar seus poderes para feitos grandiosos em sua pequena aldeia, Duny chama atenção do mago da Ilha e se torna seu aprendiz e, ao completar treze anos, passa a ser chamado de Ged, o que seria seu nome verdadeiro. Ged é enviado para a escola de magos mas seu orgulho e petulância fizeram com que ele libertasse um monstro, e agora cabe ao garoto partir numa grande aventura a fim de desfazer o que aconteceu antes que seja tarde demais.

O Feiticeiro de Terramar é um livro que considerei bastante introspectivo por se focar na busca pessoal de Ged a fim de reparar um problema desencadeado por ele próprio e que traria grandes consequências, e o restante dos elementos da trama que o leitor capta de relance acabam não ganhando a profundidade esperada apesar de serem descritos com bastante riqueza. Por mais interessante seja, e de forma bem direta, acompanhamos o protagonista sentindo o peso do erro que cometeu até que esteja preparado para enfrentá-lo.
Eu gostei do fato que envolve os nomes dos magos e de que são confiados somente a pessoas de confiança, pois quem sabe o nome tem poder sobre ele, e isso acaba sendo relacionado com a própria sombra, cujo nome é desconhecido.

Gostei de Gavião, gostei da forma como ele foi construído, já que ele não usa somente a força e a coragem que tem, mas a inteligência para conquistar seus objetivos, e o diferencial dele para outros "heróis" é que ele erra, ele se deixa levar pela ideia de ser poderoso pois tem urgência em conseguir logo o que quer, não aceita a ideia de levar desaforo pra casa e por isso nem sempre tem as melhores atitudes ou toma as melhores decisões, e isso faz dele alguém bastante real, mesmo que imperfeito.

No mais, pra quem procura por uma aventura que não irá abordar os grandes feitos de um grande homem, mas sim sua jornada até chegar lá, que envolve bastante e é contada de forma super rápida, com personagens marcantes e descrições que nos fazem imaginar o cenário criado pela autora, é leitura mais do que indicada.


A Princesa da Lapa - Danilo Barbosa

7 de janeiro de 2017

Título: A Princesa da Lapa
Autor: Danilo Barbosa
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Romance/Nacional
Ano: 2016
Páginas: 304
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Há tempos, entre os postes brilhantes e solitários da Lapa, houve um castelo feito de amores e ilusões perdidas. Nele, entre cortinas e brocados, existiu uma bela mulher, prisioneira de sentimentos perdidos e marcada pelo desejo dos homens. Uma mulher inesquecível, que foi chamada e ovacionada como a Princesa da Lapa. Jonas é um jovem escritor capaz de escrever as mais belas histórias de amor, mas não de vivenciá-las. Por ter sido abandonado por aquela que considerava a mulher da sua vida, ele não acredita mais em finais felizes. Até que, em uma noite, uma misteriosa senhora o encontra, disposta a lhe contar a sua história... A partir do momento em que a fantástica personagem começa a se revelar ao cético criador de histórias, um novo conto de fadas se revela aos olhos dos leitores, mostrando um mundo de paixões vorazes, sensualidade, poderes supremos e a eterna luta do bem contra o mal. Sejam bem-vindos à incrível e instigante história daquela que ficou conhecida para sempre como A Princesa da Lapa.

Resenha: Andei me surpreendendo bastante com os últimos livros nacionais que li, e com A Princesa da Lapa, do autor Danilo Barbosa, não foi diferente.

Jonas teve o coração partido após ter sido abandonado por quem considerava ser seu amor verdadeiro, e numa noite qualquer, vagando sem destino, encontra uma mulher, Larissa, que transformaria sua vida...
A Princesa da Lapa é uma jovem que, quando criança, aproveitou a infância sendo feliz e sem enxergar maldade em nada ao seu redor, mesmo que tivesse sido criado num bordel. Ela sempre acreditou que o mundo é um lugar bom e cheio de pessoas boas, mas, ao se tornar mulher, começou a perceber o quê, de fato, era a Casa dos Prazeres, e assim descobriu como funciona a vida nos bordéis quando passa a ser assediada. O que ela não esperava era, em meio a um universo cheio de segredos sujos concentrados em um castelo que só lhe trazia sofrimento, encontrar o amor...

Através de uma narrativa poética e bastante fluída, com vislumbres de um Rio de Janeiro no período da Ditadura Militar, o autor aborda temas que se referem não só a autoestima, amor próprio e busca pela felicidade, mas também ao empoderamento feminino que cada vez mais ocupa mais espaço na sociedade e que é algo tão importante a se tratar, e tudo com um toque de misticismo, fazendo com que dor e amor estejam intimamente conectados.
O livro é dividido em três partes e a primeira é destinada a Jonas, um escritor desiludido que deixou de acreditar no amor, até a história de R começar a ser contada por Larissa. Logo a história dela passa a se desenrolar, um conto de fadas que foge totalmente do tradicional já que o "castelo" é a Casa dos Prazeres, um bordel que a moldou conforme cresceu e amadureceu.
R é uma personagem muito determinada, que representa a força para superar os obstáculos que a vida lhe impôs, sem perder seu brilho, preservando seu amor próprio e sendo uma figura a quem se inspirar, e através de sua história de transformação, é possível refletir sobre a ideia de se encontrar luz onde há escuridão.
"Tudo ao meu redor parecia embaçado diante de tal presença, faiscando entre nós uma energia tal que nunca sentira antes, uma força invisível que me prendia a ela. Algo inédito, quem sabe uma centelha daquilo que eu mesma era."
- Pág. 232
A capa, que traz uma combinação de cores super harmônicas e que combina perfeitamente com o conteúdo do livro. É discreta e ao mesmo tempo muito bonita e sugestiva. As páginas são amarelas e a revisão está impecável.

É um livro pra ser apreciado, pra ler a fim de refletirmos sobre aqueles que sempre pensam somente em si mesmos sem se importarem com as outras pessoas ou como elas poderão ser afetadas com suas atitudes e escolhas, que nem sempre são feitas visando o bem...

Na Telinha - Moana

6 de janeiro de 2017

Título: Moana: Um Mar de Aventuras (Moana)
Produção: Disney
Elenco: Auli'i Cravalho, Dwayne Johnson
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura/Musical
Ano: 2016
Duração: 1h 47min
Classificação: Livre
Nota:★★
Sinopse: Moana Waialiki é uma corajosa jovem, filha do chefe de uma tribo na Oceania, vinda de uma longa linhagem de navegadores. Querendo descobrir mais sobre seu passado e ajudar a família, ela resolve partir em busca de seus ancestrais, habitantes de uma ilha mítica que ninguém sabe onde é. Acompanhada pelo lendário semideus Maui, Moana começa sua jornada em mar aberto, onde enfrenta terríveis criaturas marinhas e descobre histórias do submundo.

As animações que andam sendo lançadas ultimamente estão vindo com tudo quando o assunto é quebrar estereótipos de forma única e inovadora. A Disney anda surpreendendo cada vez mais, e com Moana não foi diferente.


A história é ambientada na Polinésia, a traz Moana Waialiki, filha do chefe da tribo Motunui, que foi escolhida pelo próprio oceano para atravessar os limites do recife e restaurar uma relíquia antiga, o coração da deusa Te Fiti, devolvendo a ordem e o equilíbrio à natureza afetada por uma maldição, para salvar seu povo da escuridão. Ela deve zarpar em sua canoa em busca de Maui, o lendário semideus metamorfo que a ajudaria nessa missão.
A partir desta premissa, vamos acompanhando as aventuras de Moana que, ao descobrir mais sobre seu ancestrais - e o que o futuro reserva, caso nada seja feito -, adentra o mar aberto para encontrar Maui e começar sua jornada.


Basicamente a trama não é lá muito complexa, não possui muitas mensagens sociais ou dignas de reflexões mais profundas (como foi feito em Zootopia, por exemplo). É até bem familiar se formos comparar com outras animações e analisar a protagonista no que diz respeito aos seus anseios e desejos. O diferencial de Moana para os demais desenhos animados envolvendo as famosas "princesas" é que não há uma figura masculina que possa representar qualquer tipo de relacionamento amoroso - e sequer há sugestões para isso. O único relacionamento abordado, e de forma até bem sucinta, é o da família, o quanto o pai de Moana quer protegê-la de qualquer perigo a ponto de querer impedí-la de seguir seu destino, e o quanto sua avó a incentiva e acredita que ela seja capaz de cumprir o que foi destinada a fazer. A preocupação de Moana é ser uma boa líder, é ajudar a tribo com soluções para os problemas, sempre de cabeça erguida, com coragem e determinação, mesmo sem saber se suas escolhas serão bem sucedidas, desde que ela ao menos tente (e se falhar, basta tentar outra vez). E mesmo que ela já tenha esse espírito de liderança, ela jamais age de forma que possa diminuir alguém, muito pelo contrário. Ela quer ajudar, mas também reconhece quando precisa de ajuda e não hesita se precisar pedir. Sua vontade de resgatar parte da cultura que foi perdida, a de explorar e descobrir novas terras, também faz parte de seus objetivos, principalmente porque é uma cultura que faz parte dela desde que ela se entende por gente.

Outro ponto muito interessante é que embora Moana recorra a Maui e aos poderes dele como forma de auxílio em sua jornada, é ela quem conduz a viagem, é ela quem toma as decisões, e por mais petulante e resistente que ele seja no início, no final fica claro que quem manda é ela, e não importa que ele seja imortal, forte, grandalhão (Dwayne Johnson quem o diga) e dotado de poderes metamorfos.


Maui tem um passado memorável como semideus e sua história é responsável por uma parte considerável da carga dramática da trama. Suas tatuagens se referem aos seus feitos e, literalmente, possuem vida a ponto de ser possível interagir com elas de uma forma dinâmica e original. Elas, assim como outros elementos, também estão alí pra contar e desenvolver os fatos do passado. Uma curiosidade sobre suas tatuagens é que as animações foram feitas em 2D e posteriormente combinadas ao 3D, e o resultado final ficou fantástico e super divertido. A ideia de um personagem como ele também quebra estereótipos, pois ele não tem nada de galã, muito pelo contrário. Maui é um troglodita com uma cabeleira desgrenhada, mas que ainda consegue despertar nossa simpatia podendo ser considerado um dos personagens mais originais dos desenhos animados.


Os personagens secundários sempre estão ao lado de Moana de alguma forma, seja sua avó que sempre está alí para mostrar que há coisas além do que ela imagina e a encorajando a superar suas inseguranças, o frango Heihei, que é o alivio cômico responsável por algumas risadas (mas ao meu ver foi dispensável), e até a própria água, que desde a infância de Moana está alí marcando presença, interagindo, ajudando a garota a sua maneira e ainda colaborando para que a história seja contada mesmo que não fale e nem participe de diálogos, o que não a impede de dar boas lições em quem precisa, e tudo isso através apenas de seus movimentos.


Os demais personagens colaboram para a construção da história, para mostrar como funciona a vida na ilha e a cultura do povo de forma geral, que é bastante rica, interessante e vai sendo revelada gradualmente ao longo do filme. E não digo isso apenas com relação à tribo, mas também às criaturas que a dupla encontra e enfrenta durante a jornada.

O visual da animação é maravilhoso. As ilhas paradisíacas da Oceania, o clima tropical, o contraste entre oceano, céu e vegetação e até os efeitos da água são de encher os olhos. Posso dizer que foi a animação mais perfeita que já assisti, visualmente falando. A parte musical também não fica atrás, pois além de ter um ritmo ótimo e que combina perfeitamente com o contexto, ainda possui letras inspiradoras e que também ajudam a contar a história, seja no idioma original da tribo ou em inglês.


No mais, Moana diverte, emociona e inspira, e é indicado para todas as idades, não só por trazer elementos que vão agradar a todo tipo de público, desde os mais cômicos, os mais emocionantes e até os mais sombrios, mas por conseguir representar perfeitamente uma das formas de empoderamento feminino através de uma "princesa" corajosa e determinada que foge do tradicional, que canta, encanta e brilha como poucas já fizeram na história das animações.

Novidades de Janeiro - Novo Conceito

5 de janeiro de 2017

Sussurros do País das Maravilhas - Splintered #1.5 e #3.5 - A. G. Howard

Alyssa Gardner entrou na toca do coelho para assumir o controle do seu destino. Ela sobreviveu à batalha pelo País das Maravilhas e pelo seu coração. No conto O Menino Na Teia, a mãe de Alyssa relembra o período em que viveu no País das Maravilhas e resgatou o homem que se tornaria seu marido e pai de sua filha. No A Mariposa No Espelho, conhecemos as lembranças de Morfeu, de quando ele mergulhou nas memórias de Jeb para descobrir os segredos dele e tentar ganhar, de uma vez por todas, o disputado coração de Alyssa. No Seis Coisas Impossíveis, Alyssa revive os momentos mais preciosos de sua vida após Qualquer outro lugar, e sobre o papel mágico que desempenhou para preservar a felicidade daqueles que ela ama. Neste livro você encontrará três contos de lembranças inéditas e inesquecíveis. Junte-se novamente aos personagens da série O Lado Mais Sombrio e embarque no fantástico mundo do País das Maravilhas.

Fogo Contra Fogo - Olho Por Olho #3 - Jenny Han e Siobhan Vivian

A festa de Ano-novo terminou com uma tragédia irreparável, e Mary, Kat e Lillia podem não estar preparadas para o que está por vir. Após a morte de Rennie, Kat e Lillia tentam entender os acontecimentos fatais daquela noite. Ambas se culpam pela tragédia. Se Lillia não tivesse se apaixonado por Reevie. Se Kat não tivesse deixado Rennie ter partido sozinha. Se a vingança não tivesse ido longe demais, talvez as coisas seriam como antes. Agora, elas nunca mais serão as mesmas. Apenas Mary sabe a verdade sobre aquela noite. Sobre o que ela realmente é. Também descobriu a verdade sobre Lillia e Reeve terem se apaixonado, sobre Reeve ser feliz quando tudo o que ele merece é o sofrimento, assim como ela ainda sofre. Para Mary, as tentativas infantis de vingança ficaram no passado, ela está fora de controle e pretende sujar suas mãos de sangue, afinal, não tem mais nada a perder.

Branco Como a Neve - Branca de Neve #2 - Salla Simukka

Recuperando-se do terror que vivenciou nas mãos da máfia, Lumikki tem a chance de deixar a Finlândia, se livrando das roupas pesadas, das lembranças sombrias... e do perigo. Ela só quer ser uma garota normal, misturar-se à multidão de turistas e aproveitar as férias. Quando Lumikki conhece Zelenka, uma jovem misteriosa que alega ter o mesmo sangue que ela, as coincidências são inquietantes. Rapidamente ela se vê envolvida no mundo triste daquela mulher, descobrindo peças de um mistério que irá conduzi-la a uma seita secreta e aos mais altos escalões do poder corporativo. Para escapar dessa trama asfixiante, Lumikki não poderá fazer tudo sozinha. Não desta vez.

Desintegrados - Fragmentados #2 - Neal Shusterman

A Fragmentação tornou-se um grande negócio com poderosos interesses políticos e corporativos em jogo. O governo não quer apenas continuar com ela, como também expandi-la. Cam foi feito inteiramente com as melhores partes de fragmentados e, tecnicamente, ele é um garoto que não existe. Um verdadeiro Frankstein do futuro, que luta para encontrar sua identidade e se questiona se um ser como ele pode ter alma. Quando as ações de um sádico caçador de recompensas ameaçam a causa de Connor, Lev e Risa, o destino de um deles é ligado ao de Cam. A aguardada sequência de Fragmentados desafia a suposição de onde começa e termina a vida e o que realmente significa viver.