Autor: A.J. Finn
Editora: Arqueiro
Gênero: Suspense
Ano: 2018
Páginas: 352
Nota:★★★★★
Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.
Resenha: Anna Fox, uma psicóloga de trinta e oito anos, teve alguns problemas bem delicados em sua vida e um trauma bem sério acabou desencadeando nela a agorafobia, um transtorno psicológico que causa ataques de pânico quando o indivíduo se encontra em grandes locais abertos ou lugares públicos. Reclusa em casa há alguns meses por achar que ali é o único lugar seguro que pode ficar, Anna vive sozinha, longe do marido e da filha de oito anos, levando sua vida decadente com filmes antigos, bebida, remédios, fazendo compras ou conversando com estranhos pela internet, e espionando os vizinhos através de sua janela...
Quando os Russells se mudam para a casa ao lado, Anna fica obcecada com a ideia de uma família perfeita, até que algo totalmente inesperado e aterrorizante acontece e sua vida acaba sendo tomada por um caos absoluto. O problema é que seu distúrbio impede que ela possa distinguir se o que viu é real ou não, e cabe a ela provar o que alega ter visto...
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Anna, o leitor fica limitado ao que se passa e é impossível não ficar curioso e se surpreender com detalhes que não sabemos se são reais ou se são só alucinações de sua cabeça. A ideia de Anna misturar bebida com remédios também não faz com que ela seja confiável, então é bem comum que em vários pontos haja dúvidas sobre a versão dela dos fatos.
Embora o livro comece com um ritmo bem lento e pareça confuso, ficamos instigados a continuar a leitura para sabermos o que aconteceu com Anna para que ela desenvolvesse tal fobia. Assim, vamos acompanhando sua rotina monótona e algumas de suas lembranças que, gradualmente, vão revelando cada vez mais sobre essa protagonista considerada louca e cheia de segredos e o que, de fato, aconteceu para que ela tenha deixado de sair de casa. Essas informações vão se mesclando com os acontecimentos recentes, com o que ela idealiza e com o que acredita ter visto enquanto bisbilhotava a vida alheia, e um thriller surpreendente e arrebatador nos é entregue. É possível que alguns leitores considerem a forma como a história é desenvolvida bem cansativa, pois em alguns pontos quando ela parece ganhar uma guinada as coisas voltam a estaca zero e a vontade é de esmurrar Anna na cara, mas é possível compreender que se trata de uma personagem problemática, que sofre de um transtorno mental sério e que sua visão de mundo muitas vezes é bem distorcida. O autor acaba nos colocando na pele dela, e por mais incômodo que isso possa ser, acaba sendo importante para uma experiência mais real com a história.
O autor também traça várias direções e é impossível saber o caminho certo pois, devido a situação de Anna, seguimos cheio de dúvidas e desconfianças, e além do mistério acerca do suposto assassinato e sobre o próprio passado da protagonista que movem a trama, ainda há espaço para informações relevantes sobre a agorafobia, a depressão e a solidão de forma bem convincente e realista.
Pra quem gosta de suspenses que nos deixam aflitos e traz bastante tensão, A Mulher na Janela é super indicado.