Caixa de Correio #58 - Dezembro, a última do ano!

31 de dezembro de 2016

Última caixinha de 2016!
Esse ano foi uma loucura e nem contei quantos livros chegaram ao longo de todos esses meses.
Bora ver o que recebi esse mês.

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada - J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne

29 de dezembro de 2016

Título: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada
Autores: J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
Editora: Rocco
Gênero: Fantasia/Infanto Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 352
Nota:★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido e pai de três crianças em idade escolar. Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: às vezes as trevas vêm de lugares inesperados.
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é a edição impressa do roteiro de ensaio da peça escrita por J.K. Rowling em parceria com Jack Thorne e John Tiffany, que esteve em cartaz em Londres e se passa 19 anos após os acontecimentos narrados em Harry Potter e as Relíquias da Morte.

Resenha: Dezenove anos se passaram desde a grande Batalha de Hogwarts. Harry Potter já beira os quarenta anos, se tornou diretor do Departamento de Execução das Leis da Magia, é casado com Gina Weasley e eles tiveram três filhos: Tiago, Alvo Severo e Lílian. Embora ele tenha uma vida bastante diferente de quando era um garoto, ainda é difícil pra ele lidar com o passado e com suas atuais responsabilidades.
Alvo, o filho do meio, nunca gostou de ser "famoso" pelos feitos de seu pai. O relacionamento entre Harry e Alvo é delicado, muito difícil e as farpas que eles trocam entre si são inevitáveis.
Quando Alvo foi para Hogwarts, ele foi para a Sonserina, e foi lá que ele fez amizade com Escórpio Malfoy, filho de Draco Malfoy. Os dois se tornaram melhores amigos. Eles só não esperavam que, após tantos anos, Amos Digory continuaria culpando Harry pela morte do seu filho, Cedrico, no último Torneio Tribruxo, e isso iria se tornar um fardo tão grande e pesado a ponto dos garotos decidirem tentar voltar no tempo para salvá-lo.
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada irá narrar as aventuras de Alvo e Escórpio numa tentativa rebelde de salvar Cedrico, mas o que eles não imaginaram é que mudar o passado poderá alterar o curso do presente e do futuro de todos, inclusive o deles mesmos..

Pra ser sincera eu não sei até onde J.K. Rowling meteu o bedelho nesta obra, mas por mais que os leitores sintam aquela imensa nostalgia por terem contato com personagens inesquecíveis e memoráveis mais uma vez depois de tantos anos, todos sabem que grande parte do sucesso da saga Harry Potter foi devido a narrativa maravilhosa, detalhada, emocionante, bem humorada e cheia de criatividade da autora. Tais detalhes não existem quando o assunto é o roteiro de uma peça, pois as cenas são resumidas e diretas apenas pra ambientar os personagens em determinados locais, seguidas por diálogos identificados por seus nomes que, muitas vezes, tornam os acontecimentos confusos e muito limitados. Basicamente a história é contada através de diálogos rápidos e breves descrições do local em que os personagens se encontram. Eles aparecem de repente e sem a devida apresentação, depois já não estão mais lá, logo em seguida fazem coisas sem sentido e não há a menor preocupação em dar maiores explicações ao leitor sobre o quê, de fato, está acontecendo, mesmo que aquilo possa ter consequências futuras ou nos faça questionar sobre o improvável ou o impossível. Por esse motivo não me senti realmente conectada ao universo mágico de Harry Potter e fiquei com a impressão de ter lido só mais uma história inventada por qualquer pessoa que não se deu ao trabalho de tentar manter o padrão de qualidade da narrativa original, não por questão de ser originalmente um roteiro, mas pelo menos em respeito aos fãs. Já que a ideia de transformar o bendito roteiro em livro surgiu, que fizessem a coisa direito, pelo amor de Deus. O dinheiro ia entrar de qualquer jeito, oras.
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada poderia ser considerada uma fanfic, ou até um spin-off especial, mas continuação? Me perdoem por esse desabafo gigante, mas pra mim, como eterna fã, está muito longe disso. A história é interessante até certo ponto e cumpre com o papel de entreter, mas é praticamente inaceitável que este livro seja uma sequência oficial da série... Simplesmente não combina com o resto.
Sim, tentei relevar tudo por se tratar de uma peça de teatro que foi adaptada para a literatura para agraciar os leitores e fãs do bruxinho, mas é impossível sentir uma conexão com personagens tão diferentes do esperado, sejam eles novos ou antigos, atuando em uma história alheia, cheia de buracos, acontecimentos sem base, soluções fáceis e convenientes que não fazem o estilo de J.K. se compararmos com a saga original, e o problema maior, pra mim, foi este.
Sei que uma das características da autora, e que talvez seja uma das poucas presentes nessa história, é trazer alguns personagens imperfeitos, que não aprendem com os erros, ou ainda que adoramos odiar, mas quando esse personagem é um dos protagonistas a coisa muda de figura e fica mais delicada. Colocar alguém adorável e digno ao lado de um rebelde sem causa, idiota e inconsequente como forma de equilíbrio é uma escolha, no mínimo, arriscada... O que acontece quando um protagonista é ofuscado pelo brilho do outro? E nem quando Alvo cede e deixa de ser tão petulante é possível sentir simpatia por ele, o que é muito diferente da impressão que Escórpio causa no leitor, pois é ele quem rouba a cena.

Os demais personagens estão lá, mas senti que eles perderam suas essências e seguiram por caminhos que fugiram do que eles sonharam quando eram mais novos. Hermione agora é Ministra da Magia, mas em momento algum ela se passa por aquela "irritante" sabe-tudo que tanto gostava. Ela continua a agir com a razão, mas não da mesma forma como era antes. Rony, que era um personagem tão engraçado e cabeça dura, agora não passa de um bobão. Há cenas em que ele tenta ser engraçado, mas falha miseravelmente pois suas atitudes não soam naturais. Ele virou dono das Geminialidades Weasley mas não há nada que remeta que isso seja uma responsabilidade real que ele tenha em mãos. O que dá a entender é que uma lojinha de logros (que significava tudo para Fred e Jorge) não tem tanta importância assim em meio a assuntos mais sérios. Mesmo que ele e Hermione sejam casados, não é possível sentir que eles têm química pois eles não combinam enquanto adultos.
Já Harry e Gina demonstram uma cumplicidade mútua e o relacionamento deles é bastante bonito. Ela é a única que parece continuar uma personagem de fibra e que não sofreu tantas mudanças com o passar dos anos.
Não vou dar spoilers, mas o clímax da história gira em torno de uma grande revelação envolvendo Delfi, uma personagem que se diz prima de Cedrico e que incentiva Alvo e Escórpio a voltarem no tempo para salvá-lo, mas isso eu não pude engolir. Isso porque a tal revelação está ligada a algum possível acontecimento nos livros anteriores da saga, mas em momento algum houve qualquer tipo de brecha para tal. E quem leu os livros vai ficar com a cara na poeira tentando juntar as peças desse quebra cabeça, revirando o cérebro e cavando fundo tentando lembrar como pode ter acontecido aquilo em algum momento e sem encontrar nada, assim como eu.

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, apesar de não ser um romance propriamente dito, cumpre com a função de levar o leitor pra perto de personagens tão queridos, mata um pouco da saudade, e é um livro de leitura extremamente rápida. Ele não prende logo de cara, mas logo já estamos mergulhados nessa aventura e querendo saber qual será o desfecho para tantos problemas que foram causados pelos garotos.
De forma geral, vale a pena ser lido, sim, desde que o leitor não vá cheio de expectativas esperando por algo emocionante e que vai ficar na memória pra sempre como a saga de Harry Potter ficou...

Fração de Segundo - Kasie West

24 de dezembro de 2016

Título: Fração de Segundo - Pivot Point #2
Autora: Kasie West
Editora: Seguinte
Gênero: YA
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota:★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Por causa de sua habilidade paranormal, Addie é capaz de Investigar seu futuro sempre que se depara com uma escolha, mas isso não torna sua realidade mais fácil. Depois de ser usada pelo namorado e traída por Laila, sua melhor amiga, ela não hesita em passar as férias com o pai no mundo Normal. Lá ela conhece Trevor, um garoto incrivelmente familiar. Se até pouco tempo ele era um estranho, por que o coração de Addie acelera toda vez que o vê?
Enquanto isso, Laila guarda um grande segredo: ela pode Restaurar as memórias de Addie - só falta aprender como. Muita gente poderosa não quer que isso aconteça, e a única pessoa que pode ajudar Laila é Connor, um bad boy que não parece muito disposto a colaborar. Como ela vai ajudar a amiga a alcançar o futuro feliz que merece?

Resenha: Fração de Segundo é o segundo livro da duologia Pivot Point escrita pela autora Kasie West e publicado pela Seguinte no Brasil.

Addison Coleman é uma Investigadora de Destinos, habilidade que a torna capaz de ver o futuro quando ela está diante de uma escolha, assim ela pode decidir o que quer seguir a partir do que foi visto.

No primeiro livro, Encruzilhada, Addie teve decepções,enfrentou alguns perigos e pediu pra ter a memória apagada, e agora precisa lidar com as consequêcias do destino que escolheu. Fração de Segundo começa logo após esses acontecimentos, onde Addie vai para o mundo Normal passar as férias com seu pai, e lá ela conhece Trevor, que apesar de ser um estranho, mexe com seus sentidos e lhe parece muito familiar...
Enquanto isso, Laila, a melhor amiga de Addie, mantém em segredo sua capacidade de Restaurar Memórias, inclusive a da própria Addie, e ela precisa aprender a desenvolver melhor seu dom para poder usá-lo e lidar com as pessoas que querem impedir que Addie se lembre das coisas. Ela tem em mãos uma carta escrita por Addie, antes de ter a memória apagada, pedindo para que suas lembranças fossem restauradas. E por mais complicado que possa ser, Laila não irá desistir de ajudar sua amiga.

O livro é narrado em primeira pessoa e traz os pontos de vista de Addie e Laila de forma alternada. Diferente do primeiro livro, que a alternância se dava entre os possíveis destinos de acordo com as investigações de Addie, aqui temos um acréscimo de informações que colaboram para o desenvolvimento da trama, dando uma perspectiva nova e única à história.
Dessa forma, considero que Fração de Segundo tenha sido um volume melhor do que o primeiro, com toques de adrenalina e suspense que me surpreenderam bastante e elevaram o nível da duologia, fazendo com que ela ficasse ainda mais dinâmica e focando em pontos mais relevantes do que os dramas juvenis das personagens.
Os acontecimentos são rápidos, várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo e o ritmo é frenético. É impossível desgrudar do livro devido a enorme curiosidade sobre qual será o próximo passo das personagens.

O desenvolvimento dos personagens, que já era bom, ficou ainda melhor. Addie amadureceu e agora encara seus desafios com força e muita coragem, e seu senso de justiça está mais aguçado do que nunca. Laila não tinha despertado minha simpatia, mas talvez por agora ver as coisas através de seu ponto de vista e ter acesso aos seus pensamentos, passei a considerá-la alguém que reconheceu que errou mas que está disposta a tudo para se redimir e corrigir o que fez.
Trevor é um amor de rapaz mas, devido ao que passou, se mostra alguém muito confuso, o que não é necessariamente um ponto negativo visto que a história dele se encaixa no contexto tornando a trama muito mais verdadeira.

De forma geral, Fração de Segundo superou minhas expectativas, trazendo personagens mais maduros, situações mais envolventes e cheias de suspense e um enredo intrigante que com certeza vai cativar os leitores, tanto pela aventura de tirar o fôlego quanto pela escrita ótima da autora que é totalmente viciante.
Pra quem procura por uma aventura toques de romance, suspense e mistério, bom humor e paranormalidade, é livro mais do que recomendado!

Hudson - Laurelin Paige

23 de dezembro de 2016

Título: Hudson - Fixed #4
Autora: Laurelin Paige
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Romance Erótico
Ano: 2016
Páginas: 568
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Por você, Com você e Sempre você – conquistou as leitoras com a relação explosiva de Hudson Pierce e Alayna Whiters. Agora, a autora Laurelin Paige mostra fatos e passagens da série sob a ótica de Hudson: o que mudou na vida dele depois que o destino dos dois se cruzou? Numa espécie de diário, o milionário frio, dono de um passado destrutivo e traumático, relembra acontecimentos marcantes de sua vida antes e depois de conhecer Alayna, tão diferente dele e, ao mesmo tempo, tão parecida em suas inseguranças. Muitas vezes o relacionamento é posto à prova, e ambos precisam abrir mão de muitas coisas em nome da conexão e do desejo que mantêm suas vidas entrelaçadas. Neste volume extra, as fãs da série Fixed descobrirão que para Hudson Pierce só existe o depois de Alayna Whiters. 

Resenha: Hudson é um livro que funciona como um diário do personagem, um complemento à trilogia Fixed, pois por ele a autora dá às leitoras detalhes de como era a vida de Hudson antes de ter conhecido Alayna, e como eles e transformou a partir da presença dela em sua vida, porém e desta vez, sob a visão dele.

Este volume traz respostas para muitas das questões que foram levantadas nos livros anteriores das quais não foram muito bem esclarecidas, e todos os sentimentos que atormentavam Hudson ao longo da trilogia enfim puderam ser melhores compreendidos, mostrando o caminho tortuoso que ele percorreu até se tornar aquele homem que nos foi apresentado em Por Você.
Assim, o passado sórdido de Hudson se intercala com seu presente, e vários dos acontecimentos começam a vir à tona para que seja possível entendermos não só o lado dele na história, mas o de Celia também e o motivo de ela ser aquela pessoa tão odiosa... E Hudson foi tão sacana com ela que cheguei a ficar com pena da moça...

Ficamos íntimas de seus pensamentos, de seus sentimentos e de como ele ficou devastado, como foi consumido pela culpa quando, enfim, ele reconheceu o quão canalha era. E claro, como ele foi capaz de mudar quando se rendeu ao amor.
A abordagem sobre o relacionamento de Hudson com sua irmã também é algo muito bonito de se ver, o quanto ele a ama de forma fraternal chega a ser uma inspiração e é muito emocionante.

O trabalho gráfico também é um espatáculo. A capa combina com as demais, os detalhes da diagramação, o conjunto inteiro combina e é muito caprichado.

Enfim, Hudson é uma adição preciosa à trilogia pois acrescenta informações que realmente são relevantes e que explicam muito bem o que havia ficado em aberto, principalmente pelo epílogo que nos permite ter um vislumbre do futuro desse casal tão quente. Eu só não curto muito as cenas repetidas já vistas anteriormente.
Mas pra quem curtiu a trilogia e ficou com aquele gostinho de quero mais, é leitura obrigatória.