Persépolis - Marjane Satrapi

26 de setembro de 2015

Título: Persépolis
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Companhia das Letras
Gênero: HQ/Biografia
Ano: 2007
Páginas: 352
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Resenha: Aqui no LC venho tentando sair da minha zona de conforto, e com Persépolis não foi diferente. Não costumo ler biografia, não entendo muito de HQ, costumo não me interessar por assuntos políticos... Mas depois de ler algumas resenhas positivas sobre esse livro, a curiosidade bateu e ficou.
Confesso que minha primeira impressão foi totalmente desconstruída. Quando vi a capa, sem ler a sinopse, juro que enxerguei algo como uma Batgirl. shame on me Mas o conteúdo se revelou algo muito mais profundo.
Uma mulher, já formada, politicamente engajada, visita o seu passado e nos mostra como é viver a infância no Irã, se mudar na adolescência para a Europa e retornar para o país de origem já como adulta. Tratar de choque cultural, repressão e liberdade seria bem mais complicado se ela não soubesse incluir o humor com maestria em sua narrativa.


Contar a história em forma de quadrinhos foi uma ótima estratégia para nos aproximar da realidade de Marjane. O que inicialmente era algo tão complexo e forte foi abordado com leveza, levantando reflexões sobre política, identidade, família, cultura, religião. Foi totalmente diferente de quando vejo notícias pela internet ou televisão, imagens tão distantes que parecem ser apenas ficção ou algo do tipo “é longe demais pra me afetar”. Fui absorvida pelo choque de realidade, um tapa na minha cara.
Creio que se a autora optasse por narrar sua história como texto corrido, muitos leitores que pensam como eu - um certo "preconceito" com biografias - sequer teriam se interessado na leitura, mas a proposta lúdica atraiu, distraiu e conquistou.

Não sou referência pra falar de HQ, mas gostei das ilustrações. São todas em preto e branco, com traços simples, mas significativos. O livro é grossinho, mas dá pra ser lido bem rápido não só por ser em quadrinhos, mas porque envolve o leitor.
Se você é daqueles que prefere a telona, que tal conferir a adaptação? O longa de animação é de 2007 e, assim como o livro, é todo em preto e branco. Chegou a concorrer ao Oscar de Melhor Animação (perdeu pra Ratatouille), então já sabe que é legal.

Valeu muito a pena ter saído da caixinha e me arriscado nesse livro. Leitura recomendada pra qualquer tipo de leitor pela mensagem linda de igualdade e coragem que traz.

Belas Mentiras - M. Leighton

25 de setembro de 2015

Título: Belas Mentiras - Pretty Lies #1
Autora: M. Leighton
Editora: Record
Gênero: NA
Ano: 2015
Páginas: 280
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Inocente, pura e doce, Sloane sempre foi superprotegida pela família, mas ela jurou a si mesma que, ao completar 21 anos, tudo seria diferente. E, quando o relógio bate meia-noite, Sloane está pronta para sair do casulo e quebrar algumas regras. O jovem Hemi tem vários talentos, mas manter o controle, infelizmente, não é um deles. Acostumado a fazer o que sempre quis, nunca precisou se importar muito com as consequências de seus atos. Até que uma tragédia mudou para sempre sua vida. Agora ele tem apenas uma missão, e nada é capaz de afastá-lo de seu objetivo... Até conhecer Sloane. Mas nada que Sloane e Hemi viveram até hoje foi capaz de prepará-los para o que está por vir. Quando essas duas almas problemáticas se encontram, a conexão é imediata, e eles não têm outra escolha a não ser mergulhar em um mundo de loucura, paixão e devassidão. Porém, os dois têm algo a esconder, e logo vão descobrir que a tentação está nos pequenos detalhes. E é nos pequenos detalhes também que se encontram as mais belas mentiras.

Resenha: Belas Mentiras é o primeiro volume da série Pretty Lies escrita pela autora M. Leighton e publicado no Brasil pela Editora Record.
Sloane sempre foi protegida pela família e criada com todo o cuidado do mundo. A família, composta pelo pais e três irmãos policiais, a enxerga como alguém delicada, inocente e que deve ser tratada como uma princesa que estivesse em perigo. Dessa forma ela nunca teve liberdade para fazer nada que tivesse vontade, nunca pôde sequer falar palavrão sem ser punida e nunca pôde se aproximar de garotos pois seus irmãos afastavam e apavoravam qualquer um. Assim, quando completou seus vinte e um anos, Sloane decidiu que estava pronta para quebrar essa redoma que sua família construiu sobre ela, mostrar que poderia andar com as próprias pernas e ter alguma independência, e sua primeira atitude "ousada" foi procurar um estúdio de tatuagens, o Ink Stain. E foi assim que ela conheceu Hemi, o tatuador. A atração é inevitável, ela não conseguia tirar os olhos dele e ela não imaginou que eles teriam uma ligação instantânea e muito intensa... Mas Hemi, pois mais que tenha percebido os olhares da garota, parece esconder segredos que envolvem seu passado e, ainda que isso o torne ainda mais sedutor aos olhos de Sloane, se envolver com a jovem não parece ser uma boa ideia. Ele inclusive não quer se envolver com ninguém para que isso não atrapalhe seus objetivos. A família dela, como era de se esperar, não aprova o rapaz. Mas quando a família começa a sofrer ameaças e a correr perigo, e Hemi parece ter algum envolvimento com isso, as coisas fogem do controle. Os objetivos dois dois passam a ter interferências e nenhuma mentira é capaz de mascarar um passado cheio de problemas.

Devido a sua criação rígida, Sloane é certinha e ingênua demais e é exatamente o tipo de garota que Hemi quer evitar a todo custo. Ele sempre preferiu mulheres mais experientes, aquelas que sabem o que querem e das quais ele não precisa ensinar nada, que o deixem sem que ele precise mandá-las embora. Mas a medida que as sessões da tatuagem de Sloane vão tomando prosseguimento, os dois vão se conhecendo melhor e descobrem que possuem interesses em comum.
Ainda que inocente, Sloane com essa ideia de se soltar das amarras é bastante corajosa, mas é cheia de dilemas envolvendo a família, a perda da mãe, a super proteção do pai e dos irmãos e pela questão de ainda ser virgem. E tudo isso acaba fazendo com que sua vontade de provar que já é adulta e que pode ser dona do próprio nariz seja, muitas vezes, um fracasso, já que nem sempre ela optava por tomar uma atitude inteligente.
Os demais personagens, ainda que insuportáveis ou nada simpáticos, foram muito bem construídos mas como a história é focada em Sloane e Hemi, eles acabam ficando em segundo plano.

O livro é narrado em primeira pessoa alternando entre Sloane e Hemi e é muito bem escrito. A leitura é envolvente, fluída e conquista logo de cara mas talvez por ser um New Adult e já ter elementos conhecidos, como a mocinha virgem que decide radicalizar a vida fazendo coisas que ninguém esperava e se envolvendo intensamente com um bad boy com passado negro e cheio de segredos, a impressão que fica é a de deja vú. Por mais que a ideia de ler sobre pensamentos sórdidos envolvendo assuntos sexuais vindos de alguém tão sexy e provocante seja tentadora, não há muita inovação. Tudo acaba sendo previsível e recheado de clichês mas curti a ideia da autora em unir duas pessoas, que são completamente o oposto uma da outra, pela paixão que eles possuem por arte.
Senti que o drama criado por trás de todo aquele desenvolvimento gradual do envolvimento dos protagonistas não foi forte o bastante pra tornar a história inesquecível e ainda se concluiu muito rápido. Foi algo que funcionou mais como um pano de fundo de uma história sobre um casal que tem química mas precisa enfrentar obstáculos e abrirem mão de coisas que não tinham intenção inicialmente para ficarem juntos. Mas só pela escrita da autora e a forma como me mantive presa à leitura já valeu a pena.
Não decidi ainda se gostei do final do livro. A autora decidiu encerrar a história para que os próximos volumes possam tratar dos dilemas de outros personagens e ao que tudo indica o outro vai trazer o irmão de Hemi.

A capa é bem bonita e ainda dá um ar de mistério e sensualidade ao mesmo tempo. A páginas são amarelas, a diagramação é simples, os capítulos são bem curtos com o nome do personagem da vez no começo e não encontrei erros.

Pra quem gosta do gênero, recomendo muito, mas acho válido ressaltar que outros romances do tipo devem ser "desconsiderados" para que a leitura seja melhor aproveitada a fim de evitar comparações.

Becky Bloom em Hollywood - Sophie Kinsella

24 de setembro de 2015

Título: Becky Bloom em Hollywood - Becky Bloom #7
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Record
Gênero: Chick lit
Ano: 2015
Páginas: 560
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Americanas | Submarino | Saraiva
Sinopse: Los Angeles, reduto das celebridades mais famosas do mundo, de estilo de vida enlouquecedor e perdulário, cenário perfeito para que Rebecca Brandon (ex-Bloom) possa realizar suas fantasias mais glamorosas. E é para lá que ela e a família vão quando seu marido Luke é contratado para cuidar da carreira da famosa atriz Sage Seymour - e para Becky isso é um sinal de que ela está destinada a ser produtora de moda da badaladíssima celebridade e, quem sabe, também das maiores estrelas de Hollywood. Mas, assim que chega a LA, Becky descobre que sua rotina não será apenas de luxo e glamour. Alicia, uma rival do passado, também está na cidade. E o pior, é a queridinha das mães da concorridíssima pré-escola de Minnie. E o sonho de cuidar do look de Sage parece mais difícil do que ela imaginava. Até porque Luke vive adiando apresentar as duas. Então, por uma manobra do destino, Becky tem a chance de produzir a arqui-inimiga da atriz, e isso pode trazer alguns probleminhas. Pré-estreias, vestidos de gala, muitos paparazzi à sua volta, aulas de ioga e infinitas compras na Rodeo Drive. Claro que isso não acontecerá sem muitas encrencas e confusões. Será que Becky está mesmo perto de conseguir tudo o que sempre sonhou?

Resenha: Becky Bloom em Hollywood é o sétimo volume da série Becky Bloom escrita pela autora Sophie Kinsella e publicado no Brasil pela Editora Record.
Ainda que o livro faça parte de uma série, não é obrigatório ler todos os livros na ordem certinha para entender o que se passa. Obviamente quem optar por ler fora de ordem irá se deparar com alguns spoilers, mas nada que realmente estrague a surpresa, pelo menos não na minha opinião. Eu não li alguns volumes e não achei que isso tenha mudado minha opinião sobre a série e sobre a protagonista mais maluca e divertida da literatura estrangeira.
Becky, a pessoa mais viciada em compras do mundo, está de volta com seu carisma, falta de noção e muito estilo. Luke Brandon, seu marido, foi contratado para ser assessor da famosa atriz Sage Seymour e a ideia de se mudar para Hollywood faz Becky acreditar que seu destino é se tornar produtora de moda não só da nova cliente do marido, como de várias celebridades, vivendo no meio do luxo e do glamour. Mas assim que ela chega na cidade, percebe que as coisas seriam bem diferentes do que ela imaginou... Situações inesperadas e muita confusão é o que aguarda Becky nesse volume da série.

O livro é narrado em primeira pessoa de forma bastante fluída e com muitos toques de bom humor. Acompanhamos Becky tentando viver um sonho em que ela acredita que tudo o que ela sempre desejou está, enfim, diante de seus olhos, como se tudo fosse fácil e acessível. Ela sente necessidade de fazer parte desse mundo de celebridades mas acaba não tendo muita noção das coisas, não enxerga que sua vida pessoal e profissional poderão ser alvo de confusões e intrigas pois, por ser muito sonhadora, ela age no impulso e de forma impensada, acreditando que o que ela quer vai acontecer do dia pra noite como mágica.

Becky é completamente surtada e não admite seu problema com compulsão em comprar. Talvez isso seja alguma válvula de escape para compensar outras frustrações, mas vendo a protagonista investindo em coisas fúteis e inúteis o tempo todo faz com que o leitor perca a paciência e queira estapeá-la. Devido a esse jeito maluco dela é que a história se desenrola, pois uma pessoa desprovida de senso como ela só pode se meter nas piores confusões... Quando há um objetivo em vista ela parece usar um tipo de viseira que a impede de avaliar a situação e as consequências daquilo de acordo com suas escolhas, e isso chega a ser bem irritante.
Luke é um amor de pessoa. Ele é objetivo, realista e não deixa se influenciar por nada. Sua vida não gira em torno de dinheiro e quando ele quer algo ele luta pra conseguir em vez de esperar que as coisas aconteçam.

A participação de Alicia na história, inicialmente, me fez imaginar que tudo o que estava ruim se tornaria ainda pior, mas ela não teve tanto destaque na história.
Os demais personagens são hilários, bem construídos e com personalidades distintas. Todos encantam com suas particularidades, principalmente Suze, a melhor amiga de Becky.
Eu gostei da leitura ainda que não tenha considerado o melhor volume da série. Achei que a questão do segredo envolvendo o pai de Becky foi bem apresentada ainda que não tenha sido esclarecida e talvez a falta de um final é que me fez ficar com um pé atras. Geralmente os livros de Becky possuem pontos que ficam em aberto e são resolvidos ao longo da trama, mas a impressão que tive aqui é que houve uma inserção de coisas novas que ficaram sem resposta e quem quiser saber vai ter que esperar o próximo livro, e essa "obrigação" é algo que me soa forçado e não aprovo muito pois prefiro enredos fechados.

A capa e a lombada seguem o mesmo estilo de cores e fontes dos livros anteriores, mas a ilustração propriamente dita foge um pouco do padrão. É uma graça, confesso, e adorei os detalhe de estrelinhas prateadas.
A diagramação é simples, as páginas são brancas e a fonte é grande. Durante a leitura nos deparamos com cartas, relatórios e até notas fiscais das compras exageradas de Becky.

Becky Bloom em Hollywood foi uma leitura super agradável e bastante rápida. Pra quem procura por uma série do gênero Chick lit que apresenta uma personagem completamente desvairada mas que mesmo não sendo perfeita é super divertida, recomendo.

Rotina & Rabisco - Bruna Vettori

23 de setembro de 2015

Título: Rotina & Rabisco
Autora: Bruna Vettori
Editora: Agir Now
Gênero: Inspiração/Amor/Autoajuda
Ano: 2015
Páginas: 180
Nota: ★★★★★
Sinopse: Este não é um livro qualquer.
É um espaço de memórias e sonhos, um mundo de possibilidades. Aqui você vai se encontrar em páginas repletas de histórias, ilustradas por mim e feitas para você. Este é um livro sobre todos nós e sobre o jeitinho com que levamos a nossa rotina. O Rotina & Rabisco é um livro para inspirar, sonhar, fazer acontecer. Feito para gente sensível, que ri sem motivo e gosta de ver o lado bom das coisas. Estamos felizes de te ver por aqui! Então entra e fica à vontade, que a vida é toda nossa. ♥

Resenha: Falar ou pensar num livro cute não é suficiente para tentar passar a ideia de Rotina & Rabisco, projeto da autora e ilustradora (e fofa) Bruna Vettori publicado pela Agir Now.


Rotina & Rabisco é um livro pequenininho na questão de tamanho, mas na questão do conteúdo, além de adorável, é grandioso. Ele é feito com mensagens que nos fazem refletir sobre o que importa nessa vida, com frases inspiradoras apresentadas numa tipografia descolada e várias ilustrações fofas que são capazes de colocar um sorriso nos nossos lábios, dar sentido aos nossos pensamentos, fazer nosso dia se tornar mais leve e lembrar que, mesmo que a vida não possa ser feita de sonhos, acreditar no melhor é algo totalmente possível e que deve ser feito com frequência.


Algumas páginas são interativas, podemos listar várias coisas, desde o que nos faz bem, o que nos inspira, o que nos motiva e até o que temos de bom, fazendo com que o livro se torne parte do nosso dia-a-dia.
Qualquer atitude que sirva para trazer um pouco de alegria às nossas vidas, seja em forma de pequenos gestos ou até mesmo em forma de palavras que formam pequenos versinhos inspiradores e que enchem nossos corações, é mais do que bem vinda, e se acreditarmos que a vida pode ser mais bonita e colorida, ela vai ser... Um pensamento positivo é capaz de mudar tudo!


Um livro pra ler e reler, dar de presente, pra ficar na memória, pra ser levado na bolsa e consultado diariamente, mesmo que seja aos poucos, com propósito de diversão, incentivo, dar um suspiro ou um sorriso, e saber que a felicidade está nas pequenas e mais simples coisas da vida, e muitas vezes diante de nossos olhos.

A Escolha Perfeita do Coração - Bianca Briones

22 de setembro de 2015

Título: A Escolha Perfeita do Coração - Batidas Perdidas #1,5
Autora: Bianca Briones
Editora: Verus
Gênero: Romance/New Adult
Ano: 2015
Páginas: 154
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Viviane e Rafael enfrentaram uma montanha-russa de emoções em As batidas perdidas do coração, antes de finalmente se entenderem e conseguirem o que tanto queriam: ficar juntos para sempre. Agora, dois anos depois, esse recomeço está longe de ser tranquilo. Os fantasmas de Rafael o assombram, e Viviane, mais uma vez, precisa lutar para mostrar que ele mesmo é seu único inimigo. O que fazer quando a pessoa que você ama é uma força autodestrutiva? Como redimir alguém que não acredita ser digno de redenção? É possível amar a pessoa que mais te magoou? Até onde vale a pena lutar por um amor? Esta é a chance de Rafael e Viviane aprenderem que a mesma pessoa que pode partir seu coração em mil pedaços é capaz de juntar os estilhaços e fazer você se sentir inteiro outra vez.

Resenha: A Escolha Perfeita do Coração, escrito pela autora nacional Bianca Briones e publicado pela Verus, dá continuidade à história do primeiro livro da série Batidas Perdidas, As Batidas Perdidas do Coração (resenhado pelo Lucas aqui no blog). Diferente do segundo livro, O Descompasso Infinito do Coração que engloba outros personagens, é recomendado que este seja lido após a leitura do primeiro, pois pra quem gostou do casal Viviane e Rafael e ficou com vontade de saber um pouco do que aconteceu depois de tudo o que eles passaram juntos até se reencontrarem, agora vai ter essa oportunidade, pois enfim eles terão a chance de se acertarem em busca da felicidade.

A narrativa do livro segue o padrão dos demais da série, em primeira pessoa e alternando entre os pontos de vista dos protagonistas e, além das referências musicais de pop e rock que encontramos ao longo da história, cada início de capítulo traz um trecho de alguma música que, de certa forma, tem a ver com a situação em que os personagens se encontram. A escrita da autora continua perfeita, cativante, poética, cheia de frases de impacto e carregada de sentimentos intensos e que mexem com nossas emoções, e posso dizer que foram exatamente esses detalhes que me fizeram gostar do livro. Acredito que a volta de Vivi e Rafa serviram mais como forma de matar a saudade ou a curiosidade dos leitores, já que no livro anterior o final é bem fechado e não deixa gancho algum para uma continuação. Confesso nem ter suspirado tanto pelo livro devido a história propriamente dita pois pra mim não houve nada de realmente novo, mas sim em como Bianca Briones consegue dar uma verdadeira aula do que é, ou pelo menos o que deveria ser, esse sentimento que é o amor. Acho inclusive que muitos que ficam se lamentando ou sofrendo pelos cantos deveriam ler o que a autora escreve, pois quem sabe assim tenham um pouco de senso e tomem um choque de realidade para mudarem de atitude e de vida em vez de esperarem a felicidade bater a porta...

Os personagens estão mais maduros, mais conscientes de seus atos e isso faz com que queiram fazer tudo diferente para que as coisas possam dar certo no final. Todos somos humanos e estamos passíveis de erros. Às vezes, só aprendemos com as dificuldades que a vida nos impõe, mas isso não significa fraqueza ou fracasso... Toda experiência é uma forma de nos deixar mais fortes e mais sábios, e cabe a nós mesmos fazermos as melhores escolhas sempre seguindo as batidas do nosso coração...

Confiram alguns quotes que separei abaixo. As palavras dizem por si só o que quero expressar...

"O amor é uma contradição. A mesma pessoa que pode partir seu coração em mil pedaços é capaz de juntar os estilhaços e fazer você se sentir inteira outra vez."
- Pág. 7
"Ser um sobrevivente não é passar por uma situação difícil e seguir em frente. É resistir quando o fantasma do seu passado retorna e quer te arrastar para a escuridão que você viveu um dia."
- Pág. 21
"O amor e a dor caminham juntos. Não dá pra ter um sem o outro. Porque amar implica saber perder o que amamos, e, por mais que esse ainda seja meu maior medo, é inevitável."
- Pág. 146


O Primeiro Marido - Laura Dave

21 de setembro de 2015

Título: O Primeiro Marido
Autora: Laura Dave
Editora: Bertrand
Gênero: Romance/Chick lit
Ano: 2015
Páginas: 308
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Annie Adams acredita ter tudo. Ela atravessa o mundo escrevendo sua coluna de viagens e acredita que seu relacionamento de cinco anos com o cineasta Nick é perfeito... Até ele resolver deixá-la. Pouco depois, Annie conhece Griffin, um charmoso e atencioso chef de cozinha, diferente de Nick em quase todos os sentidos. Ela rapidamente se casa com ele e os dois se mudam para uma pequena cidade rural no Massachusetts.
Uma vez lá, no entanto, ela percebe o quão pouco conhece Griffin e acaba se perguntando se o relacionamento é pra valer ou se o casamento às pressas foi pura e simplesmente um equívoco. Quando Nick retorna, pedindo uma segunda chance, Annie fica dividida entre o marido e o homem com quem tivera a intenção de casar-se e é forçada a escolher entre um deles.

Resenha: O Primeiro Marido, escrito pela autora laura Dave e publicado no Brasil pela Bertrand conta a história de Annie Adams, uma jornalista de trinta e dois anos que escreve a coluna "Fechando a Conta", onde ela fala sobre viagens em geral dando várias dicas aos leitores, e que, por isso, trabalha viajando pelo mundo. Seu emprego é uma maravilha e sua vida é invejável. Ela tem uma superstição baseada no filme "A Princesa e o Plebeu" e acredita que sempre que assiste ao dito filme, nem que seja parte dele, alguma tragédia lhe acontece. Seus pais já se separaram, ela já perdeu um emprego, já perdeu móveis num incêndio e tudo isso acontece sempre depois que ela assiste ao filme.
Ela namora Nick há cinco anos e tudo parece estar perfeito... Até que ela assiste o bendito filme e na manhã seguinte Nick, que na noite anterior havia lhe feito juras eternas de amor, decide terminar o namoro por causa de outra pessoa...

Coincidência ou não, Annie fica arrasada pois não esperava ser trocada dessa forma. O momento é tão difícil que sua alternativa é recorrer a Jordan, sua melhor amiga, e também irmã de Nick...
Depois de esfriar a cabeça, ela decide sair e conhece Griffin, um chef de cozinha super charmoso e bastante atencioso que é o completo oposto de Nick. Eles engatam num romance rápido e sério, e, ainda que mal se conheçam por tudo ser muito recente, acabam se casando!
Ao se mudarem para uma cidadezinha do interior, onde Annie não conhece nada nem ninguém, vários problemas começam a acontecer deixando sua vida de pernas pro ar e ela fica entre a cruz e a espada, principalmente porque Nick retorna e resolve pedir uma nova chance.
Agora Annie deve escolher entre Nick, seu antigo amor com quem planejava construir uma vida, e Griffin, seu marido que ela mal conhece e que a faz pensar se o casamento as pressas não passou de um grande erro.
"Quando tudo se torna confuso, difícil e complicado, a verdade é a primeira a ser sacrificada, não é mesmo? Todos tentam ocultá-la, modifica-la ou consertá-la. Como se consertar os fatos pudesse tornar a situação menos confusa, difícil e complicada, não piorá-la."
- Pag. 9
O livro é narrado em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Annie, então ficamos limitados ao que se passa em sua cabeça, quais são os seus sentimentos e sua forma de percepção das coisas.
Com toques bem humorados, cheio de cenas de confusão total em que a protagonista de mete e com bastante ironia, a história, ainda que não seja tão original assim, cumpre com o papel de entreter.
Em diversos momentos me peguei torcendo por Annie fazer as melhores escolhas para que ela pudesse sair da furada em que se meteu, usando tudo o que viveu como exemplo para não se deixar levar para uma situação em que fosse se ferrar. Gosto quando há um personagem por quem eu deseje tudo de bom, e Annie foi exatamente alguém que eu queria que de desse bem por achar que ela não merecia passar por poucas e boas apenas por uma decisão impensada e sem segundas intenções.
O livro é curto e de leitura rápida. A escrita da autora é bastante fácil mas alguns trechos da história parecem ter sido construídos às pressas e faltou um pouco mais de explicações ou até diálogos que pudessem facilitar o desenrolar das coisas.

Uma coisa que não me agradou muito foi o fato do que posso chamar de "submissão" de Annie, pois ao se casar ela abre mão de tudo o que havia conquistado quando resolve apostar no desconhecido, e ainda que, às vezes, seja bom dar um passo assim na vida para mudá-la radicalmente quando as coisas não vão tão bem como queremos, não acredito que tais escolhas devam ser feitas de forma tão impensada assim, afinal, um casamento não é uma brincadeira de casinha e temos que, no mínimo, conhecer bem a pessoa que escolhemos para dividir a vida, dessa forma não somos pegas de surpresa quando o passado, por ironia do destino, resolve bater a nossa porta...
Livros que tratam de relacionamentos, principalmente os conturbados, na maioria das vezes fazem com que as leitoras se identifiquem com a protagonista e seus problemas, e essa sensação "familiar" acaba tornando a história bastante real aos olhos de quem lê, e acho que este livro é um exemplo ótimo disso.

Falando da parte gráfica, a capa é simples mas com detalhes que a deixam a coisa mais linda. A claquete, que faz referência aos filmes, tem tudo a ver com a história e os corações ao fundo possuem aplicação em verniz fazendo com que fiquem brilhantes, tendo destaque sobre a capa fosca. O título é em alto-relevo e também de destaca sobre o objeto. As páginas são amarelas e a diagramação é simples. A fonte é grande e o espaçamento entre as linhas e das margens externas também são  muito bons.

Esse é o tipo de livro em que é possível absorver a ideia de que devemos sempre investir em quem somos, sem pensar em mudar nosso jeito ou abrir mão dos nossos sonhos em prol de alguém, refletindo sobre as coisas que queremos só por acreditarmos ser algo bom, mesmo que não seja... Assim, acho que O Primeiro Marido é um livro que mostra que erros e acertos fazem parte da vida e que só podemos ter certeza do que queremos e se aquilo tudo vale a pena se partimos para a descoberta através da própria experiência... Pode ser que dê tudo errado, mas... e se der certo?