Novidades de Março - Companhia das Letras

11 de março de 2016

Mais um dia magnífico no mar - Geoff Dyer
O inglês Geoff Dyer é conhecido pela capacidade de transcender gêneros - é autor de romances que podem ser lidos como não ficção e de ensaios que parecem pura imaginação. É esse escritor sem fronteiras que encontramos novamente neste livro. Dyer relata aqui a experiência de passar duas semanas num porta-aviões norte-americano. Em 45 pequenos capítulos, escritos no estilo elegante e divertido que o tornou célebre, Dyer descreve cada aspecto da vida num navio de guerra - os marinheiros encarregados de administrar freezers gigantescos de comida processada, a academia de ginástica repleta de oficiais obcecados por musculação, o bloco prisional ocioso, que transforma os vigias em verdadeiros cativos obrigados a supervisionar celas vazias. É um cotidiano completamente oposto aos hábitos do autor. Alto, magro, incapaz de andar no convés sem se curvar, é também, em suas próprias palavras, um ranzinza cheio de restrições alimentares, com aversão a motores, ruído e combustível, e disposto a infernizar a tripulação até conseguir uma cabine privativa - luxo impensável a bordo de um porta-aviões. Ainda assim, seu relato é leve e generoso, cheio de curiosidade e respeito pelo trabalho incansável dos tripulantes: consertar aviões, lançá-los ao céu e recebê-los quando voltam da missão. Um inglês típico frente a um mundo profundamente americano, com suas constantes incitações ao sucesso e à superação, Dyer registra com brilho o cotidiano no navio. O porta-aviões é a representação de uma sociedade em que disciplina, conformidade, dedicação e otimismo se transmutam em formas de identidade.
Mais um dia magnífico no mar deixa claro por que Geoff Dyer tem sido largamente celebrado como uma das vozes mais originais - e engraçadas - da literatura contemporânea.

De mim já nem se lembra - Luiz Ruffato
Luiz Ruffato ocupa um lugar único na literatura brasileira. Seu Eles eram muitos cavalos marcou época e hoje, mais de uma década depois de sua publicação, tornou-se um romance cultuado, que registrou numa prosa moderna e incomum as muitas vozes da cidade de São Paulo. O projeto Inferno provisório, saga composta de cinco volumes, tem poucos paralelos nas nossas letras: ambicioso, vasto e singular, acompanha por décadas a trajetória de vários personagens de classe média baixa. De mim já nem se lembra trata de assuntos caros ao autor: a família, o tempo, a memória. Mais uma vez, Ruffato irá transformar um pequeno episódio familiar em oportunidade para falar de seu país e de sua sociedade. Ao abrir uma pequena caixa encontrada no quarto da mãe falecida, a caixa na qual ela “abrigara seu coração esfrangalhado”, o narrador se depara com um maço de cartas cuidadosamente atadas por um cordel. Escritas pelo irmão, vitimado por um acidente automobilístico, e dirigidas à mãe, essas cinquenta cartas reconstituem um passado: ao mesmo tempo que ilustram as mudanças políticas, econômicas e culturais durante a ditadura militar brasileira, convidam o leitor a espreitar a memória de uma família com “olhos derramando saudades”.
Neste livro, o autor recupera a antiga tradição do romance epistolar, transfigurando-a - em vez de uma troca de correspondência ordenada cronologicamente, em De mim já nem se lembra há apenas uma voz, no espaço e tempo imprecisos da ausência.

Esta Terra Selvagem - Isabel Moustakas
João é um repórter policial de um grande jornal paulistano. Aos trinta e dois anos, já coleciona um casamento fracassado e ainda não fez nada de muito grandioso na profissão. Mas o envolvimento na investigação de um crime hediondo irá transformar sua vida de modo devastador. Uma jovem que assistiu à tortura e ao assassinato brutal dos pais - um boliviano e uma descendente de italianos -, e que depois fora abusada das piores maneiras, ainda não havia falado com a imprensa. Sete meses após esses crimes, João é o primeiro jornalista a ouvir o relato de cada detalhe perturbador do que ela havia presenciado. Ao final do depoimento, a garota tira a própria vida diante dos olhos dele.
A partir deste terrível episódio, o repórter irá seguir pistas que o levarão a um suposto grupo racista que vem cometendo atrocidades contra imigrantes, negros, judeus, nordestinos, gays e quaisquer pessoas que considera impuras. O pouco do que se sabe sobre eles é que usam coturnos pretos com cadarço verde-amarelo. Neste romance de estreia, Isabel Moustakas cria uma trama extremamente ágil e violenta, que mal permite um respiro do leitor.

Para Poder Viver - A jornada de uma garota norte-coreana para a liberdade - Yeonmi Park
Yeonmi Park não sonhava com a liberdade quando fugiu da Coreia do Norte. Ela nem sequer conhecia o significado dessa palavra. Tudo o que sabia era que fugir era a única maneira de sobreviver. Se ela e sua família ficassem na terra natal, todos morreriam - de fome, adoentados ou mesmo executados.
Park cresceu achando normal que seus vizinhos desaparecessem de repente. Acostumou-se a ingerir plantas selvagens na falta de comida. Acreditava que o líder de seu país era capaz de ler seus pensamentos.
Aos treze anos, quando a fome e a prisão do pai tornaram a vida impossível, Yeonmi deixou a Coreia da Norte. Era o começo de um périplo que a levaria pelo submundo chinês de traficantes e contrabandistas de pessoas, a uma travessia pela China através do deserto de Gobi até a Mongólia, à entrada na Coreia do Sul e, enfim, à liberdade.
Neste livro, Yeonmi conta essa história impressionante pela primeira vez. Uma história repleta de coragem, dignidade - e até humor.
Para poder viver é um testamento da perseverança do espírito humano. Até que ponto estamos dispostos a sofrer em nome da liberdade? Poucas vezes a resposta foi dada de modo tão eloquente.

Os Buddenbrook - Thomas Mann
Primeiro romance de Thomas Mann, publicado em 1901, este livro monumental acompanha a saga dos Buddenbrook, uma família de comerciantes abastada do norte da Alemanha. Quatro gerações são retratadas na crônica familiar inspirada na linhagem do próprio escritor e situada numa cidade com todas as características de Lübeck, a terra natal dos Mann. Com personagens vívidos, diálogos brilhantes e elevada riqueza de detalhes, o autor lança um olhar preciso sobre a vida da burguesia alemã - entre nascimentos e funerais; casamentos e separações; desentendimentos e rivalidades; sucessos e fracassos. Esses acontecimentos sucedem-se ao longo dos anos, mas à medida que os Buddenbrook sucumbem à sedução da modernidade, o declínio moral e financeiro parece estabelecido. O leitor contemporâneo encontra intactos o frescor e o fascínio deste que é considerado um dos principais romances do século XX.

Memória por correspondência - Emma Reyes
Em 23 cartas enviadas entre 1969 e 1997 a seu amigo e confidente Germán Arciniegas, a artista plástica Emma Reyes relata as adversidades que viveu durante sua infância na Colômbia. Emma era filha ilegítima e, nesta autobiografia epistolar, conta desde suas lembranças mais antigas até o momento em que deixou o convento onde passou sua juventude, sem ao menos saber ler. Estes textos não só expõem um belíssimo relato pessoal, mas também descrevem o contexto da sociedade colombiana na década de 1930. Emma Reyes foi vítima de uma sociedade hipócrita e do mundo sombrio das comunidades religiosas, mas isso não impediu que ela construísse uma reconhecida carreira artística na França quando adulta.


Linha M - Patti Smith
Depois do cultuado Só garotos, a lendária cantora e escritora Patti Smith volta à sua odisseia pessoal neste Linha M, que ela chama de “um mapa para minha vida”. O livro começa no Greenwich Village, o bairro que tanto marcou sua história. Todos os dias a artista vai ao mesmo café e, munida de seu caderno de anotações, registra suas impressões sobre o passado e o presente, a arte e a vida, o amor e a perda. É desse café que ela nos conduz ao México, onde visita a Casa Azul de Frida Kahlo em Coyoacán; a uma conferência dos membros do Instituto Alfred Wegener em Bremen, na Alemanha; e ao bangalô em Rockaway Beach que ela compra pouco tempo antes de o furacão Sandy atingir o país.
Patti Smith, uma leitora voraz, nos conduz também pelo labirinto de suas paixões literárias. Conhecemos, de um ponto de vista privilegiado, sua opinião sobre escritores como Murakami, Jean Genet, Sylvia Plath e Rimbaud. As ideias de Smith abrem uma janela para sua arte e seu processo de criação, que são revelados com candura sinceridade tocantes. Em meio a essas leituras, ela costura também as próprias memórias, desde a vida em Michigan até a dor irremediável pela perda do marido, Fred Sonic Smith, num depoimento ao mesmo tempo emocionante e honesto sobre o amor.
Num tom que transita entre a desolação e a esperança - e amplamente ilustrado com suas icônicas polaroides -, Linha M é uma reflexão sobre viagens, séries de detetives, literatura e café. Um livro poderoso e comovente de uma das mais multifacetadas artistas em atividade.

Sim, Eu Digo sim - Uma visita ao Ulysses de James Joyce - Caetano Waldrigues Galindo
Depois de publicar Ulysses, James Joyce disse que a receita para se tornar imortal era simples: bastava manter os críticos literários ocupados por décadas a fio. Foi a partir dessa ideia que Caetano Galindo, cuja tradução do Ulysses venceu os prêmios Jabuti, APCA e da Academia Brasileira de Letras, pensou neste guia.
O leitor conhecerá melhor os passos de Bloom, Stephen e Molly naquele 16 de junho de 1904, mas também irá aprender sobre a própria natureza do romance e mais dezenas de assuntos que povoam essas páginas. Irá, sobretudo, ter um contato privilegiado com a leitura de um dos maiores especialistas em Joyce no Brasil, uma leitura calorosa, erudita e, mais que tudo, surpreendente.

Dois Anos, Oito Meses E 28 Noites - Salman Rushdie
Depois de uma tempestade em Nova York, fatos estranhos começam a ocorrer. Um jardineiro percebe que seus pés não tocam mais o chão. Um quadrinista acorda ao lado de um personagem que parece um de seus desenhos.
Ambos são descendentes dos djins, figuras mágicas que vivem num mundo apartado do nosso por um véu invisível. Séculos atrás, Bunia, princesa dos djins, apaixonou-se por um filósofo. Juntos, tiveram filhos que se espalharam pelo mundo humano. Quando o véu é rompido, tem início uma guerra que se estende por mil e uma noites - ou dois anos, oito meses e vinte e oito noites. Mais uma vez, Salman Rushdie cria uma obra prima sobre os conflitos ancestrais que permanecem no mundo contemporâneo.

As Meninas Ocultas de Cabul - Jenny Nordberg
Durante cinco anos de pesquisas no Afeganistão, a repórter Jenny Nordberg descobriu que algumas famílias criam suas filhas como se fossem meninos, tentando fazer com que a comunidade acredite que as crianças são de fato do sexo masculino. A prática, conhecida como “bacha posh”, foi revelada por Jenny em reportagem de grande repercussão no New York Times. Embora o Talibã tenha deixado o poder em 2001, muito do que aquela milícia fundamentalista acreditava sobre as mulheres continua em voga. Este livro mostra em detalhe os horrores de um ambiente machista, e serve de alerta para a comunidade internacional sobre um crime que nenhum relativismo cultural é capaz de atenuar.


A Gafieira de Dois Tostões - Georges Simenon
Antes de ser executado, o condenado Jean Lenoir confessa ao comissário Maigret que foi testemunha de um crime seis anos antes - e que acaba de descobrir o paradeiro do assassino: a Gafieira de Dois Tostões, um bar ordinário à margem do rio Sena. Em pleno verão, em meio à insistência de Madame Maigret para que o comissário saia de férias, Maigret segue a pista do condenado e se vê envolvido num emaranhado de intrigas que ainda vai custar um punhado de vítimas.





Terra Negra - O Holocausto como história e advertência - Timothy Snyder
Neste épico de extermínio e sobrevivência, Timothy Snyder apresenta uma nova explicação sobre o Holocausto e revela os riscos que corremos no século XXI. Com base em novas fontes e testemunhos, Terra negra descreve o extermínio de judeus como um evento mais compreensível do que gostaríamos de admitir, e por isso mais aterrorizante.
O início do século XXI se parece com o início do século XX na medida em que preocupações crescentes com alimentos e água acompanham desafios ideológicos à ordem global. Nosso mundo se aproxima do de Hitler, e preservá-lo pede que encaremos o Holocausto como ele foi. Inovador e envolvente, Terra negra revela um Holocausto que não é apenas história, mas também advertência.

A Mulher que Roubou a Minha Vida - Marian Keyes

10 de março de 2016

Título: A Mulher que Roubou a Minha Vida
Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand
Gênero: Romance/Chick-lit
Ano: 2015
Páginas: 476
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um dia, andando de carro em meio ao tráfego pesado de Dublin, Stella Sweeney, mãe e esposa dedicada, resolve fazer uma boa ação. O acidente de carro que resulta disso muda sua vida. Porque ela conhece um homem que lhe pede o número do seu celular para o seguro, plantando a semente de algo que levará Stella muitos quilômetros para longe de sua antiga rotina, transformando-a em uma superestrela e também, nesse processo, virando a sua vida e a de sua família de cabeça para baixo. Em seu novo e divertido romance, Marian Keyes narra a história de uma mudança de vida. É tudo muito bom quando se passa de um cotidiano banal para dias cheios de eventos glamorosos - mas, quando essa vida de sonhos é ameaçada, pode-se (ou deve-se) voltar a ser a pessoa que se costumava ser?

Resenha: A Mulher que Roubou a Minha Vida é o mais novo chick-lit escrito pela autora irlandesa Marian Keys. O livro foi publicado no Brasil pela Bertrand.

Stella Sweeney é mãe e esposa dedicada, já passou dos quarenta anos e está tentando vencer um bloqueio criativo a fim de escrever seu segundo livro. "Uma piscada de cada vez", seu primeiro livro de autoajuda, teve seus momentos de auge e se tornou best-seller, mas acabou não tendo todo o sucesso que era esperado e caiu no esquecimento... Stella quer dar a volta por cima depois de ter passados por maus bocados, mas as coisas não são tão fáceis quando há problemas na vida que parecem se sobrepor a todo o resto.

Depois de ter lido outros livros da autora, cheguei a conclusão que apesar do desenvolvimento e dos acontecimentos seres distintos, existe uma "fórmula" para os enredos criados por ela. Não que a fórmula seja algo ruim, muito pelo contrário, o que acontece é que o desfecho ou certos tipos de acontecimentos se tornam um pouco previsíveis pra quem conhece o estilo de Marian Keyes então algumas coisas perdem o fator surpresa que esperamos encontrar: Histórias ambientadas em Dublin, Irlanda, com protagonistas mais velhas, na casa dos trinta ou quarenta anos, que estão enfrentando algum problema ou crise séria enquanto tentam, na maioria das vezes, levar, firmar ou até se livrar de um relacionamento amoroso. Logo, acompanhamos a saga da personagem para superar todas as adversidades que a vida lhe impôs de uma forma leve e até descontraída, e mesmo que durante esse percurso nos deparemos com pitadas de bom humor ou situações malucas e engraçadas, há uma mistura com problemas delicados e difíceis, proporcionando também momentos de tensão ou tristeza ao leitor. A Mulher que Roubou a Minha Vida não foge muito dessa fórmula mas, claro, possui alguns diferenciais.

O que inicialmente move a trama é um pequeno acidente de carro, e logo depois uma doença grave que acomete Stella e faz com que ela fique internada por vários meses, a Síndrome Guillain-Barré. Ela fica totalmente paralizada mas sua consciência se mantém intacta, o que a faz prisioneira do próprio corpo. Ambos os acontecimentos a ligam a Mannix Taylor, o médico neurologista que passa a acompanhá-la em busca da cura. O problema é que com a ausência de Stella em casa devido a doença, as coisas com seu marido e filhos começam a sair do controle pois eles simplesmente não sabem se virar sem a presença dela. E mesmo incapacitada ela ainda se sente culpada por ter ficado doente e deixado a família na mão. Nos momentos que se extendem sobre sua condição no hospital, a leitura é inevitavelmente angustiante, pois além de ela se sentir sozinha e desconfortável, a única forma de Stella se comunicar é através de piscadas (que serve de inspiração para o título do livro) que somente Mannix consegue decifrar, os demais não entendem ou simplesmente não tem paciência, inclusive Ryan, o marido dela.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Stella, e a história se revela aos poucos sem respeitar uma ordem cronológica, mesclando flashbacks e momentos presentes, o que pode deixar a história muito, mas muito confusa no início. Ficamos limitados ao ponto de vista dela para tudo o que acontece. Todas as interpretações para determinados acontecimentos e pela forma que ela tem de pensar e enxergar as coisas são unicamente dela, e por ela se submeter a coisas que muitos julgam inadimissíveis, ela acaba sendo uma protagonista que não vai necessariamente despertar a simpatia de qualquer um de forma fácil e, mesmo que sua condição seja difícil, também não desperta nossa compaixão, mas ainda assim fica a curiosidade para desvendarmos o que realmente lhe aconteceu. A demora para as coisas acontecerem é algo que torna a história um pouco cansativa de se acompanhar e mesmo que ela tenha seus picos de fluidez, empolgação e momentos em que não conseguimos parar de ler, na maioria das vezes o ritmo é lento e cheio de informações que não fazem tanta diferença assim e poderiam ser descartados sem que fizessem falta na trama. Há vários personagens secundários que são importantes e suas personalidades e motivações despertam nossa curiosidade, mas ganham pouco aprofundamento e espaço.

Stella é uma personagem que possui características que irritam. Mesmo que ela seja a responsável por manter sua casa em pleno funcionamento, ela não é respeitada como mãe ou mulher e podemos ver isso quando seu marido, que não tem o menor senso de noção, a culpa por tudo, inclusive pelo fracasso do casamento por ela ter ficado doente, ou quando a recrimina por coisas que, na teoria, ele deveria apoiá-la. Seus filhos são ingratos, exigentes, mal educados e mal acostumados e também a condenam por coisas que eles nem ao menos deveriam se intrometer. E o que Stella faz diante de tudo isso? Se desculpa e se conforma, pois ela realmente acredita que a falha é dela. Então quando sua situação muda e a vida de todos vira de pernas pro ar, ela se vê obrigada a encarar uma outra realidade, saindo de sua zona de conforto e submissão a fim de por a vida nos eixos e colher alguns louros. Com a publicação de seu livro ela se muda pra Nova York, se envolve com pessoas ambiciosas e gananciosas do meio literário que a obriga a fazer coisas das quais ela não está acostumada, desconhece e nem mesmo concorda, e aí que as coisas saem fora de controle mesmo. Ela só tem uma pessoa com quem contar, mas diante da situação em que se encontra, passa a duvidar de sua própria capacidade, seja pessoal ou profissional.
Passei o livro inteiro querendo estapear Stella na cara, torcendo para ela dar um basta naquilo tudo para tomar as rédeas da própria vida, mas essa mudança não ocorre da forma que esperei. Talvez porque na vida as coisas não aconteçam da forma como gostaríamos, mas sim como se deve ser... Devagar, ao seu tempo, tendo surpresas agradáveis mas também passando por decepções, infortúnios e até mesmo traições, mas basta ter esperança e correr atrás do prejuízo para que tudo se encaixe. Por esse motivo, apesar de toda a frustração que senti com Stella, entendi que a autora criou uma história real e humana, que poderia ser vivida por pessoas comuns, principalmente no que diz respeito a parte romântica da história. É mais fácil do que parece encontrarmos pessoas tão complacentes como Stella por aí e não podemos julgar se não conhecemos sua verdadeira história.

É uma boa história, apesar de eu não ter mexido comigo, mas ficou a mensagem de que além de ser importante correr atrás daquilo que nos faz feliz, é preciso deixar de se submeter aos caprichos alheios ao ponto de esquecermos de nós mesmos.
Em suma, A Mulher que Roubou a Minha Vida não tem foco na superação dos problemas, mas sim em como a protagonista tenta lidar e se adaptar às mudanças que surgem em sua vida e acredito que isso é algo que todos nós estamos passíveis em algum momento.
Então, mesmo que não seja o melhor livro da autora que li, recomendo.

Sejamos Todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

9 de março de 2016

Título: Sejamos Todos Feministas
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Não ficção
Ano: 2015
Páginas: 64
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. "Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: 'Você apoia o terrorismo!'". Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e começou a se intitular uma "feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens". Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.

Resenha: Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana que ficou conhecida como uma das autoras mais influentes no que diz respeito a suas obras de cunho feminista.
Sejamos Todos Feministas é um livro com apenas 64 páginas, adaptado e baseado em um discurso que a autora fez no TEDxEuston em 2012, um evento destinado a palestras dedicadas à ideias inspiradoras sobre questões políticas, sociais ou ambientais.
O discurso se referiu à sua própria experiência e teve tanta repercursão que em 2013 foi incorporado na música Flawless, da cantora Beyoncé, ganhando ainda mais notoriedade e visibilidade.
O livro foi publicado pela Companhia das Letras e está disponível para download gratuito no site da Amazon.

Somos Todos Feministas é um tipo de conversa com o leitor onde a autora expõe suas experiências, seus pensamentos e sua opnião sobre a problemática que se refere às questões de gênero tão polêmicas presentes na sociedade com bastante leveza, legividade e de forma direta dando uma ótima perspectiva sobre o tema.

"...os homens não pensam na questão de gênero, nem notam que ela existe."
- Pág. 44

Quantas vezes as mulheres foram taxadas de forma negativa apenas por serem mulheres?
O fato é que o feminismo ainda é mal interpretado, e muitas vezes é considerado como um conceito negativo, e a autora começa seu discurso assim, contando uma ocasião em que um amigo a chamou de feminista pela primeira vez, em tom acusatório e desaprovador. E ao descobrir que o feminismo é um movimento que busca e luta pela igualdade do gênero, onde homens e mulheres devem ter os mesmos direitos, ela abraçou o conceito e passou a levá-lo como um lema em sua vida.

Hoje em dia vemos vários movimentos que apoiam a causa, enquanto há quem seja contra por simplesmente não entender do que se trata sem ao menos se dar ao trabalho de procurar saber seu funcionamento e seu real objetivo.
Até quando as mulheres serão diminuidas ou privadas de direitos, escolhas e conquistas que a sociedade acredita serem destinadas exclusivamente aos homens? Até quando se submeterão a certos tipos de coisas somente para superar ou cumprir as expectativas alheias?
O problema, no meu ponto de vista, é que pra cada ação há uma reação e a luta das mulheres em busca de direitos iguais talvez seja encarada pelos homens como um desafio, uma afronta. Seria porque a ideia de perder o título de "dominador" seja incômoda e dê a impressão de fracasso ou de submissão? É difícil para alguns entender ou aceitar conceitos que não foram inseridos na educação desde a infância e, dessa forma, crescem acreditando que cada um tem um papel definido na sociedade, na família, no trabalho e afins, e o que foge disso é anormal ou errado...

Basta entender que o feminismo não é o oposto de machismo, muito pelo contrário. O feminismo tenta mudar a realidade das mulheres que vivem constantemente sendo discriminadas por sua condição de ter nascido mulher, enquanto o machismo se baseia na crença de que os homens são superiores a elas, como se isso lhes dessem o "direito" de humilhá-las, abusá-las e colocá-las em seu lugar. Mas o que me pergunto é qual lugar seria este na cabeça desses pobres coitados?

Sou mulher e meu lugar é onde eu quero estar. Trabalho e cuido da casa e dos filhos, sim, mas tenho opinião própria, falo palavrão, jogo video game, não dependo de ninguém pra nada, não me deixo levar por influências que considero negativas, cuido da minha vida sem interferir na vida de ninguém e ser respeitada por ser quem eu sou é o mínimo, é simples. E se isso incomoda aqueles que discordam ou pensam que o lugar da mulher é na cozinha, é uma pena. Não vou mudar, e as mulheres que querem respeito por serem quem são e por suas escolhas também não.

Sejamos Todos Feministas é um livro curto, sim, mas com um conteúdo grandioso, poderoso e de utilidade pública.

Confira o discurso da autora (em inglês, sem legendas) que já conta com mais de 2,5 milhões de visualizações atualmente:





Sorria, você está sendo iluminado! - Felipe Guga

8 de março de 2016

Título: Sorria, você está sendo iluminado!
Autor: Felipe Guga
Editora: Galera Record
Gênero: Inspiração/Amor/Autoajuda
Ano: 2015
Páginas: 96
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um convite ao leitor para visões de mundo mais profundas, ideias jovens e novas atitudes.
De Osho a Gandhi, de Jesus a Neil Young. O trabalho do artista se inspira em aforismos diversos, e as frases motivacionais se misturam a desenhos modernos e contestadores para espalhar luz, amor e gratidão.
Guga traz consigo o dom de acender a esperança nos corações dos que o seguem, mas também sabe adotar um tom provocador, daquele que nos tira da zona de conforto do dia a dia e faz pensar. Sua arte, exposta ao público, vai além do contemplativo.
Um ótimo presente, para os queridos ou para si mesmo, este é um daqueles livros que provoca emoções e faz refletir sobre o poder da fé. Que traduz sentimentos em cores e nos faz sorrir, quando confrontados à iluminação da arte.

Resenha: Sorria, você está sendo iluminado! é obra do designer, ilustrador e artista visual Felipe Guga. O livro foi publicado pela Galera Record. São diversas citações, algumas retiradas da bíblia e outras de personalidades notáveis como Platão, Albert Einstein, Edgar Allan Poe, Nietzsche, Oscar Wilde, John Lennon e etc, fazendo uma mescla com suas ilustrações repletas de cores muito vivas e traços peculiares.


Tais ilustrações combinadas com essas pequenas frases motivacionais em forma de arte tornaram a obra um pequeno tesouro, e o livro acaba não servindo apenas como forma de entretenimento, mas também de admiração e reflexão já que tem o poder de tocar a sensibilidade daqueles que estão contemplando o que vêem alí.
Esse é um daqueles livros memoráveis que podemos abrir numa página aleatória, ao acaso, para podermos ler uma frase como forma de inspiração para o dia que iremos enfrentar.



Um fato interessante é que Felipe deu início a esse trabalho fantástico nas redes sociais depois de sofrer uma desilusão amorosa, o que acabou tocando seus seguidores que se identificavam e se sentiam inspirados a seguir em frente.
É possível vermos a partir daí que coisas boas podem, sim, surgir da dor, e que mesmo que tenhamos que passar por maus momentos, o final pode acabar sendo bastante satisfatório e cheio de recompensas que podem ser levadas para a vida, basta aproveitarmos as oportunidades.

Sorria, você está sendo iluminado! é uma forma de incentivo ao amor próprio, ao respeito ao próximo e a vontade de ser feliz.


Holy Cow: Uma fábula animal - David Duchovny

7 de março de 2016

Título: Holy Cow: Uma fábula animal
Autor: David Duchovny
Editora: Record
Gênero: Fábula/Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 208
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Elsie Bovary é uma vaca muito feliz em sua bovinidade. Até o dia que resolve sair sorrateiramente do pasto e se vê atraída pela casa da fazenda. Através da janela, observa a família do fazendeiro reunida em volta de um Deus Caixa luminoso – e o que o Deus Caixa revela sobre algo chamado “fazenda industrial” deixa Elsie e tudo o que ela sabia sobre seu mundo de pernas para o ar.
A única saída? Fugir para um mundo melhor e mais seguro. Assim, um grupo para lá de heterogêneo é formado: Elsie; Shalom, um porco rabugento que acaba de se converter ao judaísmo; e Tom, um peru tranquilão que não sabe voar, mas que com o bico consegue usar um iPhone como ninguém. Munidos de passaportes falsos e disfarçados de seres humanos, eles fogem da fazenda e é aí que a aventura deles alça voo – literalmente.
Elsie é uma narradora marrenta e espirituosa; Tom dá conselhos psiquiátricos com um sotaque alemão um tanto forçado; e Shalom, sem querer, acaba unindo israelenses e palestinos. As criaturas carismáticas de David Duchovny indicam o caminho para um entendimento e uma aceitação mútuos dos quais esse planeta tanto precisa.

Resenha: Holy Cow, escrito pelo escritor (ator, roteirista, produtor, diretor, compositor e também cantor) David multi-tarefas Duchovny e publicado no Brasil pela Record é uma fábula que conta a história de Elsie Bovary, uma vaca que vive tranquila e feliz em sua rotina na fazenda, acordando cedo, sendo ordenhada, jogando conversa fora com a melhor amiga Mallory, sendo ordenhada mais uma vez e indo dormir depois de ouvir uma história.
Elsie sente falta da mãe, que desapareceu assim como todas as outras vacas mais velhas, e sem saber o que realmente aconteceu ou sem poder questionar sobre esse misterioso destino, ela apenas se conforma que no fim todos "somem" sem deixar rastros. Mas a questão que realmente está mexendo com Elsie no momento é que ela e a amiga passaram a sentir interesse e atração pelos touros do outro pasto, e dar uma fugidinha para visitá-los quando o fazendeiro esquecesse a porteira aberta era algo irresistível. Na primeira chance que têm, Elsie e Mallory escapam pra ficarem mais perto daqueles seres encantadores e viris, mas enquanto a amiga flerta, Elsie, curiosa, vai bisbilhotar a casa da fazenda pois alguma coisa alem das janelas parecia muito mais interessante...
Eis que Elsie descobre que os humanos veneram o "Deus Caixa", a TV, mas o que ela não esperava era assistir um documentário que mostrava a realidade dos animais criados para abate em fazendas industriais, o que a deixou desesperada e fez seu mundo virar de cabeça pra baixo. Elsie, enfim, descobriu qual foi o real destino de sua pobre mãe desaparecida. Sem saber o que fazer para evitar um destino tão trágico, a vaca fica inconsolável, tentando arranjar maneiras de escapar de um futuro que até então era inevitável. Motivada pelo medo e pela raiva, ela planeja fugir da fazenda para um mundo melhor e mais seguro para se viver. Até que Elsie descobre, também através do Deus Caixa, que na Índia as vacas são sagradas e então ela não demora a decidir que esse país, cuja cultura é tão peculiar, seria seu novo lar. Em companhia de dois novos amigos, Shalon e Tom (um porco e um peru), munida de um mapa roubado, passaportes falsos e disfarces humanos em sua fuga, Elsie pegaria um avião para assim poderem partir para bem longe da morte certa.

Em primeiro lugar, acho importante ressaltar que ao iniciar a leitura desse livro é necessário abandonar completamente o senso de realidade. Imagine animações em que animais ou qualquer objeto ganhem vida e se tornem personagens, assim como as pessoas... Algumas fantasias possuem uma mitologia crível que faz com que o leitor considere que os acontecimentos irreais poderiam, de alguma forma, existir, mas esse não é o caso de Holy Cow. Logo, com essa ideia em mente, a leitura se tornará mais divertida sem que você fique pensando que a fantasia passou dos limites.

O livro é narrado em primeira pessoa onde acompanhamos as inúmeras divagações de Elsie sobre tudo o que a cerca. Alguns trechos são escritos em forma de roteiro, com inserções de várias referências seguindo as recomendações da sua "editora", alegando que tais elementos colaboram para o sucesso do livro, e as menções que Elsie faz são hilárias. Inclusive seria perfeitamente possível que fosse feita uma animação baseada na hitória, tanto pela forma como foi escrita quanto pela ideia fantasiosa de animais pensantes e cheios de atitude.
A protagonista é cômica e divertida, está por dentro das últimas tendências e embora se encaixe em estereótipos adolescentes, sua personalidade e suas motivações realmente deram vida à história.
Tom é um peru que não sabe voar e é o único fisicamente capaz de usar um IPhone para fazer ligações durante a execução do plano de fuga. Movido pela ideia de não ser assado no Dia de Graças ele se junta a Elsie.
Shalom é o porco mau humorado que resolveu se converter e virar judeu, pois de acordo com a crença religiosa na região, se ele estivesse em um lugar onde é considerado "impuro" jamais teria problemas já que as pessoas o evitariam.
Não achei Tom e Shalom tão cativantes quanto Elsie ou até Mallory, mas cada um deles tem papéis importantes na mensagem da história.
"E fiquei me perguntando se eu seria o último animal na Terra a se dar conta de que os humanos não só nos comem, mas também jogam muitos de nós fora sem nem nos comer. Nos jogam fora como um lixo desprezível. Se vou ser morta para virar comida, pelo menos me coma e me cague e me deixe reingressar no ciclo da natureza. Não me mate sem motivo. E foi aí que vi - um hambúrguer pela metade. E foi minha vez de perder a cabeça. Comecei a mugir como uma banshee. O país inteiro era louco e estava me deixando louca. E pensei, isso é que é ser vaca louca."
- Pág. 119
Holy Cow é uma fantasia recheada de aventura e através dessa história hilariante, o autor conseguiu passar uma mensagem social ignorada por muitos sem forçar uma opinião a ninguém. Os animais são mais do que as pessoas imaginam, não são meras criaturas irracionais que estão alí única e exclusivamente para servir as necessidades dos humanos que parecem ainda não terem percebido o quanto estão esgotando os recursos do planeta. Assim, o livro faz a gente pensar e refletir sobre a situação em que vivemos atualmente e o que estamos fazendo com o mundo.

A versão impressa é super caprichada. A capa mostra Elsie numa ilustração bastante cômica e as cores branco e preto são propositais para fazer referências as suas cores. A parte interna da capa tem manchas pretas, as páginas são brancas e alguns capítulos possuem ilustrações de alguma cena da história. Os capítulos são curtos e devido a fluidez da escrita, o livro é bem fácil e rápido de se ler.
Não há erros na revisão e até a adaptação em diálogos em que o personagem tem algum sotaque e fala errado de forma proposital está ótima e super original.

Pra quem gosta de fantasias malucas e engraçadas é livro mais do que recomendado. Enxergar o mundo através de personagens tão singulares que tiveram coragem e a oportunidade de seguir seus sonhos e irem além é uma forma de mostrar uma realidade que muitos fingem não existir.


Novidades de Março - Rocco

6 de março de 2016

Rocco Jovens Leitores
Jovens de Elite - Jovens de Elite #1 - Marie Lu
Bestseller do The New York Times com excelente repercussão entre público e crítica, Jovens de Elite é o primeiro de uma série de fantasia ambientada na era medieval e protagonizada por jovens que desenvolvem estranhas cicatrizes e poderes especiais ao sobreviverem a uma febre que dizimou boa parte da humanidade. Entre eles está Adelina, que, após se rebelar contra o destino imposto a ela por seu pai, encontra um novo lar na sociedade secreta Jovens de Elite, vista por alguns como um grupo de heróis, por outros como seres com poderes demoníacos. Heroína ou vilã? Num mundo perigoso no qual magia e política se chocam, Adelina descobre o lado sombrio de seu coração. Da mesma autora da aclamada trilogia Legend, Marie Lu, Jovens de Elite é o início de uma saga arrebatadora. Perfeita para fãs de histórias de fantasia medieval como Game of Thrones, com vilões dignos de Star Wars e X-Men.

Olha Só o Que Você Fez - Timmy Fiasco #2 - Stephan Pastis
O maior detetive da cidade, talvez do país, quem sabe do mundo, está de volta! Depois de se lançar no mercado de investigações em Timmy Fiasco – Errar é humano, o primeiro livro da divertida série do cartunista Stephan Pastis, agora, em Timmy Fiasco – Olha só ó que você fez, o fundador, presidente e diretor executivo da Fiasco Total está prestes a desvendar o caso mais importante de sua carreira e participar de um concurso que pode lhe render um prêmio milionário. Isso se ele conseguir entregar o formulário de inscrição dentro do prazo! Contando com a ajuda duvidosa de seu sócio Total, o urso-polar, e de uma nova e improvável aliada, sua excêntrica tia-avó Colander, Timmy mais uma vez terá que usar sua imaginação fértil e seu brilhante – e peculiar – raciocínio lógico nesta nova e hilariante aventura.

As Aventuras De Jajá - Susana Schild
A jornalista e crítica de cinema carioca Susana Schild dá voz a uma gatinha cheia de histórias para contar em As aventuras de Jajá. É a própria felina, em carne, osso e pelos, que narra suas aventuras desde que apareceu na casa de Luísa e conheceu aquela que viria a se tornar sua melhor amiga. Mas isso depois de muitas confusões. Afinal, se chegar ali já havia sido difícil, o que dizer dos problemas que Jajá iria enfrentar para conquistar um lugar naquela família? Nina, uma gata mais velha que já morava ali, não gostou nada da novidade; e havia ainda o pai de Luísa, um humano nada fácil de conquistar. Entre alguns acertos e muitos erros, Jajá tem que suar o bigode e usar toda a sua inteligência felina para que sua história tenha um final feliz. Com ilustrações da paulista Mika Takahashi, As aventuras de Jajá conta uma história de amizade divertida e emocionante para crianças dos 8 aos 80.

Meu Coração e Outros Buracos Negros - Jasmine Warga
Um tema amargo, mas necessário. Em Meu coração e outros buracos negros, a estreante Jasmine Warga apresenta aos leitores um romance adolescente que aborda, de forma aberta, honesta e emocionante, o suicídio. Aysel, a protagonista, enfrenta problemas com a família e os colegas de escola, como tantos jovens por aí, e, aos 16 anos, planeja acabar com a própria vida. Mas quando ela conhece Roman num site de suicídio, em busca de um cúmplice que a ajude a planejar a própria morte, num pacto desesperado, a vida dos dois literalmente vira de cabeça para baixo. Aos poucos, Aysel percebe que seu coração ainda é capaz de bater alegremente. E ela precisará lutar por sua vida, pela vida de Roman e pelo amor que os une, antes que seja tarde.



Rocco
Eu Digo Sim - Eliza Kennedy
Lily Wilder parece levar uma vida de sonho: formada em direito e contratada por um grande escritório de advocacia, ela mora em Nova York e está prestes a se casar com o homem perfeito. Mas, conforme a data da cerimônia se aproxima, ela desconfia que será incapaz de manter-se fiel a alguém. Em Eu digo sim, a estreante Eliza Kennedy mistura humor, drama e uma pitada de erotismo para descrever os dias que antecedem o casamento e as dúvidas que tomam de assalto a protagonista. Especialmente quando Will, o noivo certinho, propõe a Lily um casamento aberto. Engraçado, na tradição de Casamento grego e Girls, Eu digo sim é uma comédia sobre mulheres reais, às voltas com tradições e costumes não muito reais. Bestseller considerado “picante e moderno” pelo The New York Times Book Review, o romance marca a estreia da coleção Geração Ha, voltada para a mulher de 30 anos dos dias atuais, disposta a viver intensamente e que questiona seu papel tradicional na sociedade.

Abaixo do Paraíso - André de Leones
Autor de Terra de casas vazias e Dentes negros, entre outros, André de Leones apresenta em seu novo romance a história de Cristiano, que vive de fazer pequenos serviços, todos clandestinos, para políticos do centro-oeste brasileiro. Goiânia, Anápolis, Brasília são alguns dos lugares por onde passa, até que se vê obrigado a voltar a sua terra natal, a pequena Silvânia, e tenta se reconciliar com o lugar, com a família e, principalmente, consigo mesmo. Em sua trajetória de filho pródigo, no entanto, Cristiano só encontra terra devastada. E deve se esforçar para encontrar o que está procurando – um outro que pode ser ele mesmo. Mas será possível este reencontro para quem se acostumou a viver num mundo de pacotes suspeitos, meias palavras e encontros furtivos a portas fechadas? Leones mostra um forte sentido da História recente do Brasil, numa narrativa de diálogos afiados e linguagem à flor da pele.

O Ovo do Barba Azul - Margaret Atwood
O ovo do Barba-Azul, da premiada romancista e poeta Margaret Atwood, reúne contos que exploram temas como amor, casamento, sexualidade, fidelidade, traição. Na história que dá nome à coletânea, uma mulher apaixonada, sem saber se é correspondida, reflete sobre a função do ovo na lenda do bruxo que sequestrava mulheres e as testava para ver se “mereciam” se casar com ele. Aparentemente passivo, o ovo acaba por ser a causa das mortes que acontecem na história. Com sua narrativa elegante e intrigante, Atwood prende o leitor numa teia de histórias que mostram que pessoas e relacionamentos também podem parecer apáticos, pequenos e frágeis, mas, uma vez rachados, são capazes de causar toda sorte de desgraças. Mas, afinal, quem deseja viver uma relação verdadeira se não quebrar ovos de vez em quando?



Fábrica 231
Anna e o Homem das Andorinhas - Gavriel Savit
Cracóvia, 1939. Anna tem apenas sete anos quando seu pai, professor de linguística, é levado por soldados alemães. Ela então encontra o homem das andorinhas, uma figura misteriosa que, assim como seu pai, é capaz de se comunicar em vários idiomas, até na língua dos pássaros. Sem nada a perder, a garota decide segui-lo. Mas num mundo em guerra, tudo se prova muito perigoso. Até o homem das andorinhas.





Lucas e Nicolas - Gabriel Spits
Aparentemente, eles têm pouco em comum: Lucas não tem talento para o esporte, mas é um gênio na escola. Sua vida social é nula, mas nas redes sociais se vira bem; Nicolas é o fortão da turma, bonito, popular. Suas notas são vergonhosas, mas nos esportes ele se destaca. Suas dúvidas irão uni-los; suas certezas podem ser desastrosas. Em seu romance de estreia, o paulista Gabriel Spits pinta um retrato honesto, cativante e bem-humorado da adolescência nos dias de hoje. Lucas e Nicolas é um romance sobre amizade e homossexualidade, amor e descobertas na fase mais conturbada da vida. Perfeito para fãs de Will & Will, de John Green, e dos livros de David Levithan, entre outros romances do segmento young adult.

O Estranho - O homem dos meus sonhos #1 - Kristen Ashley
Primeiro da série bestseller O Homem dos Meus Sonhos, da norte-americana Kristen Ashley, que chega ao Brasil pela coleção erótica Violeta, "O Estranho" conta a história de Gwen Kidd, uma mulher bonita, atraente e determinada, que se entrega a um relacionamento peculiar com um perfeito sedutor que aparece todas as noites em sua cama, envolvendo-a num excitante jogo de sensações, e a deixa sem que ela perceba, antes do amanhecer, sem que ela saiba ao menos o seu nome. Mas quando Gwen precisa ajudar a irmã, que se envolveu com uma gangue da pesada, e as duas passam a correr perigo, o lado protetor de seu amante misterioso vem à tona. Será que aquele louco relacionamento pode se revelar algo bem mais complexo?